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Unidade I - Fisiologia respiratória Disciplina: ACF107 - Fisiologia Veterinária I Unidade 1: SISTEMA RESPIRATÓRIO Aula 1 Leonardo Replace Leonardo Replace 1 e 2 Unidade I - Fisiologia respiratória Objetivos da aula • Conhecer e compreender a macro e micro anatomia do sistema respiratório; • Conhecer e compreender as funções do sistema respiratório; • Conhecer e compreender o processo de ventilação e seu controle; • Conhecer e compreender a mecânica respiratória; • Conhecer e compreender os conceitos de volume e capacidade respiratória; • Conhecer e compreender os fatores de estabilização da superfície alveolar; • Conhecer e compreender a circulação e o fluxo sanguíneo pulmonar; • Conhecer e compreender as pressões e trocas de líquidos nos capilares pulmonares. Unidade I - Fisiologia respiratória ESTRUTURA Unidade I - Fisiologia respiratória VISÃO GERAL Unidade I - Fisiologia respiratória CAMINHO AR / ALIMENTO Unidade I - Fisiologia respiratória FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Principal transporte de O2 e de CO2 entre o meio ambiente e os tecidos. CONSUMO DE O2 PRODUÇÃO DE CO2 Entra sai Consumo máximo de O2 = VO2max varia entre as espécies. -Animais maiores e/ou mais ativos tendem a ter VO2max; Unidade I - Fisiologia respiratória Esta exigência de trocas gasosas pode aumentar até 30X em exercício. Unidade I - Fisiologia respiratória termorregulação metabolismo de substâncias endógenas e exógenas proteção contra poeiras, gases tóxicos e agentes infecciosos. Outras funções do sistema respiratório Unidade I - Fisiologia respiratória Ventilação distribuição nos pulmões difusão na membrana respiratória transporte tecidos VENTILAÇÃO = movimento do ar (gás) para dentro e para fora do pulmão. QUAL O “CAMINHO” DO O2? Unidade I - Fisiologia respiratória ↑ a necessidade metabólica de O2 ↑ a necessidade de ar nos pulmões VE = Volume de ar por minuto = ventilação / minuto VE = VC x f EXERCÍCIO ou da TAXA METABÓLICA necessidade de aumentar a ventilação pulmonar ↑ volume corrente = quanto entra de ar e / ou ↑ frequência respiratória Unidade I - Fisiologia respiratória Narina cavidade nasal faringe laringe traquéia brônquios bronquíolos ALVÉOLOS Até aqui ESPAÇO MORTO ANATÔMICO MORTO pois aqui não ocorrem trocas gasosas !! Ventilação do ESPAÇO MORTO = VD VENTILAÇÃO ALVEOLAR (VA) onde ocorrem as trocas gasosas. Unidade I - Fisiologia respiratória Alvéolos troca gasosa Espaço morto anatômico Sem trocas! Unidade I - Fisiologia respiratória Alvéolos troca gasosa Unidade I - Fisiologia respiratória O sangue venoso, carregado de CO2 chega ao alvéolo Após as trocas gasosas, o sangue arterial sai carregado de O2 para ser distribuído. Unidade I - Fisiologia respiratória Assim: VC = VA + VD Cada um multiplicado pela frequência respiratória VC x f = (VA x f) + (VD x f) Ou seja... VE = VA + VD Ventilação alveolar Ventilação do espaço morto Regulação igualar a absorção de O2 e a eliminação de CO2; Em exercício: VE capta mais O2 e elimina mais CO2 O aumento da VD tem função na termorregulação. APLICAÇÃO IMPORTANTE: relação VOLUME / Espaço morto Anestesiologia equipamento não deve espaço morto ! Unidade I - Fisiologia respiratória CICLO RESPIRATÓRIO Ventilação e gasto de energia para movimento muscular Inspiração energia músculos proporcionar a entrada de ar nos pulmões; Expiração força elástica energia “armazenada” por ocasião da inspiração; Assim: Inspiração processo ativo Expiração processo passivo Unidade I - Fisiologia respiratória Padrão respiratório ou forma de onda • Varia pouco entre as espécies de mamíferos; • As fases são uniformes e simétricas; • Exceção equino, duas fases durante a inspiração e duas fases durante a expiração (decorrer de um atraso no disparo dos neurônios inspiratórios tardios). Ciclos respiratórios complementares/suspiro • Uma inspiração rápida e profunda, seguida de expiração de maior duração; • Ocorrem muitas espécies, + frequente equino; • Mecanismo compensatório para a ventilação deficiente. Unidade I - Fisiologia respiratória TIPOS DE RESPIRAÇÃO ABDOMINAL (predominante) – movimentos visíveis do abdome, (o abdome se protrai durante a inspiração e se retrai durante a expiração) COSTAL - movimentação pronunciada das costelas (predominante na existência de afecções abdominais dolorosas, como peritonite) Unidade I - Fisiologia respiratória ESTADOS DA RESPIRAÇÃO •DISPNEIA - respiração difícil, em