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ATPS DESAFIO PROFISSIONAL - FAMILIA E SOCIEDADE

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
CURSO: SERVIÇO SOCIAL 
DISCIPLINA: FAMÍLIA E SOCIEDADE; SERVIÇO SOCIAL 
CONTEMPORÂNEO; TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E DA 
COMUNICAÇÃO; LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO; 
DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUTORA A DISTÂNCIA 
 
 
 
 
DATA: 01/05/2017 
 
 
 
 
 
DESAFIO PROFISSIONAL 
 
Um assistente social (você) de uma prefeitura se encontra em uma situação 
adversa no cotidiano profissional. Veja abaixo: Obs.: A situação a seguir é 
hipotética e os nomes fictícios, portanto qualquer semelhança com a realidade é 
mera coincidência. 
 
Você é o único assistente social na Prefeitura de Mufuruca do Sul, no Rio 
Grande do Sul, uma cidadezinha com seis mil habitantes, segundo o censo demográfico. 
O atual prefeito da cidade lhe convocou para uma reunião e lhe solicitou que não faça 
mais cadastros para famílias receberem benefícios sócios assistenciais, uma vez que é 
necessário “ensinar a pescar ao invés de dar o peixe”, e enfatizou que você não deve 
liberar, em nenhuma hipótese, benefícios para famílias com casais homo afetivos, 
sugerindo que este tipo de arranjo familiar não deve ser considerado. Com a redução de 
cadastros para fornecimento de benefícios, ele imagina que irá “ganhar pontos” com o 
Governo Federal, uma vez que dará menos despesa nesse sentido. Durante a reunião, ele 
foi interrompido por uma ligação, que o fez sair da sala imediatamente, sem retornar. 
Não tendo como argumentar com ele neste dia, no dia posterior você solicitou à 
secretária do prefeito que agendasse uma nova reunião com ele sobre esse assunto. 
Como ele não tinha agenda para a mesma semana, você preferiu redigir um relatório a 
ele, dissertando sobre seu posicionamento profissional frente à situação exposta no dia 
anterior. 
Pontos a considerar: O prefeito se chama Cremildo Afonso Cremencio e respeita 
muito seu posicionamento profissional, dessa forma, você não tem nenhum receio de 
expô-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PASSO 1 
 
Redigir um texto objetivo sobre a concepção atual de família e os novos arranjos 
familiares. 
 
