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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL DANIELA CAUS PENHA DA SILVA LENI APARECIDA SANTOS IBIPORÃ – PR 2018 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL DANIELA CAUS PENHA DA SILVA LENI APARECIDA SANTOS Relatório de Estágio Supervisionado em Psicopedagogia Institucional apresentado ao Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia Clinica e Institucional da Faculdade Iguaçu, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista. Orientadora: Edna Lourdes Horácio Valentin IBIPORÃ – PR 2018 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 5 1 QUEIXA ..................................................................................................................... 6 2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ............................................................................. 6 2.1 LOCALIZAÇÃO .............................................................................................. 6 3 LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO .................................................... 6 4 TIPO………………………………………………………………………………………….. 9 5 SISTEMA DE ENSINO .............................................................................................. 9 5.1 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO .................................................................. 9 5.2 ENSINO FUNDAMENTAL ........................................................................... 10 5.3 ENSINO MÉDIO .......................................................................................... 10 5.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL .............................................................................. 10 6 RECURSOS FÍSICOS, MATERIAIS, HUMANOS E FINANCEIROS ........................ 11 6.1 RECURSOS FÍSICOS ................................................................................. 11 6.2 RECURSOS MATERIAIS ............................................................................ 12 6.3 RECURSOS HUMANOS ............................................................................. 13 7 CLIENTELA DA ESCOLA ........................................................................................ 14 8 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO ................................................................... 14 8.1 DISTRIBUIÇÃO DAS TURMAS ................................................................... 14 8.2 CALENDÁRIO ESCOLAR............................................................................ 15 8.3 ESTABELECE RELAÇÕES COM OUTRAS INSTITUIÇÕES ...................... 15 8.4 ESTABELECE RELAÇÕES COM A COMUNIDADE ................................... 15 8.4.1 CONSELHO ESCOLAR ............................................................................ 15 8.4.2 ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS ......................... 16 8.5 SISTEMA DE AVALIAÇÃO .......................................................................... 16 8.5.1 ATRIBUIÇÃO DE NOTAS ......................................................................... 18 8.5.2 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS .............................................................. 18 8.6 CONSELHO DE CLASSE ............................................................................ 18 8.7 NORMAS DISCIPLINARES ......................................................................... 19 8.8 ÍNDICE DE REPROVAÇÃO E EVASÃO ...................................................... 19 8.9 ROTATIVIDADE DE PROFISSIONAIS ........................................................ 20 8.10 ACESSO AOS PLANOS DE TRABALHO .................................................. 20 8.10.1 PLANO DE TRABALHO DOCENTE ....................................................... 20 8.10.2 PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO E EQUIPE PEDAGÓGICA ................. 20 9 ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ...................................... 21 10 PROJETOS……………………………………………………………………..…………21 11 INDICADORES PARA O DIAGNÓSTICO .............................................................. 21 11.1 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO, ESCOLA E SOCIEDADE ....................... 22 11.2 FILOSOFIA DA ESCOLA ........................................................................... 22 11.3 OBJETIVOS DA INSTITUIÇÃO ................................................................. 23 11.4 CURRÍCULO ESCOLAR............................................................................ 23 11.5 ASPECTOS IDEOLÓGICOS ..................................................................... 24 12 ASPECTOS PSICOPEDAGÓGICOS ..................................................................... 25 12.1 QUAL A POSTURA DA ESCOLA COM RELAÇÃO A NÃO APRENDIZAGEM DE SEUS ALUNOS? ............................................................ 25 12.2 MODELOS DE APRENDIZAGEM .............................................................. 25 12.3 COMO O CONHECIMENTO CIRCULA NA INSTITUIÇÃO ........................ 27 12.4 COMO SÃO RESOLVIDOS OS CONFLITOS? .......................................... 28 12.5 QUAL A CONCEPÇÃO DOS EDUCADORES ACERCA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM? ........................................................... 28 12.6 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO QUE UTILIZAM PARA SOLUCIONAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ............................................................. 28 13 O QUE EU PENSO SOBRE ESCOLA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE .................... 29 13.1 A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR ........................................................ 29 13.2 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA ................................................................ 32 13.3 QUE TIPO DE CIDADÃO ESTAMOS FORMANDO E QUAL REALMENTE GOSTARIAMOS DE FORMAR .......................................................................... 34 13.4 É POSSÍVEL FORMAR CIDADÃOS EMPREENDEDORES NAS ESCOLAS………………………………………………………………………………34 14 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ................................................................................... 36 15 PLANO DE AÇÃO PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL ..................................... 38 15.1 IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................... 38 15.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 38 15.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 39 15.4 CARCTERIZAÇÃO DA ESCOLA ............................................................... 41 15.5 OBJETIVOS ………………………………………………………………………42 15.6 ESTRATÉGIAS .......................................................................................... 42 15.7 ATIVIDADES ............................................................................................. 42 15.8 RECURSOS .............................................................................................. 42 15.9 AVALIAÇÃO .............................................................................................. 43 15.10 CRONOGRAMA ...................................................................................... 43 15.11 RELATÓRIO DA APLICAÇÃO DO PROJETO ......................................... 44 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 47 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 49 ANEXOS ..................................................................................................................... 50 5 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo relatar as observações, diagnósticos e intervenções relacionadas ao Estágio Supervisionado em Psicopedagogia Institucional, realizado no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Dr. Francisco Gutierrez Beltrão– Ensino Fundamental e Médio, localizado na cidade de Ibiporã- PR, tendo como pressupostos analisar uma queixa apresentada pela gestão da escola, bem como construir um plano de ação que viabilize a resolução da problemática apresentada e das observações e conclusões realizadas na instituição, através da aplicação dos conhecimentos adquiridos em todas as disciplinas estudadas, assim como confrontá-las com a prática psicopedagógica na instituição. O estágio possibilita ao educando uma noção, do que ele, como futuro psicopedagogo irá vivenciar e encarar no seu cotidiano, aprendendo a lidar com fatos e acontecimentos diários, bem como atingir seu principal objetivo enquanto profissional, que é o de identificar as dificuldades e obstáculos presentes na escola que possam estar interferindo no processo de aprendizagem, assim como prevenir o fracasso escolar, orientando as funções de cada sujeito, para que possam trabalhar em harmonia para que os objetivos educacionais sejam alcançados. Esse relatório descreve observações, experiências e análise da realidade da instituição, bem como um estudo sistemático do projeto politico pedagógico, afim de levantarmos dados históricos e pedagógicos da escola. Os procedimentos metodológicos se deram através da observação, registro de dados por meio de informação, análise da realidade escolar em seu dia-a-dia, sendo de grande importância, pois este momento proporciona o conhecimento a respeito da organização e funcionamento da escola, abordando aspectos que fazem parte do cotidiano escolar e da caracterização do espaço de atuação do psicopedagogo institucional. Enfim, trata-se de um relato do resultado dessa experiência, destacando o aprendizado e as reflexões no estudo e na prática do estágio. Contempla a elaboração de uma proposta de atuação do psicopedagogo em prol a resolução da queixa e da problemática encontrada na instituição. 