Buscar

Aula 9 Economia Política

Prévia do material em texto

Economia Política
Aula 9 - Política ambiental e legislação aplicada
INTRODUÇÃO
O crescimento da população mundial tem exigido a melhoria nos processos de produção e o aproveitamento e�caz
dos recursos naturais. A forma de equacionar essa questão deve passar, necessariamente, pela adoção de uma
política de consumo sustentável pelos países desenvolvidos, com o uso menos intensivo de recursos naturais. Uma
das questões é como induzir mudanças tecnológicas na direção de tecnologias mais limpas a �m de obter
sustentabilidade ambiental, em que os recursos naturais sirvam para as gerações atuais e futuras, e que os níveis de
poluição sejam reduzidos mesmo com o aumento da produção. 
No Brasil, a Lei no. 6.938, de 31/08/1981Lei no. 6.938, de 31/08/1981 (glossário) (glossário), dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
estabelecendo a relação entre a recuperação do meio ambiente e o processo de desenvolvimento socioeconômico. As
atividades econômicas que não se adequarem à nova realidade poderão ter ameaçados sua própria sustentabilidade. 
Da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento que foi denominada RIO 92, surgiu a
Agenda 21, que é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das
Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.
Ela propõe o rompimento com o desenvolvimento econômico vigente, defendendo a indissociabilidade entre os fatores
sociais e ambientais e a necessidade de que a degradação ambiental seja combatida em conjunto com o problema da
pobreza mundial. 
Vamos falar mais sobre esses assuntos nesta aula. Bons estudos!
OBJETIVOS
Compreender a relação entre legislação ambiental e a economia;
Conhecer os Acordos Internacionais sobre o meio ambiente e os organismos internacionais de padronização;
Examinar a Política Ambiental brasileira.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
PADRÕES DE CONSUMO E ENERGIA
O surgimento do consumo de massa e a poluição gerada pela queima de combustíveis resultaram no aumento da
poluição do ar e no agravamento do problema de acúmulo de lixo. Além disso, o aumento da produção de veículos
exigiu grandes investimentos em novas vias de acesso e avenidas, para que houvesse �uxo de trânsito, resultando em
uma maior concentração urbana com consequências nas questões sociais e ambientais.
As causas estruturais dessa degradação ambiental seriam:
Fonte: Shutterstock
galeria/aula9/img/img2.jpg
O consumo elevado gerando pressão contra a natureza.
galeria/aula9/img/img3.jpg
A cultura do consumo, exigindo um constante processo de produção e consumo.
galeria/aula9/img/img4.jpg
A marginalização de signi�cativa parcela da população, o que ocasiona a degradação socioambiental
veri�cada nas sociedades modernas.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: Shutterstock
A população mundial vem crescendo de forma acentuada, especialmente nos países em processo de
desenvolvimento. Para satisfazer, de maneira sustentável, as necessidades de consumo desta população, torna-se
fundamental o aproveitamento e�caz dos recursos naturais. A forma de equacionar esta questão deve passar,
necessariamente, pela adoção de uma política de consumo sustentável pelos países desenvolvidos, com o uso menos
intensivo de recursos naturais.
A responsabilidade socioambiental das empresas tem aumentado acentuadamente nos últimos anos, mostrando uma
mudança de comportamento por parte das organizações. As empresas estão procurando conhecer melhor o próprio
negócio, usar indicadores de responsabilidade social, melhorar a qualidade de produção, investir em tecnologias
menos poluentes, disseminar inovações na direção dos fornecedores e clientes, identi�car novos negócios com
investimento em questões ambientais, e fazer parcerias ou alianças estratégicas com a sociedade civil. 
A empresa deverá se preocupar com a questão ambiental não somente em função de �lantropia ou responsabilidade
social, mas simplesmente para continuar operar nos padrões do livre mercado.
