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Legislação Tributária - Apostila - Aula 5

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Profº. Rabelo 
 Aula 05 
 
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Legislação Tributária Estadual comum aos Estados p/ SEFAZ-CE 
 
 
Aula 05: Lei Kandir – Não 
cumulatividade e Apuração do 
Imposto 
Legislação Tributária Estadual comum aos 
Estados p/ SEFAZ-CE 
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Legislação Tributária Estadual comum aos Estados p/ SEFAZ-CE 
Sumário 
SUMÁRIO ..................................................................................................................................................2 
ICMS ......................................................................................................................................................... 3 
NÃO CUMULATIVIDADE ................................................................................................................................. 3 
VEDAÇÕES À UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO DE ICMS ......................................................................................... 10 
CRÉDITO DE ATIVO PERMANENTE ............................................................................................................... 12 
ESTORNO DO ICMS ...................................................................................................................................... 16 
REGRAS PARA APROVEITAMENTO DO CRÉDITO ......................................................................................... 18 
APURAÇÃO DO IMPOSTO............................................................................................................................. 19 
QUESTÕES COMENTADAS............................................................................................................... 25 
LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................... 62 
GABARITO .............................................................................................................................................. 72 
RESUMO DIRECIONADO ......................................................................................................................... 73 
 
 
 
Profº. Rabelo 
 Aula 05 
 
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Legislação Tributária Estadual comum aos Estados p/ SEFAZ-CE 
ICMS 
 Dando continuidade ao nosso curso, hoje finalizaremos o estudo da Lei Kandir tratando das principais 
regras relativas à utilização do crédito de ICMS e trataremos sobre as regras de apuração do imposto. 
 Fique atento! A aula de hoje é fundamental para nossa aprovação! 
NÃO CUMULATIVIDADE 
 
A não cumulatividade vimos que é um princípio constitucional que é replicado da Constituição Federal/88 
na Lei Kandir. 
Vamos conferir como está disposto o princípio da não cumulatividade na Lei Kandir: 
Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à 
circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. 
 Perceba que a Lei Kandir repete o que está disposto não Constituição Federal. O ponto primordial da 
não cumulatividade é possibilitar ao contribuinte descontar do seu débito de ICMS o valor que foi cobrado de 
ICMS na operação anterior sobre o mesmo produto. Portanto, supondo que determinado contribuinte tenha 
adquirido um produto no qual houve uma cobrança de R$ 50,00 de ICMS e, posteriormente, ele realiza a venda 
desse produto sendo devido R$ 100,00 de ICMS, ele poderá descontar os R$ 50,00 do seu débito de R$ 100,00. 
Assim, ele deverá pagar R$ 50,00 (100,00 – 50,00) a título de ICMS nessa operação. 
Vamos aproveitar para rever o exemplo dado na nossa aula 00. 
 EXEMPLO: Suponha que um produtor agrícola venda uma saca de arroz para uma indústria e que ela fará 
a seleção e o beneficiamento do arroz para posterior venda aos supermercados onde ocorrerá a venda ao 
consumidor final. Vamos considerar ainda que a alíquota será de 20% nessas 3 operações. 
 
Venda 01:
Produtor-Indústria.
• Valor da saca de arroz:
R$ 100,00;
• Alíquota: 20%
• Imposto da operação 
01: 100,00x20%= R$ 
20,00
• Imposto a ser pago: 
R$20,00 (não houve 
operação anterior)
Venda 02: 
Indústria-Mercado
• Valor da saca de arroz:
R$ 200,00;
• Alíquota: 20%
• Imposto da operação 
02: 200,00x20%= R$ 
40,00
• Imposto a ser pago: 
40,00 – 20,00(operação 
01)= R$20,00
Venda 03: 
Mercado-Consumidor 
• Valor da saca de arroz:
R$ 300,00;
• Alíquota: 20%
• Imposto da operação 
03: 300,00x20%= R$ 
60,00
• Imposto a ser pago: 
60,00 – 40,00(operação 
02)= R$20,00
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Legislação Tributária Estadual comum aos Estados p/ SEFAZ-CE 
A constituição Federal/88 também determina que o Regime de Compensação do ICMS seja disciplinado 
por Lei Complementar. Assim, a Lei Kandir trata sobre o regime de compensação que é a maneira pela qual são 
confrontados os débitos e os créditos do contribuinte. Perceba então que o regime de compensação é o meio 
hábil para tornar possível o princípio da não cumulatividade. 
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de 
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, 
real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, 
ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. 
Esse artigo nos informa que o direito de se creditar do imposto anteriormente cobrado abrange a entrada 
de mercadoria ou recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. 
Perceba que com relação a entrada de mercadorias a possibilidade de creditar-se abrange a entrada real 
ou simbólica. Entrada simbólica é, por exemplo, quando o contribuinte compra mercadorias e pede que a 
entrega seja efetuada em depósito fechado ou armazém-geral. Assim, mesmo que a mercadoria entre 
simbolicamente no estabelecimento, o contribuinte poderá creditar-se do ICMS cobrado nessa operação. 
Além disso, a Lei Kandir estabelece que a entrada de mercadoria destinada ao uso/consumo ou ao ativo 
permanente também possibilita ao contribuinte creditar-se do imposto anteriormente cobrado. Entretanto, já 
adianto que os créditos relativos às mercadorias destinadas ao uso ou consumo só poderão ser utilizados a 
partir de 1º janeiro de 2033. Na verdade, essa possibilidade de crédito relativo às mercadorias destinadas ao 
uso ou consumo do estabelecimento vem sendo constantemente postergada pela legislação. Quando chega o 
momento em que será possível essa utilização, o Congresso altera a Lei Kandir. Vamos aguardar o que 
acontecerá no futuro! 
Com relação à entrada de mercadorias destinadas ao ativo permanente, já adianto que, realmente, é 
possível creditar-se. Entretanto, mais a frente veremos as regras específicas. 
 Antes de estudarmos as regras previstas no artigo 20 sobre as condições para utilização do crédito de 
ICMS relativo às operações anteriores, vamos estudar o artigo 33 da Lei Kandir que trata sobre a utilização do 
crédito relativo às operações com mercadorias destinadas ao uso ou consumo, energia elétrica, bens 
destinados ao ativo permanente e prestação de serviços de comunicação. 
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte: 
I – somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento nele 
entradas a partir de 1o de janeiro de 2033; 
Conforme adiantei, a previsão para utilização do crédito relativo as mercadorias destinadas ao uso e 
consumo vem sendo postergada. Perceba que com a possibilidade de utilização desse crédito, os Estados e o 
Distrito Federal reduzirãosua arrecadação de ICMS. Assim, apesar de previsto o aproveitamento desses 
créditos, eles estão tendo sua possibilidade de utilização postergada para não reduzir a arrecadação tributária 
das Unidades da Federação. 
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Na sequência são dispostas as condições para utilização do crédito relativo à entrada de energia elétrica 
no estabelecimento. 
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte: 
II – somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no estabelecimento: 
a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica; 
b) quando consumida no processo de industrialização; 
c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção destas 
sobre as saídas ou prestações totais; e 
d) a partir de 1o de janeiro de 2033 nas demais hipóteses; 
 A primeira possibilidade de utilização do crédito com relação à entrada de energia elétrica é similar a uma 
operação com mercadoria, ou seja, na saída o contribuinte tem direito de creditar-se do valor do ICMS cobrado 
na operação de entrada. 
 A segunda possibilidade de utilização do crédito com relação à entrada de energia elétrica ocorre quando 
ela é utilizada como um insumo de produção, ou seja, ela é utilizada no processo de produção de novos 
produtos. Dessa maneira, a utilização de energia elétrica no processo produtivo possibilita o contribuinte 
creditar-se do ICMS cobrado na operação de entrada. 
 A terceira possibilidade de utilização do crédito com relação à entrada de energia elétrica ocorre quando 
o seu consumo resulta em operação de saída ou prestação para o exterior. Nesse caso, o crédito é admitido na 
proporção das saídas ou prestações para o exterior sobre as saídas ou prestações totais. Ela é utilizada no 
processo de produção de novos produtos. Dessa maneira, o estabelecimento exportador deve calcular a 
proporção entre as saídas ou prestações para o exterior e as saídas ou prestações totais. Calculada essa 
proporção, é possível saber quanto de crédito do ICMS da operação de entrada de energia elétrica poderá ser 
utilizada. 
 
