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Educação Infantil - Módulos I,II e III

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2 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.................................................. 03 
O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA CRIANÇA ............................................. 23 
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................. 28 
DISLEXIA NO PRÉ-ESCOLAR OU NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...................... 34 
A DISCALCULIA INFANTIL.............................................................................. 37 
A DISGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL....................................................... 48 
TDAH - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE
 ......................................................................................................................... 52 
A DISORTOGRAFIA INFANTIL ....................................................................... 59 
A PEDAGOGIA HOSPITALAR ......................................................................... 62 
A IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS SOCORROS NO AMBIENTE ESCOLAR
 ....................................................................................................................... ..68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
O desenvolvimento é frequentemente dividido em domínios específicos, 
como motor grosseiro, 
motor fino, linguagem, 
cognitivo e crescimento 
social/emocional. Essas 
designações são úteis, 
mas existem 
superposições 
substanciais. Os estudos 
estabeleceram as 
médias de idades 
alcançadas por marcos específicos, bem como as faixas de normalidade. Em 
uma criança normal, os progressos são variáveis dentro de diferentes 
domínios, como no caso da criança que começa a andar tarde, mas fala 
sentenças cedo. 
Influências ambientais, que variam da nutrição até a estimulação e do 
impacto da doença até os efeitos de fatores psicológicos, interagem com 
fatores genéticos para determinar o grau do progresso e padrão de 
desenvolvimento. 
A análise do desenvolvimento ocorre constantemente quando pais, 
profissionais da escola e médicos avaliam as crianças. Muitas são as 
ferramentas disponíveis para monitorar o desenvolvimento com mais 
especificidade. O Denver Developmental Screening Test II facilita a avaliação 
em vários domínios. A ficha de pontuação indica a média das idades em que 
são adquiridas certas aptidões e demonstra com exatidão o conceito crítico da 
faixa de normalidade. Outras ferramentas também podem ser usadas. 
 
Desenvolvimento motor 
 
O desenvolvimento motor inclui o motor fino (p. ex., pegar 
pequenos objetos, desenhar) e habilidades motoras 
grosseiras (p. ex., andar, 
subir escadas). É um 
processo contínuo que 
depende do padrão da 
família, de fatores 
ambientais (p. ex., quando a atividade é limitada por uma doença 
prolongada) e disfunções específicas (p. ex., paralisia cerebral, retardo 
mental, distrofia muscular). Normalmente, as crianças começam a andar aos 
12 meses, podem subir escadas mantendo-se firme aos 18 meses e correm 
 
4 
 
 
 
bem aos 2 anos, mas a idade em que essas habilidades são adquiridas pelas 
crianças normais variam amplamente. O desenvolvimento motor não deve ser 
acelerado de modo significativo pela aplicação de estímulos aumentados. 
 
Desenvolvimento da linguagem 
 
A habilidade de 
compreensão da 
linguagem precede a 
habilidade da fala; 
crianças com poucas 
palavras geralmente 
podem compreender 
bastante. Embora atrasos 
de linguagem não sejam 
tipicamente 
acompanhados de outros 
de desenvolvimento, todas 
as crianças com excessivo atraso de linguagem deveriam ser avaliadas quanto 
à existência de outros atrasos de desenvolvimento. Crianças com atrasos das 
linguagens receptiva e expressiva apresentam, mais frequentemente, outros 
problemas de desenvolvimento. A avaliação de qualquer retardo deve ser 
iniciada com testes auditivos. A maioria das crianças que apresentam atraso de 
linguagem tem inteligência normal. Por outro lado, crianças com 
desenvolvimento acelerado da linguagem estão frequentemente acima da 
média de inteligência. 
Progressos de 
linguagem abrangem 
desde o modo de 
expressar os sons vogais 
(arrulhar) até a introdução 
de sílabas que se iniciam 
com consoantes (ba-ba-
ba). A maioria das crianças 
pode dizer “Papa” e 
“Mama” aos 12 meses, usa 
várias palavras aos 18 
meses e forma frases de 2 ou 3 palavras aos 2 anos. Aos 3 anos, em média, 
uma criança pode manter uma conversação. Aos 4 anos, ela pode contar 
histórias simples e envolver-se em uma conversa com adultos ou outras 
crianças. Aos 5 anos, a criança pode ter um vocabulário de vários milhares de 
palavras. 
 
5 
 
 
 
Mesmo antes dos 18 meses, as crianças podem ouvir e compreender a 
história que é lida para elas. Aos 5 anos, as crianças são capazes de recitar o 
alfabeto e reconhecer palavras simples escritas. Toda essas habilidades são 
fundamentais para aprender a ler palavras, frases e sentenças simples. 
Dependendo da exposição a livros e habilidades naturais, a maioria das 
crianças começa a ler aos 6 ou 7 anos de idade. Esses limites são muito 
variáveis. 
 
Desenvolvimento cognitivo 
 
Desenvolvimento cognitivo refere-se ao amadurecimento intelectual das 
crianças. Afeto e 
educação apropriados ao 
lactente e no início da 
infância são reconhecidos 
como fatores críticos para 
o crescimento cognitivo e 
a saúde emocional. Por 
exemplo, a leitura para a 
criança, desde cedo, 
contribui com 
experiências 
intelectualmente estimulantes e propicia um relacionamento educativo 
caloroso, o que trará importante impacto sobre o crescimento nesses domínios. 
O intelecto das crianças pequenas é avaliado pela observação das 
aptidões de linguagem, curiosidade e habilidades de resolver problemas. Assim 
que a criança começa a verbalizar, torna-se mais fácil avaliar a função 
intelectual utilizando ferramentas clínicas especializadas. No momento em que 
a criança vai à escola, ela fica sob monitoramento constante como parte do 
processo acadêmico. 
Aos 2 anos, a maioria 
das crianças entende o 
conceito de tempo em termos 
amplos. Muitas crianças com 
2 e 3 anos de idade 
acreditam que tudo o que 
aconteceu no passado 
aconteceu "ontem", e tudo o 
que acontecerá no futuro, 
acontecerá "amanhã". Uma 
criança nessa idade tem imaginação fértil, mas tem dificuldade de distinguir 
fantasia da realidade. 
 
6 
 
 
 
Aos 4 anos de idade, a maioria das crianças tem uma compreensão 
mais complicada do tempo. Elas percebem que o dia é dividido em manhã, 
tarde e noite. Elas podem até mesmo apreciar a mudança das estações. 
Aos 7 anos, as capacidades intelectuais das crianças se tornam mais 
complexas. Nesse 
momento, as crianças são 
cada vez mais capazes de 
focalizar mais de um 
aspecto de um evento ou 
situação ao mesmo 
tempo. Por exemplo, 
crianças em idade escolar 
podem reconhecer que um 
frasco alto e estreito pode 
armazenar a mesma 
quantidade de água do que um curto e largo. Elas podem reconhecer que 
remédios podem ter um gosto ruim, mas podem fazê-las se sentir melhor, ou 
que a mãe pode estar nervosa com elas, mas mesmo assim pode amá-las. As 
crianças são cada vez mais capazes de entender a perspectiva de outra 
pessoa e, assim, aprender os fundamentos de esperar sua vez em jogos ou 
conversas. Além disso, as crianças em idade escolar são capazes de seguir as 
regras consensuais do jogos. As crianças nessa idade também são cada vez 
mais capazes de raciocinar usando os poderes da observação e múltiplos 
pontos de vista. 
 
Desenvolvimento emocional e comportamental 
 
Emoção e comportamento 
baseiam-se no temperamento e 
na fase de desenvolvimento da 
criança. Cada criança tem um 
temperamento ou humor 
individual. Algumas crianças 
podem ser alegres e adaptáveis e 
desenvolver facilmente rotinas 
regulares de dormir, acordar, 
comer e outras atividadesdiárias. 
Essas crianças tendem a responder positivamente a novas situações. 
Outras crianças não são muito adaptáveis e podem ter grandes irregularidades 
em suas rotinas. Essas crianças tendem a reagir negativamente a novas 
situações. Contudo, outras crianças estão em algum ponto intermediário. 
 
7 
 
 
 
O crescimento emocional e a aquisição de aptidões sociais são 
avaliados pela observação da interação da criança com outras, em situações 
diárias. Quando a criança começa a falar, a compreensão do seu estado 
emocional torna-se muito mais acurada. Assim como acontece com o intelecto, 
a função emocional pode ser delineada mais precisamente com ferramentas 
especializadas. 
Chorar é principal meio 
de comunicação dos recém-
nascidos. Recém-nascidos 
choram porque estão com 
fome, incomodados, aflitos e 
por muitas outras razões que 
podem não ser óbvias. É 
mais comum que recém-
nascidos com 6 semanas de 
idade chorem 3 h/dia, 
geralmente diminuindo para 1 
h/dia aos 3 meses de idade. 
Os pais normalmente dão às crianças que choram comida, trocam a 
fralda e procuram uma fonte de dor ou desconforto. Se essas medidas não 
funcionarem, pegar no colo ou andar com o recém-nascido algumas vezes 
ajuda. Às vezes, nada funciona. Os 
pais não devem forçar comida em 
recém-nascidos durante o choro, pois 
estes irão prontamente comer se a 
fome for a causa do seu desconforto. 
Por volta dos 8 meses de 
idade, os recém-nascidos 
normalmente se tornam mais ansiosos 
em relação a separar-se dos pais. 
Separações na hora de dormir e em 
creches podem ser difíceis e marcadas 
por acessos de raiva. Esse 
comportamento pode durar muitos 
meses. Para muitas crianças maiores, 
uma naninha ou bicho de pelúcia serve 
nesse momento como um objeto de 
transição, que age como um símbolo 
do pai ausente. 
Aos 2 a 3 anos, as crianças começam a testar seus limites e fazer o que 
elas foram proibidas de fazer, simplesmente para ver o que vai acontecer. Os 
"nãos" frequentes que as crianças ouvem dos pais refletem a luta pela 
 
