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CAROLINA PASETTO MONTEIRO DIAGNÓSTICO DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE EM REBANHOS BOVINOS LEME 2019 1. INTRODUÇÃO A BRUCELOSE BOVINA A brucelose bovina é uma enfermidade infectocontagiosa causada pela bactéria Brucella abortus, são cocobacilos gram-negativos não cápsulados, ela não tem a capacidade de formar esporos e de locomoção, são parasitas intra-celulares não facultativos, e são encontrados em todo o mundo (ROBSON et al., 2004). Responsável por provocar diversos problemas reprodutivos, a brucelose bovina tem como característica a infertilidade e o aborto . As perdas causadas pela enfermidade atingem diretamente a pecuária, causando sérios prejuízos produtivos e econômicos ao agronegócio (ROBSON et al., 2004). A brucelose bovina é uma importante zoonose que atinge principalmente aos profissionais envolvidos nas atividades pecuárias. A transmissão ocorre atráves da ingestão de água ou pasto contaminados com restos e secreções de partos e aborto de animais infectados (ROBSON et al., 2004). Os métodos de diagnóstico da brucelose são divididos em diretos e indiretos. Os métodos diretos resume-se no isolamento e identificação da bactéria Brucella abortus a partir de secreções e tecidos de animais infectados. Os métodos indiretos ou sorológicos consistem na detecção de anticorpos produzidos diante a infecção bacteriana (ROBSON et al., 2004). 2. OBJETIVO O objetivo desta revisão de literatura é discorrer sobre as doenças brucelose e tuberculose bovina, discorrendo sobre testes realizados para se chegar ao diagnóstico da doença, através de pesquisas e estudo sobre o assunto. 3. DIAGNÓSTICO A brucelose bovina tem como característica o aborto, principalmente no terço final da gestação e por elevados índices de infertilidade, portanto, se esses acontecimentos ocorrerem em determinada propriedade, deve-se suspeitar de brucelose (ROBSON et al., 2004). A confirmação da ocorrência da doença é realizada em laboratório por métodos diretos de diagnóstico, por meio do isolamento e identificação do agente etiológico baseado no material obtido do animal suspeito. O material é coletado pelo técnico e levado até o laboratório mantendo a amostra sob refrigeração para ser processada. Apesar do alto custo e do tempo, esses testes são os que nos dão maior exatidão (ROBSON et al., 2004). Os métodos indiretos são realizados através da detecção de anticorpos, no soro, no leite, no plasma seminal ou no muco vaginal, sendo o método usado com maior frequência (ROBSON et al., 2004). O diagnóstico indireto da brucelose pode ser realizado de diversas formas, dentre elas o teste de soroaglutinação com antígeno acidificado tamponado (AAT), prova da soroaglutinação lenta com 2-mercaptoetanol (2-ME) e a fixação de complemento (FC) (ROBSON et al., 2004). 3.1 TESTE DE SOROAGLUTINAÇÃO COM ANTÍGENO ACIDIFICADO TAMPONADO O teste de aglutinação são um dos mais utilizados no diagnóstico das infecções bacterianas, principalmente as gram-negativas, sendo um método prático, rápido e de alta sensibilidade, porém de menor especificidade quando comparado (ROBSON et al., 2004). O teste baseia-se na aglutinação direta de anticorpo com o antígeno, o que resulta na formação de complexos insolúveis. A aglutinação dessas partículas indicam a presença de anticorpos específicos para o antígeno. Nesse teste pode ocorrer um falso positivo por conta de anticorpos vacinais, colostro, erros laboratoriais ou reações cruzadas com outras bactérias gram-negativas (ROBSON et al., 2004). 3. 2 SOROAGLUTINAÇÃO LENTA COM 2-MERCAPTOETANOL Esse teste é usado para confirmação da enfermidade e baseia-se no tratamento anteriormente do soro com uma solução que contém o 2-mercaptoetanol, onde destrói os anticorpos da classe IgM, mas não age sob a IgG, inativando de forma considerável. Os resultados positivos tem relação com a infecção, porém os resultados negativos devem ser definidos por outros testes de alta especificidade, sendo indicada a fixação de complemento (ROBSON et al., 2004). Alguns inconvenientes são encontrados na utilização dessa técnica, como haver necessidade da utilização de um grande número de tubos de ensaio, demorar 48 horas para se obter um resultado, ser muito perigoso para o laboratorista que deve trabalhar com máscara e em capela de exaustão por conta da toxicidade do 2-mercaptoetanol (ROBSON et al., 2004). 3.3 FIXAÇÃO DE COMPLEMENTO Apesar do teste de fixação de complemento ser mais trabalhoso, ele tem a vantagem de ter um custo mais baixo e seus reagentes serem de fácil acesso, sendo o teste mais escolhido pelos países desenvolvidos que conseguiram erradicar a brucelose, tendo o teste como prova confirmatória (MATHIAS et al., 2007). A medida que a doença se torna crônica, os níveis de anticorpos não diminuem, e o teste de fixação de complemento demonstra níveis diagnósticos mais rápidos que os testes de aglutinação em placas ou tubos (ROBSON et al., 2004). O Mapa acredita que somente o teste sorológico de fixação de complemento seja conclusivo para a brucelose bovina (ROBSON et al., 2004). 