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Arquitetura e Urbanismo – UNIBAN Desenho Urbano e Paisagismo História do Paisagismo no Brasil Professores: Celso Sampaio Márcio Luiz Vale Outubro / 2010 1.Introdução: • Paisagem • Paisagismo • Paisagem produto e sistema: produto porque resulta de um processo de ocupação, utilização e gestão de determinado espaço. Sistema, na medida em que, a partir de uma ação, uma intervenção, sempre haverá uma reação que transforma parcial ou totalmente o espaço. • Paisagismo no Brasil trata-se de um termo genérico, que pode designar desde o procedimento de plantio de um pequeno jardim particular, até o processo de concepção de projetos complexos de intervenção na paisagem urbana. O passeio público, primeiro espaço público tratado no país, foi construído no Rio de Janeiro e inaugurado em 1783. Seu desenho, de linhas clássicas, predomina em todas as intervenções da primeira metade do século XIX. Obra de Mestre Valentim 1.Antecedentes da produção paisagística no Brasil Ecletismo Clássico – em que o espaço é tratado de forma mais rígida, com distribuição geométrica de seus caminhos, estruturação de eixos e convergência, em geral, para um ponto principal. Busca-se a exposição da vegetação como elemento decorativo e a implantação de elementos como fontes e esculturas. Passeio Público do Rio de Janeiro obra clássica de Mestre Valentim A Praça Clássica Praça da Independência Santos – SP Praça Santos Andrade Curitiba – PR Parque da Independência São Paulo – SP O Parque Clássico Romântico – neste momento (primeira metade do século XX), busca-se a influência do jardim inglês, em que se rompe com a rigidez, os espaços se compõem de caminhos orgânicos, entremeados por lagos, grandes gramados e a introdução de maciços de arvoredos, além de elementos de inspiração grega. Antoine François Marie Glaziou • Engenheiro Civil francês convidado por D. Pedro II para assumir o cargo de Diretor de Matas e Jardins – 1858. • Trás ao Brasil a influência do jardim anglo-francês (com clara inspiração nos cânones ingleses), presente na implantação de grandes parques de Paris. • Sua influência se consolida, estando presente na concepção de diversos espaços públicos ajardinados do país. • Se aposenta e deixa o Brasil em 1897. Obras • Reforma do Passeio Público do Rio de Janeiro – 1861; • Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro; • Campo de Santana, Rio de Janeiro – 1875, entre outros. Parques franceses Parc des Buttes Chaumont Paris – França Parques franceses Parc Monceau Paris – França Parques franceses Parc Montssoris Paris – França Reforma do Passeio Público do Rio de Janeiro – 1861. Primeira obra de Glaziou, já como Diretor de Matas e Jardins da Corte Imperial – Rio de Janeiro. Quinta da Boa Vista – Rio de Janeiro, projeto de Glaziou: Residência da Família Real que hoje abriga parque, o Museu Nacional e Jd. Zoológico. Campo de Santana – Rio de Janeiro. Principal obra de Glaziou. Praça da República São Paulo – SP O Parque Romântico Campo de São Bento Niterói – RJ Modernismo • Abandono de referências passadas • Nacionalismo; • Valorização da vegetação nativa. • Programa projetual diversificado • Atividades; • Contemplação. Identidade Modernista Ruptura – abandono do modo de projetar do ecletismo, mantendo-se a prática de utilização da vegetação nativa, já bastante desenvolvida. No entanto, se mantém a utilização de mosaicos e arenitos em pavimentos. Construção – formação de identidade própria – relação com a paisagem local. • Momento de afirmação do nacionalismo • Cultural; • Arquitetura / urbanismo. • Diversificação de usos • Lazer (Play grounds, praias, piscinas, etc); • Esportes (campos de várzea, etc). • Urbanização intensa • Carência de espaços de lazer; • Poder público busca atender à necessidade de novos espaços. • Ruptura com o academicismo. Identidade Modernista Antecedentes • Estado Novo (autocrático, centralizador, populista e nacionalista); • Industrialização – rápida urbanização; • Movimento Moderno na Arquitetura e Urbanismo; • Edifício do Ministério da Educação e Saúde – paisagismo de Burle Marx; • 1942 – Projetos de Belo Horizonte – Pampulha; • Projetos de Niemeyer e Lúcio Costa. Palácio Gustavo