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Cultura Antropológica. Desde muito tempo, várias áreas do conhecimento têm tentado explicar de forma coerente as diferenças existentes nos homens entre si e entre as sociedades genéticas ou geográficas em todo o mundo. A cultura, apesar de ser um tema pesquisado por diversas ciências, tem a Antropologia, como a principal área de debate sobre esta questão. Atualmente, o termo cultura ainda é usado para designar a posição social ou educacional de uma pessoa na sociedade, o que parece ser equivocado pois não existe uma sociedade ou indivíduo que não possua cultura. Edward Tylor (1832-1917), um dos pioneiros da antropologia, fez uma das primeiras propostas científicas de que cultura seria “em seu amplo sentido etnográfico, este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou quaisquer outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. (1871, p.1). Segundo a proposta de Tylor, a cultura seria algo socialmente adquirido, não genético ou inato. Na antropologia, uma das divisões mais simples é entre cultura material e cultura imaterial. De um lado, os artefatos, o design, arquitetura, animais e plantas domesticados constituem a cultura material. Já cultura imaterial inclui os sistemas de crenças, valores, símbolos, linguagens, normas, instituições e organização social desde a família até o Estado. A experiência de cada pessoa com a cultura é única. A cultura condiciona a visão de mundo, interfere na existência física do ser humano, opera com uma lógica própria e se mantém dinâmica (LARAIA, 1986). Laraia, expõe alguns exemplos da diversidade cultural existente no mundo: “Essa comparação pode começar pelo sentido no trânsito na Inglaterra, que segue a mão esquerda; pelos hábitos culinários franceses, onde rãs e escargot (...) são considerados como iguarias, (...). No Japão , por exemplo, era costume que o devedor insolvente praticasse o suicídio na véspera do ano novo, como uma maneira de limpar o seu nome e o de sua família (...). A carne de vaca é proibida aos hindus, assim como a de porco é proibida aos mulçumanos. O nudismo é uma prática tolerada em certas praias européias, enquanto nos países islâmicos, as mulheres mal podem mostrar o rosto em público.” (LARAIA, 2001 , p. 15 – 1 6). Esta diversidade cultural, que são estas diferenças encontradas nas culturas que existem entre os seres humanos pode ser representada a partir das diferentes línguas, danças, vestes, saberes entre outras tradições na organização cultural. Contudo, ainda existe uma dificuldade nas pessoas em aceitarem o diferente. Esse processo gera um elemento denominado etnocentrismo, que é essa dificuldade de aceitar a diferença e que muitas vezes causam hostilidades entre os povos. Podendo até desencadear guerras, escravidões, fechamento de fronteiras e etc. Se faz necessário pensar na superação do etnocentrismo para caminharmos para a aceitação da diversidade, para o respeito as diferenças e para a pacífica convivência de idéias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico . 14 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. OLIVEIRA, José Lisboa Moreira de. O conceito antropológico de cultura. Disciplina: Antropologia da religião. Brasília, 2010. ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo? São Paulo: Brasiliense.1984.
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