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Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Disciplina: Hidrologia Aplicada CICLO HIDROLÓGICO E BACIA HIDROLÓGICA CICLOS CONCEITO: Ciclos são ocorrências de repetição, podendo o intervalo entre essas ocorrências serem largos ( ciclos lentos) ou curtos (ciclos rápidos). • Do ponto de vista fisico-químico podemos dizer que todos os elementos presentes na Terra são cíclicos. • Geralmente elementos que não possuem fase gasosa possuem ciclos mais lentos. CICLO HIDRLÓGICO CONCEITO: É o movimento permanente da água, resultante dos fenômenos de evaporação, transpiração das plantas, precipitação, infiltração, escoamento superficial e subterrâneo, etc. • tudo movido em função da energia solar. ETAPAS DO CICLO HIDRLÓGICO • Com fins didáticos, apresenta-se o ciclo hidrológico como compreendendo quatro etapas principais: a) Precipitações atmosféricas (chuva, granizo, neve, orvalho); b) Escoamentos subterrâneos (infiltração, águas subterrâneas); c) Escoamentos superficiais (torrentes, rios e lagos); d) Evaporação (na superfície das águas e no solo) e transpiração dos vegetais e animais. BALANÇO HIDRICO BALANÇO HIDRICO CONCEITO: Soma de todas as contribuições positivas ou negativas para aquela bacia hidrográfica, qual seja da precipitação, evaporação, transpiração, escoamento superficial e subterrâneo, que gera um armazenamento superficial e subterrâneo. P E Esup Esup Asup Asub Esub Esub P - E + Esup - Esup + Esub - Esub = Asup + Asub Onde: Entrada no Sistema = P, Esup, Esub Saída do Sistema = E, Esup, Esub Retido no Sistema = Asup, Asub 1. ÁGUA EVAPORA DOS OCEANOS E LAGOS DA TERRA 2. ÁGUA EVAPORADA FORMA NUVENS 3. AS NUVENS DESLOCAM-SE PELA ATM EM PADRÕES CLIMÁTICOS GLOBAIS 4. VAPOR D’ÁGUA SE CONDENSA E SE PRECIPITA NA FORMA DE CHUVA NEVE E GRANIZO 5. A CHUVA CHEGA AO SOLO E ESCOA POR TERRA ATÉ PEQUENOS CÓRREGOS RISCOS URBANOS DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL • Empoçamentos; • Inundações; • Erosões; • Assoreamentos; EXEMPLO: Belém-PA. • É o processo em que se observa no leito dos rios acúmulo de detritos, lixo, entulho e outros. • No fundo dos rios e lagoas, esse acúmulo interfere na topografia de seus leitos impedindo-os de portar todo o seu volume hídrico, provocando transbordamento em épocas de grande quantidade de Chuvas. ASSOREAMENTO EXEMPLO: ASSOREAMENTO OBJETIVOS DO SISTEMA DE DRENAGEM • Proteger e preservar os fundos de vale e curos d´água; • Proteger as propriedades; • Controlar erosões; • Assegurar o transito; • Eliminar a proliferação de doenças; SISTEMA DE DRENAGEM URBANA • O sistema de drenagem urbana deve ser considerado como composto por dois sistemas distintos, que devem ser planejados e projetados sob critérios diferenciados. Microdrenagem Macrodrenagem • É o sistema de condutos pluviais a nível de loteamento ou de rede primária urbana que propicia a ocupação de espaço urbano ou periurbano por uma forma artificial de assentamento, adaptando-se ao sistema de circulação viária. MICRODRENAGEM URBANA • MEIO-FIO: São constituídos de blocos de concreto ou de pedra, situados entre a via publica e o passeio, com sua face superior nivelada com o passeio, formando uma faixa paralela ao eixo da via publica. • SARJETAS: São as faixas formadas pelo limite da via publica com os meio-fios, formando uma calha que coleta as águas pluviais oriundas da rua. ELEMENTOS QUE COMPÕEM UM SISTEMA DE MICRODRENAGEM URBANA EXEMPLOS: • SARJETÕES: São formados pela própria pavimentação nos cruzamentos das vias publicas, formando calhas que servem para orientar o fluxo das águas que escoam pelas sarjetas. EXEMPLO: • BOCA DE LOBO: São dispositivos de captação das águas das sarjetas. EXEMPLO: EXEMPLOS: • Ambos os lados da rua, quando a saturação da sarjeta assim o exigir ou quando forem ultrapassadas as suas capacidades de engolimento; • Pontos baixos da