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A regionalização de um território pode ocorrer com base em diferentes critérios, que são escolhidos de acordo com os objetivos e os interesses de quem a realiza. BRASIL - REGIONALIZAÇÃO Região é uma porção espacial cujas características naturais, sociais, econômicas e históricas lhe conferem uma unidade. O conceito de região foi definido de maneiras distintas ao longo da história. A palavra é de origem latina (regere). No antigo Império Romano, regione era o nome dado às localidades subordinadas ao poder central, localizado em Roma. Não é de hoje, portanto, que os governos recorrem a regionalizar o território para governar. Uma das finalidades de estabelecer regiões é a necessidade dos governos centrais em organizar e melhor planejar suas ações sobre a extensão territorial que controlam. Regionalizar é dividir o espaço geográfico de acordo com um critério preestabelecido, com base em características comuns: socioeconômicas, históricas, naturais ou uma composição de todas elas. O critério adotado para regionalizar varia de acordo com os propósitos e a visão de mundo do pesquisador. Trata-se de uma tarefa complexa que atende a diferentes interesses, possui conotação política e pode ser um instrumento de controle ou de organização do território. Para aperfeiçoar a gestão do território, é possível organizá-lo, em função das atividades econômicas predominantes, e dividi-lo, por exemplo, em industrial, agrário e comercial. Região e regionalização Ao regionalizar, divide-se o espaço geográfico em partes que reúnem características semelhantes. Além de se usar a regionalização para descentralizar a administração e, assim, planejar melhor as ações governamentais, ela é usada para coletar dados e realizar estudos sobre determinado território. Criado para coletar dados sobre o Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já realizou algumas regionalizações do território brasileiro, a fim de facilitar seu trabalho e organizar as informações, para depois serem usadas por governantes e pesquisadores. Os estudos feitos por regiões ajudam a conhecer melhor os aspectos de cada porção de um todo e a entender como as regiões se relacionam entre si, não devendo ser consideradas unidades isoladas. Regionalizações brasileiras Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do Brasil pautada em critérios históricos e econômicos. As Regiões Geoeconômicas — ou Complexos Regionais — são apenas três: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Essas regiões não coincidem com os limites territoriais dos estados, a exemplo do Mato Grosso, que tem parte na Amazônia e parte no Centro-Sul; e de Minas Gerais, cuja porção norte do estado está inserida no Nordeste. A Amazônia foi compreendida como a Região Geoeconômica de ocupação tardia e pouco povoada. Nela, as atividades extrativas (mineral e vegetal) eram mais significativas. O Nordeste se caracteriza por ser a Região Geoeconômica com elevadas taxas de emigração e marcada pelos graves problemas sociais. Apesar de ter sido a região mais rica do Brasil até o século XVIII, perdeu importância econômica com o declínio da então economia açucareira colonial. O Centro-Sul representa a região mais dinâmica da economia nacional, destacando-se pela agricultura moderna, pelo parque industrial diversificado e pelos serviços urbanos. Concentra a maior parte da população brasileira, a maior renda nacional e possui as duas principais metrópoles do país: São Paulo e Rio de Janeiro. As Regiões Geoeconômicas Concentração e desconcentração industrialbrasileira Em 1941, o IBGE iniciou seus estudos de divisão regional, levando em consideração os aspectos socioeconômicos, históricos e naturais. Da década de 1940 até hoje, foram apresentadas diferentes regionalizações, adaptadas às modificações socioespaciais brasileiras. A regionalização oficial atual do IBGE, proposta em 1969, respeita os limites dos estados brasileiros, para facilitar os estudos estatísticos, e os agrupa em cinco Macrorregiões (Grandes Regiões): Norte, Nordeste, Centro- Oeste, Sudeste e Sul. Em 1988, com a promulgação da atual Constituição Federal, foram feitas as últimas modificações na regionalização vigente: desmembrou-se o estado de Goiás e criou-se o estado do Tocantins, que foi inserido na Região Norte; Amapá e Roraima passaram a ser considerados estados; e Fernando de Noronha foi anexado a Pernambuco. Rondônia já havia passado à condição de estado em 1982. Estudaremos o Brasil dividido em cinco grandes regiões, segundo a regionalização oficial do país. Apesar de reunirem características comuns, as regiões não são homogêneas e apresentam diferenças. Regionalizações brasileiras
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