4. INTRODUÇÃO A TUBERCULOSE BOVINA A tuberculose bovina é uma zoonoses causada pelo Mycobacterium bovis e está disseminada em diversas partes do mundo, acometendo principalmente os países em desenvolvimento (A.P. RUGGIERO et al., 2007). O Mycobacterium bovis é um bacilo álcool-ácido resistente e de crescimento lento, que tem como principais hospedeiros os bovinos, os cervídeos, os suínos e o homem (ROBSON et al., 2004). Em bovinos a principal transmissão ocorre por via respiratória e em rebanhos com alta densidade populacional. Mesmo antes do bovino desenvolver lesões teciduais, ele já dissemina o M.bovis através do leite, urina, fezes, secreções nasal, vaginal, uterina e sêmen. São diversos os fatores que determinam a via em que os bovinos são infectados, tais como práticas de manejo adotadas, meio ambiente e idade (ROBSON et al., 2004). Por mais que a tuberculose seja conhecida por ser debilitante e crônica, ela também pode ser aguda. Com a evolução do quadro pode aparecer alguns sinais característicos como o aumento do volume dos linfonodos, emaciação progressiva, tosse, episódios de diarréia intercalados com constipação e dispnéia (ROBSON et al., 2004). Após a interação do patógeno com o hospedeiro é estabelecido o foco de infecção da tuberculose. Caso o bovino tenha se infectado por via respiratória o primeiro órgão a ser atingido é o pulmão e os linfonodos regionais (ROBSON et al., 2004). O diagnóstico da doença pode ser realizado por métodos diretos e indiretos. Os diretos baseia-se na identificação e detecção do agente etiológico na amostra biológica. Os indiretos demonstram uma resposta imunológica do hospedeiro ao agente etiológico (MARQUES et al., 2008). 5. DIAGNÓSTICODiversos métodos foram desenvolvidos para que se obtenha o controle da tuberculose em bovinos, mas nenhum deles pode ser realizado isoladamente, deve-se sempre ser interpretados e analisados em conjunto os resultados de exames laboratoriais e achados clínicos (RUGGIERO et al., 2007). Um dos testes in vivo feito em bovinos é a realização do exame clínico, porém encontra-se dificuldades para a realização, pois os sintomas só aparecem em estágios avançados da doença. Outro teste realizado é o teste tuberculínico que baseia-se em uma prova cutânea indireta, e por conta de sua simplicidade, praticidade e sensibilidade continua sendo o teste de eleição (RUGGIERO et al., 2007) É recomendado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose no Brasil o teste tuberculínico para a identificação dos animais infectados. Em bovinos de corte é utilizado o Teste da Prega Caudal (TPC), já os bovinos de leite é realizado o Teste Cervical Simples (TCS), ambos com a tuberculina bovina 5.1 TESTE TUBERCULÍNICO O testes mais utilizados para o diagnóstico da doença são o histopatológico, tuberculínico e o bacteriológico. A dificuldade no isolamento do M. bovis do animal vivo, a inexistência dos sinais clínicos e o baixo nível de anticorpos no período inicial da infecção fazem com que o exame bacteriológico, sorológico e os diagnósticos clínicos tenham um valor relativo (MARQUES et al., 2008). Tem representado um papel fundamental no diagnóstico da tuberculose bovina, o teste da tuberculinização intradérmica, indicada pela resposta imune mediada por células (MURAKAMI et al., 2009). Desde a implantação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal , o teste da prega ano-caudal, o teste cervical simples e o teste cervical comparativo são os testes de diagnóstico que usam a tuberculina, e tem validade pela legislação brasileira (MARQUES et al., 2008). O teste de tuberculinização associado com o diagnóstico clínico, permite a identificação dos bovinos com tuberculose avançada, onde há uma diminuição da sensibilização alérgica, chegando a anergia. É de extrema importância que os animais positivos sejam abatidos (MARQUES et al., 2008). 6. CONCLUSÃO 7. REFERÊNCIAS http://revistas.unipar.br/index.php/veterinaria/article/view/2936/2148 http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/Y2pENrkTnMMfT mt_2013-5-29-10-39-22.pdf http://www.scielo.br/pdf/%0D/pvb/v27n1/04.pdf https://www.spmi.pt/revista/vol10/vol10-n2-brucelose.pdf file:///C:/Users/Diego/Downloads/Bruceloseetuberculosebovina2.pdf https://www.researchgate.net/profile/Eliana_Roxo/publication/234015517_Tube rculose_bovina_Alternativas_para_o_diagnostico/links/0fcfd50e47af3389b7000 000/Tuberculose-bovina-Alternativas-para-o-diagnostico.pdf http://revistas.unipar.br/index.php/veterinaria/article/view/2936/2148 http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/Y2pENrkTnMMfTmt_2013-5-29-10-39-22.pdf http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/Y2pENrkTnMMfTmt_2013-5-29-10-39-22.pdf http://www.scielo.br/pdf/%0D/pvb/v27n1/04.pdf https://www.spmi.pt/revista/vol10/vol10-n2-brucelose.pdf
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