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Relação Jurídica - Aula 2 da Quarentena

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Introdução ao Estudo do Direito 2
AULA 2 DA QUARENTENA
RELAÇÃO JURÍDICA
Falar da relação jurídica é falar da própria vida dos direitos. A relação jurídica dá efeito aos direitos. Na relação jurídica, algum direito pode ser modificado ou até mesmo chegar a ser extinto.
Numa relação jurídica, pode acontecer dos sujeitos defenderem seus direitos. 
A doutrina entende que a relação jurídica é uma espécie de vínculo que vai unir duas ou mais pessoas em uma interação que vai ser regulada pela norma jurídica, em torno de um objeto jurídico.
Rudolf Ihering afirmava que a relação jurídica está para a ciência do direito, assim como o alfabeto está para a palavra.
A relação jurídica vai ser um vínculo intersubjetivo que vai ser concretizado pela ocorrência de um fato. Tais fatos vão ser descritos pela lei (fato jurídico).
A relação jurídica é especificada por uma norma jurídica.
TEORIAS DA RELAÇÃO JURÍDICA
Teorista personalista, do alemão Bernhard Windscheid, que diz que a relação jurídica é o vínculo entre dois sujeitos. Para ele, a relação jurídica é aquela que através da qual juridicamente se vincula duas pessoas, tendo por interesse o objeto. 
A teoria normativista é fundada na ideia de que a relação jurídica consiste na necessidade de determinado comportamento a partir da existência de um fato que produza efeitos jurídicos, portanto, seria indispensável a concretização de cada relação. 
Teoria objetivista que se pauta na objetificação do sujeito passivo. 
FORMAÇÃO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS
As relações jurídicas vão se formar pela incidência das normas jurídicas nos fatos sociais. Pois a relação jurídica acontece de fato na vida social.
A relação jurídica são acontecimentos que vão instaurar direitos, modificar direitos e extinguir relações jurídicas. 
Relações jurídicas fundamentais decorrem da lei. A lei vai estabelecer todos os direitos.
O direito básico é o respeito do direito do outro em sociedade.
Para existir relação jurídica é necessário que exista dois requisitos: uma relação intersubjetiva, ou seja, um vínculo entre duas ou mais pessoas. 
Segundamente, esse vínculo corresponde a uma hipótese normativa, de maneira que vai derivar as consequências ou efeitos que são obrigatórios do plano da experiência humana.
O fato adquire uma significação jurídica. E ao incorporar essa significação jurídica, o fato jurídico vai originar uma relação concreta.
SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
Vão ser aqueles considerados aptos a adquirir e exercer direitos e contrair obrigações. Podem ser pessoa física, pessoa jurídica ou entes despersonalizados.
Os entes despersonalizados são tidos como entes anômalos, se parecem com pessoas jurídicas. Exemplo: Massa falecida, no processo de falência. Nascituro.
Sujeito ativo – vai ser aquele que titulariza os direitos, vai ser o titular do direito subjetivo. Ele poderá exigir uma prestação do sujeito passivo da relação jurídica
Sujeito passivo – é o devedor, todo aquele que está obrigado diante do sujeito ativo a respeitar o direito do sujeito ativo. Será sempre um sujeito passivo aquele que faz ou dá alguma coisa para o sujeito ativo.
Objeto – elemento motriz da relação jurídica, é a coisa ou prestação que recai o vínculo jurídico.
Objetivo imediato – vai ser sempre uma prestação. Vai ser aquele que toca imediatamente o sujeito. 
A prestação está dividida em positiva, que é o ato de fazer ou dar e a negativa, que é quando o sujeito passivo se abstém de realizar tal ato.
Objetivo mediato – são os bens jurídicos, podem ser coisas ou pessoas.
Exemplo: Se Maria tem que lavar as roupas de Carla, a lavagem é o objeto imediato e as roupas tornadas limpas com a lavagem são o objeto mediato. 
Vínculo de atributividade – é o vinculo jurídico. É o liame que vai ser reconhecido juridicamente pelos sujeitos, pode ser reconhecido pela lei ou por contratos. A inexistência do vínculo vai acarretar a inexistência da relação jurídica.