quadra; • Recomenda-se adotar um espaçamento máximo de 60 m entre as bocas-de-lobo, caso não seja analisada a capacidade escoamento da sarjeta; • Pontos pouco a montante de cada faixa de cruzamento usada pelos pedestres, junto às esquinas; • Não é conveniente a sua localização junto ao vértice de ângulo de interseção das sarjetas de duas ruas; POSICIONAMENTO DAS BOCAS DE LOBO EXEMPLO: • POÇOS DE VISITA: São dispositivos colocados em pontos convenientes dosistema para permitir o acesso às canalizações para limpeza e inspeção. EXEMPLO: • Pontos de mudança de direção; • Cruzamentos de ruas (reunião de vários coletores); • Mudanças de declividade; • Mudanças de diâmetro; POSICIONAMENTO DOS POÇOS DE VISITA Diâmetro (m) Espaçamento (m) 0,30 120 0,50-0,90 150 1,0 ou mais 180 • CONDUTOS DE LIGAÇÃO: São dispositivos que partem de uma boca de lobo e descarregam a jusante, em outra boca de lobo, numa caixa de ligação ou em um poço de visita. • Devem ser retilíneos; • Seguir o traçado de menor desenvolvimento; • Diâmetro mínimo de 300mm,; • Declividade mínima de 0,01 m/m; o que permite escoamento de vazão de 150 l/s (declividade de 0,01m/m). EXEMPLO: • GALERIAS: São as canalizações públicas destinadas a escoar as águas pluviais oriundas das ligações privadas e das bocas-de lobo. EXEMPLO: • CAIXAS DE LIGAÇÃO: São estruturas hidráulicas subterrâneas, não visitáveis, destinadas a reunir até três condutos de ligação provenientes de bocas coletoras para a seguir, através de um outro conduto de ligação encaminhar a vazão reunida até o poço de visita mais próximo. EXEMPLO: • CONDUTOS FORÇADOS E ESTAÇÕES DE BOMBEAMENTO: Quando não ha condições de escoamento por gravidade para a retirada da água de um canal de drenagem para um outro, recorre-se aos condutos forçados e as estações de bombeamento. EXEMPLO: • É responsável pelo escoamento final das águas, podendo ser formada por canais naturais ou artificiais, galerias de grandes dimensões e estruturas auxiliares. • A macrodrenagem de uma zona urbana corresponde a rede de drenagem natural pré-existente nos termos antes da ocupação, sendo constituída pelos igarapés, corregos, riachos e rios localizados nos talvegues (fundo de vale) e valas. MACRODRENAGEM URBANA • Retificação e ampliação das seções de canais naturais; • Construção de canais artificiais; • Galerias de grandes dimensões; OBRAS USUAIS DE MACRODRENAGEM • Proteção contra erosões e assoreamento; • Travessias e estações de bombeamento; • etc.; ESTRUTURAS AUXILIARES DE CONTROLE EXEMPLO: EXEMPLO: Belém-PA. PROJETO DA MACRODRENAGEM Etapas iniciais. • Reunião sobre o projeto; • Mapa topográfico; • Reconhecimento do local; • Regulamentos sobre o uso e a ocupação do solo no local; • Relatório ou projetos de engenharia relacioados; PROJETO • Escolha do o corpo receptor; • Escolha dos pontos de instalação dos aparelhos de microdrenagem; • Elaboração do projeto hidráulico (determinação do diametro dos tubos trecho a trecho); ESCOLHA DO CORPO RECEPTOR • Bacia de drenagem ou Bacia hidrográfica ou área de captação. EXEMPLO: Bacia do rio Piracicaba/SP, situada na região sudeste do Brasil, possui área aproximada de 12.400 Km2, considerada uma bacia de drenagem. EXEMPLO: • I – Intensidade: É quantidade de chuva por unidade de tempo. • D – Duração: É a duração da chuva, isto é, o tempo em que a chuva se mantém com aquela intensidade. Costuma-se classificar a duração das chuvas em intervalos de 5 minutos, 10, 15 e até 24 horas. VAZÃO PLUVIOMÉTRICA • F – Frequência: A quantidade em que a chuva ocorre em determinado período de tempo. Uma determinada chuva, por exemplo a chuva de I = 80 mm/h, pode acontecer todo ano em determinada região e a mesma chuva de I = 80 mm/h vai acontecer somente a cada 10 anos em outra região. • T - Período de Retorno: A chuva é um fenômeno cíclico. Podemos entender que não existe uma única chuva mas sim chuva de 70 mm, chuva de 90 