Fonte: Shutterstock
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: Shutterstock
Existe uma ameaça à permanência do sistema capitalista de produção, pois com a escassez de recursos naturais e o
nível elevado de poluição, são exigidos cada vez mais mecanismos regulatórios governamentais em contraponto aos
próprios princípios liberais. A questão ambiental sobre o ponto de vista da atividade produtiva pode ser um elemento a
ameaçar a sobrevivência do livre mercado. 
Por sua vez, o consumo de energia tem sido objeto de grandes discussões no que toca seu papel no desenvolvimento
dos países. O consumo de energia, base das atividades produtivas, gera impactos sobre o meio ambiente. Assim, se no
passado a energia era tratada como sendo meramente um problema de fornecimento de insumo para a produção
ameaçada nos anos 1970 pelos choques de petróleo e pela consequente elevação do seu preço, a partir dos anos 1980
torna-se uma questão fortemente ligada à preservação do meio ambiente.
A existência de um vínculo estreito entre energia e desenvolvimento costuma ser tomada como ponto pací�co. Não
são poucos os que tomam essa a�rmação como se fosse a expressão de uma lei geral, em que a ascensão a níveis
mais altos de consumo energético signi�caria, por si só, a obtenção de padrões mais elevados de desenvolvimento. 
À primeira vista, parece haver uma correspondência bastante nítida entre os níveis de consumo energético e os de
desenvolvimento humano. Ocorre, porém que a associação entre os níveis de consumo energético e o
desenvolvimento humano não é tão óbvio. Assim, dois países com resultados similares no Índice de desenvolvimento
Humano (IDH) podem apresentar níveis bastante distintos de consumo de energia per capita.
ExemploExemplo
, O exemplo clássico é o dos Estados Unidos, com IDH próximo da Noruega, mas apresentando um
consumo de energia per capita quase duas vezes maior que o norueguês.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: Shutterstock
A enumeração de casos similares ainda poderia ir muito mais longe, embora nem por isso os consumos de energia
tendem a encontrar alguma correspondência em patamares mais elevados do desenvolvimento. 
O que, no entanto, cabe ressaltar é que a constatação de variações expressivas de país para país sugere que alguns
países se vêm mostrando mais bem-sucedidos do que outros na tarefa de traduzir a elevação dos padrões médios de
consumo energético em melhorias da qualidade de vida de sua população.
Para que essas questões possam ser devidamente tratadas, um modelo de desenvolvimento menos intensivo em
consumo e energia, como uma forma de lutar contra as mudanças climáticas globais, passa por questões relacionadas
à vontade de modi�cação de estilos de vida, mas também por relações econômicas mais equilibradas no que toca à
cooperação em nível global para atingir esse objetivo. 
As negociações internacionais sobre mudanças climáticas têm demonstrado a necessidade de discussão e pesquisa
acerca de inúmeras barreiras e oportunidades para desenvolver, promover e aceitar os mecanismos de cooperação
internacional para fortalecer a entrada de energia renovável, promover a e�ciência energética e a redução do consumo
de energia, e reduzir as emissões de dióxido de carbono.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E A ECONOMIA
A Lei no. 6.938, de 31/08/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, estabelece a relação entre a
melhoria e a recuperação do meio ambiente com o processo de desenvolvimento socioeconômico. As atividades
econômicas que não se adequarem à nova realidade poderão ter ameaçados sua própria sustentabilidade.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
O art 2o. caput da Lei no. 6.938/81 de�ne que: “a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições de
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana[...]”. 
No art. 225 caput da Constituição Federal brasileira de 1988Constituição Federal brasileira de 1988 (glossário) (glossário), o legislador de�ne que “todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.”
Saiba maisSaiba mais
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
, Em face da importância do meio ambiente para o desenvolvimento sustentável, a Constituição impôs
ao Poder Público e à coletividade o dever de preservá-lo para presente e futura geração. A
Constituição criou uma ordenação jurídica obrigando a quem se utiliza dos recursos naturais, cuidar
do meio ambiente.
LEGISLAÇÃO SOBRE O MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
O meio ambiente do trabalho está previsto no art. 200 inciso VIII da Constituição Federal brasileira de 1988, onde
determina que “ Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: [...] colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o trabalho”.