6 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL PROFESSORA: Edna Lourdes Horácio Valentin INDICADORES PARA O DIAGNÓSTICO DA INSTITUIÇÃO 1 QUEIXA O relacionamento interpessoal e o respeito entre os alunos jovens e adultos na EJA. 2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA 2.1 LOCALIZAÇÃO O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Dr. Francisco Gutierrez Beltrão – Ensino Fundamental e Médio (CEEBJA), localiza-se na Avenida Engenheiro Francisco Beltrão n.º 65 no Centro do Município de Ibiporã – PR, CEP 86200-000. - Telefone: (43) 3258-5014 - Email: iorceebjafrancisco@seed.pr.gov.br 3 LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO Os primeiros habitantes do município de Ibiporã, motivados pela cultura do café, aqui se fixaram com seus familiares, sentindo necessidade de uma escolarização tanto para suas crianças, quanto para os adultos, pensaram na hipótese de construir nessa terra uma escola para sistematização do ensino, para suprir essa necessidade, o terreno para construção do prédio foi doado pelo engenheiro e procurador da Companhia de Terras do Norte do Paraná, Dr. Francisco Gutierrez Beltrão, porém, os recursos foram subsidiados principalmente pelo Estado, bem como por ajuda do próprio doador, sendo inaugurada no dia 19 de Abril de 1941. Em agradecimento e homenagem ao maior entusiasta e patrono do progresso educacional de Ibiporã, a instituição recebeu o nome de Grupo Escolar Dr. Francisco Gutierrez Beltrão. A então denominada Vila Ibiporã, ainda pertencente ao município de Sertanópolis, recebera o Grupo Escolar, que contava com duas salas de aula, duas salas para trabalhos administrativos (secretaria e direção) e um modesto recinto para necessidades fisiológicas. mailto:iorceebjafrancisco@seed.pr.gov.br 7 A instituição atendeu em sua inauguração 147 alunos em três turnos de 3 horas cada. Veja abaixo a composição de turmas em 1941: - 1ª série A: 32 alunos - 1ª série B: 14 alunos - 1ª série C: 42 alunos - 2ª série A: 36 alunos - 3ª série A: 12 alunos - 4ª série A: 11 alunos Totalizando assim, os 147 alunos. Com o decorrer dos tempos a população foi aumentando e o progresso atraiu novos habitantes para Ibiporã, o que levou a necessidade de ampliação da escola para atender um número maior de alunos em 1943, passando a compor seis salas de aula e sanitários masculinos e femininos, atendendo 11 turmas, em três turnos diurnos apenas, por não haver energia elétrica, totalizando então, 373 alunos. Em 1956 fundou-se o Ginásio Estadual de Ibiporã (escola de ensino secundário), nesta mesma instituição, enfrentando algumas dificuldades com espaço físico, passou a atender mais 100 alunos. Considerando que a terra roxa nessa localidade era muito fértil, com excelentes resultados na cultura do café, novos habitantes foram atraídos para região, aumentando conseqüentemente o número de estudantes, necessitando assim de uma nova reestruturação do espaço físico, sendo construídas assim, para atendê-los, mais quatro salas de aula, corredores e pátio coberto, funcionando em 1958. Em 1959, criou-se a Escola Normal, em 1960 a Escola Estadual do Comércio de Ibiporã, atendendo de 1ª a 4ª séries e Ginásio, com algumas turmas no período noturno, subsidiando apenas ginásio e comércio. Deste modo, a instituição suportava quatro escolas distintas no mesmo espaço físico (Ginásio, Magistério e 1ª a 4ª séries – Diurno/Ginásio e Comércio – Noturno). Até que o espaço tornou-se insuficiente para atender a demanda, sendo necessário o desmembramento, o Ginásio, a Escola Normal e o Comércio passaram a funcionar em outro prédio. 8 Em 1977, foram necessárias novas adaptações, sendo construídas mais uma sala de aula, cozinha, refeitório, depósito de merenda, gabinete dentário e quadra de jogos. Em 1996, iniciou a construção de um novo refeitório, para que na junção do antigo refeitório e sala de vídeo pudessem ser atendidos mais de 1000 alunos nos três turnos diurnos. Em 1997, houve um crescente interesse por parte da A.P.M para implantação da 5ª a 8ª séries na instituição, em 1998 o projeto foi implantado, surgindo também a necessidade da construção de um laboratório. Em 1998, a sala de número 12 foi desocupada para construção de uma sala de supervisão e de professores, sendo construída uma nova sala de aula para atendimento de classe especial. Em 1999 a escola já atendia: 18 turmas de ensino regular (9 turmas no período matutino e 9 turmas no período vespertino); 8 turmas de contra turno (04 em período matutino e 4 em período vespertino); 1 turma de classe especial; 05 turmas de fase II supletivo (noturno) e 5 turmas da EJA (noturno). A partir do inicio do ano letivo de 2000 o Ciclo Básico de Alfabetização (4 anos), foi municipalizado passando a Escola Estadual Dr. Francisco Gutierrez Beltrão, a ofertar apenas o curso de Educação de Jovens e Adultos Fase II (3 turmas) e EJA (8 turmas) no período noturno. A partir do 2º semestre do ano 2000, a Escola Estadual Dr. Francisco Gutierrez Beltrão - Ensino Fundamental, passa a denominar-se Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Dr. Francisco Gutierrez Beltrão – Ensino Fundamental de acordo com a Resolução n.º 1626/2000 D.O.E de 16/06/2000, ofertando o curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) presencial no período noturno, com início as 19hrs até as 22:35hrs, totalizando 10 turmas. Atualmente o CEEBJA trabalha com o sistema de eliminação de matérias através do ENCCEJA, os alunos têm oportunidade de estudar as matérias separadamente (podendo realizar até três disciplinas por vez), os alunos que realizarem a prova do ENCCEJA têm a opção de eliminar matérias, desde que faça a inscrição na matéria desejada e seja aprovado. 9 4 TIPO O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Dr. Francisco Gutierrez Beltrão, é subsidiado pelo Estado do Paraná, todos os recursos e financiamentossão fornecidos diretamente pelo Estado, oferecendo Educação Básica nas modalidades de Ensino Fundamental e Médio. Durante o período matutino e vespertino o prédio é utilizado e subsidiado pelo município, através do Complexo Educacional Professor Carlos Augusto Guimarães, atendendo ao Ensino Fundamental I. 5 SISTEMA DE ENSINO Os cursos oferecidos pela instituição contemplam o ensino fundamental e médio, no período noturno das 19hrs às 22h30min, atualmente com 06 turmas de fundamental e 10 de ensino médio. A instituição atende alunos da Educação de Jovens e Adultos em modalidade presencial, sendo a maioria, trabalhadores que vêm da luta diária, tem seu rendimento muito aquém do esperado. Os desajustes familiares e as carências refletem no seu rendimento acadêmico prejudicando assim o processo de ensino-aprendizagem. A escola conta ainda com alunos que tiveram problemas com a justiça e foram encaminhados ao colégio pela promotoria, mesmo não tendo interesse para os estudos. 5.1 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO O CEEBJA tem como uma de suas finalidades ofertar a educação para jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental e Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, considerando suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas ou individuais. Portanto a instituição escolar oferta Educação de Jovens e Adultos na modalidade presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com a avaliação no processo. Os cursos são desenvolvidos de modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como: - Pesquisa e problematização na produção de conhecimento. 10 - Desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar. - Registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos) permitindo a sistematização e socialização dos conhecimentos. - Vivências culturais diversificadas que expressam a cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural. 5.2 ENSINO FUNDAMENTAL Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental, o estabelecimento tem como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem. Visa, ainda, o encaminhando para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio. 5.3 ENSINO MÉDIO O Ensino Médio na instituição terá como referência em sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE, Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos. 5.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL A EJA contempla também o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva e individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes educandos. Uma vez que essa terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de 11 atendimento educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais decorrentes de: - deficiência mental, física/neuromotora, visual e auditiva; - condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; e - superdotação/altas habilidades. A escola se baseia na citação de Carvalho (2001), quando ele destaca que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as estratégias que as práticas pedagógicas devem assumir para remoção das barreiras para aprendizagem e participação de todos os alunos. Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque do especial atribuído a educação. Mesmo que os alunos apresentem características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, mas também de condições socioculturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar. Garante-se dessa forma que a inclusão educacional realize-se, assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa um modo igual de educar todos, mas uma forma de garantir apoios e serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades. 6 RECURSOS FÍSICOS, MATERIAIS, HUMANOS E FINANCEIROS 6.1 RECURSOS FÍSICOS Por se tratar de um prédio antigo a estrutura já não se adapta tão adequadamente a realidade escolar, necessitando urgentemente de uma reforma para melhor atendimento, no colégio encontramos: - salas de aula com estruturas defeituosas; - rede elétrica incompatível com as necessidades tecnológicas; - poucas tomadas de energia elétrica e as que possuem por vezes se encontram defeituosas e com iluminação defasada; - janelas com pouca ventilação; - falta de equipamentos de ventilação; - o espaço direcionado a biblioteca não comporta um número apropriado de 12 alunos, de modo que algumas vezes ocasiona em aglomeração, impossibilitando o estudo nesse ambiente; - laboratório de química e biologia defasado, em relação á instrumentos e materiais para as aulas e experiências; - a sala dos professores é arejada e a estrutura comporta as necessidades; - o pátio da escola é amplo e adequado para utilização dos alunos; - o espaço destinado à cantina comporta as necessidades dos educandos; - a quadra de esportes é coberta e bem estruturada. A falta de estrutura desse colégio, em alguns ambientes, tem impossibilitado no cumprimento das metas estipuladas no projeto pedagógico da escola, apesar dos profissionais envolvidos procurarem fazer o seu melhor nas condições que possuem, a melhoria do espaço físico proporcionaria subsídios para fazerem melhor ainda. O colégio ainda comporta as seguintes infra-estruturas: alimentação escolar para os alunos, água filtrada, água da rede pública, energia da rede pública, esgoto da rede pública, lixo destinado à coleta periódica, acesso à internet e banda larga. 6.2 RECURSOS MATERIAIS A escola possui 11 salas de aula, composta pelos seguintes materiais: - 25 carteiras cada (mobiliário em excelente estado, recebido há pouco tempo); - 1 lousa digital com projetor; - 1 TV 29” com entrada para pendrive; - 1 armário de aço; - 1 quadro negro com apagador; - 1 ventilador. A cantina e a cozinha são mobiliadas com: - mesas e bancos - fogão industrial - microondas - materiais para cozinhar (panelas, talheres, etc.) A sala de professores contempla: 13 - ventiladores; - microondas; - geladeira; - mesa; -poltronas; -balcão de pia; -bebedouro A biblioteca possui um acervo de livros disponibilizado pelo governo do estado para uso de alunos e professores na realização de atividades e leituras diversas. Para uso de alunos e no trabalho da direção e secretária a escola possui os seguintes materiais: - 04 Computadores administrativos - 01 notebook para uso da direção - 16 Computadores para alunos - TV - Copiadora - Impressora - Aparelho de som - Projetor multimídia (data show) - Câmera fotográfica/filmadora Todos osmateriais disponíveis na escola são de uso exclusivo do setor administrativo (secretária e direção), bem como para fins pedagógicos (professores e alunos), o colégio procura sempre frisar a importância da utilização consciente e cuidadosa, para que os mesmos não sofram avarias. 6.3 RECURSOS HUMANOS O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Dr. Francisco Gutierrez Beltrão possui o total de 23 funcionários, sendo eles: - 01 Diretor - 03 Secretárias - 01 Coordenadora Pedagógica destinada a todas as turmas - 15 Professores Regentes (Contratados pelo Processo Seletivo Simplificado e 14 Concurso Estadual) - 01 Servente - 02 Cozinheiras 6.4 RECURSOS FINANCEIROS Os recursos financeiros da instituição são oriundos da SEED – PR (Secretaria de Estado de Educação do Paraná), das promoções realizadas pela APMF da escola e verba anual do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola). O gerenciamento e a otimização dos recursos financeiros são realizados pela direção da escola juntamente com a APMF e o Conselho Escolar, sempre realizando prestações de conta. 7 CLIENTELA DA ESCOLA A instituição atende 275 alunos, entre as modalidades do fundamental e médio, divididos em aproximadamente 25 alunos por turma Pelo fato de ser situado na área central da cidade, o acesso ao colégio tem favorecido certa parcela da clientela, amparando principalmente aqueles que residem em bairros próximos ao centro. Pelo município ser de porte médio, áreas residenciais margeiam o centro da cidade. Aos que necessitam se deslocar de bairros periféricos o município disponibiliza o transporte coletivo estudantil, todavia, os alunos têm também como possibilidade o transporte privado, salientando que o terminal urbano localiza se a cerca de 500 metros do colégio. As características socioeconômicas e culturais da clientela escolar são de pessoas da periferia, a maioria composta de classes de trabalhadores, jovens desempregados ou em inicio da vida trabalhista, bem como de jovens alunos que tiveram problemas com a justiça e foram encaminhados ao colégio pela promotoria, mesmo não tendo interesse para os estudos. 8 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO 8.1 DISTRIBUIÇÃO DAS TURMAS O CEEBJA atende atualmente 06 classes de Ensino 15 Fundamental II e 10 de Ensino Médio, lembrando que os alunos são divididos por turmas de disciplina que estão cursando, há classes apenas de português, apenas de matemática, entre outras, referente à modalidade matriculada. Por ano a instituição atende em torno de 15 a 16 classes por ano, com aproximadamente 25 alunos por turma, no período noturno. Como a instituição oferece a Educação de Jovens e Adultos, não disponibiliza atividade extraclasse em contra turno. 8.2 CALENDÁRIO ESCOLAR Quanto ao calendário escolar, o núcleo (SEED – PR: Secretaria de Estado de Educação do Paraná) encaminha a instituição uma instrução com o calendário praticamente pronto, cabe a escola apenas acrescentar as datas direcionadas ao conselho de classe (como não possuem conselho de classe, não há nada a acrescentar). 8.3 ESTABELECE RELAÇÕES COM OUTRAS INSTITUIÇÕES A escola não estabelece relações com outras instituições, porém, funciona em dualidade com o município, através do atendimento aos alunos do Fundamental I, através do Complexo Educacional Professor Carlos Augusto Guimarães, nos períodos matutino e vespertino. 8.4 ESTABELECE RELAÇÕES COM A COMUNIDADE A escola estabelece relações com a comunidade apenas através dos órgãos colegiados, como: 8.4.1 CONSELHO ESCOLAR A gestão escolar da escola pública como decorrência do principio constitucional da democracia e colegiado, tem como órgão máximo de direção o conselho escolar. Através dos seguintes objetivos e estratégias: - O órgão da direção será deliberativo, consultivo e fiscal, tendo como principal atribuição estabelecer a proposta pedagógica da escola, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida no estabelecimento de ensino. - O órgão colegiado de direção será constituído de acordo com o principio da representatividade, devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos 16 representantes nele terão, necessariamente voz e voto. - Poderão participar do órgão colegiado de direção, representantes de movimentos sociais organizados e comunidade escolar, comprometidos com a escola pública. - O órgão colegiado será presidido pelo diretor do estabelecimento, na qualidade de dirigente da proposta pedagógica. - O conselho escolar é normatizado por estatuto próprio. 8.4.2 ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS A APMF é um órgão colegiado composto pela comunidade escolar, na escola ele é composto por alunos (adultos e maiores de idade, considerando que a instituição atende a EJA), professores e funcionários e equipe diretiva. As tomadas de decisões realizadas pela APMF são discutidas e amplamente debatidas, sejam em questões de ordem pedagógica ou administrativa, considerando que são decisões que terão papel fundamental no processo de ensino aprendizagem dos alunos do CEEBJA. A escola ressalta a importância de toda a comunidade escolar fazer parte desse processo de tomada de decisões, pois a transparência é fundamental na construção de uma gestão democrática e participativa. É importante ressaltar a importância da obrigatoriedade das instituições formarem essas associações, pois são elas as responsáveis pelo recebimento de verbas do governo federal, assinaturas de cheques e determinação das aquisições que serão feitas para escola através desse dinheiro, são realizadas reuniões e assinaturas de atas, a gestão só consegue realizar compras para o colégio com a autorização da APMF. 8.5 SISTEMA DE AVALIAÇÃO A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da 17 capacidade de reflexão dos educandos frente as suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo contínuo, descritivo e compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexivo frente a realidade concreta. A avaliação educacional no CEEBJA segue orientações contidas no artigo 24 da LDBEN 9394/96 e compreende os seguintes princípios: - Investigativa ou Diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos; - Contínua: permite a observação permanente do processo ensino- aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica; - Sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; - Abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do educando; - Permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola. Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto real de partida do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização. A avaliação processual utiliza técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementarespropostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizagem dos educados e avaliar os conteúdos desenvolvidos. É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas é analisado pelo professor e pelo educando, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüências demandadas para 18 aperfeiçoar a prática pedagógica. 8.5.1 ATRIBUIÇÃO DE NOTAS As avaliações na instituição utilizam técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa. Para fins de promoção e certificação, são registradas de 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que correspondem às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submete na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar. A avaliação é realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para fins de promoção e certificação a nota mínima exigida é 7,0 (sete vírgula zero), em cada disciplina. 8.5.2 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS A oferta de recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se estabelece concomitantemente no processo de ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação ocorre individualmente, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiros de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os alunos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação. 8.6 CONSELHO DE CLASSE Como a instituição se trata de Educação de Jovens e Adultos, na modalidade de eliminação de matérias, há uma grande rotatividade de professores, normalmente os professores são contratados pelo período de 06 meses, que é o prazo de duração das disciplinas, impossibilitando que se 19 organize uma equipe de conselho de classe, deste modo a instituição não possui conselho. 8.7 NORMAS DISCIPLINARES As regras e normas da instituição são colocadas através do Regimento Interno, que são repassadas e lidas aos alunos em todo o inicio de ano letivo, sempre que necessário as regras são novamente frisadas a todos os alunos. O documento não é recente, foi redigido no ano de 2006, porém, sempre que se faz necessário são realizadas ressalvas para que seja adequada a realidade da escola. Os limites, regras e normas, impostas no regimento escolar são claros e justos, estando disponíveis para consulta e análise de todos os alunos e profissionais. 8.8 ÍNDICE DE REPROVAÇÃO E EVASÃO A instituição possui um alto índice de evasão escolar, pelo fato da clientela ser composta de alunos de classes de trabalhadores, jovens desempregados ou em inicio da vida trabalhista, bem como de jovens alunos que tiveram problemas com a justiça e foram encaminhados ao colégio pela promotoria, mesmo não tendo interesse para os estudos. Muitas vezes, a maior causa dessa alta evasão é por motivos pessoais, como: - cuidar de um membro da família que esta doente (como mãe, pai, etc.); - há alunos que trabalham o dia todo, ficam extremamente exaustos e o desgaste físico os impede de dar continuidade nos estudos; - proibição de cônjuges; - mudança de horário no trabalho; - ou, por falta de interesse nos estudos por parte dos mais jovens. As reprovações na instituição também ocorrem por disciplina especifica as maiores causas, muitas vezes, são relacionadas à freqüência, as faltas ocorrem pelos mesmos motivos citados acima. As salas, no CEEBJA, não são divididas pelas dificuldades dos alunos e sim pela disciplina que está disponível para realização naquele período, deste modo, as dificuldades nesse quesito não são levadas em consideração, pois o aluno se matricula na disciplina que precisa realizar e no período que estiver com turma aberta. 20 8.9 ROTATIVIDADE DE PROFISSIONAIS A grande rotatividade de profissionais na instituição é uma questão preocupante que muitas vezes afeta de alguma forma o trabalho na escola. Por se tratar de uma instituição que atende a educação de jovens e adultos, os professores e secretárias são contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS), a duração do contrato dos professores, em específico, abrange somente a duração da disciplina no colégio, que normalmente duram no máximo 06 meses, por esse motivo, são raros os professores concursados que aceitam trabalhar na instituição, por ser um tempo tão curto, os contratados em regime de PSS também se sentem, de certa forma, prejudicados, pois ficam apenas 06 meses do ano empregados, necessitando trocar de colégio ou voltar ao mercado de trabalho nos próximos meses. É importante ressaltar que esse fato muitas vezes atrapalha até mesmo no vinculo de afetividade que se estabelece entre professor e aluno. No caso das secretárias, o contrato tem duração de apenas 12 meses, quando os alunos chegam ao próximo ano, o profissional que os atendia nos quesitos administrativos também já são alterados. 8.10 ACESSO AOS PLANOS DE TRABALHO 8.10.1 PLANO DE TRABALHO DOCENTE Os planos de ensino, nomeados como PTD (Plano de Trabalho Docente), são elaborados pela SEED – PR (Secretaria de Estado de Educação do Paraná), no calendário escolar há duas datas destinadas para elaboração deste plano, os professores por sua vez preparam seus planos, encaminham para equipe do SEED - PR que avalia e orienta nesse planejamento. 8.10.2 PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO E EQUIPE PEDAGÓGICA Todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico da instituição na modalidade EJA, exige-se em primeiro momento um profundo conhecimento e estudo constante na fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil dos educandos jovens, adultos e idosos; das diretrizes curriculares nacionais e estaduais da EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes a educação e, em especial, a Educação de 21 Jovens e Adultos. Após a análise e estudo de todos os documentos que regem a instituição e a EJA, a direção em consonância da equipe pedagógica elaboram o Plano Anual de Ação, que mais tarde é submetido à aprovação do colegiado. 9 ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO A última proposta pedagógica elaborada na instituição foi realizada no ano de 2006, a direção informou que foi elaborado pela comunidade escolar (professores, alunos e funcionários) da época. 10 PROJETOS Os únicos projetos especiais desenvolvidos pela escola são a Brigada Escolar (se trata de uma cultura de prevenção, com o objetivo de adequar as edificações escolares às normas de prevenção contra incêndio e pânico) e a Equipe Multidisciplinar (o objetivo principal é desenvolver ações pedagógicas para a educação das relações da diversidade étnico-racial, por meio do ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, instituído pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08). 11 INDICADORES PARA O DIAGNÓSTICO Após a realização da pesquisa e observação da instituição para levantamentos dos dados históricos, observaram-se algumas situações: - Por se tratar de uma escola que atende na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), os professores, possuem satisfação em ajudar seus alunos, têm a necessidade de fazer de tudo para resgatar a auto-estima de todos, quemuitas vezes tiveram sua vida escolar interrompida por vários fatores como a obrigação de trabalhar para ajudar suas famílias, esses alunos muitas vezes passam por discriminação, sendo rotulados como indivíduos não capacitados para o mercado de trabalho ou excluídos de certos espaços por falta de instrução. O colégio possui reciprocidade entre aluno e professor, no trabalho com diferentes realidades, gerações e necessidades, oferecendo a esses jovens e adultos a oportunidade de continuarem seus estudos no ensino fundamental e médio, mas infelizmente, vários são os fatores que impedem que esses profissionais realizem um trabalho de maneira mais efetiva, pelas 22 problemáticas encontradas na escola (alta evasão escolar, grande rotatividade de professores e funcionários, desinteresse por parte de alguns jovens, estrutura física defasada, entre outros), é sabido que esses fatores têm desestimulado cada vez mais o trabalho da equipe e a vontade de continuar aprendendo dos alunos. 