Capanema – edifício do antigo Ministério da Educação e Saúde (MES) Paisagismo articulado com arquitetos modernos, sob a coordenação de Le Corbusier Projetos de Belo Horizonte - Pampulha Início da parceria entre Niemeyer e Burle Marx Principais características – inovações • Utilização de pisos contínuos, com a incorporação da calçada; • Paginações elaboradas – formas orgânicas ou geométricas com forte influência dos mosaicos de Burle Marx; • Poucos equipamentos – limitados, normalmente, à bancos moldados na própria obra com projetos especiais; • Menos elementos decorativos – foram muito utilizados os painéis assinados por artistas plásticos (Burle Marx); • Vegetação tropical predominante; • Pequenos espelhos d’água, em geral, geométricos, seguindo paginação do piso. O espaço público Praça Duque de Caxias – localizada em frente ao Ministério do Exército, em Brasília – Obra de Burle Marx A Praça Moderna Uma das mais importantes obras de Burle Marx Largo da Carioca – Rio de Janeiro Vale do Anhangabaú Projeto de revitalização elaborado na década de 1980, apartir de concurso público realizado pela municipalidade. Projeto de Jorge Wilheim, Jamil Kfouri e Rosa Kliass Calçadões a beira mar Calçadão da orla de Copacabana – Rio de Janeiro. Um dos projetos mais marcantes de Burle Marx. Parque Sarah Kubitschek – Brasília Projeto de Burle Marx Parques Modernos Parque do Ibirapuera – São Paulo Projetado de fato pelo agrônomo Augusto Teixeira Mendes, o Parque do Ibirapuera recebeu projetos complementares de Oscar Niemeyer e Burle Marx. Aterro do Flamengo – Rio de Janeiro Burle Marx – o principal paisagista moderno Principais características • Grande liberdade de seus trabalhos, ora orgânicos, ora geometrizados, ora com linhas mistas, abandonando qualquer tipo de regra mais rígida de simetria; • Uso da vegetação nativa e tropical é marca fundamental de seus projetos e passa a ser ícone do nacionalismo brasileiro; • Grande cuidado na utilização de pisos e pavimentos, com materiais diversificados que direcionam o caminhante por espaços cuidadosamente projetados; • Utilização cuidadosa da água como elemento de caráter bucólico e contemplativo, mesmo em espaços fortemente geometrizados. Burle Marx – projetos Primeiro projeto de destaque de Burle Marx, mostra ainda grande influência clássica – elaborado quando chefiou o Departamento de Parques e Jardins de Recife/PE. Praça da Casa Forte – Recife/PE Jardins do Itamaraty – Brasília/DF Centro Cívico de Santo André Projeto de 1967, com arquitetura de Rino Levi Burle Marx – outros trabalhos • Burle Marx criou os principais parques do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. • Como pesquisador identificou inúmeras espécies nativas e introduziu a utilização de outras tantas no projeto de paisagismo. • Criou os jardins de grandes corporações, museus, bancos, casas e edifícios. • Realizou projetos em vários países da América Latina, África e Ásia – entre outros é autor do parque implantado junto às Torres Patronas, na Indonésia. Paisagismo Contemporâneo • Nova Ruptura • Reincorporação de referências ecléticas revisitadas; • Reutilização / revitalização de espaços e estruturas – reconversão. • Projetos Cenográficos • Projetos de Conservação Ambiental Reutilização de espaços – exemplos de revitalização • Parque das Pedreiras – Ópera de Arame – Curitiba/PR • Pelourinho – Salvador/BA • Praça Saens Peña – Rio de Janeiro/RJ Projetos Cenográficos Praça Itália – PortoAlegre/RS Jardim Botânico – Curitiba / PR Referências nos monumentais jardins franceses Projetos de conservação ambiental Parque Cidade de Toronto – São Paulo / SP Projetado por equipe do DEPAVE (prefeitura de São Paulo) e delegação canadense, foi implantado em 1987, com financiamento integral da cidade de Toronto. Projetos de Revitalização Urbana • Internacionais: • Puerto Madero – Bueros Aires / Argentina; • Barcelona olímpica; • Porto de Lisboa – Portugal. • Nacionais: • Rio Cidade – Rio de Janeiro; • Centros de Bairros – Santo André; • Rua das Flores – Curitiba. Rio Cidade – Rio de Janeiro / RJ Largo do Maracanã Largo do Méier Centros de Bairros – Santo André / SP Santa Terezinha Vila Luzita
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