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Psicologia, ciencia e profissao- Psicologia Hospitalar

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Universidade São Judas Tadeu 
 Psicologia
 Seminário sobre Saúde Hospitalar
 Psicologia, Ciência e Profissão 
Prof. Alexandre dos Santos 
 
Laís Rocha -820140749
 Fábia Santos -
 Tatiana Dalan- 820143916
 
Vitória Andrade – 819116126 (Não tem essa aula)
 São Paulo
 2020
Sumário
1. Introdução à Psicologia Hospitalar
2. Psicologia Hospitalar no Brasil 
Fontes consultadas
Introdução 
Ao contrário de outros países, no Brasil, “o trabalho de psicólogos dentro dos hospitais, é chamado de psicologia hospitalar” (TONETTO e GOMES, 2020). “No qual o profissional, atua no setor secundário e terciário da saúde” (CASTRO e BORNHOLDT, 2004). Segundo o Conselho Regional de Psicologia (CRP), o profissional irá atuar em instituições de saúde, participando na prestação de serviços e também em instituições de ensino superior e/ou centros de estudo e de pesquisa, atendendo a pacientes, familiares e/ou responsáveis pelo paciente, membros da equipe multiprofissional e eventualmente administrativa. 
Nos EUA, o início da Psicologia Hospitalar (umas das áreas que compõe a Psicologia da Saúde no país) se deu pós Segunda Guerra Mundial, onde se observou a necessidade de profissionais mais capacitados para lidar com os pacientes hospitalizados. E a partir disso, a área foi crescendo até ganhar o mérito e a notoriedade que tem nos dias atuais, como sendo fundamental para o tratamento dos pacientes (AZEVÊDO e CREPALDI, 2016). 
No Brasil, a ideia de introduzir esses profissionais nos hospitais começou na década de 50, no Hospital das Clínicas, com a pedagoga Matilde Néder. Ela realizava acompanhamento psicológico em crianças no pré e pós-operatório de cirurgias. A partir disso, vários trabalhos foram sendo realizados como o de Célia Zannon, que elaborou a primeira tese de doutorado voltada para essa área: "O comportamento de crianças hospitalizadas e a rotina hospitalar: subsídios para atuação do psicólogo junto à equipe de pediatria", sendo esse, o início da pesquisa em Psicologia Hospitalar (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016). 
Com os avanços e reconhecimentos na área, ao final da década de 80, houve um movimento para determinar a Psicologia Hospitalar como uma especialidade dentro da psicologia, porém, apenas no ano de 2000 o Conselho Federal de Psicologia (CFP) a reconheceu como tal (TONETTO; GOMES, 2005).
Apesar das conquistas a serem reconhecidas no Brasil, para Castro e Bornholdt (2004), a Psicologia Hospitalar é inexistente em outros países, sendo similar a denominada, Psicologia da Saúde, no entanto, as duas não são iguais. A Psicologia da Saúde, atua nas intervenções primárias, secundárias e terciarias no âmbito sanitário, e tem a função de entender como fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença. O profissional dessa área, pode atuar em diversos lugares da sociedade, realizando a promoção e educação sobre saúde, prevenindo doenças.
 No Brasil, é usado o termo “Psicologia Hospitalar”, muito provavelmente devido ao o seu contexto histórico, no qual, desde a década de 40, as políticas públicas priorizam os hospitais. Para muitos autores, o termo é referente ao local de trabalho e não a atividade exercida, o que é um equívoco, afinal, a Psicologia Hospitalar seria apenas um dos campos de atuação da Psicologia da Saúde. As práticas da especialidade (Psicologia Hospitalar) junto a psicologia, resultam em um melhor tratamento ao paciente hospitalizado (CASTRO; BORNHOLDT, 2004).
Psicologia Hospitalar no Brasil
 A Psicologia Hospitalar no Brasil é considerada uma nova área de atuação. A reivindicação para a profissionalização da área inciciou na década de 80, porém só foi concretizada em dezembro do ano 2000. Atualmente o trabalho da psicóloga tem o objetivo de intervervir e não de atuar na prevenção e cuidado com a saúde mental. Em hospitais particulares é muito comum a atuação dos psicólogos na intervenção de pacientes.A profissional atua a partir da demanda exigida pela equipe médica, quando solicitado tem o papel de realizar uma avaliação sobre a queixa, e se for confirmada a necessidade de intervenção. É necessário o consentimento do paciente para executá-la, o atendimento ao paciente é realizado individualmente e, em alguns casos, seus familiares também recebem o tratamento. 