11.1 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO, ESCOLA E SOCIEDADE A instituição, segue os princípios norteadores da Pedagogia Histórico Crítica, compreende uma educação que não seja reprodutora da situação e sim adequada aos interesses da maioria, considerando que a escola e o cidadão que aqui se forma, pode agir sob a sociedade e transformá-la, com o decorrer do tempo. Cabe a escola transmitir conhecimento que desvele o movimento e a origem da realidade social, o ponto de partida do trabalho escolar é fazer com que o aluno contrua e adquira conhecimentos humanamente acumulados, possibilitando a compreensão sobre o mundo em que vive. O aluno irá apropiar-se de informações, estudar, pensar, refletir e dirigir suas ações. A instituição compreende que a escola tem como papel fundamental a socialização do saber sistematizado, deste modo, a educação deve ser mudada para transformar o homem em um ser filosófico, para compreensão do mundo, o entendimento e interpretação de seus fenômenos. Compreender a questão escolar é a defesa da especificidade da escola e a importância do trabalho escolar como elemento necessário para o desenvolvimento cultural, educacional e humano. 11.2 FILOSOFIA DA ESCOLA O CEEBJA Dr. Francisco Gutierrez Beltrão – Ensino Fundamental e Médio se propõe trabalhar de maneira eficaz e organizada, através do esforço coletivo de todos os profissionais envolvidos e comprometidos com o processo educacional, para a construção de uma sociedade mais justa. Ressaltam a importância de se observar os princípios e fins educativos previstos na LDBEN 93494/96, Diretrizes Curriculares Nacionais, Deliberações e Portarias que as regulamentam. Portanto, a proposta pedagógica esta em consonância com a 23 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seus artigos, com ênfase nos art. 3º e 32º. A instituição busca desenvolver uma prática educativa de acordo com os Parâmetros Curriculares, na tentativa de alcançar uma educação com excelência, a escola procura ver o homem como sujeito de todo e qualquer saber histórico social e proporciona a todos a chance do saber, organização e elaboração do conhecimento, aproveitando a sua cultura para integrar-se na sociedade sem destruir os seus princípios. Diante do mundo globalizado, que apresenta múltiplos desafios para o homem, a educação surge como uma condição necessária indispensável à humanidade na construção da paz, da liberdade e da justiça social. A nova concepção deve fazer com que todos possam descobrir, aprimorar e fortalecer seu potencial criativo. Dessa forma, a Educação de Jovens e Adultos deve ser pensada como um modelo próprio, com o objetivo de criar situações de ensino- aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos, pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e qualquer ser humano. Deve voltar-se para uma formação na qual os educandos trabalhadores possam aprender permanentemente de forma crítica, com responsabilidade individual e coletiva. 11.3 OBJETIVOS DA INSTITUIÇÃO A instituição tem como principal objetivo ofertar escolarização para jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental e Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, considerando suas características, interesses, condições de vida e de trabalhado, mediante ações didático-pedagógicas coletivas ou individuais. Os objetivos da instituição são postos de maneira clara e precisa, amplos e concretos, visando o desenvolvimento integral do educando. 11.4 CURRÍCULO ESCOLAR O currículo escolar na instituição abrange todos os conteúdos previstos para o ensino regular, porém, são adaptados ás condições dos alunos matriculados na escola. Os professores por sua vez, procuram sempre, 24 respeitar os diferentes ritmos, comportamentos, experiências, contextos familiares, valores e conhecimentos prévios de cada aluno. Enfatizando a necessidade de melhorar as condições de vida dos sujeitos adequando os conteúdos curriculares as necessidades mais emergentes que venham ao encontro de suas atividades profissionais e ou dos objetivos de cada educando junto aos seus. Os temas transversais: - Ética (Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo, Solidariedade); - Orientação Sexual (Corpo: Matriz da sexualidade, relações de gênero, prevenções das doenças sexualmente Transmissíveis); – Meio Ambiente (Os ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente, manejo e conservação ambiental); - Saúde (auto cuidado, vida coletiva); - Pluralidade Cultural (Pluralidade Cultural e a Vida das Crianças no Brasil, constituição da pluralidade cultural no Brasil, - o Ser Humano como agente social e produtor de cultura; - Pluralidade Cultural e Cidadania; - e Trabalho e Consumo (Relações de Trabalho; Trabalho, Consumo, Meio Ambiente e Saúde; Consumo, Meios de Comunicação de Massas) São trabalhados ao longo da carga horária de todas as disciplinas, valorizando-se todas as temáticas no decorrer do ano em qualquer período e evitando ênfase num período específico do ano letivo, sabe-se que a evolução perpassa por todos os temas oriundos das convivências sociais e podem e devem ser debatidos na escola. 11.5 ASPECTOS IDEOLÓGICOS Não se observa nenhum aspecto ideológico na proposta pedagógica no tocante a mitos, símbolos, preconceitos, estereótipos ou profecias auto-realizadoras, pelo contrário, o que se observa no PPP e no cotidiano escolar do CEEBJA, é uma instituição preocupada em fazer o possível para resgatar a auto-estima desses alunos, que muitas vezes tiveram sua vida escolar interrompida por vários fatores, como a obrigação de trabalhar para ajudar suas famílias, alunos esses, que muitas vezes passam por discriminação, sendo rotulados como indivíduos não capacitados para o 25 mercado de trabalho ou excluídos de certos espaços por falta de instrução. O principal objetivo da escola em questão é o de ofertar escolarização àqueles que buscam dar continuidade a seus estudos. 12 ASPECTOS PSICOPEDAGÓGICOS 12.1 QUAL A POSTURA DA ESCOLA COM RELAÇÃO A NÃO APRENDIZAGEM DE SEUS ALUNOS? A instituição intervém nos aspectos de aprendizagem não efetiva na escola através das avaliações diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente e permanente, que possibilitam ao professor obter informações necessárias sobre o processo de aprendizagem do aluno, que por sua vez, apontam as lacunas de aprendizagem de cada educando. Através desse acompanhamento o professor tem a possibilidade de intervir nas dificuldades do seu aluno, alterando a metodologia e a didática aplicada, considerando, que a não aprendizagem pode ser uma dificuldade do aluno, como também, um déficit dos recursos e métodos utilizados pelo docente, que quando diagnosticado deve alterá-lo imediatamente. Aescola procura aplicar instrumentos de aprendizado diferenciado, utilizando-se de métodos como debates construtivos e a participação efetiva do aluno durante as aulas, deste modo, o professor pode explorar os conhecimentos prévios e o potencial de cada aluno, incentivando suas produções e possibilitando que construam seu conhecimento de maneira crítica e efetiva. 12.2 MODELOS DE APRENDIZAGEM A escola possui como concepção a idéia de que a tecnologia sempre afetou o homem das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, á máquina a vapor, que mudou hábitos e instruções, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais – a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia. Facilitam nossas ações, nos transportando, o mesmo nos substituindo em algumas tarefas, os recursos tecnológicos ora facilitam, ora nos assustam. E essa forma de interferência da tecnologia em nosso cotidiano caracteriza uma contribuição que ocorre naturalmente, mesmo que não estejamos dando conta disso. 26 Trata-se de um processo que está mudando, em outras coisas o ensino, aproximando-o cada vez mais do próprio processo natural de difusão cultural. As chamadas novas tecnologias estão desterritorializando a instituição escolar: hoje, aprende-se não apenas no prédio físico da escola, mas em casa, em qualquer lugar que se tenha acesso a informações. A tecnologia modifica a expressão criativa do homem, modificando sua forma de adquirir conhecimento e interferindo em sua cognição. Os recursos tecnológicos atuais, os novos meios digitais (multimídia e internet), trazem novas formas de ler, escrever e, portanto, de pensar e agir. A introdução as novas tecnologias e de todas as suas vertentes deve ser provocada, em suas origens, pela necessidade constatada de uma real mudança no processo educacional. Desta forma, os profissionais do CEEBJA procuram utilizar as tecnologias a seu favor, como recurso estratégico no processo de ensino- aprendizagem, esse é um excelente meio de chamar os jovens que muitas vezes se sentem desinteressados á aprender, os adultos (mais velhos) por sua vez, tem a possibilidade de vivenciar e experienciar à importância da tecnologia para seu aprendizado. A SEED-PR disponibiliza ações de formação continuada aos professores, com o objetivo de promover as ações pedagógicas e reflexões sobre os desafios socioeducacionais. Para tanto, apresenta-se uma série de textos legais, textos informativos, vídeos e outros recursos que subsidiarão os trabalhos dentro da escola. Os profissionais da instituição encaram o erro como hipótese de construção do conhecimento, aceitando-o como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. O erro do aluno, em questão, é uma riqueza diagnóstica e o professor precisa se utilizar dele para indicar ao aluno o caminho do acerto e principalmente da aprendizagem efetiva e significativa. O ensino na escola tem como foco principal ofertar escolarização para jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental e Médio, estudos esses que foram de alguma forma, interrompidos por algum motivo pessoal da vida desses educandos. 