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PAPER CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

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2
CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO UMA DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS PRESENTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Professor
Rosivaldo Alves de Oliveira
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso (1852)
RESUMO
 O estudo realizado compreendeu que o lúdico na contação de histórias só tem significado se tiver alvos pré-estabelecidos que consinta à criança introduzir-se no mundo extraordinário da leitura. Esta experiência tem como desígnio apontar o valor dos contos para as crianças, para a escola e para o professor. A escola e a família são basais para o procedimento de formação do leitor crítico, sendo as mesmas responsáveis por revelar-se o universo da bibliografia de modo prazeroso, não volvendo a leitura como obrigação tem por alvo a ajuda da contação de histórias para o método de ensino-aprendizagem na Educação Infantil. As histórias representam indicadores efetivos para circunstâncias desafiadoras, assim como fortalecem junções sociais, educacionais e afetuosas
Palavras-chave: Lúdico na contação de história, Caracterização para o desenvolvimento a criança, Prática Educativa.
1 INTRODUÇÃO
Convivemos em uma era em que os meios de comunicação social e as tecnologias estão cada vez igualmente abertos às crianças; os dados chegam pelos meios de comunicação expandindo os horizontes e as informações. Os livros estão sendo largadas de lado, as histórias estão sendo perdido o que torna um desafio para o docente fazer com que as crianças em idade escolar adotem desejo pela leitura.
De acordo com diversos estudiosos, a contação de histórias é uma valiosa assistência à técnica pedagógica de professores na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A contação de história excita à reflexão, a criatividade, a oralidade, incentiva o gosto pela leitura, colabora na constituição da personalidade da criança envolvendo o igualitário e o afetuoso.
Os contos brotaram há muito tempo e, até agora tem seduzido as crianças, despertando nelas um grande interesse. Com uma linguagem simples e com uma simbologia já estruturada, os contos deslumbram e acompanham as crianças a um mundo de fantasias, de idealizações e dão sentido ao seu anseio de crescer e de modificar o mundo.
Esses contos caracterizam-se por oferecer uma circunstância de equilíbrio no início e conflito em seu desenvolvimento o que autoriza as crianças afeiçoar-se com esses conflitos e concentram para si, bem como forma de resolução a seus próprios problemas. Igualmente, eles cooperam para o incremento individual das crianças, ao transmitirem o conceito de que a luta contra as dificuldades na vida é inevitável e, se a pessoa não se intimida diante delas e as enfrenta ela sairá vitoriosa. (Bettelheim, 2002).
Na escola é importante o papel que esses contos e conseguindo empregar e demonstrá-los é essencial. O professor, para isso, necessita estar conhecedor de como as crianças dependem do seu trabalho para identificar o assunto dos contos. 
Compreendemos que os livros despertam muito interesse nas crianças e que necessitam ser colocados desde cedo em suas vidas. Contudo, o encantamento pelos livros apenas será efetivo se houver incitação tanto no ambiente familiar, principalmente no recorte dos contos como no escolar. Esta encenação busca mostrar o valor dos livros para as crianças. 
Com isso a finalidade deste ensaio é avaliar, à lucidez das teorias, o valor do trabalho pedagógico dos contos na educação infantil. Em geral há grande empenho das crianças por esse tipo de ficção e nos perguntamos até que ponto os professores trabalham com eles em sala de aula. O processo utilizado é de abordagem qualitativa. Este tipo de abordagem permite uma “ampla liberdade teórico-metodológica para realizar seu estudo”. (TRIVINOS, 1926, p.133). 
Na educação infantil as histórias despertam nas crianças desde pequenas, gostos e valores, pois quando se conta uma história têm-se vários objetivos entre eles, ensinar, instruir, educar e divertir. É na infância quando a criança está nesta fase de desenvolvimento e descobertas que se deve proporcionar-lhe este contato com os livros, fazendo com que ela perceba que através deles ela pode aprender a escrever, a imaginar, a pensar e a descobrir o mundo. 
Digamos que o conto poderia ser para a criança um objeto transicional que lhe permitisse passar do mundo da onipotência imaginária àquele da experiência cultural, e em que o prazer e o desejo pudessem encontrar sua fonte de renovação. (GILLIG. 1999, p.19).
