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BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 1 Organização Geral do Sistema Endócrino e Bioquímico Hormonal Epitélio Glandular Células Especializadas na atividade de secreção Formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo (Vida Fetal). Armazenadas em pequenas vesículas (grânulos de secreção) © Proteínas © Lipídios © Complexos de Carboidratos + proteínas © Células com baixa capacidade de síntese (glândulas sudoríparas) Glândulas unicelulares → célula caliciforme Glândulas multicelulares → agrupamentos de células Glândulas Definição: agregado maior e mais complexo de células epiteliais glandulares. Conexão com o epitélio do qual se originou. Glândulas Exócrinas © Porção Secretora © Ductos © Simples ou Compostas © Merócrina, Holócrinas e Apócrinas Ductos tubulares → células epiteliais → eliminação das secreções na superfície do corpo ou em uma cavidade Glândula Mista → Exócrina e Endócrina (PÂNCREAS). Glândula exócrina: possuem ducto para liberar seu suco digestivo. Possui um ducto que libera seu conteúdo nas superfícies. Células azuis escuta fazem parte do ducto e as azuis claras produzem o conteúdo que será secretado. Glândula endócrina: perde a conexão com o tecido que foi originada, utiliza os capilares para distribuir seu conteúdo. Podem ser divididas em glândulas que formam cordões ou folículos podendo ter produção de hormônios em seu interior, por exemplo o folículo tireoidiano que em seu interior terá os coloides, sendo a matéria prima para a formação dos hormônios. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 2 Introdução ao Sistema Endócrino Descrição Clássica: um mensageiro químico denominado HORMÔNIO, produzido por determinado órgão, é liberado na circulação para produzir um efeito sobre um órgão-alvo. Descrição Atual: rede integrada de múltiplos órgãos, de diferentes origens embrionárias, que liberam hormônios que exercem efeitos em células-alvo próximas ou distantes. As principais funções do sistema endócrino são: © Regulação do equilíbrio do sódio e da água, além de controle do volume sanguíneo e da pressão arterial; © Regulação do equilíbrio do cálcio e do fosfato para preservar as concentrações no líquido extracelular necessárias à integridade da membrana celular e à sinalização intracelular; © Regulação do balanço energético e controle da mobilização, da utilização e do armazenamento da energia para assegurar o suprimento das demandas metabólicas celulares; © Coordenação das respostas contrarreguladoras hemodinâmicas e metabólicas do hospedeiro ao estresse; © Regulação da reprodução, do desenvolvimento, do crescimento e do processo de envelhecimento. Glândulas Endócrinas © Não apresentam ductos; © Não tem conexões anatômicas e distribuição por todo o corpo; © Secretam os hormônios no espaço intersticial e após circulação; © Comunicação entres os órgãos é assegurada pela liberação hormônios e neurotransmissores. Hormônios © Produtos químicos liberados pela célula em quantidade muito pequenas que exercem ação nos órgãos alvos; © Podem ser produzidos pelas glândulas endócrinas, cérebro e outros órgãos (rins, coração e tecido adiposo) © Podem ser classificados em proteínas (ou peptídeos), esteroides e derivados de aminoácidos (aminas). As aminas e os hormônios peptídicos ligam-se a receptores situa- dos na superfície celular, enquanto os hormônios esteroides têm a capacidade de atravessar as membranas plasmáticas, ligando-se a receptores intracelulares. Órgão-alvo © Células que expressam receptores específicos e que respondem a ligação com hormônios gerando ação biológica demonstrável. