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TÉCNICAS AUDIOVISUAIS Didatismo e Conhecimento 1 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS 6. - TÉCNICAS AUDIOVISUAIS 6.1 EQUIPAMENTOS FOTOGRÁFICOS CONVENCIONAIS DE USO UNIVERSAL 6.2 DISPOSITIVOS DA CÂMERA FOTOGRÁFICA CONVENCIONAL As câmeras fotográficas convencionais ou analógicas são na sua forma mais clara os equipamentos mais modernos de fotogra- fia antes do surgimento do equipamento digital. Por anos os avanços das tecnologias analógicas colocaram em questão se o surgimento do digital seria bem aceito na fotografia. Não tem como se falar em equipamentos fotográficos sem um breve histórico de como eles surgiram e os avanços obtidos através do tempo. O primeiro equipamento considerado máquina fotográfica, embora rústico ainda, foi o daguerreótipo (1839) e foi o primeiro a ser fabricado em escala industrial na história. Em 1888 a Kodak nº 1 foi a primeira câmera a utilizar filme de rolo, destinada ao fotógrafo amador. Em 1910 em um avanço um pouco maior, a Debrie Sept foi o primeiro equipamento usado tanto para o registro de imagens fixas, como para sequências cinematográficas. Em 1913 a Ur-Leica foi um protótipo de câmera 35 milíme- tros, projetada por Oskar Barnack. Em 1932 a Contax I foi uma câmera 35mm, criada para com- petir com a Leica e que apresentou vários avanços tecnológicos. A Kwanon (1934) foi a primeira câmera 35mm (protótipo) do Japão, precedente da Canon que conhecemos hoje. Em 1936 a Hansa Canon foi a primeira câmera 35mm fabri- cada em série do Japão. Em 1947 a Polaroid Model 95 foi a primeira câmera com filme instantânea da história, projetada por Edwin Land. Em 1948 surgia a Nikon I, o primeiro equipamento da fabri- cante Nikon. A Kapsa “Pinta Vermelha” surgiu em 1950 e foi fabricada no Brasil. Em 1958 a Leica MP2 foi a primeira câmera com motor elé- trico acoplado. Em 1959 a Canonflex foi a primeira SLR da Canon. Em 1967 a Olympus Trip 35 foi a câmera compacta mais popular da década de 70. Em 1975 a Kodak Sasson foi o protótipo da primeira câmera fotográfica sem filme da história. A Pentax K1000 foi uma popular câmera SLR fabricada por mais de 20 anos e muito utilizada por estudantes e profissionais de fotografia. A partir daí os avanços foram muitos e as câmeras profissio- nais ou semi-profissionais utilizavam rolos de filmes fotográficos de 35mm com até 36 poses. A fotografia convencional sobreviveu bem até meados dos anos 2000 onde as digitais passaram a dominar e as analógicas foram virando resquícios da história. OS DISPOSITIVOS PADRÃO DE UMA MÁQUINA FOTOGRÁFICA Todos ficamos encantados com o funcionamento de uma má- quina digital. Com um clique você registra um momento para sem- pre. Porém nada disso é mágica ou algo parecido, é funcionalidade de equipamentos e acessórios que juntos registram a cena e fazem a fotografia acontecer. Existem componentes importantes em qualquer câmera, seja ela digital ou analógica, profissional ou amadora, que fazem a “magia” da fotografia acontecer. Vamos seguir o caminho que a luz percorre ao entrar na má- quina e entender como funciona. - Corpo da câmera: onde estão o sensor, o obturador, o visor e todos os encaixes (para objetivas, flash e cabos). - Objetiva: é, nada mais nada menos que, a alma da câmera fotográfica. Através da passagem da luz pelo seu conjunto de len- tes, os raios luminosos são orientados de maneira ordenada para sensibilizar a película fotográfica, ou o sensor, e formar a imagem! - Diafragma: o diafragma fotográfico é uma estrutura que se encontra no interior de todas as objetivas, ele tem o papel de con- trolar a quantidade de luz que passa através dela. - Obturador: é um dispositivo mecânico que controla a quantidade de luz que incide no sensor através de uma “cortina”. Ao acionarmos o disparador, o obturador permite que a luz passe e seja captada pelo sensor digital ou pelo filme, por um tempo ajustável. Quanto maior o tempo, mais luz alcançará o elemento sensível. - Visor: é a única parte da câmera que nós somos responsáveis pela magia, permite ver a cena que vamos fotografar, e varia segundo o tipo de câmera. Se falamos de uma SLR, o visor é uma pequena janela na qual, através de uma série de lentes e espelhos colocados estrategicamente, pode-se ver a cena exatamente como ela será fotografada, pois os raios de luz são provenientes direta- mente da objetiva. Em câmeras amadoras, e em algumas SLR, há o modo LiveView, no qual o sensor é responsável por capturar a cena e nos mostrar, em tempo real, a imagem no LCD da câmera (câmeras digitais). - Sensor: O sensor, assim como o filme fotográfico, é o local para onde se direciona toda a luz recolhida pela objetiva, onde pi- xels sensível à luz captam a cena. Como funciona uma câmera SLR O funcionamento das câmeras fotográficas é muito interes- sante. Os raios de luz passam pela objetiva, se refletem no espelho móvel a 45º – que se situa logo atrás da objetiva – e se refletem num bloco de espelhos penta prismáticos em 2 pontos. O último espelho do bloco leva a imagem ao visor. O foco é formado numa tela despolida, situada na posição horizontal entre o espelho móvel e o bloco penta prismático. Esta tela está posicionada na mesma distância do sensor. Didatismo e Conhecimento 2 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS Quando apertamos o disparador, um conjunto de mecanismos move-se em total sincronia. O diafragma se fecha na posição pré- -selecionada ou calculada pelo processador, no caso da câmera es- tar em automático, o espelho móvel se levanta, fechando a passa- gem da luz ao visor (por isto que há um escurecimento do visor no momento) e o obturador se abre durante o tempo pré-selecionado ou calculado pelo processador. Após completar a exposição, tudo volta à posição inicial! A figura ilustra o funcionamento de uma SLR: MAIS SOBRE AS CÂMERAS CONVENCIONAIS E SEUS DISPOSITIVOS Uma câmera fotográfica precisa, a rigor, compor-se de apenas alguns componentes básicos, necessários e suficientes ao processo de fotografia. É claro que a própria evolução dos tempos, desde o invento da primeira câmera, foi introduzindo novos conceitos, sistemas e materiais, os quais acabaram por tornar-se também in- dispensáveis ao processo de fotografia moderno. Embora não seja escopo do presente trabalho fazer um estudo pormenorizado da evolução tecnológica das câmeras fotográficas através dos tempos, começaremos nosso estudo através da descri- ção de uma câmera básica esquemática, a fim de que se possa en- tender o processo de uma forma ampla e genérica, bem como os principais termos utilizados. A concepção de qualquer câmera fotográfica é a mesma. Tra- ta-se simplesmente de uma caixa, com um pedaço de filme numa face e uma abertura na outra. Esta abertura é construída de forma a permitir que a luz entre na caixa, atingindo a superfície quimica- mente sensível do filme. É assim que produz-se a fotografia. Todas as câmeras, da mais primitiva à mais sofisticada funcionam dessa forma. A diferença de um tipo e outro está na eficiência e simplici- dade com que desempenham sua função. No trabalho profissional da fotografia de produtos, são uti- lizados todos os tipos e formatos de câmaras acompanhando as necessidades específicas de cada caso. Apesar do expresso acima, determinações de qualidade, definição e utilização final do mate- rial fotográfico, existem alguns formatos mais apropriados para a fotografia de produtos com fins publicitários. Uma câmera básica precisa compor-se de um corpo, um visor, uma objetiva (ou lente), um obturador, um diafragma, o filme e um sistema de transporte do mesmo, e um controle de foco. As câmaras de GRANDE FORMATO são as mais utilizadas pelos estúdios categorizados, fundamentalmente porque são câmaras que permitem basculamentos e movimentos de compensação de forma e perspectivajunto a rígidos controles na profundidade de campo. Por outro lado, as câmaras de grande formato fornecem nega- tivos e cromos de tamanhos que melhoram a qualidade da repro- dução em comparação direta com as de médio e pequeno formato. As marcas mais conhecidas são SINAR, PLAUBEL, CAMBO, LINHOF, CALUMET, S&K etc. FORMATO MÉDIO – São as câmaras com negativos de 6 × 6 cm, 6 × 7 cm, 6 × 4,5 cm e 6 × 9 cm, etc. As marcas mais utiliza- das e conhecidas são: HASSELBLAD, ROLLEYFLEX, BRON- CA, MAMIYA etc. FORMATO PEQUENO – São as câmaras conhecidas tam- bém pelo nome de 35 mm, que utilizam filmes em rolo de 24 × 36 mm de área, pouco utilizadas em fotos de produtos, porém, com uma enorme versatilidade e rapidez de manuseio, graças a um ver- dadeiro sistema de acessórios para qualquer tipo de evento. 