EXEMPLO: Comerciante realiza operação de vendas de diversas mercadorias inclusive para o exterior. No mês 
de dezembro de 20x1, a conta de energia elétrica do estabelecimento foi de R$ 100.000,00, com ICMS de R$ 
28.000,00. O contribuinte quer saber que valor pode ser apropriado decorrente do consumo de energia elétrica. 
Considere que o contribuinte realizou as seguintes operações: 
 Venda de mercadorias no Brasil = R$ 160.000,00; 
 Venda de mercadorias para o exterior = R$ 40.000. 
➔ 1º passo: calcular a proporção das operações de exportação sobre as operações totais: 
 
Proporção = __________________ = _______________ = __________ = _________ = 0,20 Vendas p/ exterior 
Vendas totais 160.000 + 40.000 
 40.000 40.000 
 200.000 
 20.000 
 100.000 
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➔ 2º passo = multiplicar a proporção pelo valor do crédito de ICMS: 
 
Crédito a ser apropriado = proporção x crédito total = 0,20 x 28.000 = 5.600 
 
Crédito a ser apropriado no mês = R$ 5.600 
 A quarta possibilidade de utilização do crédito com relação à entrada de energia elétrica abrange as 
outras possíveis situações não elencadas. Entretanto, de maneira similar as mercadorias destinadas ao uso ou 
consumo do estabelecimento, a utilização só poderá ocorrer a partir de 1º de janeiro de 2033. 
 Assim, esquematizando, temos: 
 
 
 
 Vamos conferir como pode cair em prova: 
(CESPE- SEFAZ/RS- TÉCNICO- 2018) 
Empresa fabricante de móveis para escritórios, situada no estado do Rio Grande do Sul, detentora de dois 
estabelecimentos e não praticante de operações de exportação pretende creditar-se de ICMS cobrado sobre a 
entrada de energia elétrica em seus estabelecimentos, com valor regularmente destacado em documento 
fiscal. Em um dos estabelecimentos, funciona a área administrativa da empresa; em outro, realiza-se atividade 
de exclusiva industrialização. Conforme a Lei estadual n.º 8.820/1989, nessa situação hipotética, a referida 
empresa 
A) violará a legislação, pois não é permitido que a empresa credite ICMS de valores cobrados pela entrada de 
energia elétrica. 
B) poderá creditar o ICMS incidente somente sobre a entrada de energia no estabelecimento onde funciona a 
área administrativa. 
C) poderá creditar o ICMS incidente somente sobre a entrada de energia no estabelecimento onde se realiza 
atividade de exclusiva industrialização. 
D) poderá creditar o ICMS incidente sobre a entrada de energia em ambos os estabelecimentos. 
E) violará a legislação, pois tal operação é restrita a empresas que fabriquem produtos destinados à exportação. 
RESOLUÇÃO: 
Entrada de energia elétrica no 
estabelecimento
for objeto de operação de saída de energia elétrica
consumida no processo de industrialização
seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais
a partir de 2033
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A) violará a legislação, pois não é permitido que a empresa credite ICMS de valores cobrados pela entrada 
de energia elétrica. 
ERRADO. É possível que a empresa se credite do ICMS cobrado pela entrada de energia elétrica. Entretanto, é 
necessário cumprir os requisitos necessários. 
B) poderá creditar o ICMS incidente somente sobre a entrada de energia no estabelecimento onde funciona a 
área administrativa. 
ERRADO. Para a energia consumida na área administrativa não há possibilidade de utilização do crédito fiscal. 
C) poderá creditar o ICMS incidente somente sobre a entrada de energia no estabelecimento onde se realiza 
atividade de exclusiva industrialização. 
CORRETO. De fato, a energia consumida no processo de industrialização permite a utilização do crédito fiscal 
relativo à sua entrada. 
D) poderá creditar o ICMS incidente sobre a entrada de energia em ambos os estabelecimentos. 
ERRADO. Não pode se creditar do ICMS relativo ao estabelecimento da área administrativa. 
E) violará a legislação, pois tal operação é restrita a empresas que fabriquem produtos destinados à 
exportação. 
ERRADO. Realmente, as empresas que fabricam produtos destinados à exportação podem utilizar o crédito 
fiscal relativo á entrada de energia elétrica. Entretanto, essa possibilidade não é exclusividade desses 
estabelecimentos. Lembrando que essa utilização deve ser na proporção das saídas ou prestações para o 
exterior sobre as saídas ou prestações totais 
Resposta: C 
 
 Com relação à utilização do crédito de ICMS relativo à aquisição de mercadoria destinada ao ativo 
permanente, a Lei Kandir dispôs o seguinte: 
III - somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao ativo permanente do estabelecimento, 
nele entradas a partir da data da entrada desta Lei Complementar em vigor. 
Assim, bens destinados ao ativo permanente que deram entrada em momento anterior a entrada em 
vigor da Lei Kandir não dão direito à utilização de crédito do ICMS. 
 
Com relação às condições para utilização do crédito relativo aos serviços de comunicação, temos: 
IV – somente dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação utilizados pelo 
estabelecimento: 
a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza; 
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b) quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre 
assaídas ou prestações totais; e 
c) a partir de 1o de janeiro de 2033 nas demais hipóteses. 
 Note que as possibilidades de utilização do crédito relativo ao recebimento de serviços de comunicação 
são similares com as possibilidades relativas à entrada de energia elétrica. A única diferença é porque não há o 
caso de utilização de serviço de comunicação no processo produtivo. 
 Cabe destacar a primeira possibilidade de utilização do crédito com relação ao recebimento de serviços 
de comunicação, que é similar a uma operação com mercadoria, ou seja, na saída o contribuinte tem direito de 
creditar-se do valor do ICMS cobrado na operação de entrada. 
 Portanto, lembre-se: 
 
Após esse estudo do artigo 33 da Lei Kandir, vamos retomar as regras previstas no artigo 20 para 
utilização do crédito de ICMS. 
Art. 20, § 1º - Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de 
operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à 
atividade do estabelecimento. 
Art. 20, § 2º - Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento os veículos de 
transporte pessoal. 
 A primeira observação é com relação à entrada de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de 
operações ou prestações isentas ou não tributadas. Note que, se a operação anterior foi isenta ou não tributada, 
não houve cobrança de ICMS. A compensação do ICMS ocorre com o crédito cobrado na operação anterior. 
Logo, se não houve cobrança, não há crédito para compensar. 
EXEMPLO: Suponha que uma loja de eletrônicos compra computadores para revenda aos usuários finais. 
Considere que nessa operação de venda houve isenção concedida pela Unidade da Federação. A operação de 
venda aconteceu por R$ 1.000,00 e o contribuinte revendeu os computadores por R$ 2.000,00. Vamos 
considerar, ainda, que a alíquota seja de 20% nessas 3 operações. 
 
Serviços de comunicação
utilizados
tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza
sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais
a partir de 2033
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Além disso, a Lei Kandir estabelece que mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento 
não dão direito de crédito. Assim, caso o contribuinte adquira uma mercadoria que seja alheia à atividade do 
estabelecimento, não poderá creditar-se do ICMS cobrado nessa operação. Primeiramente, é importante 
termos noção do que seria mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. Consideram-se 
alheios à atividade do estabelecimento todos os bens que não sejam utilizados direta ou indiretamente na 
comercialização, industrialização, produção, extração, geração ou prestação de serviço de transporte ou de 
comunicação, bem como aqueles que não sejam empregados na consecução da atividade econômica do 
estabelecimento. 
Nesse ponto, recorro a um julgamento do STJ que trata sobre esse assunto para fortalecer o 
entendimento do que significa bem alheio à atividade. 
O que significa bens alheios à atividade? Ou, invertendo a pergunta, o que significa bens não alheios à 
atividade? Não há dúvida de que os não alheios são os vinculados à atividade, isto é, inerentes, necessários, 
imprescindíveis, enquanto os alheios são os apenas relacionados à atividade, isto é, dispensáveis, 
prescindíveis. (AgInt no AREsp 748359 (2015/0178242-5 - 16/11/2017) 
 Por fim, a Lei Kandir já presume que os veículos de transporte pessoal são alheios à atividade do 
estabelecimento. 
 