8 
 
 
 
independência nessa idade. Embora angustiantes para os pais e filhos, 
os ataques de raiva são normais porque ajudam as crianças a expressar sua 
frustração durante um momento em que não conseguem verbalizar seus 
sentimentos. Os pais 
podem ajudar a diminuir o 
número de ataques de 
raiva não deixando que os 
filhos se cansem ou 
fiquem indevidamente 
frustrados e entendendo 
os padrões de 
comportamento dos seus 
filhos e evitando situações 
que provavelmente 
podem induzir a ataques 
de raiva. Algumas 
crianças têm particular dificuldade em controlar seus impulsos e precisam que 
os pais estabeleçam limites mais estritos em torno dos quais pode haver 
alguma segurança e regularidade em seus mundos. 
Dos 18 meses a 2 anos de idade, as crianças normalmente começam a 
estabelecer a identidade de gênero. Durante os anos pré-escolares, as 
crianças também adquirem uma noção do papel de gênero, do que meninos e 
meninas costumam fazer. Espera-se que elas explorem os órgãos genitais 
nessa idade e os sinais de que as crianças estão começando a estabelecer 
uma conexão entre a imagem corporal e o gênero. 
Entre os 2 e 3 anos 
de idade, as crianças 
começam a brincar de 
maneira mais interativa 
com outras crianças. 
Embora ainda possam ser 
possessivas em relação 
aos brinquedos, elas 
podem começar a 
compartilhar e até mesmo 
se revezar nas 
brincadeiras. Afirmar a 
posse dos brinquedos dizendo: "isso é meu!" ajuda a estabelecer o sentido do 
eu. Embora crianças nessa idade lutem por independência, elas ainda 
precisam dos pais por perto para sentir-se seguras e apoiadas. Por exemplo, 
elas podem se afastar dos pais quando se sentem curiosas e logo depois se 
esconderem atrás deles quando estão com medo. 
 
9 
 
 
 
Dos 3 aos 5 
anos, muitas crianças se 
interessam por 
brincadeiras envolvendo 
fantasia e amigos 
imaginários. As 
brincadeiras envolvendo 
fantasia permitem às 
crianças exprimir com 
segurança diferentes 
papéis e sentimentos 
intensos de maneiras 
aceitáveis. As brincadeiras envolvendo fantasia também ajudam as crianças a 
crescer socialmente. Elas aprendem a resolver conflitos com os pais ou outras 
crianças de maneiras que as ajudam a desabafar frustrações e manter a 
autoestima. Também 
nesse momento, aparecem 
medos típicos da infância 
como "o monstro no 
armário". Esses medos são 
normais. 
Dos 7 aos 12 
anos, as crianças superam 
inúmeros desafios: 
autoconceito, a base para 
o que é estabelecido pela 
competência em sala de 
aula; relacionamentos com colegas, que são determinados pela capacidade de 
socialização e adaptação; e relacionamentos familiares, que são determinados 
em parte pela aprovação que as crianças obtêm dos pais e irmãos. Embora 
muitas crianças pareçam dar muita importância a grupos de colegas, elas 
continuam buscando principalmente nos pais o suporte e orientação de que 
necessitam. Irmãos podem servir como modelos de vida e como suportes 
valiosos e críticos em relação ao que pode ou não ser feito. Nesse momento na 
vida, as crianças são muito ativa e se envolvem em muitas atividades e estão 
ansiosas para explorar novas atividades. Nessa idade, as crianças são 
aprendizes ansiosos e muitas vezes respondem bem a conselhos sobre 
segurança, estilos de vida saudáveis e prevenção de comportamentos de alto 
risco. 
 
 
 
 
10 
 
 
 
Fases do Desenvolvimento Infantil (0 a 6 anos) 
 
Berçário, Pré-Maternal, Maternal I, Maternal II, Jardim A e Jardim B 
 
Faixa etária: 0 aos 6 anos 
 
A trajetória que 
uma criança percorre 
desde que começa a 
deixar de ser bebê 
(dependência total), 
até começar a se 
transformar em um 
ser mais 
independente e 
autônomo está 
relacionado tanto às condições biológicas, como aquelas proporcionadas pelo 
espaço familiar e social (escola), com o qual interage. 
É preciso saber que: 
 O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear. 
 As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são 
períodos contínuos que vão se sucedendo e se superpondo. 
 Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, 
vivendo seu desenvolvimento de modo particular. 
 Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em 
cada idade há um jeito próprio de se manifestar. 
 Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser 
geradores de futuros conflitos. 
 Cabe a família e a ESCOLA conhecer e respeitar os passos do 
desenvolvimento infantil. 
 
Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses 
Desenvolvimento Físico: 
 Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: 
os movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um 
controle progressivo da cabeça, dos membros e do tronco; 
 Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante 
poucos segundos, deitado de barriga para baixo; 
 Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, 
levanta a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo 
começa a elevar-se com apoio das mãos e dos braços e virando a 
cabeça; 
 
11 
 
 
 
 Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de 
segurar num 
brinquedo; 
 Entre os 4 e os 6 
meses utiliza os 
membros para se 
movimentar, rolando 
para trás e para frente; 
apresenta também 
maior eficácia em 
alcançar e agarrar o 
que quer ou a 
posicionar-se no chão para brincar; 
 Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação; 
 Desenvolvimento progressivo da visão; 
 Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância; 
 Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um 
objeto próximo ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos 
objetos ou pessoas; 
 Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se próximas da do adulto; 
 Desenvolvimento da função auditiva; 
 Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom 
de voz das pessoas que o rodeiam; 
 Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às 
modulações nos tons de 
voz que ouve; 
 
Desenvolvimento Intelectual 
 A aprendizagem faz-se 
sobre tudo através dos 
sentidos; 
 Vocaliza 
espontaneamente, 
sobretudo quando está 
em relação; 
 A partir dos 4 meses, 
começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta; 
 Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome 
dele, "mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam; 
 
 
12 
 
 
 
Desenvolvimento Emocional 
 Manifesta a sua excitação 
através dos movimentos do 
corpo, mostrando prazer ao 
antecipar a alimentação ou o 
colo; 
 O choro é a sua principal 
forma de comunicação, 
podendo significar estados 
distintos (sono, fome, 
desconforto...); 
 Apresenta medo perante 
barulhos altos ou 
inesperados, objetos, 
situações ou pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de 
dor; 
 
Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses 
 
Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor 
estão mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de 
fazer as primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de 
apoio; 
 A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar; 
 A partir dos 9 meses 
poderá começar a dar 
os primeiros passos, 
apoiando-se nos 
móveis; 
 Desenvolvimento da 
preensão: entre os 6 e 
os 8 meses, é capaz 
de segurar os objetos 
de forma mais firme e 
estável e de manipulá-los na mão; por volta dos 10 meses, é já capaz de 
meter pequenos pedaços de comida na boca sem ajuda, é capaz de 
bater com dois objetos um no outro, utilizando as duas mãos, bem como 
adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar); 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
Desenvolvimento Intelectual 
 
 A aprendizagem 
faz-se sobre tudo 
através dos 
sentidos, 
principalmente 
através da boca; 
 Desenvolvimento 
da noção de 
permanência do 
objeto, ou seja, a 
noção de que uma 
coisa continua a 
existir mesmo que não a consiga ver; 
 Vocalizações; 
 Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com 
o corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando 
quer uma coisa); 
 Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais 
como "mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai 
tentar imitar os sons familiares, embora inicialmente sem significado; 
 A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons 
ao seu vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a 
acompanhar as modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e 
"papá" com significado; 
 Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a 
reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo 
progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras 
(por ex: tchau-tchau" - acenar); 
 A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem 
desenvolvida: o bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate 
num determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um 
brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os 
objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido); 
 Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: 
consegue manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez 
mais longos; 
 A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses; 
 
 
 
14 
 
 
 
Desenvolvimento Emocional 
 Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) - 
Vinculação; 
 Presença de ansiedade 
de separação, que se 
manifesta quando é 
separado da mãe, 
mesmo que por breves 
instantes - trata-se de 
uma ansiedade normal 
no desenvolvimento 
emocional do bebê; 
 Presença de ansiedade 
perante estranhos: 
sendo igualmente uma 
etapa normal do 
desenvolvimento emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas 
desconhecidas o abordam diretamente; 
 A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio; 
 Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um 
determinado objeto (um cobertor ou uma pelúcia, por ex.), o qual terá 
um papel muito importante na vida do bebê - ajuda a adormecer, é 
objeto de reconforto quando está triste, etc.; 
 
 
Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos 
 
Desenvolvimento Físico 
 Começa a andar, 
sobe e desce 
escadas, sobe os 
móveis, etc. - o 
equilíbrio é 
inicialmente bastante 
instável, uma vez 
que os músculos das 
pernas não estão 
ainda bem 
fortalecidos. 
Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de caminhar e de se 
manter de pé em segurança, com movimentos muito mais controlados; 
 
15 
 
 
 
 Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar 
um objeto, o manipula, passa de uma mão para a outra e o larga 
deliberadamente. Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar 
objetos na mão enquanto caminha; 
 
