Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 1 de 83 AULA 1 GESTÃO DE PESSOAS: Planejamento estratégico de RH. Conceitos e práticas de RH relativas ao servidor público. Gestão do desempenho. Comportamento, clima e cultura organizacional. Movimentação e satisfação no trabalho. Gestão do conhecimento e mapeamento competências. Qualidade de vida no trabalho. SUMÁRIO 1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RH 3 2. CONCEITOS E PRÁTICAS DE RH RELATIVAS AO SERVIDOR PÚBLICO 8 3. GESTÃO DE DESEMPENHO 10 3.1. Objetivos 10 3.2. Métodos de avaliação de desempenho: características, vantagens e desvantagens 13 4. COMPORTAMENTO, CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL 19 4.1. Comportamento organizacional 19 4.2. Clima organizacional 23 4.3. Cultura organizacional 24 5. MOVIMENTAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO 26 6. GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO 42 7. GESTÃO POR COMPETÊNCIA 44 8. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 48 Lista de Questões Comentadas 50 Referência Bibliográfica 73 Lista das Questões Apresentadas 74 Gabarito 83 Vamos iniciar a nossa primeira aula estudando alguns conceitos iniciais sobre Gestão de Pessoas. O assunto tratado na aula 0 sobre planejamento estratégico será abordado novamente na aula 3 do curso. Nesse momento, dedique-se ao máximo, com muito comprometimento e foco que logo você será recompensado(a)! Vale destacar que a melhor forma de Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 2 de 83 aumentar seu desempenho nas provas é através da resolução exaustiva de questões da banca organizadora. É importante, também, ter ENERGIA e manter o pique durante todo o período de preparação. Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, entre em contato comigo através do fórum. Um grande abraço e bons estudos! Profa Lilian Lima Quintão Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 3 de 83 1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RH Se o foco da estratégia corporativa é criar vantagem competitiva sustentável, o da estratégia de RH é similar. Consiste em maximizar a contribuição da área para o mesmo objetivo, de modo a gerar valor para os acionistas. O fundamento do papel estratégico de RH são as três dimensões da cadeia de valor: a função, o sistema e o comportamento dos empregados. O fundamento da estratégia de RH criadora de valor é uma infraestrutura gerencial que compreenda e seja capaz de implementar a estratégia da empresa. Isso implica afastar-se da tradicional orientação funcional de muitos gerentes de RH e compreender, de maneira mais ampla, o papel estratégico que a área de RH deve desempenhar na empresa. O sistema de RH é o fator crítico da influência estratégica da área de recursos humanos. No sistema de trabalho de alto desempenho, cada elemento do sistema de RH destina-se a maximizar a qualidade geral do capital humano em toda a organização. Para construir e manter um estoque de capital humano talentoso é necessário: • Vincular suas decisões de seleção e promoção a modelos de competência validados; • Desenvolver estratégias que ofereçam apoio oportuno e eficaz às habilidades necessárias à implementação da estratégia da empresa; • Promulgar políticas gerenciais referentes a desempenho e remuneração que atraiam, mantenham e motivem empregados de alto desempenho. A FUNÇÃO DE RH O SISTEMA RH COMPORTAMENTO DE EMPREGADOS Profissionais da área de RH com competências estratégicas Políticas e práticas de alto desempenho, estrategicamente alinhados Competências, motivações e comportamentos correlatos estrategicamente enfocados De acordo com a filosofia de Ackoff, existem três tipos de filosofia do planejamento estratégico: • Planejamento conservador – voltado para a estabilidade e manutenção da situação existente. Busca obter bons resultados, mas dificilmente procurará fazer mudanças radicais na organização. Está mais voltado em identificar e sanar deficiências e problemas internos do que em explorar novas oportunidades ambientais. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 4 de 83 • Planejamento otimizador – voltado para a adaptabilidade e inovação da organização. As decisões são tomadas no sentido de obter os melhores resultados, seja minimizando recursos para alcançar um determinado desempenho, seja maximizando o desempenho para melhor utilizar os recursos disponíveis. • Planejamento prospectivo – voltado para as contingências e para o futuro da organização. É contrário do planejamento retrospectivo. Sua base é a aderência ao futuro, no sentido de ajustar-se às novas demandas ambientais e preparar-se para as futuras contingências. Segue um resumo das três orientações do planejamento estratégico segundo Chiavenato: PLANEJAMENTO CONSERVADOR E DEFENSIVO PLANEJAMENTO PARA A ESTABILIDADE AMBIENTE PREVISÍVEL E ESTÁVEL ASSEGURAR CONTINUIDADE DO SUCESSO MANUTENÇÃO PLANEJAMENTO OTIMIZANTE E ANALÍTICO PLANEJAMENTO PARA A MELHORIA AMBIENTE DINÂMICO E INCERTO ASSEGURAR REAÇÃO ADEQUADA ÀS FREQUENTES MUDANÇAS INOVAÇÃO PLANEJAMENTO PROSPECTIVO E OFENSIVO PLANEJAMENTO PARA A CONTINGÊNCIA AMBIENTE MAIS DINÂMICO E INCERTO ANTECIPAR EVENTOS QUE POSSAM OCORRER E IDENTIFICAR AÇÕES APROPRIADAS FUTURO O planejamento estratégico de RH deve ser parte integrante do planejamento estratégico da organização. É necessário buscar uma maneira de integrar a função de RH aos objetivos globais da empresa, identificando a maneira como a função de RH pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e favorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 5 de 83 Os passos no planejamento estratégico de RH estão representados na figura a seguir: ETAPA 1: Avaliar os atuais recursos humanos ETAPA 2: Prover as necessidades de recursos humanos ETAPA 3: OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS Objetivos e estratégias de RH COMPARAÇÃO Desenvolver e implementar planos de recursos humanos Corrigir/ evitar excesso de pessoal Corrigir/ evitar falta de pessoal A seguir apresento algumas comparações entre as estratégias de RH com estratégias empresariais. É importante saber diferenciar a estratégia conservadora da estratégia prospectiva a fim de resolver questões de concurso. ÁREA ESTRATÉGICA DE RH ESTRATÉGIA CONSERVADORA E DEFENSIVA ESTRATÉGIA PROSPECTIVA E OFENSIVA Fluxos de trabalho · Produção eficiente · Inovação · Ênfase no controle · Flexibilidade · Descrições de cargos explícitas · Classes amplas de cargos · Planejamento detalhado do cargo · Planejamento vago do cargo Admissão · Recrutamento interno · Recrutamento externo · DRH decide sobre seleção · Gerente decide sobre seleção · Ênfasenas qualidades técnicas · Adequação da pessoa à cultura · Processo formal de admissão e de socialização · Processo informal de admissão e de socialização Desligamentos de funcionários · Demissões voluntárias · Dispensas · Congelamento de admissões · Recrutamento quando necessário Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 6 de 83 · Apoio continuado aos demitidos · Demitidos sem apoio · Política de preferência à readmissão · Nenhum tratamento preferencial Avaliação do desempenho · Padronização da avaliação · Avaliação customizada · Avaliação como meio de controle · Avaliação como desenvolvimento · Foco estreito · Avaliação multiproposital · Dependência exclusiva do superior · Múltiplas entradas para avaliação Treinamento · Treinamento individual · Treinamento em equipe · Treinamento no cargo · Treinamento extenso · Treinamento específico · Treinamento genérico para flexibilidade · Comparar habilidades · Construir habilidades Recompensa · Salário fixo · Salário variável · Salário baseado no cargo · Salário baseado no indivíduo · Salário baseado na antiguidade · Salário baseado no desempenho · Decisões centralizadas sobre salário · Decisões descentralizadas Assim, o planejamento estratégico de RH é o processo de decisão a respeito dos recursos humanos necessários para atingir os objetivos organizacionais, dentro de um determinado período de tempo, definindo antecipadamente qual a força de trabalho e os talentos humanos necessários para a realização da ação organizacional futura. O planejamento estratégico de RH em relação ao planejamento estratégico organizacional pode ser considerado adaptativo ou autônomo. O planejamento adaptativo de RH ocorre quando é feito após a elaboração do planejamento estratégico da empresa e procura adaptar-se a ele no sentido de contribuir para sua implementação. Já o planejamento autônomo de RH ocorre quando é feito isoladamente pelos especialistas da área, sem nenhuma preocupação ou articulação com o planejamento estratégico organizacional. Contudo, ambos não funcionam bem porque o ideal é o planejamento estratégico de RH integrado ao planejamento organizacional. Segundo Chiavenato, existem vários modelos de planejamento de RH, tais como: • Modelo baseado na procura estimada do produto ou serviço – baseia-se no conceito de que as necessidades de pessoal são uma variável dependente da procura estimada do produto ou serviço. Qualquer acréscimo de produtividade decorrente de mudança na tecnologia poderá trazer uma redução das necessidades de pessoal por unidade adicional de produto ou uma redução no preço do produto, de tal maneira que resulte em um aumento de vendas e, consequentemente, aumento das necessidades de pessoal. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 7 de 83 • Modelo baseado em segmentos de cargos – consiste em escolher um fator estratégico como, por exemplo, volume de produção, cujas variações afetam proporcionalmente as necessidades de pessoal. Estabelece os níveis históricos e futuro para cada fator estratégico. Determina os níveis históricos da força de trabalho para cada unidade. Projeta os níveis futuros de força de trabalho para cada unidade, através da correlação com a projeção dos níveis do fator estratégico correspondente. • Modelo de substituição de postos- chave – recebe os nomes de mapas de substituição ou organogramas de encarreiramento para o planejamento de funcionários. Trata-se de uma representação visual de quem substitui quem na eventualidade de alguma possível vaga futura dentro da organização. Cada funcionário é classificado em três alternativas: funcionário pronto para promoção imediata, funcionário que requer maior experiência no cargo atual e funcionário com substituto já preparado. • Modelo baseado no fluxo de pessoal – modelo que mapeia o fluxo das pessoas para dentro, através e para fora da organização. A análise histórica do movimento de entradas, saídas, promoções e transferências internas permite uma predição de curto prazo das necessidades de pessoal da organização, se não houver mudanças no contexto. Trata-se de um modelo conservador, de natureza contábil e quantitativa, adequado para organizações estáveis e sem planos de expansão. • Modelo de planejamento integrado – modelo mais amplo e abrangente, levando em conta quatro fatores ou variáveis: � Volume de produção planejado pela organização; � Mudanças tecnológicas dentro da organização que alterem a produtividade do pessoal; � Condições de oferta e procura no mercado e comportamento da clientela; � Planejamento de carreiras dentro da organização. Destacam-se alguns fatores que intervêm no planejamento de RH: • Absenteísmo – são faltas ou atrasos no trabalho e as ausências dos funcionários no trabalho provocam certas distorções quando se refere ao volume e disponibilidade da força de trabalho. • Rotatividade de pessoal – é o resultado da saída de alguns funcionários e a entrada de outros para substituí-los no trabalho. • Mudanças nos requisitos da força de trabalho – fatores condicionantes como o mundo em acelerada mudança, o impacto do Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 8 de 83 desenvolvimento tecnológico, as novas formas de organização estão modificando profundamente os requisitos da forca de trabalho. 2. CONCEITOS E PRÁTICAS DE RH RELATIVAS AO SERVIDOR PÚBLICO As constantes mudanças nos ambientes interno e externo têm levado as organizações públicas ou privadas a buscarem novas formas de gestão a fim de melhorar o desempenho, alcançar resultados e atingir a missão institucional para atender as necessidades dos clientes. O sucesso das organizações modernas depende, entre outros fatores, do investimento nas pessoas, com a identificação e desenvolvimento do capital intelectual. Segundo Bergue, a gestão de pessoas no setor público é considerada o esforço orientado para o suprimento, a manutenção e o desenvolvimento de pessoas nas organizações públicas, em conformidade com os ditames constitucionais e legais, observadas as necessidades e condições do ambiente em que se inserem. Nota-se que a evolução da administração pública no Brasil foi no sentido de mudar o antigo modelo burocrático para um modelo de gestão gerencial com a introdução de novas técnicas orçamentárias, descentralização administrativa de alguns setores, redução de hierarquias, implementação de instrumentos de avaliação de desempenho organizacional, entre outros. Existem muitas diferenças entre a administração de recursos humanos no setor público e no setor privado. Destacam-se algumas divergências entre esses dois tipos de organizações como, por exemplo, a finalidade, os meios utilizados para recrutamento, seleção, e contratação, as políticas de remuneração, os métodos de avaliação de desempenho. Uma organização do setor público contrata uma pessoa esperando que ele consiga aumentar a eficiência e a eficácia que não necessariamente corresponde a lucro, e sim a uma melhor prestação de serviços à sociedade. Já no setor privado, um funcionário novo é contratado com o objetivo de contribuir para aumentar os lucros da empresa. Isso representa a diferença de finalidade entre os dois setores. Segundo o autor Olivier, o que se percebe é uma grande dificuldade em se adotar novastécnicas de gestão, o que resulta numa defasagem do setor público em relação à evolução do mercado e às mudanças de paradigmas de recursos humanos. Uma dificuldade no setor público é que muitas organizações não possuem departamentos estruturados voltados à gestão de recursos humanos. A administração pública parece reconhecer a sua defasagem, e com isso, desenvolveu o Plano Diretor do governo do Brasil desenvolvido pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado – MARE - em 2002 que possui uma política abrangente de recursos humanos. Um dos objetivos dessa política foi modernizar a administração burocrática, através de uma política de profissionalização do serviço público, ou seja, de uma política de carreiras, de Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 9 de 83 concursos públicos anuais, de programas de educação continuada permanente, de uma efetiva administração salarial, ao mesmo tempo em que se introduz no sistema burocrático uma cultura gerencial baseada na avaliação de desempenho. Na iniciativa privada a remuneração normalmente está vinculada ao desempenho das pessoas, ou seja, aquelas que conseguirem os maiores índices de produtividade ganham mais. Dessa forma, a remuneração na iniciativa privada possui uma elasticidade própria. No serviço público, a remuneração normalmente é invariável e são poucos os casos em que há uma variação remuneratória em razão da produtividade, mas a tendência é a mudança e cada vez mais buscar melhores formas de remuneração como, por exemplo, o pagamento de prêmios por desempenho. Outros pontos que diferem entre esses dois tipos de organização no tocante à política de recursos humanos são os meios de recrutamento, seleção e contratação. Enquanto que na iniciativa privada o recrutamento pode ser dirigido para uma parcela específica da população, privilegiando inclusive as diferenças entre as pessoas, no setor público o recrutamento é regido pelo princípio da isonomia, da democracia, em que aqueles indivíduos que satisfizerem as condições mínimas para ocupar um determinado cargo podem pleitear igualmente aquela oportunidade. No setor privado a seleção dos futuros funcionários é baseada nas características pessoais e nas questões de ordens técnicas e qualificadoras. Já no setor público a seleção basicamente avalia o nível de conhecimento dos candidatos. O processo de contratação na iniciativa privada é extremamente simples e rápido, enquanto que na iniciativa pública é cercado de burocracia. A iniciativa privada faz uso de avaliação por desempenho, em que se busca aferir o quão produtivo é um determinado sujeito para a partir daí conceder benefícios, promoções, prêmios, etc. No setor público a avaliação é pouco implementada. A tendência no setor público é a adoção cada vez maior de um mecanismo que identifique qual a contribuição do indivíduo para o resultado final da organização pública. Observe uma questão recente cobrada pela banca CESPE sobre as tendências em gestão de pessoas no setor público: (CESPE/ TJ-AL/ ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA/ 2012) Há, no Poder Executivo, uma tendência à gestão de pessoas mediante subprocessos, orientados ao desenvolvimento de competências, à avaliação e à gestão do desempenho humano, e recebimento de remuneração variável pelos servidores. Gabarito: CORRETO 3. GESTÃO DE DESEMPENHO 3.1. OBJETIVOS Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 10 de 83 Desempenho significa cumprir uma tarefa ou obrigação, exercer uma função ou um papel na organização, cumprimento, exercício, atuação, execução. O desempenho humano depende de fatores que atuam interagindo entre si de maneira dinâmica. Assim, o desempenho é conseqüência do estado motivacional e do esforço individual para realizar a tarefa e atingir os objetivos. Os resultados percebidos pela pessoa na realização de atividades provocam um determinado grau de satisfação pessoal que pode ser grande, pequeno ou nulo, realimentando positiva ou