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1 Resumo do tópico 2 – fisiologia (Bárbara C Nascimento – enfermagem) : , O sistema nervoso apresenta duas grandes divisões anatômicas: 1. sistema nervoso central (SNC), constituído pelo encéfalo e medula espinal ; O SNC recebe informações sensoriais originadas em receptores periféricos e levadas por neurônios aferentes até o córtex cerebral; esses constituem o sistema nervoso sensorial. Após a chegada da informação sensorial ao córtex cerebral, o sistema nervoso motor é encarregado de enviar neurônios eferentes que carregam tomadas de decisões envio de ordens motoras para músculos e glândulas. 2. sistema nervoso periférico (SNP), formado pelos receptores, neurônios sensitivos e motores e gânglios que são encontrados em várias partes do corpo. Os neurônios eferentes podem apresentar dois prolongamentos (um dendrito e um axônio), sendo denominados de bipolares ou somente um prolongamento inicial que se ramifica em dois prolongamentos , assim denominados de pseudo-bipolares. Os neurônios aferentes e interneurônios são multipolares, pois apresentam mais de dois dendritos e axônios. Os sentidos somáticos do corpo incluem as seguintes as modalidades de percepção: tato, pressão, vibração, propriocepção, dor e temperatura. Um sentido especial é aquele que tem um órgão específico responsável, ou seja, o olho, orelha interna, língua e nariz. Os sentidos especiais incluem: visão, audição, equilíbrio, paladar e olfato. O sistema sensorial envolve os processos de transdução e transmissão. • Transdução refere-se aos processos pelos quais os estímulos sensitivos ativam os receptores sensoriais e deflagram um potencial elétrico. • Transmissão refere-se ao transporte da informação sensorial em forma de potencial elétrico para as regiões do cérebro responsáveis pela codificação e interpretação do estímulo sensorial. RECEPTORES SENSORIAIS Os receptores são as células que detectam sensações e que sofrem alteração por um estímulo. Os receptores são proteínas transmembranas que podem ser ativadas por substâncias químicas chamadas ligantes ou por estímulos mecânicos ou térmicos. Alterações físicas nessas proteínas aumentam o fluxo de íons através da membrana e podem gerar um potencial de ação nos neurônios sensoriais. Os receptores podem ser: um neurônio que tem uma terminação nervosa livre, com dendritos localizados no tecido que recebe o estímulo (ex.: dor e temperatura); um neurônio que tem a terminações nervosas encapsuladas no tecido conectivo que aumenta sua sensibilidade (ex.: pressão e tato); ou uma célula receptora especializada, que possui componentes estruturais que interpretam um tipo específico de estímulo (ex.: fotorreceptores da retina). Os receptores podem ainda ser categorizados quanto ao tipo de estímulo que transmitem: • Estímulos químicos podem ser interpretados por um quimiorreceptor, como o gosto ou o cheiro de algo. Osmorreceptores respondem às concentrações de soluto dos fluidos corporais. A dor é interpretada na presença de substâncias químicas a partir de danos nos tecidos, através de um nociceptor. Estímulos físicos, como pressão e vibração, são interpretados por um mecanorreceptor. A temperatura é sentida através de um termorreceptor que é sensível às temperaturas acima (calor) ou abaixo (do frio) da temperatura normal do corpo. Quanto à sua localização, os receptores podem ser classificados como: • exteroceptor, que está localizado próximo a um estímulo no ambiente externo (receptores localizados na pele); • interoceptor, que interpreta estímulos de órgãos e tecidos internos (receptores do seio carotídeo); ou • proprioceptor, que está localizado perto do músculo interpretando as posições do tecido à medida que se move . 2 Resumo do tópico 2 – fisiologia (Bárbara C Nascimento – enfermagem) COMO OS RECEPTORES SENSORIAIS ATUAM PARA TRANSFORMAR VÁRIOS TIPOS DE ENERGIA EM POTENCIAL DE AÇÃO? ATRAVÉS DOS MECANISMOS DE AÇÃO : 1. Mecanismo de transdução sensorial inotrópica : o estímulo sensorial promove a abertura de canais iônicos da membrana do receptor, promovendo o influxo de íons de carga positiva, como o íon sódio, e provocando a despolarização da célula receptora e isso vai gerar um potencial de ação. Esse mecanismo é simples e rápido. 2. Mecanismo metabotrópico: mais complexo e lento quando comparado ao ionotrópico. o receptor não é um canal iônico isolado. Ele está acoplado a uma proteína G. Quando ativado pelo estimulo sensorial, o receptor ativará a proteína G; a proteína G ativada irá promover a produção de um segundo mensageiro no meio intracelular. Neste caso, é o segundo mensageiro que irá promover a abertura dos canais iônicos, para que seja gerado o potencial de ação receptor. Os receptores estão organizados em campos receptivos. Quanto maior os campos receptivos, maior será a quantidade de receptores inseridos dentro deles e o contrário também é verdade. Os receptores sensoriais possuem uma grande capacidade de adaptação. Quando nosso cérebro percebe que o estímulo não é nocivo, nosso organismo para de enviar estímulos (potenciais de ação) para o córtex somatossensorial e aquele estímulo não é mais percebido. Existem dois tipos de adaptação: fásica ou rápida e tônica ou lenta. COMO IMPULSO TRAFEGA DO RECEPTOR ATÉ CHEGAR AO CÓRTEX SOMATOSSENSONRIAL, ONDE A INFORMAÇÃO SERÁ PROCESSADA? Os neurônios que transmitem a informação do receptor até o córtex são divididos em neurônios de primeira, segunda, terceira e quarta ordem. 