1 – Câmera de Visor Direto Esse tipo de máquina compõe-se apenas de um corpo, uma ob- jetiva de foco fixo e um obturador, mesmo se dispusesse de apenas uma velocidade de obturador e uma abertura, ela ainda seria ideal para instantâneos desde que fosse mantida a luminosidade. Nesses tipos de câmeras compactas, simples, pequenas, quase sempre dis- cretas, leves e relativamente baratas, porém são suficientes para os temas que não fujam muito do convencional, como os instantâneos tirados durante as férias, por exemplo. Então, são chamadas de câmeras de visor, aquelas máquinas em que o sistema de visor é independente do sistema de lentes componentes da objetiva. Observa-se a imagem por um ponto da câmera e fotografa-se a mesma imagem por outro ponto da câ- mera. Por ser independente e fixo, o sistema de visor é projetado (calibrado) para apenas um tipo de objetiva, que é aquela que vem com a câmera, o qual não poderá ser cambiado em função da ne- cessidade de uma diferente distância focal, por exemplo. Apesar disso, a maior desvantagem apresentada pelas câme- ras de visor direto, reside no problema denominado de ERRO DE PARALAXE. O erro de Paralaxe ocorre quando há uma diferença entre o tamanho da imagem vista através do visor e o tamanho da imagem captada pelas lentes da objetiva. Esse fenômeno pode resultar em acidentes clássicos, como o corte da cabeça de uma pessoa na parte superior da fotografia por exemplo, já que o fotógrafo vê a cena através de um ângulo diferente daquele que o filme irá registrar. Só este tipo de câmera apresenta um defeito de paralelismo, isto é, o campo de visão do fotógrafo por um ponto da câmera difere do campo de visão do outro ponto da câmera. O fotógrafo olha uma imagem e fotografa outra imagem que está em paralelo da focada. Didatismo e Conhecimento 3 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS O erro de paralaxe, ou seja, a omissão acidental de partes da cena, é um problema comum em câmeras compactas. Para evitá- -lo, em algumas máquinas de visor de desenho mais complexo, isso pode ser corrigido até certo ponto, graças à uma moldura que foi incorporada ao visor, que se move ligeiramente durante o pro- cesso de focalização da imagem. Basta utilizar as marcas de cor- reção presentes no visor, pois para ajudar o fotógrafo, a maioria das câmeras apresentam marcas de correção no próprio visor, in- dicando a área da cena que ficará dentro do quadro; ou então, mo- dificar levemente a posição da câmera na hora do enquadramento. Tal moldura resulta da existência de um telêmetro incorporado ao sistema de visor. 2 – Câmera MonoReflex, Reflex de Duas Objetivas ou Ob- jetivas Gêmeas A câmera reflex de objetivas gêmeas (TLR – Twin Lens Re- flex), permite trabalhar de maneira que a imagem seja projetada em uma superfície plana. São câmeras mais antigas que trabalham sempre com duas objetivas, uma em cima da outra. O fotógrafo olha a imagem refletida num espelho por uma das objetivas e a outra objetiva é que fotografa a imagem. A objetiva situada na par- te superior permite a visualização pelo fotógrafo da cena, sendo portanto a objetiva de visor. A objetiva situada na parte inferior é responsável pela captação da imagem e registro no filme fotográ- fico, sendo portanto a objetiva de registro. Em virtude da objetiva de visor não interferir diretamente na qualidade da imagem final na fotografia, ela não precisa ter a mesma qualidade óptica da objetiva de registro, apesar de que as duas objetivas devem necessariamen- te ter distâncias focais iguais. Tais câmeras possuem um espelho que reflete a imagem para a tela de focalização. Entretanto esse sistema é fixo, o que exige uma lente para a câmera e outra para o visor. A objetiva visor da câmera reflex de 2 objetivas envia a imagem do campo de visão (da cena) para uma tela de vidro despolido. A imagem na tela fica invertida em sentido lateral. Ambas, as objetivas, ficam muito próximas uma da outra, tornando mínimo o erro de paralaxe. Alguns modelos têm um indicador para a correção desse erro. Alguns modelos profis- sionais possuem objetivas intercambiáveis, mas como é preciso trocar as duas ao mesmo tempo, o equipamento acaba custando muito caro. Além disso, esse tipo de câmera utiliza um obturador concêntrico, e por esse motivo, todas as lentes situadas na parte inferior têm seu próprio obturador embutido. O filme usado na câmera reflex de 2 objetivas é o de rolo (120), do qual se obtém negativos 6 × 6 cm. 3 – Câmera Reflex ou Mono-Objetivas A câmera mono-reflex ou “SRL – Sigle Lens Reflex”, repre- senta o projeto mais versátil e bem sucedido de todos. A melhor maneira de se ver com precisão o que está sendo focalizado pela câmera é obviamente, olhar através da própria objetiva, enqua- drando o motivo com exatidão e saber exatamente qual porção está em foco. Basta apenas uma objetiva para tirar a fotografia e tam- bém fazer as vezes de visor, eliminando assim o problema de erro de paralaxe. Além disso, como o visor mostra automaticamente a imagem da maneira exata como ela será registrada, torna-se muito fácil trocar as objetivas. É possível adaptar as máquinas reflex monobjetivas para qua- se todos os tipos de trabalhos especiais pela facilidade de troca das objetivas, mesmo com a máquina carregada com filme. Seu funcionamento depende de um mecanismo complexo acarretando desvantagens óbvias, porém insignificantes. Na maioria das reflex mono-objetivas são utilizados filmes de 35 mm, mas o fotógrafo pode contar com máquinas desse tipo, em modelos de grande formato – como a Hasselblad, a Bronca e a Mamiya – que utili- zam-se filmes em rolo de 120 mm, para negativos em tamanhos 4,5 × 6, 6 × 6 e 6 × 7 cm, sendo que estas constituem o projeto mais aperfeiçoado atualmente. O mecanismo reflex são dotados de um espelho reflex e um penta-prisma. Compõe-se de um espelho colocado a um ângulo de 45 graus, exatamente atrás da objetiva e trabalha com o reflexo da imagem em outros espelhos internos. Ele envia a luz para cima, sobre uma retícula de focalização, a fim de formar uma imagem sobre a retícula de focalização. Um obturador de plano focal, situa- do atrás do espelho, protege o filme durante o processo de focali- zação. Depois, na maioria dos casos, a luz passa por um prisma de cinco fases (pentaprisma) e chega aos olhos do fotógrafo, no visor de contato visual direto. O penta-prisma, colocado diretamente so- bre a retícula, reflete a imagem através da ocular e a inverte, de modo que sua posição é corrigida, tanto horizontalmente (direita/ esquerda) como verticalmente (para cima / para baixo), assim apa- rece a imagem real, não invertida. A fim de assegurar que a imagem formada sobre a retícula seja luminosa o suficiente para permitir não só a focalização correta como também uma visão clara, quase todas as máquinas mono- -reflex são equipadas com um diafragma automático: ao invés de só fechar logo depois do anel da abertura ser girado, ele permanece completamente aberto até o momento de se bater a foto. Quando o disparador épressionado, tem início uma complicada sequência de acontecimentos no interior da câmera. Em primeiro lugar, o diafragma fecha-se até a abertura previamente escolhida; o espelho então recua, desobstruindo o caminho para a passagem da luz, por isso escurecendo o visor durante alguns instantes; o obturador se abre e expõe o filme de acordo com a velocidade selecionada; por fim, o espelho retorna à posição original e o diafragma abre-se mais uma vez. 4 – Câmera de Studio ou 4 × 5 Embora muitas vezes possuam uma quantidade assustadora de botões de controle, em especial no caso dos modelos profissionais como a Sinar, a aparência das câmeras de estúdio ainda lembra o formato básico das câmeras do tipo caixão, rudimentares. São câmeras grandes e pesadas que registram a imagem numa chapa e Didatismo e Conhecimento 4 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS que geralmente são fixas dentro dum estúdio. Elas são compostas por um painel dianteiro, onde se encaixa a objetiva; uma retícu- la de focalização, situada na parte de trás (que é substituída pelo chassi do filme no momento de fazer a exposição); e por um fole vedado à luz, espécie de sanfona preta, que é o corpo da câmera, localiza-se entre o plano do filme e o plano da objetiva e liga essas duas extremidades. Em geral, tanto a parte da frente quanto a parte posterior da câmera são acopladas a um monotrilho. O conjunto de todos esses dispositivos montados exige um tripé ou outro tipo de apoio. Usa-se com essas máquinas, filmes planos de formato grande, como o de 4 × 5 polegadas, ou até de 8 × 10 polegadas. Apesar da alta qualidade das emulsões fotográficas de formato menor fabri- cadas hoje, ainda se obtém negativos com definição muito melhor com esses tipos de filme. A principal vantagem da câmera de estú- dio sobre as demais reside em sua flexibilidade e no controle sobre a imagem. A máquina de estúdio deve a sua flexibilidade ao movimen- to independente de seus diversos componentes, num total de 18 movimentos para se trabalhar com a imagem. Eles permitem criar mudanças na perspectiva e no foco da imagem. Em determinadas situações, é possível usá-los também para conseguir uma gran- de profundidade de campo. A imagem é focada sobre um visor de vidro despolido, situado na parte de trás da câmera. Uma vez determinada a composição da foto, e efetuados todos os ajustes, substitui-se essa peça pelo chassi do filme, onde existe uma tampa corrediça vedada à luz e destinada a protegê-lo, antes e depois da exposição. Geralmente, não se trabalha com a objetiva e sim com o fole. A lente “normal” de uma câmera 4 × 5 polegadas tem cerca de 150 mm de distância focal. Entretanto, a pequena profundidade de campo dessas lentes, muitas vezes pode ser corrigida pelos movi- mentos da câmera (báscula). Dispõe-se de uma grande variedade de lentes intercambiáveis, e cada uma é provida de seu próprio obturador central. Nestas câmeras de estúdio a luz vinda da cena atravessa a objetiva e incide numa tela de focalização, localizada na parte de trás da câmera. A imagem vista pelo fotógrafo é uma projeção direta da objetiva, ela está invertida (direita/esquerda) e de cabeça para baixo. No visor dessa câmera, tem gravadas finas linhas, formando um quadriculado para auxiliar a composição. Corpo da Câmera O Corpo da Câmera – É uma caixa que abriga as várias par- tes e protege o filme de toda a luz, exceto a que entra através da lente quando se tira a fotografia. Ocular do Visor – O visor mostra a cena que será captada em geral por meio de um conjunto de lentes ou da própria objetiva da câmera. É através desse sistema que o fotógrafo visualiza e com- põe a cena a ser fotografada. É também através do visor que o fo- tógrafo controlará o processo de focalização, entendendo-se foco como sendo o ponto em que os raios de luz, que passam através das