Desenvolvimento Intelectual 
 Maior desenvolvimento da 
memória, através da 
repetição das atividades - 
permite-lhe antecipar os 
acontecimentos e retomar 
uma atividade 
momentaneamente 
interrompida, à qual 
dedica um maior tempo de 
concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebê 
desenvolve um entendimento das seqüências de acontecimentos que 
constituem os seus dias e dos seus pais; 
 Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia; 
• Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, 
a partir dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos; 
 Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a 
linguagem do bebê começa a adquirir tons de voz diferentes para 
transmitir significados diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de 
combinar palavras soltas em frases de 2 palavras; 
 É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a 
caneca"; 
 As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as 
capacidades cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses; 
 Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar; 
 Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro 
da família; 
 Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta 
(por ex., finge que deita chá de um bule para uma xícara, põe açúcar e 
bebe - recorda uma seqüência de acontecimentos e faz de conta que os 
realiza como parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos 
indica que está a começar a compreender a diferença entre o que é real 
e o que não é; 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
Desenvolvimento Emocional 
 
 Grande reatividade ao 
ambiente emocional em 
que vive: mesmo que não 
o compreenda, apercebe-
se dos estados 
emocionais de quem está 
próximo dele, sobre tudo 
os pais; 
 Está a aprender a confiar, 
pelo que necessita de 
saber que alguém cuida 
dela e vai de encontro às suas necessidades; 
 Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo 
difícil partilhá-las; 
 Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações 
de humor ("birras"); 
 É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos; 
 
Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos 
 
Desenvolvimento Físico 
 À medida que o seu 
equilíbrio e coordenação 
aumentam, a criança é 
capaz de saltar ou saltar de 
um pé para o outro quando 
está a correr ou a andar; 
 É mais fácil manipular e 
utilizar objetos com as 
mãos, como um lápis de 
cor para desenhar ou uma 
colher para comer sozinha; 
 Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos 
e depois a bexiga); 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
Desenvolvimento Intelectual Fase de grande curiosidade, 
sendo muito freqüente a 
pergunta "Por quê?"; 
 À medida que se desenvolvem 
as suas competências 
lingüísticas, a criança começa a 
exprimir-se de outras formas, que 
não apenas a exploração física - 
trata-se de juntar as 
competências físicas e de 
linguagem (por ex., quando faço 
isto, acontece aquilo), o que 
ajuda ao seu desenvolvimento 
cognitivo; 
 É capaz de produzir 
regularmente frases de 3 e 4 
palavras. A partir dos 32 meses, 
já capaz de conversar com um 
adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre um assunto por 
um breve período; 
 Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si 
própria como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, 
como "tenho fome"; 
 A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é 
capaz de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se 
concentrada nela por períodos de tempo mais longos); 
 A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a 
leva à compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a ajuda 
dos pais, vai sendo capaz de compreender conceitos como dentro e 
fora, cima e baixo; 
 Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de seqüências 
numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar 
até 10 e de formar grupos de objetos - 10 animais de plástico podem ser 
3 vacas, 5 porcos e 3 cavalos); 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento Emocional 
 
 Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até a 
raiva frustrada. 
Embora a 
capacidade de 
exprimir 
livremente as 
emoções seja 
considerada 
saudável, a 
criança 
necessitará de 
aprender a lidar 
com as suas 
emoções e de 
saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e ajuda dos 
pais; 
 Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança 
chamar a atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a 
acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida (as birras 
costumam estar relacionadas com a frustração da criança e com a sua 
incapacidade de comunicar de forma eficaz); 
 
Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos 
 
Desenvolvimento Físico 
 
 Grande atividade 
motora: corre, salta, 
começa a subir 
escadas, pode 
começar a andar de 
triciclo; grande 
desejo de 
experimentar tudo; 
 Embora ainda não 
seja capaz de 
amarrar sapatos, veste-se sozinha razoavelmente bem; 
 É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo; 
 
19 
 
 
 
 Copia figuras geométricas simples; 
 É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de 
controlar os esfíncteres (sobretudo durante o dia); 
 
Desenvolvimento Intelectual 
 
 Compreende a maior 
parte do que ouve e 
o seu discurso é 
compreensível para 
os adultos; 
 Utiliza bastante a 
imaginação: início 
dos jogos de faz-de-
conta e dos jogos de 
papéis; 
 Compreende o 
conceito de "dois"; 
 Sabe o nome, o sexo e a idade; 
 Repete seqüências de 3 algarismos; 
 Começa a ter noção das relações de causa e efeito; 
 É bastante curiosa e investigadora; 
 
Desenvolvimento Emocional 
 
 É capaz de se separar da 
mãe durante curtos 
períodos de tempo; 
 Começa a desenvolver 
alguma independência e 
autoconfiança; 
 Pode manifestar medo de 
estranhos, de animais ou 
do escuro; 
 Começa a reconhecer os 
seus próprios limites, 
pedindo ajuda; 
 Imita os adultos; 
 
Desenvolvimento Moral 
 
 
20 
 
 
 
 Começa a distinguir o certo do errado; 
 As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem grande 
importância para a criança; 
 Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva; 
 Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", 
sem ter noção das suas implicações; 
 
Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos 
 
Desenvolvimento Físico 
 
 Rápido desenvolvimento 
muscular; 
 Grande atividade motora, 
com maior controle dos 
movimentos; 
 Consegue escovar os 
dentes, pentear-se e vestir-
se com pouca ajuda; 
 
Desenvolvimento Intelectual 
 
 Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 
palavras; manifesta um 
grande interesse pela 
linguagem, falando 
incessantemente; 
 Compreende ordens com 
frases na negativa; 
 Articula bem consoantes e 
vogais e constrói frases bem 
estruturadas; 
 Exibe uma curiosidade 
insaciável, fazendo 
inúmeras perguntas; 
 Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade; 
 Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", 
"maior", "dentro", "debaixo", "atrás"; 
 Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem 
representar objetos reais; 
 
21 
 
 
 
 Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, 
objetos macios, animais... 
Desenvolvimento Emocional 
 
 Os pesadelos são 
comuns nesta fase; 
 Tem amigos 
imaginários e uma 
grande capacidade de 
fantasiar; 
 Procura 
frequentemente testar 
o poder e os limites 
dos outros; 
 Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores; 
 Os seus estados emocionais alcançam os extremos: por ex., é 
desafiante e depois bastante envergonhada; 
 Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo; 
 
Desenvolvimento Moral 
 
 Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente 
em fazer o que está certo; pode culpar os outros pelos seus erros 
(dificuldade em assumir a culpa pelos seus comportamentos); 
 
 
Características da faixa etária dos 5 aos 6 anos 
 
Desenvolvimento Físico 
 
 A preferência manual 
está estabelecida; 
 É capaz de se vestir e 
despir sozinha; 
 Assegura sua higiene 
com autonomia; 
 Pode manifestar dores 
de estômago ou vômitos 
quando obrigada a 
comer comidas de que 
não gosta; tem preferência por comida pouco elaborada, embora aceite 
 
22 
 
 
 
uma maior variedade de alimentos; 
 
Desenvolvimento Intelectual 
 
 Fala fluentemente, 
utilizando corretamente 
o plural, os pronomes e 
os tempos verbais; 
 Grande interesse pelas 
palavras e a linguagem; 
 Pode gaguejar se 
estiver muito cansada 
ou nervosa; 
 Segue instruções e 
aceita supervisão; 
 Conhece as cores, os números, etc. 
 Capacidade para memorizar histórias e repeti-las; 
 É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do 
menor ao maior); 
 Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em 
baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã"; 
 
Desenvolvimento Emocional 
 
 Pode apresentar alguns 
medos: do escuro, de cair, 
de cães ou de dano 
corporal, embora esta não 
seja uma fase de grandes 
medos; 
 Se estiver cansada, 
nervosa ou chateada, 
poderá apresentar alguns 
dos seguintes 
comportamentos: roer as 
unhas, piscar 
repetidamente os olhos, fungar, etc.; 
 Preocupa-se em agradar aos adultos; 
 Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos 
outros; 
 Envergonha-se facilmente; 
 
23 
 
 
 
Desenvolvimento Moral 
 
 Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em 
agradar, poderá por vezes mentir ou culpar os outros de 
comportamentos reprováveis. 
 
O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA CRIANÇA 
 
O vinculo primário 
para o desenvolvimento 
das relações com os 
colegas ou 
companheiros é a 
brincadeira com as 
outras crianças. Tais 
brincadeiras não ocorrem 
com freqüência antes do 
dois anos. Entre a idade 
de 02 a 05 anos, as interações das crianças se tornam mais freqüentes, mais 
fortalecidas, mais sociais e complexas. Nos primeiros anos da pré-escola, as 
crianças se engajam principalmente em brincadeiras solitárias, em que não 
prestam atenção aos colegas, ou em brincadeiras paralelas, em que brincam 
próximas umas as outras, sem interagir. 
Uma proporção cada vez maior de brincadeirasdepois de 03 anos é 
associativa, na qual as crianças brincam juntas, mas não de uma maneira 
coordenada, ou cooperativa, na qual as crianças interagem, ajudando-se a 
atingir um objetivo comum ou assumindo diferentes papéis. 
As crianças em 
idade escolar passam 
mais tempo com seus 
amigos do que os pré-
escolares, e elas 
gradualmente 
desenvolvem uma coleção 
maior de amizades 
individuais. Também 
existem diferenças 
fascinantes na qualidade 
do relacionamentos nas 
amizades dos meninos e das meninas nesses anos, os grupos masculinos são 
maiores e aceitam mais membros novos do que o das meninas, os grupos e as 
amizades dos meninos parecem centrar-se mais na competição e dominância 
 
24 
 
 
 
do que os das meninas. As amizades entre as meninas incluem mais 
concordância, aquiescência e auto-revelação do que acontece entre meninos. 
A brincadeira social durante todo o desenvolvimento da criança é um 
exercício agradável e de autoconsciência realizado em conjunto, e oferece as 
crianças uma chance de explorar padrões de interação social que raramente 
vivenciaram na vida real. 
 