27 A Educação na EJA precisa ir além de apenas recuperação de estudos não cumpridos, ela precisa possibilitar condição necessária indispensável à humanidade na construção da paz, da liberdade e da justiça social. A nova concepção deve fazer com que todos possam descobrir e fortalecer seu potencial criativo. Os professores na instituição são compromissados, cumprem seu papel de ensinar para emancipação, formando um sujeito crítico e conhecedor do seu papel na sociedade a fim de transformá-la para o melhor, no entanto, a escola enfatiza que também que caberá ao aluno querer aprender e aprimorar cada vez mais seus conhecimentos prévios. 12.3 COMO O CONHECIMENTO CIRCULA NA INSTITUIÇÃO Os professores do CEEBJA têm semanalmente direito a Hora Atividade, que são realizadas na sala de professores, com o objetivo de realizarem seu planejamento semanal articulado com o fazer e com a reflexão. O planejamento é a principal ferramenta no trabalho do professor, é o fio que conduz a ação educativa realizada em sala de aula, através dele, os professores têm a possibilidade de refletir sobre sua prática para que o aprendizado em sala de aula possa ser mais efetivo e significativo. Na instituição o docente tem disponibilizado diversos livros e periódicos encaminhados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), para reciclagem e formação continuada do profissional da educação, os professores têm a possibilidade de utilizá-los em momento de hora atividade para reciclarem sua prática educativa. Através desse estudo e aprimoramento os professores firmam compromisso com o conhecimento, que é a fonte que alimenta a existência da escola, como nascente de geração de conhecimento. Os conhecimentos prévios oriundos do senso comum de cada educando, são sempre levados em consideração na hora do planejamento e de se iniciar um novo conteúdo, na instituição lidamos com alunos jovens e adultos, que possuem uma bagagem de experiências e vivências que enriquecem o momento de ensino-aprendizagem. Todo início de ano letivo a escola disponibiliza aos professores um grupo de estudos, através da semana pedagógica, onde são abordados 28 temas riquíssimos para utilização em sala de aula. 12.4 COMO SÃO RESOLVIDOS OS CONFLITOS? O CEEBJA tem como estratégias de resolução de conflitos os seguintes pontos: - Organizar a rotina da sala de aula, observando, ouvindo e registrando dados que possibilitem a intervenção do professor nos momentos de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem e na administração de conflitos. - Conduzir os procedimentos em sala de aula de maneira emocionalmente equilibrada e ter capacidade para mediar situações de conflito em sala de aula; - Administrar problemas disciplinares em sala de aula de maneira inteligente, visando à permanência do educando na escola, contando com o apoio da orientação educacional diretamente na relação da sala de aula, após, esgotadas as possibilidades entre professor/aluno; 12.5 QUAL A CONCEPÇÃO DOS EDUCADORES ACERCA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM? A instituição encara a dificuldades de aprendizagem como decorrentes de diversas situações como: - Problemas pessoais do educando (como o fato do aluno trabalhar o dia todo e se sentir exausto durante o período da aula, impossibilitando o foco nas explicações); - Sistema de ensino (o fato do sistema de ensino ser por eliminação de matérias, muitas vezes, isso proporciona dificuldades no aprendizado, pois o conteúdo é repassado de maneira compacta e em menor tempo); - Escola (a instituição enfatiza a importância de o professor investigar essas dificuldades, se for decorrente do sistema de ensino ou da prática docente do professor, ela deve ser refletida e alterada). 12.6 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO QUE UTILIZAM PARA SOLUCIONAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM A principal estratégia para solução das dificuldades de aprendizagem são realizadas em conjunto pelos professores e pedagoga, após reflexão e análise dessa dificuldade, a prática e a metodologia é alterada em prol o desenvolvimento efetivo do educando. Os professores também realizam 29 sempre que possível cursos para capacitação e formação para lidarem com a faixa etária atendida na escola. Infelizmente o CEEBJA, não possui sala de recursos ou classe especial para lidaram com essas dificuldades, as ações precisam partir do professor dentro da sala de aula, necessitando de uma reflexão constante nas práticas educacionais utilizadas. A instituição acolhe e realiza a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais como o autismo, por exemplo, o ensinoe os instrumentos são adaptados para cada educando, assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa um modo igual de educar todos, mas uma forma de garantir apoios e serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades. Os alunos com dificuldade de aprendizado atendidos pelo CEEBJA não são encaminhados para profissionais especializados, pelo fato do sistema não comportar esse atendimento. No caso de alunos menores de idade a ação tomada pela direção e coordenação, é a convocação dos pais para uma reunião, onde medidas são analisadas e tomadas para resolução dessas dificuldades. Na medida do possível a escola procura dar conta dessa função tão especial que é o ENSINAR, mas infelizmente há muitas falhas no sistema de ensino, que os impede de realizar seus planos com maior eficácia, no entanto, os profissionais do CEEBJA procurarem fazer o seu melhor nas condições que possuem, até possuírem subsídios para fazer melhor ainda. 13 O QUE EU PENSO SOBRE ESCOLA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE 13.1 A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR O ato de ensinar solicita conhecimento, prática e paciência, para que possamos gerar ou transmitir conhecimento de uma forma clara e objetiva. Os conhecimentos prévios que cada um possui se trata de uma bagagem decorrente de suas experiências e vivências acumuladas de diferentes formas, seja por meios acadêmicos, empíricos (baseado na experiência e na observação) ou experimentados durante sua vida. Por sua vez, o ato de ensinar: [...] é um ato essencialmente social, a partir do qual surgiu a escola. 30 Para tanto, basta considerar os núcleos familiares, as comunidades sociais, os diversos meios de comunicação para concluir que a escola não foi nem é o único meio ou lócus educativo. Apesar disso, não se pode esvaziar a sua função histórica sob pena de comprometer o indivíduo e a própria sociedade. As situações de ensino/aprendizagem são sempre complexas, sendo muitas as variáveis que intervém na possibilidade de fracasso e sucesso dos alunos. (FARIA, 2009, p.66) Diante de tal reflexão, qual seria então a melhor maneira de ensinar? Para que tenhamos sucesso no processo de ensinar, devemos primeiramente proporcionar aos nossos alunos um ambiente educacional acolhedor que beneficie o diálogo constante e as trocas entre professor e aluno. Os desafios encontrados em sala de aula pelo educador estão cada vez mais presentes e estão em constantes transformações, o professor, atualmente não é mais a única fonte de aprendizado, os alunos atuais, nasceram e estão se desenvolvendo em um mundo totalmente tecnológico, a informação esta presente em diversos meios e mídias. Deste modo, como o educador pode se destacar e levar o seu aluno a um aprendizado efetivo e significativo? Como concorrer com esses novos meios de se conseguir informação? Por muito tempo, a Educação colocava o professor como centro e único detentor de todo o conhecimento, o aluno por sua vez, era visto como uma folha de papel em branco que deveria ser preenchida com informações transmitidas pelo educador. Portanto, para que a educação se transforme, e o ensino seja realizado de maneira mais significativa, é preciso que o professor se coloque no papel de mediador e que se submeta a contínuos processos de formação, essa efetivação só será possível se o educador modificar seu olhar e desatrelar de idéias antiquadas. É importante ressaltar que: É pela mediação do educador que a criança aprende, que tem contato com a educação. Educação é trabalho humano, atividade humana guiada pelo desejo, trabalho que tem por fim produzir um ser humano-histórico. (COSTA; MONTAGNINI; OFFIAL; STEUCK, 2014, p.38) O educador está em constante transformação e construção, ser professor atualmente, implica em assumir uma profissão que passa por constantes ressignificações. Nos últimos tempos a educação escolar também passou por intensas mudanças, que refletiu nos comportamentos sociais, 31 estilos de vida, atitudes e valores, que impactaram a vida de educandos e educadores. Diante de tantas transformações, é sabido que o ensino não poderia engessar, os métodos terão de ser atualizados para que as necessidades atuais de cada aluno sejam atendidas. Diante de tal reflexão Costa, Montagnini, Offial, Steuck (2014, p.113) afirmam que: Na prática, o processo pedagógico se inicia bem antes da sala de aula. Através da investigação temática, os educandos buscam conhecer o dia a dia de seus alunos, inserindo-se na comunidade. Baseando-se em conversas formais e informais, em observações participantes, vão reconhecendo temas significativos para aquela comunidade. É preciso que o educador aprenda como vivem seus alunos, que conhecimentos