que há necessidade de um esforço visível para respirar. •HIPERPNEIA – ↑ profundidade, ↑ frequência ou ambas e pode ser observada após esforço físico. •POLIPNEIA - rápida e superficial, ligeiramente semelhante à respiração ofegante. ( assemelha-se à hiperpneia quanto à frequência, porém difere dela quanto à profundidade). •APNEIA - cessação da respiração. (clinicamente, refere-se, em geral, a um estado transitório de parada da respiração). •TAQUIPNEIA - refere-se a uma rapidez excessiva da respiração. •BRADIPNEIA - uma lentidão anormal da respiração. Unidade I - Fisiologia respiratória FREQUÊNCIAS RESPIRATÓRIAS É o número de ciclos respiratórios registrados em UM minuto e corresponde a um excelente indicador da saúde animal. Ocorrem variações em função da: - espécie animal; - do tamanho corporal; - da idade; - exercício físico; - excitação; - temperatura ambiente; - gestação; - estado de saúde (hipotermia e hipertermia); - grau de enchimento do trato digestivo. Um boi deitado terá aumento de frequência pois há compressão do diafragma pelo rúmen. Unidade I - Fisiologia respiratória FREQUÊNCIAS RESPIRATÓRIAS DE VÁRIAS ESPÉCIES EM DIFERENTES SITUAÇÕES Fonte: Ismar Araújo de Morais Unidade I - Fisiologia respiratória MECÂNICA RESPIRATÓRIA Principal músculo envolvido DIAFRAGMA Contração da cúpula diafragmática + compreensão dos tendões sobre o abdome deslocamento das últimas costelas para fora CAVIDADE TORÁCICA. cria PRESSÃO NEGATIVA AR FLUI DAS VIAS AÉREAS ATÉ OS PULMÕES A pressão negativa tende a colapsar as narinas, faringe e laringe músculos abdutores fundamentais para evitar isso e deixar o ar entrar. Unidade I - Fisiologia respiratória Músculos expiratórios abdominais e intercostais pressão abdominal força o diafragma relaxado para fora CAVIDADE TORÁCICA. Curiosidade exercício atividade músculos respiratórios VE Nos cavalos atletas há sincronização da ventilação com os passos, apenas em passo de corrida. Unidade I - Fisiologia respiratória Composição do ar inspirado e expirado DIMINUI POIS CAPTA O2 AUMENTA POIS LIBERA O CO2 UMIDIFICA Unidade I - Fisiologia respiratória VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES Unidade I - Fisiologia respiratória CRF capacidade residual funcional volume de gás que permanece no pulmão após cada expiração (cerca de 45 ml/Kg); Na CRF pressão da cavidade pleural (Ppl) é de – 5 cm H2O Ppl = pressão existente nos líquidos entre a pleura visceral e a parietal. Necessária para manter o pulmão na sua posição sem ela colaba. A Ppl torna-se mais negativa na inspiração para distender o pulmão elástico e o tórax e gerar fluxo de ar através das passagens aéreas que oferecem resistência à passagem do ar. Unidade I - Fisiologia respiratória Ppl = magnitude da variação da Ppl determinada pela: Ppl = ( VC / C ) + R . V Geralmente diminui de – 5 para – 7,5 cm H2O na inspiração Repouso respiração lenta Taxa de fluxo (V) Exercício taxa de fluxo MAIS energia usada para gerar fluxo contra a resistência das vias aéreas. taxa de fluxo aéreo Volume corrente complacência pulmonar resistência da via aérea Unidade I - Fisiologia respiratória Resistência friccional das vias aéreas (R) Exercício dilata vias aéreas R Unidade I - Fisiologia respiratória • Contração do músculo liso das paredes das vias aéreas afeta diâmetro da traqueia, dos brônquios e bronquíolos; • Substâncias irritantes estimula receptores irritantes parassimpático brionquiconstrição R; • Ocorre também com substâncias mediadoras de processos inflamatórios histamina ASMA. • Dilatação A e NA R para VE em casos de necessidade de O2 susto. Unidade I - Fisiologia respiratória Unidade I - Fisiologia respiratória PRESSÃO ALVEOLAR pressão do ar no interior dos alvéolos. Glote aberta sem fluxo de ar pressões em toda a área respiratória = pressão atmosférica 0 cm H2O; Na inspiração P alveolar para – 1 cm H2O movimenta cerca de 0,5 l de ar; Na expiração P alveolar para 1 cm H2O força aquele 0,5 l de ar para fora. Unidade I - Fisiologia respiratória Complacência Pulmonar variação de volume pulmonar para cada unidade de variação da pressão transpulmonar. de pressão entre a P alveolar e a Ppl -complacência é de cerca de 200 ml / cm H2O; -Determinada por: - forças elásticas do tecido pulmonar - forças elásticas causadas por tensão superficial no interior dos alvéolos Unidade I - Fisiologia respiratória SURFACTANTE, tensão superficial e colapso pulmonar: Moléculas de H2O se atraem água superficial