Contar histórias é promover e estimular a leitura, o escrever, o desenhar, o imaginar, o brincar.
2 DESENVOLVIMENTO
Primeiramente, a literatura exibida nos livros foi ponderada exclusivamente para atender os adultos e correspondia aos costumes e a igreja. Sua negociação era fraca. Com o avanço dos entendimentos acerca do que é ser criança, antes pensada como sendo um adulto em miniatura, segundo Àries (1981), mas modificada a partir dos séculos XVII e XVIII, momento em que sobreveio a ser acatada e entendida como um ser que necessita de cuidados e conhecimentos é que os conteúdos abordados nos livros sobrevieram a se atentar com o público infantil surgindo daí os iniciais exemplares de contos de fadas e histórias folclóricas. 
Apenas por meio da veiculação de livros infantis e o despertar pelo interesse em sua leitura é que a fabricação desses materiais literários se expandiu (MATTOS, 2009). No século XX, a literatura infantil passou a ter como objetivo educar. Tal mudança corroborou para o distanciamento da leitura por prazer, aplicada de forma lúdica que despertasse a imaginação da criança (CASTRO, 2008).
 A partir dos anos 70, o Brasil teve uma espantosa contribuição de autores atentos com a reflexão infantil, dentre eles, citamos Monteiro Lobato com suas fantásticas histórias que deixavam e deixam até hoje as crianças e os adultos fascinados com os encantos do Sítio do Pica–Pau Amarelo. Suas inúmeras obras proporcionaram o acesso ao mundo leitor de modo lúdico, uma vez que, permitiam a reflexão do sujeito mediante sua vivência social (CASTRO, 2008).
 O lúdico existente na literatura infantil aflora a fantasia e, por meio da fantasia a criança imerge no mundo do faz-de-conta e ativa circunstâncias corriqueiras em sua vida diária. A afinidade entre o mundo imaginário e o real coopera para que a criança estude lições de vida, a respeitar as diferenças e, sobretudo, habituar-se ao outro. A motivação pela leitura necessita começar em casa, do mesmo modo como são estimulados os hábitos comuns do dia-a-dia como brincar no computador, assistir TV e passear.
É essencial que no início do método de alcance do ato de ler todas as pontuações decorridas pela criança, desde a simples retratação oral das imagens até a invenção de um texto divergente ao escrito no livro sejam estimadas para que em outro período em que a história seja narrada pelo adulto possam ser entendidas as contradições entre o imaginado e o escrito, como explicita Castro (2008, p. 1): Existem dois fatores que contribuem para que a criança desperte o gosto pela leitura: curiosidade e exemplo. Neste sentido, o livro deveria ter a importância de uma televisão dentro do lar. Os pais deveriam ler mais para os filhos e para si próprios.
A curiosidade é um atributo inato do sujeito. Dela depende a descoberta de conhecimentos experiência, no entanto, reafirmamos o posicionamento do autor acima referendado, uma vez que postula o valor do exemplo.
 Isso formaliza o entendimento de que pais e professores necessitam ler também para que o gosto pela leitura venha a se ampliar com eficácia, haja vista que a criança toma como modelo os sujeitos leitores e passa a imita-los. 
A contação de história é um exercício antigo e não há no mundo quem não tenha ouvido ou contado algo da vida, de contos magníficos ou dramáticos, enfim, faz parte da vida de todo sujeito ouvir, falar e até viver história. 
Todo episódio, por mínimo que seja, possui sua parcela de estima porque a criança gosta de ouvir, mas também gosta de dizer e articular sobre coisas que já vivenciou. Contarhistória é descrever um mundo mágico onde tudo é provável e acontece. O mundo como é narrado na história faz toda a diferença, pois aproxima a criança da vivência lúdica, proporciona períodos agradáveis e estimula a compreensão e a fantasia.
