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Caso 2 - Revogação da prisão

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ....ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CACHOEIRINHA
Eleutério Gomes de Barros, já qualificado na exordial peça acusatória, que tramita neste juízo, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado procurador na forma do que dispõe o art. 5º, inc. LXV da Constituição Federal e no artigo 316 do Código de Processo Penal, apresentar REQUERIMENTO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA  E/OU IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES, pelos fatos e fundamentos a seguir descritos:
I – DOS FATOS
O requerente é acusado de suposta prática do crime previsto no art. 270 do código de processo penal, apenas, e somente apenas, pelo fato de que com ele foram encontradas substancias agroquímicas possivelmente similares as que foram usadas em uma plantação de café da região de cachoeirinha 2 (dois) dias antes. 
Ocorre que, de maneira totalmente arbitraria e 2 (dois) dias após o ocorrido na plantação de café, foi decretada a prisão em flagrante do requerente baseando-se tão somente nas substancia possivelmente similares encontradas em sua posse, e na suposta condição do requerente destruir provas e atrapalhar as investigações. Então 24 (vinte e quatro) horas depois foi convertida em preventiva pelo MM. Juiz.
Ressalta-se neste que não há nenhuma prova testemunhal, ou material, em que se possa fazer um liame entre o fato ocorrido e a culpa do requerente.
II – AUSENCIA DE FUNDAMENTOS PARA A MANUTENÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.
Inicialmente é importante mais uma vez ressaltar que não há nenhuma prova testemunhal, ou material, em que se possa fazer um liame entre o fato ocorrido e a culpa do requerente.
Ademais constata-se também, que não mais existe risco a instrução criminal, vez que, a referida peça acusatória já se encontra Conclusa para Despacho, e todas as provas já foram produzias no curso do processo. 
Vale a pena salientar que o art.316 do código de Processo Penal, fala que ausentes os requisitos que ensejaram a prisão preventiva, o mesmo deverá ser posto em liberdade provisória, o que claramente está contido nesse caso.
Dado o caráter de excepcionalidade da prisão provisória, tem reiteradamente decidido o Supremo Tribunal Federal:
Necessidade de fundamento baseado em fato concreto: “A mera suposição, fundada em simples conjecturas, não pode autorizar a decretação da prisão cautelar de qualquer pessoa. A decisão que ordena a privação cautelar da liberdade não se legitima quando desacompanhada de fatos concretos que lhe justifiquem a necessidade, não podendo apoiar-se, por isso mesmo, na avaliação puramente subjetiva do magistrado de que a pessoa investigada ou processada, se em liberdade, poderá delinquir, ou interferir na instrução probatória, ou evadir-se do distrito da culpa, ou, então, prevalecer-se de sua particular condição social, funcional ou econômico-financeira. Presunções arbitrárias, construídas a partir de juízos meramente conjecturais, porque formuladas à margem do
sistema jurídico, não podem prevalecer sobre o princípio da liberdade, cuja precedência constitucional lhe confere posição eminente no domínio do processo penal”1.
Fundamentos inidôneos: “O fato de o crime ser apenado com reclusão não conduz necessariamente à decretação da prisão preventiva – alcance dos artigos 312 e 313, inciso I, do Código de Processo Penal e 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal”.
 “Prisão preventiva: garantia da ordem pública. Afirmação de que a ‘liberdade do paciente representa sério risco ao convívio social’, não amparada em qualquer fato concreto que a comprove, (...) liberdade provisória deferida” 
prisão cautelar do suposto autor do comportamento delituoso, sob pena de completa e grave aniquilação do postulado fundamental da liberdade. O clamor público – precisamente por não constituir causa legal de justificação da prisão processual (CPP, art. 312)– não se qualifica como fator de legitimação da privação cautelar da liberdade do indiciado ou do réu, não sendo lícito pretender-se, nessa matéria, por incabível, a aplicação analógica do que se contém no art. 323, V do CPP, que concerne, exclusivamente, ao tema da fiança criminal”. 
Veja-se recente decisão:
Habeas corpus. 2. Tráfico de entorpecentes (art. 33 da Lei 11.343/06). 3. Enunciado 691 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. Manifesto constrangimento ilegal. Superação. 4. Conversão da prisão em flagrante em preventiva por meio de formulário pré-formatado. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO LASTREADA EM ELEMENTOS CONCRETOS A JUSTIFICAR A PRISÃO CAUTELAR. 5. Excepcionalidade da prisão. Possibilidade de aplicação de outras medidas cautelares. Art. 319 do CPP. 6. Ordem concedida, confirmada a liminar para suspender os efeitos da ordem de prisão preventiva decretada em desfavor do paciente, se por outro motivo não estiver preso e sem prejuízo da análise da aplicação de medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. 7. Extensão da decisão ao corréu em razão da identidade da situação processual (art. 580 do CPP). (HC 128880, Relator (a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 27/10/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-036 DIVULG 25-02-2016 PUBLIC 26-02-2016).
III- EXCESSO DE PRAZO DA MEDIDA CAUTELAR 
É importante salientar que o requerente já se encontra preso por um longínquo período, sem que se tenha ocorrido um juízo definitivo de culpa, também se é necessário demonstra que o requerente, assim com exposto nos artigos 312 e 316 do CPP, deveria ter sido posto em liberdade quando findadas investigações, visto que não se fazia necessária a manutenção da prisão em questão, assim com estavam presentes os requisitos necessários para tal. 
IV- DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, requer a V.Exa., o seguinte:
a) revogar a prisão preventiva do requerente o Sr. Eleutério Gomes de Barros, concedendo liberdade provisória sem imposição de fiança; OU
b) revogar a prisão preventiva decretada, substituindo-a por medidas cautelares diversas da prisão, notadamente o monitoramento eletrônico (tornozeleira);
c) em qualquer das hipóteses acima, determinar a expedição do competente alvará de soltura em favor do acusado, devendo o mesmo ser posto em liberdade, se por outro motivo não deva permanecer preso.
	Nestes Termos;
	Pede Deferimento.
Local/Data
ADVOGADO
OAB nº _____

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