 
Venda 01: 
Indústria-Contribuinte
•Valor do computador: R$1.000,00;
•Alíquota: 20%
•Imposto da operação 01: R$0,00 (operação 
isenta)
Venda 02: 
Contribuinte-Usuário
•Valor do computador: R$2.000,00;
•Alíquota: 20%
•Imposto da operação 02: R$400,00 
(operação anterior isenta: não tem crédito pra 
compensar)
Não dão direito a crédito
Operações ou prestações isentas ou não tributadas
Mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento
Veículos de transporte 
pessoal
Presumem-se alheios à 
atividade do 
estabelecimento
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VEDAÇÕES À UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO DE ICMS 
 
Continuando o estudo do Artigo 20, vamos conferir outras regras relativas ao creditamento de ICMS. 
Vamos falar sobre as vedações de utilização do crédito do ICMS: 
 Art. 20, § 3º - É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços 
a ele feita: 
I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do 
produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto se tratar-se de saída para o 
exterior; 
II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subsequente não forem 
tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior. 
§ 4º Deliberação dos Estados, na forma do art. 28, poderá dispor que não se aplique, no todo ou em parte, a 
vedação prevista no parágrafo anterior. 
 Perceba que quando a saída da mercadoria ou a prestação de serviço é isenta ou não tributada, ou seja, 
não há cobrança de ICMS, não é possível utilizar o crédito oriundo da operação ou prestação anterior. Suponha 
que determinado contribuinte adquiriu mercadoria para revenda com ICMS cobrado no valor R$ 100,00, se essa 
mercadoria for para revenda em operação isenta (ou não tributada), o contribuinte não poderá utilizar o crédito 
relativo a cobrança de ICMS. 
Entretanto, a Lei Kandir excepciona essa regra quando a operação ou prestação é destinada ao exterior. 
Lembre-se que a Constituição Federal/88 conferiu um tratamento diferenciado para as exportações. Conforme 
a CF, é assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e 
prestações anteriores. 
Art. 155 § 2.º X - não incidirá ICMS: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a 
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto 
cobrado nas operações e prestações anteriores; 
Detalhe interessante que ainda pode ocorrer nas operações com saídas isenta ou não tributadas. Em 
regra, uma saída isenta ou não tributada não dá direito ao crédito relativo à operação anterior. Note que quem 
não poderá utilizar esse crédito da operação anterior é o contribuinte que realizou a operação de saída isenta 
ou não tributada. Podemos dizer que esse crédito estaria perdido. Entretanto, a Lei Kandir conferiu uma 
possibilidade para “recuperação” desse crédito que não pode ser utilizado pelo contribuinte que realiza a 
operação de saída isenta ou não tributada. 
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Vamos conferir: 
§ 6º Operações tributadas, posteriores a saídas de que trata o § 3º (saídas isentas ou não tributadas), dão ao 
estabelecimento que as praticar direito a creditar-se do imposto cobrado nas operações anteriores às 
isentas ou não tributadas sempre que a saída isenta ou não tributada seja relativa a: 
I - produtos agropecuários; 
II - quando autorizado em lei estadual, outras mercadorias. 
 Perceba que a Lei Kandir permite que o contribuinte adquirente das mercadorias isentas ou não 
tributadas possa utilizar o crédito anteriormente não utilizado. Vamos utilizar um exemplo para facilitar a 
compreensão. 
EXEMPLO: Produtor rural vende produtos agropecuários para indústria pelo valor de R$ 1.000,00. A indústria 
utiliza esses produtos comoinsumos de produção para produzir mercadoria que é vendida para loja 
revendedora por R$ 4.000,00, com isenção de ICMS. Essas lojas vendem os produtos por R$ 6.000,00 para 
consumidores finais. Considerando uma alíquota de 20% de ICMS nessas operações, qual o valor do ICMS a ser 
recolhido pela loja revendedora? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ A loja recolherá R$ 1.000,00 de ICMS. Seu débito de ICMS é de R$ 1.200,00, mas ela pode utilizar 
o crédito cobrado na operação anterior à operação isenta, que não foi utilizado. 
Perceba que os produtos agropecuários já estão inclusos nessa sistemática. Para inclusão de novos 
produtos nessa sistemática é necessário que haja autorização por lei estadual. 
➢ Produtos agropecuários → Definidos pela Lei Kandir; 
➢ Outras mercadorias → Autorizados por lei estadual. 
Produtor Indústria Loja Consumidor
Valor: 1.000 
Alíquota: 20% 
ICMS: 200,00 
Valor: 4.000 
Alíquota: 20% 
Operação Isenta 
ICMS: 0,00 
 
* Contribuinte não pode 
creditar-se do ICMS cobrado na 
operação anterior 
Valor: 6.000 
Alíquota: 20% 
ICMS: 1.200,00 – 200,00 = 1.000,00 
 
 
* Contribuinte pode creditar-se do ICMS cobrado 
na operação anterior à saída isenta ou não 
tributada. 
 
 
Saída isenta 
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CRÉDITO DE ATIVO PERMANENTE 
 
Na sequência vamos estudar as regras relativas aos créditos oriundos da entrada de mercadorias 
destinadas ao ativo permanente. 
Art. 20, § 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada 
de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado: 
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser 
apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; 
II – em cada período de apuração do imposto, não será admitido o creditamento de que trata o inciso I, em 
relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total das 
operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período; 
III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a ser apropriado será 
obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) 
da relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas 
e prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com 
destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; 
IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata 
die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês; 
É comum que o crédito relativo à entrada de um ativo permanente seja um valor bastante elevado. Assim, 
a Lei Kandir determinou que ele deveria ser apropriado em 48 meses, ou seja, o valor do crédito deve ser 
dividido em 48 parcelas para apropriação. Suponha que determinada indústria adquira um produto no qual 
houve a cobrança de R$ 48.000,00. Logo, a indústria só poderia apropriar o valor de R$ 1.000,00 por mês. Além 
disso, a apropriação só pode ser iniciada no mês em que ocorre a entrada do bem no estabelecimento. 
“Ah professor, é tranquilo! Basta dividir o valor do crédito por 48 e verificar o mês que o bem deu 
entrada no estabelecimento.” 
Não é bem assim!!! 
De fato, é necessário verificar o mês em que o bem deu entrada no estabelecimento. Entretanto, não 
basta dividir o valor do crédito por 48. A Lei Kandir estabelece que em cada período de apuração não será 
admitido o creditamento, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não 
tributadas sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período. 
“O que isso significa?” 
Significa que, quando dividimos o valor do crédito do ativo permanente por 48, esse será o valor máximo 
que pode ser apropriado no mês. Para definir o valor exato a ser apropriado, precisamos calcular a proporção 
entre as saídas tributadas e as saídas totais efetuadas no período. 
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Assim temos, que o valor do crédito a ser apropriado pode ser encontrado pela seguinte fórmula: 
Crédito mensal AP = Crédito total AP x ____ x _________________ 
 
* Equiparando-se às tributadas as saídas e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado 
à impressão de livros, jornais e periódicos. 
 Conforme adiantado, nem sempre o crédito que será apropriado será o valor total do ICMS do ativo 
permanente dividido por 48. 
 A divisão por 48 é feita considerando o período de apuração mensal e que o crédito do ativo permanente 
deve ser apropriado durante 4 anos. Entretanto, é possível que o período de apuração não seja mensal. O 
período de apuração pode ser decendial (a cada 10 dias), bimestral, trimestral, semestral, etc. Assim, o 
quociente de 1/48 deve ser ajustado conforme o novo período de apuração. 
 Vamos aproveitar para praticar esse ajuste. 
➔ Considere um período de apuração de 2 meses: 
 1 mês -------------- 1/48 
 2 meses ------------- X 
 Aplicando a regra de 3, temos: X = 2 x 1/48 = 1/24. 
 
Crédito mensal AP = Crédito total AP x ____ x _________________ 
 
➔ Considere um período de apuração de 10 dias: 
 30 dias -------------- 1/48 
 10 dias ------------- X 
 Aplicando a regra de 3, temos: 30X = 10 x 1/48 = 1/144. 
 
