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Unidade IV - AIJ

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Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP – 2017.01 
UNIDADE IV - AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO – AIJ 
a. Conceito: trata-se de um importante ato processual (formado por um 
complexo de atos processuais relevantes), sendo em regra, 
absolutamente pública, salvo nos casos de segredo de justiça (artigo 
368 do CPC), em que ocorrerá a portas fechadas. Esta audiência 
apenas decorre no processo se houver necessidade de PROVA 
ORAL. 
 
A AIJ é uma etapa processual formal e complexa, POIS CONCENTRA 
DIVERSOS ATOS PROCESSUAIS, QUE SE SUCEDEM NA FORMA 
PREVISTA EM LEI E SÃO REALIZADOS QUASE DE FORMA 
SIMULTÂNEA. Inclusive a sentença, em alguns casos. 
 
b. Momento: esta audiência deve ser designada pelo juiz na DECISÃO 
DE SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO. No dia e 
hora designados, o juiz manda apregoar (CONVOCAR) às partes, 
seus advogados e demais pessoas que irão participar do ato. (artigo 
358 CPC). 
 
c. Observações importante sobre o inicio da AIJ: 
c.1. O pregão deve ser feito de forma clara (inclusive com auxílio de sistema de 
som) para que os participantes da audiência que estejam no fórum sejam 
regularmente convocados; 
c.2. O pregão deve ocorrer conforme lei processual, quando o juiz já esta na 
sala de audiência, já determinou a abertura da mesma, esperando, portanto, as 
partes adentrarem no ambiente. Na prática ocorre o inverso. 
 
 
 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP – 2017.01 
d. Princípios 
A audiência atende aos PRINCÍPIOS DA IMEDIATIDADE DO JUIZ, 
DA CONCENTRAÇÃO E DA PUBLICIDADE: 
A. IMEDIATIDADE: privilegia que o julgamento da causa será privilégio do 
juiz de primeiro grau, responsável pela instrução processual; 
 
B. CONCENTRAÇÃO: versa sobre a audiência UNA, que pode prosseguir 
em outra data, mas será continuação; 
 
C. PUBLICIDADE: determina que, exceto nos processos em segredo de 
justiça, todas as audiências são públicas. (Art. 368. A audiência será 
pública, ressalvadas as exceções legais.) 
Na audiência, o juiz detém PODER DE POLÍCIA, com a finalidade 
de manter a ordem e o decoro, podendo, inclusive, REQUISITAR FORÇA 
POLICIAL OU QUE ALGUÉM INCONVENIENTE SE RETIRE. (artigo 360 
CPC). 
e. DEVERES DO JUIZ NA AUDIÊNCIA (ARTIGO 360 CPC) 
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, 
incumbindo-lhe: 
I - manter a ordem e o decoro na audiência; 
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os 
que se comportarem inconvenientemente; 
III - requisitar, quando necessário, força policial; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, 
os membros do Ministério Público e da Defensoria 
Pública e qualquer pessoa que participe do 
processo; 
V - registrar em ata, com exatidão, todos os 
requerimentos apresentados em audiência. 
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f. ADIAMENTO DA AIJ (artigo 362 CPC) 
 
1. Convenção entre as partes (inciso I) – as partes podem requerer por 
petição conjunta que seja transferida a AIJ, visto que as partes estão 
buscando pela via independente alcançar um acordo para o processo. 
 
2. Motivo Justificado (inciso II): 
 
2.1. Partes. Este impedimento deverá ser justificado (provado) até a 
abertura da AIJ, sem ela, o juiz instruirá o processo (art. 362, 
parágrafo 1º CPC); 
2.2. Advogado. Não comparecendo o advogado da parte, o defensor 
público ou o membro do ministério público, sem justificativa nesta 
audiência, o juiz poderá dispensar a PROVA SOLICITADA PELA 
PARTE (artigo 362, parágrafo 2º CPC); 
 
3. Atraso em face do inicio da AJI, superior a 30 minutos (Inciso III) 
 
3.1. Sanção pelo adiamento 
 
 Aquela que der causa ao adiamento arcará com os custos acrescidos ao 
processo, em função do adiamento (artigo 362, parágrafo 3º CPC). 
 
