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AVALIAÇÃO DO SISTEMA RENAL-URINÁRIO Profa. Bruna Sepulvedra e Tamires Ferreira INTRODUÇÃO o As doenças do rim e trato urinário contribuem com aproximadamente 850 mil mortes a cada ano o12ª causa de morte o17ª causa de incapacidade mundial Problema de saúde pública o No período de setembro de 2011 a setembro de 2012 as doenças renais foram responsáveis por mais de 224 mil internações hospitalares pelo SUS o 10% na Região Norte o 25% na Região Nordeste o 35% na Região Sudeste o 20% na Região Sul o 9% na Região Centro Oeste No Brasil as principais causas de doenças renais são a hipertensão arterial seguida de outras doenças cardiovasculares (variando de 42% a 54%), exceto a região Norte, onde a causa mais frequente é a diabetes (36%). O diagnóstico precoce e o encaminhamento à terapia adequada são fatores extremamente importantes para a melhora da sobrevida e da qualidade de vida dos portadores de doenças renais e consequente diminuição da morbimortalidade SISTEMA RENAL-URINÁRIO o Formado pelos rins, ureteres, bexiga e uretra o Rins são situados entre a 10 vértebra torácica e 3 lombar o Pesa entre 120 e 170g o Mede 12cm de comprimento por 6cm de largura e 2,5cm de espessura o Mantém a hemostasia , regulando o equilíbrio hidroeletrolítico o Os rins são responsáveis pela filtração, reabsorção e secreção oFiltram o sangue e removem as toxinas ou substâncias que estão em excesso no organismo. ANATOMIA Localização dos Rins o Cada rim contém cerca de 1.000.000 de néfrons, cada néfron têm a capacidade de formar a urina por si só o O rim não tem capacidade de regenerar novos néfrons, em caso de lesão ou doença renal, ou no processo de envelhecimento normal, verifica-se diminuição gradual no número de néfrons Excreção da urina. Reabsorção de substâncias pelos túbulos renais para o sangue; O líquido filtrado deixa a cápsula de Bowman passa pelos túbulos renais Filtração glomerular - na cápsula de Bowman a maioria das substâncias, com exceção das proteínas, é filtrada livremente) Formação da Urina FUNÇÕES DOS RINS: ➢Manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico ➢Manutenção do Equilíbrio Ácido- Básico ➢Produção de Hormônios BEXIGA o Saco composto por musculatura lisa e está localizado atrás da sínfise púbica o 300ml a 500ml o Uretra o Conduto para a eliminação da urina AVALIAÇÃO URINÁRIA E RENAL Etapa1: história de saúde pregressa oHistória Pregressa: uso de medicamentos nefrotóxicos; presença de doença renal; hipertensão arterial, doenças sistêmicas (Ex.: Lupus; esclerodermia); distúrbios congênitos; câncer; cirurgias urinárias ou renais; traumatismo ou cirurgia. oPadrões de Saúde: percepção de saúde urinária (cansaço; alteração de peso; sede excessiva; inchaço; tabagismo; problemas urológicos; padrões nutricional metabólico; padrões de eliminação ANAMNESE o Localização, caráter e duração da dor o Relação da dor com a micção o Fatores que precipitam e aliviam a dor o História de infecção urinária prévia o Ocorrência de febre e calafrios o Uso de medicamentos, álcool, fumo e drogas o Alterações na coloração da urina o Presença de sangue na urina o Distúrbios da micção o Frequência urinária – 1000 a 2000 ml/dia • Emissão de urina com diferentes graus de desconforto • Micção acompanhada de dor que - referida no meato uretral • Causada por inflamação em decorrência de infecção urinária, processos obstrutivos ou inflamatórios da bexiga e/ou da uretra Disúria • Aumento da frequência das micções, ou seja, micções com intervalos menores que o habitual • Frequentemente, associa-se à eliminação de volumes urinários menores que os de hábito. Polaciúria • Aumento do volume urinário – 2500 ml/dia • Pode decorrer por mobilização de edemas, diminuição do hormônio antidiurético, diabetes mellitus e até por desobstrução aguda das vias urinárias excretoras. Poliúria • Diminuição da diurese – abaixo de 400ml/dia • Pode ser decorrente da falta de ingestão de líquidos, da formação de edemas por processos inflamatórios, de estados hipovolêmicos e, em intoxicações exógenas. Oligúria • Ausência total de urina – inferior a 100 ml/dia Anúria • Desejo forte, súbito e irrefreável de urinar Urgência • Condição em que se usam recursos auxiliares para