1. Neurônio de primeira ordem: faz sinapse com o receptor e transmite a informação para o SNC. 2. Neurônio de segunda ordem: recebe a informação do neurônio primário e a leva para o Tálamo. Cruza a linha média da medula. Por isso, todas as sensações geradas do lado esquerdo do corpo são processadas do lado direito e vice e versa. 3. Neurônio de terceira ordem: neurônio talâmico. Processa as informações para que elas sejam enviadas ao córtex. 4. Neurônio de quarta ordem: integram as informações mais complexas. Se o estimulo não chegar até ele, não haverá sensação. O sistema da coluna dorsal é usado para transmitir informações somatossensoriais sobre tato discriminativo, pressão, vibração, discriminação de dois pontos e propriocepção, enquanto o sistema anterolateral (espinotalâmico) transmite informações sobre dor, temperatura e toque suave. REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL A termorregulação é um mecanismo pelo qual os mamíferos mantêm a temperatura corporal por meio de autorregulação. A regulação da temperatura objetiva a homeostase corporal , ou seja, garante a preservação um estado interno estável para sobreviver. A temperatura corporal média de um ser humano saudável é de aproximadamente 37°C. Esta é a temperatura na qual as células obtêm o melhor funcionamento. COMO O NOSSO ORGANISMO TRABALHA PARA A MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL EM VALORES BASAIS: Os receptores de temperatura são estimulados quando as temperaturas do meio externo diferem da temperatura corporal. Alguns termorreceptores são sensíveis apenas ao frio e outros, apenas ao calor. Com a temperatura da pele acima de 36°C, só os receptores de calor estão ativados, os receptores de frio se tornam inativos. Quando a pele esfria abaixo de 36°C, os receptores de calor são inativados, predominando a ativação dos receptores de frio. • A nocicepção é a sensação de estímulos potencialmente prejudiciais. Estímulo térmico, além do limiar estabelecido, provoca sensações dolorosas por ativação de vias noc iceptivas. O processo de transdução, mediado pelos termorreceptores, é iniciado por canais presentes na membrana de terminações nervosas livres. Nos receptores sensíveis ao calor, quando a temperatura aumenta, eles passam do seu 3 Resumo do tópico 2 – fisiologia (Bárbara C Nascimento – enfermagem) estado fechado para aberto e o contrário ocorre nos receptores de frio: quando a temperatura diminui, promove a abertura doreceptor. Os neurônios sensoriais primários, que contêm os receptores de temperatura, fazem sinapse no corno dorsal da medula espinal, de onde neurônios aferentes de segunda ordem se dirigem ao tálamo; desse, partem neurônios aferentes de terceira ordem para o córtex somatossensorial primário e para a ínsula. Esta via é conhecida como espinotalamocortical e é responsável pela percepção e discriminação da temperatura cutânea. Uma segunda via sai dos neurônios aferentes dos receptores cutâneos, que fazem sinapses com outros neurônios aferentes na formação reticular do tronco cerebral e chegam até ao hipotálamo, na área denominada pré-óptica, responsável pelo controle da termorregulação e ativação das respostas efetoras de acordo com as alterações na temperatura. Essa área tem termorreceptores que detectam as alterações térmicas locais e recebe informações térmicas de várias regiões do organismo por meio dos receptores periféricos. Se o hipotálamo sentir que a temperatura externa está ficando muito quente ou muito fria, ele enviará sinais para a pele, glândulas, músculos e órgãos. Quando os termorreceptores são ativados pelo aumento de temperatura (local ou periférico), eles estimulam os neurônios efetores de perda e inibem os efetores de produção de energia térmica levando à manutenção da temperatura . Entretanto, quando a temperatura é reduzida, a frequência destes neurônios sensíveis à temperatura é d iminuída de tal modo que a frequência daqueles insensíveis à temperatura prevaleça, inibindo os efetores de perda e ativando os efetores de produção de calor , resultando na proteção contra o frio. Os receptores de calor apresentam uma atividade máxima para temperaturas ao redor dos 40°C. O corpo está em um ambiente externo muito quente, a temperatura aumentará; com isso, o organismo precisa liberar calor: Os receptores de frio exibem uma atividade máxima para temperaturas situadas em torno dos 25°C : As infecções, geralmente as virais o hipotálamo envia sinais eferentes através de neurônios do sistema nervoso simpático colinérgico que