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Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 71 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR De maneira semelhante, a empresa pode criar materiais promocionais que destacam o produto quanto a seu uso (situacional) e a seus concorrentes. Quadro 4 – Cinco tipos de situações do consumidor 1. Ambiente físico: aspectos físicos e especiais concretos do ambiente que envolvem uma atividade de consumo. 2. Ambiente social: efeitos que outras pessoas provocam sobre um consumidor durante uma atividade de consumo. 3. Tempo: efeitos da presença ou ausência do tempo nas atividades de consumo. 4. Definição de tarefa: razões que geram a necessidade de os consumidores comprarem ou consumirem um produto ou serviço. 5. Estados antecedentes: estados psicológicos e de espírito temporários que um consumidor traz para uma atividade de consumo. 4.1 O ambiente físico O ambiente físico é o aspecto concreto (físico-espacial) do ambiente que circunda uma atividade de consumo. Estímulos como cor, ruído, iluminação, clima e posição de pessoas ou objetos no espaço podem influenciar o comportamento do consumidor. Esse aspecto influencia as percepções do consumidor por meio de mecanismos sensoriais de visão, audição, olfato e até mesmo tato. O ambiente tem influência especial para os varejistas, pois ao administrar o espaço físico, o comerciante pode influenciar as atitudes e crenças de consumo de seus clientes do modo que ele deseja. Os pesquisadores investigam o impacto que o ambiente físico exerce sobre percepções e comportamentos do consumidor em diversas áreas de comércio. Esses estudos analisam de que modo a música, o número de clientes, o aproveitamento do espaço interno da loja, sua localização e atmosfera afetam os compradores. Vejamos o caso da Warner Brothers, ao utilizar a imagem de ídolos de cinema, da televisão e do meio musical em novas e empolgadas linhas de produtos, essa produtora só perde para a Disney em termos de preferência. De roupa a acessórios, animações, vídeos, presentes e utensílios domésticos, as lojas da Warner Brothers são pontos de grande procura por seus cenários coloridos, cheios de rostos familiares e personagens queridos: Pernalonga e seus amigos, Batman e outros personagens infanto-juvenis. Pioneira no varejo de mercadorias ligadas ao setor de entretenimento, a Warner Brothers tem 185 lojas em 13 países em todo o mundo. Fora dos Estados Unidos, as suas lojas são de parceiros, que detêm a maioria do capital e da administração. Eventos especiais são realizados regularmente, especialmente em sua loja principal, situada na cidade de Nova York. Essa megastore oferece um ambiente alegre, entretenimento para toda a família e, é claro, muitas mercadorias licenciadas que permitem levar a diversão para casa. Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 72 Unidade II 4.2 O ambiente social O ambiente social, como já estudamos anteriormente, refere-se a como outras pessoas podem afetar o consumidor em uma situação de compra. Às vezes motivos sociais explicam por que as pessoas saem às compras. Adquirir produtos pode ser uma experiência social importante para os consumidores. Pode-se encontrar novas pessoas e possivelmente fazer amizades enquanto se compra. Em um levantamento realizado referente a ambientes sociais constatou-se que o consumo de cerveja é realizado em situações sociais: encontros com amigos em locais próximos de casa; participação em um evento social no qual as pessoas levam suas próprias bebidas; ir a um bar depois do trabalho; ir a um restaurante ou clube noturno na sexta ou no sábado à noite; acampar; ir à praia e fazer um piquenique prolongado. 4.3 O tempo Certa feita, Benjamim Franklin escreveu: “Lembre-se de que tempo é dinheiro”. No entanto, foi apenas em meados da década de 1970 que o tempo foi reconhecido como uma variável importante do comportamento do consumidor. A partir de então, alguns autores sugeriram, inclusive, que o tempo provavelmente seria a variável mais importante em diversas áreas. O tempo pode ser analisado a partir de três perspectivas diferentes: diferenças individuais na concepção do tempo, o tempo como um produto e o tempo como uma variável situacional. No âmbito pessoal, os consumidores usam suas horas de quatro maneiras diferentes: no trabalho; em suas necessidades básicas; nos afazeres domésticos; e no lazer. Essas maneiras são dispostas em uma linha contínua de usos do tempo que vai desde o que é obrigatório até o que é arbitrário. É óbvio que o tempo também pode ser um tipo de produto. Muitas compras são feitas a fim de se “comprar” o tempo! Eletrodomésticos como micro-ondas, trituradores de detritos e compactadores de lixo existem, em parte, com o propósito de economizar tempo e facilitar a vida da dona de casa ou de seu usuário em geral. Os típicos restaurantes fast-food deram certo porque os consumidores precisavam se alimentar “sem perder tempo”. Além de reconhecer o tempo como produto, é importante compreendê-lo como uma variável situacional. Normalmente, a característica situacional de tempo que influencia os consumidores é a sua disponibilidade. A disponibilidade que um consumidor tem para realizar uma tarefa, como comprar um produto, influenciará a estratégia empregada para selecionar e comprar tal produto. 