A lei que disciplina o diploma constitucional é de nº 8.080, de 19/09/908.080, de 19/09/90 (glossário) (glossário), que trata do Sistema Único de
Saúde – SUS, que em seu art. 3o de�ne que:
Saiba maisSaiba mais
, O artigo 6 , inciso V, da Lei no. 8.080, estabelece que o SUS, deve atuar na proteção do meio
ambiente, nele englobando o trabalho. A preservação do meio ambiente não pode estar dissociada da
saúde do trabalhador no local do trabalho. A legislação estabelece uma relação direta entre meio
ambiente e trabalho, em que a preservação da saúde do trabalhador é condição para a defesa do meio
ambiente.
o
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
LEGISLAÇÃO PENAL E A RESPONSABILIDADE CORPORATIVA
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
A Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece a base jurídica da responsabilidade penal ambiental. Em seu art.
225 & 3o. de�ne que: “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano”. 
A responsabilização penal deve ser aplicada aos dirigentes que se tenham utilizado da empresa para a prática de
crimes. Entendimento do poder judiciário permite responsabilizar penalmente os responsáveis por atos que venham
causar danos ao meio ambiente.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL CORPORATIVA E O COMÉRCIO
AGRÍCOLA
O principal adversário à adoção da gestão ambiental era a ideia de que meio ambiente e lucro eram elementos
incompatíveis. Os investimentos em meio ambiente iriam elevar custos que seriam automaticamente repassados ao
consumidor. Em poucos anos, �cou evidenciado que as tecnologias ambientais tinham o efeito inverso, reduziam
custos por meio de uma melhor racionalização dos processos produtivos.
1
Adoção de tecnologias ambientais;
2
Implantação de sistema de gestão ambiental;
2
Racionalização do uso de recursos naturais.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
O processo de globalização e a inserção da economia brasileira no cenário internacional promoveram mudança na
maneira do empresário nacional vivenciar a questão socioambiental. 
A empresa, para sobreviver no mercado competitivo e globalizado, deverá ter sua imagem associada aos programas
sociais e de preservação do meio ambiente. A própria sustentabilidade do empreendimento depende do
equacionamento dos con�itos sociais e da conservação da natureza.
Existem duas dimensões da responsabilidade social das empresas:
AtençãoAtenção
, Os riscos da falta ou da perda da responsabilidade social-ambiental poderão vir a ser fundamental
para a organização.
Entretanto, a agricultura e a exploração �orestal são atividades fundamentais para o desenvolvimento sustentável,
devido à grande quantidade de trabalhadores envolvidos nessas atividades, à extensão das áreas e aos impactos que
elas têm sobre os recursos renováveis e o meio ambiente. 
Os países em desenvolvimento como o Brasil, que possui vantagem ambiental em sua capacidade de produzir certas
safras, estão competindo com os países norte-americanos e europeus, que subsidiam fortemente a agricultura. Isso
mantém a produção agrícola dos países desenvolvidos arti�cialmente barata, e cria grandes superávits agrícolas que
têm um efeito distorcido sobre o comércio mundial. Esses excedentes são descarregados nos países em
desenvolvimento e produz uma concorrência desleal com a produção local.
A produção agrícola brasileira para poder competir nesse cenário de subsídios e barreiras alfandegárias, além de
aumentar sua produtividadeaumentar sua produtividade, deverá demonstrar sua preocupação com a preservação do meio ambientepreservação do meio ambiente e com os
produtos químicos que venham a afetar a saúde da população. A agricultura tradicional com as técnicas poluentes não
poderá fazer frente aos produtos dos países desenvolvidos tanto numa competição interna como externa, gerando um
processo contínuo de empobrecimento das áreas agrícolas e o consequente êxodo rural.
Os países desenvolvidos estão exigindo cada vez mais padrão de qualidade ambiental e regulamentação na área do
meio ambiente, para evitar os custos ambientais que porventura sejam cobrados pelo governo ou pela justiça em seus
países. 