Crédito mensal AP = Crédito total AP x ____ x _________________ 
 
 
EXEMPLO: Considere que, no mês de janeiro de 20x1, determinado contribuinte adquiriu um bem destinado 
ao ativo permanente com crédito de ICMS destacado no valor de R$ 24.000,00. O contribuinte deseja saber 
qual o crédito de ICMS que pode ser apropriado no mês de entrada do bem no estabelecimento. Os dados das 
operações realizadas pelo contribuinte são os seguintes: 
 Operações tributadas: 100.000; 
 Operações isentas: R$ 40.000,00; 
1 
48 
Saídas tributadas 
Saídas totais 
24 Saídas totais 
Saídas tributadas 1 
144 Saídas totais 
Saídas tributadas 1 
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 Operações de exportação: R$ 20.000,00. 
 1º passo: Calcular a proporção das operações tributadas sobre as operações totais: 
 Proporção= (operações tributadas/operações totais); 
 * Operações de exportação → consideram-se tributadas; 
Proporção = _______________________ = _________ = 3/4 = 0,75 
 
 2º passo: Calcular o ICMS apropriado mensalmente: 
 ICMSmensal = ICMStotal x (1/48) x (operações tributadas/operações totais); 
 ICMSmensal = 24.000 x (1/48) x (3/4) = 375 (crédito de ICMS a ser apropriado no período). 
 Após aprendermos a calcular o valor do ICMS a ser apropriado em cada período de apuração, vamos 
conferir outras regras relativas aos créditos oriundos da entrada de bens para o ativo permanente do 
estabelecimento. 
V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de quatro anos 
contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de que 
trata este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio; 
VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito 
da compensação prevista neste artigo e no art. 19, em livro próprio ou de outra forma que a legislação 
determinar, para aplicação do disposto nos incisos I a V deste parágrafo; e 
VII – ao final do quadragésimo oitavomês contado da data da entrada do bem no estabelecimento, o saldo 
remanescente do crédito será cancelado. 
 Caso o contribuinte aliene um bem do ativo permanente no qual o crédito relativo à sua entrada vinha 
sendo regularmente apropriado, a partir da data da alienação, não poderá mais haver creditamento de ICMS 
relativo a esse bem. 
EXEMPLO: Determinado contribuinte adquiriu um ativo permanente com crédito de ICMS no valor de R$ 
2.400,00 e só realizava operações tributadas. Após 02 anos de utilização desse ativo permanente, o 
contribuinte resolveu alienar esse bem para adquirir um bem novo. 
➢ Após a venda do ativo permanente o contribuinte não poderá mais apropriar crédito de ICMS oriundo 
da aquisição desse ativo permanente. Vamos aproveitar para calcular o ICMS que não pode mais ser 
apropriado. 
 1º passo: Calcular o ICMS apropriado mensalmente: 
 ICMSmensal = ICMStotal x (1/48) x (operações tributadas/operações totais); 
 *Contribuinte só realiza operações tributadas → operações tributadas/operações totais = 1 
 ICMSmensal =2.400 x (1/48) x 1 = 2.400/48 = 500 (ICMS apropriado mensalmente); 
100.000 + 20.000 
100.000 +40.000 + 20.000 
120.000 
160.000 
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 2º passo: Calcular o ICMS apropriado durante o período de utilização: 
 ICMSapropriado = ICMSmensal x Nº de meses de utilização; 
 ICMSapropriado = 500 x 24 = 1.200 (ICMS apropriado no período de 2 anos); 
 3º passo: Calcular o ICMS que não poderá ser utilizado (vedado): 
 ICMSvedado = ICMStotal - ICMSapropriado; 
 ICMSvedado = 2.400 – 1.200 = 1.200 (ICMS vedado); 
 
 Ao final do período de 48 meses, caso haja saldo remanescente relativo à aquisição do ativo permanente. 
Esse saldo deve ser cancelado. 
 “Professor, é possível haver crédito remanescente no fim dos 48 meses?” 
 Sim, é possível. Basta que em algum mês o contribuinte realize operações isentas ou não tributadas. 
Acontecendo isso, ele não vai creditar o máximo que ele pode utilizar nesse período. 
EXEMPLO: Determinado contribuinte adquiriu um ativo permanente com crédito de ICMS no valor de R$ 
14.400,00. Na operação de suas atividades ele realizava 70% das suas operações tributadas regularmente. 
Dentre as operações havia isentas ou não tributadas e havia 10% das operações que eram destinadas ao 
exterior, e só realizava operações tributadas. Após 04 anos de utilização desse ativo permanente, qual o saldo 
remanescente que deve ser cancelado? 
1º passo: Calcular o ICMS apropriado mensalmente: 
ICMSmensal = ICMStotal x (1/48) x (operações tributadas/operações totais) 
Aqui devemos ter cuidado, pois o contribuinte realiza operações isentas ou não tributadas. Além disso, 
realiza operações destinadas ao exterior. É importante lembrar que as operações destinadas ao exterior são 
consideradas como operações tributáveis. Assim, temos que o contribuinte realiza 80% de operações 
tributáveis (70% regularmente tributas e 10% operações destinadas ao exterior). Com isso, podemos calcular o 
ICMS apropriado mensalmente. Vamos lá: 
 ICMSmensal 14.400 x (1/48) x 0,80 = 3.000 x 0,80 = 240 (ICMS apropriado mensalmente); 
2º passo: Calcular o ICMS apropriado durante o período 48 meses: 
ICMSapropriado = ICMSmensal x Nº de meses de utilização; 
ICMSapropriado = 240 x 48 = 11.520 (ICMS apropriado no período de 48 meses); 
3º passo: Calcular o ICMS que deve ser cancelado: 
ICMSa cancelar = ICMStotal - ICMSapropriado; 
ICMSvedado = 14.400 – 11.520 = 2.880 (ICMS a ser cancelado). 
 Por fim, temos que o contribuinte, além de lançar o crédito do ativo permanente com os outros créditos, 
deve registrar em livro próprio os créditos relativos do ativo permanente. Para fins de conhecimento, o controle 
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do crédito do ativo permanente é registrado no Livro Controle de Apropriação de crédito do ICMS do Ativo 
Permanente- CIAP. O CIAP é um livro físico que foi integrado à Escrituração Fiscal Digital (EFD). 
 
ESTORNO DO ICMS 
 
 Primeiro, é importante entender como funciona um estorno de ICMS. Ao adquirir uma mercadoria 
tributada pelo ICMS, o contribuinte lança na sua contabilidade o valor cobrado de ICMS. Com isso, esse crédito 
fica disponível para ser compensado com o débito das operações de saídas efetuadas pelo contribuinte. No 
entanto, pode surgir situações que façam com que o contribuinte tenha que estornar esse imposto. Como deve 
ser efetuado esse estorno do imposto? O estorno do crédito deve ser feito por um lançamento a débito, 
anulando o crédito inicialmente apropriado. 
 
DÉBITO CRÉDITO 
200 200 
 
 
 Assim, após ser efetuado o lançamento do crédito de ICMS, caso ocorra alguma situação que implique a 
necessidade de estornar o crédito inicialmente lançado, esse estorno deve ser feito por meio de um lançamento 
a débito. 
 Agora, vamos conferir quais são as situações que podem ensejar a necessidade do contribuinte estornar 
o crédito inicialmente lançado: 
Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço 
tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: 
I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível 
na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço; 
II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante não 
for tributada ou estiver isenta do imposto; 
III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. 
§ 2o Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações 
ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com o papel destinado à impressão de livros, jornais 
e periódicos. 
Estorno do crédito Lançamento do crédito 
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 O estorno do imposto deve ocorrer em situações que inicialmente seriam admitidas a utilização do 
crédito, mas que, posteriormente, ocorre algum evento que impossibilita essa utilização. Perceba que, 
inicialmente, a mercadoria tem uma finalidade que legitima a regular apropriação do crédito. 
Tenha em mente: 
 
 Além disso, conforme já vimos, a Constituição Federal/88 assegura a manutenção do crédito relativo 
às operações ou prestações anteriores no caso de operações ou prestações destinadas ao exterior. A 
possibilidade de manutenção do crédito relativo às operações anteriores nas operações com o papel destinado 
à impressão de livros, jornais e periódicos é uma novidade da Lei Kandir. 
Portanto, não se esqueça: 
Não se estornam créditos, admitida a sua utilização: 
➢ Operações ou prestações destinadas ao exterior; 
➢ Operações com o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. 
Vamos conferir mais uma regra referente ao estorno. 
 § 3º O não creditamento ou o estorno a que se referem o § 3º do art. 20 e o caput deste artigo, não 
impedem a utilização dos mesmos créditos em operações posteriores, sujeitas ao imposto, com a mesma 
mercadoria. 
Essa situação se refere a situação na qual um contribuinte realiza operações isentas ou não tributas e o 
contribuinte adquirente pode utilizar o crédito anteriormente não utilizado. O fato do contribuinte que aliena 
a mercadoria não se creditar do impostou ou efetuar o estorno, não impede que o contribuinte adquirente 
utilize esse crédito nas situações em que há possibilidade. 
 