que reveste o alvéolo tende a se contrair tende a expelir o ar dos alvéolos colapso. Efeito global força elástica causada pela tensão superficial SURFACTANTE tensão superficial da água no interior dos alvéolos complacência trabalho respiratório; Produzido pelas células epiteliais do tipo II DIPALMITOILFOSFATIDILCOLINA Fica espalhado por toda a superfície alveolar e reduz a tensão em 2 a 12 X em relação a água pura. Unidade I - Fisiologia respiratória Sem surfactante Com surfactante • Os alvéolos 1 e 2 possuem tensões superficiais iguals • O 1 tem pressão mais alta (devido ao menor raio) • O 1 tem maior tendência de colapsar e é mais difícil de inflar • O alvéolo 1 possui menor tensão superficial (mais surfactante por área) • 1 e 2 têm igual pressão (devido ao surfactante) • O 1 infla mais rapidamente que o 2 (até atingirem igual tamanho) Unidade I - Fisiologia respiratória CURIOSIDADE: O suspiro auxilia na liberação do surfactante pelas células tipo II e sua redistribuição na superfície dos alvéolos. Unidade I - Fisiologia respiratória Unidade I - Fisiologia respiratória Unidade I - Fisiologia respiratória SURFACTANTE + INTERDEPENDÊNCIA + TECIDO FIBROSO Alvéolos adjacentes e seus ductos sustentam-se entre si; Cada pulmão possui cerca de 50.000 unidades funcionais com poucos ductos alveolares e respectivos alvéolos, TODAS circundadas por septos fibrosos que funcionam como “TALA” de sustentação. = ESTABILIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE DOS ALVÉOLOS Unidade I - Fisiologia respiratória CIRCULAÇÃO PULMONAR O pulmão tem três circulações: • PULMONAR – artéria pulmonar com paredes delgadas e distensíveis grande complacência permite que acomode cerca de 2/3 débito sistólico do ventrículo direito. • BRÔNQUICA – volume de cerca de 1 a 2% do DC total sangue oxigenado que alimenta os tecidos conjuntivos, os septos e os grandes e pequenos brônquios; • LINFÁTICA – em todos os tecidos de sustentação do pulmão; Unidade I - Fisiologia respiratória CIRCULAÇÃO PULMONAR alveolares Vasos pulmonares extra-alveolares Resistência ao fluxo complacência Unidade I - Fisiologia respiratória Unidade I - Fisiologia respiratória Ao contrário do resto do corpo, a menor parte da resistência ocorre no leito capilar. VAI DIMINUINDO A RESISTÊNCIA A MEDIDA QUE O SANGUE FLUI. Unidade I - Fisiologia respiratória Alvéolos menos distendidos O2 provoca vasoconstrição direcionamento do sangue para alvéolos mais funcionais. Em exercício a circulação pulmonar deve acomodar um grande no fluxo sanguíneo necessidade de O2 Ventilação para transportar mais O2 Unidade I - Fisiologia respiratória PRESSÕES NO SISTEMA Pressão arterial pulmonar em repouso: pressão sistólica média na artéria pulmonar = 25 mmHg pressão diastólica média 8 mmHg Pressão média cerca de 15 mmHg Pressão capilar pulmonar cerca de 7 mmHg Pressões Venosa Pulmonar e Atrial Esquerda repouso 2 mmHg Unidade I - Fisiologia respiratória Em exercício: a pressão aumenta para 35 mmHg na maioria dos animais. Cavalos 90 mmHg pois tem uma pressão atrial esquerda muito alta – 50 mmHg – necessária para rápido enchimento do VE quando batimentos passam dos 200 por minuto !! Podem causar a hemorragia pulmonar induzida pelo exercício. A Hemorragia Pulmonar Induzida por Exercício (HPIE) é caracterizada pela presença de sangue de origem pulmonar na árvore traqueobrônquica e também por presença de sangue nas narinas após exercício intenso. Unidade I - Fisiologia respiratória VOLUME Pulmão reservatório 450 ml ou 9% do volume total; Varia de acordo com o status fisiológico. Cardiopatias insuficiência esquerda ou estenose mitral represamento de sangue na circulação pulmonar edema. Fluxo = DC sangue distribuído para todo o pulmão. Distribuição O2 alveolar contração vasos adjacentes fluxo sanguíneo em alvéolos pouco ventilados. Unidade I - Fisiologia respiratória Pressão coloidosmótica do liquido intersticial: 14 mmHg Pressão capilar (Pc): 7 mmHg Pressão coloidosmótica do plasma: 28 mmHg Pressão do líquido intersticial: – 8 mmHg TROCAS DE LÍQUIDOS NOS CAPILARES Forças para fora dos vasos (14 + 7 + 8) = 29 mmHg Força para dentro dos vasos = 28 mmHg RESULTADO pressão média de filtração dos capilares 1 mmHg perda constante de líquido ! APLICAÇÃO IMPORTANTE: em hipoproteinemias (ex. erliquiose) proteínas plasmáticas pressão coloidosmótica: Ex. se baixar de 28 para 25: 29 – 25 = 4 mmHg para fora EDEMA
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