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 3 © Ex.: pâncreas que produz a insulina que agirá sobre as células a fim de fazer o controle glicêmico. Hipotálamo Possui uma ação importante na região da hipófise, principalmente na adeno-hipofise (hipófise anterior). Possui neurônios que estimulam a região da hipófise, onde terão prolongamento desses neurônios se dirigindo a neuro-hipófise (hipófise posterior) liberando hormônios como ADH. Hipófise estimula: © Adeno-hipófise: secretar TSH, ACTH, LH/FSH, GH e Prolactina. © Neuro-hipófise: armazenas os hormônios antidiuréticos como ADH e Ocitocina. Região do diencéfalo, produz fatores de regulação, sendo eles: © TRH (Hormônio liberador de tirotropina) – hormônio secretado pela adeno-hipofise, agindo sobre a tireoide, ao qual irá estimular a secreção de T4, T3 e calcitonina; © CRH (Hormônio liberador de corticotrofina) – hormônio secretado pela adeno-hipofise, agindo sobre as adrenais, ao qual irá estimular a secreção ACTH – agindo o córtex da adrenal estimulando a secreção do cortisol, andrógenos e aldosterona (menor quantidade) e a medula adrenal secreta adrenalina e noradrenalina; © GnRH (Hormônio liberador das gonadotrofinas) – hormônio secretado pela adeno-hipofise, secretar LH e FSH – age sobre as gônadas, secretando estradiol e progestero (ovários) e testostenona (testículos); © GHRH (Hormônio liberador de hormônio de crescimento) – hormônio secretado pela adeno- hipófise estimulando a secreção de GH (hormônio do crescimento) - age sobre tecido adiposo muscular, osso e cartilagem e no fígado estimulando a secreção de IGF-1 e IGFPBs Hormônios de estímulos inibitórios, sendo eles: © Dopamina – fator hipotálamo inibitório, segurando a secreção de prolactina. Sem esse efeito, estimula a secreção de prolactina. © Somastotatina – efeito inibitório sobre a secreção de GH © Pineal auxilia na secreção da Melatonina; © Paratireoide auxilia na secreção de PTH (paratormônio); © Pâncreas endócrino secreta insulina e glucagon. Há uma grande presença de vasos que atraves deles, serão liberados para o restante do corpo. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 4 Eixo Hipotálamo-Hipófise Capilar Fenestrado © CAPILAR FENESTRADO © Presença de grandes orifícios ou fenestras nas paredes das células endoteliais. © Trocas rápidas de substâncias entre tecidos e sangue. Hormônios © Três classes de hormônios o Proteínas (peptídeos) • Maioria dos hormônios; • Secretados pela hipófise anterior e posterior; • São sintetizados na extremidade rugosa do retículo endoplasmático das diferentes células endócrinais. • Moléculas compostas 3 a 200 resíduos de aminoácidos; • Sintetizados na forma de pré-pró-hormônio – são biologicamente ativas e clivados para formar pró-hormônios menores. Transferidos para o aparelho de Golgi, para produzir os hormônios menores ativos e fragmentos inativos. A secreção dos hormônios ocorre quando as vesículas secretoras se fundem com a membrana celular e o conteúdo granular é expelido para o líquido intersticial ou diretamente na corrente sanguínea. • Processos pró-tradução • Armazenamento § Grânulos secretores → Exocitose • Exemplos § Insulina, glucagon, ACTH, ADH, ocitocina § LH, FSH, TSH, HCG (glicoproteína) BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 5 o Esteroides • Derivados do colesterol • São sintetizados no córtex da suprarrenal, nas gônadas e na placenta; • Lipossolúveis/ Lipofílico • Circulam no plasma ligados em proteínas • Atravessam a membrana plasmática e se ligam em receptores citosólicos ou nucleares • Uma vez sintetizados, eles simplesmente se difundem através da membrana celular e entram no líquido intersticial e, depois, no sangue; • Exemplos § Andrógenos, cortisol, estrogênio § Vitamina D se encaixa neste tipo de hormônio o Derivados Aminas § Derivados de aminoácidos a partir da TIROSINA; § São sintetizados e armazenados na glândula tireoide e incorporados a macromoléculas da proteína tireoglobulina, que é armazenada em grandes folículos; § Aminas são clivadas da tireoglobulina e os hormônios livres são então liberados na corrente sanguínea; § Exemplo: - Noradrenalina, adrenalina, dopamina. - Hormônios Tireoidianos (T4 e T3)- é transportado na célula para sua ligação a um receptor nuclear. © Estruturas químicas © Local de Produção → Efeito Biológico o ENDÓCRINO: hormônio é liberado na circulação (transporte sangue) até exercer seu efeito biológico em célula-alvo distante; o PARÁCRINO: hormônio liberado de uma célula exerce efeito biológico sobre uma célula vizinha (mesmo órgão ou tecido) o AUTÓCRINO: hormônio produz efeito biológico sobre a mesma célula que o libera. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 6 Transporte dos Hormônios o Circulação na forma LIVRE ou ligada a PROTEÍNAS CARREADORAS; o Proteínas de ligação → aumento o tempo de meia-vida do hormônio atuando como reservatório; § Globulinas → sintetizadas no fígado → Ex: T4/T3, Testosterona, Cortisol § IGF-1 – IGFBP3 o Hormônio livre ou não-ligado constitui a forma ativa que se ligará a um receptor específico. Por conseguinte, a ligação de um hormônio a sua proteína carreadora serve para regular a atividade hormonal, estabelecendo a quantidade de hormônio livre para exercer uma acabo biológica. As proteínas carreadoras são, em sua maioria, globulinas sintetizadas no fígado. Entretanto, sabe-se que proteínas como as globulinas e a albumina também se ligam aos hormônios. Como a maior parte dessas proteínas é sintetizada no fígado, a ocorrência de alterações na função hepática pode resultar em anormalidades nos níveis de proteínas de ligação, podendo afetar indiretamente os níveis totais dos hormônios. o Hidrofílico → hormônios derivado peptídeos e aminas* o Lipofílicos → hormônios esteroides (ligados a proteínas carreadoras) *Importante para ligação ao seu receptor o A interação entre determinado hormônio e sua proteína carreadora encontra-se em equilíbrio dinâmico, possibilitando adaptações que impedem as manifestações clínicas de deficiência ou de excesso hormonal. A secreção do hormônio é rapidamente regulada após alterações nos níveis das proteínas transportadoras. § Exemplo: níveis plasmáticos de proteína de ligação do cortisol aumentam durante a gravidez. A elevação dos níveis circulantes da proteína de ligação do cortisol leva a um aumento da capacidade de ligação do cortisol, com consequente redução dos níveis de cortisol livre. Essa redução do cortisol livre estimula a liberação hipotalâmica do CRH, que estimula a liberação do ACTH pela adeno-hipófise e, consequentemente, a síntese e a liberação do cortisol das glândulas suprarrenais. O cortisol, liberado em maiores quantidades, restaura os níveis de cortisol livre e impede a manifestação da deficiência de cortisol. o Taxa de Depuração Metabólica → remoção dos hormônios da circulação. o Ligação ao receptor órgão-alvo § Internalização complexo hormônio-receptor § Degradação lisossomal o Metabolismo Hepático § Fase 1 (hidroxilação ou oxidação) § Fase 2 (glicuronidação, sulfatação ou redução com glutationa) § Fase 3 (excreção bile ou rim) o Excretados na urina e fezes → pequena quantidade excretado de modo intacto Hormônio se liga ao receptor do órgão alvo formando um complexo hormônio-receptor sendo internalizado. Esse complexo será jogado para dentro da célula podendo ser degradado pelos lisossomos reciclando-o em si. Também podem ser metabolizados pela via clássica, passando pelo fígado podendo sofrer algumas reações químicas que inativam a sua função, podendo ser hidroxilados, oxidados, podendo sofrer sulfatação e outras reações químicas para que haja a depuração desse metabolito e por fim eles serão excretados na bili ou eliminados pelos rins e uma pequena parcela dos hormônios que produzimos são excretados na forma imatura pelas fezes ou urina. Hormônio ligado a proteína ira agir. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 7 Efeitos Celulares dos Hormônios © RESPOSTA BIÓLOGICA NORMAL © Concentração circulante são muito baixas © Ligação ao receptor específico na célula-alvo © Alta afinidade e especificidade ao receptor específico o Afinidade: determinada pela taxa de dissociação e associação do complexo hormonal-receptor em condições de equilíbrio. § Constante de dissociação (Kd): concentração hormonal necessária para ligação de 50% dos sítios dos receptores. Kd baixa significa alta afinidade ao receptor o Especificidade: capacidade do receptor hormonal discriminar entre os hormônios com substâncias correlatas © A ligação do hormônio ao receptor pode ser passível de saturação. Na maioria das células- alvo, a resposta biológica máxima a determinado hormônio pode ser alcançada sem haver uma ocupação de 100% dos receptores hormonais. Os receptores que não são ocupados são denominados receptores de reserva. © Resposta máxima ao hormônio não exige 100% ligação. © Exemplo: ação da insulina nos adipócitos ocorre com ligação de 3% dos receptores. © RESPOSTA BIOLÓGICA ANORMAL o Deficiência ou Excesso Hormonal o Produção anormal dos hormônios o Redução no número ou da ação dos receptores © Agonistas dos receptores: moléculas que se ligam ao receptor hormonal e produzem um efeito biológico semelhante ao induzido pelo hormônio. © Antagonista dos receptores: Se ligam ao receptor hormonal e inibem os efeitos biológicos de um hormônio específico. © AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS o Cabergolina/Bromocriptina o Receptores dopaminérgicos (D1 a D5) o Ligam-se aos receptores de dopamina do subtipo D2, inibindo a secreção dos lactotrofos e causando a redução do tumor. o Primeira escolha para tratamento de prolactina. Receptores Hormonais e Tradução de Sinais IMAGEM: Destino metabólico dos hormônios. A remoção dos hormônios do organismo resulta de sua degradação metabólica, que ocorre principalmente no fígado por meio de processos enzimáticos, que incluem proteólise, oxidação, redução, hidroxilação, descarboxilação (fase I) e metilação ou glicuronidação (fase II), entre outros. A excreção pode ocorrer pela bile ou pela urina, após glicuronidação e sulfatação (fase II). Além disso, a célula-alvo pode interna- lizar o hormônio e degradá-lo. O rim desempenha um importante papel na eliminação do hormônio e de seus produtos de degradação do corpo. Em alguns casos, as determinações de um hormônio ou de seu metabólito na urina são utilizadas para avaliar a função de algum órgão endócrino, com base na pressuposição de que a função e o processamento renais do hormônio estejam normais. IMAGEM: Efeitos fisiológicos da Prl. A Prl desempenha um importante papel no desenvolvimento normal do tecido mamário e na produção de leite. A liberação de Prl está predominante- mente sob controle negativo pela dopamina hipotalâmica. A sucção estimula a liberação de Prl, que inibe sua própria liberação pela estimulação da liberação de dopamina pelo hipotálamo. AVP, arginina vasopressina; DA, dopamina; GPCR, receptor acoplado à proteína G, de G protein-coupled receptor; OT, ocitocina; TRH, hormônio de liberação da tireotrofina. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 8 Receptores de Membrana Celular © Definição: Proteínas que se localizam dentro da dupla camada fosfolipídica da membrana celular das células-alvo. © Hormônio←→Receptor cascata de sinalização de eventos intracelulares resultando na resposta biológica específica. o Receptores Ligados a Canais iônios § Funcionam acoplados a canais iônicos § Hormônio←→Receptor de membrana celular e a formação do complexo hormônio-receptor desencadeando uma cascata de sinalização de eventos intracelulares, resultando em uma resposta biológica especifica. § Abertura de canais iônicos na membrana celular, produzindo influxo de íon para o interior da célula § Efeitos celulares poucos segundos após ligação do hormônio ao receptor. § Exemplo: § Receptor de neurotransmissores (GABA/ACh). § Canais de potássio dependentes ATP célula Beta pancreática* o Receptores que Regulam Atividade de Proteínas Intracelulares §Proteínas transmembrana que transmitem sinais a alvos intracelulares quando ativadas. A ligação do ligante ao receptor sobre a superfície celular e a atividade da proteína associada desencadeiam uma cascata de sinalização de eventos que ativa as proteínas e as enzimas intracelulares, podendo incluir efeitos sobre a transição e a expressão dos genes. Sendo os principais receptores: § Receptores Acoplados à Proteína G Cadeia Polipeptídicas simples que possuem 7 domínios