A família é um processo de articulação de diferentes trajetórias de vida, que 
possuem um caminhar conjunto e a vivência de relações íntimas, um processo que se 
constrói a partir de várias relações, como classe, gênero, etnia e idade. Em especial a 
família é como instituição socializadora de seus membros é o espaço de proteção e 
cuidado onde as pessoas se unem pelo afeto ou por laços de parentesco, independente 
do arranjo familiar em que se organize. Diante dessas concepções de família far-se-á 
um breve resgate histórico sobre a origem da família, buscando destacar os papéis 
delegados historicamente ao homem e a mulher, bem como o surgimento dos novos 
arranjos familiares que impossibilitam considerar a família como um modelo único a ser 
seguido. 
Segundo Schawartman (1980) a família é uma das instituições mais antigas 
existentes na sociedade. Ao mesmo tempo em que ela garante a ordem ela também 
assegura os vínculos e propicia as redes de solidariedade. Para alguns autores, a família 
é definida como uma comunidade constituída pelo casamento indissolúvel com o fim 
essencial de gerar, criar e educar a descendência. 
Contudo a família possibilita a coesão dos membros, e exerce poder dentro e 
fora da mesma através de mecanismos de vinculação dos membros entre si. Em tempos 
remotos, o principal objetivo da família era preservar o patrimônio, ampliar a espécie, e 
legitimar determinados interesses, condutas, desejos e aspirações do grupo. Essa 
instituição funcionava como um bloco sólido voltado para o clã, ela não formava 
cidadãos, e sim parentes que tinha sua participação na sociedade estritamente em defesa 
do grupo, encontravam no limite da casa as fronteiras do mundo. (COSTA, 2004). 
Sabe-se que no Brasil, há indícios de famílias constituídas, mas que não foram 
reconhecidas socialmente porque não se originaram do casamento católico nem do civil. 
São índios, escravos, imigrantes, e demais formas de relacionamentos decorrentes de 
relações até tidas como ilícita se ilegítimas. Legalmente falando, tem-se a vinda das 
famílias portuguesas, de seus agregados, e a família que se constituiu originariamente 
no Brasil, intitulada como família rural. 
Trata-se de uma família burguesa, latifundiária, que foi tomada como protótipo 
para a família colonial, devido a sua organização patriarcal, senhorial e hierárquica. 
Patriarcal porque a base da família era o pai, o mesmo era considerado chefe e 
autoridade da casa, senhoril no sentido de detenção do poder, pois era considerado 
imponente e todos lhe deviam obediência e hierarquizada, pois a família era divida em 
ordens de importância, por exemplo, o pai era a autoridade maior em falta dele a mãe 
exercia esse papel e assim por diante. 
Naquele período, havia certa oposição do Estado à família latifundiária, que 
tinha no pai, o chefe do clã, o controle e o domínio universal, espaço físico, político e 
espiritual do seu grupo, prejudicando assim, os interesses do Estado. No entanto o 
Estado moderno utilizou-se da organização familiar, seus valores e regras e segundo 
Costa (2004) o Estado moderno, voltado para o desenvolvimento industrial, precisava 
ter o controle demográfico e político da população. O controle era desempenhado 
juntamente com as famílias buscando disciplinar a prática anárquica da concepção dos 
filhos e dos cuidados físicos com os mesmos. 
A família passou, então, a se comprometer com a ordem e o desenvolvimento do 
Estado, utilizando da organização familiar para construção do mesmo. Essa estratégia 
utilizada pelo Estado possibilitou o alcance de seus objetivos de manutenção da ordem e 
progresso deste. O modelo de família nuclear, disseminado e defendido pelas elites 
portuguesas e brasileiras como sendo o “ideal de família”, era o aceito tanto pelo Estado 
quanto pela igreja, que considerava família como a união heterossexual com fins de 
reprodução. 
Luna (2010) enfatiza que: com a expansão da doutrina cristã, mormente dos 
dogmas da igreja católica, a família passou a ser vista como aquela constituída através 
dos laços do casamento. O matrimônio ganhou status de sacramento por meio do qual 
homem e mulher relacionavam sexualmente a fim de gerar filhos. 
Para a Igreja Católica, em especial, a manutenção da família era e é de suma 
importância, pois de acordo com Vilhena (1992), defender e conservar a estabilidade da 
família contra todos os instrumentos desagregadores significa garantir a paz e a 
