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O Sistema de Emergências Médicas Aspectos legais e éticos nos atendimentos de emergência Sistema integrado de emergência médica Símbolo internacional da emergência médica e cada um dos seus braços tem um significado específico Sistema de emergência médica Conceito • Conjunto de ações programadas e coordenadas que juntamente com recursos humanos e materiais possam prestar cuidados de saúde eficazes em situações de doença súbita, acidentes, catástrofes, ... (Pinto et al, 2002) SBV hospital de referência SAV Componentes do Sistema de Emergência Médica 1- ALERTA – rede de telecomunicações 2- SOCORRO – imediato, por pessoas preparadas 3- TRANSPORTE – terrestre, aéreo, marítimo 4- UNIDADES DE SAÚDE DE EVACUAÇÃO – localização estratégica, complementarização dos cuidados BATUCA (1996) Objetivos do Atendimento de Emergência • Identificar alterações das funções vitais – parada cardíaca e ventilatória, hemorragia, sinais e sintomas de choque, lesões cerebrais e medulares; • Avaliar sinais vitais; • Detectar alterações morfológicas e funcionais; • Estabilizar e reverter situações de emergência; Serviço de Atendimento Médico de Urgência • Ao solicitar o número 192, a chamada é recebida pelo Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM), a qual se responsabiliza por coletar dados como identificação do usuário, situação do paciente, local de cena, repassando as informações à Regulação Médica. • O regulador, profissional médico, responsabiliza-se por avaliar a ocorrência e gravidade do paciente, determinando o tipo de assistência: se há necessidade de enviar viaturas e qual especialidade de equipe encaminha ao local, orientando-a durante o atendimento Sistema de Resgate • Suporte Básico de Vida (SBV) - tripulação composta de motorista e técnico de enfermagem; • Suporte Avançado de Vida - motorista, médico e enfermeiro; • Aeronave de Transporte Médico - contendo piloto, médico e enfermeiro; • Embarcação de Transporte Médico, a qual presta atendimento de suporta básico ou avançado Unidade de Resgate (UR) • Tripuladas por socorristas do Corpo de Bombeiros - Técnicos em Emergências Médicas; • Chamados de menor gravidade e devem seguir as orientações constantes no Protocolo de Atendimento Pré-hospitalar - APH; • Ao socorrista compete prestar o Suporte Básico de Vida ao paciente no local do acidente bem como monitorar sinais vitais fornecendo ao médico controlador da Central de Operações informações vitais para que este determine as medidas mais adequadas para cada caso. Unidade de Suporte Avançado • Tripuladas por médicos e enfermeiros O Suporte Avançado de Vida (SAV) atende casos que demandam maior complexidade de atendimento Exemplos de traumas graves e paradas cardiorrespiratórias, onde a gravidade expõe o paciente ao risco aumentado de óbito ainda em cena Aspectos Éticos e Legais O atendimento de emergência configura uma forma de atendimento em que as decisões devem ser tomadas em um intervalo curto de tempo Os profissionais não são escolhidos pelos pacientes , intervenções invasivas e de risco podem ser, algumas vezes, mal informadas ao paciente ou familiares A falta de um ambiente adequado para a troca de informações confidenciais impede maior aproximação da relação entre profissional/paciente Aspectos Éticos e Legais • RESPONSABILIDADES DO PROFISSIONAL Evitar negligencia (omissão ou a não observância de determinados deveres), imperícia (omissão de cautela, precipitação ou audácia do ato médico) e imprudência (inaptidão, ignorância, falta de destreza ou insuficiência de conhecimento técnico) • CONSENTIMENTO INFORMADO • não é frequente pela própria situação a obtenção de um documento de consentimento informado • RESPONSABILIDADE DO PACIENTE • Fidelidade, confidencialidade e veracidade das informações prestadas Aspectos Éticos e Legais • RESPONSABILIDADE CIVIL • O Código Civil normatiza que aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, sendo obrigado a reparar o dano. • A medicina deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza. • RESPONSABILIDADE ÉTICA • O atendimento de urgência é uma obrigação do Estado, devendo assegurar o controle de qualidade profissional de todos os que atuam no setor de emergência • PRIORIDADE DO ATENDIMENTO • deverão ser atendidos prioritariamente os mais graves mas todos devem ser atendidos Aspectos Éticos e Legais • GREVE NOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA • É vedado, portanto, aos serviços de emergência a utilização da greve (suspensão das atividades) • GREVE DE MÉDICOS RESIDENTES • Código de Ética Médica assegura o direito à paralisação dos residentes. Entretanto, se o residente está no local e há uma emergência, ele, como médico que é, não se pode furtar ao atendimento • SUPERLOTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA • Responsabilidade do Estado a