lentes se convergem para formar uma imagem da cena. O sistema de visor pode ou não ser diretamente ligado ao sis- tema de lentes da objetiva, por hora, chamaremos de câmera de visor qualquer câmera cujo sistema de visor se componha de uma pequena janela indicativa de seu campo de visão. Um telêmetro, basicamente, consiste de um dispositivo óptico para medir distân- cias e, quando é acoplado a janela comum do visor, a câmera passa a ser chamada de “Câmera de Visor Telemétrico”. Em virtude das diferenças mínimas na aparência desses dois tipos de câmeras, o uso dos termos visor e telêmetro tende a ser indiscriminado. Penta-Prisma – É uma saliência que fica na parte superior da câmera. Armador da Máquina, Avanço do Filme ou Sistema de Trans- porte do Filme – Após ser feita uma foto, existe um sistema que transporta o filme a fim de que uma nova foto possa ser tirada (re- petição do processo). Esse sistema pode ser manual ou automático. Em geral, trata-se de uma alavanca encontrada no lado direito e em cima da máquina. Sua função é avançar o filme de um carretel para o outro em câmeras de filme em rolo ou cartucho. Esse mecanismo consiste em armar a máquina ao mesmo tempo em que avança o filme. Em outros tipos, nas de chapas, há uma tenda onde se coloca uma chapa para cada fotografia. Algumas máquinas possuem uma segunda alavanca logo abaixo do armador que possibilita a sobre- posição de fotos. Acionada esta alavanca, ela retorna ao modo ini- cial no momento em que for armada novamente. Alavanca de Rebobinagem – Do lado oposto ao dispositivo de avança do filme, existe um outro que retorna o filme para a bobina depois de ter terminado. Existe uma trava que solta o filme para que este corra livremente para a bobina sem ser danificado (rebobinamento do filme). A localização do sistema de transporte do filme varia conforme o equipamento. Contador de Exposições Disparador e Disparador Automático – É um dispositivo que, quando pressionado, aciona o mecanismo de propulsão ou ex- posição da câmera fotográfica. Em algumas câmeras, esse disposi- tivo possui uma trava de segurança; em outras pode ainda possuir um estágio que aciona um estágio de fotometragem. A função do disparador é acionar o obturador nas máquinas mais simples. Nas máquinas mais complexas o disparador aciona todo o mecanismo para possibilitar que a luz atinja o filme, além de acionar o obtura- dor. Já o disparador automático auxilia o fotógrafo no caso em que haja dificuldade de acionar o disparador sem que a foto saia tremi- da, e também no caso em que o fotógrafo deseja ser fotografado. Alguns modelos de máquinas possuem um dispositivo interno do disparador que possibilita a conexão de um propulsor de dispa- ro. Propulsor para uso fotográfico. Instruções de uso: a) Os propulsores são usados para eliminar qualquer vibração. b) Estando disponíveis em vários tamanhos 30, 50 e 75 cm. c) Para utilizá-lo basta rosqueá-lo acima do botão de disparo da câmera. d) Lembramos que não são todas as câmeras que possibilitam o uso deste acessório. Plano do Filme – É uma linha onde corre o filme. Localiza-se atrás da câmera em paralelo com a objetiva. Seletor de Asa ou Marcador de Sensibilidade do Filme – Todo filme já vem de fábrica com uma sensibilidade que é escolhi- da pelo fotógrafo na hora da compra. ao carregar a máquina com Didatismo e Conhecimento 5 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS o filme, o fotógrafo, numa atitude que tem que se tornar mecânica, deverá colocar no anel de sensibilidade o valor correspondente com o filme comprado. Esta sensibilidade é medida por uma escala americana conhecida por ISO, ou uma outra escala alemã conheci- da por DIN, que veremos mais tarde. A mais utilizada no Brasil é a escala ISO ou ASA. E a escala mais encontrada nas máquinas é: 20, 32, 64, 100, 200, 400, 800, 1.600, 3.200. Ponto Nodal – Ponto Nodal é o ponto que se tem a inversão da imagem, todas as imagens convertem para o mesmo ponto. Distância Focal – É adistância física que existe entre o plano do filme e o ponto nodal. Numa objetiva de 50 mm, por exemplo, a distância do ponto nodal até o plano do filme é de mais ou menos 5 centímetros. Anel de Controle de Foco – Este anel encontra-se, normal- mente, na extremidade da objetiva e tem como função, deixar a imagem principal, a ser fotografada, nítida e sem borrões. O fotó- grafo tem que ter em mente que o foco é uma medida de precisão e este é um fato do qual o fotógrafo poderá explorar para obter vantagens. Essa vantagem é o foco estimado pela distância. Para nos auxiliar no foco, algumas máquinas possuem um recurso que chamamos de telêmetro. Sapata do Flash – Encontra-se no extremo superior da má- quina e serve como suporte para o flash ao mesmo tempo em que promove o contato que dispara o flash automaticamente. Caso o fotógrafo use um flash que não utiliza o contato de disparo, algu- mas máquinas dispõe de um ponto de encaixe do cabo de sincro- nismo. Obturador – O obturador é um dispositivo que permite e con- trola o tempo durante o qual o filme fica exposto à luz. Quanto mais tempo o obturador permanece aberto, mais luz atinge o fil- me. Ele se consiste de um sistema, em geral posicionado na frente do plano do filme ou entre as lentes, que se abre e fecha com o acionamento do propulsor da câmera, fazendo desta forma que a luz refletida da cena a ser fotografada atinja o filme fotográfico e nele processe as alterações químicas responsáveis pela formação da imagem. Quando o obturador está fechado, o filme não é atingido pela luz; porém quando se aciona o propulsor, ele se abre durante um tempo que pode ser especificado pelo fotógrafo em câmeras com mais recursos (geralmente sendo uma fração de segundo), permi- tindo a exposição do filme à luz. A função do obturador é regular a luz que atinge o filme de maneira que o fotógrafo tenha a possibi- lidade de fotografar em condições de muita ou pouca luz. A velo- cidade do obturador controla o tempo de exposição à luz do filme fotográfico. O obturador não controla a luz sozinho, o controle de luz pelo obturador se faz de acordo com o tempo que este fica aberto. Através do ajuste da velocidade do obturador, ou seja, da velocidade de abertura e fechamento do mesmo, pode-se controlar o registro do movimento da cena. Ele pode “congelar” o movimento dos objetos focados, ou “borrar” a trajetória desse movimento. Em outras palavras, quando se está fotografando um objeto em movimento, a utilização de uma alta velocidade de obturador, permite que se registre uma imagem tanto quanto possível instantânea, ou “congelada”, do objeto. Caso se utilize uma baixa velocidade de obturador para se fotografar um objeto em alta velocidade, o filme registrará a imagem do mesmo em várias posições de sua trajetória, pois ele andou um certo es- paço durante o tempo em que o obturador permaneceu aberto, e portanto, o filme registrará uma imagem “borrada” do objeto em questão. Obturador no Controle do Movimento – Sempre que um obje- to se move em frente a uma câmera fotográfica, sua imagem, pro- jetada sobre o filme, também se move. Se o movimento do objeto é rápido ou se o obturador fica aberto por tempo relativamente lon- go, essa imagem em movimento será registrada como um borrão, um tremor ou uma forma confusa. Se o tempo de obturação for reduzido, o borrão também será reduzido ou até eliminado. Não é apenas a velocidade com que o objeto se move que determina o quanto a fotografia ficará tremida ou borrada. O que importa é a rapidez com que a imagem percorre o filme durante a exposição (direção do movimento). Esse tipo de imagem pode ser utilizada como efeito: Efeito Movimento – um tempo de exposição longo pode ser usado deliberadamente para acentuar o borrão ou tremor, sugerindo uma sensação de movimento. Efeito Congelar – um tempo de exposição curto pode “paralisar” o movimento de um objeto, mostrando sua posição num dado momento. Geralmente as velocidades assinaladas, na maioria das câme- ras fotográficas modernas, obedecem uma sequência determinada que baseia-se na redução da exposição pela metade em cada ponto. A velocidade é expressa através dos números: 1s., 1/2s., 1/4s., 1/8s., 1/15s., 1/30s... 1/1000s., 1/1800s., 1/2000s. T, B, X. Cada número indica uma fração de segundo, respectivamente: o número 1 trabalha com 1 segundo; o número 2 trabalha com meio (1/2) segundo; o número 4 trabalha com um quarto (1/4) de segundo; ...; o número 1.000 trabalha com um milésimo (1/1000) de segundo, assim por diante. A cada ponto que subimos na escala de tempo, corresponde à metade do tempo anterior e analogamente a cada ponto que descemos, dobramos o tempo que o obturador permanecerá aberto. Existem pequenas irregularidades em virtu- de de arredondamento dos números por questões de conveniência; por exemplo: 1/15 ao invés de 1/16. As discrepâncias são mínimas, entretanto. Frequentemente encontram-se dois sinais suplementares na escala de velocidades do obturador: T (tempo) e B (breve). Eles permitem ao fotógrafo usar velocidades inferiores àquelas assina- ladas na escala contínua. Quando o obturador é colocado em B, ele permanece aberto enquanto o seu propulsor for pressionado. O sinal T, por outro lado, indica que o obturador vai se abrir quando o propulsor for acionado pela primeira vez, permanecendo nessa posição até que o propulsor seja acionado novamente. Utilizando o obturador em T, o fotógrafo pode se afastar da câmera durante uma exposição muito demorada, por exemplo. Tipos de obturadores – As câmeras modernas utilizam dois tipos principais de obturador, o obturador de plano focal (cortina) e o obturador concêntrico (central ou entre-as-lentes). Didatismo e Conhecimento 6 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS Obturador