O passo a passo do desenvolvimento social da criança 
 
Durante a Primeira 
Infância (período da 
gestação aos seis anos), é 
esperado um 
comportamento social da 
criança que, quando 
observado junto a outros 
aspectos, indica se ela está 
se desenvolvendo 
sadiamente. Por isso, é 
importante você conhecer e 
compartilhar com os pais que comportamentos são esses. 
Cada criança é única e tem seu ritmo. No entanto, para detectar 
possíveis problemas que impeçam seu bem-estar, a Ciência definiu marcos 
para monitorar, em cada etapa, o que se espera dos pequenos. Se eles 
estiverem distantes demais da apropriação de certas habilidades é importante 
avaliar o que está acontecendo, papel que cabe ao especialista. 
 
Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses 
 
 Distingue a figura cuidadora 
das restantes pessoas com 
quem se relaciona, 
estabelecendo com ela uma 
relação privilegiada; 
 Fixa o rostos e sorri 
(aparecimento do 1º sorriso 
social por volta das 6 
semanas); 
 Aprecia situações sociais com 
outras crianças ou adultos; 
 Por volta dos 4 meses: 
capacidade de reconhecimento 
 
25 
 
 
 
das pessoas mais próximas, o que influencia a forma como se relaciona 
com elas, tendo reações diferenciadas consoante a pessoa com quem 
interage. É também capaz de distinguir pessoas conhecidas de 
estranhos, revelando preferência por rostos familiares; 
 
Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses 
 
 O bebê está mais sociável, procurando ativamente a interação com 
quem o rodeia (através das vocalizações, dos gestos e das expressões 
faciais); 
 Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas 
ações que vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, 
etc.); 
 A partir dos 10 meses, maior interesse pela interação com outros bebês; 
 
Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos 
 
 Aprecia a interação 
com adultos que lhe 
sejam familiares, 
imitando e copiando 
os comportamentos 
que observa; 
 Maior autonomia: 
sente satisfação por 
estar independente 
dos pais quando 
inserida num grupo 
de crianças, necessitando apenas de confirmar ocasionalmente a sua 
presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta em situações 
novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária uma nova 
adaptação; 
 As suas interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas 
brincadeiras decorrem sobre tudo em paralelo e não em interação com 
elas; 
 A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior 
consciência de si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os 
seus sentimentos sobre si próprio e sobre os outros - desenvolvimento 
da empatia (começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros 
sentem); 
 
 
 
26 
 
 
 
Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos 
 
 A mãe é ainda uma 
figura muito 
importante para a 
segurança da 
criança, não 
gostando de 
estranhos. A partir 
dos 32 meses, a 
criança já deve reagir 
melhor quando é 
separada da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, embora algumas 
crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que 
outras; 
 Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a 
louça, maquiar-se, etc.; 
 É capaz de participar em atividades com outras crianças, como por 
exemplo, ouvir histórias; 
 
Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos 
 
 É bastante sensível aos 
sentimentos dos que a 
rodeiam relativamente a 
si própria; 
 Tem dificuldade em 
cooperar e partilhar; 
 Preocupa-se em 
agradar os adultos que 
lhe são significativos, 
sendo dependente da 
sua aprovação e afeto; 
 Começa a aperceber-se 
das diferenças no comportamento dos homens e das mulheres; 
 Começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades 
de grupo com outras crianças; 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos 
 
 
 Gosta de brincar com outras 
crianças; quando está em 
grupo, poderá ser seletiva 
acerca dos seus 
companheiros; 
 Gosta de imitar as atividades 
dos adultos; 
 Está a aprender a partilhar, a 
aceitar as regras e a 
respeitar a vez do outro; 
 
Características da faixa etária dos 
5 aos 6 anos 
 
 A mãe é ainda o centro do 
mundo da criança, pelo que 
poderá recear a não voltar a 
vê-la após uma separação; 
 Copia os adultos; 
 Brinca com meninos e 
meninas; 
 Está mais calma, não sendo 
tão exigente nas suas 
relações com os outros; é 
capaz de brincar apenas com 
outra criança ou com um grupo de crianças, manifestando preferência 
pelas crianças do mesmo sexo; 
 Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante 
supervisão; 
 Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar; 
 Conhece as diferenças de sexo; 
 Aprecia conversar durante as refeições; 
 Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês; 
 Está numa fase de maior conformismo, sendo crítica relativamente 
aqueles que não apresentam o mesmo comportamento; 
 
 
 
 
28 
 
 
 
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
O processo educacional é 
uma fase da vida que reflete 
diretamente no comportamento 
futuro dos indivíduos, é nessa 
fase que as pessoas aprendem a 
lidar com as dificuldades, 
obstáculos, limitações e 
diferenças. A educação inclusiva 
é essencial na formação e 
construção do caráter do 
indivíduo ainda na infância. 
As limitações que levam a adoção de políticas de educação inclusiva 
são basicamente de duas naturezas distintas, as limitações de aspecto físico 
como a cegueira, a surdez, paralisia ou ausência de membros locomotores e 
as limitações de aspecto cognitivo que são patologias ou síndromes que 
comprometem a capacidade de aprendizado do indivíduo. Através da utilização 
de ferramentas e 
abordagens de ensino 
específicas é possível 
contornar essas 
limitações, possibilitando 
uma democratização do 
ensino e integração social 
das crianças com algum 
tipo de deficiência. 
O processo de 
inclusão está diretamente 
relacionado à qualificação 
dos professores e adaptação da infraestrutura da instituição de ensino aos 
equipamentos necessários para operacionalizar essa acessibilidade. 
A adoção de interpretes de libras, impressão de materiais em Braille, 
construção de rampas de acesso são soluções destinadas aos portadores de 
limitações físicas. Para os portadores de limitações cognitivas é recomendada 
a estruturação minuciosa do plano de ensino e utilização de ferramentas de 
caráter mais lúdico que os meios tradicionais. Vale ressaltar a importância das 
instituições de ensino e pais cobrarem as autoridades locais para que os 
investimentos nessa adequação sejam condizentes com os propostos pela Lei 
de Diretrizese Bases da Educação (LDB). 
 
 
 
29 
 
 
 
A Inclusão na Educação Infantil 
 
Ao acompanharmos a trajetória da educação infantil e da educação 
especial é possível verificar pontos semelhantes. A educação infantil foi 
fortemente marcada pelo 
cunho assistencialista e 
filantrópico da mesma 
maneira a educação 
especial onde o poder 
público transferiu às 
instituições filantrópicas a 
responsabilidade pelo 
manejo da educação 
especial. 
O atendimento as 
crianças de zero a seis anos 
no século XX ministrado por creches, escolas maternais ou internatos eram 
dirigidos às crianças pobres filhos de mães trabalhadoras, estas unidades 
ofereciam os cuidados básicos para garantir a vida destas crianças. Os 
espaços de atendimento as pessoas com algum tipo de deficiência cumpriram 
também em algum momento apenas o papel de “manutenção da vida” sendo 
que não se acreditava na possibilidade de transformação destas pessoas. 
Portanto, se a educação infantil na sua trajetória histórica traz resquícios 
de um caráter compensatório, onde as crianças eram vistas pelas suas 
limitações e carências enquanto seres incompletos, o mesmo podemos dizer 
enquanto educação especial, onde as primeiras propostas de atendimento 
visavam corrigir falhas no sujeito, 
ou seja, essas também se 
pautavam pela incompletude, pela 
“falta”. 
Contudo estudos 
preliminares têm apontado que a 
educação de crianças, 
respeitando as suas diversas 
necessidades, é possível, mas 
não é um processo simples e não 
se reporta apenas ao combate às 
práticas discriminatórias na 
recepção dos alunos na escola, 
pois “dúvidas em relação ao que 
representa a inclusão são 
enormes no meio acadêmico e 
 
30 
 
 
 
prático”. 
A introdução do aluno com deficiência visando ao cumprimento das 
determinações legais ou exigência dos pais pode acarretar em uma 
participação escolar à margem do sistema educacional, onde estes alunos não 
interagem com seus pares ou são vítimas de maus tratos e bullying; crianças 
que estão na escola apenas para a socialização e não recebem uma educação 
formal, ou seja, uma “inclusão excludente”, pois a escola inclui sem dar 
condições para que este aluno se perceba como pertencente daquele meio. 
Salientamos que o ambiente escolar ideal para a criança com deficiência deve 
ser um espaço rico e desafiador, onde a interação com os demais colegas 
concorra para o desenvolvimento de suas potencialidades, possibilitando a 
construção e a troca de saberes e valores. 
Quando nos referimos então à rede privada, parece contraditória a ideia 
de inclusão, uma vez que a Educação Infantil particular exclui, por princípio, 
aqueles que não podem pagar as mensalidades. Portanto, o requisito de que 
tal instituição inclua um aluno deficiente em nome da inclusão parece-nos 
enganosa, pois ela continua mantendo a exclusão de uma grande massa de 
pobres que não podem custear uma escola privada. 
A oferta de vagas na educação infantil, na rede publica, em todo o país e 
menor do que a demanda, isto dificulta profundamente o processo de inclusão 
já que as crianças 
com deficiência 
também engrossam 
esse grande número 
de crianças excluídas 
das creches publicas 
e EMEIs (Escolas 
Municipais de 
Educação Infantil). 
No período da 
infância é a família da 
criança com 
deficiência que escolhe o caminho educacional seguido por esta, os pais 
precisam não apenas acreditar nos benefícios da inclusão como também 
reconhecer que seus filhos têm direito a ela. O que observamos é que o 
número de matrículas de crianças com deficiência nas creches e EMEIs do 
ensino regular ainda são insignificantes, apesar de um aumento desde 2002, e 
muitos profissionais da educação continuam orientando e encaminhando 
crianças com deficiência para as escolas especiais, sendo que, a legislação 
penal no art. 8º, da Lei nº 7.853/89 diz ser crime de conduta frustrar, sem justa 
causa, a matrícula de um aluno com deficiência, a exclusão é crime. Com isso 
o que temos visto é que os professores de educação infantil, por não 
 