harmonia da sociedade enquanto família e manter a sobrevivência da igreja enquanto 
instituição dentro do organismo social. Além disso, também se preocupava em manter a 
organização familiar, pois com a coesão e a estabilidade que a família detinha, a igreja 
conseguia sustentar sua influência e poder sobre os indivíduos, pois sua desestabilização 
provocaria um caos para sociedade e a igreja perderia o controle. 
Para Costa (2004, p. 148) destaca que “a família, a pátria e a igreja não 
apresentam grupamentos distintos, porém graus diversos da mais vasta e complexa 
existência coletiva – a humanidade, a qual todos estão unidos por laços indestrutíveis”. 
Com o tempo, esse modelo de família nuclear foi se dissolvendo, devido às mudanças 
ocorridas na organização familiar e no mundo contemporâneo relacionados com a perda 
da tradição, os papeis que antes eram pré estabelecidos perdem seu valor e passam a ser 
determinados e concebidos a partir de projetos em que o individualismo conta 
decisivamente e adquire maior importância social. 
Isso ocorre a partir dos movimentos feministas e com a entrada da mulher no 
mercado de trabalho, pois ela adquireindependência e passa a assumir um novo papel 
na sociedade, mudando o perfil da família padrão. Em virtude da independência das 
mulheres, estas começam a formar famílias sem a presença dos homens, pois percebem 
que não precisam mais do casamento para sobreviver (LUNA, 2010). 
A Constituição de 1988 propõe um novo conceito de família, cujo conteúdo deve 
implicar a inclusão de novos arranjos familiares, ao reconhecer o pluralismo fático em 
que estes se desenvolvem. Como os direitos sociais assegurados na Constituição 
Brasileira decorreram de muita reivindicação e pressão dos movimentos sociais tem-se a 
família, enfaticamente, como referência de proteção social e como célula base da 
sociedade. Contudo, o entendimento vindouro não é de um tipo de família em especial, 
mas de famílias, no plural, sinalizando a sua multiplicidade de arranjos, de 
fundamentos, de constituição e função. 
Na Constituição Federal de 1988, ocorreu uma grande transformação no Direito 
de Família. Inseriu-se no texto constitucional a expressão entidade familiar analisada 
como aquela legitimada não só pelo casamento, mas também por outros vínculos 
afetivos, como a união estável entre homem e mulher, e a formação das famílias 
monoparentais que é constituída por um dos pais e seus descendentes. 
A partir desse novo conceito de família Dias (2001) argumenta: alargou-se o 
conceito de família, que, além da relação matrimonio lizada, passou a albergar tanto a 
união estável entre um homem e uma mulher como o vínculo de um dos pais com seus 
filhos. Para configuração de uma entidade familiar, não mais é exigida, como elemento 
constitutivo, a existência de um casal heterossexual, com capacidade reprodutiva, pois 
dessas características não dispõe a família monoparental. 
A partir desse processo de reconhecimento das famílias em sua diversidade de 
constituição estima-se a previsão de direitos dos membros que a constitui. Trata-se do 
direito personalíssimo incorporado ao Direito Civil Brasileiro e que, nesses novos 
tempos, aponta a sua necessidade de adequação, atualização e de incorporação de 
direitos e demais demandas das pessoas que hoje sentem a necessidade e o desejo de 
legitimar a sua união homo afetiva. 
Os valores culturais são determinados de acordo a cada época, e tudo que não 
está dentro do padrão estabelecido pela sociedade vigente é considerado como 
“anormal”, como desvio. Tais situações provocam atos de preconceito, de discriminação 
a desigualdade e a exclusão latente em todas as sociedades. 
Para Motta (2010) enfatiza que as uniões envolvendo pessoas do mesmo sexo 
ainda são bastante estigmatizadas, compreende-se então, como a visão etnocêntrica 
exerce o poder sobre a imagem e o conceito que a sociedade tem a respeito da homo 
afetividade. 
Considerando que o etnocentrismo é um modo de pensar o mundo de forma 
preconceituosa, sem aceitar as diferenças e olhando pra o grupo do outro como sendo 
inferior, segundo nossos valores e modelos. A sociedade muitas vezes devido a esse 
julgamento da cultura do outro, especificamente com relação à orientação sexual, 
comporta-se com preconceito e “rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais 
nos guiamos para o confronto cotidiano com a diferença” (ROCHA, 2000, p. 18). 
PASSO 2 
 
