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Direito Penal II_ Resultados da pesquisa lesão corporal

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23/08/2015 Direito Penal II: Resultados da pesquisa lesão corporal
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TERÇA­FEIRA, 9  DE  JUNHO DE 2009
LESÃO CORPORAL
Art. 129 ­ Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem ­
Por exclusão, o caput apresenta a  lesão corporal de natureza
simples.
Pena ­ detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Ação penal pública condicionada à representação.
Aplica­se  a  lei  9.099/95,  caso  o  fato  não  esteja  relacionado  a
umas das hipóteses de violência doméstica.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º ­ Se resulta:
I  ­  incapacidade para  as  ocupações habituais,  por mais de  30
(trinta) dias;
II ­ perigo de vida;
III ­ debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV ­ aceleração de parto:
Pena ­ reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
Lesão corporal de natureza gravíssima
§ 2º ­ Se resulta:
I ­ incapacidade permanente para o trabalho;
II ­ enfermidade incurável;
III ­ perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
IV ­ deformidade permanente;
V ­ aborto:
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
Lesão corporal seguida de morte
§  3º  ­  Se  resulta  morte  e  as  circunstâncias  evidenciam  que  o
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi­lo:
Pena ­ reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Diminuição de pena: Lesão corporal privilegiada
§  4º  ­  Se  o  agente  comete  o  crime  impelido  por  motivo  de
relevante  valor  social  ou  moral  ou  sob  o  domínio  de  violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5º ­ O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a
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23/08/2015 Direito Penal II: Resultados da pesquisa lesão corporal
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pena de detenção pela de multa:
I ­ se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II ­ se as lesões são recíprocas.
Lesão corporal culposa
§ 6º ­ Se a lesão é culposa:
Pena ­ detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.
Aumento de pena
§ 7º  ­ Aumenta­se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das
hipóteses do art. 121, § 4º
§ 8º ­ Aplica­se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
Violência Doméstica
§  9º  Se  a  lesão  for  praticada  contra  ascendente,  descendente,
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido,  ou,  ainda,  prevalecendo­se  o  agente  das  relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena ­ detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
§  10.  Nos  casos  previstos  nos  §§  1º  a  3º  deste  artigo,  se  as
circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta­se
a pena em 1/3 (um terço).
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de
um  terço  se  o  crime  for  cometido  contra  pessoa  portadora  de
deficiência.
Conceito O bem  jurídico penalmente protegido  é  a  integridade
corporal e a saúde da pessoa humana, isto é, a incolumidade do
indivíduo.  A  proteção  legal  abrange  não  só  a  integridade
anatômica como também a normalidade fisiológica e psíquica.
Esse bem jurídico protegido é de natureza  individual, devendo
preponderar  assim,  pelo  menos  teoricamente,  o  interesse
particular perante o interesse do Estado.
Ressalta  Antolisie,  que  a  lesão  pode  ser  cometida  por
mecanismos não violentos, como o caso do agente que ameaça a
vítima  provocando­lhe  uma  seria  perturbação  mental,  ou
transmite­lhe,  deliberadamente,  uma  doença  através  de  um
contato  sexual  consentido  (Manuale  di  direitto  penale.  Parte
especiale 1, p 76).
Podem ser observadas cinco figuras no art. 129:
Lesão dolosa simples (caput do artigo);
Lesão dolosa qualificada pelo  resultado mais grave  (§§  1º, 2º e
3º);
Lesão dolosa privilegiada (É possível nos §§ 1º, 2º e 3º,);
Lesão culposa (§ 6º);
Lesão  culposa  e  dolosa  com  aumento  de  pena  (§  7º);  o  ultimo
parágrafo (§ 8º) refere­se à especial hipótese de perdão judicial,
somente aplicável as lesões culposas;
Violência domestica (§ 9º);
Aumento de pena (§§ 10º e 11º).
Autolesão:
Não  é  punida  no  direito  brasileiro,  embora  seja  considerada
ilícita,  salvo  se  estiver  vinculada  à  violação  de  outro  bem  ou
interesse  juridicamente  protegido,  como  ocorre  quando  o
agente, pretendendo obter indenização ou valor de seguro, fere o
próprio corpo, mutilando­se.
Autolesão e estelionato: Nessa hipótese, aplica­se o disposto no
art. 171, § 2º, inciso V do CP, em virtude de constituir elementar
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de  uma  das  figuras  do  crime,  tendo  em  vista  a  proteção  dos
crimes  contra  o  patrimônio  no  caso  da  emprese  seguradora  e
não contra a pessoa.
Autolesão e crime militar: ocorrendo autolesão para incapacitar
fisicamente objetivando inabilidade para o serviço militar, deve
responder  pelo  crime  do  art.  184  do CPM.,  punindo­se  o meio
fraudulento não a autolesão.
Análise do núcleo do tipo:
Ofender  significa  ou  fazer mal  a  alguém ou  a  alguma  coisa. O
objeto da conduta é a  integridade corporal  (inteireza do corpo
humano)  ou  a  saúde  (normalidade  das  funções  orgânicas,
físicas e mentais do ser humano).
Objeto Jurídico
O  primeiro  é  a  pessoa  que  sofre  a  lesão;  o  segundo  é  o  bem
jurídico protegido, que á a incolumidade física.
É a integridade corporal e a saúde, para a configuração do tipo épreciso que a vítima sofra algum dano ao se corpo, alterando­se
interna  ou  externamente,  podendo,  ainda,  abranger  qualquer
modificação  prejudicial  a  saúde,  transfigurando­se  qualquer
função orgânica ou abalos psíquicos comprometedores.
Sujeito Ativo
Pode  ser  qualquer  pessoa,  não  requerendo nenhuma  condição
especial, particular, salvo em algumas figuras qualificadas, pois
se  trata  de  criem  comum,  e  o  tipo  penal  não  faz  qualquer
referência relativa ao sujeito ativo.
Ex: de sujeito passivo qualificado ou especial: mulher grávida,
no caso de aceleração de parto (§ 1º, IV) ou de aborto (§ 2º, V).
Sujeito Passivo
Nos termos da lei outrem, ou seja, qualquer pessoa humana que
não o agente. Refere­se a lei a homem vivo, a partir do início do
parto.
Existe  o  crime  ainda  quando  haja  o  consentimento  da  vítima,
pos a integridade fisiopsíquica constitui bem indispensável.
O  Estado  pode  consentir  na  lesão  de  um  bem  por  ele  tutelado
sempre  que  não  destrua  as  condições  de  convívio  social.  Por
essa  razão permite os atos de disposição da  integridade  física
“no  tratamento  médico­cirúrgico,  nas  lutas  corporais,  de
competição esportivas (boxe, a luta livre), na intervenções para
tratamento (transfusão de sangue).
Nos  termos  do  Código  Civil,  instituído  pela  Lei  10.406,  de
10.01.2002, proibi expressamente a exposição do próprio corpo
em vida, salvo por exigência médica ou para fins de transplante
na forma da  lei, “quando  importar diminuição permanente da
integridade física ou contrariar os bons costumes” (art. 13).
Tipo Objetivo
A  conduta  típica  do  crime  de  lesão  corporal  consiste  em  seu
núcleo  ofender,  isto  é,  lesar,  ferir  a  integridade  corporal  ou  a
saúde de outrem. Ofensa à integridade corporal, compreende a
alteração, anatômica ou funcional, interna ou externa, do corpo
humano,  como, por  exemplo,  equimoses,  luxações, mutilações,
flavio
Realce
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fratura etc.
Pode  ser  praticado  por  qualquer meio  (crime  de  forma  livre),
sendo delito comissivo e omissivo.
O  dano  a  integridade  física  ou  a  saúde  do  ofendido,  deve  ser,
juridicamente, apreciável.
Alguns destaques:
Dor:  a  dor  física  só,  sem  dano  anatômico  ou  funcional,  não
constitui lesão corporal;
Eritema: não é  lesão corporal, pois se  trata de mero rubor que
pode ser causado até por simples emoção, não comprometendo
anatômica, fisiológica ou mentalmente o corpo humano.
Equimose: a simples equimose já configura lesão corporal leve.
Hematoma: configura lesão corporal.
Tipo Subjetivo
O  elemento  subjetivo  do  crime  de  lesões  corporais  é
representado  pelo  dolo  que  consiste  na  vontade  livre  e
consciente de ofender a integridade física ou a saúde de outrem.
É insuficiente que ação causal seja voluntária, pois no próprio
crime culposo, em regra, a ação também é voluntária.
É  necessário,  com  efeito,  o  animus  laedendi,  que  diferencia  o
delito de lesão corporal da tentativa de homicídio em que existe
a  vontade  de  matar  animus  necandi.  Em  certas  figuras
qualificadas  há  o  preterdolo:  a  ofensa  à  integridade  física  é
punida  a  título  de  dolo,  e  o  resultado  qualificador,  a  título  de
culpa.
Conforme  Mirabete  citando  Magalhães  Noronha:  “Inexistindo
dolo (ou culpa em sentido estrito), não há crime na ação daquele
que  dá  forte  abraço  no  amigo,  ignorando  que  ele  tenha  uma
ferida nas costas e agravando­a”.
Abrangência  do  dolo:  o  dolo  deve  abranger  o  fim proposto,  os
meios  escolhidos  e,  inclusive  os  efeitos  colaterais  necessários.
Os  elementos  volitivos  e  intelectivos  do  dolo  devem  abarcar  a
ação (conduta), o resultado e o nexo causal, sob pena de o agente
incorrer em erro de tipo.
Dolo  eventual  e  preterdolo:  indiscutivelmente,  o  dolo  pode  ser
direto  ou  eventual;  particularmente,  esta  modalidade  de
infração penal é uma das poucas que admitem a possibilidade
da  terceira  modalidade,  qual  seja  o  preterdolo,  em
determinadas figuras qualificadas: a ofensa à integridade física
é punida a título de dolo, e o resultado qualificador, a título de
culpa.
Consumação e Tentativa.