Para impedir qualquer desvantagem comparativa nos produtos agrícolas por eles produzidos, vêm requerendo maior
investimento ambiental das empresas dos países em desenvolvimento para que possam acessar aos seus mercados. 
Não resta outro caminho às empresas no mercado globalizado, a não ser adequar a essa nova realidade.Não resta outro caminho às empresas no mercado globalizado, a não ser adequar a essa nova realidade.
Fonte: Shutterstock
Saiba maisSaiba mais
, Caso um país importador venha adotar regras ambientais rigorosas sobre seus processos de
produção, poderia se sentir no direito de impor condições protecionistas para impedir a entrada de
produtos agrícolas que não fossem produzidos da mesma forma. Entretanto, as regras internacionais
adotadas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) restringem tais discriminações. 
A OMC permite aos países estabelecer limitações somente à entrada de produtos que possam causar
dano à vida ou à saúde pública. Independentemente das condições impostas pela OMC, é provável
que produtores agrícolas que pretendam manter sua participação nos mercados globais no futuro
adotem medidas ambientais e�cazes em face da tendência dos mercados internacionais exigirem
padrões ambientais cada vez mais restritivos.
OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS DE PADRONIZAÇÃO
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
O processo de globalização produziu uma concorrência no cenário internacional, resultando em normas gerais de
padronização, de qualidade e mais recentemente de gestão ambiental. As empresas são forçadas a se adaptar às
determinações dos mercados globalizados. 
A ISO-14001ISO-14001 é uma das normas ambientais da série ISO-14000, que estabelecem diretrizes e requisitos para uma
empresa implantar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), habilitando-a receber uma certi�cação ambiental
internacional. 
Veja, a seguir, informações importantes sobre a ISOISO e a ISO 14000ISO 14000.
ISOISO
A International Organization for Standardization - ISO é uma organização não governamental
internacional criada o�cialmente em 1947 e reúne cerca de uma dezena de organismos de
normalização, e tem como objetivo promover o desenvolvimento da padronização e de
atividades relacionadas, de maneira a facilitar o intercâmbio internacional de bens e
serviços e a cooperação para o desenvolvimento econômico, cientí�co e tecnológico.
ISO 14000ISO 14000
Um sistema de normalização como a ISO 14000 tem como objetivo proteger o produtor
responsável contra concorrentes que, por não respeitarem as leis e os princípios da
conservação ambiental, produzem com custos mais baixos em razão da economianos
processos ambientais.
Diversos organismos internacionais vêm atuando na questão do impacto do comércio internacional no meio ambiente
(Organização das Nações Unidas - ONU, Organização Mundial do Comércio - OMC, Banco Mundial, entre outros). 
Acordos de livre comércio como os �rmados no âmbito da Nafta (EUA, México e Canadá) incluem cláusulas de
proteção ao meio ambiente. EUA e Canadá, pressionados por seus grupos ambientalistas, incluíram novos critérios
sobre proteção ambiental no México, em razão do temor de que empresas norte-americanas e canadenses venham a
se instalar no mercado mexicano para usufruir de controles antipoluentes menos rígidos.
POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
No Brasil, somente em 1973, a questão ambiental passou a ser tratada como uma estrutura independente, seguindo a
recomendação da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Criou-se a Secretaria Especial do Meio
Ambiente - SEMA, vinculada ao Ministério do Interior (Decreto nº 73.030, de 30 de Outubro de 1973Decreto nº 73.030, de 30 de Outubro de 1973 (glossário) (glossário)).
A estrutura do sistema de gestão ambiental tomou por modelo a experiência norte-americana, caracterizada por dois
elementos básicos:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-73030-30-outubro-1973-421650-publicacaooriginal-1-pe.html
A questão ambiental não foi prioridade no processo de industrialização brasileiro. Desde o estabelecimento de
indústrias intensivas em emissões, vinda dos países desenvolvidos nos anos 1970 para produzir bens intermediários,
aos vazamentos de óleo, são vários os exemplos de descaso do setor industrial brasileiro com a questão ambiental. 