eles e elas já possuem do mundo, que assuntos lhe interessam. Daí, o educador verificará como o conhecimento científico poderá auxiliá-los, a saber, mais do que já sabem. Note: o educador não impõe o conhecimento científico; ele se coloca, e coloca a ciência como auxiliar das camadas populares, em diálogo. Posto isto, somente a experiência e o conhecimento que o professor possui, passa de certa forma não ser suficiente, pois o educador, assim como o educando esta em constante processo de ensino-aprendizagem. Em conjunto, o professor aprende sobre e com os seus alunos, faz novas descobertas, observa novas técnicas, didáticas, pressupõe uma nova postura profissional, conquista novos conhecimentos e permanece em constante atualização. Desta forma, o educador repensa seus métodos e práticas, bem como estimula seus alunos a serem reflexivos e críticos e não somente repetidores de informação. E assim: Professores e alunos são sujeitos que colaborativamente descobrem e redescobrem a realidade em que vivem. (COSTA; MONTAGNINI; OFFIAL; STEUCK, 2014, p.112) O professor necessita constantemente analisar e reavaliar sua prática pedagógica para que o ensino seja realizado de maneira efetiva e significativa, deste modo não há dúvida que a aprendizagem irá ocorrer. Por todos esses aspectos: Os professores se tornam profissionais essenciais diante dos processos de mudanças sugeridos para a sociedade. Ser professor atualmente requer saberes e conhecimentos científicos, pedagógicos, educacionais, sensibilidade da experiência, indagação teórica e criatividade para resolver as situações indicadas em sala de aula ligadas ao ensino, aprendizagem, relacionamento, entre outros. 32 (COSTA; MONTAGNINI; OFFIAL; STEUCK, 2014, p.38) O processo que relaciona o ato de ensinar e aprender deve ser repleto de criatividade, pois é através das diversas trocas realizadas entre educador e educando, que ambos se contagiam, conquistando novos conhecimentos, através da afetividade. 13.2 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA A escola possui um papel social, que se realiza através da ação dos profissionais que atuam em tal ambiente. A escola tem como função principal mediar o conhecimento sistematizado e científico elaborado e acumulado ao longo do tempo por todos os sujeitos sociais. Para iniciarmos nossa reflexão, é importante ressaltarmos o seguinte questionamento: O que entendemos por escola? Quando ouvimos ou lemos essa palavra, ela pode gerar duas idéias, dependendo do contexto. A primeira refere-se a um lugar específico, um edifício onde crianças e jovens passam parte do seu dia aprendendo coisas que a sociedade acredita serem importantes para a manutenção dela mesma. É isso que quer dizer a expressão “estou indo pra escola”, quando dita por uma criança ao sair de casa para mais um dia letivo. A segunda imagem que pode aparecer em nossa mente refere-se á escola enquanto instituição social. Nesse sentido é uma abstração de nosso entendimento. Ocorre por exemplo, quando afirmamos que todas as crianças devem estar na escola. (BATTINI; PROBST; SILVA; SILVA,2014, p. 4) Dado o exposto a função primordial da escola será a realização de uma mediação entre os conhecimentos prévios de nossos alunos e o conhecimento formal e sistêmico, possibilitando que esse educando alcance os conhecimentos científicos. Conforme apontam Costa, Montagnini, Offial, Steuck (2014, p.30): A escola tem como função social formar o cidadão, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante crítico, ético e participativo. Para que isso se realize, o específico da escola é ensinar, socializar o saber sistematizado, historicamente acumulado. Portanto, compete à escola preparar, instrumentalizar e proporcionar condições para que seus alunos possam se firmar e construir sua cidadania. Além de tudo que já foi citado, a escola é responsável por 33 desenvolver as potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do seu aluno, para então, capacitá-lo para se tornar um cidadão crítico e consciente de seu papel na sociedade a fim de transformá-la para melhor. Para tal a escola necessita proporcionar ao educando a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários para se viver em sociedade, bem como, propiciar controle e absorção de conteúdos básicos como leitura, escrita, ciências, artes, letras, pois sem esses conhecimentos o educando dificilmente conseguirá exercer seus direitos de cidadão. Por isso tudo: Cabe a escola e a seus profissionais garantir aprendizagem significativa aos seus alunos, auxiliar na construção do conhecimento, incentivá-los a participar na escola até a conclusão do curso e certificação com êxito, haja vista que a função social da escola está em garantir a efetivação da educação como um “direito social”. (COSTA; MONTAGNINI; OFFIAL; STEUCK, 2014, p.30) Em vista dos argumentos apresentados, a escola é uma fundação com papel primordial na sociedade, a responsabilidade da escola vai além de ensinar os conteúdos curriculares da educação básica, a escola trará em consonância com seus objetivos a formação do caráter, valores e princípios morais, que orientará o educando a utilizar os conhecimentos assimilados de maneira eficaz, de modo a serem utilizados a favor da sociedade e de uma realidade melhor para todos que nela vivem. Além do mais, é importante destacar que é no ambiente escolar que a criança começa a conviver com o diferente, tendo contato com outras crianças, de diversas raízes e culturas e passa aprender a respeitar essas diferenças e compreender que o diferente é normal. Na escola a criança também cria o primeiro circulo de amizade e se percebe como parte do coletivo, aprendendo, deste modo, a dialogar, ouvir o outro, discutir amigavelmente, levantar hipóteses e chegar a soluções. Portanto: [...] o desafio da escola seguindo a legislação vigente insinua que seus profissionais, em um esforço constante, devem estar atentos á tarefa de educar as crianças e os jovens propiciando-lhes desenvolvimento humano, cultural, científico, tecnológico. Tal desafio é indicado sob a perspectiva de que a escola forneça ao aluno a possibilidade de aquisição de habilidades que venham a contribuir para sua integração no mundo contemporâneo permeado de novas exigências, na qual a sociedade busca se adaptar. (PIMENTA, 2012 apud COSTA; MONTAGNINI; OFFIAL; STEUCK, 2014, p.34) 34 13.3 QUE TIPO DE CIDADÃO ESTAMOS FORMANDO E QUAL REALMENTE GOSTARIAMOS DE FORMAR A cerca de 500 a.C., Pitágoras, considerado o pai do conceito de Justiça, declarou: “Educai as crianças de hoje e não será preciso castigar o homem de amanhã.” No mundo atual em que vivemos, as pessoas se preocupam cada vez mais com status financeiro e acabam jogando de escanteio valores e princípios morais essências ao ser humano. A corrida diária faz com que as pessoas se tornem individualista, pensando sempre em si próprias, nem se quer se cumprimentam mais e com isso se preocupam excessivamente com o ter e se esquecem do ser. Levando em consideração esses aspectos, enquanto a educação for pensada em segundo plano, a cidadania jamais acontecerá. A formação de um ser humano crítico e preocupado com a sociedade em que vive, depende da valorização do sujeito. Aderimos à culpa da má qualidade do ensino aos políticos, mas esquecemos que esses mesmos políticos fazem parte da mesma sociedade que nós. Se a base é falha conseqüentemente os membros que se formam na nossa sociedade serão falhos também. Diante disso, o alicerce da sociedade se faz através de uma educação de qualidade voltada para a formação de cidadãos críticos e conscientes, é importante ressaltar, que é pela falta de educação que parte dos membros dessa sociedade se volta para violência. Dado o exposto: A escola se transforma em um espaço contraditório, complexo, carregado de conflito e divergência em suas interpretações. Sendo assim, na transformação das antigas certezas ligadas aos valores morais, exige-se dos profissionais da escola que cumpram determinadas funções da família e de outras instâncias sociais. Cada vez mais observam as carências ou necessidades afetivas do aluno, problemas de socialização, atitudes agressivas, envolvimento com drogas ilícitas, indisciplina, entre outros. (COSTA; MONTAGNINI; OFFIAL; STEUCK, 2014, p.34) 13.4 É POSSÍVEL FORMAR CIDADÃOS EMPREENDEDORES NAS ESCOLAS Considerando que a principal função da escola é preparar, instrumentalizar e proporcionar condições para que seus 35 alunos possam se firmar e construir sua cidadania. Assim sendo, percebemos que ela deve formar em seus alunos requisitos necessários para que eles possam ser adultos bem sucedidos e protagonistas de suas vidas e condições. Deste modo, as aulas de empreendedorismo na escola será um diferencial, com o intuito de prepará-los para o mercado de trabalho. Os alunos que recebem aulas de empreendedorismo, quando adultos, apresentam maiores condições de atingirem sucesso em suas carreiras. É importante salientar que as aulas de empreendedorismo, além de prepará-los para uma futura inserção no mercado de trabalho, também estimula nossos alunos a serem criativos, persistentes, comprometidos e autoconfiantes. Para trabalhar o empreendedorismo dentro das escolas é preciso que a instituição tome posturas diferenciadas, e para que essas novas posturas sejam aplicadas na escola é necessário em primeiro momento