Mas, para que isso ocorra de modo preciso, o contador carece preparar os materiais, ter nitidez e segurança no que diz proferir gestos à fala. Tudo isso torna uma simples contação de história em uma diversão. Sobre isso Coelho (2001, p. 31 apud MATTOS, 2009, p. 18) afirma que “a simples narrativa é a mais fascinante de todas as formas, a mais antiga, tradicional e autêntica expressão do contador de histórias. Não requer nenhum acessório e se processa por meio da voz do narrador, de sua postura”
No fato, a menção acima nos conduz a considerar a existência da ludicidade no momento da contação da história. Muito embora afirme ser dispensável o uso de instrumentos materiais, a ludicidade se faz atualizada no momento em que o conto se utiliza da gesticulação e da dramatização dos casos. Vale a pena atentar para o fato de que ao narrar uma história oral é preciso, sobretudo, o respeito aos períodos existentes (início, meio e fim).
A história oral é uma atividade que pode ser alcançada na escola, na rua, em casa, precisando apenas de um espectador que queira ouvir e viver a história e de um contador. Falar sobre os métodos de um contador de história não é tarefa fácil, pois sabemos que existem segredos ainda não revelados, no entanto, os docentes precisam ampliar algumas desenvolturas como as pontuadas por Barreto (2003, p. 4): “ter uma boa entonação na voz, conhecer realmente a história, adaptar palavras ao vocábulo da criança, transmitir segurança, impor a sua criatividade, sem deixar de perder a essência da história e seu encanto”. 
Estes são saberes essencial a qualquer professor contador de histórias. A autora ainda complementa que,
O bom contador de histórias conhece a sua história de cor e salteado. Tem linguagem acessível às suas crianças e escolhe suas histórias levando em conta a faixa etária que pretende atender. Já que contar e ouvir histórias é um momento especial, o contador de histórias modifica o ambiente físico da sala, tornando-o mais acolhedor e propiciando um contato mais próximo com as crianças. Sua voz tem sempre a sonorização, a emoção de cada personagem. Para que um trabalho cercado de cuidados não se perca, é necessário que haja bastante cuidado com o espaço de tempo no qual se contará a história, para que a criança mantenha seu interesse na atividade desenvolvida, evitando projetar sua atenção a outras situações (BARRETO, 2003, p. 4)
As importâncias oferecidas pela citada autora culminam no despertar dos alunos que ouvem as histórias com ânimo e, de modo concomitante, garantem a diversão e a aprendizagem numa aula interativa.
Na infância, a narrativa de histórias amplia a aquisição de conhecimentos e experiências das crianças, desperta a criatividade, a imaginação, a atenção e principalmente o gosto pela leitura.
Para Abramovich (1989), a importância de se contar histórias para crianças reside no fato de que escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, é também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras idéias para solucionar as questões (como as personagens fizeram...)
Na educação infantil as histórias despertam nas crianças desde pequenas, gostos e valores, pois quando se conta uma história tem-se vários objetivos entre eles, ensinar, instruir, educar e divertir. É na infância quando a criança está nesta fase de desenvolvimento e descobertas que se deve proporcionar-lhe este contato com os livros, fazendo com que ela perceba que através deles ela pode aprender a escrever, a imaginar, a pensar e a descobrir o mundo.
 Digamos que o conto poderia ser para a criança um objeto transicional que lhe permitisse passar do mundo da onipotência imaginária àquele da experiência cultural, e em que o prazer e o desejo pudessem encontrar sua fonte de renovação. (GILLIG. 1999, p.19).
Contar histórias é promover e estimular a leitura, o escrever, o desenhar, o imaginar, o brincar. Através das histórias a criança sente diferentes emoções como alegria, medo, tristeza, bem estar, insegurança, entre tantas outras, e assim ela aprende a lidar com seus sentimentos da sua maneira.
A vida é com freqüência desconcertante para a criança, ela necessita mais ainda que lhe seja dada a oportunidade de entender a si própria nesse mundo complexo com o qual deve aprender a lidar. Para que possa fazê-lo, precisa que a ajudem a dar um sentido coerente ao seu turbilhão de sentimentos. Necessita de idéias sobre como colocar ordem na sua casa interior, e com base nisso poder criar ordem na sua vida. (BETTELHEIM, 2009,p.13).
Percebe-se que a contação de histórias na educação infantil é de extrema importância, a criança que é incentivada e gosta de ouvir e ler histórias será com certeza um adulto diferenciado.
