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TEORIA GERAL DOS RECURSOS DO PROCESSO PENAL

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS
Conceito: A finalidade dos recursos é o reexame de uma decisão por órgão jurisdicional superior ou, em alguns casos, pelo mesmo órgão que a prolatou, em face da argumentação trazida à baila pelo recorrente.
Base constitucional para o recurso encontra-se no princípio do duplo grau de jurisdição, porém não é absoluto.
CLASSIFICAÇÕES DO RECURSO
Quando à fonte
a) Constitucionais: são aqueles previstos no próprio texto da Constituição Federal, como o recurso extraordinário, o recurso especial, o habeas corpus, o recurso ordinário etc. É evidente que o regramento desses recursos, no que tange aos seus prazos e procedimentos, encontra​-se em leis ordinárias, porém são chamados de recursos constitucionais porque sua existência emana do texto da Carta Magna.
b) Legais: são os que emanam do próprio Código de Processo Penal ou de leis especiais. No corpo do Código de Processo ingressam nessa classificação os recursos de apelação, em sentido estrito, os embargos de declaração, infringentes ou de nulidade, a revisão criminal e a carta testemunhável. Em leis especiais podemos apontar, por exemplo, o recurso de agravo em execução (art. 197 da Lei de Execuções Penais — Lei n. 7.210/84).
Quanto a iniciativa:
a) Voluntários: são aqueles em que a interposição do recurso fica a critério da parte que se sente prejudicada pela decisão (art. 524). 
b) Necessários: são também chamados de recursos de ofício ou anômalos porque, em determinadas hipóteses, o legislador estabelece que o juiz deve, de ofício, recorrer da própria decisão.
Quanto aos motivos:
a) Ordinários: aqueles que não exigem qualquer requisito específico para seu cabimento. 
b) Extraordinários: aqueles que exigem requisitos específicos para a interposição. 
PRESSUPOSTOS RECURSAIS
Um recurso só pode ser admitido quando presentes todos os pressupostos recursais. A ausência de qualquer deles leva à rejeição do recurso. 
Pressupostos objetivos
I. Previsão legal (ou cabimento): A interposição de recurso só é possível quando existe dispositivo legal prevendo seu cabimento.
II. Observância das formalidades legais: A apelação e o recurso em sentido estrito devem ser interpostos por petição ou por termo. O recurso extraordinário, o recurso especial, os embargos infringentes, os embargos de declaração, a carta testemunhável, o habeas corpus e a correição parcial só podem ser interpostos por petição. A interposição por termo se dá quando manifestada oralmente pelo interessado (em geral, o réu) e é certificada por escrito (reduzida a termo) por quem tenha fé pública.
III. Tempestividade: O recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto na lei. Os prazos são peremptórios e a perda implica o não recebimento da impugnação. No processo penal, a regra é o prazo de 5 dias (apelação, recurso em sentido estrito).
 