Estorno do imposto
For objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta,
sendo esta circunstância imprevisívelna data da entrada da 
mercadoria ou da utilização do serviço
For integrada ou consumida em processo de industrialização,
quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver 
isenta do imposto
Vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento
Vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se
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REGRAS PARA APROVEITAMENTO DO CRÉDITO 
 
A seguir veja uma regra para aproveitamento do crédito relativa aos documentos fiscais. 
Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto, reconhecido ao 
estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham sido prestados os serviços, está 
condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições 
estabelecidos na legislação. 
Parágrafo único. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco anos contados da data 
de emissão do documento. 
 Para poder utilizar o crédito relativo às mercadorias que tenha recebido ou serviços que tenha tomado, o 
documento relativo ao crédito deve ser idôneo e o contribuinte precisa cumprir algumas obrigações previstas 
nas legislações locais, caso haja. Além disso, a Lei Kandir já determina que o direito à utilização do crédito é de 
05 anos contados da emissão da data do documento. Fique atento, pois é possível que a banca examinadora 
tente lhe confundir, informando que o prazo para utilização do crédito é contado da entrada da mercadoria no 
estabelecimento. Não caia nessa! 
Não importa o momento em que a mercadoria entre no estabelecimento, o tempo para utilizar o crédito 
é de 5 anos da data de emissão do documento. 
Memorize: 
 
 
 
 
Direito de crédito está 
condicionado à
Idoneidade da documentação
Escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação
Direito de utilizar o 
crédito
Cinco anos contados da 
data de emissão do 
documento
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APURAÇÃO DO IMPOSTO 
 
Vamos conferir como é apurado o ICMS, ou seja, como é feito o levantamento dos créditos e dos débitos 
do contribuinte. 
Art. 24. A legislação tributária estadual disporá sobre o período de apuração do imposto. As obrigações 
consideram-se vencidas na data em que termina o período de apuração e são liquidadas por compensação 
ou mediante pagamento em dinheiro como disposto neste artigo: 
I - as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos créditos escriturados no 
mesmo período mais o saldo credor de período ou períodos anteriores, se for o caso; 
II - se o montante dos débitos do período superar o dos créditos, a diferença será liquidada dentro do prazo 
fixado pelo Estado; 
III - se o montante dos créditos superar os dos débitos, a diferença será transportada para o período seguinte. 
 Conforme mencionado na Lei Kandir, é a legislação tributária estadual que definirá o período de 
apuração do ICMS. O mais comum é que a apuração seja mensal, mas nada impede que a legislação estadual 
defina que o período de apuração seja bimestral ou trimestral. Apesar de não definir o período de apuração, a 
Lei Kandir determina as obrigações que são consideradas vencidas na data em que termina o período de 
apuração. Supondo que a legislação estadual determine que o período de apuração seja mensal, a obrigação 
será considerada no último dia do mês. 
 
Por fim, a Lei Kandir informa que a liquidação da obrigação é realizada por compensação ou por 
pagamento em dinheiro. É interessante notar que ao fim do período de apuração é possível ocorrer 03 
situações, vamos conferir cada uma: 
1º Situação: total dos débitos = total dos créditos 
➔ Nesse caso não há nada a fazer, pois o débito do contribuinte foi compensado com o crédito do 
contribuinte. 
Cumpre observar que no somatório dos créditos do contribuinte é possível haver o saldo credor de 
períodos anteriores. Esse saldo credor de períodos anteriores ocorre quando o somatório dos créditos 
é superior ao somatório dos débitos do contribuinte (conforme veremos na situação 03). 
EXEMPLO: Considere que o contribuinte ALPHA possuía no mês de fevereiro um saldo credor de R$ 500,00 
decorrente da apuração do mês janeiro. No mês de fevereiro foi apurado um débito de R$ 2.000,00 e um crédito 
de R$ 1.500,00. Como fica a liquidação do ICMS nesse caso? 
DÉBITO: 2.000 
Vencimento da 
obrigação
Vencida na data em que 
termina o período de 
apuração
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CRÉDITO: 1.500 + 500(saldo credor do mês anterior) = 2.000 
➢ Dessa maneira, a obrigação considera-se liquidada, visto que o montante dos créditos é igual ao 
montante dos débitos. 
 2º Situação: total dos débitos > total dos créditos 
➔ Nesse caso, o contribuinte deve recolher a diferença no prazo fixado pelo Estado. 
EXEMPLO: Considere que o contribuinte BETA no mês de fevereiro apurou um débito de R$ 4.000,00 e um 
crédito de R$ 3.000,00. Como fica a liquidação do ICMS nesse caso? 
➢ O contribuinte BETA recolherá a diferença de R$ 1.000,00 no prazo fixado. 
3º Situação: total dos débitos < total dos créditos 
➔ Nesse caso, a diferença do saldo credor será transportada para o período seguinte. Perceba que o 
Estado não paga nada para o contribuinte quando o total dos créditos é maior que o total dos débitos. 
O Estado autoriza que o contribuinte transporte esse saldo para compensar em períodos futuros. 
EXEMPLO: Considere que o contribuinte GAMA no mês de fevereiro apurou um débito de R$ 4.000,00 e um 
crédito de R$ 6.000,00. Como fica a liquidação do ICMS nesse caso? 
➢ O contribuinte GAMA VAI transpor para o mês seguinte o saldor credor no montante de R$ 2.000,00 
para poder compensar com futuros débitos. 
 
 Agora, vamos conferir como é feita apuração caso o contribuinte possua mais de um estabelecimento. 
Art. 25. Para efeito de aplicação do disposto no art. 24, os débitos e créditos devem ser apurados em cada 
estabelecimento, compensando-se os saldos credores e devedores entre os estabelecimentos do mesmo 
sujeito passivo localizados no Estado. 
Ainda que o contribuinte possua diversos estabelecimentos, a apuração é efetuada em cada 
estabelecimento individualmente. Apesar disso, os débitos e créditos dos estabelecimentos podem ser 
compensados entre si, ou seja, se o contribuinte tiver um saldo devedor de R$ 1.000,00 na matriz e um saldo 
credor de R$ 500,00 na filial, ele só precisará recolher R$ 500,00. 
Portanto: 
 
Apuração Em cada estabelecimento do sujeito passivo
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 Art. 25, § 1º Saldos credores acumulados a partir da data de publicação desta Lei Complementar por 
estabelecimentos que realizem operações e prestações de que tratam o inciso II do art. 3º e seu parágrafo único 
podem ser, na proporção que estas saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento: 
 I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; 
 II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros contribuintes do mesmo 
Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de documento que reconheça o crédito. 
Lembram do tratamento diferenciado nas operações de exportação? É importante lembrar que os 
estabelecimentos exportadores mantêm os créditos relativos as operações anteriores. Dessa maneira é muito 
provável que os créditos sejam maiores que os débitos. Se você imaginar um estabelecimento que só realiza 
operações de exportação, perceberá que ele só terá créditos. Quala vantagem de ter crédito de ICMS se não 
tiver débito para compensar? A Lei Kandir estabelece que os estabelecimentos que tiverem saldo credor 
acumulado decorrente das operações de exportação poderão dar 2 destinos a esse saldo: 
➢ Imputar a qualquer estabelecimento do próprio sujeito passivo, no Estado; 
➢ Transferir para outro contribuinte estabelecido no mesmo Estado. 
 