transmembrana e que estão acoplados a proteínas heterotrimérica de ligação da Guanina (subunidade 𝛼, 𝛽, 𝛾). A ligação do hormônio ao receptor acoplado à proteína G produz uma mudança de conformação que induz a interação do receptor com a proteína G reguladora, estimulando a liberação do difosfato de guanosina (GDP) em troca do trifosfato de guanosina (GTP), resultando em ativação da proteína G. Os hormônios que utilizam esse tipo de receptor são o TSH, a vasopressina, ou hormônio antidiurético, e as catecolaminas. IMAGEM: Regulação da liberação de insulina. A glicose constitui o principal estímulo para a liberação de insulina pela célula b do pâncreas. Ela penetra na célula b por meio de uma proteí- na específica, o transportador de glicose 2 (GLUT 2), e sofre glicólise, com consequente geração de ATP. O aumento da razão ATP/ADP leva à inibição e ao fechamento dos canais de K+ sensí- veis ao ATP (alvo das sulfonilureias), resultando em despolarização da membrana plasmática e abertura dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem. O aumento do influxo de Ca2+ associado à mobilização do Ca2+ das reservas intracelulares leva à fusão dos grânulos secretores conten- do insulina com a membrana plasmática, com liberação da insulina (e do peptídeo C) na circu- lação. Outros fatores também podem estimular a liberação de insulina pela célula b, incluindo hormônios (peptídeo semelhante ao glucagon 1) e neurotransmissores (acetilcolina). A glicose atua de modo sinérgico com esses mediadores e amplifica a resposta secretora das células b a esses fatores. AC, adenilato-ciclase; ADP, difosfato de adenosina; ATP, trifosfato de adenosina; CCK, colecistocinina, de cholecystokinin; GLP-1, peptídeo semelhante ao glucagon 1, de gluca- gon-like peptide-1; PLC, fosfolipase C, de phospholipase C. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 9 ADENILATO-CICLASE (AC) A interação da G𝛼s com a adenilato-ciclase e sua ativação resultam em aumento da conversão do trifosfato de adenosina em monofosfato de 3 ́,5 ́-adenosina cíclico (AMPc), que constitui a resposta oposta induzida pela ligação aos receptores acoplados à G𝛼i. A elevação do AMPc intracelular ativa a proteína-quinase A, a qual, por sua vez, fosforiza as proteínas efetoras, produzindo respostas celulares. A ação do AMPc termina com sua degradação pela enzima fosfodiesterase. Além disso, a cascata de ativação proteica também pode ser controlada pelas fosfatases que desfosforilam as proteínas. A fosforilação proteica não resulta necessariamente em ativação de uma enzima. Em alguns casos, a fosforilação de determinada proteína leva à inibição de sua atividade. EX: Fisiologia ADH → Ação Renal (AVPR2_ FOSFORILIPASE C (PLC) A ativação da PLC pela G𝛼q resulta em hidrólise de bifosfato de fosfatidilinositol (PIP2) e produção de diacilglicerol (DAG) e trifosfato de inositol (IP3). O DAG ativa a proteína-quinase BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 10 C (PKC), que fosforila as proteínas efetoras. O IP3 liga-se aos canais de cálcio no retículo endoplasmático, com o consequente aumento do influxo de Ca2+ para o citosol. O Ca2+ também pode atuar como segundo mensageiro por sua ligação às proteínas citosólicas. A calmodulina é uma importante proteína na mediação dos efei- tos do Ca2+. A ligação do Ca2+ à calmodulina resulta na ativação das proteínas, algumas das quais consistem em quinases, levando a uma cascata de fosforilação das proteínas efetoras e respostas celulares. Receptores tireotrofos e gonadotrofos. § Receptores de Proteína Tirosina-Quinase Esses receptores em geral são proteínas transmembrana simples que possuem atividade enzimática intrínseca. Entre os hormônios que utilizam esses tipos de receptores, destacam-se a insulina, fatores de crescimento fibroblásticos, hormônios do crescimento, fator de crescimento do hepatócito, leptina, prolactina e fator de crescimento endotelial vascular. - Hormônio → Receptor → Atividade quinase intracelular / Tirosina-quinase JAK2 → Fosforilação dos resíduos de