contratação de leitos, medicamentos entre outros. • É fundamental que o médico, atuando num serviço de emergência superlotado, possa transferir aos órgãos competentes (direção técnica e gestores públicos) e não ao paciente a dificuldade da prestação do serviço Aspectos Éticos e Legais • TESTEMUNHAS DE JEOVÁ • É vedado ao médico efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e consentimento prévio do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente perigo de vida • ORDEM DE NÃO REANIMAÇÃO • visa a respeitar a autonomia de pacientes e familiares e evitar a adoção de medidas que comprometam a dignidade humana. • A ONR não constitui normativa a ser seguida indiscriminadamente e não existe responsabilidade ética sobre a decisão tomada Aspectos Éticos e Legais • DEVERES DO MÉDICO E DO HOSPITAL EM RELAÇÃO AO PRONTUÁRIO • Quatro são os princípios básicos das informações contidas no prontuário: • integridade (apenas pessoas autorizadas podem modificar as informações), • confidencialidade (as informações devem estar restritas a um grupo de pessoas autorizadas); • disponibilidade (as informações devem estar disponíveis quando solicitadas, entretanto viola a ética a entrega de prontuário a companhia seguradora responsável pelo reembolso das despesas/Recurso Especial 159527-RJ); • legalidade (o prontuário deve atender aos aspectos éticos e legais das informações, devendo estar disponível também a determinado perito nomeado por um juiz) Emergência x Urgência Emergência: ‘processo com risco iminente de vida, diagnosticado e tratado nas primeiras horas após sua constatação’. Exige que o tratamento seja imediato diante da necessidade de manter funções vitais e evitar incapacidade ou complicações graves. Representa situações como choque, parada cardíaca e respiratória, hemorragia, traumatismo crânio-encefálico etc; Urgência: ‘um processo agudo clínico ou cirúrgico, sem risco de vida iminente’. Nesse caso há risco de evolução para complicações mais graves ou mesmo fatais, porém, não existe um risco iminente de vida. Representa situações como fraturas, asma brônquica, transtornos psiquiátricos, etc Exemplo Avaliação Inicial da Cena A regra dos três “S”: Scene, Security, Situation • Cena do Acidente (Scene) • começa a planejar mentalmente as ações antes mesmo de chegar à cena da emergência. • A Central de regulação repassa as primeiras informações do evento subsidiando a equipe de socorro com o máximo de informações possíveis, colhidas junto ao solicitante da ocorrência. • No local o socorrista deve avaliar todo cenário. • A equipe deve analisar a cena observando tudo à volta, os riscos potenciais que o local oferece à operação e se irá necessitar de mais recursos no local. • Passos para avaliação da cena: 1. Qual é a situação? (estado atual) 2. Para onde pode evoluir? (potencial) 3. Como controlá-la? (operação e recursos) • A cena deve ser avaliada constantemente A regra dos três “S”: Scene, Security, Situation • Segurança (Security) • o principal fator aser observado é a segurança da equipe. • Nenhuma tentativa de resgate deve ser efetuada se qualquer integrante não portar EPI que o cenário exige, e jamais devem ser autorizadas equipes não preparadas para realizar atividades as quais não estejam ambientadas. • As guarnições de resgate devem preocupar-se com o trânsito no local da ocorrência. Para estes casos, é de extrema importância o bom posicionamento das viaturas e dos dispositivos de sinalização (cones). • As condições climáticas e de luminosidade também interferem bastante na segurança das equipes que estejam atuando, por isso devem ser redobrados os cuidados sempre em condições climáticas ou de luminosidade adversas. A regra dos três “S”: Scene, Security, Situation • Situação (Situation) • A situação é verificada após a análise da segurança da equipe e das vítimas no cenário de emergência, onde se deve analisar o contexto e tentar descobrir • o que ocorreu na cena, • os motivos que levaram à solicitação, • entender ou procurar entender a cinemática do trauma, • buscar informações das vítimas (quantidade, idade, sexo), se será necessário apoio de viaturas e equipamentos no local ou até mesmo apoio de outros órgãos e profissionais, • para onde serão transportadas as vítimas, dentre outras informações julgadas pertinentes pela equipe. Sinais Vitais Sinais Vitais • São aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal • É a expressão aplicada a verificação de: • Temperatura • Freqüência cardíaca • Freqüência respiratória • Pressão arterial • Dor Temperatura • Proveniente do calor produzido pela atividade metabólica • Verifica o equilíbrio entre produção e eliminação do calor Regulação Temperatura • Oral - Termômetro próprio (individualizado); - O bulbo deverá ser colocado sob a língua e seguro com os lábios fechados, posicionado-o na lateral da boca. - Deixar o termômetro por 3 