retomarmos a reflexão do “ato de ensinar de maneira diferenciada”, favorecendo metodologias um tanto quanto criativas e atrativas, deixando de insistir nos antiquados métodos tradicionais. Posto isto, os recursos tecnológicos são sempre bem vindos e grandes aliados na estruturação das aulas de empreendedorismo, considerando que o aluno necessita se adequar ao uso dessas tecnologias. Além de tudo o que já foi exposto é primordial a “capacitação dos professores” para que se consiga efetivar as aulas de empreendedorismo dentro da escola, o docente em questão, necessita ser apto e interessado em trabalhar a interdisciplinaridade e as tecnologias consideradas modernas em suas aulas e para que isso ocorra à capacitação é primordial. Em virtude dos fatos mencionados: A formação do professor ou seu aperfeiçoamento não devem mais se fundamentar na racionalidade técnica que sugere a execução de tarefas sem questionamento. [...] a formação atual deve sugerir que o professor, ao planejar, organizar e desenvolver suas atividades, não se torne um mero executor de tarefas, e sim um profissional que reconheça sua criticidade diante da capacidade criativa de decidir e atuar. (COSTA; MONTAGNINI; OFFIAL; STEUCK, 2014, p.35) As aulas de empreendedorismo precisam ser diferenciadas, estimulantes e atrativas, todos os professores precisam aderir à idéia e incluir o 36 conteúdo dentro do planejamento de suas disciplinas, é preciso que se proponham projetos e atividades práticas, paraque os alunos consigam se engajar, desenvolvendo uma visão estratégica diante de seus planejamentos. 14 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA Após realizarmos o levantamento histórico da instituição, observarmos a rotina da escola, dialogarmos com alunos e ex-alunos do CEEBJA, voltamos à reflexão inicial e a queixa exposta pela gestora da instituição, que alega que a principal problemática encontrada na escola sem dúvida é a EVASÃO, porém, ao questioná-la sobre os possíveis motivos de tanta desistência a mesma nos informou que diante de tal problema nada se podia fazer, considerando que os reais motivos eram todos de ordem pessoal. No entanto, após estudo do documento que rege essa instituição, observações e diálogos, chegamos à hipótese de que o que a gestora nos transmite com sua fala um tanto quanto desmotivadora, em dizer que em relação à evasão nada se pode fazer, nos remete a diversos pensamentos: Qual seria a real causa desses alunos, que de certo modo já tiveram problemas passados que os impediram de dar continuidade nos estudos os façam desistir antes mesmo de “lutar”, será que falta motivação, incentivo e principalmente apoio. Diante de tal desafio, a escola não deve ter como foco principal apenas a reprodução, a formação e as exigências do mercado de trabalho, sua função principal como já mencionado em reflexões anteriores vai além dos conteúdos impostos para educação básica, a escola precisa se preocupar com questões ligadas a cidadania, ao letramento (que vai muito além de saber ler e escrever) e a emancipação desse sujeito. Os alunos da Educação de Jovens e Adultos também carecem de afetividade, tal estado influência totalmente no comportamento e no aprendizado do individuo, o aluno precisa sentir que a instituição o apóia e que sua intenção vai além de certificá-lo, a escola precisa mostrar ao educando que sua intenção é formá-lo em um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres na sociedade, e só poderá fazer isso, se desde o primeiro dia de aula, esse mesmo aluno se sentir motivado a continuar e passar por cima de todos os outros motivos que o impulsiona a desistir. A gestora nos informou que a problemática, que na visão dela, carece de uma atenção maior, seria o fato do mau relacionamento interpessoal 37 entre os alunos de idade mais jovem e os adultos, muitas vezes ocorre, destes jovens terminarem suas atividades com excesso de rapidez e mais do que depressa começam a perturbar a ordem de sala de aula, com conversas paralelas, risos fora de hora, utilização de aparelhos celulares, entre outros. É de conhecimento de todos que problemas como esse ocorrem em qualquer modalidade de ensino, desde a educação infantil pendurando até o ensino superior, caracterizando um caso de indisciplina, problemas como esse também devem ser analisados, estamos de certa forma tratando de adultos, o primeiro passo a ser tomado é o diálogo, bem como novas hipóteses devem ser levantadas, será que as aulas estão sendo atrativas e motivadoras, porque esses alunos possuem tempo de perturbar a ordem de sala de aula, não seria o caso de utilizarmos de novas estratégias e principalmente uma auto- avaliação perante aos métodos de ensino. Os alunos da educação de jovens e adultos configuram tipos heterogêneos, se tratam de homens e mulheres que chegam à escola com crenças, valores, culturas, experiências e vivências diferenciadas, por isso, são sujeitos históricos e com uma bagagem riquíssima de conhecimentos já construídos, que devem ser aproveitados pelo docente em sala de aula. O aluno da EJA, principalmente, porém o de qualquer outra modalidade, não é uma folha de papel em branco onde o professor como detentor do conhecimento irá preenchê-la, o que ele traz para sala de aula é capaz de enriquecer o planejamento de um professor, desde que ele valorize e saiba como utilizá-lo na construção de novos conhecimentos. Em vista dos argumentos apresentados: Aos educadores incumbe a tarefa mais importante de conhecer as esperanças, lutas, trajetórias e especificidades culturais que caracterizam os educandos e levar em consideração o bom senso presente no senso comum a fim de estabelecer diálogos pedagógicos mais interculturais, mais reflexivos e menos excludentes. Através das memórias e história de vida dos idosos, adultos e jovens é possível estabelecer pontes dialógicas que contribuam para romper com o monoculturalismo que marca a racionalidade escolar. De fato todos somos desiguais e diferentes, contudo somos gente! Nisso somos iguais! A escola incumbe compreender reconhecer e valorizar as diferenças que ignorar as desigualdades (CAPELO, 2006, p.46) Já nos levava a reflexão Freire (1996), quando realizou o seguinte questionamento: Será mesmo que os alunos nada sabem do mundo? Afirmou ainda, que homens e mulheres entendem sim do mundo que os cerca, 38 no entanto, esse aprendizado de verá foi construído na “escola da vida”, aprenderam, na prática e não nos bancos de sala de aula a viverem e conviverem. Foi diante dessas reflexões que Paulo Freire estimulado pelo desejo de libertação pela crítica, criou uma pedagogia baseada no diálogo e na descoberta coletiva do mundo, onde professores e alunos, em conjunto, descobrem e redescobrem a realidade em que vivem. Suas idéias são bem conhecidas e ainda podem ser consideradas e utilizadas em prol à motivação dos alunos da EJA. Dado o exposto, é importante mencionar que: Ninguém educa a ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. (FREIRE, 1987, p.68) 15 PLANO DE AÇÃO PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 15.1 INDENTIFICAÇÃO a) Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Dr. Francisco Gutierrez Beltrão – Ensino Fundamental e Médio b) Abrangência do plano de ação: Queixa: - O relacionamento interpessoal e o respeito entre os alunos jovens e adultos na EJA - Grande índice de evasão dos alunos da Educação de Jovens e Adultos. c) Período: Agosto de 2018 d) Responsáveis: Daniela Caus Penha da Silva e Leni Aparecida Santos 15.2 JUSTIFICATIVA Uma das principais problemáticas encontradas na instituição é o alto índice de evasão que ocorre freqüentemente no cotidiano da instituição, bem como o relacionamento interpessoal entre os alunos mais jovens e os adultos da modalidade. A clientela é composta por estudantes provenientes de diversas realidades econômicas e sociais, que recorrem à modalidade por interesses diversos, no entanto, é perceptível que grande parte desses alunos vai à instituição realizam sua matrícula, começam a participar das aulas, subitamente diminuem sua freqüência e menos que se perceba, desistem de seus estudos. 39 É sabido por todos que a EJA possui discrepâncias em relação ao ensino regular, com cronogramas mais flexíveis e mesmo com todas as facilidades oferecidas pela modalidade, percebe-se que o curso ainda possui um alto índice de evasão na referida instituição. Deste modo, repensar a prática pedagógica e o acolhimento oferecido pela escola, bem como as possíveis causas que estão levando a esse alto índice de desistência é demasiadamente importante na tentativa de minimizar o índice de alunos evadidos. O relacionamento dos educandos em sala de aula, também é uma perspectiva que deve ser trabalhada dentro da instituição, pois um clima positivo de sala de aula é capaz de motivar esses alunos em prol à continuidade de seus estudos de forma efetiva e proveitosa. 15.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Possibilitar o egresso e garantir a permanência de jovens e adultos em uma instituição de ensino é, precedentemente, respeitar um dos direitos fundamentais ao ser humano, o direito a educação, que é garantido por lei através da Constituição Federal. É importante ressaltar que os jovens e adultos pertencentes a essa modalidade, que muitas vezes não
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