Concêntrico ou Central – O obturador central consiste em pequenas lâminas que se sobrepõem quando o dispa- rador é acionado. Estas se abrem e fecham no tempo determinado pelo fotógrafo, portanto, têm a forma de um diafragma. Normal- mente o obturador central é colocado exatamente atrás da lente, no caso de uma objetiva simples, ou no seu interior (entre as lentes) na própria objetiva, próximo ao diafragma, no caso de uma obje- tiva composta. O obturador concêntrico compõe-se de um jogo de lâminas de metal que são abertas e fechadas por meio de uma mola movimentada pelo mecanismo de transporte do filme, e este não possibilita grandes velocidades de obturação. Obturador de Plano Focal ou Obturador de Cortina – Di- ferente do obturador central, o obturador de plano focal está loca- lizado no corpo da máquina, logo em frente ao filme, nos dando a vantagem de olhar através da lente facilitando a focalização. Outra vantagem é a de permitir a passagem da luz através da lente de forma que ela chegue ao visor, sem que para isso o filme tenha que ser exposto. Funcionam através de um sistema de duas “cortinas” (borracha ou metal) divididas por uma abertura em forma de fen- da, que formam uma fresta variável de acordo com a velocidade selecionada pelo fotógrafo. Trabalham sempre juntas, no momento em que se aperta o dispositivo para a fotografia. Existem obtura- dores de cortina que correm horizontal ou verticalmente na frente do plano do filme. Obturador Dissetor – Chamado também de “palhetinha”, encontra-se em câmeras fotográficas simples. Fotômetro – Para que se consiga uma fotografia bem expos- ta, ou seja, que chegue o mais próximo possível da realidade em termos de tons e cores, é imprescindível que o fotógrafo use um re- curso existente na maioria das máquinas fotográficas, o Fotômetro. O Fotômetro é um dispositivo destinado a medir a luminosidade da cena a ser fotografada com exatidão. Na sua construção, utilizam- -se materiais como selênio, sulfeto de cádmio e silício. Os fotôme- tros podem ser manuais (vendidos como acessórios,independente da câmera) ou embutidos (construídos no corpo da máquina). Os profissionais preferem os manuais, sobretudo quando pretendem um controle preciso da exposição. O fotômetro manual pode ser utilizado de duas maneiras: Luz Incidente – Medindo a luz que incide sobre o tema a ser fotografado; e Luz Refletida – Medido na posição da máquina a luz refletida pelo tema. Esse último é utilizado pelas câmeras fo- tográficas com fotômetros embutidos. Os fotômetros energizados por baterias funcionam de maneira que a corrente produzida pela pilha flua através de uma célula de sulfeto de cádmio. Atuando como um resistor, essa célula deixa passar maior ou menor corren- te elétrica, conforme a luz que a atinge. A maneira mais fácil de usar um fotômetro de luz refletida consiste em apontá-lo na direção da cena. Esse processo funciona quando os tons claros e escuros têm aproximadamente a mesma distribuição, pois o fotômetro indica a exposição média. No entan- to se houver predominância de tons claros ou escuros, a exposição indicada pode falhar no registro de detalhes dos tons minoritários. O caso acima exposto é o erro de fotometragem. O fotógrafo deve ter cuidado também com uma medição que pode causar um outro erro: o contraluz. Caso o fotômetro indique a primeira situação, ou seja, super exposta, então você deverá girar o anel de tempo do obturador (di- minuindo o tempo de exposição), até que o fotômetro, esteja indi- cando a fotometragem correta. E, caso indique a segunda, ou seja, subi exposta, aumente o tempo de obturação. Um número cada vez maior de câmeras inclui seus próprios sistemas de fotometra- gem (medida de luminosidade). Entre eles, o mais sofisticado é o fotômetro de leitura direta, através da lente denominada TTL. Este sistema tem ligação direta com os controles do obturador e do diafragma, determinando a exposição por meio de um processo inteiramente automático. O fotômetro manual avulso representa uma alternativa para os fotômetros embutidos no interior das câmeras. São de melhor qualidade e proporcionam maior precisão, mesmo em níveis muito baixos de luz. Funcionando basicamente com luz incidente, dão a leitura da cena desejada com bastante precisão. Já a leitura através de fotômetros embutidos do tipo TTL pode resultar em erros. A leitura com eles depende apenas do lugar para onde foi apontado. deste modo, se uma grande área do céu, por exemplo, for incluída na cena cuja luz está sendo medida pelo fotômetro, a luminosidade média provavelmente será muito maior do que a apresentada por essa mesma cena sem o céu. Nesse caso, o fotômetro indicará uma exposição inferior à necessária e a fotografia ficará sub-exposta. Tipos de Fotometragem Direta Através da Lente LEITURA MÉDIA OU INTEGRAL – Duas células fotos- sensíveis medem a luz sobre quase toda área da retícula de fo- calização. Esquematicamente, o sistema de funcionamento de um fotômetro de leitura integral, de uma câmera MonoReflex é o se- guinte: a luz que atravessa o objetiva é refletida pelo espelho para o prisma. Duas células de sulfeto de cádmio, montadas uma de cada lado do visor, medem a luz refletida pela cena. Cada uma cobre metade da área do visor. Elas estão interligadas, de forma a fornecer uma leitura média da luz de ambas as metades da cena. Para determinar a exposição correta, o fotógrafo em geral observa um ponteiro que aparece no visor, a seguir, ajusta o diafragma ou a velocidade. Quando o ponteiro se alinha com um referencial, a exposição está corretamente regulada. AÇÃO CENTRAL – A leitura é predisposta em relação à intensidade de luz no centro do visor. Num fotômetro centralizado típico, a luz entra na câmera através da lente, chega ao espelho inclinado e é refletida até o prisma, como ocorre no caso do fotô- metro de leitura integral. Para que as áreas medidas se sobrepo- nham, há um pequeno prisma diante de cada célula de sulfeto de cádmio, inclinado para o centro em relação ao prisma principal. Didatismo e Conhecimento 7 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS Desse modo, a luz que provém do centro da cena alcança ambas as células, predominando assim no medida do fotômetro. Como no caso do fotômetro de leitura integral, o fotógrafo obtém a exposi- ção correta ajustando o diafragma ou a velocidade do obturador, até a agulha que aparece no visor ficar centralizada ou alinhada com a outra agulha. AÇÃO RESTRITA OU SPOT – Lê apenas uma área limi- tada no centro do quadro fugindo a quaisquer outras influências. Num fenômeno “spot” típico, a luz penetra na câmera através da lente e chega até um espelho inclinado, que tem ao centro uma pequena área sem prata, transparente. A maior parte da luz é re- fletida para o visor; uma reduzida porcentagem atravessa a seção transparente do espelho e é dirigida para baixo, por outro espelho, até uma célula de sulfeto de cádmio. Esta só se sensibiliza com a pequena área central da foto que lhe é permitido “ver”. Na maioria das câmeras equipadas com um fotômetro “spot” embutido, a re- gulagem é feita como nos de leitura integral e centralizado: ajusta- -se o diafragma ou a velocidade do obturador, até que a agulha no visor indique que a exposição está correta. 6.3 EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO: CARACTERÍSTICAS DA FONTE, LUZ AR- TIFICIAL PERMANENTE, LUZ ULTRA- -RÁPIDA (FLASH), VALORES E QUALIDADE DA FONTE, TEMPERATURA DE COR, MEDI- ÇÃO E ACESSÓRIOS, VALORES QUALITATI- VOS DO FLUXO, CORREÇÃO DE LUZ A luz na fotografia é essencial, não só para que o processo aconteça, como também para criar climas, volumes e texturas. Na luz natural, o horário definirá a inclinação dos raios luminosos em relação ao objeto fotografado e dela resultará um determinado efeito. Com a iluminação artificial de um estúdio fotográfico, o efeito desejado dependerá do posicionamento das diversas fontes de luz e do equilíbrio entre elas. Vou falar um pouco sobre como podemos criar e trabalhar essas fontes de luz. Flash ou flache: É um instrumento utilizado em fotografia que dispara luz em simultâneo com a abertura do obturador. Usado em situações de pouca luz ou mesmo com bastante luz, ao sol por exemplo, para preenchimento de sombras muito fortes evitando o contraste exa- gerado, o chamado fill flash. Nos primeiros flash eram utilizadas lâmpadas similares as in- candescentes de hoje, com a diferença que seu filamento era bem fino e muito longo que ao receber uma descarga elétrica se queima- va. Ou seja, para cada foto era utilizada uma lâmpada. Observe em filmes anteriores a 1950 em que fotógrafos após a foto retiravam a lâmpada (normalmente de baioneta) para colocar uma nova pro- videnciada em seu bolso do paletó — cena comum dos fotógrafos de jornais! O flash eletrônico surgiu por volta de 1949. Tinha o tama- nho de uma mala, pesava quase 8 quilogramas e utilizava 5.000 volts de energia, por isso eram usados com cautela. Num período de mais ou menos 10 anos do seu surgimento usaram bobinas de ignição, acumuladores (baterias) para motocicletas e válvulas ele- trônicas (tubos). Neste período conseguiram produzir tubos que funcionavam com 300 ou 500 volts. Início dos anos 50, começaram a aparecer tubos (lâmpadas) em “U” ou circulares o que melhorou muito a eficiência. Em 1950 surgiu o “Sevoblitz” o primeiro flash com o refletor incluído. Ao surgirem as baterias de níquel-cádmio come- çaram a fabricar os primeiros “flash de bolso”, o que reduziu em muito as dimensões, aliado ao aperfeiçoamento dos refletores. Os flash se tornaram tão populares que as próprias câmeras, principalmente as amadoras, já os tem incorporados, alimentados por uma ou duas pilhas AA ou AAA, comuns, alcalinas ou recar- regáveis. Mais recentemente, com