4.4 Definição de tarefa As razões pelas quais as pessoas compram e consomem um produto ou serviço variam. Esses propósitos de compra formam o que se chama de definições de tarefa, ou seja, as razões situacionais para se comprar ou consumir algo em um determinado tempo e lugar. São muitos os exemplos desses Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 73 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR propósitos de compra, ela pode ser motivada por algum tipo de situação de troca de presentes, como o Natal, um aniversário ou casamento. A razão para consumir uma bebida pode ser a de satisfazer a sede, relaxar ou se manter acordado. Cabe ao profissional de marketing identificar as razões de compra que não são devidamente atendidas pelos produtos existentes. 4.5 Estados antecedentes Estados antecedentes são aqueles estados de espírito e fisiológico temporários que acompanham um consumidor em uma situação de consumo. São exemplos de estados antecedentes condições temporárias como fome, sede, sono e estado de espírito. Estados de espírito, como se pode imaginar, são variações passageiras na maneira como as pessoas se sentem. Essas variações podem alternar sentimentos positivos e negativos. Um exemplo clássico que ilustra a maneira como os estados fisiológicos temporários podem influenciar o comportamento de compra é quando o cliente vai ao supermercado com fome e acaba correndo o risco de fazer compras desnecessárias, agindo por impulso. Em uma pesquisa, questionou-se o motivo pelo qual as pessoas faziam compras. Duas das razões dadas eram que elas queriam aliviar a depressão ou a solidão que sentiam. Não se pode afirmar ainda que o estado de espírito influencie a compra de produtos, mas tudo indica que essa circunstância pode ser muito eficaz para influenciar o comportamento de compra nos ambientes de varejo. Resumo Cada indivíduo tem uma autoimagem pela qual consegue descrever seus traços, hábitos, propriedades, relacionamentos e modo de agir. Assim como os indivíduos percebem imagens de si mesmos, eles também têm imagens pré-concebidas de produtos e marcas. Muito provavelmente a imagem que um estabelecimento oferece de seus produtos (ou serviços) é um dos fatores mais importantes para o sucesso do negócio.Desse modo, estudamos nesta unidade que a percepção é o processo pelo qual os indivíduos selecionam, organizam e interpretam os estímulos recebidos, resultando em uma imagem significativa e coerente do mundo. A percepção tem implicações estratégicas para o profissional de marketing porque os consumidores tomam decisões com base no que sentem e não necessariamente na realidade objetiva. A maneira como o consumidor percebe um produto tem uma forte influência nas intenções de compra e em sua motivação. Todos os indivíduos têm necessidades, vontades e desejos. O impulso subconsciente ou a motivação do cliente para reduzir tensões induzidas pela necessidade resulta num comportamento que, este acredita, satisfará seus anseios e proporcionará um estado interno mais confortável. Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 74 Unidade II Assim, pudemos analisar que as seleções que os consumidores fazem de estímulos recebidos são baseadas na interação entre suas próprias expectativas e a tentação causada pela incitação apreendida, num jogo de impulso e desejos. A interpretação dos estímulos é altamente subjetiva e está baseada no que o consumidor espera usufruir de acordo com as experiências prévias (suas ou de outros), bem como nos motivos e interesses no momento de compra. No que se refere a aquisições, também observamos que a estratificação social, isto é, a divisão dos membros de uma sociedade em uma hierarquia de classes sociais distintas, existe em todas as sociedades e culturas. Uma classe social normalmente é definida pelo status que os membros dessa classe possuem em relação aos membros de outras classes. A participação em uma classe social, muitas vezes, serve como uma estrutura de referência para a análise das atitudes e do comportamento do consumidor. A mensuração da classe social ocupa-se em classificar os indivíduos em agrupamentos. Estes, por sua vez, são de particular valor para as empresas, que utilizam a classificação social como um meio efetivo de identificar e segmentar seu mercado-alvo. As pesquisas têm revelado diferenças de classes social em hábitos de vestuário, decoração da casa e atividades de