Consuma­se  com  a  lesão  efetiva  a  integridade  ou  a  saúde  de
outrem; consuma­se no exato momento em que produz o dano
resultante da conduta ativa ou omissiva, ou seja, quando o delito
quando resulta lesão à integridade física ou psíquica da vítima.
Em tese, admite­se quando o sujeito, embora empregando meio
executivo,  ou  pretendendo  causar  um  ferimento  ou  dano  à
saúde,  à  incolumidade  corporal  da  vítima,  não  consegue  por
circunstancias alheias à sua vontade não consegue a consecução
de seu fim.
flavio
Nota
vermelhidão / alteração na pigmentação da pele
flavio
Nota
intenção de ferir
flavio
Nota
intenção de matar
flavio
Realce
flavio
Nota
extravasamento de sangue / rompimento de vasos capilares
23/08/2015 Direito Penal II: Resultados da pesquisa lesão corporal
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A  pluralidade  de  lesões  infligidas  num  único  processo  de
atividade não altera a unidade do crime, que continua único.
Como  crime  material  que  é,  a  tentativa  é  tecnicamente
admissível, com exceção das forma culposas e preterdolosa, cuja
impossibilidade  decorre  da  natureza  de  ambas,  aliás,
dogmaticamente explicadas.
Lesão corporal leve
O  conceito  de  lesão  corporal  leve  é  dado por  exclusão,  ou  seja
quando não ocorre nenhum dos resultados previstos nos demais
parágrafos do art. 129.
Prevendo ao art. 129 nos §§ 1º, 2º e 3º, os crimes de lesões graves,
gravíssimas e  seguidas de morte,  configuram o  tipo básico, no
caput,  as  lesões  que  não  causarem  qualquer  dos  resultados
mencionados  nos  citados  parágrafos.  Nesse  caso,  a  pena  é  de
três meses a um ano de detenção.
Tratando­se,  porém,  de  lesão  corpora  leve  decorrente  de
violência domestica,  o  crime  é qualificado nos  termos do  §  9º,
acrescido pela Lei 10.886, de 17.06.2004, e modificado pela Lei
11.340, de 07.08.2006.
Lesão corporal e o principio da insignificância
É  viável  não  considerar  fato  típico  a  lesão  ínfima  causada  à
vítima, pois o direito penal não deve ocupar­se de banalidades,
dependendo,  naturalmente,  do  caso  concreto.  Assim,
exemplificado,  pequenas  lesões  causadas  culposamente  em
acidente de trânsito podem ser consideradas atípicas.
A lesão à integridade física ou à saúde deve ser, juridicamente,
relevante. É  indispensável que o dano á  integridade  física ou à
saúde não  seja  insignificante. Pequenas  contusões que deixam
vestígios  externos no  corpo da  vítima, provocando apenas dor
momentânea, não possuem dignidade penal,  e  estão aquém do
mínimo legal.
Lesão corporal simples (dolosa)
Pode ser simples também chamada de  lesão  leve (caput do art.
129).
Tipo subjetivo: Nessa figura é o dolo (vontade livre e consciente
de  ofender  a  integridade  corporal  ou  a  saúde)  Na  doutrina
tradicional é o dolo genérico.
Em certos tipos de figura qualificada há o preterdolo, ou seja, a
ofensa é punida a  título de dolo e o resultado que a qualifica a
titulo de culpa.
Tentativa: É tecnicamente admissível, salvo em algumas figuras
qualificadas pelo preterdolo ­ dolo no delito antecedente +culpa
no delito consequente (ex: § 1º, IV; § 2º, V; § 3º).
Concurso de Pessoas: pode haver.
Confronto:  Se  o  dolo não  é  de  dano, mas  de  perigo,  a  conduta
pode tipificar o delito de perigo para a vida de outrem (art. 132
do CP.).
Se  não  ocorrer  efetivamente  lesão  corporal  (dano),  pode  ficar
configurada  a  contravenção  de  vias  de  fato  (art.  21  da
LCP).Configura­se,  também hipótese de injuria real (art. 140, §
2º  do  CP).  Se  não  há  lesão  corporal, mas  sofrimento  físico  ou
mental, vide art.1º da Lei 9.455/97, que define crime de tortura.
Art. 129 § 1º do Código Penal, DA LESÃO CORPORAL GRAVE.
Conceito:  Sob  a  mesma  rubrica  o,  legislador  tipificou  dois
flavio
Realce
flavio
Realce
23/08/2015 Direito Penal II: Resultados da pesquisa lesão corporal
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modelos  distintos  de  lesão  corporal:  a  grave  a  gravíssima.
Enquanto no § 1º encontram­se os casos de corporal grave, no §
2º estão os casos de lesão corporal gravíssima.
A  diferença  entre  ambas  as  denominações  emerge  cristalina  a
partir da anáise da pena cominada: reclusão de 1 a 5 anos para a
hipótese grave e reclusão 2 a 8 anos para a gravíssima.
Assim, a  lesão  corporal  grave  (ou mesmo a  gravíssima) é uma
ofensa  a  integridade  física  ou  a  saúde  da  pessoa  humana,
considerada  muito  mais  séria  e  importante  do  que  a  lesão
simples ou leve.
Ontologicamente,  inexiste diferença entre quaisquer do tipo de
lesão corporal dolosa, embora, para efeito de punição, leve­se em
consideração a espécie de dano causado à vítima.
O  §  1º  relaciona  quatro  hipóteses  que,  digamos,  qualificam  a
lesão  corporal,  pois  lhe  atribui  novos  parâmetros,  máximo  e
mínimo, de pena, que são de um a cinco anos de reclusão:
Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de  trinta
dias: A incapacidade referida neste dispositivo relaciona­se ao
aspecto  funcional  e  puramente  econômico.  Trata­se  da  efetiva
impossibilidade  de  realização  de  sua  atividade  ocupacional,
tradicional, regular, de natureza lícita.
As ocupações habituais a que se refere o art. 129, § 1º, I do CP não
tem  o  sentido  de  trabalho  diário,  mas  de  ocupação  do
quotidiano  do  indivíduo,  como,  por  exemplo,  trabalho,  laser,
recreação  etc.  Por  elas  não  se  devem  entender  somente  as
ocupações de natureza lucrativa.
Obs: Atividade habitual, menores e crianças: A lei tem em vista a
atividade  habitual  do  indivíduo  in  concreto;  é  indiferente  que
não seja economicamente apreciável. Esse destaque é relevante
na medida em que crianças, menores ou bebês  também podem
ser sujeitos dessas espécies de lesões corporais. Necessidade de
comprovação pericial.
Ocupação  habitual  pessoas  idosas:  O  mesmo  ocorre  com  as
pessoas idosas, que, embora não tenham mais atividade laboral,
podem  ficar  privadas de  suas  caminhadas,  ginástica  etc.  Essa
incapacidade,  especialmente  para  crianças  e  idosos,  pode  ser
causada por meios físicos, psíquicos ou mentais.
Perigo  de  Vida:  Não  se  trata  de  mera  possibilidade,  mas  de
probabilidade  concreta  e  efetiva  de  morte,  quer  como
conseqüência  da  própria  lesão,  quer  como  resultado  do
processo patológico que esta originou.
Os  peritos  devem  diagnosticar  e  não  simplesmente  fazer
prognótico,  uma  vez  que  não  trata  de  perigo  presumido,  mas
concreto, efetivo, real.
Obs:  Necessidade  comprovação  pericial:  O  perigo  deve  ser
pericialmente comprovado. O resultado morte deve ser provável
e não meramente possível.
Não basta a resposta laconicamente afirmativa da existência de
perigo  de  vida;  o  laudo  deve  descrever  objetivamente  e
fundamentadamente em que consiste o perigo de vida.
Efetividade do perigo de vida: não é suficiente a idoneidade para
criar a situação de perigo, mas é necessário que esta realmente
se tenha verificado.
A simples  sede das  lesões não  justifica a presunção de perigo,
que  deve  ser  demonstrada,  embora  não  se  possa  negar  que  o
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simples  fato  de  a  vítima  apresenta  traumatismo  craniano  e
comoção  cerebral  seja  suficiente  para  o  reconhecimento  do
perigo de vida.
Ausência de dolo de perigo de vida: A probabilidade de morte da
vítima  não  deve  ser  objeto  de  dolo  do  agente,  caso  contrário
deveria  responder  por  tentativa  de  homicídio  e  não  por  lesão
corporal grave com risco de vida.
Debilidade  de  membro,  sentido  ou  função:  Debilidade  é  a
redução ou enfraquecimento da capacidade funcional da vítima.
Permanente, por sua vez, é a debilidade de duração imprevisível,
que não desaparece com o correr do tempo. Apesar do sentido
etimológico  do  permanente,  tem­se  admitido  que  não  é
necessário que seja definitivo.
Permanente  (não  é  perpetua):  para  o  reconhecimento  da
gravidade da lesão por resultado debilidade permanente, não é
necessário  que  seja  perpétua  e  impassível  de  tratamento
reeducativo ou ortopédico. Essa recuperação artificial já é por si
só,  caracterizadora  do  estado  permanente  da  debilidade
acarretada  pela  lesão,  é  mais  que  suficiente  para  atestar  a
gravidade da lesão.
Membro, sentido ou função: Membros são partes do corpo que
se prendem ao  tronco,  que podem ser  superiores  e  inferiores:
braços,  mãos,  pernas  e  pés;  sentido  é  o  a  faculdade  de
percepção,  de  constatação  e,  por  extensão,  de  comunicação:
visão,  audição,  olfato,  paladar  e  tato;  função  é  atividade
especifica  de  cada  órgão  do  corpo  humano  (ex.:  respiratória,
circulatória,  digestiva,  secretora,  locomotora,  reprodutora  e
sensitiva).