2.1 O LÚDICO NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
 Muito se tem pensado e debatido no âmbito da Educação Infantil sobre como afirmar a atenção das crianças no momento em que se contam histórias, pois, enquanto umas conservar-se atentas outras se dispersa.
Em alguns casos, as crianças apresentam de casa materiais literários com histórias para serem expostas pelo professor e este, quando as lê, desconsidera a importância da leitura prévia para conhecimento das obras, como também dos saberes necessários ao contador de histórias apresentados, anteriormente, por Barreto (2003). 
O uso do lúdico na contação se da por meio de apresentações com marionetes, músicas fantasias diversas, mural decorado, folha impressa, lápis de cor e um baú de madeira etc.
Os educandos que ouvem e imaginam as histórias são leitores, é aí que reside a ludicidade na arte de contar histórias. Como explicita Villardi (1999, p. 81):
Se a criança brinca, ela também é capaz de descobrir o lado lúdico do livro, encantando-se com as surpresas que lhe estão reservadas a cada virar de página. Sendo assim, quanto mais cedo a criança tiver contato com livros, melhor; e quanto mais for capaz de ver no livro um grande brinquedo, mais fortes serão, no futuro, seus vínculos com a leitura.
 Daí o valor de proporcionar precocemente o livro à criança e deixar enxergar como um divertimento para que descobrindo e aprendendo a manuseá-lo amplie a habilidade crítico-reflexiva. Admitimos que o livro é um instrumento lúdico capaz de entreter e cativar qualquer criança, assim como uma brincadeira.
Discorrer sobre as técnicas de um contador de história não é tarefa fácil, pois sabemos que existem segredos ainda não revelados, no entanto, os docentes precisam desenvolver algumas habilidades como as pontuadas por Barreto (2003, p. 4): “ter uma boa entonação na voz, conhecer realmente a história, adaptar palavras ao vocábulo da criança, transmitir segurança, impor a sua criatividade, sem deixar de perder a essência da história e seu encanto”. 
2.2 CARACTERIZAÇÕES DOS CONTOS DE FADAS E HISTÓRIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DOS ASPECTOS SOCIOCOGNITIVO E AFETIVO DA CRIANÇA.
É peculiar dos contos de fadas depositarem um dilema existencial de formato conciso e crucial, simplificando todas as ocasiões. Isso admite à criança perceber a dificuldade em sua forma mais ativa, pois uma trama mais difícil confundiria o assunto para ela. Segundo Betteltheim (2002), os contos de fadas começam a exercer seu impacto benéfico nas crianças por volta dos quatros/cinco anos. Podem ser contadas as estórias que os pais gostavam quando crianças ou que tenham atração e valor para a criança.
Os autores mais ilustres dos contos de fadas infantis são os Irmãos Grimm - Jacob e Wilhelm Grimm -, que fizeram e fazem muito sucesso até hoje com suas histórias e seus contos. Nascidos na Alemanha, os Irmãos Grimm destinaram a sua vida ao registro das fábulas infantis e de tal modo ganharam fama e sucesso com as crianças. 
Além das belas histórias e das ajudas para o imaginário dos pequenos,os Irmãos Grimm também colaboraram para a língua alemã com um dicionário e, assim, ampliaram um estudo mais aprofundado da língua e do folclore popular local. As maiores e melhores obras dos Irmãos Grimm são resumidas em contos e lendas para crianças. 
Os contos para as crianças, no fato, eram contos recomendados aos adultos. O que aconteceu durante os anos é que eles foram adaptados para os pequenos. Os Irmãos Grimm, na verdade, tornaram a fantasia aberta para as crianças. “Todos os contos de fadas dos Irmãos Grimm foram discutidos com respeito às origens de cada estória, suas diferentes versões em todo o mundo, suas relações com outras lendas e contos de fadas” (BETTELHEIM, 2002, p. 351).
Um dos contos de fadas mais relatados às crianças é o da Bela Adormecida.