lazer, bem como nos hábitos de poupar, gastar e obter créditos. Desse modo, os profissionais de marketing especificam estratégias de produtos e promocionais para cada segmento de classe social visado. Estudamos ainda a cultura como importante fator a ser considerado pelos profissionais de marketing, dado que ela abarca muitos aspectos sociais. No contexto do comportamento do consumidor, a cultura é definida como a soma total das crenças, valores e costumes aprendidos que regulam o comportamento do consumo dos membros de uma determinada sociedade. O impacto social da cultura é tão natural e enraizado que sua influência no comportamento raramente é percebida. Contudo, é ela que proporciona ordem, direção e orientação aos membros da sociedade em todas as fases da resolução dos problemas humanos. Finalmente, pudemos analisar as influências situacionais. As que descrevemos nessa unidade: ambiente físico e social, tempo, definições de tarefa e estados antecedentes – oferecem oportunidades múltiplas para que os produtos sejam posicionados e diferenciados. Um exemplo disso Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 75 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR é fazer com que a característica de economia de tempo seja um modo de diferenciar um produto em relação às ofertas concorrentes. A pesquisa de mercado é necessária para determinar quais influências situacionais podem ser usadas na criação de uma estratégia de posicionamento. Elas também podem servir de orientação para o desenvolvimento de um novo produto. Exercícios Questão 1. (Enade 2006) A Quitutes da Tia Zuzu é uma pequena empresa brasileira que produz misturas pré-preparadas para bolos e tortas. O sucesso desta empresa é tal que os diretores estão considerando expandir o composto de produtos, comercializando bolos e tortas prontos. Os gerentes de produto, no entanto, temem que as novas linhas de produtos canibalizem a linha de misturas. Como a empresa pode se proteger da possibilidade de canibalização? I – Direcionando a comunicação do novo produto para um público com perfil psicográfico diferente daqueles que compram as misturas pré-preparadas. II – Concentrando a distribuição da nova linha de produtos em regiões onde as misturas de bolos e tortas não são distribuídas. III – Comercializando a nova linha de produtos com uma marca diferente, usando uma estratégia de multimarcas. Está(ão) correta(s), apenas, a(s) afirmativa(s): A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) I e III. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: a segmentação psicográfica faria com que os consumidores das misturas pré-preparadas fossem diferentes dos consumidores de bolos e tortas prontas, evitando a canibalização. Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 76 Unidade II II – Afirmativa correta. Justificativa: a concentração proposta corresponderia a uma segmentação geográfica, também diferenciando os consumidores de ambos os produtos. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: a adoção de marcas diferentes, por si só, não equivale à segmentação dos consumidores. De fato, essa estratégia permitiria, e até incrementaria, a canibalização. Questão 2. (Enade, 2009, adaptada) Ao longo do tempo, filósofos têm identificado várias formas de encarar o comportamento ético do consumidor. Entre elas, a visão utilitarista considera o comportamento ético como aquele que traz o maior bem para o maior número possível de pessoas, interferindo diretamente na saúde dos colaboradores. Sob a lógica da visão utilitarista, considere as afirmativas a seguir: I – Fechamento de uma fábrica em uma cidade para que a matriz da corporação continue sendo lucrativa e operacional em outras cidades. II – Deslocamento dos habitantes de um vilarejo à beira-mar para a construção de um condomínio de alto luxo, pequeno e reservado. III – Suspensão do bônus da alta administração, apesar de seu ótimo desempenho, para preservar a sobrevivência da empresa. Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s): A) I e III. B) II. C) III. D) I. E) II e III. Resolução desta questão na plataforma. Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 77 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Unidade III 5 PROCESSOS DE INFORMAÇÃO Hoje em dia é muito comum ouvirmos falar que milhões de dólares foram gastos para desenvolver e lançar uma campanha publicitária em âmbito nacional. No entanto, é preciso levar em conta que se não for possível expor os consumidores à mensagem, ou seja, fazer com que eles prestem atenção nela, consigam compreendê-la ou até mesmo se lembrem dela, o investimento será em vão. Nesta unidade, vamos entender como funciona a apreensão da informação recebida pelo consumidor. A informação pode ser obtida pelo consumidor por meio dos sentidos da visão, audição, paladar, olfato e tato. É importante perceber que os