Aceleração  de  parto:  Aceleração  de  parto  é  a  antecipação  do
nascimento do  feto,  com vida. A  terminologia  legal  “aceleração
de parto”, deve ser entendida como antecipação de parto, pois
somente se pode acelerar aquilo esta em andamento
Obs:  Necessidade  de  nascer  vivo:  É  indispensável  que  o  feto
esteja vivo, nasça com vida e continue a viver; caso contrário, se
morrer,  no  útero  ou  fora  dele,  configura­se  aborto,  e  a  lesão
corporal será qualificada como gravíssima (§ 2º, V, art. 129 do
CP).
Consciência da gravidez da vítima: O agente deve ter consciência
da  gravidez  da  vítima,  sob  pena  de  se  considerar
responsabilidade objetiva. Consciente da gravidez, a aceleração
do parto pode  ser produto de  culpa, uma vez que esta  será no
mínimo consciente. O desconhecimento da gravidez determina a
desclassificação para lesões leves.
Natureza  objetiva  das  qualificadoras:  Todas  as  qualificadoras
contidas no § 1º são de natureza objetiva. Significa dizer que, em
havendo  concurso  de  pessoas,  elas  se  comunicam  desde  que,
logicamente, tenham sido abrangidas, pelo dolo do participante.
Art.  129  §  2º  do  Código  Penal,  DA  LESÃO  CORPORAL
GRAVÍSSIMA.
Conceito:  O  Código  Penal  não  utiliza  o  nomen  iuris  lesão
corporal  gravíssima,  mas  a  doutrina  e  a  jurisprudência  o
consagraram,  para  distingui­la  da  lesão  corporal  grave,
disciplinada no parágrafo primeiro. Nas  lesões  gravíssimas,  a
dimensão  das  conseqüências  do  crime  são  consideravelmente
mais grave. Os efeitos da lesão em regra, são irreparáveis.
Incapacidade  permanente  para  o  trabalho:  Incapacidade
permanente para o trabalho não se confunde com incapacidade
para as ocupações habituais, do parágrafo primeiro: naquela, a
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incapacidade é temporária para ocupações habituais da vítima;
nesta, a incapacidade é permanente e para o trabalho em geral, e
não  somente  para  a  atividade  especifica  que  a  vítima  estava
exercendo.
Obs: Extensão da incapacidade: A incapacidade, nessa espécie
de  lesões,  não  é  para  “as  ocupações  habituais  da  vítima’ mas
somente  para  o  trabalho,  isto  é,  para  o  desempenho  de  uma
atividade  laboral,  profissional,  lucrativa  (art.  129,  §  2º,  I),  ao
contrario do que ocorre com as lesões graves (art. 129, § 1º). Essa
impossibilidade pode ser física ou psíquica.
Desclassificação  da  incapacidade:  Se  ficar  incapacitada  para
determinada  atividade  especifica,  mas  puder  exerceroutra
atividade laboral, não se configura a lesão gravíssima, ainda que
a  incapacidade  especifica  seja  permanente.  Desclassifica­se  a
infração penal para lesão corporal grave.
Incapacidade  irreversível:  A  incapacidade  também  não  é
temporária,  mas  definitiva.  No  entanto  não  se  exige  que  seja
perpétua,  bastando  um  prognostico  de  incapacidade
irreversível. A “incapacidade permanente” deve ser de duração
incalculada. Com efeito, “permanente”, na linguagem do Código,
tem o sentido não “transitório” ou “temporário”, isto é, significa
durável e não definitivo.
Vítima  curada:  irrelevância:  É  irrelevante  que  a  vítima  se
apresente  clinicamente  curada:  se  a  incapacidade  a  despeito
disso,  restou  comprovada,  a  lesão  sofrida  é  qualificada  como
gravíssima.
Enfermidade incurável: Enfermidade, segundo os especialistas é
um  processo  patológico  em  curso.  Enfermidade  Incurável  é  a
doença cuja cura não é conseguida no atual estagio da medicina,
pressupondo o processo patológico que afeta a saúde em geral.
Debilidade/  enfermidade:  Debilidade  permanente  é  o  estado
consecutivo a uma lesão traumática, que limita duradouramente
o uso, a extensão e a energia de uma função, sem comprometer o
estado  geral  do  organismo.  A  enfermidade,  ao  contrário,  deve
ser  entendida  como  um  estado  que  duradouramente  altera  e
progressivamente  agrava  o  teor  de  um  organismo.  Essa
distinção a nosso juízo é a que melhor define as duas hipóteses e
encerram a solução mais justa para cada caso concreto.
Perda  ou  inutilização  de  membro,  sentido  ou  função:  A
semelhança  desse  dispositivo,  que  considera  “perda  ou
inutilização”, com aquele do parágrafo anterior, que disciplina a
debilidade  permanente  de  membro  sentido  ou  função,  é
manifesta, recomendando­se redobrada cautela no seu exame. A
debilidade permanente (§1º, III, art. 12 do CP) caracteriza lesão
grave, e a perda ou inutilização (§ 2º, III, art. 129 do CP), por sua
vez, configura lesão gravíssima.
Definição de perda: Há perda quando cessa o sentido ou função,
ou quando o membro ou o órgão é extraído ou amputado. Perda
é  a  extirpação  ou  eliminação  de  órgão  (membro,  sentido  ou
função).  A  perda  pode  operar­se  por  meio  de  mutilação  ou
amputação:  a  primeira  ocorre no momento da  ação delituosa,
seccionando  o  órgão;  a  segunda  decorre  de  intervenção
cirúrgica, com a finalidade de minorar as conseqüências.
Definição  de  inutilização: Há  inutilização  quando  cessa  ou  se
interrompe definitivamente a atividade do membro, sentido ou
função  na  inutilização  não  há  exclusão,  mas  a  subsistência,
embora  inoperante.  Inutilização de membro sentido ou  função
não  é  a  outra  coisa  que  a  sua  perda  funcional;  e  perda  é  o
perecimento permanece ligado ao corpo mas inoperante em sua
atividade.
Debilidade  e  perda  ou  inutilização:  distinção:  Nem  sempre  é
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fácil distinguir debilidade permanente e perda ou inutilização.
A perda de um olho (debilidade) não se confunde com a perda
da visão (perda de sentido).
Sobre as definições de membro, sentido ou função vide anotação
anterior.
Deformidade  Permanente:  A  deformidade  para  caracterizar
esta  qualificadora  precisa  representar  lesão  estética  de  certa
monta,  capaz  de  produzir  desgosto,  desconforto  a  quem  vê  a
vexame ou humilhação ao portador.
Não é, por conseguinte, qualquer dano estético ou físico capaz de
configurar a qualificadora.
Influência  do  sexo  da  vítima:  Evidentemente  que  o  sexo  da
vitima  também  contribui  para  o  grau  de  exigência  da
deformidade, pois, inegavelmente, uma cicatriz na face de uma
jovem mulher causa­lhe prejuízo superior, talvez intolerável, ao
que sofreria, nas mesmas circunstancias, um jovem varão.
Diversidade da  sede da  lesão: A deformidade não  se  limita  ao
rosto  da  vitima,  mas  a  qualquer  outra  parte  do  corpo  cujo
defeito seja visível, como, por exemplo, lesão óssea em membros
inferiores, que obriga a vitima a coxear, ou na coluna vertebral,
tornando­a gibosa etc.
Dano  físico­estético:  Deformidade  permanente  implica  a
existência de dano  estético  considerável,  decorrente de defeito
físico  permanente.  É  necessário  que  haja  comprometimento
permanente, definitivo, irrecuperável do aspecto físico­estético.
A deformidade não perde o caráter de permanente quando pode
ser  dissimulada  por  meios  artificiais,  como,  por  exemplo,
cirurgia plástica.
Necessidade  de  a  decisão  judicial  optar:  A  decisão  judicial
precisa optar, reconhecendo expressamente se houve debilidade
(§ 1º, III) ou deformidade permanente (§ 2º, IV). A deformidade
que somente pode ser eliminada ou removida mediante cirurgia
plástica constitui, comprovadamente, a qualificadora.
Extração  de  órgãos  genitais:  atipicidade:  Não  caracteriza  a
“perda  de  membro,  sentido  ou  função”  a  cirurgia  que  extrai
órgãos  genitais  externos  de  transexual,  com  a  finalidade  de
curá­lo ou de reduzir seu sofrimento físico ou mental. Aliás, essa
conduta é atípica. Falta­lhe o dolo de ofender a integridade física
ou saúde de outrem.
Aborto:  Trata­se  de  crime  preterdoloso,  ou  seja,  há  dolo  em
relação  à  lesão  corporal  e  culpa  em  relação  ao  aborto;  este  é
provocado involuntariamente: o agente não o quer nem assume
o  risco  de  provocá­lo.  Para  que  possa  caracterizar  as
qualificadora  da  lesão  corporal  gravíssima  não  pode  ter  sido
objeto  de  dolo  do  agente,  pois,  nesse  caso,  terá  de  responder
pelos dois crimes,  lesão corporal e aborto, em concurso formal
impróprio,  ou,  ainda,  por  aborto  qualificado,  se  a  lesão  em  si
mesma for grave.
Consciência da gravidez e erro de tipo: É necessário que o agente
tenha conhecimento da gravidez, sem, contudo, querer o aborto.
Se a ação do agente visar o aborto, o crime será o do art.125. O
desconhecimento  da  gravidez,  porem,  afasta  a  qualificadora,
constituindo erro de tipo.
Se  alguém  agride  grávida,  querendo  apenas  lesioná­la,  mas,
culposamente, provoca­lhe um aborto responderá por crime de
lesão corporal gravíssima(art. 129, d 2º V do CP).
O  aborto  funciona  como  causa  agravadora  do  delito  de  lesões
corporais.  Mesmo  que  a  morte  do  feto  não  seja  seguida  de
expulsão do feto, mesmo assim se caracteriza o aborto. Também
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não  bastará  o  consentimento  para  caracterizar  o  aborto
consumado,  exigindo  se  a  produção  do  resultado,  até  por  ser
crime material e de dano que é a efetiva morte do feto.