irão estimular as glândulas sudoríparas e produzir vasodilatação, que juntos produzirão suor ( estratégia para resfriar o corpo). À medida que a temperatura do corpo aumenta, o suor é expelido, os músculos relaxam e o pelo do corpo fica deitado contra a pele. Estas são todas as maneiras de liberar calor e, portanto, diminuir a temperatura do corpo. Quando o corpo experimenta um ambiente frio, os vasos sanguíneos contraem por estímulo simpático noradrenérgico, os músculos esqueléticos ficam contraídos, levando ao reflexo de tremores rítmicos, e os músculos eretores do pelo, um tipo de músculo liso, elevam os folículos pilosos. Esses processos, por sua vez, produzem e retêm calor. • podem levar a pessoa a desenvolver febre, que se caracteriza pela temperatura corporal acima de 37°C. Como mecanismo protetor, o organismo libera agentes pirogênicos (citocinas inflamatórias), os quais aumentam a temperatura do corpo. DOR E ENDORFINAS • Conceito de dor : Experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial. A dor caracteriza-se por queimação, choque ou formigamento. A dor é um sinal característico dos mecanismos responsáveis pela defesa do organismo contra o dano tecidual . A dor apresenta um componente sensorial-discriminativo e outro componente emocional-afetivo-cognitivo. A integração desses dois componentes é fundamental para a percepção da dor. 1. O componente sensorial-discriminativo tem a função de detecção e percepção do estímulo nocivo, bem como sua localização, intensidade, duração e temporalidade. 2. O componente afetivo-emocional envolve estruturas cerebrais (córtex e sistema límbico) que geram reações comportamentais frente à dor. 4 Resumo do tópico 2 – fisiologia (Bárbara C Nascimento – enfermagem) A dor será classificada quanto ao seu tipo e com base na sua origem: De acordo com seu tipo: 1. Dor aguda tem início súbito e duração curta (dias), com tendência à remissão. A dor pós- operatória é classificada como aguda. 2Dor crônica persiste além do tempo esperado (meses) de cura da lesão inicial e tem tendência de piora progressiva. Pode apresentar um componente neuropático. O componente emocional-afetivo-cognitivo é ativado.Exemplos de dor crônica: dor lombar crônica e a dor oncológica. De acordo com sua origem: 1. Dor nociceptiva: os nociceptores da pele ou em vísceras são estimulados por agentes lesivos de origem térmica, física, mecânica, química, entre outros. Os nociceptores, ou receptores de dor, são terminações nervosas livres que respondem a estímulos dolorosos. Os nociceptores são encontrados em todos os tecidos, exceto no cérebro, e transmitem informações ao cérebro. Três tipos de estímulos podem ativar os receptores de dor nos tecidos periféricos: 1. mecânico (pressão, pinça): breve duração 2. calor : breves duração 3. químico: longa duração Quais são as substâncias químicas ativam nociceptores aferentes primários? Potássio, histamina e serotonina, Como agem? Podem ser liberados pelas células do tecido lesionado ou pelas células sanguíneas circulantes que migram dos vasos sanguíneos para a área de dano tecidual. As Substâncias químicas (histamina, substância P, bradicina, acetilcolina e prostaglandina) que modulam a transmissão da dor são liberadas no tecido extracelular quando ocorre dano tecidual. Eles ativam os nociceptores, estimulando as terminações nervosas. Os mediadores podem produzir outras reações no local da lesão, como vasoconstrição, vasodilatação ou permeabilidade capilar alterada. Por exemplo: as prostaglandinas induzem a inflamação e potencializam outros mediadores inflamatórios. Por isso, medicamentos anti- inflamatórios são frequentemente prescritos para condições dolorosas devido à inflamação. 2. Dor nociceptiva somática é bem localizada, se manifestando em forma de pontada ou queimação e acompanhada por processo inflamatório. 3. Dor nociceptiva visceral tem padrão de cólicas e desconfortos difusos sem localização bem definida. 4. Dor neuropática é causada por lesões ou disfunções em nervos centrais ou periféricos. CONDUÇÃO DO ESTÍMULO DOLOROSO O processo de detecção de lesão tecidual (a nocicepção), se inicia nas terminações nervosas livres (nociceptores) formadas por fibras aferentes do tipo A delta e C que tem seu corpo celular no gânglio da raiz dorsal, que emite outro axônio para o corno dorsal da medula espinal. O grau de mielin ização dessas fibras determina qual tipo de dor será detectada. • As fibras A delta são finas e mielinizadas e, conduzem potenciais de ação mais rapidamente, transmitindo dor do tipo rápida e são mais fáceis de serem excitadas. Por isso, nociceptores de fibra A delta detectam dor de origem mecânica e térmica de baixa intensidade. As fibras A delta detectam dor do tipo aguda e bem localizada. • As fibras C são finas, mas não mielinizadas, portanto, a velocidade de transmissão do impulso elétrico é lenta. Essas fibras detectam agentes nocivos térmicos, mecânicos e químicos de alta intensidade.
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