O objetivo da intervenção oscila entre: avaliar o estado emocional do paciente; esclarecer dúvidas quanto ao diagnóstico e hospitalização; amenizar angústias e ansiedades frente a situações desconhecidas; trabalhar vínculo mãe-bebê; trabalhar aspectos da sexualidade envolvidos na doença e no tratamento; preparar para cirurgia; garantir adesão ao tratamento; auxiliar na adaptação à condição de vida imposta pela doença; orientar os pais sobre maneiras mais adequadas de informar as crianças sobre a hospitalização ou morte de um familiar; e facilitar o enfrentamento de situações de luto e de morte. (Tonetto e Gomes, 2005, p.283)
Falta de espaço físico é uma questão muito presentes nas psícólogas que trabalham em hospitais. Em muitas situações não têm uma sala específica e trabalham visitando os pacientes em seus leitos. O contato com o paciente é algo extremamente enriquecedor e importante para o psicólogo, mas a falta de um lugar físico pode se tornar um obstáculo para a conlidação da importência do seu trabalho. Outro fator importante é que se a profissional atuar com a psicanálise, ela precisará de um lugar reservado para atender os pacientes. 
Foi realizada uma pesquisa com sete profissionais que atuam em hospitais. Efetuaram uma análise qualitativa, seguindo esses norteadores: descrição, análise indutiva e análise crítica:
A descrição ressaltou como demandas psicológicas: dúvidas e apreensões quanto ao diagnóstico e hospitalização; preparação para cirurgia; adesão ao tratamento; adaptação à nova condição de vida; e enfrentamento de situações de risco, morte e luto. O modelo de intervenção é clínico, em geral obtido em centros de formação psicoterapêutica. A análise indutiva destacou que psicólogos hospitalares com maior autonomia e com auxílio de estagiários de psicologia introduziram maiores adaptações nas formas de atuação. A análise crítica reconheceu tratar-se de nova área de atuação, mas indicou que as ferramentas utilizadas são decorrentes e comuns a outros contextos profissionais. (Tonetto e Gomes, 2005, p.283)
Vide tabela abaixo:
	Psicóloga
	Idade
	Tempo de atuação
	Carga horária hospitalar
	Natureza do hospital
	Atividade complementar
	A1
	37 anos
	6 anos
	40 horas/semanais
	Particular
	Clínica
	A2
	33 anos
	4 anos
	40 horas/semanais
	Particular
	Clínica
	B1
	29 anos
	5 anos
	30 horas/semanais
	Público/Escola
	Consultório
	B2
	37 anos
	12 anos
	30 horas/semanais
	Público/Escola
	Consultório
	C1
	45 anos
	19 anos
	30 horas/semanais
	Público
	–
	C2
	45 anos
	16 anos
	30 horas/semanais
	Público
	Consultório
	D1
	23 anos
	4 anos
	20 horas/semanais
	Misto
	Consultório
PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 36, n. 3, pp. 283-291, set./dez. 2005
Essa tabela possui informações muito importantes, praticamente todas as profissonais exercem outra função além do trabalho nos hospitais, o que pode gerar uma sobrecarga profissional. Além disso, acarga horária é maior nos hospitais particulares do que na rede pública (SUS). 
Parte das profissionais realizaram cursos de pós-graduação para atuar nos hospitais e acharam apenas a gradução insuficiente para as demandas exigidas no trabalho. 