Muitos príncipes tentam alcançar Bela Adormecida antes de terminar sua maturação; todos os pretendentes prematuros perecem nos espinheiros. Com isto, o conto adverte à criança e aos pais que o despertar do sexo antes da mente e do corpo estarem prontos para ele é muito destrutivo. Mas quando Bela Adormecida finalmente adquiriu maturidade física e emocional, e está pronta para o amor, e, por conseguinte, para o sexo e o casamento, então o que antes parecera impenetrável se abre. O muro de espinhos subitamente se transforma numa cerca de flores grandes e belas que se abre para o príncipe entrar. A mensagem implícita é a mesma de vários outros contos de fadas: não se preocupe e não tente apressar as coisas – no seu devido tempo, os problemas impossíveis serão solucionados, como que espontaneamente. (BETTELHEIM, 2002, p. 273-274).
Para Bettelheim (2002, p. 197), o conto de fadas é a cartilha com a qual a criança aprende a ler sua mente na linguagem das imagens, a única linguagem que permite a compreensão antes de conseguirmos a maturidade intelectual.
A criança carece de ser sujeitada a essa linguagem para dar atenção a ela. O teor pré-consciente das imagens do conto de fadas é extremamente rico porque estimula a criança a ampliar seu entendimento. A bruxa representa as aparências destrutivas da oralidade, que está propensa a comer as crianças como elas comeram a casa de biscoito. As suas finalidades malvadas empenham as crianças a conhecer os perigos da voracidade oral.
Uma bruxa forjada pelas fantasias ansiosas da criança persegue-a; mas uma bruxa que ela pode empurrar para dentro de seu próprio fogão para que morra queimada é uma bruxa da qual a criança pode se livrar. Enquanto as crianças continuarem a acreditar em bruxas – sempre o fizeram e sempre o farão – até a idade em que não sejam mais compelidas a dar aparência humana às suas apreensões informes – elas necessitarão de estórias onde crianças se livram, pela engenhosidade, destas figuras persecutórias da imaginação. Conseguindo fazê-lo, ganham muito com a experiência, como o fizeram João e Maria. (BETTELHEIM, 2002, p. 202).
Esse conto dá demonstração simbólica às experiências internas inteiramente unidas à mãe, a criança não idealiza que um dia poderá ficar separada dos seus pais. A história de João e Maria ajuda a criança a exceder sua dependência imatura dos pais e alcançar os níveis mais altos de desenvolvimento, estimando também a base de outras crianças, de formato lúdico.
A cooperação com eles na realização das tarefas terá que substituir finalmente a dependência infantil e restrita aos pais. A criança em idade escolar frequentemente ainda não pode imaginar que um dia será capaz de enfrentar o mundo sem os pais; por esta razão deseja agarrar-se a eles além do ponto necessário. Precisa aprender a confiar que algum dia dominará os perigos do mundo, mesmo na forma exagerada em que seus medos os retratam, e que se enriquecerá com isto. (BETTELHEIM, 2002, p. 202).
A arte de narrar histórias cruza origens, convida a humanidade através do pensamento a cogitar sobre a própria vida e transformar comportamentos desafiadores. Os contos podem ser lidas ou contados, podem transformar ou curar, mas, para que isso aconteça, é preciso à responsabilidade e a sensibilidade para saber contar.
2.3 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO PRÁTICA EDUCATIVA
A contação de histórias é um processo cada vez mais atual na escola. Aumenta se a partir do plano do docente, ora a escola recebe a visita de um contador, ora ela permeia os espaços culturais (como feiras do livro). O docente, pelo meio de sua formação, tem contato com diversas perspectivas de unir a literatura em sua aula. 
Teóricos abordam a tese da estima dos textos literários na escolarização. Ao considerar a contação de histórias como mensageira de significados para a técnica pedagógica, não se abrevia o seu papel apenas ao entendimento da linguagem.
 Manter seu caráter literário, seu cargo de despertar a fantasia e sentimentos, assim como suas probabilidades de transcender a palavra. 
O ato de contar histórias deve ser utilizado dentro do espaço escolar, não apenas com seu caráter lúdico, muitas vezes praticado em momentos estanques da prática, como a hora do conto ou da leitura, mas adentrar a sala de aula, como metodologia que enriquece a prática docente, ao mesmo tempo em que promove conhecimentos e aprendizagens múltiplas.