31 
 
 
 
receberem crianças com deficiência nas creches, escolas e EMEIs, acabam 
não reconhecendo as vantagens de uma educação inclusiva. 
Os defensores da Inclusão acreditam que em se tratando de crianças 
com deficiência as instituições de educação infantil são espaços privilegiados 
onde a convivência com adultos e outras crianças de varias origens, costumes, 
etnias, religiões, 
possibilitará o contato 
desde cedo com 
manifestações 
diferentes daquelas que 
a criança vivencia em 
sua família ou num 
ambiente segregativo, 
permitindo-lhe, assim 
as primeiras 
percepções da 
diversidade humana. 
Para considerarmos a inclusão na Educação Infantil, precisamos antes 
refletir sobre a inclusão não somente na creche, na escola ou na EMEI, mas, 
em todo o sistema educacional. Para que isto aconteça é preciso seguir a uma 
séria revisão dos objetivos e métodos da educação em nosso país, envolvendo 
a todos os atores educacionais na proposta de uma sociedade inclusiva. 
Portanto, antes de receber o aluno deficiente, é fundamental conhecer o 
seu histórico e a sua condição. Diagnósticos exatos são de extrema 
importância e precisam ser respeitados, ainda mais se estes orientarem sobre 
a melhor maneira de atender o aluno, mas não podem ser confundidos com 
rótulos reduzindo o educando a determinada condição, como “o autista”, “o 
deficiente intelectual”, “o TDA/H”, etc. Além disso, os professores devem saber 
se há utilização de medicamentos, o tempo de duração (quando isso interfere 
na participação de 
atividades escolares) e 
os efeitos colaterais. 
Outra questão a 
ser abordada, neste 
momento, é com 
relação à realização de 
atividades pedagógicas 
e de avaliação 
diferenciada para os 
alunos com 
necessidades educacionais especiais. A ideia de selecionar os mais capazes 
sempre esteve presente nas propostas educacionais, todavia os documentos 
 
32 
 
 
 
oficiais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes Nacionais 
para e Educação Especial na Educação Básica, destacam a necessidade da 
adaptação curricular e do processo avaliativo, sendo necessárias adaptações 
tanto físicas quanto pedagógicas e de pessoal, em virtude das necessidades 
apresentadas pelos alunos com deficiências. 
Por isso durante a realização de atividades e avaliações diferenciadas, o 
ideal é que a avaliação não seja colocada de maneira a comparar o 
desempenho entre os 
alunos, mas sim para 
verificar o quanto cada 
aluno (isso inclui todos os 
alunos e não apenas 
aqueles com deficiências) 
evoluiu durante aquele 
período, e precisa ser 
coerente com aquilo que 
acontece no contexto de 
sala de aula, servindo 
inclusive de feedback para 
o professor averiguar se os 
objetivos estão sendo alcançados ou se novas alternativas precisarão ser 
adotadas. 
O que presenciamos na prática da Educação Infantil é que muitas 
creches e escolas aceitam crianças com deficiências acreditando que elas 
apenas necessitam de socialização e brincadeiras, não que estas não sejam 
importantes, mas é cada 
vez maior o número de 
crianças mantidas na 
Educação Infantil após 
atingirem a idade de 
alfabetização e de 
ingresso no Ensino 
Fundamental. Em algumas 
situações quando a 
criança esta com 
aproximadamente dez 
anos de idade ou muito 
grande em comparação 
aos colegas de cinco ou seis anos, a família é informada de que precisará 
encontrar outra escola. 
 
33 
 
 
 
A realização de 
atividades pedagógicas e 
o processo de avaliação 
diferenciado permitem a 
creche, escola ou EMEI 
inclusiva considerar cada 
situação individualmente 
na hora de tomar 
decisões. Como, por 
exemplo, se uma criança 
com deficiência pertence 
a um grupo de faixa 
etária de cinco anos e for para a turma de alfabetização no ano seguinte, 
alguns fatores devem ser considerados paraa promoção ou a permanência 
dessa criança em um grupo de crianças menores. Esses fatores dizem respeito 
à maturidade da criança deficiente, seja em relação ao próprio cuidado, como 
quanto às atividades interacionais com seus pares. Entendemos então que as 
posições que defendem a promoção direta da criança com deficiência da 
Educação Infantil para o Ensino Fundamental podem ser perigosas, visto que 
as condições de cada criança são as mais variadas possíveis; esta transição é 
um ponto crucial no que se refere aos alunos com deficiências, necessitando 
de uma discussão mais ampla. 
A realidade de cada criança deficiente é única. Não existem critérios 
gerais de como deve ser o 
seu ensino. O professor 
precisa observar e perguntar, 
analisar e ouvir para 
compreender as 
necessidades de cada aluno, 
os sentimentos e os seus 
pontos de vista, estando 
atento sempre às relações 
que esses alunos 
estabelecem com seus 
colegas nos momentos de atividades e de recreação. As ações dos colegas 
diante dos alunos com deficiência se mostram como um fator decisivo para a 
inclusão social. As atitudes das crianças dependem, em grande parte, das 
atitudes observadas em seus pais e nos professores, mas programas 
educacionais que favorecem a comunicação e o conhecimento contribuem de 
forma significativa para facilitar o processo de inclusão social nas escolas. 
Um dos aspectos a se considerar dentro da proposta da Educação 
Inclusiva na Educação Infantil é a diminuição do número de alunos por sala, de 
 
34 
 
 
 
maneira a facilitar à interação dos seus membros e o atendimento as 
especialidades de cada um. Estudos têm comprovado que a limitação do 
número de crianças por grupo é fundamental para a qualidade da abordagem 
aos alunos com deficiências e a realização das atividades educativas 
diferenciadas. O número máximo de alunos varia de quinze, para a Educação 
Infantil, até vinte e cinco no Ensino Fundamental, limitar o número de crianças 
deficientes em cada grupo é importante porque esse percentual possibilita uma 
avaliação individualizada dos professores. 
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, é proposto que a distribuição dos 
alunos deficientes ocorra 
pelas diversas classes 
do ano escolar onde 
estes forem classificados 
não ultrapassando 15% 
do total da sala. 
Também é importante 
ressaltar que alunos com 
deficiências semelhantes 
devem ser agrupados, 
de preferência, em 
grupos diferentes, 
evitando desta forma que sejam estimulados a formarem subgrupos dentro da 
sala de aula, deixando de interagir com o restante dos colegas. 
 
DISLEXIA NO PRÉ-ESCOLAR OU NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
A dislexia é um 
problema que afeta 
milhares de crianças ao 
redor do mundo inteiro. 
Entretanto esse é um 
problema que muitas 
vezes não é identificado 
precocemente e pode 
trazer sérios prejuízos ao 
desempenho da criança. 
Por esse motivo é 
que vamos falar aqui 
sobre a dislexia na pré-escola ou na educação infantil, para que você possa 
ficar atento aos sinais que a criança oferece. 
 
 
 
35 
 
 
 
O que é Dislexia? 
A dislexia nada mais é do que um transtorno ou distúrbio da 
aprendizagem que afeta a área da escrita, da leitura e também da soletração 
sendo um dos transtornos mais encontrados nas salas de aula do mundo 
inteiro com uma incidência entre 05% e 17% na população mundial. 
O grande 
problema desse 
transtorno é que ele é, 
muitas vezes, atribuído a 
uma má alfabetização, a 
falta de atenção por 
parte do aluno, à falta de 
motivação e até mesmo 
a problemas 
relacionados à condição 
socioeconômica da 
criança, o que é um erro. 
O que você 
precisa realmente saber 
é que a dislexia é um transtorno decorrente de condições hereditárias com 
alterações genéticas podendo apresentar ainda alterações no padrão 
neurológico da pessoa afetada. 
Isso tudo que falamos até agora é somente para demonstrar a importância que 
tem o diagnóstico correto da dislexia através de uma equipe multidisciplinar. 
Essa avaliação permite averiguar as condições da criança para 
promover um acompanhamento adequado e eficiente das dificuldades 
apresentadas, podendo direcionar esse tratamento justamente para as 
peculiaridades apresentadas por cada um dos indivíduos proporcionando assim 
resultados mais palpáveis. 
 