Lesão  ou  aborto:  “animus  agendi”:  Não  se  deve  confundir  as
figuras dos arts. 127, 1ª parte, e 129, § 2º, V, pois há uma inversão
de situações: na primeira a lesão é querida, e o aborto não; na
segunda,  o  que  é  o  resultado  desejado,  enquanto  a  lesão  não,
nem mesmo eventualmente.
Art. 129 § 3º do Código Penal, DA LESÃO SEGUIDA DE MORTE.
Conceito:  Também  é  conhecido  como  homicídio  preterdoloso:
dolo  nas  lesões,  culpa  na  morte.  Se  o  resultado  morte  for
imprevisível  ou  decorrente  de  caso  fortuito,  o  sujeito
responderá  somente  pelas  lesões  corporais.  Se  houver  dolo
eventual  quanto  ao  resultado  mais  grave,  crime  será  de
homicídio.
Elemento subjetivo: Preterdolo: dolo no antecedente e culpa no
conseqüente. Se o resultado não foi objeto do querer do agente,
mas  situando­se  na  esfera  da  previsibilidade,  o  crime  é
preterdolo  (art.129,  §  3º)  e  não  homicídio.  Se  a  ação  não  foi
orientada pelo ânimo de lesar, mas executada com imprudência,configura­se homicídio culposo.
Competência  :  Apesar  de  evento morte,  competência  é  do  juiz
singular. Note­se que a figura típica não se encontra no capítulo
“dos crimes contra a vida”, que são da competência do Tribunal
do Júri, mas está localizada no capítulo das lesões corporais.
Art. 129, §§ 4º e 5º do Código Penal, FIGURAS PRIVILEGIADAS.
As formas privilegiadas são as seguintes:
Diminuição de pena (§ 4º)
Impelido por motivo de relevante valor social;
Impelido por motivo de relevante valor moral;
Sob  o  domínio  de  violenta  emoção,  logo  em  seguida  a  injusta
provocação da vítima: a intensidade da emoção tem deve ser de
tal ordem que o sujeito dominado por ela; a reação tem que ser
imediata,  e  a provocação  tem que  ser  injusta.  Se  a  emoção  for
menor, apenas influenciado a prática do crime, ou não for logo
em  seguida,  não  constituirá  a  privilegiadora, mas  a  atenuante
do  art.  65,  III,  “c”,  ultima  parte  do  CP.  Presente  qualquer  das
condições  privilegiadoras,  que  na  verdade,  são  minorantes,  a
pena pode ser reduzida de um sexto a um terço.
Substituição de pena (§ 5º):
Presente qualquer das minorantes relacionadas no § 4º, ou
Se  as  lesões  forem  recíprocas,  a  pena  de  detenção  poderá  ser
substituída por multa.
LESÃO CORPORAL CULPOSA
A lesão corporal será culposa, desde que presentes os requisitos:
Comportamento humano voluntário;
Descumprimento do dever de cuidado objetivo;
Previsibilidade objetiva do resultado;
lLsão corporal involuntária.
Graduação  da  culpa:  O  Código  Penal,  ao  contrario  do  Código
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Nota
é lesao corporal se o resultado morte por caso fortuito ou imprevisivel se houver dolo eventual sera crime homicidio.
se for preterdoloso nao é homicidio 
se a ação nao foi orientada pelo animo de lesar, mas executada com imprudência é homicidio culposo
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Civil, não faz a graduação da culpa. A lesão culposa não recebe,
consequentemente, a qualificação de grave e gravíssima, como a
lesão  dolosa.  A  graduação  da  culpa  deverá  ser  objeto  da
dosimetria da pena.
Conseqüência  do  crime  e  lesão  culposa:  Não  havendo  a
tipificação  da  lesão  culposa,  em  modalidades  grave  e
gravíssima, as conseqüências do crime devem ser valoradas na
análise  das  circunstâncias  judiciais  do  Art.  59  do  CP,  no
momento da dosagem da pena. Não há nenhuma previsão legal
que afaste essa possibilidade.
Consideração das conseqüências do crime: Apesar de ser crime
culposo, o desvalor do resultado é muito maior em uma lesão ou
gravíssima do que em uma lesão  leve. Não se pode ignorar que
tanto  uma  lesão  corporal  leve  quanto  uma  lesão  corporal  com
resultados  grave  ou  gravíssimos,  na  modalidade  culposa,
sofrerá  a  mesma  tipificação  e  receberá  exatamente  a  mesma
sanção.
Conseqüências do crime culposo: Quem, culposamente, provoca
lesões leve escoriações em alguém está sujeito às mesmas penas
de  quem,  nas  mesmas  circunstâncias,  deixa  a  vítima
tetraplégica;  por  isso,  é  completamente  equivocado  sustentar
que  as  “conseqüências  do  crime”  são  irrelevantes,  além  da
inexistência de amparo legal para esse entendimento.
Concurso de Crimes
Quando praticada contra vítima de estupro ou atentado violento
ao pudor, se a lesão é leve, e é considerada elemento da violência
caracterizadora do crime sexual, não  será  infração autônoma,
mas um meio para se chegar à finalidade de estuprar.
AUMENTO DE PENA
Aumenta­se  a  pena  de  um  terço,  se  ocorrer  qualquer  das
hipóteses  do  art.  121,  §4º.  (Redação  dada  pela  Lei  8.069  de
13.07.1990).
Lesão  Corporal  culposa  qualificada:  ocorre  quando  o  crime
resulta da inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
oficio, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
não procura diminuir as conseqüências de seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante.
“A  inobservância de  regra  técnica de profissão,  arte  ou ofício,
que  importa  agravação  especial,  não  se  configura  com  a
imperícia, que é uma das modalidades de culpa. Na imperícia, o
agente  não  tem  conhecimentos  técnicos;  na  agravante,  ao
contrário, o agente tem esses conhecimentos técnicos; mas deixa
de  empregá­los,  por  indiferença  ou  leviandade”  (TACrim,
JTACrim, 69/250).
“Ao  agente  do  crime  culposo  incumbe  a  obrigação  legal  de
prestar assistência à vítima, sob pena de responder pela forma
qualificada do delito. Somente se exime desse dever se mostrar
causa legal de sua exclusão, como motivo de forçar maior justo
temor  ante  a  reação  de  circunstantes,  que  põe  em  risco  sua
integridade pessoal, ou mesmo a vida” (TACrim, RT 425/342).
Isenção de Pena ou Perdão Judicial (§ 8º)
Aplica­se  à  lesão  culposa  o  disposto  no  §  5º  do  art.  121
(Parágrafo acrescentado pela Lei 6.416, de 24.05.1977, e alterada
pela Lei nº 8.069, de 13.07.1990).
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Perdão judicial, admite­se o perdão judicial nos crimes de lesão
culposa (§ 8º), quando o juiz deixa de aplicar a pena por terem
as conseqüências do crime atingido o agente de forma tão grave
que a sanção penal se torna desnecessária (vide comentários ao
art. 120 do CP).
“Duramente  atingido  pelas  conseqüências  do  acidente  de
transito que provocou, nele falecendo a esposa e o filho, além da
cunhada e passageiros de outros veículos, é indubitável que foi
atingido  de  forma  tão  grave  que  a  sanção  penal  se  torna
desnecessária” (TACrim, RT, 550/332).
“O  perdão  judicial  não  é  beneficio  para  ser  concedido
indiscriminadamente, em todo caso de criem culposo em que a
vítima  seja  parente  próximo  do  agente.  Imprescindível,  para
essa  concessão,  a  existência  de  prova,  ainda  que  ligeira,  dos
requisitos  constantes  daquele  dispositivo  legal”  (TACrim,
JTRACrim, 66/354). Ainda: RT 547/335 e 548/338.
Aplica­se aqui tudo o que afirmamos sobre o perdão judicial na
hipótese de homicídio culposo.
VIOLÊNCIA DOMESTICA (§ 9º)
Tipo especial  criado por  força da Lei nº  10.886 de  17.06.2004,
que  acrescentou  o  §  9º  ao  art.  129  do  CP,  ora modificado  por
força  da  Lei  11.340  de  07.08.2006,  que  visa  coibir  a  lesão
praticada  contra  ascendente,  descendente,  irmão,  cônjuge  ou
companheiro,  ou  com  quem  conviva  ou  tenha  convivido,  ou,
ainda,  prevalecendo­se  o  agente  das  relações  domésticas,  de
coabitação ou de hospitalidade.
Figura  típica  qualificada:  tratam­se,  em  verdade,  de  figura
típica qualificada do crime de lesão corporal dolosa, em que as
relações de parentesco, maritais, de convivência e domestica, de
coabitação  ou  de  hospitalidade  são  fatores  determinantes  do
agravamento da sanção.
Juizado especial criminal: por determinação expressa do art. 41
da  Lei  11.340/2006,  aos  crimes  praticados  com  violência
doméstica  e  familiar  contra  a  mulher,  independente  da  pena
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099/95. Portanto, nesses casos,
descabem os institutos da transação (art. 72 da Lei 9.099/95) e
da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95).
Prisão  em  flagrante:  em  casos  de  violência  domestica  não  se
aplicam as condições da Lei nº 9.099/95, conforme assinalado
no  item  acima;  assim,  é  perfeitamente  possível  a  prisão  em
flagrante  do  agressor,  nos  termos  dos  arts.  301  e  seguintes  do
CPP.
Medidas  protetivas  de  urgência:  são  previstas  nos  arts.  18  e
seguintes da Lei 11.340/2006, e aplicáveis à mulher que vier a ser
vítima de violência domestica e também ao agressor.
Cestas  Básicas  e  multa:  é  vedada  a  aplicação,  nos  casos  de
violência doméstica e familiar contra a mulher, segundo dispões
o  art.  17  da  Lei  nº  11.340/2006,  de  penasde  cesta  básica  ou
outras  de  prestação  pecuniária,  bem  como  a  substituição  de
pena que implique o pagamento isolado de multa.