De acordo com prévia pesquisa bibliográfica, ficou evidente que a contação de histórias pode e deve ser usada como metodologia para o desenvolvimento dos alunos e de sua personalidade, melhorando de maneira significativa o papel escolar. Na maioria dos casos, a Escola acaba sendo a única fonte de contato da criança com o livro e, sendo assim, é necessário estabelecer-se um compromisso maior com a qualidade e o aproveitamento da leitura como fonte de prazer. (MIGUEZ, 2000, p. 28).
O tema da contação de histórias como participante das práxis pedagógicas não pretende de forma alguma desconfigurar sua função de transmitir beleza, sensibilidade, prazer. Além disso, acredita-se que o caráter artístico da contação de histórias pode servir de elo no processo de ensino e aprendizagem. Assim sendo, a contação de histórias pode auxiliar a práxis sem perder seu valor estético e artístico.
Acredita-se que é estimulando as crianças a imaginar, criar, envolver-se, que se dá um grande passo para o enriquecimento e desenvolvimento da personalidade, por isso, é de suma importância o conto; acredita-se, também, que a contação de história pode interferir positivamente para a aprendizagem significativa, pois o fantasiar e o imaginar antecedem a leitura. 
Utiliza-se da leitura, por meio da contação de histórias, como metodologia para o desenvolvimento dos sujeitos e avanço de seu desempenho escolar, contestando a necessidades afetivas e intelectuais pelo contato com o conteúdo simbólico das leituras.
A contação de histórias é uma prática muito antiga e de grande relevância para a história da humanidade. Documenta-se que, antes mesmo da escrita ser inventada, já havia o costume de utilizar o conto oral como instrumento de transmissão de conhecimento. Através dessa tradição oral muitas sociedades conseguiram preservar a sua cultura, e, consequentemente, deixaram um rico legado de saberes, crenças e tradições, pois cada geração tinha o dever de contar as histórias para as gerações seguintes (BUSSATO, 2003; PATRINI, 2005).
 O conto oral é uma das mais antigas formas de expressão. E a voz constitui o mais antigo meio de transmissão. Graças à voz, o conto é difundido no mundo inteiro, preenche diferentes funções, dando conselhos, estabelecendo normas e valores, atentando os desejos sonhados e imaginados, levando às regiões mais longínquas a sabedoria dos homens experimentados (PATRINI, 2005, p.118).
 Com o intuito de propiciar o conhecimento e o encanto dessa arte que atravessou os tempos, o(a) professor(a) precisa planejar o momento da contação de histórias, sendo importante conhecer previamente o que será narrado para as crianças, durante o momento educativo, para que não perca o que tem de lúdico e belo da contação de histórias.
[…] para a criança, não se pode fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que se vê na estante… E aí, nodecorrer da leitura, demonstrar que não está familiarizado com uma ou outra palavra (ou com várias), empacar ao pronunciar o nome dum determinado personagem ou lugar, mostrar que não percebeu o jeito que o autor construiu suas frases e dando as pausas nos lugares errados, […] Por isso, ler o livro antes, bem lido, sentir como nos pega, nos emociona ou nos irrita… Assim quando chegar o momento de narrar a história, que se passe emoção verdadeira, aquela que vem lá de dentro, lá do fundinho, e que por isso, chega no ouvinte… (ABRAMOVICH, 1997, p. 18-20)
 Essa técnica pode trazer novos elementos para a sala de aula, colaborando, assim, para a promoção de uma educação saudável, rica em descobertas e aprendizados e marcada pela nossa sábia tradição de ouvir e contar histórias.
2.4 CONTRIBUIÇÕES DAS HISTÓRIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS
A arte de contar histórias ganhou conotação e espaço maior, como valioso instrumento no processo educativo, devido ao seu aspecto lúdico. Contar histórias passou a ser compreendido como uma possibilidade bastante rica nas escolas já que,
as histórias são verdadeiras fontes de sabedoria, que têm papel formador da identidade. Há pouco tempo, elas foram redescobertas como fonte de conhecimento de vida, tornando-se também um grande recurso para educadores. Com o advento da comunicação, ampliação dos seus recursos e a globalização das informações, a linguagem falada tende a definhar, porém, concomitante a esse desenvolvimento, surgiu uma necessidade de resgatar os valores tradicionais e a própria natureza humana. A tradição oral dos contos, não só não reapareceu, como está ganhando força nos últimos tempos (BUSATTO, 2006: 21).