Para não esquecer: 
 
 
 
“Professor, essa destinação dos saldos credores acumulados só vale para estabelecimentos exportadores?” 
Não. A lei Kandir, apenas, disciplinou a situação dos estabelecimentos exportadores, mas permitiu que a 
legislação estadual pudesse tratar das outras situações. 
Vamos conferir: 
Art. 25, § 2º Lei estadual poderá, nos demais casos de saldos credores acumulados a partir da vigência desta 
Lei Complementar, permitir que: 
 I - sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; 
 II - sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmo Estado. 
A Lei Kandir autoriza que lei estadual permita que as demais possibilidades de saldos credores 
acumulados tenham a mesma destinação prevista para os saldos credores acumulados dos estabelecimentos 
exportadores. 
Transferência de saldo credor 
acumulado
Imputar a qualquer estabelecimento seu, no Estado
havendo saldo remanescente
Transferir para outro contribuinte estabelecido no mesmo Estado, 
mediante a emissão pela autoridade competente de documento que 
reconheça o crédito
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Lei estadual pode permitir → demais saldos credores acumulados possam ter a mesma destinação do 
saldo credor acumulador de operações e prestações destinadas ao exterior. 
➢ Imputar a qualquer estabelecimento seu, no Estado; 
➢ transferir a outros contribuintes do mesmo Estado 
Na sequência, a Lei Kandir autoriza que Lei Estadual possa substituir o regime regular de apuração do 
ICMS por outros 3 possíveis regimes. Vamos conferir quais são esses regimes: 
Art. 26. Em substituição ao regime de apuração mencionado nos arts. 24 e 25, a lei estadual poderá 
estabelecer: 
I - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço dentro de determinado período; 
II - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em cada operação; 
III - que, em função do porte ou da atividade do estabelecimento, o imposto seja pago em parcelas periódicas 
e calculado por estimativa, para um determinado período, assegurado ao sujeito passivo o direito de impugná-
la e instaurar processo contraditório. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, ao fim do período, será feito o ajuste com base na escrituração regular do 
contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva; caso contrário, a diferença será compensada com o 
pagamento referente ao período ou períodos imediatamente seguintes. 
§ 2º A inclusão de estabelecimento no regime de que trata o inciso III não dispensa o sujeito passivo do 
cumprimento de obrigações acessórias. 
 Conforme vimos, a apuração do ICMS é levada em conta pelos débitos e créditos, não fazendo distinção 
entre as operações e prestações que entram (créditos) e as operações e prestações que saem (débitos). 
Entretanto, lei estadual pode determinar que a apuração seja efetuada de maneira diferente. 
Para isso, a Lei Kandir apresentou 03 possibilidades: 
1º possibilidade: apuração por mercadoria ou serviço dentro de determinado período: 
O cotejo dos débitos e créditos é efetuado por mercadoria. 
EXEMPLO: Suponha que determinado contribuinte efetue a operação com dois produtos distintos A e B. Lei 
estadual determina que os contribuintes efetuem a apuração do ICMS por mercadoria ou serviço dentro de 
determinado período. 
Apuração produto A: 
DÉBITOS CRÉDITOS 
50 40 
30 20 
40 20 
120 80 
➔ Recolher 40 reais relativo a apuração do produto A; 
 
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Apuração produto B: 
DÉBITOS CRÉDITOS 
30 40 
10 30 
20 20 
60 90 
➔ Transportar 30 reais de crédito relativo a apuração do produto B para o período seguinte. Perceba que 
o contribuinte não pode utilizar esse crédito para abater o débito de ICMS do produto A porque a 
apuração é por mercadoria. 
 
2º possibilidade: apuração por mercadoria ou serviço em cada operação: 
EXEMPLO: Suponha que determinado contribuinte, enquadrado no regime de apuração por mercadoria ou 
serviço em cada operação, adquiriu para revender dois produtos: X e Y. O produto X foi adquirido por R$ 
100.000,00, com destaque de ICMS no valor de R$ 25.000,00, e o produto Y foi adquirido por R$ 50.000,00, com 
destaque de ICMS no valor de R$ 10.000,00. Dessa maneira, o contribuinte totalizou um valor de R$ 35.000,00 
de crédito de ICMS. O contribuinte revendeu produto X por R$ 150.000,00, incidindo nessa operação ICMS no 
valor de R$ 40.000,00. Como fica apuração do ICMS? 
➢ A apuração é realizada por mercadoria em cada operação. Assim, na revenda do produto X deve ser 
feita apuração do ICMS relativo a essa mercadoria. Conforme temos no exemplo, na revenda houve 
um débito de ICMS no valor de R$ 40.000,00 e o contribuinte tinha um crédito de ICMS relativo a essa 
mercadoria no valor de R$ 25.000,00, resultando num ICMS a recolher de R$ 15.000,00. Perceba que, 
apesar do contribuinte ter R$ 10.000,00 de crédito de ICMS relativo ao produto Y, ele só poderá 
utilizar esse crédito quando realizar uma operação com esse produto, visto que nesse caso a apuração 
é realizada por mercadoria em cada operação. 
 
3º possibilidade: imposto pago por estimativa. 
EXEMPLO1: Foi estimado que o contribuinte “XYZ” teria uma receita mensal de R$ 40.000,00 durante o 
primeiro semestre do ano 20X1. Assim, foi calculado o ICMS por estimativa, considerando que o contribuinte 
estava sujeito a uma única alíquota de 20%. Entretanto, ao final do semestre, foi verificado que o contribuinte 
auferiu uma receita mensal de R$ 50.000,00. 
➢ O contribuinte deverá recolher a diferença de ICMS apurada relativa ao período em que recolheu o 
ICMS por estimativa. Perceba que o contribuinte recolheu R$ 8.000,00 (40.000 x 20%) por mês, 
quando na verdade deveria recolher R$ 10.000,00 (50.000 x 20%) por mês. Logo, ele deverá recolher 
a diferença de R$ 2.000,00 por mês, totalizando R$ 12.000,00. 
EXEMPLO2: Foi estimado que o contribuinte “XYZ” teria uma receita mensal de R$ 50.000,00 durante o 
primeiro semestre do ano 20X1. Assim, foi calculado o ICMS por estimativa, considerando que o contribuinte 
estava sujeito a uma única alíquota de 20%. Entretanto, ao final do semestre, foi verificado que o contribuinte 
auferiu uma receita mensal de R$ 30.000,00. 
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➢ O contribuinte compensará a diferença de ICMS recolhida a mais do ICMS por estimativa. Perceba 
que o contribuinte recolheu R$ 10.000,00 (50.000 x 20%) por mês, quando na verdade deveria recolher 
R$ 6.000,00 (30.000 x 20%) por mês. Assim, ele compensará a diferença apurada de R$ 24.000,00 
relativa aos 6 meses (R$ 4.000,00 por mês), com o pagamento referente ao ICMS calculado por 
estimativa do período ou períodos imediatamente seguintes 
 Por fim, o recolhimento do ICMS por estimativa não dispensa o contribuinte do cumprimento das 
obrigações acessórias. 
 
 
Fim de aula! Agora é a hora de colocar o nosso conhecimento em prática! 
Aproveite bem a bateria de exercícios! 
Forte abraço, 
Prof. Ermilson Rabelo 
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Questões comentadas 
01- CESPE – SEFAZ /RS – 2019) 
Emauditoria, constatou-se que determinada empresa situada no estado do Rio Grande do Sul creditou-se de 
ICMS anteriormente cobrado e destacado na primeira via do documento fiscal referente à entrada de 
mercadoria destinada ao ativo permanente do estabelecimento. O bem foi adquirido em janeiro de 2018 e 
vendido em julho desse mesmo ano, tendo a empresa se apropriado de metade do valor do crédito decorrente 
da entrada dessa mercadoria no estabelecimento. 
Nessa situação hipotética, nos termos da Lei estadual n.º 8.820/1989, esse ato praticado pela empresa é 
 a) válido, visto que é permitido se creditar do crédito integral decorrente da entrada da mercadoria. 
 b) inválido, porque ela se creditou de valor maior que o permitido pela legislação. 
 c) válido, uma vez que ela se creditou de valor inferior ao permitido pela legislação. 
 d) inválido, haja vista a proibição de se creditar de valor decorrente da entrada de mercadoria que não se 
encontre mais no ativo permanente da empresa. 
 e) válido, já que ela se creditou do exato valor máximo permitido pela legislação. 
RESOLUÇÃO: 
Conforme o Art. 20º, § 5º, Inciso III, da Lei Kandir o montante do crédito a ser apropriado será obtido 
multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da relação 
entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do 
período, equiparando-se às tributadas, para fins desta alínea, as saídas e prestações com destino ao exterior e, 
a partir de 01/01/06, as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. 
Além disso, a primeira fração do crédito deve ser apropriada no mês em que ocorre a entrada no 
estabelecimento. 
Então, podemos inferir que durante a utilização, de janeiro a julho, o contribuinte só poderia se creditar de 7 
vezes do crédito fracionado. Logo, o crédito máximo que poderia ser utilizado é no total de 7/48 do crédito 
destacado no documento fiscal. Se o contribuinte creditou metade do crédito total, ele apropriou um valor 
superior ao permitido na legislação. 
Para facilitar, vamos supor um crédito destacado no documento fiscal de 4.800. Assim, seria possível apropriar 
mensalmente 100 reais, totalizando 700 reais no mês de julho. 
Entretanto, o contribuinte apropriou 2. 400 (metade do crédito destacado no doc. Fiscal). 
Confirmando, nosso entendimento. 
 