Sinais de que a criança pode ter dislexia 
 
É muito comum que 
crianças 
com dislexia apresentem 
algumas características 
marcantes e que devem 
ser enxergadas com 
atenção e não desprezo. 
Muitas vezes as 
crianças com esse 
distúrbio olham para o 
 
36 
 
 
 
quadro e simplesmente não compreendem aquilo que está escrito. 
Pelo fato de a pré-escola ou a educação infantil serem o momento de 
alfabetização o mais comum é que o problema seja identificado ainda nessa 
fase do aprendizado. 
Veja agora alguns sinais que podem servir como um alerta de que a criança 
tem dislexia: 
 
Confusão entre sílabas e letras 
Enquanto as crianças que não possuem o transtorno identificam 
facilmente as diferenças ente “d” e “b” e “h” e “n”, por exemplo, as crianças 
com dislexia confundem-se com essas letras pois possuem grafias 
semelhantes. Assim 
também é com letras 
que tem o som 
semelhante como “d” e 
“t”. 
Também 
acontece de 
inverterem as sílabas 
de uma palavra ou 
mesmo adicionarem 
uma sílaba extra. 
 
Desenvolvimento motor afetado 
Esse é um ponto importante que pode ser observado antes mesmo da 
alfabetização pois é comum que crianças com dislexia apresentem atraso no 
desenvolvimento motor. 
Assim sendo ela pode demorar a engatinhar, a caminhar ou mesmo 
sentar, sendo que o problema pode ser observado também algum tempo mais 
tarde em dificuldade com 
certas brincadeiras como 
chutar uma bola, ou 
desenhar. 
 
Aversão à escola 
 É comum que 
crianças nessa condição 
desenvolvam baixa 
autoestima e relutância 
em ir para a aula visto 
que, devido às suas 
dificuldades, não se 
 
37 
 
 
 
sentem bem no ambiente escolar. 
Não confunda esses fatos com preguiça ou mesmo desinteresse por 
parte do aluno, o problema pode ser mais sério. 
 
Memória e raciocínio 
Se engana que acredita que todos os sintomas da dislexia se 
apresentam na parte escrita. Eles também podem aparecer através da 
dificuldade de acompanhar 
um raciocínio ou uma 
explicação mais longa. 
 
Atenção 
Embora os sinais 
citados acima, isoladamente, 
não classifiquem que a 
criança é disléxica é preciso 
estar atento ao 
desenvolvimento dos 
pequenos. Estar em contato com a escola e com os professores também pode 
ajudar muito no processo de descoberta do problema. 
 
DISCALCULIA INFANTIL 
 
Algumas crianças, mesmo recebendo todo o conteúdo necessário para 
se apropriar do conhecimento e do raciocínio matemático, podem ter enormes 
dificuldades de entender o 
significado do número em 
nossa sociedade. 
Compreender o que ele 
representa, quais suas 
diferentes funções e 
relações com nosso 
cotidiano é um verdadeiro 
desafio para uma criança ou 
um adolescente com 
Discalculia. Muitos pais, ao 
relatarem o sofrimento de 
seu filho ou filha, comentam que desde muito pequeno(a), ele(a) tinha muita 
dificuldade em memorizar números, quantificar sua idade e relacionar o 
símbolo numérico às proporções e ao espaço de tempo que havia entre uma 
atividade e outra. Estas confusões são comuns e frequentes em pessoas que 
não conseguem pensar dentro de uma perspectiva numérica. 
 
38 
 
 
 
A Discalculia é um tipo de transtorno de aprendizagem caracterizada por 
uma inabilidade ou 
incapacidade de pensar, 
refletir, avaliar ou raciocinar 
processos ou tarefas que 
envolvam números ou 
conceitos matemáticos. 
Percebe-se desde 
muito cedo, mas é na escola 
que todos os sinais e 
dificuldades se expressam de 
maneira clara e explícita, pois 
as exigências são maiores e a 
sequenciação de tarefas que 
envolvem aritméticae 
proporções passam a ser rotineiras. Em torno de 1% das crianças podem ter 
Discalculia. 
É comum que tal condição seja geneticamente determinada tendo 
relatos parecidos num dos pais ou em parentes próximos. Não podemos 
confundir Discalculia com insegurança cultural que observamos na 
aprendizagem da matemática ou com má pedagogia por não ocorrer a 
completa e/ou suficiente transmissão de conteúdos de acordo com a idade e a 
escolaridade. A Discalculia é um problema biológico e inato que nada tem a ver 
com aspectos do ambiente afetando a capacidade da criança em aprender 
matemática. Estudos de 
imagem e comparações 
realizadas entre indivíduos 
com Discalculia e indivíduos 
não portadores do 
transtorno, mostram que os 
primeiros apresentam o 
sulco intra-parietal menor. A 
dificuldade, por sua vez, 
ocorre por vários motivos: 
 Incompreensão com 
a noção de quantidade 
associada à palavra ou 
conceito numérico; 
 Dificuldade em usar a 
linguagem adequada para 
representar o número; 
 
39 
 
 
 
 Problemas de espacialidade e proporcionalidade em relação ao número 
correspondente; 
 E pouca aptidão para relacionar conceitos matemáticos (como por 
exemplo, relacionar porcentagem com divisão e conseguir resolver 
processos que envolvem abstração e representação mental). 
A Discalculia pode, na avaliação neuropsicológica, ter déficits em 
algumas habilidades cognitivas. Isso é verdade, porém, sem comprometimento 
da inteligência ou do nível 
intelectual. Aliás, estas 
crianças são muito 
inteligentes e capazes para a 
escola, mas 
surpreendentemente não 
conseguem manter o mesmo 
padrão para as atividades 
matemáticas estejam elas 
onde estiverem, na geografia 
ou nas ciências, nas artes ou 
na educação física. O 
diagnóstico requer avaliação multidisciplinar com o envolvimento de 
especialistas nas áreas de psicopedagogia, neuropsicologia e neuropediatria. 
Não existem exames de imagem ou de laboratório para confirmar, 
somente sendo concluído mediante testes e correlações com a evolução 
pedagógica e seu comportamento com os números no cotidiano. 
Quanto ao tratamento, não existem medicações, exceto quando 
há TDAH associado. Ademais, é baseado em intervenção precoce, adaptação 
curricular e suporte psicopedagógico. A escola deve compreender a dificuldade 
e fazer modificações no conteúdo, visando facilitar a aprendizagem da 
matemática utilizando-se de materiais concretos para ensiná-la. O apoio 
psicopedagógico ajudará a criança a entender sua dificuldade e manejá-la da 
melhor forma possível incluindo estratégias metacognitivas. Não existe “cura” 
para esta condição e o portador deverá aprender a lidar com o transtorno. 
 
Como afeta a discalculia ao cérebro 
 
A discalculia aparece como uma disfunção neuronal no sulco 
intraparental do cérebro. Seguindo essa disfunção um padrão de deterioração 
cognitiva, psicopatologia da discalculia e insônia infantil partilha alguns 
mecanismos neurobiológicos. A discalculia é geralmente identificada com 
déficits em habilidades, tais como: Psicopatologia do TDAH e a regulação do 
ciclo de vigília - o sonho partilha mecanismos neurobiológicos. 
 
 
40 
 
 
 
 
 
Concentração 
Habilidade 
relacionada como o 
padrão de deterioração 
cognitiva relacionada 
com a habilidade 
envolvida na dislexia. O 
déficit estrutural nessa 
rede de conexões 
neurais está relacionada 
também à inibição que 
afeta negativamente a velocidade com que a criança se desenvolve em tarefas 
matemáticas 
 
Atenção dividida 
Esta capacidade é importante, pois atende a dois estímulos 
simultaneamente. As crianças com discalculia têm dificuldade em responder 
rapidamente a um determinado estímulo, porque não são capazes de se 
concentrar, são enganados por estímulos irrelevantes, e cansam-se facilmente 
 
Memória do trabalho 
Esta capacidade cognitiva refere-se ao armazenamento temporário e à 
capacidade de manipular informações para executar tarefas complexas. Têm 
dificuldades para seguir instruções, esquecem instruções e tarefas, têm baixa 
motivação, memórias incompletas, alto nível de distração, não se lembram dos 
números e têm um atraso na aritmética mental, entre outros. 
 
Memória a curto prazo 
É a capacidade do 
cérebro para reter uma 
pequena quantidade de 
informação por um curto 
período de tempo. Este défice 
cerebral explica a 
incapacidade de realizar 
tarefas aritméticas. As 
dificuldades encontradas são 
durante a execução de um 
cálculo ou problemas 
 
41 
 
 
 
matemáticos. Esta patologia cognitiva também está relacionada com a 
incapacidade de lembrar números ou a tabuada 
 
Habilidade de nomear 
Envolve a capacidade de recordar uma palavra ou número do nosso 
léxico e depois expressá-la. As crianças com discalculia têm dificuldade em 
lembrar números, porque o seu nível de processamento de informação e 
capacidade de nomeação é pobre. 
 
Planificação 
Os baixos níveis desta capacidade cognitiva envolvem dificuldades em 
compreender a abordagem de senso numérico e do exercício. Esta 
incapacidade para avançar impede executar a tarefa corretamente. 
 
Velocidade de processamento 
Corresponde ao 
tempo que leva o nosso 
cérebro para receber 
informações (um número, 
uma operação 
matemática um 
problema...), 
compreendê-lo e 
respondê-lo. As crianças 
sem dificuldades de 
aprendizagem executam 
este processo de forma 
rápida e automaticamente, enquanto que as crianças com discalculia precisam 
de mais tempo e esforço para 
processar informações e estímulos. 
Na imagem ao lado vemos a 
área do cérebro afetada pela 
discalculia. 
 