Uma das consequências desse relativo descaso com a questão ambiental é a presença cada vez mais importante de
indústrias intensivas em recursos naturais e energia ou que apresentam um alto potencial poluidor. 
A razão deve-se: 
• Em primeiro lugar ao atraso no estabelecimento de normas ambientais e agências especializadas no controle da
poluição industrial; 
• Em segundo lugar, a estratégia de crescimento associada à industrialização por substituição de importações no Brasil
privilegiou setores intensivos em emissão.
A motivação inicial do processo de industrialização por substituição de importações era baseada na percepção de que
o crescimento de uma economia periférica não poderia ser apenas sustentado em produtos diretamente baseados em
recursos naturais (extração mineral, agricultura e outras formas de aproveitamento de vantagens comparativas
absolutas de�nidas a partir da dotação de recursos naturais). 
Contudo, embora o Brasil tenha avançado na consolidação de uma base industrial diversi�cada, esse avanço esteve
baseado no uso indireto de recursos naturais (energia e matérias-primas baratas), em vez de expandir-se através do
incremento na capacidade de gerar ou absorver progresso técnico - chave para o crescimento sustentado, mas que
�cou limitado a algumas áreas de excelência.
1
A concentração em atividades intensivas em emissão, que aumentou ainda mais a partir da consolidação dos
investimentos do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), 1974/1978, e resultou em forte expansão de
indústrias de grande potencial poluidor - especialmente dos complexos metalúrgico e químico/petroquímico - sem o
devido acompanhamento de tratamento dessas emissões.
2
A tendência de especialização do setor exportador em atividades potencialmente poluidoras.
Uma das saídas apontada para esse problema é a incorporação de instrumentos econômicos baseados no princípio do
poluidor-pagador, no qual emissões passam a ser cobradas mesmo estando em conformidade com os padrões
máximos, mas ao mesmo tempo permitindo que os agentes emissores negociem entre si seus próprios limites de
emissão, de modo a minimizar os custos sociais do ajuste. Indústrias mais antigas, cujo custo de readaptação seja
mais alto, poderiam se bene�ciar através da negociação com outros agentes mais e�cientes no controle ambiental.
O problema central é, portanto, como induzir mudanças tecnológicas na direção de tecnologias mais limpas a �m de
obter sustentabilidade ambiental, ou seja, que os recursos naturais sirvam para as gerações atuais e futuras, e que os
níveis de poluição sejam reduzidos mesmo com o aumento da produção. 
A mudança do padrão tecnológico atual na direção de padrões tecnológicos que degradem menos o meio ambiente é
uma condição necessária para que o crescimento econômico possa ser contínuo e que justamente com uma
distribuição mais igualitária dos benefícios desse crescimento caminhe na direção do desenvolvimento sustentável.
Os Acordos Internacionais sobre Meio Ambiente e o DesenvolvimentoOs Acordos Internacionais sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento
SustentávelSustentável
19681968
Fundou-se o Clube de Roma, preocupado com os impactos do crescimento desenfreado sobre as
questões ambientais.
19721972
A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das
Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.
Constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada de orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o
século XXI, cuja base é a sustentabilidade ambiental, social e econômicasustentabilidade ambiental, social e econômica. 
A proposta da Agenda 21 não está restrita às questões associadas à preservação do meio ambiente, mas também é
uma agenda de Desenvolvimento Sustentável. Ela propõe, portanto, o rompimento com o desenvolvimento econômico
vigente, dando origem à sustentabilidade, que une a agenda ambiental e a agenda social, ao defender a
indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade de que a degradação ambiental seja
combatida em conjunto com o problema da pobreza mundial.
A AGENDA 21 CONSIDERA QUESTÕES COMO:
Deu-se origem à publicação de “Os Limites do Crescimento”. Naquele mesmo ano, aconteceu a
Conferência de Estocolmo, Suécia, onde foram discutidas as relações entre desenvolvimento e meio
ambiente, surgindo o conceito de ecodesenvolvimentoecodesenvolvimento, que mais adiante foi consolidado no termo
Desenvolvimento Sustentável.