Redigir um texto sobre a importância dos benefícios sociais com relação à 
situação de vulnerabilidade. 
 
É relevante enfatizar que um dos maiores problemas que afligiam os brasileiros, 
há menos de duas décadas era a questão da miséria, ou seja, da pobreza absoluta. 
Problema este que inquietou a nação pela vergonha de sua existência, foi notícia anos a 
fio na mídia internacional e serviu sempre de trava para o país não avançar rumo ao 
patamar de desenvolvido, visto que sempre serviu de “mancha” para o IDH (Índice de 
Desenvolvimento Humano) do país. E isto inquietou a nação (como disse 
anteriormente) e suscitou nela o desejo de resolver, ou ao menos tentar resolver esta 
mazela, a qual atingia muitos de nossos irmãos brasileiros. Eles nem ocupavam espaço 
na “Pirâmide Social, simplesmente porque estavam abaixo da linha da pobreza”. 
De acordo com o sociólogo Hérbet de Souza, mesmo abatido e enormemente 
debilitado pela AIDS, saiu Brasil afora sensibilizando as pessoas por meio de palestras 
sobre a situação de pobreza do nosso país, e aonde chegava, ele encontrava adesões às 
suas ideias e ali, com as pessoas convencidas e já imbuídas de seus propósitos, formava 
“Comitês que tinha como principal meta pensar a sociedade do ponto de vista ético”. 
Pode-se afirmar que Herbeth de Souza, o Betinho, “gritou aos quatro cantos do 
Brasil que as pessoas precisavam formar uma corrente contra a fome, “porque não 
temos mais tempo, estamos correndo contra o tempo, contra esta tragédia que se 
estabeleceu no país”, dizia Betinho”. O Brasil não pode mais aumentar a sua taxa de 
indigentes. Não falamos mais de pobreza e sim de indigência – o estado extremo da 
miséria. 
Foi, assim, que os Programas Sociais foram, paulatinamente, aparecendo 
Primeiro, criou-se o Bolsa Escola e Bolsa Alimentação, embora os primeiros programas 
federais tenham sido criados em 1996 – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil 
(PETI) e Benefício de Prestação Continuada – BPC. Em 2003, o Governo Federal criou 
o Programa Bolsa Família com o intuito de unificar os diversos programas de 
transferência de renda, de modo que no ano de 2006, o Bolsa Família já estava sendo, 
implementado em todos os 5.563 municípios brasileiros e no Distrito Federal, atingindo 
mais de onze milhões de pobres. 
Este projeto partiu da necessidade de ser saber se o Programa “Bolsa Família” 
estar atingindo, atualmente, o número desejado de famílias; se as pessoas beneficiadas 
estão sendo monitoradas por órgãos do governo para não desviar os recursos do seu 
objetivo original; se estes recursos estão resolvendo, momentaneamente, a questão da 
fome dando condições aos atingidos de procurar meios de sobrevivência a fim de não 
depender, sempre, de doações do governo. 
Perceber a pobreza como fenômeno estrutural decorrente da dinâmica histórica 
no desenvolvimento do capitalismo, enquanto fenômeno complexo, multidimensional e 
relativo, permite desconsiderar seu entendimento como decorrente apenas da 
insuficiência de renda e os pobres como apenas um grupo homogêneo com fronteiras 
bem delimitadas. Permite também desvelar os valores e concepções inspiradoras das 
políticas de intervenção nas situações de pobreza e suas possibilidades e 
impossibilidades para sua redução, superação ou apenas regulação. 
Para tanto, os Programas de Transferência de Renda passam a serem 
considerados importantes mecanismos para o enfrentamento da pobreza e como 
possibilidade de dinamização da economia, principalmente em pequenos municípios 
encontrados em todo o Brasil, tendo em vista que, num ambiente econômico em que 
prevalece o capitalismo, a intervenção governamental através de políticas redistributivas 
de renda se faz necessária para garantir o essencial à sobrevivência humana e promover 
a integração social, reestruturando os estratos da sociedade. 
Entende-se por Políticas Sociais a intervenção do Estado nas questões sociais 
existentes, para compensar as distorções decorrentes do processo de desenvolvimento 
capitalista, que discrimina e faz com que a distância entre ricos e pobres seja cada vez 
maior. As famílias na sociedade capitalista não dispõem de igualdade de condições 
sendo que os mais pobres tendem a reproduzir continuamente o ciclo da pobreza: baixo 
nível educacional, má alimentação e saúde, instabilidade no emprego e baixa renda. 
Na realidade, Educação, Saúde e Trabalho são direitos universais garantidos pela 
Declaração Internacional dos Direitos do Homem e pela constituição de diversos países. 
Entretanto, muito mais do que garantir direitos, a atuação do Estado nesses campos 
garante, teoricamente, a igualoportunidade de ação dos indivíduos na sociedade. Mais 
recentemente, em 1993, o direito à alimentação foi equiparado aos demais direitos do 
homem estabelecidos na Carta dos Direitos Humanos de 1948. 
Essa mudança fundamental na forma de encarar o acesso à alimentação coloca. 
Estado na posição de provedor de um direito ao cidadão. Portanto, muito mais que o 
atendimento ao indivíduo, o Estado estaria cumprindo uma função constitucional a ele 
atribuída: garantir a segurança alimentar de sua população. 
Em relação à saúde, existem hospitais e postos distribuídos em cada cidade para 
atender a população. Mas, não se pode esquecer que o Brasil é um país 
subdesenvolvido, onde as carências são enormes e os Estados não tem condições de 
atender a todos os direitos básicos ao mesmo tempo. 
É importante analisar que as políticas sociais são voltadas para um público em 
situação mais critica, onde a idéia de focalização abrange os direitos sociais e assume 
que os recursos não são suficientes para atender a todos. Trata-se de uma política com 
elevado custo para o Estado, principalmente porque se fala em transferir recursos, como 
é proposto nos programas de transferências de renda mínima. Se tratando do caso 
brasileiro, este custo é bem elevado, pois a parcela maior da população que é 
considerada pobre é a que recebe assistência destes programas. 
As políticas sociais no Brasil têm como proposta em discutir o trabalho pelo 
Serviço Social brasileiro, que são as políticas sociais. E tem como base de analisar as 
políticas sociais, bem como suas características, organização e gestão no 
desenvolvimento do capitalismo e das lutas profissionais e sociais. 
O Serviço Social, como profissão inserida na divisão sociotécnica do trabalho, 
deve ser entendido a partir das configurações expressas pelas relações de classe 
estabelecidas pelo modelo societário, o capitalismo. 
Dessa forma, o Serviço Social como uma das profissões responsáveis pela 
mediação entre Estado, burguesia e classe trabalhadora na implantação e implementação 
das políticas sociais destinadas a enfrentar a “questão social”, que emergiu na primeira 
metade do século XIX, com o surgimento do pauperismo, na Europa Ocidental 
(Pastorini, 2007, p.16), é que ganha hoje, novos contornos a partir do complexo cenário 
formado pelos monopólios e pelo ideário neoliberal. 
O estudo das políticas sociais, na área de Serviço Social, vem ampliando sua 
relevância na medida em que estas se têm constituído como estratégias fundamentais de 
enfrentamento das manifestações da questão social na sociedade capitalista atual. 
Historicamente, o estudo das políticas sociais deve ser marcado pela necessidade 
de pensar as políticas sociais como “concessões ou conquistas”, na perspectiva marxista 
(Pastorini, 2007, p.85), a partir de uma ótica da totalidade. Dessa forma, as políticas 
sociais são entendidas como fruto da dinâmica social, da inter-relação entre os diversos 
atores, em seus diferentes espaços e a partir dos diversos interesses e relações de força. 
Surgem como “[…] instrumentos de legitimação e consolidação hegemônica que, 
contraditoriamente, são permeadas por conquistas da classe trabalhadora” (Montaño, 
2007, p.39). 
A política social surge no capitalismo com as mobilizações operárias e a partir 
do século XIX com o surgimento desses movimentos populares, é que ela é 
compreendida como estratégia governamental. 
A expressão “política social” teve origem entre pensadores alemães de meados 
do século XIX que criaram, em 1873, uma associação para seu estudo. A partir daí, a 
expressão passou a ser amplamente utilizada, muitas vezes sem uma clareza conceitual. 
 
 
 
 
 
 
PASSO 3 
 
Pesquisar no site do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário sobre os 
benefícios de transferência de renda disponíveis e a quem se destina. 
 