negativamente a motivação para um novo desempenho. A avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e de seu potencial de desenvolvimento futuro. A avaliação é considerada um processo para estimular ou julgar o valor, a excelência e as qualidades de alguma pessoa. É considerada uma técnica de direção imprescindível na atividade administrativa, pois é um meio através do qual podem localizar problemas de supervisão de pessoal, de interpretação do empregado à organização ou ao cargo que ocupa, de dissonâncias, de desaparecimento de empregado com potencial mais elevado do que aquele que é exigido pelo cargo, de motivação. A partir dos tipos de problemas identificados, a avaliação de desempenho auxilia no desenvolvimento de uma política de pessoal adequada às necessidades da organização. Segundo Chiavenato, os principais passos para implantar a avaliação do desempenho devem ser: • Assegurar um clima de trabalho de respeito e confiança entre as pessoas. • Encorajar as pessoas a assumir responsabilidades e a definir metas de trabalho. • Desenvolver um estilo de administração que seja democrático, participativo e consultivo. • Criar um propósito de direção, futuro e melhoria contínua entre as pessoas. • Gerar uma expectativa permanente de aprendizagem, inovação, desenvolvimento pessoal e profissional. • Transformar a avaliação de desempenho de um sistema de julgamento e arbitrário para um processo de diagnóstico de oportunidades de crescimento. A responsabilidade pela avaliação do desempenho das pessoas pode ser atribuída às seguintes pessoas: • Gerente Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 11 de 83 Na maior parte das organizações, cabe ao gerente a responsabilidade de linha pelo desempenho de seus subordinados e por sua avaliação. Ele avalia o desempenho do pessoal com a assessoria do órgão de gestão de Pessoas que estabelece os critérios para tal avaliação. • A própria pessoa Nas organizações mais democráticas, é o próprio indivíduo o responsável por seu desempenho e autoavaliação tendo em vista determinados parâmetros fornecidos pelo gerente ou pela organização. • O indivíduo e o gerente Formulação de objetivos consensuais que são conjuntamente formulados entre o avaliado e seu gerente. O avaliado compromete pessoalmente a alcançar os objetivos formulados. • A equipe de trabalho A própria equipe de trabalho avalia o desempenho de cada um de seus membros e define seus objetivos e metas. • O órgão de Gestão de Pessoas Cabe ao órgão de Gestão de Pessoal a avaliação do desempenho de todas as pessoas da organização. As informações sobre o desempenho são obtidas com cada gerente e interpretadas gerando o relatório. • Comissão de avaliação É atribuída a uma comissão designada peara essa finalidade e é geralmente constituída de pessoas pertencentes a diversos órgãos ou departamento. • Avaliação 360º Trata-se de uma avaliação que é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm alguma forma de interação com o avaliado. Assim, participam da avaliação o superior, os colegas e pares, os subordinados, os clientes internos e externos, os fornecedores e todas as pessoas que giram em torno do avaliado, com uma abrangência de 360º. Segundo Chiavenato, são 3 os objetivos fundamentais da avaliaçãode desempenho: ••• Permitir condições de medição do potencial humano no sentido de determinar plena aplicação. ••• Permitir o tratamento dos Recursos Humanos como um recurso básico da organização e cuja produtividade pode ser desenvolvida indefinidamente, dependendo, obviamente, da forma de administração. ••• Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva participação a todos os membros da organização, tendo em vista, de Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 12 de 83 um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os objetivos individuais. A avaliação de desempenho é considerada um meio para obter dados e informações que possam ser registrados, processados e canalizados para a melhoria do desempenho humano nas organizações. O autor Stephen P. Robbins apresenta três categorias de critérios utilizados para julgar o desempenho dos funcionários: • Resultados individuais da tarefa - se os fins justificam os meios, os executivos devem avaliar os resultados das tarefas dos funcionários. • Comportamentos - em muitas situações é difícil determinar os resultados de cada membro de uma equipe para o resultado. Observa-se como o funcionário auxiliou no atingimento do resultado, como, por exemplo, atitudes de liderança, participação, etc. • Traços - é a categoria mais fraca dos critérios, embora ainda seja amplamente usada pelas organizações. É mais fraca que as anteriores, pois está mais distante do desempenho real no trabalho. Destacam-se alguns traços como: boa atitude, ser confiável, mostrar confiança, parecer ocupado, entre outros. Seguem os principais tipos de erros de avaliação: ••• Efeito Halo - leva os avaliadores a considerarem um empregado ótimo como ótimo em todos os fatores ou um avaliador muito exigente pode considerar todos os seus subordinados como fracos todos os aspectos. Esse efeito intensifica uma análise subjetiva do avaliador. ••• Tendência Central - Nesse erro, o avaliador tende a atribuir notas médias aos avaliados por medo ou insegurança. O avaliador deixa de atribuir notas muito baixas para não prejudicar o avaliado ou muito altas para não ter que justificá-las no futuro. ••• Erro de leniência – ocorre quando o avaliador se apega aos fatos mais recentes. Uma forma de evita-lo seria adotar a prática de realizar anotações frequentes. ••• Erro de recenticidade - ocorre quando o avaliador se apega aos fatos mais recentes. Uma forma de evitá-lo seria adotar a prática de realizar anotações frequentes. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 13 de 83 ••• Erro de "primeira impressão" – avaliada de acordo com a percepção inicial que teve sobre a pessoa. O avaliador tem que tentar se concentrar no período atual, e não em avaliações passadas já que as pessoas mudam e merecem obter o crédito por seu desenvolvimento profissional. ••• Contraste e Semelhança - o avaliador considera os subordinados de forma contrária (contraste) ou similar (semelhança) com a maneira como percebe a si mesmo. ••• Erro de função - avalia a pessoa levando em conta a função exercida por essa pessoa ou grupo, e não o seu desempenho específico em tal função. 3.2. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: CARACTERÍSTICAS, VANTAGENS E DESVANTAGENS A avaliação de desempenho, muitas vezes, pode servir de base às políticas de promoção das organizações. O processo é efetuado periodicamente, normalmente com caráter anual, e consiste na análise objetiva do comportamento do avaliado no seu trabalho. As avaliações de desempenho podem ter abordagens comparativas ou absolutas. • Na ABORDAGEM COMPARATIVA, identifica-se um padrão para o indivíduo que será avaliado em relação aos demais. Exemplos de avaliação de desempenho na abordagem comparativa são os métodos Classificação, Escolha Forçada e Comparação aos Pares. • Já na ABORDAGEM ABSOLUTA são especificados padrões exatos de medição como, por exemplo, nos métodos de avaliação de desempenho Incidentes Críticos, Escalas Gráficas e Administração por Objetivo. A seguir apresento alguns dos métodos tradicionalmente utilizados para avaliar desempenho: RELATÓRIOS ESCRITOS É considerado o método mais simples de Avaliação, pois consiste em fazer um relato descrevendo os pontos fortes e fracos do funcionário, seu desempenho anterior, seu potencial e sugestões para aperfeiçoamentos. O relatório escrito não requer formulários Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 14 de 83 complexos nem treinamento intenso, mas os resultados geralmente refletem a habilidade de quem escreveu. CLASSIFICAÇÃO É a mais simples das técnicas de comparação. Consiste apenas na classificação do melhor até o pior, considerando cada uma das dimensões de desempenho. Por exemplo, uma organização possui cinco funcionários e ao avaliar a qualidade de trabalho deles, são comparados os cinco e definido a ordem do primeiro até o quinto lugar. Esse método é relativamente fácil de ser usado, mas, se muitas pessoas precisam ser analisadas, ele passa a ser muito trabalhoso. COMPARAÇÃO EM PARES Num método de comparação de pares, cada pessoa é diretamente comparada com cada uma das demais que estão sendo avaliadas. A freqüência em que a pessoa é melhor em todo os pares determina a classificação final. MÉTODO DA ESCALA GRÁFICA Este é o método de avaliação mais utilizado e divulgado e sua aplicação requer uma multiplicidade de cuidados, a fim de neutralizar a subjetividade e o pré-julgamento do avaliador que podem provocar interferência no resultado. Utiliza um formulário de dupla entrada, no qual as linhas representam os fatores de avaliação de desempenho e as colunas representam os graus de avaliação daqueles fatores. Os fatores