Toda vez que uma obrigação social admite uma tutela legal, ela vai ser regulada pelo modelo que admite o legislador. 
Decorre de uma norma, que é criado e aceito por uma lei.
Classificação da relação jurídica
Simples – quando cada sujeito ocupa uma posição definida na relação jurídica, você sabe quem é o sujeito ativo e o sujeito passivo.
Complexa – quando as pessoas ocupam simultaneamente as duas posições.
Exemplo: Numa compra e venda, o comprador tem direito à entrega do objeto comprado (sujeito ativo) e o dever de pagar o preço (sujeito passivo). E o vendedor tem direito de receber o pagamento do preço (sujeito ativo) e o dever de entregar a coisa vendida (sujeito passivo).
O ser humano precisa interagir com o outro!!!!
NA DOUTRINA:
Maria Helena Diniz traz duas visões de autores diferentes. 
Como Kelsen que diz que a relação jurídica é uma relação entre indivíduos e não entre normas.
Para Kelsen, não há ideia de direito subjetivo, ele nega toda essa situação de escolha do sujeito ativo.
Maria Helena destaca que Kelsen tem uma visão objetivista, já Passarelli vai evidenciar a corrente subjetivista e o poder de ação que é inerente ao ser humano.
Lourival Vilanova, numa relação social ou fática, a relação vai ser uma espécie de transformação do vínculo fático em vínculo jurídico. A relação jurídica vai ser de efeito.
AQUISIÇÃO E MODIFICAÇÃO DOS DIREITOS
A aquisição de direitos é um tipo de conjunção do direito com o titular. Seria o momento em que o direito se torna um só com o seu titular. 
Modos de adquirir direito: 
Originária – acontece no momento que o direito nasce para o titular, quando o titular se apropria de um bem de maneira direta, sem interferência de outra pessoa.
Derivada – acontece quando o direito é transferido de uma pessoa para outra, existindo uma relação jurídica entre o anterior titular do direito e o atual titular do direito.
Gratuita – acontece quando não há qualquer contraprestação. 
Onerosa – ocorre quando o patrimônio do adquirente enriquece em razão de uma contraprestação. Exemplo: compra e vende, onde você vende e recebe o dinheiro.
MANEIRA QUE ACONTECE A AQUISIÇAÕ
À título universal – que vai ser onde o adquirente do direito substitui o seu antecessor na totalidade dos direitos, tanto em direitos quanto em obrigações.
À título singular – ocorre quando uma pessoa adquire uma ou várias coisas que são determinadas apenas para aquilo que concerna a um direito especificado. 
PROCESSO FORMATIVO DA AQUISIÇÃO
Simples – quando o fato gerador da relação jurídica vai consistir em um só ato.
Complexo – vai decorrer do suporte fático complexo. Na complexa, é necessária a ocorrência simultânea e sucessiva de mais de um fato.
A aquisição pode ser feita por intermédio de outra pessoa.
Os direitos podem ser completamente adquiridos e podem ser um direito futuro, que é aquele que a aquisição ainda não teve fim.
MODIFICAÇÃO DE DIREITOS
A modificação dos direitos pode acontecer no conteúdo ou no objeto ou em seus titulares, sem que haja alteração em sua substância.
Quando ocorre alteração no conteúdo ou objeto ela é uma modificação objetiva.
A modificação pode tocar os titulares da relação, dessa forma, ocorre uma modificação subjetiva.
MODIFICAÇÃO OBJETIVA
A modificação objetiva pode atingir a qualidade ou quantidade do objeto.
A modificação objetiva qualitativa ocorre quando o conteúdo do direito se converte em outra espécie.
A modificação objetiva quantitativa ocorre se o objeto aumentar ou diminuir no volume sem alterar a qualidade do direito. Esse aumento pode ocorrer em virtude de ato jurídico do titular ou de outra pessoa ou de stricto sensu.
MODIFICAÇÃO SUBJETIVA
É aquela pertinente ao titular do direito. Então os sujeitos vão sofrer alterações mas a relação jurídica vai sub existir

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