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Profa. Roberta Toledo UNIDADE II ESTUDOS DISCIPLINARES Filosofia do Direito: Direito e Moral 1. Jusnaturalismo Idade Média conteúdo teleológico; fundamentos do Direito Natural: inteligência e a vontade divina; sociedade e cultura – credo religioso e fé. Direito e Moral Concepção do Direito Natural Objetivo e Material Conjunto de normas – primeiros princípios morais – imutáveis, consagradas ou não na legislação. Resultam da natureza das coisas e do homem – apreendidos imediatamente pela inteligência humana como verdadeiros. Direito e Moral Concepção do Direito Natural Subjetivo e Formal Jus voluntatium – vontade divina ou humana. Jus naturale – oriunda da natureza humana devido à sua tendência inata de viver em sociedade. Direito Natural – ditame da razão – indica a repugnância ou a necessidade moral. Direito e Moral Século XVII – Deus – deixa lugar – a natureza. A reta razão é o guia das ações humanas, princípio único. Paradigmas axiológicos – determinadas normas – são consideradas ideias diretoras universais da conduta – ética, costumeira e jurídica. Direito e Moral O Direito está sujeito às transformações históricas e suscetível aos diversos costumes e tradições. O conhecimento é dado ao homem por ele mesmo, por meio do uso da razão, que apreende esse conhecimento e o coloca em prática na sociedade. Passagem do pensamento teocêntrico ao antropocêntrico. Direito e Moral 2. Jusnaturalismo – teoria do direito racional e Immanuel Kant Direito e moral são separados pelo prisma formal – dependem do motivo pelo qual são cumpridas as suas normas. Ato moral – motivo – ideia do dever. Ato jurídico – motivo – aversão à sanção. Direito – poder de constranger. Direito e Moral Homem – ser racional e livre – impõe a si mesmo regras de conduta – normas éticas válidas para todos. Norma básica de conduta moral – tratar a si mesmo e seus semelhante como um fim e não um meio – transmuta-se em norma de Direito Natural. Normas jurídicas – dependem de lei externa. Direito e Moral Lei externa – necessidade de uma lei natural, de ordem ética, que justifique a autoridade do legislador. A Moral e o Direito têm como princípio último a liberdade ou autonomia da vontade, orientada unicamente pela pura razão. Moralidade – vontade de usar moralmente as virtudes – boa vontade. Direito e Moral A mera conformidade com a observância do dever é insuficiente para aferir a moralidade do ato – boa vontade. Quando uma máxima (lei particular) se reveste do atributo de lei prática (lei universal) – imperativo categórico: Imperativo – dever possível. Categórico –adesão da minha razão e da minha vontade. A moral é autônoma e o direito heterônomo. Direito e Moral Kant levou às últimas consequências a concepção jusnaturalista, fazendo surgir a teoria racional. Em relação à doutrina Kantiana, não podemos afirmar que: a) Processa-se a separação do Direito da Moral sobre o prisma formal. b) A norma básica de conduta prescreve ao homem tratar seu semelhante como um meio. c) O Direito Natural depende da ideia de liberdade. d) A condição de moralidade é a boa vontade. e) O homem é capaz de impor a si mesmo normas de conduta designadas éticas. Interatividade 3. Pensamento de Goffredo Telles Junior Dois mundos se apresentam com nitidez – o mundo físico e o mundo ético. Mundo ético – mundo do comportamento humano – deliberação e vontade dos seres humanos. Mundo físico – não pode deixar de ser o que é – não depende da atuação humana. Normas que regem esses dois mundo são diferentes: Mundo ético – normas do dever ser – mandamentais. Mundo físico – normas do ser. Direito e Moral Mandamentos normativos – normas: imperativos de ordenação condizentes com as convicções generalizadas da coletividade; imperativos do usual e comum harmonizados com o sistema ético vigente. Mandamentos não normativos – avulsos: incongruentes com as convicções