o surgimento ao consumo das câme- ras digitais (segunda metade da década de 1990), os flash sempre estão incorporados. Nas câmeras profissionaisé opção os flash TTLs, inteligentes que “conversam” com a câmera ajustando seus disparos de acordo com os dados de abertura, velocidade, ISO, distância e outros. Tudo isso a velocidade de processamento de um chips. Chegam a disparar mais de uma vez em uma única foto, primeiro para calcular a luminosidade, um possível segundo dis- paro (quando programado) para evitar o “olho vermelho” (quando a pupila do fotografado se “ajusta” a luminosidade) e o segun- do ou terceiro disparo para iluminar a cena com vistas a imagem pretendida. Mesmo pequenos flash TTLs, possuem um “poder” de iluminação de 15 ou mais metros, enquanto os flash incorporados raramente ultrapassam a iluminação de 4 metros. Comum também, em uso profissional, são as “tochas”, são flash mais fortes isolados da câmera e disparados por sinais de rádios ou fotocélulas (hoje quase não usadas). É comum também em eventos, como casamentos, e onde é exigido mais iluminação, os profissionais utilizarem de dois ou mais flash, conduzidos por auxiliares (pessoas) e disparados simultaneamente pelo rádio que é incorporado na câmera e envia o sinal para esses flash. Número Guia do Flash: A capacidade de um flash é medida pelo chamado número guia, ou em inglês guide number, resultado do produto entre a distância entre a objetiva e o assunto fotogra- fado, e a abertura necessária para correta exposição com o flash operando em sua potência plena. Por exemplo, se um flash em sua potência total permite foto- grafar um objeto a 10m com abertura 4.0, teremos: número guia = 4.0 × 10 = 40 Similarmente, o número guia pode ser calculado em pés, ao invés de metros. Ao se aplicarem filtros ou modificadores de luz (ex.: gels, sombrinhas, colméias, softboxes) o número guia da iluminação será diferente do apresentado pelo flash original (sem modifica- ções). Tochas eletrônicas (flashes): Este é o nome pelo qual são conhecidos os flashes utilizados em diversos trabalhos profissionais. Cada tocha eletrônica é com- posta por dois tipos de lâmpada. Uma lâmpada halógena ou de tungstênio conhecida como luz piloto ou lâmpada de modelagem. A outra, uma lâmpada de pirex ou quartzo, é o flash propriamente dito. A luz piloto é uma luz contínua, de temperatura de cor baixa, Didatismo e Conhecimento 8 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS e que têm por principal função simular a luz do flash propriamente dito. Ela fica acesa durante todo o processo de preparação da foto, para que o fotógrafo possa posicionar a luz e montar os devidos acessórios de iluminação, de forma a conseguir o resultado de- sejado. O flash só é acionado no momento em que o obturador da câmera é disparado. As tochas são normalmente conectadas a unidades geradoras de potência. Geradores de potência: Unidade eletrônicas às quais podem ser conectadas até três tochas eletrônicas (flashes). São capazes de gerar potências que podem chegar a até 5000 watts. Os geradores podem ser simétricos ou assimétricos. Os simétricos dividem igualmente a potência de saída para cada uma das tochas conectadas. Já os geradores assi- métricos possuem diferentes combinações de potência entre suas tochas. A conexão com a câmera é feita, normalmente, através de um cabo de sincronismo. Ao acionar o obturador da câmera, um sinal eletrônico é imediatamente enviado ao gerador que, por sua vez, dispara as tochas a ele conectadas. Modificadores de iluminação: Tão importante quanto os flashes sãos os modificadores de iluminação. Eles são acessórios que podem ser conectados às to- chas eletrônicas, no intuito de alterar suas características de ilumi- nação e, com isso, adaptar a luz do flash ao tipo de luz necessária para aquele trabalho. O mais comuns são: Softbox: Acessório muito utilizado em fotografia de estúdio, podendo ser encontrado em diversos tamanhos e formas. Possui um tecido translúcido externo e, em grande parte das vezes, um outro tecido interno. A luz do flash, ao passar por esses dois teci- dos, torna-se bastante suave, sendo excelente tanto para fotografia de produtos quanto de pessoas. Suas sombras são igualmente sua- ves, o que possibilita grande riqueza de detalhes na imagem. Sombrinha: A sombrinha é montada na tocha de forma que a luz seja direcionada à parte interna da primeira, sendo então reba- tida e retornando ao ambiente. É muito utilizada quando se deseja uma luz geral, pois seu ângulo de cobertura é bastante extenso. Quando o interior da sombrinha é branco, a característica da sua luz será bastante suave, semelhante ao hazy-light. Quando pratea- da ou dourada, a sombrinha proporcionará uma luz mais dura, sen- do que, no último caso, a luz terá um tom mais quente (temperatura de cor mais baixa). Refletor parabólico: Proporciona uma iluminação mais dire- cionada, limitando a propagação da luz em torno da cena. Colméia: Acoplada ao refletor, além de dar uma iluminação mais concentrada, proporciona uma rápida passagem entre a re- gião iluminada e a região escura da área fotografada, criando uma área de iluminação arredondada e bastante definida. Este efeito é mais perceptível quanto mais fechado for o ângulo de seus favos. Barn-door: Também conhecido como bandeira quádrupla, é também conectado ao refletor e permite direcionar e limitar a pro- pagação da luz. Permite, ainda, o uso de gelatinas coloridas cuja função é alterar a temperatura de cor das fontes luminosas. Snoot: Acessório em formato de cone que funciona como um concentrador de luz, muito utilizado para iluminação de pequenos objetos ou para pequenas áreas da cena. Pode também ser usado com colméias. Rebatedores: Podem ser industrializados, em formatos diver- sos, e nas cores branco, prateado e dourado. O primeiro proporcio- na luzes mais suaves. O segundo, luzes um pouco mais duras, tal como o terceiro, que acrescenta à imagem um tom mais quente. Sua função é, uma vez posicionado, rebater a luz principal de for- ma a diminuir as regiões de sombra ou, ao menos, trazer detalhes para as mesmas. Isopores e espelhos são também muito utilizados como rebatedores. 6.4 LUZ NATURAL, CARACTERÍSTICAS DA FONTE, VARIAÇÕES, CORREÇÃO E MEDIÇÃO DOS VALORES QUALITATIVOS DO FLUXO Luz e fotografia considerações iniciais Tudo o que a câmera registra se deve à luz, natural ou arti- ficial. A própria palavra “fotografia” significa “registro da luz”. É um conceito tão óbvio que costuma ser esquecido, causando de- cepções entre os amantes da fotografia. Como regra geral, quando uma fotografia é sugestiva, isso se deve mais à luz que envolve a cena do que ao próprio tema. Pode- -se comprovar esse fato observando-se uma mesma cena ao longo do dia e da noite. O motivo é praticamente igual, mas seu interesse varia conforme a luz que o ilumina. Por causa da luz, a aparência das pessoas e das coisas sofre uma mudança radical. Então, sem levar isso em conta, pode-se per- der a chance de uma boa foto. A luz natural Em fotografia, chama-se luz natural a luz diurna emitida pelo Sol. Luz artificial é a que procede de fontes criadas pelo homem. Por ser tão acessível e gratuita, a luz natural é a mais empregada por amadores. Mas também tem seus inconvenientes para o fotó- grafo: o resultado do trabalho é, às vezes, irregular. Quando se trabalha em exteriores, as condições de ilumina- ção da cena costumam variar bastante em poucos minutos. O fotó- grafo deve adaptar-se a elas e aproveitá-las em seu favor. Qualidades da luz natural Do ponto de vista fotográfico, as qualidades mais importantes da luz são: quentura, frieza, suavidade e dureza. Diz-se que a luz é quente ou é fria conforme predominem as cores alaranjadas ou azuladas, respectivamente. Diz-se que a luz é suave ou é dura segundo a menor ou maior intensidade das sombras que ela produz. Didatismo e Conhecimento 9 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS Asqualidades da luz natural dependem da hora do dia, das condições atmosféricas, da época do ano e da localização geográ- fica do lugar fotografado. Considera-se que a luz deve cumprir quatro requisitos bási- cos: 1. ILUMINAR A PESSOA OU A CENA. Ao incidir sobre o motivo, a luz produz sobre ele determina- dos efeitos que permitem um bom registro; 2. DAR INFORMAÇÃO PRECISA SOBRE O MOTIVO. É a luz que informa acerca da textura, do tamanho, da forma e do entorno do motivo. A informação sobre esses elementos permite a correta combinação deles para um resultado mais interessante; 3. CRIAR UM CARÁTER E DAR CLIMA À FOTOGRA- FIA. A luz põe em relevo as qualidades do motivo. Sugere estados de espíritos e cria a atmosfera de acordo com as necessidades ex- pressivas do fotógrafo; 4. TRANSMITIR EMOÇÕES. A combinação adequada e sugestiva de luz e tema produz no observador o efeito emocional procurado. A iluminação adequada Uma vez analisadas as condições de luz em uma situação concreta, há dois aspectos fundamentais sobre os quais é preciso decidir, antes de bater a foto: 1. SE A FOTOGRAFIA É TECNICAMENTE POSSÍVEL, de acordo com as características do filme disponível e as condições de trabalho existentes (clima, movimento das pessoas,...) 