mim. - Valor normal: 36,1°C a 37,5°C Temperatura Axilar Valores: •Hipotermia: abaixo de 35°C •Normotermia: entre 36°C e 36,8°C •Febrícula: entre 36, 9°C e 37,4°C •Estado febril: entre 37,5° e 38°C •Febre: entre 38°C e 39°C •Pirexia ou Hipertermia: entre 39,1°C e 40°C •Hiperpirexia: acima de 40°C Sinais e Sintomas - Febre • Pele rosada, quente ao toque • Inquietação ou sonolência excessiva • Irritabilidade • Anorexia • Aumento da transpiração • Cefaléia • Calafrios • Dores pelo corpo • FC e FR acima do normal • Desorientação e confusão mental – com T muito altas • Convulsões – em bebês e crianças Sinais e Sintomas - Hipotermia • Tremores • Pele fria e pálida • Apatia • FC e FR baixo do normal • Alteração do nível de consciência Pulso Sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas, causada pelo lançamento do sangue pelo ventrículo esquerdo para a aorta, provocando oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial. Portanto o pulso é a contração e expansão alternada de uma artéria. Pulso Apical: Sobre o ápice do coração (com estetoscópio) Vítima Inconsciente: •Pulso Carótido - (Adultos e Crianças acima de 1 ano) Palpar a cartilagem tireóide (pombo-de-adão) e deslize os dedos lateralmente até sentir o pulso. •Pulso Femoral O pulso nessas artérias persistirão, mesmo quando a hipotensão e hipoperfusão periférica. Neonatos e menores de 1 ano Pulso Braquial Qual a diferença de Pulso e Frequência cardíaca? Frequência Cardíaca Verificar a freqüência: - Varia de acordo com a idade • Valor normal em adultos - NORMOCARDIA: 60 a 100 bpm • FC acelerada – TAQUICARDIA: > de 100 bpm • FC lenta – BRADICARDIA: < 60 bpm • Criança: FC maior que em adultos. Verificar o ritmo: - refere-se ao intervalo entre as pulsações • Rítmico • Arrítmico Arritmia ou disritmia: padrão irregular de batimentos Verificar o volume: - refere-se à quantidade de sangue bombeada a cada contração cardíaca. Ausente Normal Fino ou filiforme Cheio: padrão regular • Fino: padrão irregular Respiração (FR) • Ventilação – movimento do ar que entra e sai do tórax (inspiração e expiração) • Respiração – troca de oxigênio e dióxido de carbono FR = quantidade de ventilações que ocorrem em um minuto (inspiração + expiração) • Ritmo • Amplitude Respiração • EUPNEICO - respiração normal - freqüência, profundidade e ritmo normais para a idade. • 12 a 20 irpm (ou rpm ou mov/min) – varia conforma autores • BRADPNEICO - Respiração mais lenta que o normal para a idade (<12) • TAQUIPNEICO - Respiração mais rápida que o normal para a idade (>20) Frequência Respiratória BEBÊ : 30 – 60 movimentos respiratórios por minuto, (mrpm). CRIANÇA: 20 – 30 mrpm ADULTO: 12 – 20 mrpm Pressão Arterial (PA) • É a força exercida pelo sangue no interior das artérias • Sua medida compreende a verificação máxima ou sistólica e a pressão mínima ou diastólica • Pressão sistólica (PAs) - pressão no sistema arterial quando o VE se contrai. • Pressão diastólica (PAd) – reflete a pressão remanescente no interior das artérias quando os ventrículos estão relaxados. • Pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. • Ela é medida em milímetros de mercúrio.Com esta medida, são determinadas duas pressões: • Máxima: Quando o coração se contrai, temos uma pressão máxima (sistólica) • Mínima: Quando ele se dilata, temos uma pressão mínima (diastólica) • A pressão arterial é transcrita com o valor da pressão sistólica seguido por uma barra e o valor da pressão diastólica. Por exemplo: 120/80mmHg (milímetros de mercúrio) – Lê-se: cento e vinte por oitenta. • Valor ótimo de pressão arterial: <120 x 80 mmHg • Valor normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg • Valor limítrofe de pressão arterial: 130 -139 e 85-90 mmHg PA – Locais para verificação • Acima da artéria braquial - MMSS • Acima da artéria poplítea – quando não puder utilizar ambos os braços - MMII PA - Equipamento • Esfigmomanômetro Manguito Manômetro Pêra PA - Equipamento • Estetoscópio Olivas auriculares Armação Metálica Tubos de borracha Campânula Diafragma Pressão arterial Idade Valores médio RN 71/65 mmHg Lactente 95/58 mmHg 2 a 5 anos 101/57 mmHg Medidas anormais da PA HIPERTENSÃO – pressão arterial elevada • Possíveis causas: ansiedade, obesidade, doenças vasculares, AVE, doenças renais • HIPOTENSÃO: pressão arterial abaixo do normal • Possíveis causas: choque, hemorragia, efeito secundário a drogas, hipovolemia Normal = Normotenso Hipo/Hiper (T, PA) Bradi/Taqui (FC, FR) Baixo Hipotérmico Hipotenso Bradicárdico Bradipneico Normal Normotérmico (afebril) Normotenso Normocárdico Eupneico (normopneico) Alto Hipertérmico Hipertenso Taquicárdico Taquipneico Sufixos: - Temperatura = termia - Pressão = tenso - FC = cárdico - FR= pneico Temp: 36-37,4ºC PA: maior que 90x60 – menor que 140X90 mmHg FC: 60-100 bpm FR: 12 a 20 irpm Obrigada
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