Políticas públicas são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder 
público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, 
mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, 
sistematizadas ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas de 
financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos 
públicos. 
As políticas públicas traduzem, no seu processo de elaboração e implantação e, 
sobretudo, em seus resultados, formas de exercício do poder político, envolvendo a 
distribuição e redistribuição de poder, o papel do conflito social nos processos de 
decisão, a repartição de custos e benefícios sociais. Como o poder é uma relação social 
que envolve vários atores com projetos e interesses diferenciados e até contraditórios, 
há necessidade de mediações sociais e institucionais, para que se possa obter um 
mínimo de consenso e, assim, as políticas públicas possam ser legitimadas e obter 
eficácia. 
 A presença cada vez mais ativa da sociedade civil nas questões de interesse 
geral torna a publicização fundamental. As políticas públicas tratam de recursos 
públicos diretamente ou através de renúncia fiscal (isenções), ou de regular relação que 
envolve interesses públicos. Elas se realizam num campo extremamente contraditório 
onde se entrecruzam interesses e visões de mundo conflitantes e onde os limites entre 
público e privado são de difícil demarcação. Daí a necessidade do debate público, da 
transparência, da sua elaboração em espaços públicos e não nos gabinetes 
governamentais. 
As políticas públicas visam responder a demandas, principalmente dos setores 
marginalizados da sociedade, considerados como vulneráveis. Essas demandas são 
interpretadas por aqueles que ocupam o poder, mas influenciadas por uma agenda que 
se cria na sociedade civil através da pressão e mobilização social. Visam ampliar e 
efetivar direitos de cidadania, também gestados nas lutas sociais e que passam a ser 
reconhecidos institucionalmente. 
É necessário, em relação a cada tipo de política, verificar quais são as 
estratégicas em determinadas conjunturas. Normalmente, as políticas estratégicas estão 
sob controle total dos tecnocratas, sem espaços de participação da sociedade, como 
ocorre com a política econômica, tributária etc. Dessas políticas, que definem fontes de 
recursos, decorrem várias outras, o que exige sua democratização. 
A concepção das políticas públicas varia conforme a orientação política. A visão 
liberal opõe-se à universalidade dos benefícios de uma política social. Para ela, as 
desigualdades sociais são resultado de decisões individuais, cabendo à política social 
um papel residual no ajuste de seus efeitos. Na visão social-democrata, concebem-se os 
benefícios sociais como proteção aos mais fracos, como compensação aos desajustes da 
supremacia do capital, o que, ao mesmo tempo, garante sua reprodução e legitimação; 
as políticas públicas têm o papel regulador das relações econômico-sociais, são 
constituídos fundos públicos para serem utilizados em investimentos em áreas 
estratégicas para o desenvolvimento e em programas sociais. 
Essa concepção foi traduzida no sistema do chamado Estado de Bem Estar 
Social, cujo aparato cresceu muito, levando a uma relativa distribuição de renda e ao 
reconhecimento de uma série de direitos sociais, mas também a um controle políticos 
burocrático da vida dos cidadãos considerados como objetos, como meros consumidores 
de bens públicos. A partir dos anos 70, esse modelo entra em crise devido às mudanças 
no processo de acumulação, com novas tecnologias, novos padrões de relações de 
trabalho, provocando o esgotamento das possibilidades de atendimento às necessidades 
crescentes da população, o burocratismo, a ineficiência do aparelho governamental. 
A globalização torna o processo de formulação de políticas público mais 
complexo, por estarem em jogo, agora, em cada país, interesses internacionais 
representados por forças sociais com um forte poder deinterferência nas decisões 
quando essas não são diretamente ditadas por organismos multilaterais. 
As políticas públicas são um processo dinâmico, com negociações, pressões, 
mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Compreende a formação de uma 
agenda que pode refletir ou não os interesses dos setores majoritários da população, a 
depender do grau de mobilização da sociedade civil para se fazer ouvir e do grau de 
institucionalização de mecanismos que viabilizem sua participação. 
Com a Constituição de 88, os municípios adquirem a autonomia política, através 
da elaboração de sua própria lei orgânica e demais leis e da escolha direta de seus 
governantes. Ampliam sua competência em áreas importantes como a política urbana e 
transportes coletivos. Apesar do aumento de sua capacidade financeira, a participação 
dos municípios na receita tributária global não supera os 18 ou 20%. No entanto, eles 
assumem vários encargos e responsabilidades das outras esferas, o que os obriga a 
negociar recursos nos diversos programas federais ou estaduais. 
Com uma frágil base econômica, ao lado da ineficiência administrativa, os 
recursos próprios na maioria dos municípios não vão além dos 5% do total da receita. 