2. SE A QUALIDADE DA LUZ FORNECE UMA ILUNI- NAÇÃO CORRETA, para o caráter que se quer dar à fotografia. A quantidade de luz para uma tomada pode ser suficiente, mas quando se pretende obter um clima ou um efeito especial, pode acontecer de a luz não ser apropriada, embora esta avaliação não possa ser feita segundo critérios objetivos e quantificáveis. Ainda que seja difícil modificar as condições da luz em exte- riores, sempre se pode variar a posição da câmera. É diferente ter a luz solar por trás ou pela frente, à direita ou à esquerda. Essas variáveis precisam ser consideradas porque, em exteriores, deter- minar a posição da máquina significa decidir de onde virá a luz que vai ser utilizada na fotografia, naquele momento. A luz – uma questão física Não é necessário SABER FÍSICA para fazer boas fotografias. Mas é necessário a compreensão dos princípios básicos em que assenta a fotografia e o equipamento fotográfico para permitir uma melhor e mais flexível abordagem. A LUZ: pode ser manipulada para formar imagens. Até com uma folha de cartão com um furo no centro, se pode formar uma imagem. Para usar em fotografia, deveremos compreender acerca da luz: 1- características básicas da luz; 2- efeitos da luz sobre os objetos; 3- efeitos da luz quando se usam filtros e lentes; 4- luz e cor; 5- como funciona o filme fotográfico ao captar a luz; 6- como o olho humano percebe a luz; 7- como o equipamento percebe a luz. Propriedades físicas da luz A luz é elemento fundamental para a fotografia. O próprio termo FOTOGRAFIA, quer dizer: FOTO = luz GRAFIA = escrever O uso da luz permite mostrar certos aspectos de um dado obje- to diante da câmera e suprimir outros. A luz é que canaliza a infor- mação visual através da objetiva para o material sensível (filme). Mas o que é a luz? Poderemos considerar a luz como um flu- xo de energia radiante proveniente do sol (luz natural), ou de outra fonte radiante (luz artificial). Como fotógrafos, devemos sempre lembrar que a luz: 1- se comporta como se propagasse na forma de ondas, à se- melhança de ondas na superfície das águas; 2- que possui diferentes comprimentos de ondas, o que dá aos olhos a sensação de diferentes cores; 3- que se propaga sempre em linha reta - dentro de uma subs- tância vulgar, de composição uniforme - podemos ver isso nos pontos e linhas luminosas da luz do sol; 4- propaga-se a grande velocidade (cerca de 300km/s). Pro- paga-se em menor velocidade no ar e menos ainda na água ou no vidro; 5- comporta-se como se consistisse de fótons. Estes causam alterações nos materiais sensíveis fotográficos, despigmenta co- rantes,... Os comprimentos de ondas e as cores da luz A luz que percebemos é apenas uma parte (espectro visível) da chamada faixa de radiação eletromagnética. Esta radiação en- globa um enorme conjunto de raios, que vai do raio-x até às ondas de TV e microondas. Os olhos humanos são sensíveis apenas a uma estreita faixa de radiação, que chamamos de espectro visível. Porém, existem equipamentos fotográficos especiais que captam imagens em ou- tras faixas e algumas formas de radiação afetam os materiais utili- zados em fotografia. Quando uma mistura relativamente uniforme de todos os comprimentos de ondas é produzida, temos a luz branca. Na ver- dade, sempre haverá o predomínio de uma outra onda, mas o olho humano é capaz de adaptar-se a estas flutuações. O equipamento fotográfico não consegue o mesmo. Espectro visível Raios – X Raios UV Azul Verde Vermelho Infra-red Ondas de RTV Didatismo e Conhecimento 10 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS COMPRIMENTOS DE ONDAS E SUA CORES 400nm a 450nm Violeta – púrpuro escuro 450nm a 500nm AZUL 500nm a 580nm AZUL/VERDE 580nm a 600nm AMARELO De 600nm a 650nm VAI SE TORNANDO LARANJA ATÉ ATINGIR OS 700NM E FICAR VERMELHO Nm (nanômetro) = igual a 1mm (um milímetro) dividido por 1000 (mil) A luz viaja sempre em linha reta, e, se compõe de oscilações eletromagnéticas de diferentes comprimentos de onda, perceptí- veis pelo olho humano como cores distintas. Em fotografia, as fon- tes luminosas basicamente são: SOL (luz natural) FLASH e LÂMPADAS (luzes artificiais) O olho humano é sensível a três comprimentos de ondas, que chamamos de cores primárias: AZUL VERDE VERMELHO O olho é capaz de distinguir 10mil tons de cor e mais de 100 tons de cinza. Nenhum equipamento fotográfico é capaz de chegar a este ponto. Quando os três sensores existentes no olho são estimulados igualmente, vemos isso como luz branca. Se há um desequilíbrio, por exemplo, com mais ondas (longas) vermelhas do que ondas (curtas) azuis, veremos o objeto avermelhado. O mesmo conceito de sensores de cores do olho humano é usado nos filmes em cores e nas câmeras de vídeo. Mas para que deveremos saber tanto sobre o espectro visível? É preciso entender e memorizar a sequência do espectro visível, pois isso será útil quando precisarmos compreender como os filmes preto e branco reagem à luz ou quando usarmos filmes e filtros em cores e filtros no laboratório. Vale ressaltar que TODOS os filmes fotográficos são sensí- veis aos raios UV (ultravioletas), cujo efeito pode ser observado em imagens de paisagens distantes. Os raios-x e todas as outras radiações mais curtas, como os raios gama e outros raios cósmicos também afetam as películas fotográficas. Alguns filmes fotográficos são produzidos para reagirem es- pecificamente aos raios infravermelhos provenientes de ondas de calor, geradas por todos os seres vivos e por metais aquecidos. Estes filmes são empregados em aerofotografias, investigações científicas e operações militares. No Brasil sua venda é proibida. As sombras e a luz A fotografia emprega a luz diretamente emitida da fonte, cha- mada de luz incidente, ou a luz refletida sobre um corpo, luz re- fletida. E tão importante quanto a luz será a sombra que esta luz produz. Se tivermos uma luz direta, de uma fonte relativamente “compacta” - como o sol em céu claro, uma vela ou uma lâmpada - esta luz será DURA e áspera e os objetos apresentam sombras de grande CONTRASTE. Se antepormos uma superfície que disperse a luz, ou a refli- ta, suavizando-a, teremos sombras também SUAVES, graduais, e, quanto mais perto estiver o DIFUSOR, menos contrastada ficará a sombra. Isso se deve ao fato de que a luz proveniente de uma grande superfície não pode ser completamente obstruída pelo objeto; qua- se todas aspartes previamente nas sombras, recebem agora pelo menos alguma iluminação. Isso também é válido para uma luz re- batida numa superfície branca fosca. A diferença entre LUZ DURA e LUZ SUAVE é o 1o degrau na compreensão da iluminação para fotografia, pois as sombras influenciam o aspecto do que se fotografa. Quando a luz atinge a superfície Quando a luz incide na superfície de qualquer material, o que ocorre dependerá: 1- do tipo de material que compõe a superfície; 2- da textura da superfície e de sua cor; 3- do ângulo de incidência da luz; 4- da composição da luz Os objetos existentes na natureza podem ser OPACOS ou TRANSPARENTES. Os corpos opacos refletem parte da luz e ab- sorvem a outra parte. Esta luz absorvida transforma-se em fraca energia calorífica (calor). Quanto mais escuro for o material, me- nor será a proporção da luz refletida. Materiais opacos e coloridos refletem os comprimentos de ab- sorvem a maior parte dos outros comprimentos de onda presentes na luz, como no esquema abaixo: Este conhecimento é extremamente necessário para entender- mos o uso e funcionamento dos FILTROS fotográficos. Acabamento da superfície O acabamento da superfície a ser fotografada gera grande in- fluência no modo como a luz se reflete. A partir desse acabamento, a luz pode ser: 1- absorvida 2- refletida especularmente 3- refletida difusamente 4- transmitida diretamente 5- transmitida difusamente 6- transmitida seletivamente 7- refratada 8- dispersada Luz absorvida: Surge toda vez que a luz atinge uma superfície negra, transfor- mando-se em ondas de calor. Didatismo e Conhecimento 11 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS Luz refletida: Se a luz incidir numa superfície brilhante, teremos uma REFLEXÃO ESPECULAR. Se a superfície for fosca e/ou rugosa, a REFLE- XÃO será DIFUSA. Na reflexão especular, o raio de luz é refletido no mesmo ângulo de incidência, já na reflexão difusa, os raios são refle- tidos uniformemente, em quase todas as direções. Se a luz incidir na superfície brilhante na perpendicular, refletirá no mesmo sentido. Nesse caso obteremos uma mancha ofuscante. Isso ocorre quando se fotografa com o FLASH montado na câmera e este é disparado diretamente contra um vidro ou outra superfície brilhante. Se a luz incidir num ângulo oblíquo, seu ângulo de reflexão será também oblíquo. Deve-se usar LUZ OBLÍQUA para evitar o reflexo ofuscante das superfícies brilhantes. As superfícies originam uma grande diferença no aspecto das coisas. É a partir do acabamento desta que surgem as cores, por exemplo: Branco: surge quando os objetos refletem em todo (ou em grande parte) a luz recebida Preto: surge quando os objetos absorvem toda a luz recebida Cinza: se produz quando todos os raios visíveis de luz se refletem em menor intensidade. Uma superfície negro-brilhante poderá parecer BRANCA se refletir diretamente a luz do sol (ou outra fonte) para a câmera. Se for iluminada a partir de um ângulo diferente, surgirá como negro, mais profundo do que uma superfície NEGRO-FOSCO. Luz transmitida Ocorre quando a luz “passa” através de objetos transparentes ou translúcidos. A transmissão pode ser: - direta: quando se tratar de água, vidro, ar; - difusa: no caso de plásticos, vidro despolido, acrílico, papel vegetal; - seletiva: quando o raio de luz passa por um objeto translúcido colorido. Didatismo e Conhecimento 12 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS Refração da luz Ocorre quando a luz incide obliquamente num meio mais denso. No caso da luz incidir perpendicularmente, há redução da velocidade da luz, mas não se altera o traçado. Dispersão da luz Ocorre quando há uma separação dos diversos comprimentos de onda (prisma). IMPORTANTE: É devido à REFRAÇÃO que as lentes das objetivas desviam (inclinam) a luz, formando assim a imagem. Os objetos têm o aspecto que vemos devido à mistura de efeitos que produzem sobre a luz. Intensidade da luz e a distância A luz, principalmente