As entrevistadas consideram que os conteúdos trabalhados no curso de graduação foram insuficientes e, em alguns casos, inadequados, no sentidode capacitá- las para atuar em hospitais. Uma das estratégias utilizadas para suprir tal falha foi recorrer aos grupos de formação. Deste modo, a orientação teórica das participantes variou conforme a predominância temática das formações locais: psicanálise freudiana, psicanálise lacaniana, e teoria sistêmica. Parte das profissionais recorreu ainda a cursos de pós-graduação latu sensu em psicologia hospitalar, ou mesmo pós-graduação stricto sensu em áreas afins. (Tonetto e Gomes, 2005, p.288)
Além de julgarem a graduação insuficiente, os cursos de pós-gradução, mestrado ou doutorado de o obejtivo que consolidar a importância da área e produzir material para pesquisa. Justificar a atuação das psicólogas em hospitais é algo presente na rotina das entrevistadas. 
Parte das psicólogas entrevistadas mostrou interesse em realizar pesquisas, mas reconheceram que, no momento, o desenvolvimento desta atividade em hospitais é restrito. A pesquisa resume-se a trabalhos de conclusão de curso e a investigações realizadas para fins práticos, sem rigor metodológico. Segundo as entrevistadas, isto se deve a dificuldade de conciliar a prática de pesquisa com as demais atividades que realizam no âmbito hospitalar. Psicólogas interessadas em produzir conhecimentos que contribuam para a quali ficação da psicologia hospitalar têm recorrido a cursos de mestrado. (Tonetto e Gomes, 2005, p.289)
 Além das informações obtidas pelos artigos e outras fontes consultadas, entrevistamos duas psicólogas que já atuaram em hospitais, Érica Mello e Letícia Bueno, e ambas ressaltaram o trabalho com equipes multidisciplinares nos hospitais.
Também realizava grupo com os cuidadores dos pacientes e reuniões junto a equipe multidisciplinar. A proximidade com a equipe era muito importante, pois muitas vezes os profissionais podem ter dificuldade de compreender os impactos emocionais que interferem na adesão do tratamento, ou estratégias especificas necessárias para manejar pacientes com alterações cognitivas. No geral, a equipe era bem unida e aberta, e aprender os processos físicos também era algo muito importante para auxiliar nas expectativas do paciente com o tratamento. (Érica Mello CRM 06/11295-4)
Nós da psico fazemos parte da equipe multi do hospital e todos os dias nas unidades os médicos e líderes convocam reuniões para discutirem casos, o que cada profissional multidisciplinar tem elaborado, qual a visão e quais estratégias. Isso é bem bacana, pois desta forma toda a equipe fica ciente do trabalho que estamos desenvolvendo com nosso paciente e nosso trabalho como psico pode ter mais valor e visibilidade para os médicos, que por sua vez, nesta unidade contam com a gente. (Letícia Bueno CRM 06/157747)
No final dos anos 90, entrou em voga o trabalho de psicólogos em parceria com outros profissionais da saúde, formando assim equipes multidisciplinares. Essa prática teve início nos Estados Unidos na década de 70, quando as psicólogas iniciaram quipes com outros profissionais para cuidar de pacientes hopistalizados que apresentavam depressão “em 1978, a Califórnia foi o primeiro estado a inserir psicólogos nas equipes de saúde, o que possibilitou o crescimento significativo da profissão nas instituições hospitalares” (Dorken, 1993). No Brasil, essas são conhecidas como equipes de saúde.
Outro fator relevante da rotina de um psicólogo hospitalar é o trabalho com grupos de pacientes, principalmente quando os pacientes são crianças. “No hospital dia infantil, realizava grupos de mães e as crianças tinham condições diversas (transtornos de personalidade, espectro autista, psicose infantil, transtornos alimentares, entre outros) “ (Érica Mello CRM 06/11295-4). 
O objetivo dos grupos varia entre informar sobre determinada patologia e seu tratamento; assegurar adesão ao tratamento; auxiliar na adaptação às mudanças provocadas pelo atual estado de saúde; propiciar trocas de experiência entre pessoas que enfrentam dificuldades semelhantes; oportunizar contato com profissionais da equipe para esclarecer dúvidas; comunicar normas e rotinas de de- terminada unidade; e avaliar a qualidade do atendi- mento prestado. Em casos específicos, tem o objetivo de esclarecer sobre eventos que provocam mudanças na vida das pessoas, como a gravidez. Por vezes, a re- alização de grupos é dificultada por falta de espaço físico e horários viáveis. (Tonetto e Gomes, 2005, p.288)
A terceirização, supervisão de estagiários e acúmulo de função são outros pontos recorrentes na rotina dos hospitais. É muito comum psicólogas realizarem atividades que não fazem necessariamente parte da rotina. 