Dessa forma, a autonomia de realizar políticas próprias sem vinculação aos programas 
federais e estaduais é mínima. Os prefeitos, na maioria dos municípios com base 
político-eleitoral nas elites proprietárias, não assumem os riscos de uma política 
tributária mais realista. A política econômica neoliberal acentua os impactos sobre o 
emprego, a renda e as condições de vida nos municípios. Os municípios, até então 
alheios às questões econômicas, vêem-se pressionados a realizar programas de geração 
de renda e emprego. Nem assim, eles decidiram a qualquer iniciativa na questão 
agrícola ou rural, apesar de a maioria deles terem sua sustentação econômica nesse 
setor. 
Competências são responsabilidades e encargos atribuídos a cada esfera 
governamental para realizar sua gestão. São definidas na Constituição Federal e, no caso 
dos municípios, detalhadas nas Leis Orgânicas. Há competências privativas de cada 
esfera governamental e as comuns e concorrentes. 
O município tem ampla autonomia para definir suas políticas e aplicar seus 
recursos, no caso das competências privativas ou exclusivas. Elas são definidas no art. 
30 da Constituição Federal: a) legislar sobre assuntos de interesse local, expressão 
bastante abrangente, detalhada na Lei Orgânica. b) instituir e arrecadar impostos sobre 
serviços, predial urbano, transmissão entrevi-vos de bens imóveis, varejo de 
combustíveis líquidos. O município pode, ainda, regular matérias conforme 
peculiaridades locais, ou, em caso de omissão de outra esfera, não sendo competência 
exclusiva, preencher a lacuna. 
Nas áreas tradicionalmente objeto de políticas públicas, como assistência social, 
meio ambiente, habitação, saneamento, produção agro-pecuária, abastecimento 
alimentar, educação, saúde, o município tem competência comum com a União e o 
Estado, a ser exercida com a cooperação dessas esferas de poder, pela transferência de 
recursos, ou pela cooperação técnica. Até hoje não regulamentadas, as fronteiras entre 
as esferas de poder permanecem indefinidas, resultando na superposição de atividades. 
Importante lembrar que o capítulo da Ordem Social da Constituição assegura, de forma 
clara, a participação da comunidade e a gestão democrática. Mesmo sem definição 
clara, o município possui, portanto, bastante competências. 
As receitas dos fundos de participação são distribuídas com critérios que 
concentram a renda tributária em poucos municípios, os de maior desenvolvimento 
econômico. As parcelas transferidas diminuem com a recessão que reduz os recursos e 
com as políticas de ajuste fiscal que repassam parte dos recursos para fundos como o de 
Estabilização Fiscal. 
A administração dos municípios fica ainda mais precária com o desmonte, nos 
últimos anos, de agências técnicas federais e estaduais que lhe prestavam assistência. Na 
política neoliberal, a descentralização é, principalmente, a transferência da 
responsabilidade da execução e custeio de políticas para a família e a sociedade. Em 
paralelo, mantém-se a transferência de subvenções sociais para entidades indicadas, 
com critérios político-eleitorais, por parlamentares ou outras instâncias do poder, 
pulverizando recursos sem priorizar as necessidades da população. 
Assim, propor, formular e participar da gestão de alternativas de políticas 
públicas é enorme desafio para a sociedade civil. E só é possível tratando da 
distribuição e alocação dos recursos públicos e da composição do poder público. 
A prática da descentralização em algumas áreas: avanços e desafios: 
 Na área da saúde, ocorreu maior a descentralização, em uma política deliberada, 
resultado de um processo social dinâmico, partindo de experiências concretas, que 
propiciaram as diretrizes básicas para o modelo implantado em todo o país – o SUS. 
Apesar de todo o processo de participação, permanecem alguns elementos 
centralizadores: a aprovação e análise técnica de programas e projetos para repasse de 
recursos; fixação e centralização de fiscalização de tarifas no Ministério. 
Quanto à Educação, a descentralização não andou muito. Houve algum avanço, 
a exemplo da gestão da merenda escolar, mesmo que sem repasse automático de 
recursos, transferência da rede de escolas técnicas e algumas experiências de 
descentralização em municípios. Mas permanece a centralização institucional, os 
recursos centralizados no Fundo Nacional de Educação (FNDE) e na Fundação de 
Apoio ao Estudante (livro didático e transporte escolar) e utilizados ao sabor das 
conveniências político-eleitorais e da resistência dos burocratas. 
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) garante a instalação de Conselhos, além de 
assegurar ao cidadão e entidades representativas o direito de acionar, por negligência, a 
autoridade que não garantir o ensino obrigatório. Além do aspecto propriamente 
educacional, merecem atenção: a) efetivo cumprimento da vinculação constitucional de 
verbas; b) redistribuição de recursos do salário-educação; c) fixação de critérios para 
alocação de recursos para material escolar, alimentação e transporte; d) maior 
participação dos Conselhos na gestão e formulação de políticas; efetiva implementação 
do Plano de Valorização do Magistério, cujos recursos devem ser controlados por um 
Conselho específico. 