 
Causas da discalculia 
Existem inúmeras 
investigações realizadas mediante 
técnicas de neuro imagem. Este 
tipo de técnicas permite visualizar 
ao vivo a atividade cerebral e o 
sistema nervoso central. Devido a 
 
42 
 
 
 
estas representações, pode observar-se que o déficit nas conexões neuronais 
associadas à discalculia encontram-se especificamente no módulo cerebral 
encarregue do processamento numérico que está localizado no lóbulo parental 
do cérebro. Além disso, outras áreas como o córtex pré frontal, a cingulada, a 
parte posterior do lóbulo temporal e inúmeras regiões subcorticais, formam 
também parte do correto funcionamento das capacidades matemáticas ou 
aritméticas. 
A discalculia deve-se a um transtorno congênito, quer dizer, de 
componente genético. O normal, é que algum dos pais das crianças com 
discalculia, tenha também dificuldades na aprendizagem da aritmética. 
 
Um déficit cognitivo na representação numérica 
Uma disfunção 
neuronal que impede a 
correta representação mental 
dos números, dificulta a 
descodificação numérica e 
afeta a compreensão do 
significado das tarefas ou 
cálculos matemáticos. 
As crianças com 
discalculia apresentam uma 
disfunção numa determinada 
rede de conexões neuronais 
que as impede de aceder à informação numérica com facilidade. As redes de 
conexões neuronais seguem rotas alternativas e diferentes às que apresenta 
um cérebro normal. 
Existem também outras possíveis causas relacionadas com o transtorno 
da dislexia, como as alterações cerebrais ou neurobiológicas, os falhos de 
maduração neurológica, as alterações psicomotoras e até problemas de 
memória e os relacionados com o meio ambiente, como a exposição da mãe 
ao álcool e às drogas no útero ou no nascimento prematuro. 
 
Sintomas da discalculia 
 
A discalculia tem uma ampla rede de dificuldades associadas às 
matemáticas e suas características e os sintomas vão variar em função da 
idade. Os sintomas podem alterar-se e apresentar-se de forma diferente de 
uma criança para outra. 
Começa a ser detectável na etapa pré-escolar, quando a criança 
começa a desenvolver as habilidades da aprendizagem aritmética e continua 
durante a infância, adolescência e idade adulta. 
 
43 
 
 
 
À medidaque as crianças crescem, estas dificuldades tornam-se mais 
evidentes, mas devemos evitar esperar a que se produza o fracasso para 
atuar. O mais importante nestes casos é que se realize uma detecção precoce, 
por isso, tanto pais como professores devem estar atentos para identificar as 
dificuldades e sintomas que podem indicar este transtorno. 
Quanto antes apliquemos estas ferramentas de intervenção necessárias 
para ajudar estas crianças a adaptar-se ao processo escolar, maiores serão as 
probabilidades de que otimizem os seus recursos mentais e estratégias de 
aprendizagem. 
 
Sintomas de discalculia pré-escolar: 
 Dificuldades 
para aprender a contar 
 Problemas associados 
à compreensão do 
conceito do número 
 Incapacidade para a 
classificação e 
medição: 
 Torna-se muito 
complicado associar 
um número com uma 
situação da vida real, 
por exemplo associar o número "2" com a possibilidade de ter 2 
caramelos, 2 livros, 2 pratos, etc... 
 Problemas para reconhecer os símbolos associados aos números, por 
exemplo, incapacidade de associar o número "4" com o conceito de 
"quatro". 
 Escrita incorreta dos números ao copiá-los ou ao fazer um ditado. 
 
Erros de forma: 
 Confundir, por exemplo, o número 9 com o 6, ou o 3 com o 8. 
 
Inverter a escrita: 
 Escreve os simbolos ao contrário. 
 
Erros de som: 
 Confundir os números que soam parecidos: Por exemplo o "seis" com o 
"sete" 
 
 
 
 
44 
 
 
 
Sintomas no momento de ordenar e sequenciar os números: 
 Repete o número duas ou mais vezes. 
 Quando dizemos a uma criança com discalculia que conte, por exemplo 
até 5 e pare, muitas vezes não é capaz de reconhecer o limite de chegar 
ao 5 e por isso continua a contar. 
 
Omissão: 
 Normalmente apresenta-se como um sintoma muito frequente e produz-
se ao saltar um ou mais números de uma série 
 
Sintomas relativos à sequência: 
 Outra característica da 
discalculia acontece 
quando pedimos a uma 
criança que comece a 
contar, por exemplo desde 
o 4, mas não é capaz de 
começar a contar desde 
esse número e tem que 
dizer a sequência completa 
ao mesmo tempo que a 
escreve, ou a repete em 
voz baixa. 
 Custa-lhes reconhecer e 
classificar objetos pelo seu 
tamanho e forma. 
 
Sintomas de discalculia na 
Alfabetização 
 
Problemas para reconhecer os símbolos 
aritméticos: 
 Confundem, por exemplo, o símbolo 
"+" com o "-" e não podem utilizá-los 
corretamente. 
 Impossibilidade de aprender ou 
relembrar estruturas matemáticas 
muito básicas, por exemplo 1+2=3. 
 Não são capazes de reconhecer as 
palavras como “maior que" ou 
"menor que" 
 É frequente que utilizem os dedos para contar. 
 
45 
 
 
 
 Dificuldades para aprender a recordar o procedimento ou regras de 
operações simples. 
 Normalmente saltam passos, não entendem bem o exercício que estão 
a fazer. 
 Começam as operações pela ordem incorreta. 
 Por exemplo, somam e subtraem começando pela direita em vez de 
pela esquerda. 
 
Apresentam dificuldades com a ordem das operações: 
Quando, por exemplo, se apresenta uma soma na horizontal não sabem 
ordená-la na vertical. Outro exemplo deste sintoma está nas multiplicações, 
porque têm problemas em ordenar em colunas os números (subproduto) na 
sua coluna correspondente, ou a dividir, quando apontam os números do 
quociente à direita e depois à esquerda, invertendo o resultado. 
Outra característica muito frequente é quando apresentam dificuldades 
nas somas e subtrações realizadas. 
Isto produz-se porque os alunos com discalculia não reconhecem 
corretamente a série numérica nem têm clara a ideia dos decimais. 
 
Problemas de raciocínio: 
Um erro bastante frequente é que o resultado de uma subtração seja 
superior aos números que a compõem. 
 
Baixos níveis de 
memória mecânica: 
 Não são 
capazes de 
memorizar e 
recordar as 
tabelas de 
multiplicar e 
custa-lhes muito 
aprender, por 
exemplo, um 
número de 
telefone. 
 Têm dificuldades de fazer qualquer cálculo mental básico. 
 Não entendem o enunciado dos problemas. 
 Não entendem de forma global o problema, não são capazes de manter 
na mente os diferentes dados que tem o enunciado e têm dificuldades 
em representá-lo de maneira visual, através de desenhos. 
 
 
46 
 
 
 
Sintomas relativos ao processo de raciocínio em problemas matemáticos: 
 A apresentação mental deficiente impide-os de relacionar conceitos e 
não sabem diferenciar os dados relevantes com os secundários. Têm sérias 
dificuldades para resolver problemas que necessitam mais de um passo para 
encontrar o resultado. 
Também 
apresentam 
normalmente 
sintomas mais 
normais como 
problemas em 
reconhecer e dizer a 
hora e perdem-se 
frequentemente 
porque o seu sentido 
de orientação é 
deficiente. 
Mas, é importante destacar que nem todas as crianças têm problemas 
para realizar operações matemáticas, têm problemas de discalculia, aqui o 
importante é detectar a frequência dos sintomas. Além disso, a discalculia nem 
sempre está relacionada com as operações matemáticas, as crianças têm 
também dificuldades com as actividades quotidianas ou com jogos comuns. 
 
Jogos e exercícios para crianças com discalculia em família 
A discalculia não é 
fácil de diagnosticar, a 
maioria das escolas não 
têm implementado 
qualquer sistema de 
alerta precoce para 
identificar a desordem na 
sala de aula e ajudar as 
crianças com as 
ferramentas necessárias. 
Muitas vezes o peso 
recai sobre os próprios familiares, que devem estar alerta, identificar os 
primeiros sintomas da doença e consultar um especialista para um 
diagnóstico. 
É importante trabalhar com eles em casa, quando as crianças estão em 
idade escolar deve ajudá-las nas tarefas de matemática e dar-lhes o tempo 
necessário para acabem por entender o exercício. Aqui seguem 
 
47 
 
 
 
algumas atividades e jogos divertidos para que seja em família e superem a 
discalculia: 
 
 
Cozinhar juntos 
Verifique com o seu filho a receita que vai preparar e peça-lhe para ser 
responsável por preparar os ingredientes necessários para cozinhar. Por 
exemplo, precisamos de 1/5 kg de lentilhas, 3 cenouras, 2 cebolas, 6 fatias de 
linguiça... Temos que cortar os legumes em 5 pedaços, etc... 
 
Jogar com o relógio 
Peça à criança para ser responsável de o avisar num determinado 
momento, celebrem juntos o quão bem ele o fez e o responsável e "maior" que 
é. 
 
Ir ao supermercado 
Eles ajudam a fazer a compra, e podem jogar a que ele é responsável 
por identificar o número de coisas que tem que comprar, identificar os produtos 
e as quantidades e que o próprio as coloque no carrinho. 
Pergunte-lhe coisas sobre os preços 
 
Jogar a adivinhar e grupos 
Fazer grupos de 
pedras, vegetais, ou moedas 
e têm que jogar a adivinhar 
aquele que tem mais ou 
menos. Também podem 
tentar adivinhar quantas 
pedras há em cada monte. 
Contam-nas juntos e quem 
disser o número aproximado 
ganha. 
 