A criança cria e recria em sua mente cenários, personagens, novos finais para as histórias...e utilizam as situações vividas em cada história para tentar compreender o mundo a sua volta, porque o fato de ouvir uma história pode ser um meio significativo para se trabalhar com as emoções como medo tristeza, raiva, alegria, espanto, pavor, insegurança, tranquilidade, saudade e lembranças
e pode ocasionar: “(...) inquietude provocada, emoção deflagrada, suspense a ser resolvido; torcida desenfreada, saudades sentidas, lembranças ressuscitadas, caminhos novos apontados, sorriso gargalhado, belezuras desfrutadas e as mil maravilhas mais que uma boa história provoca...” (ABRAMOVICH, 2001, p. 24).
É fundamental para o desenvolvimento infantil que a criança descubra sozinha como resolver problemas e descobrir-se como uma pessoa capaz de conhecer e aprender são imprescindíveis para a sua formação humana dentro de uma sociedade cheia de desafios e problemas a serem resolvidos.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Destaca-se que a metodologia que emprega a literatura infantil, a transposição simbólica e a representação das crianças através do desenho sob enfoque de uma educação em valores com amparo da pedagogia por projetos estão pouco presente nas escolas de educação infantil e series iniciais do Ensino Fundamental, a intencionalidade do professor ao contar a história é a de dialogar com as crianças sobre os valores na perspectiva de sua construção o que solicita que ela represente tais valores contidos na história. 
Trabalhar com as múltiplas linguagens significa ajudar as crianças a entender qualidades e atributos nem sempre manifestos, de modo mais denso e expressivo, pelo uso das linguagens não verbais. É buscar compreendê-las de uma forma mais vasta. Estimulá-las a utilizar as centenas de linguagens de que se dispõe hoje é um jeito de colaborar com o seu íntegro aumento cognitivo, afetivo e social.
4 CONCLUSÃO
Constituindo a escola um ambiente de edificação e reconstrução de conhecimentos, deve dar especial atenção à contação de histórias, pois ela colabora na aprendizagem escolar em todos os aspectos: cognitivo, físico, psicológico, moral ou social, adaptando uma maior ampliação perceptiva no aluno. 
Os valores de seus benefícios estiveram destacados a aprendizagem de teores, a socialização, a comunicação, a criatividade e a disciplina. Situando a relação entre os dados, notamos que a importância das histórias na escola se deve ao fato de ela adaptar a ampliação da motricidade, do raciocínio, o fortalecimento da autoestima, além da função lúdica. 
Visto a importância da contação de histórias na escola, será admirável a continuação deste estudo com novos aspectos sobre contação de histórias e seus reforços. 
A contação de histórias é um período mágico que abrange a todos que estão nesse período de fantasia. Ao narrar histórias, o docente situa com o aluno um clima de cumplicidade que os remete à época dos antigos contadores que, ao redor do fogo, narravam a uma plateia atenta às histórias, culturas e valores do seu povo.
REFERÊNCIAS
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. - Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1, 2 e 3.
BARRETO, Cíntia Costa. A arte de contar histórias: Uma reflexão sobre a experiência com crianças na faixa etária de 4 a 5 anos. UERJ, 2003..
CASTRO, Eline Fernandes de. A importância da leitura infantil para o desenvolvimento da criança. Trabalho científico de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura Específica em Português) - apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, 2008
MATTOS, Bruna Daniela Souza. A literatura infantil contemporânea e a contação de histórias. 51p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Centro de Educação, Comunicação e Artes. Universidade Estadual de Londrina, 2009.
MIGUEZ, Fátima. Na arte-manhas do imaginário infantil. 14. ed. Rio de Janeiro: Zeus, 2000.
RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de histórias. Goiânia, 2005.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler e formando leitores para a vida inteira/ Rio de Janeiro: Qualitymark/Dunya Ed., 1999.

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