quando proveniente de uma fonte pontual, tende a diminuir sua intensidade na medida em que a distância entre esta fonte e o objeto aumenta. Isso não ocorre com a luz solar, pois consideramos que todos os objetos sobre a face da terra estão à mesma distância desta fonte. A intensidade da luz é inversamente proporcional ao quadrado da distância da fonte de luz. Isso quer dizer que se dobramos a distância, reduzimos em quatro vezes a intensidade da iluminação, porque a luz se dispersa por 4 vezes a área. Uma solução consiste em afastar a fonte luminosa, de modo que a relação entre a distância mais próxima e a situada mais longe tenha um valor mais baixo; ou substituir por outra fonte de luz difusa e maior, que provoque um menor efeito de “queda” (menos contraste entre as partes iluminadas e as sombras). No caso do sol, não ocorrerá este problema. Mas se fotografarmos em interiores, com uma janela como fonte (luz do sol penetrando pela janela), é como se tivéssemos uma lâmpada do tamanho da janela. Didatismo e Conhecimento 13 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS 6.5 OBJETIVAS PARA O REGISTRO FOTOGRÁFICO: TIPOS, CARACTERÍSTICAS SEGUNDO O ÂNGULO, DISTÂNCIA FOCAL, ABERTURA MÁXIMA E MÍNIMA RELATIVA, ABERRAÇÕES, PODER DE RESOLUÇÃO E CAMADA DE COBERTURA LENTES OBJETIVAS: BREVE HISTÓRICO, CONCEI- TOS E FUNCIONAMENTO BÁSICO Uma objetiva (também conhecida como lente fotográfica, len- te de câmera ou objetiva fotográfica) é uma lente óptica ou con- junto de lentes usada em conjunto com um corpo de câmera e um mecanismo para reproduzir imagens em um filme fotográfico ou em outra mídia capaz de armazenar uma imagem quimicamente ou eletronicamente. É o elemento óptico que foca a luz da imagem no material sensível (filme fotográfico ou sensor digital) de uma câmara fotográfica. Embora, em princípio, uma lente convexa simples seja sufi- ciente, na prática uma lente composta constituída por um número de elementos de lente óptica é necessária para corrigir (sempre que possível) as muitas aberrações ópticas que aparecem. Algumas aberrações estarão presentes em qualquer sistema de lentes. É o trabalho do projetor de lentes equilibrar estas aberrações e produ- zir um design que seja adaptável para uso fotográfico e possivel- mente para produção em massa. Não há muita diferença no princípio entre lente usada para uma câmera fotográfica, uma câmera de vídeo, um telescópio, um microscópio ou outros aparelhos, mas o design e construção deta- lhados são diferentes. Uma lente pode ser permanentemente fixa a uma câmera ou pode ser cambiável com lentes de diferentes distâncias focais, aberturas e outras propriedades. As primeiras imagens permanentes produzidas por Daguerre e Fox Talbot em 1830 foram quase certamente feitas utilizando uma lente convexa dupla simples a qual era de uso comum na época em Câmeras escuras. Como a fotografia foi se desenvolvendo, as lentes simples foram substituídas por pares acromáticos tirados de objetivas de telescópios. Em 1840 Chevalier, um óptico parisiense, e Wollaston na Grã-Bretanha desenvolveram os meniscos acromá- ticos. Contudo em 1841 a Voigtländer e o professor Petzval de Viena desenvolveu e vendeu comercialmente a primeira lente de retrato que compreendia um dístico planoconvexo cimentado sepa- rado por um diafragma fixo de um dístico no fundo. Modificações deste design rapidamente entraram em produção por Dallmeyer e Grubb. Em 1885, as lentes que possuíam um dístico intermediário em vez de um diafragma foram introduzidas e se tornaram o mo- delo para o tripleto de Dallmeyer que teve a inspiração para muitas lentes desde então. As objetivas podem estar embutidas no corpo da câmara (como numa câmara compacta) ou podem ser intermutáveis (como em câmaras SLR). A objetiva permite controlar a intensidade da luz que a atravessa (abertura) através do diafragma, permitindo maiores ou menores exposições à luz. A aberturaé medida em nú- meros-f. f/2, f/2.8, f/4, f/5.6, f/8, f/11, f/16, f/22 (números maiores correspondem a menores aberturas). A distância focal (medida em milímetros) de uma objetiva indica o seu grau de ampliação da imagem e o seu ângulo de visão. Uma objetiva de 50mm, diz-se uma objetiva normal e corresponde aproximadamente ao ângulo de visão do olho humano. Todas as distancias focais abaixo de 50mm são consideradas grande angular, pois oferecem um maior ângulo de visão, e todas as distancias focais acima dos 50mm são consideradas teleobjetiva, pois têm um ângulo de visão inferior e aproximam a imagem. As objetivas podem ter apenas uma distân- cia focal, comumente chamadas de “focal fixa” ou simplesmente “fixas”, ou permitir um intervalo de distâncias focais, como por exemplo 28-80mm. Estas últimas denominam-se zoom. LENTES E OBJETIVAS Tipos de Lentes Lentes são elementos ópticos, feitos de vidro ou plástico, ca- pazes de dirigir ou desviar os raios de luz. Existem dois tipos bá- sicos de lentes: Lentes Convergentes (positivas) Dirigem os raios de luz para um ponto central. Quanto mais espessa e curva for a superfície de uma lente, maior será sua capa- cidade de desviar a luz. Isto é medido como sua distância focal – a distância do centro da lente até o ponto no qual convergem os raios paralelos nela incidentes. Quanto menor for a distância focal da lente, mais desviada será a luz. Lentes Divergentes (negativas) Desviam os raios de luz a partir de um ponto central para um ângulo mais aberto. Objetivas A objetiva é um acessório da câmera fotográfica e um dis- positivo óptico composto de um conjunto de lentes utilizado no processo de focalização ou ajuste de foco da cena a ser fotogra- fada. Ela é responsável pela angulação do enquadramento e pela qualidade ótica da imagem. A objetiva á a interface entre a cena e o filme fotográfico e suas características implicarão diretamente na qualidade da fotografia. Do conjunto de lentes componentes, resultará uma distância focal resultante, a qual será a distância focal da objetiva. Ela é a parte mais importante de qualquer câmera. para uma boa fotografia é indispensável uma boa objetiva. Sua qualidade é avaliada pela sua definição e nitidez da imagem. Embora uma ob- jetiva seja de boa qualidade, pode não se prestar ao que se pretende realizar com ela. A característica que mais distingue uma objetiva de outra é a distância focal - distância existente entre a objetiva e o plano de foco, quando a objetiva está focada para o infinito (uma grande distância, da qual os raios de luz chegam na objetiva praticamen- te paralelos). É comum definir-se uma objetiva por sua distância focal ou por sua distância focal relativa (normal, curta e longa). A distância focal da objetiva também controla a ampliação (tamanho da imagem produzida pelas lentes) e o ângulo de visão (a porção de cena inclusa na imagem). Uma objetiva de curta dis- tância focal (lente mais fina), desvia bastante os raios de luz. estes Didatismo e Conhecimento 14 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS focam, portanto, bem perto da objetiva e formam uma imagem pe- quena do objeto focado. Já uma objetiva de grande distância focal (lente mais grossa), desvia pouco os raios de luz, portanto, maior será a ampliação da imagem e mais longe das lentes ela se formará. Ao se utilizar uma objetiva de grande distância focal, teremos um ângulo de visão menor e, portanto, maior será o tamanho re- lativo do objeto focalizado. Com uma objetiva de menor distância focal, teremos um maior ângulo de visão e, portanto, a fotografia abrangerá uma maior porção de cena na qual o objeto focalizado aparecerá com um tamanho relativo mais reduzido. Para entender tal fenômeno, pode-se pensar naquilo que acon- tece quando fazemos um círculo utilizando nosso polegar e o dedo indicador. À medida que afastamos o círculo de nossa vista, vamos reduzindo nosso ângulo de visão, abrangendo, desta forma, uma porção de cena cada vez menor. Já, à medida que o aproximamos da vista, mais porção de cena conseguimos ver através dele, pois o ângulo de visão é maior. Basicamente, existem três tipos de objetivas: - as grande-angulares que, quando radicais, levam o nome de olho-de-peixe (fish eye), - as normais - e as teleobjetivas. Também existem lentes especiais Zoom e Macro. Para saber classificá-las, é necessário descobrir a objetiva nor- mal, mas, para isso, temos que aprender o que é distância focal. Quando a imagem entra na câmera escura, ocorre sua inversão e é desse ponto até o plano do filme que medimos a distância focal de uma objetiva. Se calcularmos a diagonal no fotograma que a janela do obtu- rador produz e transportarmos essa medida para a distância focal, teremos uma normal, ou seja, uma objetiva onde as relações de distância não se alteram. Ex.: A diagonal do fotograma 35 mm é de, aproximadamente, 43 milímetros; assim, sua objetiva normal seria uma 43 mm, mas no caso da 35 mm, aceita-se a 50 mm como normal por uma questão de mercado e pela sua facilidade de cons- trução. Uma vez descoberta a normal, toda objetiva que tiver uma distância focal maior será uma tele e a que tiver distância focal menor será uma grande-angular. Sempre que se fala em fotografia de produtos, fala-se em qua- lidade e muito deste conceito está contido na escolha apropriada das objetivas. Como se sabe, uma objetiva será normal para seu formato de câmara, quando a distância focal (DF) da mesma é aproximada- mente igual ao valor da diagonal do formato, ou seja, em uma 4 × 5 sua normal terá 150 mm de distância focal, numa 5 × 7 a normal será de 210 mm de DF e para 8 × 10 a DF normal será de 300 mm. Nas câmaras de formato médio são normais objetivas com distâncias focais de 75 mm, 90 mm, respectivamente para forma- tos de 6 × 6 cm e 6 × 9 cm. Nos pequenos formatos, 50 mm é a