A diversificação das atividades do psicólogo e a abrangência de seu trabalho dependem de qualidades tais como flexibilidade, tolerância à frustração, e reconhecimento da equipe. Outra qualidade associada ao serviço psicológico parecer ser o oferecimento de estágios. O estágio é um fator de diversificação e até mesmo de ampliação da atuação da psicologia. No entanto, se o número de estagiários for muito grande o psicólogo acaba se ocupando basicamente de atividades burocráticas e de supervisão. Nas instituições em que isto acontece, as atividades voltadas para o atendimento de pacientes acabam sendo realizados apenas por estagiários. Por conseguinte, espaços como rounds e intervenções multidisciplinares nem sempre são utilizados de modo a esclarecer para os demais profissionais sobre o trabalho psicológico realizado em hospitais, estratégia imprescindível para o reconhecimento e a valorização do serviço (Wild, Bowden e Bell, 2003).
Os atendimentos pontuais são outra característica marcante da psicologia hospitalar na rede particular, geralmente os psicólogos atendem os pacientes que estão no hospital por um período específico. Na rede pública, é comum o atendimento continuado, porém os profissionais lidam com outro fator importante, que é o trabalho individual.
 
Quando se trata de pacientes de convênio, os hospitais não dispõem de recursos que viabilizem a continuidade do tratamento psicológico iniciado na internação. Psicólogas que convivem com esta limitação têm proposto oferecer serviço de psicologia ambulatorial para pacientes de convênios. O objetivo é poder traçar planos de tratamento psicológico sem que o mesmo tenha que ser interrompido em função da alta hospitalar. A proposta foi considerada interessante, mas encontrou dificuldades operacionais de implementação (custos). (Tonetto e Gomes, 2005, p.288)
A saúde no Brasil ainda conta com escassez de recursos e muitas vezes o profissional dessa área pode se ver isolado. Trabalhar em centros grandes onde a psicologia tem espaço, equipe de apoio e que lhe dá respaldo faz muita diferença. Mas tenho colegas em UBS que atuavam sozinhas, sob condições precárias e não compatíveis com as necessidades das demandas que lhe eram encaminhadas. É muito importante conhecer o SUS, redes de apoio para encaminhamento e entender o fluxo para que não haja sobrecarga. Nosso trabalho no contexto hospitalar não é como no consultório particular, é importante entender o contexto breve, pontual, fazer uma boa leitura para avaliar as demandas em uma velocidade mais acelerada sendo que, caso a intervenção necessária não caiba para o momento, é importante saber para onde encaminhar, entender o que pode ser feito naquele contexto e o que o paciente precisará depois que sair de lá. (Érica Mello CRM 06/11295-4).
A psicologia hospitalar tem conquistado sua relevância e espaço, porém ainda possui procedimentos burocráticos no qual necessita do aval médico para que o profissional realize o procedimento. Porém, o trabalho contínuo de psicólogos em hospitais tem contribuído para a melhora dos pacientes e até mudanças significativas na rotina hospitalar. 
Hoje estamos em um momento em que os outros profissionais reconhecem o nosso trabalho, nos chamam para assistência, para reuniões e discussão de casos. Claro que temos algumas exceções (como em todos os lugares), alguns médicos específicos não querem que a psicologia ou que a alguma outra equipeentre em contato com seus pacientes... e então nós respeitamos, mas ainda bem que hoje esses são pouquíssimos, mas no geral sinto que somos bem aceitos. (Letícia Bueno CRM 06/157747)
Segundo( Dias et al. (2003), o planejamento da avaliação e a intervenção efetiva da Psicologia diminuem o tempo de hospitalização do paciente, por considerar que a identificação de distúrbios psicológicos na fase inicial facilita direcionar condutas evitando a evolução dos sintomas. A avaliação psicológica hospitalar tem sido utilizada em pesquisas e é possível verificar, na produção científica, estudos sobre avaliação de estratégias de enfrentamento de crianças com câncer (Moraes & Enumo, 2008), avaliação da dor em neonatos e crianças (Linhares & Doca, 2010) e avaliação de estresse em crianças submetidas a cirurgias eletivas após terem participado de um programa de preparação psicológica (Broering & Crepaldi, 2011). Esses estudos são importantes para o desenvolvimento de novas possibilidades de atuação do psicólogo no hospital geral, por considerar que a avaliação de variáveis específicas permite estruturar as intervenções que serão realizadas nesse caso, o conjunto de técnicas psicológicas. (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016).