de uma sociedade; não harmonizados com o sistema ético vigente. Direito e Moral Ordem – uma disposição conveniente de seres para a consecução de um fim comum. Desordem – é a ordem que não queremos. Norma Jurídica – imperativo autorizante, harmonizado com a ordenação ética vigente. Direito e Moral Imperativo – mandamento normativo do mundo ético – uma imposição da ordem do dever ser. Autorizante – autoriza uma reação competente contra o ato que viola. Harmonizada com a ordenação ética vigente – de acordo com a ordem ética aceita – ordem que queremos. Direito e Moral Normas jurídicas são juízos hipotéticos condicionais – somente serão aplicadas na hipótese de ocorrência de um tipo de fato para o qual elas foram elaboradas. 4. Pensamento de Norberto Bobbio – Positivismo Analítico Juridicidade de uma norma – autorizada pelo ordenamento jurídico. Direito e Moral Proposições prescritivas – formuladas imperativos autônomos – mesma pessoa que formula a norma é aquela que executa – a Moral; imperativos heterônomos – quem formula a norma é pessoa diferente de quem a executa – o Direito. A lei moral comanda categoricamente aquilo que se deve fazer. A lei jurídica permite aquilo que se pode fazer. Direito e Moral 5. Direito e Justiça Justiça – aspiração emocional – inclina os homens em diversas direções. Justiça – ciência – pseudoproblema. Justiça – moral – exigência de ordem prática, de natureza afetiva ou ideológica. Direito e Justiça Axiologia – Teoria dos Valores – situa-se a Teoria da Justiça. A Justiça não se identifica com os valores – ela é antes a condição primeira de todos eles, a condição transcendental de sua possibilidade como atualização histórica. “A Justiça vale para que todos os valores valham”. (Miguel Reale) Direito e Justiça A Justiça deve ser, complementarmente, subjetiva e objetiva – dialeticidade do homem com a ordem justa – projeção constante da pessoa humana. A Justiça é a “constante coordenação racional das relações intersubjetivas para que cada homem possa realizar livremente seus valores potenciais visando a atingir a plenitude de seu ser pessoal, em sintonia com os da coletividade.” (Miguel Reale) Direito e Justiça Qual dos pensadores a seguir relacionados afirma que a lei moral comanda categoricamente aquilo que se deve fazer, e a lei jurídica permite aquilo que se pode fazer? a) Immanuel Kant. b) Miguel Reale. c) Hans Kelsen . d) Norberto Bobbio. e) Rudolf Von Ihering. Interatividade 6. Pensamento de Miguel Reale – Estrutura Tridimensional do Direito Todas as regras sociais ordenam a conduta, tanto as morais quanto as jurídicas. O que as difere? A bilateralidade atributiva. Tridimensionalismo Jurídico O Direito ordena a conduta de maneira bilateral e atributiva para realizar o bem comum – convivência ordenada. Bem comum: ordenação daquilo que cada homem pode realizar, sem prejuízo do bem alheio; composição harmônica do que é de cada um com o bem de todos; estrutura social na qual sejam possíveis formas de participação e de comunicação de todos os indivíduos e grupos. Tridimensionalismo Jurídico A conceituação do Direito deve ser ética. “Direito é uma proporção real e pessoal, do homem para o homem, que se conservada, conserva a sociedade, se corrompida, corrompe-a”. (Dante Alighieri) Os aspectos básicos do Direito são: normativo; fático; axiológico. Tridimensionalismo Jurídico Normativo – Direito como ordenamento – ciência. Fático – Direito como fato – efetividade social e histórica. Axiológico – Direito como valor – justiça. Tridimensionalismo Jurídico Onde quer que haja um fenômeno jurídico, há sempre: um fato subjacente; um valor que defere determinada significância a esse fato; uma regra ou norma. Tridimensionalismo Jurídico Um fato subjacente – fato geográfico, demográfico, político, econômico e social. Um valor que confere determinada significação a esse fato – o que deve ser preservado ou não para o atingimento