Pós_Direito_Educacional_Atividade_Contextualizada

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UNG UNIVERITAS 
NOME DO CURSO: Especialização em Docência do ensino Superior 
NOME DA DISCIPLINA: Direito Educacional 
PROFESSOR(A) EXECUTOR(A): Matheus Vidal 
TUTOR(A): Patrícia Marreiros 
ALUNO(A):Sivaldo Gomes da Silva 
MATRÍCULA: 28201133 
 
 
Vimos no decurso do nosso curso, que muitos dos direitos e deveres vigentes na 
CF-88 foram resultantes de conquistas sociais remontadas, principalmente, à 
superação do regime militar. 
Considerando o exposto, elabore um texto dissertativo explicando a relação entre os 
direitos e garantias fundamentais previstos na norma magna e as políticas públicas 
voltadas, especificamente, para a educação. 
 
A educação deveria ser, a qualquer tempo, o pilar central do desenvolvimento dos 
habitantes de um país. Para muitos educadores e pensadores a educação é um 
processo de socialização e aprendizagem que habilita as pessoas para seu 
desenvolvimento intelectual e ético. 
Entretanto, ao longo das décadas e a ascensão de diferentes governos e partidos 
políticos, observamos que a educação no Brasil passou por evoluções e derrocadas, 
sendo que os últimos avanços significativos ocorreram nos últimos anos, o pilar 
central da democratização da educação brasileira originou-se com a publicação da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1961 que definia e regularizava o 
sistema de educacional brasileiro, tendo como base os princípios na Constituição 
Federal de 1934. 
A educação, como a conhecemos hoje, tomou forma e clareza somente com o fim 
da ditadura militar (1985). Após esse período, nossos legisladores observaram que a 
educação da nossa população estava aquém do satisfatório, principalmente quando 
comparada com os níveis educacionais de outros países. 
Na Constituição Federal de 1988, convencionou-se estabelecer princípios para que 
toda população em território nacional tivesse acesso à educação. Destaquemos o 
art. 205 da CF 88: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho". 
Diante do exposto do artigo 205, podemos desta forma estabelecer que a educação 
é um direito de todo cidadão brasileiro, independente de sua raça, credo ou 
condição social ou econômica. Sendo dever do Estado, compreendemos que o 
Estado deve prover estabelecimentos, meios, instrumentos e pessoas qualificadas 
para educar a população. Mas não podemos nos esquecer que o papel do Estado só 
funciona com parceria com a própria sociedade civil, pois ela é a maior beneficiada, 
tendo em vista que o resultado final da cadeia de aprendizado é a formação de uma 
comunidade desenvolvida. 
Ainda que nossa carta magma garanta o acesso à educação, nossos legisladores 
complementaram e melhoraram o texto ao longo doa anos agregando outros 
instrumentos legais, sendo os dois principais: o Estatuto da Criança e do 
Adolescente - ECA - de 1990, principalmente definindo conceitos de criança e 
adolescente e a melhoria dos textos da própria LDB. O que podemos observar são 
que as normas educacionais vão de encontro ao proposto pela pirâmide de Kelsen, 
elaborada pelo filosofo e jurista austríaco Hans Kelsen (1881-1973) em que ressalta 
que as normais legais devem ser organizadas por um sistema piramidal em que no 
topo localiza-se a Constituição Federal, devendo as demais normas criadas estar em 
consonância com os princípios básicos que a regulam. 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL 
 
