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Relatorio de leitura - O que é ciencia

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RELATÓRIO – O QUE É CIÊNCIA
BAZZO, Walter A. (org.). Introdução aos Estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). 2003. Capítulo 1, O que é ciência?, pp. 13-31.
Ideia 1: Ciência revolucionária x ciência normal
Página: 21
Excerto: “Kuhn considerou que a ciência tem períodos estáveis, ou melhor, sem alterações bruscas ou revoluções, períodos estes em que os cientistas se dedicam a resolver rotineiramente “quebra-cabeças” guiados por um paradigma teórico compartilhado.”
Explicação: Thomas S. Kuhn, em 1962, introduziu os conceitos de ciência revolucionária e ciência normal afim de demonstrar os aspectos dinâmicos da ciência real. A ciência normal, definida como um período estável, tem como base uma teoria já conhecida para solucionar os problemas teóricos investigados no momento, mas se um “quebra-cabeça” não se encaixar, é quando a ciência revolucionária entra. A partir de uma crise de problemas não resolvidos, o paradigma instiga a produção de novas soluções e concepções para cessar a crise do desconhecido. Assim que estabilizado, a ciência se converte novamente em ciência normal para seguir com o seu desenvolvimento.
Ideia 2: Programa Empírico do Relativismo – EPOR
Página: 24
Excerto: “O EPOR constitui a melhor interpretação do enfoque no estudo da ciência denominado “construtivismo social”
Explicação: O EPOR – Programa Empírico do Relativismo foi desenvolvido na Universidade de Bath por Harry Collins nos princípios dos anos 1980, dando mais fundamento ao programa posterior de David Bloor – Programa Forte (1976/1992). O foco do estudo era a natureza do conhecimento cientifico e comprovação de forma prática as controvérsias científicas. EPOR tem três etapas: na primeira etapa se identificavam as descobertas científicas suscetíveis a mais de uma interpretação; na segunda etapa encontravam-se o motivador social de tal flexibilidade interpretativa; e na última enfim se solucionava o problema da compreensão. 
Ideia 3: A transciência de acordo com Weinberg
Página: 27
Excerto: “Estas são questões de fato desde o ponto de vista da epistemologia e, portanto, podem ser respondidas em princípio com a linguagem da ciência, ainda que os cientistas sejam incapazes de dar respostas precisas às mesmas; isto é, transcendem à ciência (Weimberg, 1972, p.2).”
Explicação: Certas questões que surgem no decurso das interações entre a ciência e a sociedade transcendem à ciência, e de acordo com Weinberg devem ser adotados papéis diferentes da ciência acadêmica tradicional, pois os cientistas não serão capazes de responder precisamente às “questões transcientíficas”. Por não se tratarem somente do ramo da ciência e afetar diretamente a sociedade, Weinberg propõe que estas questões sejam levadas ao debate juntamente com o público, de forma direta ou indireta, introduzindo assim a expressão “república da transciência” para descrever esse fato.
Ideia 4: Ciência Reguladora
Página: 29
Excerto: “No entanto, sustenta Jasanoff (1995, pp. 282-3), esse ambiente de consenso próprio da ciência acadêmica está distante da ciência reguladora que se move melhor no terreno do dissenso, não somente por problemas epistemológicos e metodológicos, mas também pela falta de acordo entre os próprios especialistas, com a pressão e controvérsia social que isso gera.”
Explicação: Ao identificar que o modelo tradicional de relação ciência-sociedade é muito mais complexo, Sheila Jasanoff (1995) desdobra o papel da ciência em dois: ciência acadêmica tradicional e ciência reguladora. A ciência reguladora se conduz no contexto em que os fatos e resultados são incertos, e os métodos de estudo bastante discutidos. As consequências disso são as frequentes controvérsias no âmbito da ciência, e por isso, Jasanoff propôs um aumento da participação de cientistas não governamentais e também de agentes sociais nos processos reguladores. Acreditando que assim haveria melhorias quanto às incertezas e às objetividades da ciência reguladora.

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