3.2. Intimação dos ADVOGADOS (artigo 363 CPC) 
 
 Em face do adiamento ou antecipação da data da AIJ, ex officio ou a 
requerimento de uma das partes, o juiz deverá intimar os advogados ou 
sociedade de advogados pata tomarem ciência da NOVA 
DESIGNAÇÃO. 
 
 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
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4. CARACTERÍSTICA DA AIJ (artigo 365 CPC) 
 
 É UNA E CONTÍNUA. Esta audiência poderá ser dividida em casos 
excepcionais, quando se precisa ouvir alguma outra testemunha ou um 
perito, ou quando, pela complexidade a mesma delonga-se por muitas 
horas, pelo que o juiz pode determinar seu PROSSEGUIMENTO PARA 
A DATA MAIS PRÓXIMA POSSÍVEL (artigo 365 e parágrafo único 
CPC). 
 
5. TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO (ARTIGO 359 CPC) 
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as 
partes, independentemente do emprego anterior de outros 
métodos de solução consensual de conflitos, como a 
mediação e a arbitragem. 
 A tentativa de conciliação é fase PROCESSUAL OBRIGATÓRIA E 
NÃO PODE SER OMITIDA PELO JUIZ, uma vez que visa interesse da 
administração da justiça. 
 A conciliação leva a transação que é um negócio jurídico 
processual entre as partes litigantes, direcionada pelo juiz do caso, 
sempre mantendo sua imparcialidade e observando as partes o 
interesse de uma solução amigável. Esta conciliação será 
HOMOLOGADA PELO JUIZ COM FORÇA DE SENTENÇA, valerá 
como TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL E FARÁ COISA JULGADA. 
 
6. PROCEDIMENTOS (artigo 360 e sgs CPC) 
 Frustrada a conciliação, segue para AIJ, com a colheita da prova oral; 
 Ordem preferencial da colheita da prova oral (artigo 361 CPC): 
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão 
aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo 
e na forma do art. 477, caso não respondidos 
anteriormente por escrito; 
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II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão 
depoimentos pessoais; 
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, 
que serão inquiridas. 
7. ALEGAÇÕES FINAIS 
 Ao terminar a oitiva das partes, o juiz dará a palavra PRIMEIRAMENTE 
AO ADVOGADO DO AUTOR, APÓS O DO RÉU, para alegações em 
regra orais, pelo prazo de 10 minutos, prorrogáveis mais 10 minutos 
cada um, em caso de alta complexidade (artigo 364, caput CPC); 
 
 LITISCONSORTES (CASO HAJA), PELO PRAZO DE 30 MINUTOS, 
para as alegações finais ou debates orais (art. 364, parágrafo 1º CPC), 
QUE ENTRE ELES DEVE SER DIVIDIDO COMO BEM APROUVER; 
 
 QUESTÕES COMPLEXAS (artigo 364, parágrafo 2º CPC). Os debates 
orais podem ser substituídos por RAZÕES FINAIS ESCRITAS 
(CONHECIDAS COMO MEMORAIS), em prazos sucessivos de 15 
dias, primeiro o autor, depois o réu, sendo permitido que o réu conheça 
as razões do autor; 
 
 Após os debates orais ou apresentadas razões finais escritas, o juiz 
proferirá sentença na própria AIJ, ou no prazo IMPRÓPRIO DE 30 DIAS, 
CONFORME O ART. 366 DO CPC; 
 
 Tudo que acontece na AIJ, é LAVRADO O TERMO DE AUDIÊNCIA 
OU ASSENTADA, QUE CONTERÁ O RESUMO DO OCORRIDO, 
INCLUSIVE DAS DECISÕES E DOS DESPACHOS. O termo será 
impresso, rubricado e assinado pelo juiz, partes e representante do 
Ministério Público (se este estiver presente). – artigo 367, parágrafo 1º, 
2º do CPC; 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
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 Ao escrivão ou chefe de secretaria incumbe transladar cópia 
autenticadado termo de audiência para os autos (art. 367, parágrafo 3º 
CPC); 
 
8. Outras disposições da AIJ (ARTIGO 367 CPC) 
§ 4o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o 
disposto neste Código, em legislação específica e nas 
normas internas dos tribunais. 
§ 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em 
imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, 
desde que assegure o rápido acesso das partes e dos 
órgãos julgadores, observada a legislação específica. 
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode 
ser realizada diretamente por qualquer das partes, 
independentemente de autorização judicial.

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