Pressupostos subjetivos
I. Legitimidade: Nos termos do art. 577 do Código de Processo Penal podem recorrer: o Ministério Público, o querelante, o réu/querelado, seu defensor ou procurador. Além desses, pode também recorrer o assistente de acusação.
II. Legitimidade especial: 1) De acordo com o art. 598 do Código de Processo Penal, nos crimes de competência do Tribunal do Júri ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou, caso esteja morto, seu cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmãos poderão fazê​-lo no prazo de 15 dias a contar do término do prazo do Ministério Público, ainda que não estejam habilitados como assistentes de acusação. 2) O habeas corpus pode ser interposto por qualquer pessoa. 3) Da decisão que inclui ou exclui jurado da lista geral qualquer do povo pode recorrer em sentido estrito. 4) Quando o juiz decreta a quebra ou a perda de fiança prestada por terceiro em favor do réu, aquele que a prestou pode recorrer em sentido estrito
III. Interesse: O art. 577, parágrafo único, do Código de Processo Penal dispõe que só pode recorrer aquele que tenha algum interesse na reforma ou modificação da decisão.
IV. Juízo de admissibilidade (ou de prelibação): Um recurso somente é viável quando presentes todos os pressupostos objetivos e subjetivos.
EXTINÇÃO ANORMAL DOS RECURSOS
a) Desistência: ocorre quando parte do querelante, do assistente de acusação e da defesa, após a interposição e o recebimento do recurso pelo juízo a quo, o responsável desiste formalmente do seu prosseguimento. O art. 576 proíbe o Ministério Público de desistir do recurso por ele interposto.
b) Deserção decorrente da falta de preparo (art. 806, § 2º, do CPP): falta de pagamento antecipado das despesas referentes ao recurso, nas hipóteses em que seja necessário. Só é exigível nos recursos interpostos pelo querelante, nos crimes de ação privada exclusiva ou personalíssima. Não se pode exigir o preparo nos crimes de ação pública. 
EFEITOS DO RECURSO:
a) Devolutivo: Consiste em transferir à instância superior o conhecimento determinada questão. 
b) Suspensivo: Significa que a interposição de determinado recurso impede a eficácia (aplicabilidade) da decisão recorrida. Mas, somente terá esse efeito quando a lei expressamente declarar. 
c) Regressivo: A interposição faz com que o próprio juiz prolator da decisão tenha de reapreciar a matéria, mantendo​-a ou reformando​-a, total ou parcialmente. Poucos recursos possuem o efeito regressivo. Como exemplo, podemos citar o recurso em sentido estrito (art. 589 do CPP) e os embargos de declaração (arts. 382 e 619 do CPP).
d) Extensivo: De acordo com o art. 580 do Código de Processo Penal, havendo dois ou mais réus, com idêntica situação processual e fática, se apenas um deles recorrer e obtiver benefício, será este aplicado também aos demais que não impugnaram a sentença ou decisão.
REFORMATIO 
“Reformatio in pejus”: havendo recurso apenas por parte da defesa (exclusiva), o tribunal não pode proferir decisão que torne mais gravosa sua situação, ainda que haja erro evidente na sentença. 
“Reformatio in pejus” indireta: Anulada a sentença condenatória em recurso exclusivo da defesa, não pode ser prolatada nova decisão mais gravosa do que a anulada.
“Reformatio in mellius”: Apesar de pequenas divergências, entende​-se que, se o recurso for exclusivo da acusação (Ministério Público ou querelante), o tribunal pode reconhecer e aplicar ao réu reprimenda mais benéfica em relação àquela constante da sentença.
RECURSOS EM ESPÉCIE 
1) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
Conceito: é o recurso impetrado contra decisão judiciais quando, a decisão tem obscuridade, contradição, omissão e ambiguidade. 
Prazo: 2 dias. Petição dirigida e interposta ao mesmo juiz que prolatou a sentença.
No JECRIM o prazo é de 05 dias, pode ser opostos de forma verbal. 
Pressupostos: ambiguidade (duas ou mais interpretações na decisão), omissão (não se manifesta em determinado ponto na decisão), contradição (quando da mesma decisão está contraditória) e obscuridade (quando a decisão não está muito clara). 
Legitimidade: Interpostos pela acusação, defesa e assistentes de acusação. 
Os embarguinhos são interpostos da decisão de primeira instancia, o prazo é de 2 dias e quem julga é o próprio juiz que prolatou a sentença. 
- Efeito interruptivo.
2) APELAÇÃO: 
Conceito: Recurso interposto da sentença definitiva ou com força definitiva, para segunda instância, com o fim de que se proceda ao reexame da matéria, com consequência de mudança parcial ou total. Competência de juiz de 1º grau. 
Plena ou ampla: atacar a decisão de forma total ou parcial. 
Interposição e Prazo: através de petição ou por termo nos autos, no prazo de 05 dias, podendo ser acompanhado de razão ou não. As razões poderão ser oferecidas no prazo de 8 dias se for crime e 3 dias em caso de contravenção penal. Os crimes de competência do JECRIM será de 10 dias e mediante petição. 
O assistente não habilitada 15 dias, a contar do vencimento do prazo para o MP. 
Legitimidade e Interesse: Principal pelo Ministério Público ou réu e subsidiariamente, o ofendido ou pelo assistente de acusação.
Renúncia e desistência:O defensor dativo ou a Defensoria Pública não podem desistir do recurso, em face do princípio da voluntariedade dos recursos. 
Conforme a súmula 705, do STF: “a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.”
Efeito de deserção: ocorre por falta de pagamento das despesas recursais.
Efeitos: devolutivo; suspensivo e extensivo. 
Contra acordão condenatório ou absolutório não cabe apelação. 
Competência: TJ e TRF – justiça comum. Turma Recursal – Juizado Especial. 
3) RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: 
Conceito: recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão interlocutória proferida por um juiz singular nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, ante das remessa dos autos à segunda instância. 
Prazo: 05 dias a contar da data da intimação. Por petição ou termo. Razões no prazo de 02 dois dias. 
Se a decisão for proferido após o trânsito em julgado da sentença - cabimento agravo em execução. 
Competência: TJ e TRF
Efeitos: Devolutivo, Regressivo (juízo de retratação), Extensivo e Suspensivo.
4) AGRAVO EM EXECUÇÃO
Conceito: Consiste em uma forma de recurso utilizado na impugnação de toda e qualquer decisão, despacho ou sentença prolatada pelo juiz da execução penal, que de alguma forma prejudique as partes principais envolvidas no processo.
Aplica-se todas as regras do recurso em sentido estrito – art. 581, CPP. 
Forma: por termo ou petição.
Prazo: Súmula 700, STF: 5 dias. Razões 2 dias. 
Possibilidade de Juízo de retratação.
Competência: TJ ou TRF. 
Efeitos: Devolutivos, regressivo, não tem efeito suspensivo, em regra.

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