Assistência  judiciária:  em  todos  os  atos  processuais,  civis  e
criminais,  a  mulher  em  situação  de  violência  domestica  e
familiar  deverá,  segundo  o  disposto  no  art.  27  da  Lei  nº
11.340/2006,  estar  acompanhada  de  advogado,  ressalvado  o
previsto no art. 19 desta Lei, sendo­lhe garantido o acesso aos de
Defensoria Pública e assistência Judiciária Gratuita, nos termos
da  lei,  em  sede  policial  e  judiciária,  mediante  atendimento
especifico e humanizado.
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Juizados  de  Violência  domiciliar  e  Familiar  contra  a Mulher:
foram  instituídos  pela  Lei  11.340/2006  (violência  contra  a
mulher).
Causa  de  aumento  de  pena  (§  10  do  art.129):  segundo  esse
dispositivo, a pena das lesões corporais previstas nos §§ 1º a 3º
são aumentadas de um  terço  se praticadas nas  circunstâncias
indicadas  no  §  9º,  ou  seja,  contra  ascendente,  descendente,
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido,  ou,  ainda,  prevalecendo­se  o  agente  das  relações
domesticas, de coabitação ou de hospitalidade.
Causa  de  aumento  de  pena  (§  11  do  art.129):  segundo  esse
dispositivo  acrescentado  pela  Lei  11.340/2006,  nos  casos  de
violência  domestica  tendo  como  vítima  pessoa  portadora  de
deficiência  (física  ou  mental),  a  pena  das  lesões  corporais  é
aumentada de um terço.
Pena e ação penal
Na lesão leve a pena é de detenção, de três meses a um ano; na
grave, reclusão de um a cinco anos; na gravíssima, reclusão, de
dois a oito anos; na seguida de morte, reclusão, de quatro a doze
anos. Na forma culposa, a pena será de detenção, de dois meses
a um ano. Há ainda a possibilidade de aplicação de minorantes
(§§ 4º e 5º) e majorantes (§ 7º).
Os crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa, com o
advento  do  art.  88  da  Lei  9.099/99,  são  de  ação  penal  pública
condicionada. A lei nova é mais benéfica, uma vez que subordina
o exercício da pretensão punitiva do Estado à representação do
ofendido. Deve, pois retroagir, pouco importando esteja ou não
o processo  com a  instrução  criminal  iniciada. Para as demais
espécies  de  lesões  corporais,  a  ação  penal  continua  sendo
incondicionada.
QUESTÃO ESPECIAL
Confronto com outras figuras típicas:
Se não ocorrer a efetiva lesão corporal (dano), pode configurar­
se a contravenção de vias de fato (art. 21 da LCP).
PREVISÃO DO ECA
A Lei 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ­
ECA) criou uma majorante para o homicídio nas hipóteses dos
§§  4º  do  art.  121  e  7º  do  art.  129. As  causas  de  aumento  (§  7º)
devem constar, implícita ou explicitamente, da denúncia.
REFERENCIAL  BIBLIOGRÁFICO:  O  MESMO  INSERIDO  NO
BLOG.
Postado por Direito Penal  às 05:52  Nenhum comentário: 
TERÇA­FEIRA, 13 DE  OUTUBRO DE 2009
RIXA SIMPLES E RIXA QUALIFICADA
Art.  137,  caput,  trata  da  rixa  simples  –  “participar  de  rixa,  salvo  para
separar os contendores” – cuja pena é de detenção de 15 (quinze) dias a 2
(dois) meses, ou multa.
A  rixa  é  uma  luta  envolvendo pelo menos  3  pessoas  e  que  se  caracteriza
pelo tumulto, pela confusão, de tal forma que não se consegue distinguir a
conduta de cada participante.
Cada  envolvido  visa  atingir  qualquer  um  dos  demais  e  todos  agem  ao
mesmo tempo, por isso, são todos autores e vítimas do mesmo crime.
https://www.blogger.com/profile/01596963295598714001
http://direitopenalanhanguera.blogspot.com.br/2009/10/rixa-simples-e-rixa-qualificada.html
http://direitopenalanhanguera.blogspot.com.br/2009/06/lesao-corporal.html
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flavio
Realce
flavio
Realce
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É um crime de concurso necessário, de condutas contrapostas. Os crimes
de  concurso  necessário  podem  ser  de  condutas  paralelas  (quadrilha  ou
bando), convergentes (adultério) ou contrapostas (rixa).
Para se computar o número mínimo de 3 contendores, leva­se em conta a
participação dos inimputáveis na luta.
Núcleo do tipo:
Participar  é  tomar  parte  efetiva  na  troca  de  agressões.  Aquele  que  toma
parte na troca de agressões é chamado de partícipe material ou partícipe da
rixa.
Partícipe moral é aquele que não pratica a conduta, não toma parte na luta,
mas estimula o crime, também chamado de partícipe do crime de rixa.
O  partícipe  moral  não  entra  para  o  cômputo  de  número  mínimo  de  3
rixadores.
Consumação:
O  crime  se  consuma  quando  3  pessoas,  ou  mais,  começam  a  lutar.  A
doutrina entende que não há tentativa, trata o delito como instantâneo: ou
a briga se inicia e consuma a rixa, ou há indiferente penal.
O  Prof.  Damásio,  entretanto,  tem  uma  opinião  divergente,  entendendo
necessária a classificação da rixa:
·  rixa  ex  improviso:  quando  surge  de  repente  e  para  a  qual  não  haveria
possibilidade de tentativa;
·  rixa  ex  proposito:  há  uma  combinação  de  hora  e  local  por  parte  dos
envolvidos, hipótese em que seria possível a tentativa, no caso de a polícia
impedir o início da briga.
P.: Os lutadores podem alegar legítima defesa?
R.: Se a pessoa entrou intencionalmente na rixa, está praticando uma ação
ilícita, portanto, não pode alegar a  legítima defesa (pois não há agressão
injusta).
Não  é  necessário  falar  em  legítima  defesa  para  aquele  que  entra  na  luta
querendo separar os demais, pois o próprio art. 137 do Código Penal exclui
o delito nesse caso.
É possível alegar a legítima defesa para crime mais grave que possa ocorrer
durante a rixa, mas quanto ao crime de rixa, esse já estará consumado.
Exemplo:  os  rixadores  lutam  sem  arma;  no meio  da  confusão,  um  deles
saca uma faca em legítima defesa e um outro utiliza um revólver para contê­
lo; esse último não responderá pelo homicídio ou pelas  lesões que causar
(porque acobertado pela justificante), porém será responsabilizado por rixa
qualificada, assim como os demais contendores.
Se, durante a rixa, ocorrem lesões leves, essas são absorvidas.
A  rixa  é  um  crime  de  perigo  e  se  caracteriza  ainda  que  ninguém  sofra
lesões.
Rixa Qualificada
Para  os  participantes  de  rixa  que  resultar  em  lesão  grave  ou  morte,  o
parágrafo único fixa pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. A
pena é igual, tanto para lesão grave como para morte.
A  rixa  é  qualificada  para  todos,  até  mesmo  para  quem  não  tenha  dado
causa  ao  resultado  lesão  grave  ou  morte.  Basta  participar  da  rixa  que
resulte  em  morte  ou  lesão  corporal  grave  para  responder  pela  forma
qualificada. É uma hipótese de responsabilidade objetiva.
A  própria  vítima  das  lesões  graves  responde  por  rixa  qualificada.  Se  for
identificado o causador direto da morte ou da lesão, os participantes da rixa
respondem por  rixa qualificada  e o  causador da morte ou  lesão  responde
por homicídio ou lesão corporal (dolosa ou culposa) em concurso material
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com o  crime de  rixa  qualificada. Ver  exposição  de motivos  do CP para  o
crime de rixa.
A ocorrência de mais de uma morte não altera a característica: trata­se de
uma única rixa qualificada.
Mesmo  a  pessoa  que  entra  na  rixa  e  dela  se  afasta  antes  do  resultado
agravador,  responde  por  rixa  qualificada,  pois  com  seu  comportamento
anterior estimulou a  troca de  lesões que acabou  levando à morte ou  lesão
corporal grave.
Responde por rixa simples a pessoa que entra na rixaapós a consumação
da morte ou da lesão grave.
Postado por Direito Penal  às 09:20  3 comentários: 
TERÇA­FEIRA, 9  DE  JUNHO DE 2009
PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE DE
OUTREM ­ CRIMES DE PERIGO
Neste  capitulo  são  tratadas  condutas  que  colocam  a  vida  ou  a
saúde em perigo.
Trata­se de crimes de perigo.
Não há necessidade de um dano efetivo. Basta o perigo.
1. Para que haja crime, precisa se de um fato típico antijurídico.
2. Fato típico é a ação/omissão que leva a um resultado (típico)
3. Este resultado pode ser de dano ou de perigo
4. O perigo pode ser abstrato ou concreto.
5. a ação/ omissão deve ser doloso (ou culposo se a lei assim previr).
Perigo  Concreto:  O  perigo  necessita  ser  comprovado  pelo  Órgão
acusador. Ex. dar um tiro na direção de alguém: Expor a vida ou a saúde de
uma  pessoa  a  um  perigo  direto  e  iminente  (deve­se  provar  a  situação
fática); além de ter que se demonstrar que o tiro passou perto da pessoa, ou
seja, deve­se provar o perigo.
Perigo abstrato:  Número  indeterminado  de  pessoas.  São  os  crimes  de
perigo coletivo. Perigo Coletivo: Incolumidade Pública – Art. 250º, CP .
O  perigo  é  presumido  pela  lei  e  independe  de  prova  pelo  Órgão
acusador,  porque  o  legislador,  baseando­se  em  fatos  reais,  extraiu  a
conclusão  de  que  determinada  conduta  leva  a  perigo.  Ex.  tráfico  de
entorpecentes.
Perigo  individual:  Uma  só  pessoal  ou  um  número  determinado  de
pessoas.
Perigo coletivo: incolumidade pública.
