Aula02-Prisao

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Noções dos tipos de 
prisão
Prof. Francisco Jucá
Prisão e Liberdade Provisória
Conceito 
Prisão: Privação da liberdade de locomoção, 
determinada por ordem escrita da autoridade 
competente ou em caso de flagrante delito. 
Liberdade provisória: é a colocação em 
liberdade do indiciado ou réu legalmente 
preso, por não estarem presentes os requisitos 
para a custódia cautelar.
Regras gerais
Mediante ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária (exceto prisão em 
flagrante). 
Período diurno e noturno (inviolabilidade do 
domicílio, art. 5o, XI, CF). 
Possibilidade do emprego de força (súmula 
vinculante 11do STF).
Prisão em flagrante
Crime que ainda está sendo cometido ou acabou de sê-
lo. 
Tipos de flagrante 
Próprio, real ou verdadeiro (art. 302, I e II, CPP); 
Impróprio, irreal ou quase-flagrante (art. 302, III, 
CPP); 
Presumido, ficto ou assimilado (art. 302, IV, CPP); 
Compulsório ou obrigatório (art. 301, 2a parte, CPP);
Prisão em flagrante
Crime que ainda está sendo cometido ou acabou de sê-lo. 
Tipos de flagrante 
Facultativo (art. 301, 1a parte, CPP); 
Preparado, provocado, delito de ensaio, delito de experiência 
ou delito putativo (modalidade de crime impossível); 
Esperado; 
Prorrogado ou retardado (lei 12.850/13, Lei do Crime 
Organizado); 
Forjado, fabricado, maquinado ou urgido).
Auto de prisão em flagrante
Entrevistar as partes (condutor, testemunhas e 
conduzido); 
Ratificação da autoridade policial (in dubio pro socitate); 
Oitiva do condutor (art. 304, caput, CPP); 
Fornecimento de recibo de entrega do preso; 
Oitiva das testemunhas (mínima 2, mas o condutor 
pode funcionar como uma testemunha), assinatura de 
termo próprio;
Auto de prisão em flagrante
Na falta de testemunhas da infração, assinam o termo 
com o condutor 2 testemunhas que presenciaram a 
apresentação do preso; 
Interrogatório do acusado (art. 304, CPP); 
Lavra o auto de prisão em flagrante, assinatura da 
autoridade e do conduzido; 
Entrega da nota de culpa, comunicação ao juiz, a família 
do preso e, caso não tenha advogado, a defensoria 
pública (24 horas).
Mandado de prisão
Conceito: instrumento escrito que corporifica a ordem 
judicial de prisão (art. 285, caput, CPP); 
Requisitos: 
Lavrado por escrivão e assinado por autoridade 
competente; 
Designar a pessoa a ser presa (por nome, alcunha ou sinais 
característicos); 
Conter a infração penal que motivou a prisão (ordem 
fundamentada art. 5o, LXI, CF); 
Indicar qual o agente encarregado de seu cumprimento;
Mandado de prisão
Cumprimento do mandado 
Qualquer hora e qualquer dia (inviolabilidade 
domicilio e período eleitoral); 
Entrega de cópia do mandado; 
Informar ao preso de seus direitos (art. 5o, LXIII, CF); 
Identificação dos responsáveis por sua prisão (art. 5o, 
LXIV, CF); 
Prisão sem apresentação do mandado.
Prisão preventiva
Prisão cautelar; 
em qualquer fase do inquérito ou da ação penal; 
Requisitos: 
Materialidade do crime; 
Indícios de autoria;
Prisão preventiva
Alternativamente: 
Garantia da ordem pública (gravidade infração + 
periculosidade do réu + repercussão do crime); 
Garantia da ordem econômica (magnitude da lesão 
concreta a ordem econômico-financeira, e/ou a 
continuidade da afetação da economia; 
Conveniência da instrução criminal (caso de situações 
que impeçam ou dificultem a colheita de provas); 
Assegurar a aplicação da lei penal (tentativa de fuga).
Prisão temporária
Lei 7.960 de 1989; 
Conceito: prisão cautelar de natureza processual destinada a 
possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante 
o inquérito policial; 
Procedimento: 
Representação da autoridade policial ou do MP; 
Não pode ser decretada de ofício pelo juiz; 
Se representação da autoridade policial, o juiz deve ouvir 
antes o MP;
Prisão temporária
Juiz decide, fundamentadamente, em 24h; 
Mandado em 2 vias; 
O prazo pode ser prorrogado, comprovada a 
extrema necessidade; 
Decorrido o prazo, preso colocado em liberdade, 
salvo se decretada prisão preventiva; 
O preso deve ser mantido separado dos demais 
detentos.
Caráter subsidiário (art. 319, CPP)
comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo 
juiz, para informar e justificar atividades; 
proibição de acesso ou freqüência a determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer 
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela 
permanecer distante; 
proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente 
ou necessária para a investigação ou instrução; 
recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o 
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
Caráter subsidiário (art. 319, CPP)
suspensão do exercício de função pública ou de atividade de 
natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua 
utilização para a prática de infrações penais; 
internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados 
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser 
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver 
risco de reiteração; 
fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o 
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu 
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
monitoração eletrônica.
Prisões e seus remédios
Inquérito Policial
Ação Penal
Execução da Pena
Denúncia / 
queixa
Fato
Pronuncia
Sentença
Transito em
 
julgado 
Flagrante 
301 e ss
Temporária 
Lei 7660/89
Preventiva
Decorrente 
Pronuncia
Decorrente 
Sentença
Prisão Penal
HC arts. 647 
e ss. CPP
Relaxamento (art. 5, LXV, CF 
Lib. Provisória (art. 5, LXVI, CF) 
HC
Rqto. para revogação 
Lib. Provisória 
HC (art. 5, LXVIII, CF)
RSE (art. 581, IV, 
CPP) 
HC arts. 647 e ss. CPP
Apelação (art. 593, CPP) 
HC arts. 647 e ss. CPP
Medidas LEP 
Agravo em execução 
HC
Maria José, indiciada por tráfico de drogas, apontou, em seu interrogatório 
extrajudicial, realizado em 3/11/2006, Thiago, seu ex-namorado, brasileiro, 
solteiro, bancário, residente na rua Machado de Assis, n.° 167, no Rio de 
Janeiro-RJ, como a pessoa que lhe fornecia entorpecentes. No dia 
4/11/2006, cientes da assertiva de Maria José, policiais foram ao local em 
que Thiago trabalhava e o prenderam, por suposta prática do crime de 
tráfico de drogas. Nessa oportunidade, não foi encontrado com Thiago 
qualquer objeto ou substância que o ligasse ao tráfico de entorpecentes, mas 
a autoridade policial entendeu que, na hipótese, haveria flagrante impróprio, 
ou quase-flagrante, porquanto se tratava de crime permanente. Apresentado 
à autoridade competente, Thiago afirmou que nunca teve qualquer 
envolvimento com drogas e muito menos passagem pela polícia. Disse, 
ainda, que sempre trabalhou em toda a sua vida, apresentou a sua carteira 
de trabalho e declarou possuir residência fixa. Mesmo assim, lavrou-se o 
auto de prisão em flagrante, sendo dada a Thiago a nota de culpa, e, em 
seguida, fizeram-se as comunicações de praxe. Com base na situação 
hipotética descrita acima, e considerando que Thiago está sob custódia 
decorrente de prisão em flagrante, redija a peça processual, privativa de 
advogado, pertinente à defesa de Thiago.!
FIM