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Resposta a acusaçaõ - Layane Cardoso

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIARIA DE CEILÂNDIA –DF 
Autos do Processo nº 2019.07.01.02222-5
Patrícia Diana já qualificada nos autos da ação penal em epígrafe vem perante Vossa Excelência por meio de seu advogado constituído, procuração anexa, com fulcro nos artigos 396 e 369 A ambos do Código de Processo Penal – CPP, oferecer:
Resposta à acusação
Pelos fatos e fundamentos jurídicos abaixo exposto 
I- Dos fatos 
Patrícia Diana no dia 03 de janeiro de 2015 tinha um encontro com um rapaz que estava conhecendo pela internet, naquela tarde ao chegar do trabalho na casa de Meyre Jane teve a ideia de pegar um dos vestidos da Dona Cleuza irmã de sua patroa para ir ao encontro em vista que era uma vestimenta de baixo custo entorno de R$30,00 (trinta reais), imaginando que não teria problema já que a dona era uma mulher de posses e teria vários no mesmo modelos e logo após seu encontro devolveu o vestido aonde encontrou sem nenhum defeito. 
No dia seguinte do ocorrido Dona Cleusa efetuo um boletim de ocorrência contra sua funcionaria após uma vizinha informar que viu Patrícia com seu vestido, assim sendo indiciada pelo crime previsto no artigo 155 do Código Penal e no dia 02 de janeiro de 2019 foi denunciada pela prática de infração penal. 
II- Do direito 
II.1 Das preliminares e nulidades 
II.1.1 Da preliminar de extinção de punibilidade por prescrição 
Preliminarmente, Patrícia Diana foi denunciado no dia 02 e janeiro de 2019 pelo crime de furto tipificado no artigo 155 do código penal que tem pena máxima de quatro anos, nos termos do artigo 109 IV do mesmo código prevê que prescreve em oito anos os crimes com pena máxima de quatro ano, o prazo prescricional segundo o artigo 111 I também do código penal começa a correr no dia em que o crime consumou e conforme o artigo 117 I do código penal o termino do prazo se dar com o recebimento da denúncia. 
Entretanto, na data do fato a agente era menor de 21 anos reduzindo o prazo prescricional pela metade conforme artigo 115 do Código Penal sendo assim o ato cometido aconteceu no dia 03 de janeiro de 2015 o Estado teria até o dia 02 de janeiro de 2019 para receber a denúncia contudo só foi recebida no dia 08 de fevereiro de 2019 consequentemente o crime está prescrito. 
Sobre essa visão a lição de EDILSON MOUGENOT BONFIM e de FERNANDO CAPEZ (“Direito Penal – Parte Geral”, p. 853, item n. 13.13, 2004, Saraiva):
 “O reconhecimento da prescrição impede o exame do mérito, uma vez que seus efeitos são tão amplos quanto os de uma sentença absolutória. Ademais, desaparecido o objeto do processo, este não encontra justificativa para existir por mais nenhum segundo. Trata-se de uma preliminar (de mérito), cujo acolhimento inviabiliza a existência da relação jurídica processual e, por conseguinte, o subsequente julgamento do ‘meritum causae’. ”
Nesses termos o agente deve ser absorvido sumariamente baseado no artigo 397 IV do Código de Processo Penal e 107 IV do Código Penal.
II.1.2 Das nulidades
II.1.2.1 Da nulidade no recebimento da denúncia por ausência da suspensão condicional da pena 
O crime de furto simples imputado a acusada tem pena mínima de reclusão de 1 ano e máxima de 4 anos, autorizando o oferecimento do benéfico da suspensão condicional do processo conforme artigo 89 da Lei número 9.009-1995. Sobre o assunto segue oportuno entendimento Judicial:
STJ, 5ª Turma, HC 131108 (18/12/2012): 
“O juízo competente deverá, no âmbito de ação penal pública, oferecer o benefício da suspensão condicional do processo ao acusado caso constate, mediante provocação da parte interessada, não só a insubsistência dos fundamentos utilizados pelo Ministério Público para negar o benefício, mas o preenchimento dos requisitos especiais previstos no art. 89 da Lei n. 9.099/1995. A suspensão condicional do processo representa um direito subjetivo do acusado na hipótese em que atendidos os requisitos previstos no art. 89 da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Por essa razão, os indispensáveis fundamentos da recusa da proposta pelo Ministério Público podem e devem ser submetidos ao juízo de legalidade por parte do Poder Judiciário. ”
Conclui-se, que a suspensão condicional da pena e direito subjetivo do réu desde que preenchidos os requisitos, a agente dessa ação se encaixa perfeitamente nesse instituto sendo ela ré primara, com bons antecedentes e pena mínima do crime que está sendo acusada de um ano estando em conexão com o artigo 89 da lei 9.0099/95, devendo ser concedido a Suspensão Condicional do Processo e seja rejeitada a denúncia pelo artigo 397 IV do Código de Processo Penal.