são selecionados para definir em cada pessoa as qualidades a serem avaliadas. Cada fator é definido com uma descrição simples e objetiva para não haver distorções. Geralmente, utilizam-se três, quatro ou cinco graus de variação (ótimo, bom, regular, irregular e fraco) para cada fator. Vantagens do método das escalas gráficas: • Permite aos avaliadores um instrumento de avaliação de fácil entendimento e avaliação simples. • Permite uma visão integrada e resumida dos fatores de avaliação, ou seja, das características do desempenho mais realçadas pela empresa e a situação de cada empregado diante delas; e Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 15 de 83 • Proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro de avaliação. Desvantagens do método das escalas gráficas: • Não permite muita flexibilidade ao avaliador que deve ajustar-se ao instrumento e não as características do avaliado; • É sujeito a distorções e interferências pessoais dos avaliadores, que tendem a generalizar sua apreciação sob os subordinados para todos os fatores de avaliação. Cada pessoa percebe e interpreta as situações segundo seu “campo psicológico”. Esta interferência subjetiva e pessoal de ordem emocional e psicológica releva alguns avaliados ao halo effect ou efeito da estereotipação (leva os avaliadores a considerarem um empregado ótimo como ótimo em todos os fatores ouum avaliador muito exigente pode considerar todos os seus subordinados como fracos todos os aspectos. Esse efeito intensifica uma análise subjetiva do avaliador.) • Tende a rotinizar e bitolar os resultados das avaliações; • Necessita de procedimentos matemáticos e estatísticos para corrigir distorções e influencia pessoal dos avaliadores. • Tende a apresentar resultados exigentes para todos os seus subordinados. MÉTODO DA ESCOLHA FORÇADA Desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para a escolha de oficiais a serem promovidos. Esse método de comparação, aplicado experimentalmente, possibilitou resultados amplamente satisfatórios, sendo posteriormente adaptado e implantado em várias empresas. Consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio das frases descritivas de determinadas alternativas de tipos de desempenho individual. Em cada bloco, ou conjunto composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher obrigatoriamente apenas uma ou duas frases que mais se aplicam ao desempenho do avaliado. a) Dentro de cada bloco há duas frases de significado positivo e duas frases com significado negativo. O avaliador escolhe a frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao desempenho do avaliado. b) Em cada bloco há quatro frases de significado apenas positivo. São escolhidas as frases que mais se aplicam ao desempenho do avaliado. No formulário com blocos de significados positivo e negativo, o avaliador localiza as frases que possivelmente Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 16 de 83 contam pontos, podendo assim, distorcer o resultado da avaliação. No entanto, no formulário com blocos de significado apenas positivo, a presença de frases com um único sentido dificulta a avaliação dirigida, levando o avaliador a refletir e ponderar sobre cada bloco, escolhendo a frase mais descritiva do desempenho do avaliado. c) As frases são selecionadas por meio de um procedimento estatístico que visa verificar a adequação do funcionário à empresa. Vantagens do método da escolha forçada: • Propicia resultados mais confiáveis e isentos de influências subjetivas e pessoais, pois elimina o efeito da estereotipação, também conhecido como efeito halo; • Sua aplicação e simples e não exige preparo intenso ou sofisticado dos avaliadores. Desvantagens do método de escolha forçada • Sua elaboração e montagem são complexas, exigindo um planejamento muito cuidadoso e demorado; • É um método fundamentalmente comparativo e discriminativo e apresenta resultados globais; Discrimina apenas empregados bons, médios e fracos, sem informações maiores; • Quando utilizado para fins de desenvolvimento de RH necessita de uma complementação de informações de necessidade de treinamento, potencial de desenvolvimento etc. • Deixa o avaliador sem noção alguma do resultado da avaliação que faz a respeito de seus subordinados. MÉTODO DA PESQUISA DE CAMPO É um método de avaliação de desempenho com base em entrevistas de um especialista em avaliação com o superior imediato, por meio das quais se avalia o desempenho de seus subordinados, levantando- se as causas, as origens e os motivos de tal desempenho, analisando fatos e situações. Vantagens do método da pesquisa de campo: • Proporciona um relacionamento proveitoso com o especialista em avaliação, que presta ao supervisor assessoria e treinamento de alto nível na avaliação do pessoal. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 17 de 83 • Permite uma avaliação profunda, imparcial e objetiva de cada funcionário. • Permite um planejamento capaz de remover obstáculos e proporcionar melhoria do desempenho. • Permite entrosamento com o treinamento, plano de carreira e demais áreas do RH. • Acentua a responsabilidade de linha e a função de staff na avaliação do pessoal. • Considerado um dos métodos mais completos. Desvantagens do método da pesquisa de campo: • Custo operacional elevado, pela atuação de um especialista em avaliação. • Processo de avaliação lento. MÉTODO DOS INCIDENTES CRÍTICOS Baseia-se no fato de que no comportamento humano existem características extremas capazes de levar a resultados positivos ou negativos. O método não se preocupa com características situadas dentro do campo de normalidade, mas apenas com aquelas extremamente positivas ou negativas. AVALIAÇÃO POR OBJETIVOS O gestor e o colaborador negociam os objetivos a alcançar durante um período de tempo. Esses objetivos devem ser específicos, mensuráveis e estar alinhados aos objetivos da organização. Periodicamente o gestor e o colaborador devem-se reunir e discutir o nível de desempenho, podendo ser renegociados os objetivos inicialmente estabelecidos. O colaborador deve estar motivado para apresentar planos, propor correções e sugerir novas ideias. Em contrapartida o gestor deve comunicar o seu agrado ou não perante os resultados alcançados e propor correções e melhorias. A avaliação vai assim tomando forma através da análise do desempenho do colaborador. O desempenho deve estar, contudo, limitado aos objetivos negociados. O gestor nunca deve ter em conta aspectos que não estavam previstos, ou que não tivessem sido comunicados ao colaborador. Deve ser permitido ao colaborador apresentar a sua autoavaliação e discuti-la com o gestor. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 18 de 83 MÉTODOS MISTOS As organizações recorrem a uma mistura de métodos na composição do modelo de avaliação de desempenho por ter uma grande complexidade em seus cargos. Os métodos de avaliação são extremamente variados, em todos os aspectos, pois cada organização ajusta os métodos às suas peculiaridades e necessidades. Cada organização tem seus próprios sistemas de avaliação do desempenho adequado às circunstâncias, à sua história e a seus objetivos. Um assunto importante para ser estudado é a retroação. Retroação é a informação de feedback sobre desempenho de cada pessoa ou do grupo com o objetivo de guiá-los nas ações presentes e futuras da organização. É uma troca de informação visando a uma avaliação conjunta dos resultados, das dificuldades, das restrições, das interdependências e dos acidentes de percurso. Segundo Lacombe, o avaliado tem que saber em que pontos vai bem e em que pontos não vai. Uma das características de um bom administrador é ser capaz de fazer uma boa avaliação e de saber dar o feedback ao subordinado. A retroação pode ser feita mediante relatórios informatizados ou gráficos sobre variáveis de desempenho ou por meio de trocas verbais diretas entre o indivíduo avaliado e o gerente. Quanto maior e constante a retração, maior a oportunidade e condição para a pessoa desenvolver uma efetiva auto avaliação do seu próprio desempenho. As principais críticas sobre a avaliação de desempenho são: • Definição inadequada dos objetivos – nem sempre as empresas definem com clareza seus objetivos; • Baixo nível de envolvimento da alta administração – a alta administração não costuma envolver-se tanto com as questões de pessoal quanto com as referentes a outras áreas; • Despreparo para administrar pessoas – os gerentes de modo geral não apresentam maior qualificação técnica pra tratar de assuntos de avaliação de pessoas; • Avaliação circunscrita a um dia –essa avaliação tende a ser pessoal, não possibilitando a identificação da discrepância entre o desempenho esperado e o desempenho real do empregado. Para superar essa dificuldade é necessário que a avaliação de desempenho seja realizada de forma contínua e com o efetivo estabelecimento de seus parâmetros. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 19 de 83 • Baixo nível de participação das chefias – a fim de evitar isso, recomenda-se que as avaliações de desempenho sejam analisadas e utilizadas pela gerência e não apenas pela área de recursos humanos; • Exclusão dos empregados do processo de planejamento – recomenda-se que a chefia e o subordinado juntos negociem o desempenho esperado e que o acompanhamento do desempenho seja operacionalizado por meio de reuniões periódicas entre chefia e subordinado. 4. COMPORTAMENTO, CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL 4.1. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Segundo Stephen P. Robbins, o COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL é um campo de estudo que investiga os impactos que os indivíduos, os grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro de uma organização e, depois, utiliza este conhecimento para ajudar as empresas a trabalhar com maior eficácia. Mais especificamente, o estudo do comportamento organizacional enfoca como melhorar a produtividade, reduzir o absenteísmo e a rotatividade e aumentar a cidadania organizacional e a satisfação no trabalho. Utiliza o estudo sistemático para melhorar as previsões sobre o comportamento que seriam feitas de maneira intuitiva. Mas, como as pessoas diferem umas das outras, é necessário analisar o comportamento organizacional dentro de um cenário contingencial, utilizando variáveis situacionais como moderadoras dos relacionamentos de causa e efeito. O estudo do comportamento organizacional oferece desafios e oportunidades. Ele aponta para diferenças e ajuda os executivos a perceber o valor da diversidade da mão de obra e quais as práticas que precisam ser modificadas quando se opera em diferentes países. Este estudo pode melhorar a qualidade e a produtividade dos funcionários, mostrando aos executivos como dar autonomia ao seu pessoal e como elaborar e implementar programas de mudanças, melhorar o atendimento ao cliente e ajudar os funcionários a equilibrar vida pessoal e profissional. O comportamento organizacional fornece sugestões para ajudar executivos a enfrentar a escassez crônica de trabalho. Em tempos de mudanças rápidas e constantes, esse estudo ajuda a lidar com um mundo de temporariedades e aprender formas de estimular a inovação. Finalmente, o entendimento do comportamento organizacional oferece orientação para a criação de um ambiente de trabalho eticamente saudável. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 20 de 83 Definições importantes: O campo de estudo do comportamento organizacional, estabelece parâmetros e identifica variáveis dependentes e independentes básicas. As VARIÁVEIS DEPENDENTES são os fatores chave que você pretende explicar ou prever e que são afetados por algum outro fator. Quais são as variáveis dependentes básicas no comportamento organizacional? Os estudiosos do assunto tradicionalmente enfatizam a produtividade, o absenteísmo, a rotatividade, a satisfação com o trabalho e, mais recentemente, a cidadania organizacional. • Produtividade – Uma organização é produtiva quando consegue atingir seus objetivos, transformando matéria prima em produto ao mais baixo custo possível. Assim sendo, a produtividade implica uma preocupação tanto com a eficácia (quando consegue atender com sucesso às necessidades de seus clientes) como com a eficiência (quando atende às necessidades com baixo custo). • Absenteísmo – definido como o não-comparecimento do funcionário ao trabalho. Obviamente, é difícil para uma organização operar tranquilamente e atingir seus objetivos se seus funcionários não comparecem para trabalhar. O fluxo do trabalho é interrompido e frequentemente decisões importantes precisam se postergadas. É importante questionar: Todas as ausências são prejudiciais? Provavelmente não! Embora o absenteísmo tenha um impacto negativo sobre a organização, podemos observar algumas situações em que a empresa se beneficia com a Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 21 de 83 decisão do funcionário de faltar ao trabalho. Por exemplo, doença, estafa ou excesso de estresse podem reduzir significativamente a produtividade de um funcionário. Nas situações em que o profissional precisa estar sempre atento – cirurgiões e pilotos de avião são bons exemplos -, será melhor para a organização que eles faltem ao trabalho em vez de apresentar um desempenho ruim. O custo do erro nestas funções é grande demais. • Rotatividade – É a permanente saída e entrada de pessoal da organização, de forma voluntária ou involuntária. Um índice alto de rotatividade resulta em aumento de custos para recrutamento, seleção e treinamento. • Cidadania Organizacional – A cidadania organizacional é um comportamento discricionário que não faz parte das exigências funcionais de um cargo, mas que ajuda a promover o funcionamento eficaz da organização. As organizações precisam de funcionários que façam mais do que os seus deveres usuais e apresentem um desempenho que ultrapasse as expectativas. No mundo empresarial dinâmico de hoje, na qual as tarefas são cada vez mais realizadas em equipe e a flexibilidade é crítica, as organizações precisam de funcionários que adotem um comportamento de “bom cidadão” – como fazer declarações positivas sobre o trabalho de seu grupo e da empresa, ajudar os colegas em suas equipes, oferecer-se voluntariamente para tarefas extraordinárias, evitar conflitos desnecessários, entre outros. • Satisfação no trabalho - A última variável analisada, podemos definir como o conjunto de sentimentos que uma pessoa possui com relação ao seu trabalho. Por que é considerada uma variável dependente básica? Por duas razões: ela tem uma relação clara com os fatores de desempenho e com outros valores preferidos por diversos pesquisadores do comportamento organizacional. As VARIÁVEIS INDEPENDENTES são os principais determinantes da produtividade, do absenteísmo, da rotatividade, da cidadania organizacional e da satisfação no trabalho. Uma variável independente é a suposta causa de algumas mudanças em variável dependente. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 22 de 83 • Variável no Nível do Indivíduo - As pessoas entram para as organizações com determinadas características que vão influenciar seus comportamentos no trabalho, tais como: características biográficas, como idade, sexo e estado civil; características de personalidade; estrutura emocional; valores e atitudes; e níveis básicos de capacitação. Essas características pouco podem ser alteradas pelo esforço de gerenciamento e tem grande impacto sobre o comportamento. Existem outras quatro variáveis no nível do indivíduo que afetam o comportamento dos funcionários: percepção, tomada de decisão individual, aprendizagem e motivação. • Variáveis no Nível do Grupo: O comportamento de um grupo émais do que a soma das ações dos indivíduos que fazem parte dele. A complexidade de nosso modelo aumenta quando compreendemos que o comportamento das pessoas é diferente quando elas estão sozinhas ou em grupo. Destacam-se, por exemplo, como os padrões de comunicação, os estilos de liderança, o poder e a política e os níveis de conflito afetam o comportamento do grupo. • Variáveis no Nível do Sistema Organizacional: O comportamento organizacional alcança seu mais alto nível de sofisticação quando somamos a estrutura formal ao nosso prévio conhecimento do comportamento dos indivíduos e dos grupos. Da mesma forma que os grupos são mais que a soma de seus membros individuais, a organização também é mais que a soma dos grupos que a compõem. O desenho da organização formal, os processos do trabalho e as funções, as políticas e práticas de recursos humanos da organização e a cultura interna, tudo isso tem impacto sobre as variáveis dependentes. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 23 de 83 4.2. CLIMA ORGANIZACIONAL Ao se pensar na qualidade e propriedades do ambiente organizacional, percebidas pelos membros da organização e que influenciam seu comportamento, estamos nos referindo ao clima organizacional. O clima organizacional está intimamente relacionado com a motivação dos membros da organização. Quando há elevada motivação entre os participantes, o clima organizacional tende a ser elevado e proporciona relações de satisfação, de animação, de interesse e de colaboração entre os participantes. Todavia, quando há baixa motivação, seja por frustração ou por barreiras à satisfação das necessidades individuais, o clima organizacional tente a baixar. O clima organizacional baixo é caracterizado por estados de desinteresse, apatia, insatisfação, depressão, entre outros. Assim, o clima organizacional representa o ambiente interno existente entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação existente. Para avaliar, regularmente e de forma ampla, o que os empregados pensam a respeito do tratamento que recebem, as empresas precisam realizar PESQUISAS DE CLIMA. Não há periodicidade nem modelo generalizado, pois cada organização deve defini-los de acordo com suas necessidades e sua cultura. De qualquer forma, algumas premissas básicas precisam ser atendidas na pesquisa de clima: • É vital o sigilo da coleta e do tratamento das informações, pois, com a garantia de que o processo é confidencial, os empregados dirão exatamente o que pensam. • Importante a divulgação do resultado e do posicionamento da empresa a respeito deles. • Estabelecer um ciclo curto para todo o processo de aplicação da pesquisa. Quando demorado, os empregados tendem a duvidar das reais intenções da empresa. • Grau de adesão da gerência. Os responsáveis pelo gerenciamento do clima organizacional são: • Direção – a cúpula deve emitir sinais evidentes de que se interessa pelo assunto e o acompanha diretamente. • Gerentes – cabe a eles fazer cumprir a demanda da direção tratando como prioridade o assunto. • Gerentes de RH – são responsáveis pela manutenção do assunto em foco, fazendo relatórios e analises administrando problemas relacionados com o ambiente de trabalho. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 24 de 83 4.3. CULTURA ORGANIZACIONAL Toda organização possui uma cultura própria que a identifica e que forma o conjunto que realça os seus costumes, suas crenças e seus valores. Para Schein, cultura organizacional é o modelo de pressupostos básicos que um grupo assimilou na medida em que resolveu os problemas de adaptação externa e integração interna e que, por ter sido suficientemente eficaz, foi considerado válido e repassado aos demais membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas. Um assunto muito importante, pois é muito cobrado nos concursos, são os seguintes componentes da cultura: • ARTEFATOS – São coisas concretas que cada indivíduo vê, ouve e sente quando em uma organização. Incluem os produtos, serviços, e os padrões de comportamento dos membros de uma organização. • VALORES – são crenças e conceitos que moldam o contorno cultural de um grupo, estabelecendo padrões de comportamento, de avaliação e de imagem. Em uma organização, o sistema de valores baliza e demonstra claramente quais as prioridades e os caminhos que a empresa normalmente deseja seguir na busca dos seus objetivos. Alguns exemplos de valores são: busca da inovação tecnológica, lucratividade, segurança, imagem da empresa, entre outros. • PRESSUPOSTOS BÁSICOS - é o nível mais profundo e inconsciente da cultura. São crenças profundas e inquestionáveis, compartilhadas pelas pessoas da empresa, que tornam a cultura perene e difícil de ser transformada. Uma forma de identificar os pressupostos é analisando a discrepância entre discurso e prática. • RITOS – praticados com a finalidade de perpetuar, no dia a dia, os valores organizacionais e tomar a cultura mais coesa. Os ritos podem ser classificados, entre outros, como ritos de passagem (são celebrações que enfatizam a mudança de uma situação para outra) ou ritos de iniciação (identificam momentos de entrada em determinada situação ou grupos, como, por exemplo, a apresentação de um empregado aos departamentos da empresa). Exemplo: café da manhã com o presidente, trote na universidade, entre outros. • MITOS – são figuras imaginárias geralmente oriundas da interpretação de fatores não concretos e que são utilizadas para reforçar crenças organizacionais com o intuito de manter certos valores históricos. Um exemplo de mito é a afirmativa “nossa empresa é uma grande família”. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 25 de 83 Os mitos são renovados constantemente através dos ritos, razão pela qual perdem a propriedade de terem acontecido somente uma vez. Revestem-se de cunho externo e correspondem a um precioso legado cultural. • TABUS – no processo cultural os tabus têm a função de orientar comportamentos e atitudes, principalmente enfocando questões de proibição ou de coisas não bem vindas ou não permitidas. Por exemplo, questões de raça, presença indesejada de mulheres, questões de religião. Um fenômeno que se observa na cultura organizacional é o fenômeno da contracultura. A contracultura acontece quando ocorre a adversidade entre um sistema de valores e outro. Quando surge, entre os componentes da estrutura organizacional, a necessidade ou o sentimento de valores contraditórios àqueles já instalados, inicia-se o movimento – consciente ou inconsciente – da contracultura. Ullmann define a contracultura como uma manifestação, por parte de grupos maiores ou menores, de cunho reacionário contra valores tradicionais, que revelam insatisfação, daí a busca por inovação. Atitudes de não integração ou não participação entre áreas de trabalho podem estar sinalizando um resquício de contracultura ou de contra aculturação, isto é, de resistência à adoção de valores comuns para o atingimento de objetivos comuns. Outra informação importante é conhecer que uma das maiores dificuldades que uma organização pode encontrar é mudar sua cultura. Deve-se lembrar que as decisões sobre as pessoas que foram admitidas se basearam na cultura existente e que as pessoasque permaneceram na organização foram as que já possuíram ou aceitaram os valores e princípios em vigor. Assim, mudar a cultura significará mudar a forma de pensar e agir das pessoas. A mudança desafia hábitos enraizados de pensamento e ação. Dessa forma, quando se quer mudar a cultura, é preciso mudar o sistema que a gerou e a reforma a partir das tradições e dos hábitos. Para possibilitar práticas diferentes, é preciso criar as condições necessárias para que uma cultura organizacional diferente possa emergir. É preciso ajudar as pessoas envolvidas a aceitar essa mudança, mas para chegar a esse ponto, será preciso primeiro entender a situação atual. A partir desse conhecimento será possível progredir e mudar os hábitos culturais. Observe algumas questões corretas relacionadas à Cultura Organizacional cobradas pelas bancas CESPE e ESAF: (CESPE / CORREIOS / ADMINISTRADOR / 2011) A cultura organizacional ou corporativa envolve o compartilhamento de valores entre colaboradores de uma mesma organização, podendo orientar suas condutas. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 26 de 83 (CESPE / SESA-ES / GESTÃO / 2011) Cultura organizacional não se confunde com clima organizacional, que tem uma história de pesquisa mais longa e pode ser observado e medido mais diretamente do que a cultura organizacional. (ESAF / CGU/ ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/ 2008) Suponhamos duas organizações que atuam no mesmo negócio, têm características estruturais e tecnologias iguais e práticas semelhantes; no entanto, uma se diferencia da outra assumindo uma identidade própria. Querido aluno, é fundamental compreender que a cultura organizacional NÃO se confunde com o clima organizacional. São conceitos distintos! Cuidado porque a banca CESPE sempre cobra esse assunto. 5. MOVIMENTAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO A satisfação no trabalho pode ser definida como o conjunto de sentimentos que uma pessoa possui com relação ao seu trabalho e tem uma relação clara com os fatores de desempenho e com outros valores preferidos por diversos pesquisadores do comportamento organizacional. A premissa de que os funcionários satisfeitos são mais produtivos do que os insatisfeitos foi uma doutrina entre os executivos durante anos. Embora haja questionamentos sobre essa relação, as sociedades mais avançadas devem se preocupar não apenas com o aspecto quantitativo (alta produtividade e bens materiais), mas também com a qualidade de vida dos funcionários. Os pesquisadores com visão humanista defendem que a satisfação é o objetivo legítimo de uma organização e que não só a satisfação está negativamente ligada ao absenteísmo e à rotatividade, como as organizações também têm a responsabilidade de oferecer empregos que sejam estimulantes e intrinsecamente gratificantes. Assim, embora a satisfação com o trabalho seja mais uma atitude do que um comportamento, os pesquisadores do comportamento organizacional a consideram uma importante variável. Vamos analisar o impacto da satisfação com o trabalho sobre a produtividade, o absenteísmo e a rotatividade dos funcionários segundo o autor Robbins: � SATISFAÇÃO E PRODUTIVIDADE Quando os dados relativos à satisfação e à produtividade são coletados em termos da organização como um todo, e não em nível individual, as organizações com funcionários mais satisfeitos tendem a ser mais eficazes do que aquelas com funcionários menos satisfeitos. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 27 de 83 Por outro lado, na visão do funcionário individualmente, podemos afirmar que funcionários produtivos tendem a ser funcionários felizes. Ou seja, a produtividade leva à satisfação e não o contrário. Quando o indivíduo realiza um bom trabalho, ele se sente interiormente bem. Além disso, pressupondo que a empresa recompensa a produtividade, seu melhor desempenho pode significar o reconhecimento verbal, um aumento de remuneração e a probabilidade de uma promoção. � SATISFAÇÃO E ABSENTEÍSMO A relação consistente entre satisfação e absenteísmo é negativa, pois o funcionário insatisfeito é mais propenso a faltar ao trabalho. � SATISFAÇÃO E ROTATIVIDADE A satisfação também está negativamente relacionada com a rotatividade, mas esta correlação é mais forte do que aquela encontrada com o absenteísmo. Nessa relação também existem outros fatores de influência, como as condições de mercado, as expectativas quanto às oportunidades no emprego e ao tempo de casa, que são limitadores importantes na decisão de deixar o emprego. Também é preciso saber que a insatisfação dos funcionários pode ser expressa de diversas maneiras como, por exemplo, em vez de pedir demissão, os funcionários podem reclamar, tornar-se insubordinados, furtar algo da empresa ou fugir de suas responsabilidades de trabalho. Dentre as várias respostas do empregado para a insatisfação no trabalho, podemos citar: • SAÍDA - comportamento dirigido para o abandono da empresa, incluindo a busca por um novo emprego e a demissão; • COMUNICAÇÃO - tentativa ativa e construtiva de melhorar as condições, incluindo as sugestões de melhorias, a discussão dos problemas com os superiores e algumas formas de atividade sindical; • LEALDADE - espera passiva, mas otimista, de que as condições melhorem, incluindo a defesa da organização às críticas externas e a confiança na empresa e em seus dirigentes, crendo que farão a “coisa certa”; • NEGLIGÊNCIA - deixar as coisas piorarem, incluindo o absenteísmo ou atrasos crônicos, redução do empenho e aumento dos índices de erros. A seguir apresento outro assunto relacionado ao estudo da satisfação no trabalho. Destacam-se as principais abordagens sobre as teorias clássicas e contemporâneas da motivação. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 28 de 83 5.1. MOTIVAÇÃO É sempre importante conceituar o tema para facilitar sua compreensão. Assim, motivação é o processo responsável pela intensidade, pela direção e pela persistência dos esforços de uma pessoa para alcançar determinada meta. Embora a motivação, de maneira geral, esteja relacionada ao esforço para atingir qualquer objetivo, reduziremos nosso foco durante o curso aos objetivos organizacionais, para refletir interesse específico no comportamento relacionado ao trabalho. Os três elementos chave em nossa definição são intensidade, direção e persistência. A intensidade refere-se a quanto esforço a pessoa despende. É o elemento ao qual a maioria de nós se refere quando falamos de motivação. Contudo, uma alta intensidade não é capaz de levar a resultados favoráveis de desempenho profissional, a menos que canalizada em uma direção favorável. Portanto, precisamos considerar a qualidade do esforço, tanto quanto sua intensidade. O tipo de esforço que devemos buscar é aquele que vai em direção aos objetivos da organização e que é coerente com esses objetivos. Por fim, a motivação tem uma direção de persistência. Essa é uma medida de quanto tempo uma pessoa consegue manter seu esforço. Os indivíduos motivados mantêm-se na realização da tarefa até que seus objetivos sejam atingidos. 5.1.1. TEORIAS CLÁSSICAS DA MOTIVAÇÃO Antes de apresentá-las é necessário ressaltar que essas teorias são recordistas em questões de concursos. Portanto, leia com bastante atenção os detalhes e as diferençasentre elas. Conforme o livro Comportamento Organizacional dos autores Stephen P. Robbins, Timothy A. Judge e Filipe Sobral, destacam-se as seguintes Teorias CLÁSSICAS da Motivação: Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 29 de 83 Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 30 de 83 TEORIA DA HIERARQUIA DE NECESSIDADES Teoria foi desenvolvida pelo autor Abraham Maslow. Segundo Maslow, as razões que influenciam o comportamento humano estão relacionadas às suas próprias necessidades, ou seja, os motivos que levam as pessoas a agirem estão dentro delas mesmas. A teoria das necessidades humanas foi estabelecida através de uma hierarquia numa pirâmide. A base da pirâmide contém as necessidades primárias (fisiológicas e de segurança) e no topo as necessidades secundárias (sociais, estima e autorrealização). Segundo esse autor, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco categorias de necessidades, que são: 1. FISIOLÓGICA (OU BÁSICAS) - inclui fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades corporais. 2. SEGURANÇA - segurança e proteção contra danos físicos e emocionais. Ordem e segurança pública, previdência social, planos de aposentadoria, seguros, entre outros. 3. SOCIAL - afeição, aceitação por grupos, amizade com colegas e o relações interpessoais harmoniosas. 4. ESTIMA (EGO) - fatores internos de estima, como respeito próprio, realização e autonomia, e fatores externos, como status, reconhecimento de mérito e oportunidade de progresso. 5. AUTORREALIZAÇÃO - ímpeto de se tornar tudo aquilo que se é capaz de ser. Inclui crescimento, alcance do próprio potencial e auto desenvolvimento. Provar a si próprio a necessidade de trabalho desafiante e criativo. NÍVEL SUPERIOR NÍVEL INFERIOR Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 31 de 83 De acordo com essa teoria, embora nenhuma necessidade possa ser totalmente preenchida, uma substancialmente satisfeita não motiva mais. Portanto, à medida que cada uma delas é atendida, a próxima torna-se a dominante. Para motivar alguém é preciso saber em que nível da hierarquia a pessoa se encontra no momento e focar a satisfação naquele nível imediatamente superior. Maslow separou as cinco categorias de necessidades em patamares superiores e inferiores. As necessidades fisiológicas e de segurança são consideradas necessidades de nível inferior, e aquelas relacionadas à estima, à vida social e à autorrealização são chamadas de nível superior. A diferenciação entre os dois níveis: • Nível superior – são satisfeitas internamente, dentro do indivíduo. • Nível inferior – são satisfeitas quase sempre externamente, como remuneração, acordos sindicais, permanência no emprego. TEORIA X E TEORIA Y DOUGLAS MCGREGOR propôs duas visões distintas do ser humano: uma basicamente NEGATIVA, chamada de Teoria X, e outra POSITIVA, chamada Teoria Y. TEORIA X – é praticada pelos administradores que não acreditam nas pessoas e impõem forte dependência dos subordinados em relação às chefias. Ela pressupõe que o ser humano tem aversão ao trabalho e, portanto, a maioria das pessoas precisa ser coagida, controlada, dirigida, ameaçada de punição e premiada materialmente para se esforçar e produzir de forma eficiente e eficaz. Características da Teoria X: • Pressupostos – As pessoas são preguiçosas e não gostam de responsabilidades. • Objetivo das pessoas – Segurança individual. • Motivação para produzir – Emprego e remuneração. • Instrumentos do empresário e dos gerentes – Disciplina e prêmios materiais. TEORIA Y – tem uma visão oposta, pressupõe que o ser humano aceita responsabilidades. Para produzirem de forma eficiente e eficaz, as pessoas devem ser motivadas em função das suas necessidades específicas, que podem incluir o relacionamento no trabalho, a perspectiva de valorização profissional e pessoal e o desafio de um projeto profissional interessante. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 32 de 83 Características da Teoria Y: • Pressupostos – As pessoas NÃO são preguiçosas e assumem responsabilidades. • Objetivo das pessoas – Realização pessoal e profissional. • Motivação para produzir – Participação. • Instrumentos do empresário e dos gerentes – Mentalização e treinamento. Para entender a Teoria X e a Teoria Y mais profundamente, pense na hierarquia de Maslow. A Teoria Y supõe que as necessidades de nível superior são as dominantes. McGregor, pessoalmente, acreditava que as premissas da Teoria Y eram mais válidas que as da Teoria X. Assim, propõe que ideias como a do processo decisório participativo, das tarefas desafiadoras e de muita responsabilidade, bem como um bom relacionamento de grupo, maximizariam a motivação dos funcionários. TEORIA DOS DOIS FATORES A Teoria dos Dois Fatores, também chamada Teoria da Higiene Motivação, foi proposta pelo psicólogo Frederik Herzberg. Nos anos 50, o autor entrevistou centenas de trabalhadores para o desenvolvimento da teoria, investigando a seguinte questão: “O que as pessoas desejam do trabalho?”