de certa finalidade ou objetivo. Uma regra que representa a relação ou a medida que integra o fato ao valor – a norma – síntese integrante de fatos ordenados segundo distintos valores. Tridimensionalismo Jurídico Fatos, valores e normas se implicam e se exigem reciprocamente, dialetizam – coexistem numa unidade concreta, são elos de um processo. O fato realiza o valor através da norma. A vida do Direito resulta da interação dinâmica e dialética dos três elementos que o integram. Tridimensionalismo Jurídico Dialética da polaridade – fato, valor e norma se correlacionam de modo que cada um deles se mantém irredutível ao outro, mas se exigindo mutuamente. Origem da estrutura normativa dos fatos segundo valores. Tridimensionalismo Jurídico Onde quer que haja uma relação jurídica há sempre, necessária e conjuntamente, a presença de três elementos que atuam como elos de um processo, já que o Direito é uma realidade histórico-cultural. Quais são esse fatores ou elementos? a) Fato, sanção e norma. b) Fato, valor e norma. c) Coerção, bem comum e valores. d) Fato, bem comum e norma. e) Culturalismo, bem comum e fato. Interatividade Culturalismo – o Direito em seu conteúdo dinâmico: objeto criado pelo homem; conteúdo valorativo; conteúdo ideológico; problemática social . Tridimensionalismo Jurídico O Direito deve ser concebido à luz das normas, dos fatos e dos valores. O aplicador do Direito deve ser filósofo, sociólogo e jurista de forma integrativa. Tridimensionalismo Jurídico Deve-se analisar os três elementos em correspondência com os problemas complementares da: validade social; validade ética; validade técnico jurídica. Tridimensionalismo Jurídico Elementos constitutivos Nome dominante Concepções unilaterais fato eficácia sociologismo jurídico valor fundamento moralismo jurídico norma vigência normativismo abstrato Tridimensionalismo Jurídico Tridimensionalidade genérica – estudos levados a cabo separadamente – pontos de vista específicos. Tridimensionalidade específica – correlação essencial dos elementos constitutivos do Direito – conexão necessária. Tridimensionalismo Jurídico “Direito é a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de convivência segundo uma integração normativa de fatos, segundo valores”. (Miguel Reale) Direito é a realização ordenada e garantida do bem comum numa estrutura tridimensional. Tridimensionalismo Jurídico “Direito é a concretização da ideia de justiça na pluridiversidade de seu dever ser histórico, tendo a pessoa como fonte de todos os valores”. (Miguel Reale) Tridimensionalismo Jurídico Direito e Moral A Filosofia do Direito se situa, paradoxalmente, na base e na cúpula do edifício jurídico. Epistemologia Jurídica. Culturologia Jurídica ou Filosofia da História do Direito. Deontologia Jurídica. A Filosofia do Direito – Ontognoseologia Epistemologia Jurídica: indagação dos pressupostos lógicos e dos métodos de pesquisa do Direito. Culturologia Jurídica ou Filosofia da História do Direito – determina o sentido objetivo da história do Direito através das vicissitudes sociais, nos diversos ciclos de evoluções e involuções. Deontologia Jurídica: valores e fins que devem nortear o homem na experiência jurídica. A Filosofia do Direito – Ontognoseologia Epistemologia Jurídica + Culturologia Jurídica ou Filosofia da História do Direito Ontognoseologia + Jurídica Deontologia Jurídica A Filosofia do Direito – Ontognoseologia Quando não se realiza uma simples harmonização de resultados de ciências distintas, mas se analisa a correlação essencial dos elementos constitutivos do Direito, mostrando que se implicam numa conexão necessária, estamos diante da: a) Culturologia jurídica. b) Epistemologia jurídica. c) Tridimensionalidade genérica. d) Deontologia jurídica. e) Tridimensionalidade específica. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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