 
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Art. 20º, § 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada 
de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado: 
 I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser 
apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; 
III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a ser apropriado será 
obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) 
da relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas 
e prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com 
destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; 
 
Resposta: B 
 
02- CESPE – MPU – 2013) 
Com referência à legislação dos diversos tributos, julgue o item subsequente. 
A regra constitucional de não cumulatividade do ICMS pressupõe que, na venda não tributada de um produto, 
o crédito correspondente à sua aquisição não poderá ser aproveitado e, na compra não tributada, não haverá 
compensação de crédito na venda correspondente. 
RESOLUÇÃO: 
A não cumulatividade significa que é compensado o montante devido na operação com o montante cobrado 
na operação anterior. Se a operação não é tributada, não há montante devido e o crédito da operação anterior, 
não pode ser aproveitado em outras operações, visto que é vedado a utilização desse crédito. 
Art. 20, § 3º - É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços 
a ele feita: 
I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto 
resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto se tratar-se de saída para o exterior; 
II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subsequente não forem 
tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior. 
 
Por fim, quando ocorre uma compra não tributada, não há crédito pra ser aproveitado na operação seguinte. 
 
Resposta: Certa 
 
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03- CESPE – SEFAZ/AL – 2002) 
Acerca do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações (ICMS), julgue o item subsequente. 
A entrada de mercadoria isenta de ICMS em estabelecimento comercial implica crédito para compensação com 
o montante devido nas operações ou prestações seguintes. 
RESOLUÇÃO: 
Quando ocorre uma compra não tributada, não há crédito para ser aproveitado na operação seguinte. 
 
Resposta: Errada 
 
04- FCC – PGE/AP – 2018) 
Um importante estabelecimento atacadista adquiriu um lote grande de papel toalha. Considerando que tais 
produtos, naquele Estado, não estão sujeitos à retenção antecipada do ICMS por substituição tributária, e 
considerando que toda essa mercadoria foi adquirida com a intenção de ser revendida, o referido 
estabelecimento creditou-se corretamente do ICMS destacado nos documentos de aquisição dela. Ocorre, 
porém, que, parte desta mercadoria foi: (1) efetivamente revendida com tributação normal a sua clientela, 
dentro e fora do Estado; (2) exportada para país vizinho, sem incidência do ICMS; (3) utilizada no próprio 
estabelecimento, para limpeza em geral; (4) revendida com redução de base de cálculo; e (5) revendida com 
isenção. Tendo em vista que a tributação de todas estas saídas de mercadoria foi feita de acordo com as normas 
da legislação do ICMS do Estado, e levando em conta também as, normas do Código Tributário do Estado do 
Amapá, o crédito do imposto feito por ocasião da entrada da mercadoria no estabelecimento 
 a) deverá ser estornado, integralmente, em relação às mercadorias que foram exportadas para o exterior. 
b) deverá ser estornado, integralmente, relativamente às mercadorias revendidas com tributação normal a sua 
clientela dentro e fora do Estado e às revendidas com isenção do ICMS. 
c) poderá ser integralmente mantido, relativamente às mercadorias efetivamente revendidas a sua clientela, 
dentro e fora do Estado, exportadas para país vizinho, utilizadas no próprio estabelecimento, para limpeza em 
geral, revendidas com redução de base de cálculo e revendidas com isenção. 
d) deverá ser estornado, integralmente, relativamente às mercadorias utilizadas no próprio estabelecimento, 
para limpeza em geral, e em relação às mercadorias revendidas com redução de base de cálculo. 
e) poderá ser integralmente mantido, relativamente às mercadorias exportadas para país vizinho, sem 
incidência do ICMS, mas deverá ser estornado, proporcionalmente à redução da base de cálculo promovida, 
relativamente às mercadorias que saíram com a referida redução. 
RESOLUÇÃO: 
a) deverá ser estornado, integralmente, em relação às mercadorias que foram exportadas para o exterior. 
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ERRADO. A ConstituiçãoFederal garante a não incidência do ICMS nas operações que destinem mercadorias 
ao exterior. Além disso, assegura a manutenção e o aproveitamento dos créditos decorrentes das operações 
anteriores. 
 
CF/88, Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
§ 2º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte: 
X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no 
exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e 
prestações anteriores. 
A Lei Kandir, respeitando a hierarquia normativa, também traz dispositivo que se coaduna com a regra 
determinada pela Constituição Federal. 
Veja a seguir: 
 Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de 
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, 
real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, 
ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação 
 § 3º É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a ele 
feita: 
II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subsequente não forem 
tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior. 
Quando ocorre uma operação de saída destinada ao exterior, não é vedado o direito do crédito. Note que, em 
regra, uma operação isenta ou não tributada implica vedação à utilização do crédito relativo à operação 
anterior. Entretanto, podemos perceber, mais uma vez, o tratamento privilegiado com as operações e 
prestações destinadas ao exterior. 
b) deverá ser estornado, integralmente, relativamente às mercadorias revendidas com tributação normal a 
sua clientela dentro e fora do Estado e às revendidas com isenção do ICMS. 
ERRADO. As mercadorias revendidas com tributação normal a sua clientela dentro e fora do Estado 
configuram operações típicas nas quais se aplica o princípio da não cumulatividade e, por conseguinte, 
garantem o direito de manutenção do crédito de ICMS para abatimento nos débitos futuros. 
Já em relação as mercadorias revendidas com isenção do ICMS lembremos que, em regra, deve ser realizado o 
estorno (anulação) do crédito, salvo se existir deliberação em contrário da legislação. Conforme estabelecido 
no texto constitucional: 
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CF/88, Art. 155. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de 
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou 
pelo Distrito Federal; 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; 
 
c) poderá ser integralmente mantido, relativamente às mercadorias efetivamente revendidas a sua clientela, 
dentro e fora do Estado, exportadas para país vizinho, utilizadas no próprio estabelecimento, para limpeza 
em geral, revendidas com redução de base de cálculo e revendidas com isenção. 
ERRADO. A alternativa apresenta três erros. O primeiro deles diz respeito às mercadorias utilizadas para 
limpeza do próprio estabelecimento. Sabemos que a Lei Kandir determina que o crédito tributário seja 
estornado caso a mercadoria adquirida com intenção inicial de revenda seja aplicada a fim alheio à atividade 
do estabelecimento. Por exemplo, se um supermercado adquire 100 caixas de detergente para revender, ele 
irá se creditar desse imposto na entrada da mercadoria para deduzir do débito escriturado na venda e, com isso, 
recolher a diferença ao Fisco. No entanto, se ele consumir 10 caixas para realizar a limpeza do estabelecimento 
(fim alheio à atividade) deverá estornar o crédito referente à aquisição dessas 10 caixas. 
 Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço 
tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: 
 III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
O segundo erro diz respeito à manutenção do crédito em caso de revenda de mercadorias com redução da base 
de cálculo. 
Antes da edição da Lei Kandir o Convênio ICMS 66/88 fazia as vezes de lei complementar, estabelecendo as 
normas gerais em matéria de ICMS. Tal diploma previa, de forma expressa, a anulação dos créditos em face de 
operações subsequentes beneficiadas por (i) isenção ou não incidência ou (ii) redução de base de cálculo. Previa, 
especificamente quanto à hipótese de redução de base de cálculo que, nesse caso, o estorno seria proporcional 
à redução. 
Entretanto, com o advento da Lei Kandir a previsão de anulação dos créditos em face de operações 
subsequentes beneficiadas pela redução de base de cálculo não se manteve, o que gerou uma discussão entre 
Fisco e contribuinte. Em razão disso, o STF tem demonstrado o entendimento de que é necessário que os 
contribuintes promovam o estorno do crédito quando a operação subsequente for realizada com redução de 
base de cálculo. Em decorrência desse posicionamento, é comum que as legislações locais prevejam essa regra, 
mesmo que a lei complementar de normas gerais do ICMS tenha sido omissa. 
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Em resumo, para fins de prova, devemos saber que a redução da base de cálculo funciona como uma isenção 
parcial. Então, o crédito anteriormente contabilizado na entrada deve ser estornado de forma 
parcial/proporcional. 
Por fim, o último erro é, conforme já dito, que a saída promovida com isenção faz surgir a obrigação do sujeito 
passivo efetuar o estorno do crédito. 
Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço 
tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: 
I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível na 
data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço; 
 