II.2 Do mérito 
II.2.1 Da absolvição sumária por atipicidade da conduta por furto de uso 
O furto é um crime tipificado no artigo 155 do Código Penal que exige o “animus furandi” que é a intenção de ter a coisa para si ou para outrem. O furto de uso defendido pelo jurisprudência e doutrina pela perspectiva de Bueno e Contanze (2009): 
“O furto de uso é definido por dois requisitos: o objetivo de fazer uso momentâneo da coisa e a devolução voluntária da res em sua integralidade”
O furto de uso se configura como fato atípico por não está tipificado em nosso Código Penal, no caso em analise Patrícia Diana usou momentaneamente o vestido durante pequeno lapso de tempo e devolveu no mesmo estado em que a coisa foi pega não havendo em nenhum momento a intenção de ficar com a coisa, ou seja, Excelência, não houve o dolo na conduta, não se caracterizando como furto devendo o réu ser absolvido sumariamente segundo artigo 397 II do Código de Processo Penal.
II.2.2 Da absolvição sumária por atipicidade pelo princípio da insignificância
Para aplicação do princípio da insignificância deve ser analisado quatro requisitos: a mínima ofensividade da conduta, a inexistência de periculosidade social do ato, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão provocada estando ligado diretamente com a tipicidade material da ação sendo relevante gravidade da conduta, devendo a intervenção do Direito Penal ser acionado quando existir um dano relevante lesivo
No caso, existe a mínima ofensividade da agente que apropriou de um vestido no valor de R$30,00 (trinta reais), sendo o reconhecimento da atipicidade da conduta insignificante perante a ótica social. Vale ressaltar que a vítima é uma mulher de posse constituindo que a não teve prejuízo algum. Nesse mesmo enquadramento entende o Ministro Gilmar mendes ao julgar ação semelhante ao caso em abstrato onde a ré havia furtado um sapato no valor de R$99,90 no HC 144551. O Ministro Gilmar Mendes, ponderou:
“Não é razoável que o Direito Penal e todo o aparelho do estado-polícia e do estado-juiz movimentem-se no sentido de atribuir relevância à hipótese de furto de um par de sapatos femininos avaliado em R$ 99,00 (noventa e nove reais). Isso porque, ante o caráter eminentemente subsidiário que o Direito Penal assume, impõe-se sua intervenção mínima, somente devendo atuar para proteção dos bens jurídicos de maior relevância e transcendência para a vida social. Em outras palavras, não cabe ao Direito Penal, como instrumento de controle mais rígido e duro que é, ocupar-se de condutas insignificantes, que ofendam com o mínimo grau de lesividade o bem jurídico tutelado.”
Nesse sentido, pugna o reconhecimento do princípio da insignificância, uma vez que o caso em tela verifica se perfeitamente apropriada tal pretensão, assim requer a absolvição sumária do réu nos termos do artigo 397 III do Código de Processo Penal.
III- Dos Pedidos
Por todo o exposto requer o regular recebimento da resposta à acusação apresentada, para: 
a. Preliminarmente, extinção da punibilidade pela prescrição conforme artigo 107 IV do Código Penal e absolvido sumariamente pelo artigo 397 IV do Código de Processo Penal
b. Preliminarmente ainda, que declare a nulidade do recebimento da denúncia pela ausência a suspensão condicional do processo e seja rejeitada a exordial acusatória 
c. Que o réu seja absolvido sumariamentepor atipicidade da conduta conforme artigo 397 II do Código de Processo Penal.
d. Por fim, a defesa arrola as testemunhas em anexo e pugna a intimação delas 
Rol de Testemunhas 
Nome... Qualificação...
Nome... Qualificação...
Nome... Qualificação...
Nestes Termos,
Pede Deferimento
27 de novembro de 2019
Advogado/OAB

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