mm, etc. O que a hidrologia estuda é o período de retorno de cada uma dessas chuvas. INTENSIDADE• A quantidade de água que cai em uma chuva é medida por aparelhos especiais denominados Pluviômetros e Pluviografos. EXEMPLO: CURVAS DE INTENSIDADE-DURAÇÃO-FREQUÊNCIA BACIA HIDROGRÁFICA CONCEITO: • A expressão bacia hidrográfica é usada para denotar a área de captação natural da água de precipitação que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, que é chamado de exutório. • A bacia é constituída por um conjunto de superfícies vertentes – terreno sobre o qual escoa a água precipitada – e de uma rede de drenagem formada por cursos d’água que confluem até resultar um leito único no exutório. EXEMPLO: • A bacia hidrográfica pode ser considerada como um sistema físico, cuja entrada é o volume de água precipitado e cuja saída é o volume de água escoado pelo exutório. • Porém, é um sistema aberto, já que nem toda a precipitação (entrada de água) se torna escoamento no exutório (saída) ou fica armazenada na própria bacia. • Há perdas intermediárias, relativas aos volumes evaporados, transpirados (pela vegetação) ou infiltrados profundamente . • Tais volumes de água representam parcela da entrada no sistema que é “perdida” para a atmosfera ou para camadas profundas do subsolo. BACIA HIDROGRÁFICA – SISTEMA FÍSICO EXEMPLO: • A precipitação que cai sobre as vertentes infiltra-se totalmente no solo até saturá-lo. • Assim, decresce a taxa de infiltração, que passa a ser inferior à precipitação e aumenta o escoamento superficial, que segue até a rede de drenagem e daí até o exutório da bacia. • Esse processo de formação do escoamento superficial é geralmente caracterizado como uma “produção de água” pelas vertentes. EXEMPLO: • Normalmente, os limites da bacia são estabelecidos analisando a topografia do terreno (relevo), através das curvas de nível (linhas indicativas da altitude do terreno – cotas – em relação a um referencial, como o nível do mar). DELIMITAÇÃO DA BACIA EXEMPLO: • É importante ter em mente o conceito de “bacias dentro de bacias”. • Se a bacia de drenagem for muito grande ou não homogenia o bastante, ela deve ser subdividida em unidades menores chamadas subáreas ou sub bacias. SUB-BACIA EXEMPLOS: EXEMPLO: • Divisores de água: São linhas de separação entre bacias hidrográficas. • Divisor topográfico: Fixa a área da qual provêm o escoamento superficial. • Divisor freático: Limite dos reservatórios de água subterrânea, de onde provêm o escoamento subterrâneo da bacia. CARACTERÍSTICAS DAS BACIAS EXEMPLO: • É definido como sendo o tempo necessário para que toda a bacia hidrográfica contribua para o ponto (seção) analisado. • Em outras palavras, o tempo de concentração também pode ser entendido como o tempo necessário para que a agua precipitada no ponto mais distante da bacia se desloque até a seção analisada. TEMPO DE CONCENTRAÇÃO Dx, Dt EXEMPLO: TEMPO DE CONCENTRAÇÃO • Escoamento sobre o solo: É o primeiro tipo de escoamento conforme a gota atinge o ponto mais remoto, caracteriza-se por um escoamento laminar, semelhante a maneira como a água escoa, calculado por um nomógrafo, ou por equações empíricas, (alcance 30 m). • Escoamento concentrado raso: quando as reentrâncias naturais do terreno fazem o escoamento formarem pequenos regatos. Como os regatos são mais concentrados, a eficiência do escoamento aumenta portanto, também a velocidade, tempo determinado por um homógrafo empírico • Escoamento de um curso d’água: geralmente o último e o mais rápido que ocorre ao longo da vertente. O tempo pode ser calculado pela Equação de Manning. • ÁREA DA BACIA: A área da bacia (A) corresponde a sua área de drenagem, cujo valor corresponde à área plana entre os divisores topográficos projetada verticalmente. • O conhecimento da área da bacia permite estimar qual o volume precipitado de água, para uma certa lâmina de precipitação, pela