d) deverá ser estornado, integralmente, relativamente às mercadorias utilizadas no próprio estabelecimento, 
para limpeza em geral, e em relação às mercadorias revendidas com redução de base de cálculo. 
ERRADO. O estorno do crédito relativamente às mercadorias utilizadas no próprio estabelecimento, e em 
relação às mercadorias revendidas com redução de base de cálculo deve ser proporcional à quantidade 
utilizada e à redução de base aplicada, respectivamente. 
e) poderá ser integralmente mantido, relativamente às mercadorias exportadas para país vizinho, sem 
incidência do ICMS, mas deverá ser estornado, proporcionalmente à redução da base de cálculo promovida, 
relativamente às mercadorias que saíram com a referida redução. 
CORRETO. Esse item está perfeito. Não há incidência do ICMS na operação de exportação de mercadorias e 
serviços, sendo assegurada a manutenção do crédito relativo às operações anteriores. Já nas operações com 
redução de base de cálculo, o estorno deve ser feito de forma proporcional à redução. 
 
Resposta: E 
 
05- FCC – SEFAZ/GO– 2018) 
O supermercado “Sol Brasil” (empresa fictícia) adquiriu as seguintes mercadorias: 100 latas de goiabada, 100 
kg de farinha de trigo, 1.000 barras de sabão, 1.000 tubos de pasta de dente, 100 exemplares da revista semanal 
“Futebol” e 1 forno industrial para assar pão. O contribuinte em questão pretende creditar-se da integralidade 
do ICMS relacionado a todas essas aquisições. Com base nas normasda Lei Complementar n° 87/96 e nas 
informações acima, bem como tendo em vista que todas essas mercadorias/bens não estão sujeitas ao regime 
de substituição tributária e que o contribuinte não se enquadra nas regras do SIMPLES NACIONAL, o referido 
supermercado 
 a) poderá creditar-se do ICMS destacado nos documentos de aquisição de 100 latas de goiabada e de 1.000 
tubos de pasta de dente, ainda que essas mercadorias tenham sido adquiridas em operação isenta, pois o 
supermercado não sabe, de antemão, se a saída subsequente será ou não onerada pelo imposto. 
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b) deverá estornar 20% do crédito referente à aquisição dos 100 Kg de farinha de trigo, pois foram utilizados 80 
Kg daquela farinha na elaboração dos pãezinhos vendidos na festa de Nossa Senhora de Sant’Ana, venda essa 
beneficiada pela isenção do ICMS. 
c) poderá creditar-se, de uma só vez, do valor integral do ICMS incidente na operação referente à aquisição do 
forno industrial. 
d) só poderá creditar-se do valor equivalente à entrada de 50 revistas “Futebol”, porque metade delas 
extraviou-se antes de sua entrada no supermercado. 
e) deverá estornar o crédito referente 100 barras de sabão, em razão de essas 100 barras terem sido utilizadas, 
três semanas após a sua aquisição, na limpeza do próprio estabelecimento, não tendo sido objeto de revenda 
à clientela do supermercado, como era a intenção no momento de sua aquisição. 
RESOLUÇÃO: 
a) poderá creditar-se do ICMS destacado nos documentos de aquisição de 100 latas de goiabada e de 1.000 
tubos de pasta de dente, ainda que essas mercadorias tenham sido adquiridas em operação isenta, pois o 
supermercado não sabe, de antemão, se a saída subsequente será ou não onerada pelo imposto. 
ERRADO. Se a aquisição dessas mercadorias foi isenta, não há crédito para apropriar. Note que não importa se 
a saída subsequente será tributada ou não. 
Art. 20, § 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada 
de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado: 
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser 
apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; 
 
b) deverá estornar 20% do crédito referente à aquisição dos 100 Kg de farinha de trigo, pois foram utilizados 80 
Kg daquela farinha na elaboração dos pãezinhos vendidos na festa de Nossa Senhora de Sant’Ana, venda essa 
beneficiada pela isenção do ICMS. 
ERRADO. Se foram utilizados 80kg da farinha de trigo numa operação beneficiada pela isenção, o estorno do 
crédito deverá ser na mesma proporção. Temos que 80kg da farinha utilizada em relação ao total de 100kg 
representa 80%. Logo, deve ser estornado 80% do crédito. A alternativa erra ao afirmar que deve estornar 
apenas 20%. 
Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço 
tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: 
II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante não 
for tributada ou estiver isenta do imposto; 
 
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c) poderá creditar-se, de uma só vez, do valor integral do ICMS incidente na operação referente à aquisição do 
forno industrial. 
ERRADO. O forno industrial é um bem destinado ativo permanente. Logo, a apropriação será feita à razão de 
1/48 (um quarenta e oito avos) por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a 
entrada no estabelecimento. 
Art. 20, § 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada 
de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado: 
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser 
apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; 
 
d) só poderá creditar-se do valor equivalente à entrada de 50 revistas “Futebol”, porque metade delas 
extraviou-se antes de sua entrada no supermercado. 
ERRADO. É importante lembrar que os livros, jornais e os periódicos são imunes. Assim, a aquisição das revistas 
pelo supermercado é uma aquisição não tributada e, por consequência, não há que se falar em apropriação do 
crédito dessa operação. 
Art. 20, § 1º - Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de 
operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à 
atividade do estabelecimento. 
 
e) deverá estornar o crédito referente 100 barras de sabão, em razão de essas 100 barras terem sido utilizadas, 
três semanas após a sua aquisição, na limpeza do próprio estabelecimento, não tendo sido objeto de revenda 
à clientela do supermercado, como era a intenção no momento de sua aquisição. 
CORRETO. Como a mercadoria foi utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento, o crédito do ICMS 
deve ser estornado. 
Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço 
tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: 
III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
 
Resposta: E 
 
 
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06- FCC – SEFAZ/MA – 2016) 
Fernando, auditor de uma empresa de avaliação de riscos empresariais, está verificando as contas de algumas 
empresas clientes que possuem estabelecimentos no Estado do Maranhão. Preocupado com os riscos 
envolvidos na apuração do ICMS destes estabelecimentos, consultou a Lei estadual nº 7.799/2002 e constatou 
que é VEDADO o crédito de ICMS 
a) na entrada de energia elétrica, quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais. 
b) relativamente a mercadorias entradas no estabelecimento, quando estejam acobertadas por documento 
fiscal falso, ou que não contenha em destaque o valor do ICMS. 
 c) no recebimento de serviço de comunicação, quando sua utilização resultar em prestação de serviços da 
mesma natureza. 
 d) relativamente a mercadorias entradas no estabelecimento, para consumo em processo de produção de 
mercadorias semielaboradas destinadas ao exterior. 
e) relativamente a mercadorias entradas no estabelecimento, para integração ou consumo em produção rural, 
quando a saída do produto resultante não for tributada, por se tratar-se de saída para o exterior. 
RESOLUÇÃO: 
A questão cobra ensinamentos do art. 33 da Lei Kandir, que regula o direito ao crédito para compensação do 
ICMS (previsto no art. 20 da mesma lei) para casos específicos, tais como a entrada de energia elétrica e o 
recebimento serviço de comunicação. Atente-se que a questão buscar saber em qual caso é VEDADO o crédito 
de ICMS. 
a) na entrada de energia elétrica, quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais. 
ERRADO. Essa é uma das três situações em que é permitido o crédito do imposto. Veja: 
 Art. 33. Na aplicação do art. 20 (direito ao crédito de ICMS) observar-se-á o seguinte: 
II – somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no estabelecimento: 
 a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica 
 b) quando consumida no processo de industrialização; 
 c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção destas 
sobre

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