Art.  130  ­  Expor  alguém,  por  meio  de  relações  sexuais  ou
qualquer ato  libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que
sabe ou deve saber que está contaminado:
http://direitopenalanhanguera.blogspot.com.br/2009/06/periclitacao-da-vida-e-da-saude-de.html
http://direitopenalanhanguera.blogspot.com.br/2009/10/rixa-simples-e-rixa-qualificada.html
http://direitopenalanhanguera.blogspot.com.br/2009/10/rixa-simples-e-rixa-qualificada.html#comment-form
https://www.blogger.com/profile/01596963295598714001
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Perigo de contágio venéreo: (venéreo= sexual, genital):
1) Basta a exposição ao perigo, não é necessário que haja contágio.
2) A moléstia  tem que  ser  venérea  (genital  ­  sexual). Apesar disso não  é
levado muito  em  serio  pela  Jurisprudência.  Tanto AIDS  como  sífilis  não
são moléstias  venéreas,  pois  podem  ser  transmitidos  de  diversas  formas
não sexuais.
Mesmo assim,  a  jurisprudência  entende que  tanto AIDS,  e  também HIV,
como sífilis, para fins penais, são moléstias venéreas.
Evidentemente  isso  é  aplicação  de  analogia  proibida, mas  tem  sempre  a
lógica prevalece diante do bom senso.
3) O autor do crime tem que saber que é infectado, ou ao menos deve saber
(dolo eventual). Se não sabe, e não tem por que deveria saber, não é crime,
por ausência de dolo.
4) O consentimento da vitima é  irrelevante no que concerne à  tipicidade,
por  causa  da  indisponibilidade  do  bem  jurídico  tutelado,  porém  como  a
ação é publica condicionada, depende da representação. Assim, se a vitima
consentiu,  possível,  embora  não  garantido,  que  não  represente.  Porém,
nada  impede,  que  mude  de  idéia,  ou  seja,  consentiu  na  relação,  se
arrepende, e representa.
5) Enquanto AIDS era mortal a doutrina e Jurisprudência entendeu, que a
transmissão  intencional  de  AIDS  mediante  relação  sexual  era  crime  de
homicídio  (tentado,  ou  consumado,  se  a  vitima  morreu).  Hoje,  não  me
parece mais adequado esta tipificação, já que AIDS e mais ainda HIV tem
cura. Portanto, transmissão de HIV configura este artigo.
Pena ­ detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º ­ Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
É dolo direto, mas não precisa transmitir a moléstia, basta ter a intenção de
fazê­lo.
Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º ­ Somente se procede mediante representação.
Art.  131  ­  Praticar,  com o  fim de  transmitir  a  outrem moléstia
grave  de  que  está  contaminado,  ato  capaz  de  produzir  o
contágio:
Perigo de contágio de moléstia grave:
Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, e multa.
A diferença é que neste artigo a moléstia não é venérea, e a intenção deve
ser a de transmitir a doença, no caso, a moléstica grave.
A  forma  de  transmissão  pode  ser  qualquer  uma,  inclusive  o  ato  sexual,
desde que a moléstia não seja venérea.
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Assim,  se  entendermos,  que HIV  não  é moléstia  venérea,  a  transmissão
intencional de HIV pelo ato sexual ainda seria abrangido por este artigo.
Porém  não  tutela  este  artigo  a  prática  de  atos  que  possibilitam  a
transmissão, se não há intenção de transmissão da moléstia.
Ou  seja,  se  HIV  não  é  considerado moléstia  venérea,  a  simples  relação
sexual sem proteção, porém praticada sem intenção de transmitir a doença
não seria crime.
Assim,  no  caso  concreto,  se  o  portador  de  Tuberculose  tosse  na  face  de
outra pessoa transmitindo lhe Tuberculose, sem ter à  intenção de fazê­lo,
não responde por este ato. Porém, se sua intenção é a transmissão, o tipo
se configura.
Art.  132  ­ Expor  a  vida ou  a  saúde de outrem  (pessoa  certa)  a
perigo direto e iminente:
Perigo para a vida ou saúde de outrem:
O perigo deve ser concreto, não basta a simples possibilidade.
Pena ­ detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais
grave.
Crime subsidiário, se configura outro crime não se aplica o tipo.
Parágrafo  único.  A  pena  é  aumentada  de  um  sexto  a  um  terço  se  a
exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de
pessoas  para  a  prestação  de  serviços  em  estabelecimentos  de  qualquer
natureza, em desacordo com as normas legais. ( Incluído pela Lei nº 9.777,
de 29.12.1998)
Abandono de incapaz: Art. 133 ­ Abandonar pessoa que está sob
seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
motivo,  incapaz  de  defender­se  dos  riscos  resultantes  do
abandono:
Crime próprio,  só  pode  ser  autor,  quem  tiver  obrigação  de  zelar  pelo
incapaz.  Não  abandona,  quem  vigia  escondido.  Ou  seja,  a  mulher  que
coloca  seu  filho  recém  nascido  em  frente  da  casa  de  outros,  observando
escondido, se alguém o pega, não abandonou o filho. Só abandona, se for
embora, antes que alguém resgate a criança.
Pena ­ detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º ­ Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena ­ reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º ­ Se resulta a morte:
Pena ­ reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art132p
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§ 3º ­ As penas cominadas neste artigo aumentam­se de um terço:
I ­ se o abandono ocorre em lugar ermo;
II  ­  se  o  agente  é  ascendente  ou  descendente,  cônjuge,  irmão,  tutor  ou
curador da vítima.
III ­ se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741,
de 2003)
Exposição ou abandono de recém­nascido
Art.  134  ­  Expor  ou  abandonar  recém­nascido,  para  ocultar
desonra própria:
Privilegia  o  crime  anterior,  pelo  motivo.  Normalmente  se  aplica  a  mãe
solteira  ou  adultera,  mas  também  o  pai  incestuoso,  ou  adultero  pode  se
beneficiar da privilegiadora, desde que a intenção é a ocultação da desonra
própria.
A Jurisprudência entende, que se a mulher não tem honra a proteger, como
prostituto,  ou  mãe  solteira,  que  já  é  conhecida  como  mãe  solteira,  ou
adúltera conhecida, não se aplica a privilegiadora. Isso é questionável,  já
que  a  honra  é  subjetiva,  e  pode  ser  que  uma  mulher  se  orgulhe  de  serprostituta,  prestando  um  serviço  relevante  à  sociedade,  porém  se  sente
desonrada ao ter um filho, fruto de um estupro.
Não querendo abortar, resolve abandonar o recém nascido. Embora crime,
não se vê motivo para não aplicar a privilegiadora.
Pena ­ detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º ­ Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena ­ detenção, de um a três anos.
§ 2º ­ Se resulta a morte:
Pena ­ detenção, de dois a seis anos.
Omissão  de  socorro:  Art.  135  ­  Deixar  de  prestar  assistência,
quando  possível  fazê­lo  sem  risco  pessoal,  à  criança
abandonada  ou  extraviada,  ou  à  pessoa  inválida  ou  ferida,  ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública:
Pena ­ detenção, de um a seis meses, ou multa.
Se alguém tiver medo de se contaminar, ou de ser vitima de um assalto, e
por  isso  não  ajuda  em  caso  de  acidente,  tem  a  obrigação  de  chamar  a
autoridade competente. A omissão de chamar socorro é inescusável.
Ninguém tem obrigação de tocar uma vitima sangrenta, ou parar em lugar
ermo, para socorrer, porque isso pode colocar sua vida em perigo, todavia,
não exime o agente de chamar socorro.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133%C2%A73iii
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Parágrafo único  ­ A pena  é  aumentada de metade,  se da omissão  resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Maus­tratos:  Art.  136  ­  Expor  a  perigo  a  vida  ou  a  saúde  de
pessoa  sob  sua  autoridade,  guarda  ou  vigilância,  para  fim  de
educação,  ensino,  tratamento  ou  custódia,  quer  privando­a  de
alimentação  ou  cuidados  indispensáveis,  quer  sujeitando­a  a
trabalho excessivo ou  inadequado, quer abusando de meios de
correção ou disciplina:
Leves tapas educacionais, não expõem a saúde ou a vida a perigo, portanto
são permitidos, mas qualquer castigo, além disso, configura o crime.
Se a intenção é satisfazer tendências sadistas, o crime é de tortura.
Pena ­ detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º ­ Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena ­ reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º ­ Se resulta a morte:
Pena ­ reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º ­ Aumenta­se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990).
Postado por Direito Penal  às 06:23  2 comentários: 
SÁBADO, 7  DE  MARÇO DE 2009
1ª AULA ­ AÇÃO PENAL
AÇÃO:
Do latim actio, onis, de agere: agir. O emprego do verbo agere, no sentido
de agir, deve­se ao fato de que, no direito romano arcaico, o procedimento
judicial exigia a reprodução mímica dos fatos (legis actio).
Previsão Legal: Artigos 100 a 106 do CPB; e Art. 24 e seguintes, do CPP.
AUTOTUTELA
A  vingança  privada  constituiu  o  principal  instrumento  de  composição  de
conflitos dos povos antigos. Antes de existir um Estado organizado, com o
monopólio da jurisdição, o poder punitivo se encontrava difundido entre os
particulares, que exerciam a justiça com as próprias mãos. Não havia um
poder que centralizasse o direito/dever de punir.
O ofensor não era o único a ser punido. Sua família, seus amigos, outros
membros de seu clã, enfim, todas as pessoas de seu círculo de convivência
poderiam acabar sendo alvo da vingança privada. Não havia limites para a
vingança privada.
Em um segundo momento, a vingança privada passou a atingir apenas o
infrator,  na  proporção  da  conduta  por  ele  perpetrada.  O  individuo  que
furtava,  por  exemplo,  poderia  ter  suas  mãos  decepadas.  A  pena  para  o
assassinato  era  a  morte.  Em  virtude  disso,  o  Direito  Penal  da  época
caracterizava pelo bordão "olho por olho, dente por dente".
Em segundo momento, as partes (ofendido/ofensor) passaram a realizar a
autocomposição; espécie de acordo realizado sem a presença do Estado em
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que,  o  ofendido  exigia  a  prestação  obrigacional  em  virtude  do  prejuízo
advindo  com  o  crime.  Ainda  nessa  fase,  havia  muitas  injustiças  porque
aquele que detinha o poder (financeiro/político) sempre obtinha vantagem,
o que não resolvia os conflitos.