19921992
Entre os dias 3 e 14 de junho de 19921992, na cidade do Rio de Janeiro, realizou-se a Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que foi denominada RIO 92. Da
conferência surgiu a Agenda 21Agenda 21, que conta com mais de 40 capítulos, e estabelece um programa de
ação com 2.500 recomendações para a implantação do Desenvolvimento Sustentável ao longo do
século XXI.
Após a RIO 92, algumas reuniões e conferências aprofundaram, ou mesmo discutiram a nível regional à questão das
propostas contidas na Agenda 21, em que se destacam:
ATIVIDADE
Vamos, agora, exercitar os seus conhecimentos. 
Leia o texto “STF pode julgar constitucionalidade do Código Florestal em dois mesesSTF pode julgar constitucionalidade do Código Florestal em dois meses (glossário) (glossário)”, publicado em O
Globo, em 19 abr. 2016 e, a seguir, responda às perguntas. 
• Como pode-se manter o equilíbrio entre a proteção ambiental e a proteção à agricultura? Fundamente a resposta. 
• Comente sobre a ótica da legislação constitucional brasileira e o novo Código Florestal. 
19971997
Conferência das Partes (COP 3) – Quioto, JapãoConferência das Partes (COP 3) – Quioto, Japão
O Protocolo de Quioto propunha um programa pelo qual países desenvolvidos teriam a obrigação de
reduzir a emissão de gases do efeito estufa, como o carbono e o metano. O documento gerado foi um
dos mais importantes fatores para a preservação do meio ambiente por de�nir compromissos mais
rígidos para redução da emissão de gases de efeito estufa, principal causador do aquecimento global.
20022002
Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, 2002 - Joanesburgo, ÁfricaConferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, 2002 - Joanesburgo, África
do SuldoSul
Na Conferência, foram de�nidos o Plano de Implementação, que tem como base os resultados
obtidos a partir da RIO 92, e a Declaração Política, que rea�rma o compromisso dos países com o
desenvolvimento sustentável.
20072007
Conferência de Bali, IndonésiaConferência de Bali, Indonésia
Teve o objetivo de de�nir metas ainda mais ambiciosas do que as estabelecidas pelo Protocolo de
Quioto em relação às emissões de gases do efeito estufa.
20092009
Conferência de Copenhague, DinamarcaConferência de Copenhague, Dinamarca
Visava buscar soluções para o aquecimento global e �rmar de vez um acordo a ser seguido pelos
países mais ricos em prol dos mais pobres.
20112011
Conferência do Clima da ONU de Durban, África do SulConferência do Clima da ONU de Durban, África do Sul
Teve como objetivo decidir pela renovação no mais importante acordo feito até então para contenção
dos gases de efeito estufa: o Protocolo de Quioto.
20122012
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Rio deConferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Rio de
Janeiro, BrasilJaneiro, Brasil
Foram avaliados os resultados obtidos após a Rio 92, e o texto �nal defendeu o fortalecimento do
Programa da ONU para o meio ambiente (Pnuma) e a criação de um órgão político para apoiar e
coordenar ações internacionais para o desenvolvimento sustentável.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon639/galeria/aula9/docs/A9_t9.pdf
Para elaborar sua resposta, você poderá consultar a legislação no site do PlanaltoPlanalto (glossário) (glossário), assim como o site do
Ministério do Meio AmbienteMinistério do Meio Ambiente (glossário) (glossário).
Resposta Correta
Preparamos, ainda, uma lista de exercícios para que você exercite os conhecimentos construídos nesta aula. 
Para acessar à lista, clique aquiaqui (glossário) (glossário).
Glossário
http://www.planalto.gov.br/
http://www.mma.gov.br/
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon639/galeria/aula9/docs/A9_t9a.pdf

Continue navegando