Existe uma valorização e integração das psicólogas nos hospitais e em equipes de saúde, porém essa questão precisa melhorar. Outro ponto relevante da área, é que ela é formada por um número bem maior de mulheres (por isso optamos por determinar o gênero feminino no texto). Como vivemos em um país estruturalmente machista, esse dado seria uma associação da profissão com o universo feminino? A escuta, entendimento e compreensão ao próximo são características arquetípicas femininas ou esse perfil foi algo ensinado e enraizado pela sociedade brasileira?
Conclusão
	A psicologia hospitalar é uma prática nova na ciência, e apesar de existir desde a década de 1940, ela ainda não é considerada uma necessidade básica na rotina dos hospitais. Apesar de ser comprovada a importância desses profissionais no processo de recuperação dos pacientes, não é um serviço acessível para grande parte da população.
	Realizamos esse trabalho através da leitura de artigos, análises dados, e entrevistas com profissionais, e percebemos que as informações se repetem na maioria das situações. Ainda falta espaço físico de trabalho, carga horária e remuneração compatível, pois a maioria possui outro trabalho paralelo para complemento de renda (consultório particular ou clínica). Além do mais, são profissionais que em muitas situações estão na linha de frente e têm contato direto com os pacientes, porém passam por resistências burocráticas e culturais no seu dia-a-dia, que atrapalham o atendimento especializado e otimização do trabalho.
	Os profissionais estão sobrecarregados, e muitas vezes com funções inapropriadas com a justificativa que “conter custos”. Além do mais, o acúmulo de funções atrapalha pesquisas relevantes na área, muitos psicólogos têm interesse em investir em realizar mestrado ou doutorado, porém o trabalho ocupa grande parte do tempo disponível. Falta o investimento de políticas públicas para a ciência nessa área.
	Apesar de tudo, das dificuldades enfrentadas na profissão, as psicólogas entrevistadas gostam e valorizam o trabalho (tanto individual como multidisciplinar) e conseguem administrar situações bem difíceis, como pacientes terminais, crianças com doenças graves e pessoas que praticamente moram nos hospitais. Nesses casos, a presença de alguém para cuidar da saúde mental é importantíssima. 
	Atualmente vivemos um período histórico muito difícil, estamos em uma pandemia mundial, onde a saúde física e mental das pessoas está comprometida. Claro que não precisávamos de uma crise da saúde pública – e privada – para refletirmos sobre a importância e valorização desses profissionais nos hospitais, muito foram convocados às pressas para trabalhar com os pacientes e profissionais que estão enfrentando o covid-19 e merecem total reconhecimento pelo trabalho em um momento tão difícil. 
	
Fontes consultadas
AZEVÊDO, Adriano Valério dos Santos; CREPALDI, Maria Aparecida. A Psicologia no hospital geral: aspectos históricos, conceituais e práticos. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v33n4/0103-166X-estpsi-33-04-00573.pdf. Acesso em: 31 mar. 2020
CASTRO, Elisa Kern de; BORNHOLDT, Ellen. Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. 2004. Definições e Possibilidades de Inserção Profissional. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pcp/v24n3/v24n3a07.pdf. Acesso em: 31 mar. 2020.
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA (São Paulo) (org.). Definições - Especialidades da Psicologia: Psicóloga/o especialista em Psicologia Hospitalar. Disponível em: https://www.crpsp.org/pagina/view/60. Acesso em: 31 mar. 2020
TONETTO, Aline Maria; GOMES, William B.. Prática psicológica em hospitais: demandas e intervenções. 2005. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BmYDb154uDaO2LNsjRHe6DveGB9nCkQA/view. Acesso em: 31 mar. 2020.

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