DIREITO DE AÇÃO/ INTERVENÇÃO DO ESTADO
Como  preleciona  Luiz  Régis  Prado,  o  direito  de  Ação  tem  origem  no
momento  em  que  o  Estado  tomou  para  si  o  monopólio  do  jus  puniendi
(direito de punir), como uma forma de resguardar a sociedade dela mesma,
afastando  a  prática  da  justiça  privada;  hoje,  tipificado  como  “exercício
arbitrário das próprias razões” ­ artigo 345 do Código Penal.
Assim, o homem trocou o direito de vingar­se pessoalmente e, com a tutela
estatal, surge o direito de ação. O direito de ação pode ser definido como o
direito  subjetivo  público  do  individuo  de  exigir  do  Estado  a  prestação
jurisdicional.  O  exercício  do  direito  de  ação,  que  implica  na  prestação
jurisdicional  do  Estado,  se  dá  através  do  processo,  que  é  o  instrumento
moderno de resolução de conflitos de interesses.
Segundo  Cezar  Roberto  Bittencourt,  ação  penal  é  o  direito  de  invocar  a
prestação jurisdicional, ou seja, o direito de requerer em juízo a reparação
de um direito violado. Mais do que um direito, o exercício do direito de ação
assegura  princípios  constitucionais;  esculpido  também  no  ordenamento
jurídico da maioria dos países democráticos modernos.
Na Constituição Federal de 1998, o direito de ação encontra fundamentos
no artigo 5°, inciso LIV: da Constituição Brasileira: “a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Observe  que  a  Constituição  Federal  tutela  o  direito  à  ação  em  dois
momentos  distintos:  quando  há  a  lesão  e,  quando  há  a  possibilidade  de
lesão,  portanto,  não  se  vincula  à  concretização  de  um  dano  ou  a  uma
sentença que efetivamente confirme o dano. Esta característica é relevante
para a compreensão das teorias que procuram explicar a natureza jurídica
da ação.
TEORIAS:
Das teorias que procuraram definir a natureza jurídica da ação, destacam­
se:  a)  Teoria  Civilista  (ou  Imanentista);  b)  Teoria  Concreta  da  Ação;  c)
Teoria  do  Direito  Potestativo  de  Agir;  d)  Teoria  Abstrata  da  Ação;  e)  a
Teoria Eclética:
a) Teoria Civilista ou Imanentista[1]: proveniente do direito civil: a ação é
inerente  (o  mesmo  que  imanentista)  ao  próprio  direito  material  (aquele
direito  para  o  qual  se  busca  proteção  em  juízo),  ou  seja,  a  ação  é  o
instrumento  pelo  qual  o  direito material  se manifesta  em  juízo. De  sorte
que, nesse raciocínio, a ação não é autônoma ao direito material, apesar de
distinta.
b) Teoria Concreta da Ação: Para esta teoria, diferentemente da civilista, a
ação é autônoma do direito material,  início do pensamento defendido por
todas  as  teorias  subseqüentes.  Para  esta,  a  ação  é  autônoma,  porém,
acessória  ao  direito material,  ou  seja,  partindo­se  do  princípio  de  que  o
acessório  segue  o  principal,  a  ação  somente  existe  se  existir  o  direito
material. Para que haja ação, necessariamente há de se existir um direito
que  se  busque  proteger.  Todavia,  a  existência  do  direito  dependerá,
necessariamente, de uma sentença favorável observada no caso concreto.
c)  Teoria  do  Direito  Potestativo  de  Agir:  Desenvolvidapor  Chiovenda,
reporta  à  idéia  de  que  a  ação  só  existe  caso  também  exista  o  direito
material, assim como na teoria concretista, portanto para que haja direito
de ação deve haver uma sentença favorável. Esta teoria distinguiu o direito
subjetivo do direito potestativo, como o é o direito de ação. No entanto, cabe
neste  momento  compreender  que,  para  tal  teoria,  ao  direito  de  ação  do
ofendido corresponde uma submissão do ofensor. Para Chiovenda, a ação é
algo  ligado ao direito material  e ao direito privado, o que não é aceitável
ainda mais quando se diz que a ação é direito  subjetivo público,  como  já
anteriormente exposto.
d)  Teoria  Abstrata  da  Ação:  Defendida  por  Carnelluti,  dentre  outros
doutrinadores, é oposta à teoria concreta; entende que o direito de ação é de
http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=2586959546644119688#_ftn1
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todos – e não somente daquele que tem efetivamente o direito material ­, é
um direito abstrato de  se obter a prestação  jurisdicional, mesmo que não
exista o direito material. Nesse entendimento, Paulo Rangel afirma que a
ação  é  o  [...]  direito que  serve de  instrumento para  se  exigir do Estado à
prestação jurisdicional, independentemente da existência ou não do direito
material que  irá  se discutir em  juízo.  [...].  e) Teoria Eclética  ­ dominante
entre os juristas brasileiros, foi criada por Enrico Túlio Liebman. Derivada
da teoria abstrata – seu fundamento é: o direito à ação existe ainda que não
se tenha o direito material. Apesar disso, Liebman entende que o juiz deve
analisar as condições da ação, que são requisitos de existência do direito de
ação,  e,  somente  com  o  preenchimento  de  todos  os  requisitos  é  que  tal
direito  existe.  Por  exemplo:  a  existência  do  direito  de  ação  está
condicionada a presença de requisitos que o determinam, e em seqüência é
que o juiz passa a analisar o direito material. Não preenchida qualquer das
condições, o juiz não entra na discussão do direito material, e o processo é
extinto  sem  julgamento  do  mérito;  conforme  artigo  267,  ,  inciso  VI,  do
Código de Processo Civi: “quando não concorrer qualquer das condições da
ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse
processual, o processo será extinto. Para Liebman, a ação é o direito a um
pronunciamento,  seja  ele  favorável  ou  não,  mas  somente  se  efetivará  se
preencher  requisitos  determinados  em  lei,  que  revelam  haver  ou  não
legítimo exercício deste direito, caso contrário há carência de ação.
Ensina  Rogério  Greco:  “Para  que  o  Estado  possa  conhecer  e  julgar  a
pretensão  deduzida  em  juízo,  será  preciso  que  aquele  que  invoca  o  seu
direito  subjetivo  à  tutela  jurisdicional  preencha  determinadas  condições,
sem  as  quais  a  ação  se  reconhecerá  natimorta,  ou  seja,  embora  já
exercitada,  não  conseguirá  alcançar  a  sua  finalidade,  pois  que  perecerá
logo após o seu exercício”.
O inciso III do art. 43 do Código Penal diz que a denúncia ou queixa será
rejeitada quando for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição
exigida pela lei para o exercício da ação penal.
A  priori,  deve­se  reportar  à  idéia  de  que,  essencialmente,  a  ação  tem
natureza  pública;  tem  natureza  processual,  uma  vez  que  seu  fim  é  o
processo,  e,  consequentemente,  a  satisfação da prestação  jurisdicional;  é
direito abstrato, porque se cuida de analisar questões ainda que se tenha ou
não  o  direito  material,  que  é  a  razão  naquilo  que  se  pleiteia;  todavia,
somente se efetiva mediante a legitimidade em seu exercício, conforme dito.
PROCEDIMENTO CRIMINAL BRASILEIRO:
O  procedimento  criminal  brasileiro  é  dividido  em  duas  fases;  a  esse
conjunto  dá­se  o  nome  de  persecução  penal.  A  primeira  fase,  a
administrativa:  inquérito  policial;  a  segunda  fase  inicia­se  com  a  ação
penal, que se desenvolve apenas em juízo.
CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL:
Divide­se a ação penal em duas espécies: ação penal pública e ação penal
privada.
A ação penal pública se inicia por meio da denúncia. Da mesma forma que
uma ação cível se inicia pela petição inicial.
A  denúncia  é  uma  peça  processual  que  contém  a  narração  do  fato
criminoso,  a qualificação do acusado,  a  classificação do crime e o  rol de
testemunhas.  Tais  requisitos  são  essenciais  para  que  o  acusado  possa
exercer seus direitos constitucionais à ampla defesa e ao contraditório. A
falta  da  narração  do  fato  criminoso,  por  exemplo,  acarreta  a  inépcia  da
denúncia.
O  titular  da  ação  penal  pública  é  o Ministério  Público.  O MP  é  o  órgão
estatal que busca materializar a pretensão punitiva do Estado; além disso,
mais que um simples veículo de acusação, o Ministério Público é um órgão
que zela pela observância da lei durante todas as etapas do processo.
O MP, no que tange à ação penal pública, é regido por alguns princípios.
Pelo  princípio  da  obrigatoriedade,  tem­se  que,  existindo  nos  autos
elementos que indiquem a ocorrência de um fato típico e ilícito, o parquet
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deve  mover  a  ação  penal  pública.  Não  existe  discricionariedade  nessa
decisão.
Ressalte­se que, se o MP não ficar convencido da materialidade do crime,
ou entender que não  existem  indícios  suficientes de  autoria, não  existe  a
obrigação  de  denunciar.  Podem  ser  requeridas,  por  exemplo,  diligências
complementares à autoridade policial, que visam formar o convencimento
do parquet acerca da utilidade e necessidade de  instauração de uma ação
penal.
Caso  o Ministério  Público  conclua  de  forma  definitiva  pela  ausência  dos
requisitos  mencionados  acima,  requererá  o  arquivamento  do  inquérito
policial.  Se  o  juiz  não  concordar  com  o  arquivamento,  ele  não  poderá
iniciar a ação penal pública, visto que não possui a titularidade da mesma.
Logo, havendo discordância, o magistrado oficia e remete os autos ao chefe
da  Instituição.  Caso  esse  último  também  entenda  pelo  arquivamento,  o
inquérito policial será arquivado.
Uma  vez  proposta  a  ação,  o  MP  não  pode  dela  desistir.  Trata­se  do
princípio da indesistibilidade.