A esfera federal permanece alheia à habitação e questão urbana. Há algumas 
iniciativas localizadas. A Constituição Federal cria alguns instrumentos para viabilizar a 
definição explícita da competência municipal: a) obrigatoriedade do Plano Diretor para 
cidades com população superior a 20 mil habitantes; b) exigência de adequada 
utilização e aproveitamento do solo urbano; c) concessão do uso de terrenos; d) 
usucapião urbano A maioria desses direitos não foi ainda regulamentada. Os municípios 
não podem investir em programas de maior alcance, por falta de recursos e de apoio 
técnico. Nos últimos anos, os movimentos em torno da questão urbana têm se 
fortalecido. 
A Constituição reconhece como direito a Seguridade Social, que inclui a 
Assistência Social, a Saúde e a Previdência Social, com iguais diretrizes de 
universalidade, equidade e gestão democrática. A formulação de Assistência Social 
conseguiu superar a tradição de benemerência e caridade, suportes do fisiologismo e de 
clientelismo, embora estas práticas ainda dominem. O grande salto foi conceber a 
Assistência como direito de cidadania, política pública, prevendo ações de combate à 
pobreza e promoção do bem estar social, articulada às outras políticas, inclusive a 
econômica. 
Na prática, este compromisso entre o Estado e a sociedade para a criação de 
condições dignas de vida não vem se efetivando e a cultura da elite que tutela o carenteainda se mantém. O entendimento constitucional é definido nas LOAS – Lei Orgânica 
de Assistência Social, envolvendo ações destinadas à família, maternidade, infância, 
adolescência, velhice, portadores de deficiências, inserção no mercado de trabalho. Seus 
princípios são da universalização, respeito à cidadania, igualdade de acesso aos 
serviços, transparência, descentralização, participação de organizações da sociedade 
civil na formulação das políticas e no controle das ações e a primazia da 
responsabilidade do Estado na condução das políticas. Tudo isso esbarra na 
precariedade e indefinição de recursos. 
Os municípios recebem a responsabilidade pelas ações, mas dependem de 
negociações para liberação de recursos, apesar da previsão de Fundos especiais. Os 
recursos previstos são do orçamento da seguridade social, já muito comprometido com 
saúde e previdência, ambas deficitárias. 
A Previdência é uma política universal: estende-se a todos, indistintamente, 
desde que seus contribuintes. O governo tenta resolver a questão do déficit da 
Previdência, resultado de sonegação e fraudes, com o aumento do tempo de 
contribuição e revisão de aposentadorias. Na área rural, há dois problemas 
fundamentais: a) inexistência de uma regulamentação da forma de contribuição; b) 
crescente burocratização do processo de comprovação de atividade rural para fins de 
aposentadoria. O trabalhador excluído do seu direito de aposentadoria O amplia a 
necessidade da assistência social, já caótica. 
A lei de política agrícola (8.171 de 17.01.91), do ponto de vista formal, define os 
princípios fundamentais, objetivos e competências institucionais, prevê recursos, 
estabelece ações e instrumentos. A lei enfatiza a questão econômica (produtividade, 
incremento à produção, regularidade de abastecimento), enquanto a Constituição tem 
por referência a função social da propriedade. Equiparar estas duas dimensões, em nossa 
estrutura agrária, significa uma opção pelo produtivíssimo e pela tonificação, 
independente de seus impactos sociais e ambientais. 
A lei descentraliza a execução dos serviços de apoio ao setor rural, mas 
centraliza a elaboração da política de desenvolvimento rural, prevendo ações de 
abrangência ampla, como planejamento, crédito, mecanização ou infra-estrutura. Apesar 
da existência de um Conselho Nacional, as ações são da responsabilidade do Ministério, 
com diminuta interferência do Conselho. Quanto aos recursos, prevê- se um Fundo 
Nacional de Desenvolvimento Rural, sem nenhuma determinação de repasse a 
municípios ou controle do Conselho. 
Uma importante conquista foi o PRONAF (Programa Nacional de 
Fortalecimento da Agricultura Familiar), que possibilita: · maior democratização do 
crédito rural para parte dos agricultores familiares; · recursos para infra-estrutura no 
município; · capacitação de técnicos e agricultores familiares; · recursos para assistência 
técnica e extensão rural de infra-estrutura. 
Apesar dos avanços, frutos da luta do trabalhador rural persistem obstáculos 
burocráticos, jurídicos, econômicos e políticos, inclusive constitucionais, à efetivação 
da reforma agrária. A Lei Agrária regulamentou dispositivos constitucionais. As 
pequenas e médias propriedades estão excluídas de desapropriação para esse fim, mas o 
trabalho escravo, ainda um realidade, não é punido com confisco de terra. A função 
social da propriedade é definida muito mais em termos econômicos - produtividade e 
eficiência, do que em termos sociais e ambientais, tratados de maneira genérica. 
A questão do crédito fundiário para a agricultura familiar levou o Governo a 
lançar o banco da terra, que apresenta sérios problemas, como: · A proposta de 
substituir as desapropriações para reforma agrária pela compra; · O alto custo do 
financiamento; · A ausência da participação da sociedade na elaboração e gestão. 
 