tirosina → Cascata de sinalização distal → efeito fisiológicos. Pela fosforilação proteica, a ligação do hormônio a receptores de superfície celular também pode alterar a transcrição de genes específicos por intermédio da fosforilação dos fatores de transcrição. EX.: Resistencia à Insulina → Diabetes tipos 2 o Receptor Intracelular Os receptores incluídos nessa categoria pertencem à superfamília dos receptores de esteroides. Eles consistem em fatores de transcrição que possuem locais de ligação BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 11 para o hormônio (ligante) e o DNA e que funcionam como fatores de transcrição gênica.. A ligação a receptores hormonais intracelulares requer que o hormônio seja hidrofóbico e atravesse a membrana plasmática. Os hormônios esteroides e o derivado esteroide vitamina D3 atravessam a membrana plasmatica. Os hormônios tireoidianos devem ser transportados ativamente dentro da célula. A formação do complexo hormônio-receptor com receptores citosólicos provoca uma mudança de conformação, que possibilita a entrada do complexo hormônio- receptor no núcleo e sua ligação a sequências especificas de DNA para regular a transcrição gênica. Uma vez no interior do núcleo, os receptores regulam a transcrição pela ligação, em geral na forma de dímeros, a elementos de resposta hormonal normalmente localizados em regiões reguladoras de genes-alvo. Em todos os casos, a ligação do hormônio leva à localização nuclear quase completa do complexo hormônio-receptor. Os receptores intracelulares não ligados podem estar situados no núcleo, como no caso dos receptores do hormônio tireoidiano. O receptor do hormônio tireoidiano não ocupado reprime a transcrição de genes. A ligação do hormônio tireoidiano ao receptor ativa a transcrição gênica. o Regulação dos Receptores de Hormônio Hormônios → Célula-alvo → Resposta Modulação da Resposta do Receptor § Células-alvo→detecção de alterações no sinal hormonal devido a variedades na intensidade do estímulo. § Dessensibilização: capacidade da célula sofrer um processo reversível de adaptação § Downregulation: § Ligação de um hormônio no receptor de superfície pode levar a endocitose e posterior destruição do receptor. § Fosforilação de um receptor pode levar a sua inativação temporária § Alteração na proteína envolvida na transdução do sinal § Upregulation: § Aumento do número de receptores hormonais específicos, aumentando sua eficiência nos tecidos alvos. Controle da Liberação dos Hormônios A secreção hormonal envolve a síntese ou a produção do hormônio e sua liberação da célula. Os níveis plasmáticos hormonais oscilam durante o dia, exibindo picos e depressões específicos de cada hormônio. A liberação periódica e pulsátil dos hormônios é de suma importância na manutenção da função endócrina normal e nos efeitos fisiológicos exercidos sobre o órgão-alvo. © Controle Neural BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 12 Mediado pelo SNC através de neurotransmissores que por meio do hipotálamo regulando a liberação endócrina periférica dos hormônios. Certos órgãos endócrinos, como o pâncreas, recebem um influxo simpático e parassimpático, que contribui para a regulação da liberação de insulina e glucagon. O controle neural da liberação de hormônios é mais bem exemplificado pela regulação simpática da glândula suprarrenal, que funciona como gânglio simpático modificado,recebendo o influxo neural direto do sistema nervoso simpático. A liberação da acetilcolina das terminações nervosas simpáticas pré-ganglionares da medula suprarrenal estimula a liberação de adrenalina na circulação. © Controle Hormonal A liberação de hormônios por um órgão endócrino com frequência é controlada por outro hormônio. Quando o resultado consiste na estimulação da liberação hormonal, o hormônio que exerce esse efeito é denominado trófico, como no caso da maioria dos hormônios produzidos e liberados pela adeno-hipófise. A inibição hormonal da liberação de hormônios desempenha um importante papel no processo de