urinar • Como a micção é ato realizado de forma confortável e sem esforço, seu aparecimento sempre reflete dificuldade no esvaziamento vesical • Clinicamente, acompanha-se de apneia expiratória, estase jugular, contratura da parede abdominal e eliminação de flatos. Esforço • Força e/ou calibre • Geralmente, há esforço miccional; tem significado clínico semelhante. Alteração do jato • Incapacidade de eliminar a urina acumulada na bexiga • Em adultos do sexo masculino, a maior suspeita recai sobre problemas uretroprostáticos. No feminino, doenças neurológicas ou inflamatórias/infecciosas. Retenção urinária • Perda involuntária de urina • Contínua ou intermitente, com ou sem micções preservadas, relacionada ou não ao esforço abdominal Incontinência • Micção noturna • Aumento do volume urinário noturno • Normalmente, um adulto não deve acordar mais do que 2 vezes por noite para urinar Nictúria • Emissão de gases pelo trato urinário, não necessariamente, mas principalmente ao urinar • Pode aparecer em quadros infecciosos, mais frequentemente em diabéticos e/ou em comunicações anormais entre os tratos digestivo e urinário (fístulas neoplásicas, inflamatórias). Pneumatúria • Incapacidade de urinar diante de pessoas ou em ambientes estranhos Paraurese • Eliminação involuntária da urina durante o sono • Causas: Retardo na maturação funcional do SNC, falha em concentrar a urina, ITU, estresse psicológico. Enurese • Dificuldade de iniciar a micção Hesitação ALTERAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS DA URINA o Ao ser eliminado, o filtrado urinário tem aspecto límpido, cor amarelo-citrina e odor característico Espuma em excesso, levanta suspeita de proteinúria decorrente de aumento na ingestão de proteínas ou de perdas por doenças nefrológicas A urina normal, quando exposta ao meio ambiente, pode tornar- se turva pela ação de organismos desdobradores de ureia, que promovem precipitação de cristais. Por isso, a urina deve ser analisada imediatamente após sua emissão. Urina Turva o Coloração o Sofre alteração com alimentos (beterraba e anilinas), medicamentos (ampicilina, rifampicina e antissépticos urinários) e produtos do metabolismo normal (pigmentos biliares) podem alterar sua cor. o Quando muito concentrada, pode induzir a erros de interpretação • Presença de sangue na urina • Pode ser identificada por aspecto turvo e cor, de avermelhada até cor de Coca-Cola, dependendo fundamentalmente da origem e da intensidade do sangramento. Hematúria DOR De maneira geral, dor decorrente de inflamação é contínua, ao passo que a dor oriunda de processo obstrutivo tem caráter em cólicas • Normalmente localiza-se no ângulo costovertebral - lateral ao músculo sacroespinhal e abaixo da 12ª costela • É atribuída à distensão súbita da cápsula renal, podendo irradiar-se ao trajeto do ureter, à região umbilical e até aos genitais • Pode haver náuseas, vômitos e diarreia Proveniente do rim • Aparece subitamente, geralmente secundária à obstrução, por distensão aguda e aumento de sua peristalse Dor originada no ureter • Desconforto suprapúbico, intermitente nos quadros inflamatórios, que varia de acordo com o grau de repleção vesical • Associa-se a sintomas miccionais, predominantemente de armazenamento, podendo provocar retenção urinária. Na dor de origem vesical Quanto à localização da Dor : TIPO LOCALIZAÇÃO CARÁTER POSSÍVEL ETIOLOGIA RIM Ângulo costovertebral , pode se estender até o umbigo. Maciço constante; dor grave aguda, penetrante, em cólica. Cálculo renal, trauma, pielonefrite, etc. BEXIGA Área suprapubica Maciça e contínua; pode serintensa com a micção; grave com a bexiga cheia Infecção, cistite, tumor URETERAL Flanco, área abdominal inferior, testículos, grandes lábios. Grave, aguda, penetrante, cólica. Cálculo uretral URETRAL Masculino: ao longo do pênis. Feminino: uretra até o meato. Mais acentuada durante e após a micção. Infecção da uretra ,trauma. DOR EXAME FÍSICO - INSPEÇÃO •Turgor da pele e das mucosas. •Estado de hidratação. •Volume urinário. •Presença de edemas. EXAME FÍSICO - PALPAÇÃO • Avaliar volume, forma, consistência e contorno dos rins. • O rim direito é palpado com mais facilidade, devido a localização. •O esquerdo, por ser mais alto, é praticamente impalpável • Em pacientes magros, o polo inferior do rim direito normal pode ser palpado ao final da expiração profunda • Os rins são indolores, duros, de consistência parenquimatosa, de superfície regular Palpação do Rim Método do Devoto Manobra de ISRAEL Exame Físico - PERCUSSÃO RINS •Realizada na região lombar, no ângulo costo-vertebral. •Tem por objetivo observar a intensidade da dor. BEXIGA •Som maciço na presença de líquido Dor: hipersensibilidade no flanco, direita ou esquerda (distensão e inflamação da cápsula) pode indicar infecção. o Manobra de Giordano o Punho-percussão da loja renal deve ser feita de maneira sutil e costuma ser positiva em pacientes com distensão da cápsula renal por obstrução ou por infecção o Todo paciente com queixa de dor lombar deve ser examinado em busca de sinais de irritação de raízes nervosas ou de dor osteomuscular Percussão do Rim •Avalia-se a presença de ruídos da artéria renal, que podem se causados por estenoses ou aneurismas das artérias renais ou da aorta abdominal. EXAME FÍSICO – AUSCULTA ARTÉRIAS RENAIS Pontos de Ausculta das Artérias Renais PROBLEMAS DO SISTEMA URINÁRIO o Cistite: infecção urinária da bexiga, geralmente causada por bactérias o Sintomas: oDor na parte inferior do abdômen o Ardência ao urinar oUrinar com frequência oCheiro forte na urina o Hematúria o Pielonefrite: Infecção do trato urinário ascendente (rim) o Afeta quase todas as estruturas do rim. o Sintomas: oDor na micção oMaior frequência e urgência urinária oComo em qualquer infecção, há febre, suores, mal-estar. o Cálculo renal: massa ou agregado cristalino sólido que se forma nos rins a partir de sais minerais presentes na urina. o Classificados em função da sua localização nos rins, ureter, uretra ou bexiga, ou em função da sua composição química (constituídos por cálcio, ácido úrico ou outros minerais o Geralmente expelidos do corpo através da corrente urinária o A maior parte dos cálculos forma-se e deixa o corpo sem manifestar quaisquer sintomas o No entanto, quando um cálculo atinge uma dimensão considerável, geralmente superior a 3 mm, pode provocar obstrução da uretra o Distensão e dilatação da pelve e dos cálices renais e espasmo da uretra o Sintomas: Dores - cólica renal. As cólicas renais podem estar associadas a náuseas, vômitos, febre (raro), sangue ou pus na urina ou ainda dor ao urinar. CASO CLÍNICO Identificação: MPSB, 68 anos, feminino, procedente de Restinga. QP: Dor nas costas e para urinar há 2 dias. HDA: Paciente relata que há 2 dias iniciou quadro de dor lombar à direita associada a disúria, polaciúria, febre e eliminação de urina escurecida. Também refere náuseas e vômitos + prostração e diminuição do apetite. Nega infecções urinárias de repetição. HPP: Nega HAS Nega DM Nega uso de medicações regularmente CASO CLÍNICO História social: Nega tabagismo e etilismo Ao exame, paciente consciente, eupnêica, acianótica, corada, hidratada, afebril e anictérica. PA = 121/61 mmHg FC = 102 bpm FR = 16 irpm Tax = 38° C SpO2 = 96% (AA) AR – MV audível universalmente sem RA ACV – RCR em 2T BNF sem sopros e/ou arritmias Abdome – Plano, flácido, sem visceromegalias, doloroso à palpação profunda em flanco D, sem sinais de irritação peritoneal, peristalse presente, Giordano positivo à direita MMII – Sem edema, panturrilhas livres, pulsos simétricos RESULTADO DOS EXAMES LABORATORIAIS Hemograma: Hb = 11,8g/dl e Ht = 36% GB = 13500 77% de neutrófilos com desvio à esquerda (11% de bastões) Plaquetas = 150.000 Gasometria arterial: Sem acidose metabólica com lactato de 1,0mmol/L Creatinina = 2,29 Uréia = 65 Na = 134 K = 4,0 RESULTADO DOS EXAMES LABORATORIAIS Urina I: Moderadamente turva Ácida, com densidade de 1020 2.000.000 de leucócitos 1000 células 40.000 hemácias bactérias frequentes nitrito positivo ▪USG de rins e vias urinárias: normal RESULTADO DOS EXAMES LABORATORIAIS ▪3º DIA DE INTERNAÇÃO SAIU RESULTADO DA UROCULTURA: Isolamento na urina de E.coli + de 100.000U formadoras de colônias sensível a celalosporinas de 2ª e 3ª gerações, sulfametoxazol-trimetropin, piperacilinatazobactan e ciprofloxacina, resistente a norfloxacina, cefalosporinas de 1ª geração e amoxicilina-clavulanato. BONS ESTUDOS!!!!!!!!
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