equação: volume precipitado = lâmina precipitada x área da bacia FISIOGRAFIA DA BACIA HIDROGRÁFICA • FORMA DA BACIA: É função da delimitação da área da bacia e tem influência no tempo transcorrido entre a ocorrência da precipitação e o escoamento no exutório. • Em bacias de formato mais arredondado esse tempo tende a ser menor do que em bacias mais compridas. • Dois coeficientes são comumente empregados como indicativos da forma da bacia: coeficiente de compacidade e fator de forma. • CONCEITO: Esse coeficiente é definido como a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de mesma área da bacia. • Assim, considerando uma bacia de área A e um círculo também de área A, tem- se que: COEFICIENTE DE COMPACIDADE Sendo: P – perímetro da bacia em km; A – área da bacia em km². • Quanto mais irregular a forma bacia, maior será o coeficiente de compacidade. O coeficiente igual à unidade corresponde a uma bacia circular. O valor mais próximo à unidade indica a tendência à maiores enchentes. • CONCEITO: Corresponde ao coeficiente que é definido pela relação entre a largura média da bacia e o comprimento axial do curso d’água principal (LC). A largura média L é calculada pela equação: FATOR DE FORMA • CONCEITO: É constituído pelo rio principal e pelos seus afluentes. O estudo das ramificações é importante, pois indica a maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia. SISTEMA DE DRENAGEM DE UMA BACIA • 1ª ORDEM: Canais pequenos sem efluentes. • Dois canais de ordem n dão lugar a um canal de ordem n+1. ORDEM DOS CURSOS D'ÁGUA 1 11 1 1 1 1 1 2 1 2 3 2 EXEMPLO: • CONCEITO: É a relação entre o comprimento total dos cursos de água efêmeros, intermitentes e perenes de uma bacia hidrográfica e a área total da mesma. • Se existir um número bastante grande de cursos de água numa bacia, o deflúvio atinge rapidamente os rios e haverá provavelmente picos de enchentes altos e deflúvios de estiagem baixos. DENSIDADE DE DRENAGEM Dd < 0,5 Km / Km2 - drenagem muito pobre. Dd > 3,5 Km / Km2 - bacia excepcionalmente bem drenada. • CONCEITO: Relação entre o comprimento do curso principal e o comprimento do talvegue, sendo um fator controlador da velocidade do escoamento. SINUOSIDADE DE UM CURSO D'ÁGUA Lt • CONCEITO: São importantes, pois a velocidade de escoamento superficial depende da declividade do terreno, o que determina o seu relevo. CARACTERÍSTICAS DO RELEVO CURVA HIPSOMÉTRICA: Gráfico cota x área percentual da bacia situada acima da cota de referência. As áreas são obtidas a partir das curvas de nível na bacia. cotas percentagem da área 100 %0 ELEVAÇÃO MÉDIA DA BACIA: Onde: E = elevação média da bacia; e = elevação média entre duas curvas de nível consecutivas; a = área entre as duas curvas de nível; A = área total. PERFIL LONGITUDINAL: Gráfico elevação x distância até um ponto considerado. elevações distância RETÂNGULO EQUIVALENTE: Retângulo com área igual ao da bacia, com lados l e L. • No retângulo equivalente são representadas as áreas entre as curvas de nível. L l curvas de nível • Perenes: Contém água durante todo o tempo. O lençol subterrâneo mantém uma alimentação contínua e não desce abaixo do leito do curso d'água. • Intermitentes: Escoam durante as estações das chuvas e secam nas de estiagem, transportando tanto escoamento superficial quanto subterrâneo. • Efêmeros: Existem apenas durante ou imediatamente após o período de precipitação, só transportando o escoamento superficial. CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA • Exemplo: da bacia do rio Anhangava. • Conforme solução de Villela/Mattos, página 10; EXEMPLO DE BACIA HIDROGRÁFICA REFERÊNCIAS GARCEZ, L. N. e ALVAREZ, G. A. Hidrologia. São Paulo: Blücher Ltda., 1988. PINTO, N. L. de S.; HOLTZ, A. C. T.; MARTINS, J. A. e GOMIDE, F. L. S. Hidrologia básica. Rio de Janeiro: Edgar Blücher, 2000.
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