distância focal normal. Na escolha de objetivas para produtos, devemos possuir uma normal, uma grande angular média e algumas de distâncias focais maiores que a normal (TELES). Todas as objetiva deverão ser tratadas para correção cromá- tica, assim como corrigidas todas as aberrações fundamentais (esférica etc.). Uma boa definição e luminosidade acrescentarão qualidade e maneabilidade no trabalho diário. Quando falamos de características, cada objetiva, por sua construção, tem as seguintes diferenças: Distorção de borda: Causada pelo arredondamento das lentes. Profundidade de Campo: Alterada pela mudança de distancia- mento ou aproximação do enquadramento. Luminosidade: Para uma objetiva ser bastante luminosa, é ne- cessário que ela tenha um diafragma bem aberto, mas, para isso, é preciso que ela seja construída com material de boa qualidade (portanto, mais cara), caso contrário, não será possível uma grande abertura. Foco mínimo: É a menor distância na qual se obtém foco. Relação de planos: As objetivas alteram a relação de distância de acordo com o enquadramento escolhido. Em geral, uma típica objetiva fixa possui dois anéis: o de abertura (o mais próximo do corpo da câmera), e o de foco que mostra as distâncias em que o motivo está da câmera (em metros e polegadas). A escala de profundidade de campo fica localizada, geralmente, entre esses dois anéis. Dessa forma, assim que se re- gula a abertura e o foco de uma cena, já se pode ter uma noção da extensão que ficará em foco na frente e atrás do motivo principal. Explicando melhor: depois de escolher o motivo, faça o foco e selecione uma abertura, por exemplo F=16. Procure em seguida, na escala de foco, os números que indicam as distâncias relativas à abertura F=16: uma delas deve indicar a distância mais próxima e a outra, a mais distante. Dentro destes dois intervalos, qualquer coisa deverá ficar em foco. Anel de Escala de Abertura do Diafragma: 2 – 2.8 – 4 – 5.6– 8 – 11 – 16 – 22 Anel de Escala de Profundidade de Campo: 22, 16, 8, 4 <> 4, 8, 16, 22 Escala de Distância – foco em metros (m): 0.45 – 0.5 – 0.6 – 0.8 – 1 – 1.5 – 2 – 3 – 10 Escala de focos em pés (ft). Um (1) metro é igual a 3.28 pés e 1 pé é igual a 0,3048 metros: 1.55 (0,5 m) – 1.8 (0,55 m) – 2.2 (0,7 m) – 3 (0,9 m) – 4 (1,2 m) – 6 (1,8 m) – 8 (2,4 m) – 15 (4,6 m) Tipos de Objetivas Como já dissemos, a principal característica que distingue uma objetiva de outra é a sua distância focal. Neste sentido, exis- tem três tipos básicos de objetivas: normal, teleobjetiva e grande angular. Normal ou Padrão: Quando a distância focal de uma objetiva (linha pontilhada) é aproximadamente igual à diagonal do negativo (linha traceja- da), considera-se esta objetiva “normal”. Quando apontada para Didatismo e Conhecimento 15 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS um motivo (que está simbolizado, no desenho, através do círculo), capta raios luminosos num ângulo de aproximadamente 50° – o mesmo do olho humano projetando-os contra o filme sob o mesmo ângulo. A objetiva normal (ou Standart) possui uma distância focal (linha pontilhada) aproximadamente igual à diagonal do filme ou negativo utilizado (linha tracejada). Por exemplo, uma objetiva de 50 mm é normal para uma câmera de 35 mm, cuja diagonal do negativo mede cerca de 45 mm. Quando apontada para o motivo, capta raios luminosos num ângulo de aproximadamente 46° graus – o mesmo ângulo útil do olho humano – projetando-os contra o filme sob o mesmo ângulo. São as objetivas de 35 mm, 45 mm, 50 mm e 55 mm. Geral- mente para as objetivas de 50 mm, mais ou menos 3 metros já é considerado infinito. Teleobjetiva ou Objetiva de Foco Longo: Numa teleobjetiva, a distância focal (linha pontilhada) é con- sideravelmente maior que a diagonal do filme ou negativo utiliza- do (linha tracejada). Assim, a luz entra na máquina segundo um ângulo mais agudo que o da visão humana, o que permite obter uma imagem muito aumentada de uma pequena área. O ângulo de visão é mais restrito. Para uma câmera de 35 mm, por exemplo, uma lente de 135 mm proporciona um ângulo de visão de cerca de 16° graus. As teleobjetivas aproximam as cenas (aumentam o tamanho da imagem) e reduzem a quantidade de cena que será incluída no filme, permitindo trabalhos a longas distâncias. A profundidade de campo é bastante reduzida e também é diminuída a sensação de perspectiva entre os planos da cena. Para as câmeras de 35 mm, usam-se muito e com bons resul- tados: lentes de 105 mm; enquanto para as máquinas Reflex 6 × 6 cm a teleobjetiva correspondente é a de 200 mm. São as objetivas de 210 mm até 2.000 mm. O ângulo de visão é fechado. A Teleob- jetiva é usada para integrar um indivíduo ao ambiente. Grande-Angular: Aqui, a distância focal da objetiva (linha pontilhada) é cerca de 2/3 da diagonal do negativo (linha tracejada). Isto a define como uma grande angular, pois proporcionam um maior ângulo de visão. As objetivas do tipo grande angular tem um ângulo de visão de 75° graus, ou cerca de 50% mais do que o olho pode ver nitidamente olhando o mesmo objeto. A distância focal mais comum de uma grande angular para uma câmera 35 mm é de 28 mm; para uma Reflex de duas objetivas, seria de 55 mm. Por exemplo, uma obje- tiva de 28 mm para uma câmera de 35 mm, o ângulo de visão é de cerca de 73% graus. A relação acima implica em uma profundidade de campo maior em comparação a uma objetiva normal, além do que pers- pectivas mais acentuadas, podendo, em alguns casos, distorcer os cantos da imagem. É importante notar que uma objetiva de 50 mm, que é normal para uma câmera 35 mm, é uma grande angular para uma câmera 120. São as objetivas de 4 mm, 6 mm, 12 mm, 16 mm, 18 mm, 20 mm, 24 mm, 28 mm e 40 mm. Usada para ambientes amplos inter- nos ou externos. A mais usada é a objetiva de 28 mm, que fotografa um ângulo de quase 90 graus. Didatismo e Conhecimento 16 TÉCNICAS AUDIOVISUAIS As objetivas de grande-angular são usadas para se fotogra- far uma imagem com ângulo grande e na qual não se tem muito espaço físico para se trabalhar. Em fotos com grande-angular é preferível usar uma objetiva fixa ao invés de outra com zoom, pois pode-se tremer ao fotografar a imagem. Semi-Teleobjetiva: São as objetivas de 60 mm, 70 mm, 100 mm, 105 mm, 120 mm, 135 mm, 180 mm, 200 mm. Perfeitas para capturar fotos de um ângulo mais alto, ou ainda quando se quer capturar os detalhes de um assunto sem ter que se aproximar demais. Aberração óptica As aberrações em sistemas ópticos (lentes, prismas, espelhos ou uma série destes com a finalidade de produzir uma imagem nítida) geralmente levam a uma degradação da imagem. Ocorrem quando a luz proveniente de um ponto de um objeto não converge para (ou não diverge de) um único ponto, em seguida, transmitidos através do sistema. Os instrumentistas precisam corrigir estes sis- temas para compensar as aberrações. Perspectiva geral As aberrações dividem-se em duas categorias: Aberrações monocromáticas, que são produzidas sem disper- são. Estas incluem aberrações em superfícies refletoras de qual- quer cor (ou comprimento de onda, de acordo com a região do espectro eletromagnético em que se está trabalhando), e as aber- rações de luz monocromática de um único comprimento de onda. Aberrações cromáticas: onde um sistema dispersa os diferen- tes comprimentos de onda da luz. Poder de resolução das Lentes Objetivas Em óptica, poder de resolução ou poder resolvente refere-se à capacidade que as lentes têm de separar as imagens de objetos próximos (por exemplo, duas linhas paralelas). O poder de reso- lução de um microscópio é estimado pelo seu limite de resolução, ou seja a menor distância entre dois pontos para que eles apareçam individualizados. As objetivas são formadas por uma associação de lentes in- seridas num suporte metálico e têm gravadas na parte externa a sua abertura numérica e a ampliação. A ampliação proporcionada pelo microscópio óptico deve-se em geral a uma conjugação do poder de sistemas de objetivas e do sistema ocular a ser usado; ex: 40x objetiva, 10x oculares, dá 40x10 = 400x de ampliação. A ampliação que se pode utilizar é limitada pelo poder de resolução, além do qual as imagens começam a perder qualidade. Calcula-se o limite de resolução d com a fórmula de Abbe d = λ /(2NAobj), sendo: a) λ o comprimento de ondas electromagnéticas de luz que atinge a objetiva (a luz visível varia entre o violeta a 400 nm e o vermelho a 700 nm, em que 1 nm = 0,001 μm), e b) NA a abertura numérica (NA) da objetiva. A NA é uma característica específica dos sistemas de lentes, e calcula-se pela fórmula NA = n. sen(α), sendo n o índice de refração do meio percorrido pela luz entre o foco e a lente, e α o semiângulo de abertura do feixe de luz que atinge a lente colocada à distância focal do objeto. Assim, com luz visível e uma objetiva com NA 1,40, o limite de resolução teórico será entre 0,14 e 0,25 μm (em rigor, o valor de λ de referência para material de vidro é 589 nm, por isso o limite de resolução correspondente seria 0,21 μm). Para atingir-se o valor nominal desta NA, porém, é necessário que o meio entre o objeto e a objetiva tenha o índice de refração semelhante ao do vidro, para isso usando-se óleo de imersão, cujo n é 1,51, (nar = 1, baixando a NA para 0,93, donde limites entre 0,21 e 0,38 μm), por isso estas objetivas têm gravada a palavra “Oil”. A maioria dos meios de montagem especializados (glicerina, PVP, e resinas hidrofóbicas como o Bálsamo do Canadá, DPX e Entellan) têm n cerca de 1,5, contribuindo também para atingir-se o limite nominal (n água = 1,333). Também se melhora a qualidade da imagem colocando um filtro azul antes do condensador, que corrige a radiação incidente rica em tons
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