No Brasil seria equivocado dizermos que possuímos um bem-estar social, neste 
cenário as políticas públicas são instrumentos que nos auxiliam a ter um sistema 
educacional mais inclusivo e ainda que esses instrumentos possam ter diferentes 
finalidades, tem como objetivo garantir os direitos básicos dos cidadãos conforme 
previsto nas normas legais. 
Ainda que importantes educadores e pensadores teorizam sobre as definições de 
políticas públicas e como esses conceitos devem ser colocados em prática, foi 
somente na década de 90 que nossos legisladores passaram a pensar em política 
pública não como um conceito abstrato ou puramente teórico, mas sim pensando a 
partir do público que dela se beneficiaria, através de práticas concretas. 
As políticas públicas visam a melhoria do sistema educacional de um país, pois por 
razões cientificas compreendemos que as pesquisas desenvolvidas pela academia 
ao estudar uma determinada região, possa oferecer para nossa sociedade uma 
maior compreensão do cenário político, social e econômico, desta forma orienta 
nossos legisladores de como alocar melhor os recursos para aquela região 
específica, conhecendo previamente suas necessidades. Por questões profissionais 
e de eficiência, quando nossos gestores públicos tem conhecimento das políticas 
públicas essas são extremamente valiosas para a tomada de decisões, sempre 
tendo como meta principal beneficiar o maior número possível de pessoas e por fim, 
temos as razões políticas, pois, uma vez que nossos legisladores e gestores 
públicos possuem um conhecimento profundo sobre as políticas públicas, eles 
podem melhor se posicionar diante dos problemas atuais e vindouros. 
As politicas públicas educacionais são os conjuntos de ações estatais, em parceria 
com a ação do Estado. No Brasil, compreendemos que as mudanças de gestão 
política é hoje, para alguns especialistas, o maior problema em implantar políticas 
públicas eficientes e de longo prazo, pois, a cada nova gestão, elege-se suas 
próprias prioridades em políticas públicas, às vezes entram em conflitos a gestão 
municipal e estadual que deveriam, em tese, trabalhar em harmonia. Esse 
descompasso pode ser notado em diferentes manobras, tais como: o encerramento 
de programas importantes voltados para a área da educação ou cultura, alocação de 
recursos financeiros para outras áreas, implementação de programas sem a devida 
avaliação de corpo técnico ou até mesmo implementação de programas que 
beneficiam um número reduzido de pessoas ou que compactuam com determinada 
ideologia política. 
As politicas publicas ideias são aquelas que nascem com a pretensão de ser perene, 
de ter continuidade ainda que ocorra a mudança de gestão ou de governos. A que 
agregue o maior número possível de beneficiados como expansões de creches, 
construções de escolas, faculdades e qualificação de professores. Essas ações são 
oriundas da administração pública com o objetivo de superar os problemas 
educacionais existentes em nossa sociedade, sempre em conjunto com a própria 
sociedade. A transformação da nossa educação dificilmente ocorrerá de forma 
isolada. 
Abaixo algumas iniciativas que foram resultados concretos de debates sobre 
políticas públicas educacionais no Brasil nas últimas décadas, período do mandato 
de Luiz Inácio Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores) cujo governo abrange os 
períodos de 2003 até 2006 (primeiro mandato) e de 2007 até 2011 (segundo 
mandato). Houve importantes iniciativas na área, em especial, no ensino superior. 
Reforçamos que todas as diretrizes listadas abaixo são orientadas por nossa 
Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDBEN): 
• Plano Nacional de Formação de Professores da rede Pública; 
• Piso Salarial Nacional dos Professores; 
• Plano Nacional de Educação (PNE); 
• Prouni (programa que visa conceder bolsas de estudos integrais e parciais 
para alunos de graduação e de cursos sequenciais); 
• Programa Nacional do Livro Didático, do Ensino Médio e para alfabetização 
de Jovens e Adultos; 
• Programa Brasil Alfabetizado; 
• Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb); 
• Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE); 
Os níveis de qualidade do ensino brasileiro são confrontados com os resultados 
obtidos no IDEB (Índice Nacional deEducação Básica, criado em 2007), que avalia 
as disciplinas de matemática, leitura e ciências e que tem a sua origem oriunda do 
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, que avalia a qualidade do 
ensino em diferentes países. 
 