Contagem 
Contem, por exemplo, todos os carros vermelhos que vê, contem as 
pessoas que têm sapatilhas brancas, contem escadas ou degraus subam, etc. 
 
Encontrar números 
Enquanto caminham, podem jogar a contar os números, sugira-lhe que 
encontre, por exemplo, o número "7" e procure os números nas placas da rua, 
de carros, etc ... 
 
 
48 
 
 
 
Jogar a lembrar os números de telefone 
Por exemplo, tem que chamar à avó, peça-lhe para recordar os três 
primeiros dígitos e depois completa com o resto. Façam essa chamada juntos e 
celebrem que a fizeram corretamente e com a sua ajuda. 
 
A DISGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
A disgrafia é 
um transtorno de 
aprendizagem presente 
em muitas crianças do 
Ensino Fundamental. 
Ele se caracteriza como 
uma dificuldade na 
escrita, tanto na hora de 
desenhar as letras e 
códigos do nosso 
idioma, quanto ao 
formar frases e construir 
linhasde raciocínio em 
textos. 
 
O que é disgrafia? 
 
É um Transtorno de Aprendizagem de origem neurobiológica que afeta 2 
a 3 % da população, ela pode vir sozinha ou acompanhada por outros 
transtornos de aprendizagem 
como dislexia, Transtorno não 
verbal bem como transtornos 
neuro-comportamentais como 
TDAH, Autismo entre outros. 
 
As características do transtorno 
 
É caracterizado por uma 
dificuldade crônica e persistente na 
habilidade motora e espacial da 
escrita, levando a uma expressão 
gráfica inadequada e deficitária, 
desde a junção de palavras de 
maneira inadequada à utilização de pouca ou muita força na hora de escrever. 
Em muitos casos, a disgrafia está associada a um problema psicomotor. Há 
 
49 
 
 
 
que se lembrar, porém, que o pequeno com disgrafia tem o desenvolvimento 
intelectual normal. 
Outra característica é dor ou incômodo frequente para escrever, pressão 
excessiva no lápis e no papel, troca constante de letra ora cursiva, ora bastão. 
Embora as características da disgrafia sejam as mais variadas possíveis, 
é importante ressaltar que citamos as mais perceptíveis no decorrer da vida 
acadêmica do estudante. 
 
A diferença de letra feia e disgrafia 
 
A letra feia vai 
melhorando com a 
idade e com as 
intervenções – ou 
quando se pede para 
escrever com calma – 
a ponto de um dia a 
escrita se tornar 
caligráfica, ou seja, 
perfeita. 
Já a disgrafia 
expressa uma grafia sempre ruim e alterada e que gera um constante 
desprazer e incômodo em quem escreve – mesmo atingindo a idade prevista 
para escrever adequadamente – além das características acima. 
 
Abaixo há 5 dicas do que pode ser feito para desenvolver a habilidade do aluno 
melhorando o desenvolvimento escolar: 
 Primeiramente é importante um bom trabalho de esquema corporal, 
perceber as partes do corpo, braços para chegar até as mãos; 
 Atividades de fortalecimento das mãos e dos dedos, nesse caso a 
massinha é bem interessante pois podemos trabalhar com a mão inteira, 
amassar com alguns dedos, fazer objetos e formas com a massinha 
entre outros; 
 Pintura com tintas e outros materiais, nesta atividade podemos utilizar 
giz de cera, pintura com guache utilizando os dedos, pincel esponja e o 
bom é que essas atividades podem ser feitas no papel na horizontal (em 
cima da mesa ou no cão) como na vertical colando o papel na parede e 
pedindo para as crianças desenharem ou pintarem; 
 Fazer uso de brinquedos de montar, como, por exemplo, Lego, quebra-
cabeças, encaixes etc.. 
 Atividades de percepção visual: muitas pessoas não sabem, mas o que 
guia a mão é o olho, por isso invista em atividades como o jogo dos 7 
 
50 
 
 
 
erros, ligue os pontos, brincadeiras com bolhas de sabão, bolas onde a 
criança tem que acompanhar o movimento das coisas e pegar com a 
mão. 
 
Melhorando a autoestima com aluno com disgrafia 
 
Sempre é bom 
lembrar, que para este 
aluno, qualidade é melhor 
que quantidade. É melhor 
que ele escreva pouco, do 
que muito e mal feito, e 
com aquele sentimento de 
fracasso. Outra coisa 
interessante é utilizar a 
escrita dentro de algum 
significado, escrever sobre 
algo que ele goste e que 
faça sentido para ele. 
 
Profissionais para o atendimento com disgrafia 
 
Médico Neuropediatra, 
psiquiatra Infantil psicomotricista, 
Terapeuta ocupacional, 
Psicopedagogos, Fonoaudiólogos, 
Psicólogos, vai depender se 
existem outras queixas ou 
comorbidades associadas. 
 
O tratamento com disgrafia 
Multidisciplinar, como este é 
um transtorno que pode vir 
acompanhado de outras 
comorbidades, mas Intervenção 
psicomotoras, orientações a família 
e a escola, apoio psicológico em alguns casos. 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
O auxílio de pais e professores no tratamento 
 
Primeiramente, buscar 
conhecer cada vez mais o 
Transtorno. Nunca compare 
seu filho ou aluno com 
ninguém só o compare com 
ele mesmo (quando ele não 
conseguia e conseguiu algo), 
reconheça todo e qualquer 
esforço, proponha atividades 
com mínimas possibilidades 
de errar, converse sempre 
com ele sobre isso. 
 
O trabalho com crianças com disgrafia 
 
A sala de aula pode ser uma caixa de surpresas, considerando que cada 
aluno é único e tem possibilidades de apresentar uma característica, uma 
peculiaridade. Os transtornos de aprendizagem representam uma parcela 
considerável dessa situação, pois eles constituem uma desordem que afeta, 
em diferentes graus, alguma etapa da cognição de uma pessoa. A disgrafia é 
uma delas. 
O primeiro passo 
é reconhecer que o 
estudante tem 
a disgrafia e jamais 
forçá-lo a algo que ele 
provavelmente não dará 
conta. Depois, é 
estabelecer as 
metodologias que melhor 
se adequam ao caso da 
criança. Veja abaixo 
algumas técnicas que 
podem ser usadas no caso da disgrafia: 
 Exercícios grafomotores: eles são ideais para que o pequeno possa 
trabalhar, com o acompanhamento de um profissional, a coordenação 
motora e o domínio das mãos ao movimentar um lápis sobre o papel. Os 
exercícios podem conter desenhos pontilhados, que incentivarão a 
 
52 
 
 
 
criança a desenvolver a habilidade; e outras atividades que ligam um 
ponto a outro, etc. 
 Caligrafia: o pequeno pode, aqui, ter a habilidade da escrita 
desempenhada para que ele tenha maior domínio na escrita. É 
importante lembrar que as etapas são cruciais para notar a melhora do 
desenvolvimento do manuseio na hora de escrever. Seguindo essa 
linha, o profissional pode aplicar exercícios que induzam a 
reaprendizagem da forma das letras e o espaçamento necessários entre 
elas. 
 Posição ao 
escrever: a maneira a 
qual a criança segura 
o lápis é 
determinante e causa 
dor e fadiga nas 
mãos do pequeno. 
Neste caso, o aluno 
precisa ser orientado 
à forma mais 
adequada para desenvolver a escrita sem prejudicar seus membros. 
Além disso, a posição do papel também reflete a maneira que o 
pequeno escreve. 
 Pincel: o uso do instrumento é ideal na fase inicial do treinamento, 
principalmente para que a criança consiga trabalhar a pressão que é 
exercida sobre a folha de papel. Aqui, o profissional pode indicar traços 
retos para que o pequeno possa desenvolver sua coordenação. 
 
TDAH - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE 
 
A Criança com TDAH e a Escola 
 
Notas baixas, 
problemas de 
comportamento e 
dificuldade de adaptação 
ao ambiente escolar são 
problemas recorrentes 
das crianças portadoras 
do TDAH. 
Dificuldade de 
prestar atenção na aula, 
distrair-se facilmente e ficar com a mente vagando pelo “mundo da lua” quando 
 
53 
 
 
 
o professor está falando. Pouca paciência para estudar e fazer os deveres, 
agitação, inquietude e uma capacidade incrível de fazer milhões de coisas ao 
mesmo tempo. E quase nenhuma delas associada à aula. Estas são algumas 
características de alunos que apresentam o Transtorno de Déficit de Atenção 
com Hiperatividade, 
conhecido como TDAH. 
O problema atinge um 
grande número de 
crianças e adolescentes, 
que vêem o seu 
desempenho acadêmico 
prejudicado pela doença 
e muitas vezes sequer 
sabem que são 
portadores. 
Professores das 
primeiras séries do 
ensino fundamental vez 
por outra estão às voltas com um ou outro aluno que não pára quieto um 
instante, se movimenta o tempo todo, não dá a mínima para o que está sendo 
ensinado e ainda fica incomodando os coleguinhas. O destino do bagunceiro é 
quase sempre a sala da diretoria, onde uma bela bronca o espera. Esse é um 
comportamento típico dos meninos portadores do transtorno, que neles tem o 
predomínio de sintomas de hiperatividade. Já entre as meninas, a situação 
mais comum é a daquela aluna comportada, quieta, que não participa das 
aulas (mas também não incomoda) e que está sempre distraída. Qualquer 
coisa é capaz de desviar sua atenção. A aula e o professor vão para o

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