regulação da liberação hormonal por retroalimentação negativa. Além disso, os hormônios podem estimular a liberação de um segundo hormônio em um mecanismo conhecido como anteroalimentação, como no caso do aumento de LH mediado pelo estradiol na metade do ciclo menstrual. © Regulação Nutrientes Íons Os níveis plasmáticos de nutrientes ou de íons também podem regular a liberação hormonal. Em todos os casos, o hormônio específico regula a concentração do nutriente ou do íon no plasma, direta ou indiretamente. A responsividade das célula-alvo à ação hormonal, com a regulação da liberação de hormônio, constitui um mecanismo de controle por retroalimentação. A redução ou a inibição do estímulo inicial é denominada retroalimentação negativa. A estimulação ou a intensificação do estímulo original é conhecida como retroalimentação positiva. A retroalimentação negativa constitui o mecanismo de controle mais comum que regula a liberação hormonal. A integridade do sistema assegura que as alterações adaptativas nos níveis de hormônios não irão levar a distúrbios patológicos. © Controle Hormonal e Regulação Nutrientes Íons HORMÔNIOS GLP-1→LIRAGLUTIDA (Victoza®/Saxenda®) o Secretados pelas células L enterócitos em resposta a presença de nutrientes. o Receptor acoplado a Proteína G § Ativação AMP-c→PKA. § Fechamento K-ATP. § Potencializa secreção de insulina associada a glicose. § Níveis glicêmicos normais inativam secreção de insulina. Avaliação da Função Endócrina Distúrbios ou Doenças do Sistema Endócrino © Alterações na secreção hormonal ou na responsividade da célula-alvo à ação hormonal Abordagem Inicial © Avaliação da função endócrina→níveis plasmáticos hormonais Medições dos hormônios © Imunoensaios → capacidade de anticorpos específicos contra estes hormônios © Dosagens hormonais: plasma, soro, urina, saliva ou outra secreção biológica. BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 13 © Urina 24h: importante para mostrar avaliação integrada de um determinado hormônio. © Dosagens dos hormônios e seus fatores reguladores apropriados © Testes Dinâmicos: Estímulo / Supressão Praticamente todas as funções dos animais vivos estão sujeitas a alterações periódicas ou cíclicas, muitas das quais são influenciadas principalmente pelo sistema nervoso Relógio Biológico Alterações periódicas ocorrem livremente (intrínseca ao organismo) Atrelada/Coordenada por sinais externos (DICAS) © Variações Luz-Escuridão © Padrão das refeições © Ciclos períodos Lunares © Proporção da duração dia/noite Ritmo Endógenos→RITMOS CIRCADIANO OU DIUTURNO (24 HORAS) - Glicocorticoides (GC) - Hormônio do crescimento (GH) - Importância de saber o ritmo endógena para orientação de coleta em horário adequado. - Cortisol - Cedo: útil para avaliar função adrenal. - Urina 24h: quantificação total. Importante na suspeita de Sd.Cushing - Teste de Supressão com Dexametasona. Caso Clínico Zeitgeber ou “doadores de tempo" BMF-3 06/04/2020 Aula 2 - ENDOCRINO 14 Mulher, 42 anos, com perda de 9Kg em 3 meses, tremores e palpitação vem para sua avaliação. Notou aumento progressivo de volume cervical. Ao exame físico: bócio com aumento de volume as custas de bolo esquerdo. Sem oftalmopatia (alteração do olho). Presença de tremor fino de extreminadade. FC 110 bpm. Exames Laboratoriais: TSH 0,01 mUI/L (VR o,4 a 4,0); T4 livre 2,1 ng/dL (VR 0,8 a 1,9); T3 2,5 ng/mL (VR 0,7 a 1,8); TRAb 0,8 UI/L (VR < 1,75) Cintiolografia com iodo mostrou a imagem abaixo. 1. Qual a mais provável hipótese diagnostica. R: Hipertireoidismo por adenoma tóxico ou nódulo quente de tireoide (doença de Plummer). – Devido ao aumento ou inflamação da glandula 2. Qual o mais provável mecanismo de patogênese dessa doença. R: Mutações ativadora do receptor transmembrana TSH; ou mutação ativadora da proteína Gs do receptor do TSH 3. Qual a conduta mais apropriada? R: Radioiodo ou cirurgia. Aceitável: usar drogas antitireoidinana para controlar a paciente antes do procedimetento. Caso Clínico 2
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