 PASSO 4 
 
Discutir em seu grupo sobre o posicionamento e intervenção do prefeito na 
prática profissional e redigir um texto direcionado a ele, de forma ética e pautada no 
conhecimento profissional sobre a autonomia da profissão. 
 
 
Senhor Prefeito, 
 
Depois do chamado para participar da reunião onde o senhor solicitou que não 
fosse feito mais cadastros para famílias receberem benefícios socioaasistencias, bem 
como famílias que tem casais homo afetivos, sugerindo que este tipo de arranjo familiar 
não deve ser considerado achando que com esta redução de cadastros para fornecimento 
de benefícios o senhor iria ganhar ponto com o Governo Federal, uma vez que dará 
menos despesa nesse sentido. 
Analisando o seu pedido observou-se que o preconceito por parte do senhor para 
lidar com as pessoas pobres e a diversidade sexual fazendo com o segundo a homofobia 
seja um problema recorrente na família. Sabe o prefeito precisa ter contato com seu 
preconceito para poder melhor trabalhar com essa clientela. É necessário que o senhor 
vivencie tal situação, e o ideal é que juntamente com sua equipe social desenvolva 
trabalhos para que se coloque no lugar das famílias que sofrem a homofobia e veja 
como é agressivo ter que esconder o casal homo afetivo. 
Ao tratar sobre homofobia deve-se ter em mente que se trata de uma questão 
ligada aos Direitos Humanos, pois a pessoa como ser humano, deverá ser respeitado, 
independentemente de sua opção sexual. 
Observa-se que o senhor a todo tempo exclui tanto a pobreza como o homo 
afetividade. Atualmente com a afirmação das parcerias afetivo-sexuais no cenário 
contemporâneo, devido à diminuição do preconceito e da intolerância e esses novos 
conceitos de constituição familiar as pessoas e inclusive o prefeito comecem a enxergar 
essa relação a partir de uma visão relativista quando se compreende e respeita a cultura 
do outro nos seus próprios valores e não na forma como se acha correta. 
Para tanto se sabe que o programa “Bolsa Família”, o governo assegurou, ao 
menos, a retirada das pessoas das portas das casas, com uma mão estirada suplicando 
um de pão; um litro de feijão, de milho ou de arroz. Isto, nem de longe, pode ser aceito 
como a solução absoluta da fome no Brasil; nem o Estado assegura a alimentação à 
população prevista na Constituição com este programa. Ele foi e continua sendo uma 
solução paliativa. 
Este programa teve a propriedade, de matar a fome vergonhosa que assolava 
nosso país, pois assegurou a compra do alimento mínimo no dia dos brasileiros mais 
carentes. Educação, saúde e moradia são direitos sociais que devem se disponibilizar 
para todos. No caso do Brasil, todos os municípios possuem escola para educação 
infantil e fundamental, que garante a alfabetização das crianças, jovens e adultos. 
Fico triste em participar de uma reunião onde o preconceito predomina de tal 
forma que é importante enfatizar que tanto as famílias que recebem bolsa família e as 
famílias com homo afetividade necessitam do apoio social. Espero que o Senhor reveja 
as suas colocações com gestor municipal. 
É preciso muito diálogo e cuidado para não incentivar possíveis preconceitos. 
Nas ações diárias, nos diálogos familiares, jamais critique os homofônicos, se perceber 
qualquer atitude de algum preconceito, converse com a pessoa sobre o assunto. A 
homofobia, assim como qualquer racismo e antissemitismo, não pode ser tolerada. O 
melhor caminho é estabelecer o diálogo e orientar a cerca da diversidade sexual. 
Na verdade há muito a fazer, hoje as instituições sociais estão dando os 
primeiros passos acerca da homofobia. O importante é promover políticas públicas e 
ações inclusivas de orientação afetivo-sexual, com a integração da família comum todo, 
que levam o sujeito à sua existência plena de direitos e deveres em sociedade. 
 
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA 
 
 
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. (Org.) A família contemporânea em debate. 
São Paulo: Cortez, 2003. 
 
http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/saf-creditorural/sobre-o-programahttp://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/14-50-59-legislaca0agric0la.pdf 
ALMEIDA, N. L. T. ET al. Proposta básica para o projeto de formação profi ssional: 
novos subsídios para o debate. Cadernos Abess. N.7. São Paulo, p.15-57, 1996. 
AMARO, S. T. A. et al. Serviço social na escola: o encontro da realidade com a 
educação. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1997. ANDRADE, I. ET al. Serviço Social 
português e brasileiro: a relação com 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação: Lei nº 9.394/96 – 24 de dez. 1996. Estabelece 
as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1998. 
 
BRASIL. MEC. SEF. Referenciais para formação de professores. Brasília: 
MEC/Secretaria de Educação Fundamental, 1999.

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