Na ação penal pública incondicionada o Ministério Público não necessita
de  qualquer  autorização  ou  manifestação  de  vontade,  de  quem  quer  que
seja, para que a ação seja iniciada. Caracterizado em tese o crime, o MP já
é livre para propor a ação penal.
Assim, o  fato da vítima porventura perdoar o seu ofensor é  irrelevante. O
MP prosseguirá com a ação penal à revelia da vontade da vítima.
A ação penal pública incondicionada é a regra dentro da sistemática penal
brasileira. Caso a norma silencie acerca da espécie de ação penal cabível
para  o  delito,  a  ação  será  sempre  pública  incondicionada.  As  demais
espécies de ação, pública ou privada, são exceções, devendo, portanto, vir
sempre expressas na lei.
Existem situações em que o Estado entende que os efeitos do delito são mais
gravosos para o ofendido do que para a ordem social  como um  todo. Em
tais  situações,  o  Ministério  Público  continuará  sendo  o  titular  da  ação
penal. Todavia, para que tal ação seja iniciada, exige­se uma condição de
procedibilidade,  sem  a  qual  a  demanda  não  poderá  ser  instaurada:  a
representação.  Trata­se,  nesta  situação,  ainda  de  ação  penal  pública,
todavia, condicionada à representação do ofendido.
A  representação  é  uma  manifestação  de  vontade  do  ofendido,  em  que  o
mesmo  demonstra  seu  interesse  em  ver  processado  o  seu  ofensor.  Tal
manifestação de vontade pode se dar por petição ou de forma oral, caso em
que a mesma é reduzida a termo.
A  representaçãoé  ato  que  admite  retratação.  Contudo,  tal  retratação  só
pode  ocorrer  até  que  haja  o  oferecimento  da  denúncia.  Oferecida  a
denúncia,  o Ministério  Público  promoverá  a  ação  penal  até  o  seu  termo,
independente da vontade da vítima, mesmo que essa venha a se arrepender
posteriormente.
A possibilidade de  representação está  submetida a um  limite  temporal. O
ofendido  possuí  06  (seis)  meses  a  contar  da  data  do  conhecimento  da
autoria  do  fato,  para  representar  em  face  do  ofensor.  A  natureza  de  tal
prazo  é  decadencial,  sendo  que  após  seu  esgotamento  extingue­se  a
possibilidade de representação.
Há  uma  outra  hipótese  de  ação  penal  pública  condicionada  dentro  do
ordenamento  jurídico  brasileiro.  Trata­se  da  requisição  do  Ministro  da
Justiça,  prevista  para  casos  excepcionais,  como  os  crimes  praticados
contra a honra do presidente e os crimes praticados por estrangeiros contra
brasileiros fora do Brasil.
A requisição do Ministro da Justiça constitui um verdadeiro juízo político.
Analisando a ordem social, nacional e internacional, a gravidade do delito
e o peso das conseqüências da ação penal, o Ministro decide ou não fazer a
requisição; não há prazo decadencial para que seja feita a requisição.
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Ação penal privada: O titular da ação penal privada é o próprio particular
ofendido. Está prevista para os casos em que o  interesse do particular em
relação ao delito supera o interesse estatal. São basicamente duas situações
em que  isso acontece: o bem  jurídico ofendido  tem cunho essencialmente
particular  (ex:  crimes  contra  a  honra);  ou  as  conseqüências  de  uma
instrução  criminal  podem  ser  tão  danosas  para  a  vítima  que  a  mesma
prefere deixar de processar o ofensor (ex: estupro).
A ação penal privada se inicia mediante queixa. A queixa está para a ação
penal  privada  assim  como  a  denúncia  está  para  a  ação  penal  pública.
Assim, a queixa não se confunde com a notícia crime realizada na polícia,
popularmente e equivocadamente conhecida como "queixa".
O prazo para a que  seja proposta a queixa é de 6  (seis) meses,  sendo  tal
prazo decadencial. O próprio ofendido, e não o Ministério Público, é quem
será parte no processo, cumprindo todas as diligências ordenadas pelo juiz.
Para tanto, é necessário que a parte esteja representada por advogado.
Ao  contrário  do  que  ocorre  na  ação  penal  pública,  o  particular  pode
renunciar  ao  direito  de  queixa.  Essa  renúncia  ocorre  antes  de  ser
promovida a ação privada.
Ação  Penal  Privada  Subsidiária  da  Pública:  Constitui  uma  situação
excepcional,  que  se  verifica  a  partir  da  inércia  do  Ministério  Público.
Escoado o prazo para oferecimento de denúncia, para  réu preso ou  solto,
sem  qualquer  atividade  ministerial,  haverá  a  possibilidade  do  próprio
ofendido  propor  a  ação  penal  em  hipóteses  em  que  a  ação  penal  seria  a
princípio  pública.  Daí  falar­se  em  ação  penal  privada  subsidiária  da
pública.
Ressalte­se que a ação penal não perde sua natureza de pública em virtude
da  substituição.  O  querelante  não  poderá  dispor  da  mesma,  através  da
renúncia ou do perdão. A perempção também não poderá ser verificada, ao
contrário  do  que  ocorre  na  ação  penal  privada  de  iniciativa  exclusiva  da
vítima.
A inércia se verifica apenas quando, aberta a vista para o MP, o mesmo não
denuncia,  não  requer  diligências  e  nem  pede  o  arquivamento  do  feito.
Assim, o pedido de arquivamento do inquérito policial, por falta de indícios
de autoria ou prova da materialidade do crime, não configura a inércia, não
sendo possível a ação penal privada subsidiária da pública.
O artigo 29 do CPP dispõe que, iniciada a ação penal privada subsidiária da
pública,  o  parquet  poderá  aditar  a  queixa,  repudiá­la,  oferecer  denúncia
substitutiva, intervir no processo, retomar a ação como parte principal, etc.
Ação  Penal  Personalíssima:  A  doutrina  usualmente  classificava  dois
delitos do Código Penal como sendo de ação penal privada personalíssima.
Entretanto,  após  a  revogação do  crime de adultério,  tem­se que apenas o
delito  de  induzimento  a  erro  essencial,  previsto  no  artigo  236  do  CP,  é
considerado de ação penal privada personalíssima. A doutrina entende que
tal  delito  é  de  ação  penal  personalíssima  em  virtude  da  impossibilidade
sucessória no pólo ativo da lide.
LEITURA COMPLEMENTAR
Lei da violência contra a mulher: renúncia e representação da vítima
Luiz Flávio Gomes: Doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da
Universidade  Complutense  de Madri, mestre  em Direito  Penal  pela USP,
secretário­geral  do  IPAN  (Instituto  Panamericano  de  Política  Criminal),
consultor  e  parecerista,  fundador  e  presidente  da  Rede  LFG  ­  Rede  de
Ensino Luiz Flávio Gomes (1.ª Rede de Ensino Telepresencial do Brasil e
da  América  Latina)  ­  Líder  Mundial  em  Cursos  Preparatórios
Telepresenciais www.lfg.com.br
Alice Bianchini: Doutora em Direito Penal pela PUCSP, mestre em Direito
pela UFSC, diretora do IPAN Instituto Panamericano de Política Criminal,
consultora  e  parecerista  e  coordenadora  dos  Cursos  de  Especialização
23/08/2015 Direito Penal II: Resultados da pesquisa lesão corporal
http://direitopenalanhanguera.blogspot.com.br/search?q=les%C3%A3o+corporal 24/31
Telepresenciais e Virtuais da Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes.
Nos  termos  do  art.  16  da  Lei  11.340/2006  (lei  da  violência  contra  a
mulher),  “nas  ações  penais  públicas  condicionadas  à  representação  da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o  juiz, em audiência especialmente designada com tal  finalidade,
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público”.
Muitas  são  as  hipóteses  de  ação  penal  pública  condicionada  à
representação  (ameaça,  crimes  contra  a  honra,  crimes  sexuais  quando  a
vítima  for  pobre  etc.).  Em  todas  essas  situações,  quando  a  vítima  for  a
ofendida de que trata a Lei 11.340/2006 (mulher na ambiência doméstica,
familiar  ou  íntima),  sua  renúncia  à  representação  só  pode  ser  admitida
perante o juiz, em audiência especialmente designada para esse fim.
Renúncia significa abdicação do direito de representar. Nosso CPP só prevê
renúncia em relação ao direito de queixa (ação penal privada). Mas desde a
lei  dos  juizados  criminais  (Lei  9.099/1995)  já  não  se  questiona  que
também  pode  haver  renúncia  em  relação  ao  direito  de  representação.
Renúncia  é  ato  unilateral  que  ocorre  antes  do  oferecimento  da
representação. Depois que esta já foi oferecida só cabe retratação. O art. 16,
como  se  vê,  só  fez  referência  à  renúncia.  Logo,  o  intérprete  não  pode  aí
incluir  a  retratação,  que  é  juridicamente  possível  até  o  oferecimento  da
denúncia (CPP, art. 25).
Eventual  analogia  (para  alcançar  também  a  retratação)  seria  in  malam
partem  (contra  o  réu).  Considerando­se  os  inequívocos  reflexos  penais
(aliás,  reflexos  penais  imediatos,  não  remotos)  da  retratação  da
representação (visto que ela pode conduzir à decadência desse direito, que é
causa extintiva da punibilidade nos termos do art. 107, IV, do CP), não há
como  admitir  referida  analogia.  As  normas  genuinamente  processuais
admitem  amplamente  analogia  (CPP,  art.  3.º),  mas  quando  possuem
reflexos  penais  imediatos  (ou  seja:  quando  estamos  diante  de  normas
processuais materiais),  elas  contam  com  a mesma  natureza  jurídica  das
normas penais.
A renúncia pode ser expressa (renúncia por escrito) ou tácita (prática de ato
incompatível com a vontade de processar CP, art. 104). Em se tratando de
crime  que  tenha  como  vítima  a  mulher  de  que  cuida  a  Lei  11.340/2006
(mulher  em  ambiência

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