estímulos naturais compreendem, por exemplo, ondas sonoras, ondas de luz, substâncias químicas, sensações táteis produzidas por texturas e graus de temperatura. Segundo Martin Lindstrom (2007, p. 103), “branding é a criação de laços emocionais entre marca e o consumidor. [...], as emoções se baseiam na informação captadapor nossos sentidos”. Observação Os sentidos podem ser trabalhados para a construção de uma marca com o objetivo de tornar a informação mais duradoura, impactante ou melhor. Consequentemente, as ações devem resultar do trabalho simultâneo dos sentidos, tornando-as parte da experiência de vida dos consumidores. Igualmente, a linguagem a ser transmitida deve ser voltada para um público específico. Quer dizer, se a campanha publicitária for para crianças, a linguagem deve ser voltada para elas, criando laços emocionais com relação à informação recebida. Lindstrom (2007) ainda ilustra os estímulos causados pelas marcas, os quais atingem nossos sentidos, provocando uma experiência sensorial e gerando no consumidor a percepção da marca em si e de seus atributos: • Audição (recursos sonoros): há uma diferença entre ouvir e escutar. Ouvir é o recebimento das informações por meio do ouvido, seu sentido fisiológico em si. Escutar é filtrar, ser seletivo, lembrar e responder à mensagem. Assim, os ouvidos ouvem e o cérebro escuta. O som está diretamente relacionado à emoção, portanto, trata-se de uma poderosa ferramenta para a constituição do branding. Apoiando-se nessa colocação de que o som está ligado à emoção, o autor destaca a música como um fator evocativo de lembranças passadas e sensações vividas em outras ocasiões. Dessa forma, nenhum som pode ser ignorado. O próprio ruído “natural” do produto deve ser sua marca registrada na composição do branding, ainda que não seja o fator principal do produto ou serviço, ele deve ser incorporado como assessório. Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 78 Unidade III • Visão: o sentido mais poderoso e o mais utilizado pelos profissionais de marketing. É necessário fazer um ícone para a marca, tornando esse ícone o sinônimo dela. Algo que o diferencie dos demais, como cor, forma, design ou qualquer outro aspecto visual próprio da marca. Feito isso, permitirá um reconhecimento instantâneo, remetendo o consumidor à lembrança do produto. • Toque: o que se sente sobre uma marca está muito relacionado com o tipo de qualidade atribuída ao produto. Portanto, essa sensação é responsável pela formação da percepção da marca. • Olfato (odor): as essências evocam imagens, sensações, lembranças e associações. O olfato é capaz de identificar milhares de cheiros no ambiente diariamente. Segundo Lindstrom (2007), testes revelam que 40% da melhora do humor está relacionada a um cheiro agradável, portanto, é fator relevante em sua alteração. Nesse sentido, o aroma desempenha um papel de aceitação ou rejeição de uma marca. • Paladar (sabor): o paladar, juntamente com o olfato, são sentidos relacionados a substâncias químicas e estão diretamente interligados. Lindstrom (2007) comenta sobre um novo instrumento para melhor aproveitamento desses sentidos, denominado design organoléptico, em que se utiliza uma técnica que incorpora o sabor e o aroma no processo de design para assegurar a sinergia entre aquilo que os consumidores provam e cheiram com o que escutam, tocam e ouvem. Essa técnica procura traduzir para as embalagens as sensações e percepções dos consumidores, ou seja, traduzir a experiência real do consumidor. O sabor também está relacionado a outros sentidos, como cor (visão) e forma (tato). Observação O paladar pode ser facilmente estimulado pelos sistemas de neurônios- espelho, assim, ao se elaborar uma campanha de alimentos, os profissionais de marketing devem se lembrar de fazer com que os consumidores possam ver a degustação dos produtos. Kotler e Keller (2006, p. 7) nos dizem que [...] orquestrando diversos serviços e mercadorias podemos criar, apresentar e comercializar experiências. O Magic Kingdom da Walt Disney World é uma experiência. Nele, você visita um reino de fadas, um navio pirata e uma casa mal-assombrada. À sua maneira, o Hard Rock Café e o Planet Hollywood também são experiências dessa natureza. Existe um mercado para experiências peculiares, como passar uma semana em um centro de treinamento de beisebol, jogando com grandes craques seniores; reger a Orquestra Sinfônica de Chicago por cinco minutos; escalar o monte Everest. Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 79 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 5.1 O que é processamento de informação? A figura a seguir apresenta um diagrama simplificado do processo de informação recebida pelo consumidor. Esse diagrama mostra que três fatores influenciam esse processamento, o qual pode ser discriminado pelos seguintes níveis: percepção, o nível de envolvimento do consumidor e a memória. A percepção é o processo por meio do qual os indivíduos são expostos à informação, prestam atenção nela e a compreendem. Entrada de informação Processo de percepção Exposição Atenção Compreensão Envolvimento Memória Figura 14 – Modelo de processamento de informação pelo consumidor No estágio de exposição inicial, os consumidores recebem a informação por meio dos sentidos, já no estágio de atenção, concentram-se em um estímulo e para ele direcionam sua capacidade de processamento. No estágio de compreensão, organizam e interpretam a informação a fim de captar seu significado. O segundo fator que influencia o processamento de informação é o grau de envolvimento do consumidor. Tal aspecto é o que determina se ele passará do estágio de exposição para o de atenção, chegando ao estágio de compreensão de memória. O componente final do modelo de processamento de informação é a função da memória. Como se pode ver na figura precedente, a memória desempenha seu papel em cada um dos estágios. Ela ajuda a orientar os processos de exposição e atenção, ao permitir que os consumidores antecipem os estímulos com os quais podem vir a ter contato. Auxilia no processo de compreensão ao armazenar o conhecimento do consumidor acerca do ambiente. Essa base de conhecimento pode ser acessada a fim de ajudar a pessoa a entender o significado de um estímulo (estudaremos mais sobre a memória na próxima unidade). No Brasil, em 1990, foi aprovado o Código de Defesa do Consumidor, que estabelece as normas de proteção e defesa do consumidor. Esse código é parte integrante da Política Nacional de Relações de Consumo, que tem por objetivo o atendimento às necessidades do consumidor, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia das relações de consumo. Assim, é possível evitar abusos por parte das organizações tanto em termos de propaganda, quanto de prestação de serviços. Impresso por José Roberto, CPF 088.919.914-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 26/11/2019 10:48:18 80 Unidade III Saiba mais No site do Procon é possível acessar a Cartilha do Consumidor para obter mais informações sobre os direitos de defesa do consumidor: PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR (PROCON). Cartilha do consumidor . 1999. Disponível em: <http://www.procon. al.gov.br/legislacao/cartilhadoconsumidor.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2017. 5.2 O estágio de exposição Conforme vimos na figura anterior, a exposição a um estímulo é o primeiro passo no processamento de informação. A partir da exposição à informação, os órgãos sensoriais do consumidor são ativados e tem início todo o mecanismo de processamento que foi esclarecido. A fim de influenciar os consumidores, os profissionais de marketing devem elaborar um anúncio adequado para transmitir nos meios e canais de comunicação pertinentes direcionados aopúblico que se quer atingir. Uma das características do estágio de exposição é sua seletividade. Por meio de um processo de exposição seletiva, os consumidores escolhem de maneira ativa se querem se expor à informação ou não. Na medida em que aumenta o envolvimento com um tipo específico de produto, é mais provável que os consumidores se exponham de modo seletivo a anúncios sobre ele. Por exemplo, o controle remoto permite que os consumidores mudem de modo rápido e eficaz de um canal para outro. Um estudo descobriu que 65% das casas com televisão a cabo não assistem aos comerciais. O segredo para prevenir que as pessoas evitem as mensagens seletivas, é tornar a propaganda tão atrativa a ponto desses espectadores desejarem vê-la. 5.3 O estágio de atenção Os profissionais de marketing devem fazer mais do que expor os consumidores à informação, precisam também fazer com que eles prestem atenção ao que estão ouvindo ou vendo. Quando existe atenção, a capacidade cognitiva é direcionada para um estímulo, de maneira que o anúncio é processado conscientemente. Assim, quando um consumidor presta atenção em uma propaganda, maior será a probabilidade de o indivíduo querer comprar o produto. 5.4 O estágio de compreensão No estágio de compreensão, imediatamente posterior ao estágio de atenção, os consumidores claramente organizam e interpretam informações, a fim de gerar um significado a partir deles. Organização perceptiva é o processo por meio do qual as pessoas percebem as formas, as figuras e as linhas do mundo visual. A interpretação, por sua vez, é o processo em que as pessoas se baseiam para agregar significado a um estímulo, utilizando ainda suas experiências, memórias e expectativas. O estudo de compreensão é especialmente importante para anunciantes. Os pesquisadores descobriram que, quando as pessoas não compreendem corretamente um anúncio, elas geralmente são menos persuadidas por ele.
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