. Ele pediu às pessoas que descrevessem situações em que se sentiram excepcionalmente bem ou mal a respeito de seu trabalho. Herzberg concluiu que aquelas respostas referentes aos momentos em que as pessoas se sentiram bem com o trabalho eram significativamente diferentes das relacionadas aos momentos em que se sentiram mal. Fatores intrínsecos, como o progresso, o reconhecimento, a responsabilidade e a realização, estavam relacionados à satisfação no trabalho. Os entrevistados que se sentiam bem no trabalho tendiam a atribuir esses fatores a si mesmos. Por sua vez, os insatisfeitos tendiam a indicar fatores extrínsecos, tais como a supervisão, a remuneração, as políticas da empresa e as condições de trabalho. Herzberg propôs que suas descobertas indicavam a existência de que o oposto de satisfação é não satisfação, e o oposto de insatisfação é não insatisfação. De acordo com o psicólogo, os fatores que levam à satisfação no trabalho são diferentes daqueles que levam à insatisfação. Portanto, os gestores que procuram eliminar os fatores que geram insatisfação podem trazer paz, mas não necessariamente a motivação aos funcionários. Eles apaziguam os funcionários, mas não os motivam. Assim, as condições em torno do trabalho, como a qualidade da supervisão, a remuneração, as políticas da empresa, as condições físicas de trabalho, o relacionamento com os outros e a segurança no emprego Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 33 de 83 foram caracterizadas por Herzberg como FATORES HIGIÊNICOS. Quando são adequados, as pessoas não se sentem insatisfeitas, mas também não estão satisfeitas. Se quiser motivá-las para o trabalho, Herzberg sugere enfatizar os fatores associados com o trabalho em si ou com seus resultados diretos, como chances de promoção, oportunidades de crescimento pessoal, reconhecimento,responsabilidade e realização, chamados FATORES MOTIVACIONAIS. • Fatores Higiênicos (extrínsecos/ insatisfacientes) Esses fatores estão localizados no ambiente e são controlados pela organização. Abrangem as condições que as pessoas trabalham. Se não atendidos, podem causar insatisfação, ou seja, são fatores esperados na relação de trabalho. Ex: remuneração, benefícios sociais, tipo de chefia, condições físicas e ambientais do trabalho, regulamentos internos, entre outros. De maneira geral, o desempenho e ações tomadas pelo indivíduo são melhorados por estímulos externos; porém, esses mesmos estímulos não o motiva. • Fatores Motivacionais (intrínsecos/ satisfacientes) Estão dentro do indivíduo, envolvem sentimento de crescimento individual, reconhecimento profissional e autorrealização gerados através de seus atos. Uma importante relação sobre as teorias das necessidades humanas que precisa ser comentada é entre as teorias de Maslow e Herzberg. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 34 de 83 Após a análise da figura acima, identificamos que as necessidades fisiológicas, de segurança e algumas das necessidades sociais são consideradas fatores higiênicos (de desmotivação), pois a satisfação destas necessidades do indivíduo é considerada básica. Por outro lado, a ausência da satisfação destas necessidades não motiva ninguém, pelo contrário, gera a desmotivação. Já as necessidades sociais, as necessidades de estima e as necessidades de autorrealização são fortes fatores motivacionais, ou seja, na ausência dessas necessidades satisfeitas, as pessoas batalham para tê-las satisfeitas, motivando- as a alcançar seus objetivos. TEORIA DAS NECESSIDADES DE MCCLELLAND Desenvolvida por David McClelland, enfoca três necessidades importantes que ajudam a explicar a motivação: ••• Necessidade de Realização (Competir) – busca da excelência, de realização com relação a determinados padrões, ímpeto para alcançar sucesso. ••• Necessidade de poder (Exercer influência) – necessidade de fazer que os outros se comportem de um modo que não o fariam naturalmente. ••• Necessidade de afiliação (Relacionar-se)– desejo de relacionamentos interpessoais próximos e amigáveis. Primeiro, os indivíduos sentem-se altamente motivados quando o trabalho tem bastante responsabilidade, feedback e um grau médio de riscos. Os grandes realizadores, por exemplo, são muito bem sucedidos em atividades empreendedoras, como gerenciar o próprio negócio ou uma unidade de negócios de uma grande organização. Segundo, uma grande necessidade de realização não faz de alguém, necessariamente, um bom gestor, em especial nas grandes Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 35 de 83 organizações. Essas pessoas estão mais interessadas em se sair melhor sob o ponto de vista pessoal, e não em convencer os outros a melhorar o desempenho. Vendedores com alto grau de realização não são necessariamente bons gerentes de vendas, e os bons gerentes gerais de grandes empresas não costumam ter uma alta necessidade de realização. Terceiro, as necessidades de poder e de afiliação costumam estar intimamente ligadas ao sucesso gerencial. Os melhores gestores têm alta necessidade de poder e baixa necessidade de afiliação. De fato, uma grande motivação pelo poder pode ser considerada um requisito para a eficácia administrativa. 5.1.2. TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DA MOTIVAÇÃO As Teorias Clássicas, apesar de muito conhecidas, infelizmente não resistiram a uma análise mais detalhada ou perderam sua aceitação. Em comparação, existe uma série de Teorias Contemporâneas que possuem um razoável grau de validação empírica, isso não significa que estejam inquestionavelmente corretas. As Teorias Contemporâneas representam o que de mais avançado existe atualmente para explicar a motivação dos trabalhadores. Conforme o livro Comportamento Organizacional dos autores Stephen P. Robbins, Timothy A. Judge e Filipe Sobral, destacam-se as seguintes Teorias CONTEMPORÂNEAS da Motivação: Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, GESTÃO ORGANIZACIONAL PARA ANAC - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO (ÁREA 1) Prof a . Lilian Lima Quintão www.pontodosconcursos.com.br 36 de 83 TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA Essa teoria sustenta que a introdução de recompensas externas, como pagamento, para trabalhos que eram anteriormente gratificantes apenas por seu conteúdo, tendem a reduzir a motivação intrínseca para realizá-los. A Teoria da Avaliação Cognitiva defende que as recompensas extrínsecas reduzem o interesse intrínseco em uma tarefa se elas foram vistas como forma de controle da organização sobre o comportamento dos trabalhadores. Quando alguém é pago por um trabalho, tem a impressão de que aquilo é menos uma coisa que ele quer fazer e mais uma coisa que ele tem de fazer. A Teoria da Avaliação Cognitiva baseia-se na Teoria da Autodeterminação. Esta última sustenta que as pessoas, além de serem guiadas por uma necessidade de autonomia (ou autodeterminação) e, consequentemente, determinarem o próprio comportamento, também buscam maneiras de adquirir competências e relacionamentos positivos com os outros. Um grande número de estudos tem sustentado ambas as teorias. Como veremos, as principais implicações delas estão relacionadas às recompensas no trabalho. Quando as organizações utilizam recompensas extrínsecas, como prêmios por um desempenho superior, os funcionários podem deixar de sentir que estão fazendo um bom trabalho por causa de seu desejo intrínseco de se superar, mas porque é isso o que a organização quer deles. A eliminação da recompensa extrínseca pode substituir a explicação externa do motivo que alguém tem para realizar determinada tarefa. Estudos recentes que examinaram como as recompensas extrínsecas aumentaram a motivação para certas tarefas criativas sugerem que talvez precisemos colocar as implicações da teoria da avaliação cognitiva sob um contexto mais amplo. Estabelecer objetivos é mais eficiente para aumentar a motivação, por exemplo, quando há recompensas para alcançá-los. Os autores originais da teoria da avaliação cognitiva admitem que recompensas extrínsecas, como elogios e feedback sobre a competência de alguém, podem aumentar até mesmo a motivação intrínseca sob determinadas circunstâncias. Isso está de acordo com o tema central da teoria: as recompensas e os prazos diminuem a motivação quando são vistos como coercitivos e como uma forma de controle imposto pela organização. Um desenvolvimento recente da teoria da avaliação cognitiva é a AUTOCONCORDÂNCIA, que considera o grau em que as razões das pessoas para perseguir objetivos são coerentes com seus interesses e valores essenciais. Se os indivíduos perseguem objetivos por causa de um interesse intrínseco, provavelmente tenderão a atingi-los e se contentarão mesmo que não o consigam porque o processo de lutar por eles é divertido. Além disso, as pessoas que perseguem objetivos por razões extrínsecas (dinheiro, status ou outros benefícios) têm menor probabilidade de alcançá-los e ficam menos felizes mesmo quando os atingem porque as metas são menos significativas para eles. As pesquisas em comportamento organizacional sugerem que as pessoas que perseguem objetivos profissionais por razões intrínsecas são mais satisfeitas com seu trabalho, sentem que se adaptam melhor às suas organizações e podem apresentar melhores desempenhos. Aula 1 GESTÃO DE PESSOAS, EDUCAÇÃO, TREINAMENTO
Compartilhar