EDUCADORES E PENSADORES 
 
Uma das maiores figuras que temos no campo da educação no Brasil trata-se do 
educador Paulo Freire (1921-1997). Filósofo brasileiro, Paulo Freire foi declarado o 
patrono da educação brasileira no governo de Dilma Rousseff (mandatária no 
período de 2010-2014) através da lei lei12.612/2012. Ele é considerado um dos 
maiores pensadores brasileiros do campo da educação e mundialmente 
reconhecido, cujo nome se destaca ao lado de outros grandes pensadores que 
influenciaram os campos educação e pedagogia mundiais como Maria Montessori 
(1870-1952), Jean Piaget (1896-1980), Celestin Freinet (1896-1966), Howard 
Gardner (1943) entre outros. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12612.htm
https://pedagogiaparaconcurso.com.br/principais-autores-mais-cobrados-pelas-bancas-de-concurso/#Maria_Montessori
https://pedagogiaparaconcurso.com.br/principais-autores-mais-cobrados-pelas-bancas-de-concurso/#Jean_Piaget
https://pedagogiaparaconcurso.com.br/principais-autores-mais-cobrados-pelas-bancas-de-concurso/#Howard_Gardner
https://pedagogiaparaconcurso.com.br/principais-autores-mais-cobrados-pelas-bancas-de-concurso/#Howard_Gardner
Em resumo, embora tenhamos importantes ferramentas legais, grandes intelectuais, 
legisladores e uma sociedade preocupados com a educação brasileira, nosso país 
ainda caminha em passos lentos nesse quesito. Na última edição da avaliação PISA 
promovida pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 
ocorrida em 2018, nossos estudantes apresentaram um dos piores níveis em 
proficiência em matemática, em ciências, nenhum aluno conseguiu chegar ao topo 
da proficiência na área e sobre leitura e compreensão de texto, o país também não 
avançou. Observou-se que cerca de 50% dos estudantes brasileiros não atingiram o 
mínimo de proficiência que todos os jovens deveriam adquirir até o final do ensino 
médio. O Pisa 2018 revela que nossos estudantes estão dois anos e meio abaixo 
dos países que são membros da OCDE em relação ao nível de escolarização de 
proficiência em leitura. 
É no mínimo preocupante o cenário da educação brasileira pois, na atual gestão 
política, infelizmente ainda observamos que a educação, mais uma vez, não é 
tratada como prioridade, sob diferentes aspectos: nomeações de ministros sem 
preparos para chefiar um dos ministérios mais importantes pela elaboração de 
estratégias e politicas públicas educacionais sérias, falta de corpo técnico 
competente, programas de pesquisa, ciência, mestrado e doutorado sendo 
prejudicados com cortes de verbas, equiparação salarial dos professores de 
diferentes regiões, e somamos a tudo isso, declarações deselegantes de diferentes 
setores públicos que deveriam trabalhar em harmonia para promover políticas 
educacionais eficientes. 
O Brasil tem um longo caminho para percorrer e só conseguiremos construir um 
sistema educacional exemplar se abrirmos mão de nossas ideologias políticas e 
começarmos a pensar que o Brasil é maior que um ou outro candidato ou partido. 
Talvez, desta forma, possamos ser num futuro próximo uma pátria educadora, tendo 
como farol nossa Constituição Federal. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALVES, RUBEM. A Alegria em Ensinar. São Paulo: PAPIRUS EDITORA, 2000 - 24-25. ISBN 978-
85-308-971-3 
SITES CONSULTADOS 
 
Disponível em: http://fundacaotelefonica.org. > Acesso em 02 Abril 2020 
Disponível em: https://www.ebiografia.com/rubem_alves/ > Acesso em 02 Abril 2020 
Disponível em: https://www.ebiografia.com/paulo_freire/ > Acesso em 02 Abril 2020 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/> Acesso em 03 Abril 2020 
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/> Acesso em 03 Abril 2020 
 
 
 
http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/trabalhoinfantil/dca/o-direito-a-educacao-garantias-legais/
https://www.ebiografia.com/rubem_alves/
https://www.ebiografia.com/paulo_freire/
http://portal.mec.gov.br/%3e%20Acesso%20em%20%2003%20Abril%202020
http://portal.mec.gov.br/%3e%20Acesso%20em%20%2003%20Abril%202020
https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/entenda-o-pisa-avaliacao-mundial-de-educacao-e-o-resultado-do-brasil/