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ANSIEDADE E DEPRESSÃO

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA – UNIVAP 
 
 
 
 
 
 
 
Jade Ribeiro 
 
 
 
 
 
ANSIEDADE E DEPRESSÃO: 
TRANSTORNOS QUE MAIS CRESCEM NO MUNDO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos, SP 
2018 
 
 
 
 
Jade Ribeiro 
 
 
 
 
 
ANSIEDADE E DEPRESSÃO: 
TRANSTORNOS QUE MAIS CRESCEM NO MUNDO. 
 
 
 
 
 
 
Relatório apresentado como parte das exigências da 
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do 
curso de Comunicação Social, com habilitação em 
Jornalismo, da Faculdade de Ciências Sociais 
Aplicadas e Comunicação, da Universidade do Vale 
do Paraíba. Orientadora Prof. Dra. Kátia Zanvettor 
Ferreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos, SP 
2018 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 A proposta deste trabalho é discutir, por meio de um livro-reportagem, os 
transtornos psicológicos - Ansiedade e Depressão. A reportagem irá destacar, por 
meio de entrevistas com profissionais - como psicólogos, terapeutas e médicos da 
área, qual o papel da sociedade para o aumento e cura desses transtornos. 
Utilizando como ferramenta de reportagem as histórias de vida - incluindo a da 
autora do trabalho, o livro mostrará como cada doença se manifesta, mostrando 
seus subgêneros, indo das características gerais aos sintomas, cura e controle do 
transtorno. Com base investigativa no jornalismo científico, as informações 
presentes procurarão ser claras e acessíveis falando tanto com o público leigo 
quanto com especialistas no assunto, porém, para a produção final do livro 
reportagem utilizaremos as referências textuais do jornalismo literário. 
 
Palavras-chave: Ansiedade, Depressão, Transtornos Psicológicos, Jornalismo 
Literário, Jornalismo Científico, Histórias de Vida; 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The purpose of this paper is to discuss, through a book-report, the 
psychological disorders - Anxiety and Depression, together with the symptoms, and 
the role of society to increase and cure the great contemporary discomfort. The 
report will highlight, through interviews with issues of interest - such as psychologists, 
therapists and doctors in the area, what is the role of society unimportant and the 
safety of these disorders. Using a reporting tool such as life stories - including the 
author story, showing each disease its manifestation, showing its subgroups, going to 
its characteristics to the processes of symptoms, healing and control of the disorder. 
Based on research in scientific journalism, how information is being researched and 
addressed as a public basis for the publication of textual texts of literary journalism. 
 
Key Board: Anxiety, Depression, Psychological Disorders, Literary Journalism, 
Scientific Journalism, Life Stories; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 09 
2 TEMA 10 
3 PROBLEMA 11 
4 OBJETIVO 12 
 4.1 Objeto Geral 12 
 4.2 Objeto Específico 12 
5 JUSTIFICATIVA 13 
6 METODOLOGIA 15 
7 O PRODUTO LIVRO: ENTRE O JORNALISMO CIENTÍFICO E O 
LITERÁRIO 
17 
7.1 Jornalismo Científico 17 
7.2 Jornalismo Literário 18 
8 REFERENCIAL TEÓRICO 20 
8.1 Ansiedade 20 
8.1.1 Categorias 20 
8.1.1.1 TAG: Transtorno de Ansiedade Generalizada 20 
8.1.1.2 TAS: Transtorno de Ansiedade Social 23 
8.1.1.3 Transtorno do Pânico 25 
8.1.1.4 Fobias Específicas X Agorafobia 26 
8.1.1.5 TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo 28 
8.1.1.6 TEPT: Transtorno de Estresse Pós-Traumático 31 
8.2 Depressão 34 
8.2.1 Categorias 34 
8.2.1.1 Depressão Clássica 34 
8.2.1.2 Bipolaridade 36 
8.3 Suicídio 39 
9 PAPEL DA SOCIEDADE NA ABORDAGEM DA DEPRESSÃO E 
ANSIEDADE 
42 
9.1 Papel da Família 43 
9.2 Papel da Mídia 43 
9.2.1 Jornalismo 44 
9.2.2 Revistas Nacionais 45 
 
 
 
 
9.2.3 Internet e Juventude 49 
9.2.4 Redes Sociais 50 
9.2.5 YouTube 52 
9.2.6 Filmes 52 
9.2.7 Documentários 52 
9.2.8 Séries 54 
9.3 Papel do Governo 54 
10 PAPEL SOCIAL E PROCESSOS DE CONTRAPONTO À BANALIZAÇÃO 
DOS TRANSTORNOS 
46 
10.1 Baleia Rosa 57 
10.2 Centro de Valorização da Vida 57 
10.3 Janeiro Branco 57 
10.4 Setembro Amarelo 57 
11 PRODUTO 58 
11.1 Livro 58 
11.2 Capa 58 
12 CUSTOS 60 
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS 62 
14 REFERÊNCIAS 63 
15 APÊNDICES 67 
16 ANEXOS 86 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Sintomas psicológicos e físicos da TAG 22 
Tabela 2 - Sintomas do transtorno do pânico 26 
Tabela 3 - Fobias mais comuns 27 
Tabela 4 - Países com maiores índices de depressão 33 
Tabela 5 - Fatores psicossociais e individuais (suicídio) 40 
Tabela 6 - Sintomas na crise suicida 40 
Tabela 7 - Fatores precipitantes do suicídio 40 
Tabela 8 - GlossárioSuperinteressante 46 
Tabela 9 - Custos com o livro 60 
Tabela 10 - Custos para a produção do livro 61 
Tabela 11 - Custos para a impressão do livro 61 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1-Fobia social 23 
Figura 2- Sintomas da fobia social 24 
Figura 3- Sintomas da agorafobia 28 
Figura 4- Sintomas do TOC 30 
Figura 5- Sintomas TEPT 32 
Figura 6- Sintomas da depressão clássica 35 
Figura 7- Sintomas bipolaridade (depressão e mania) 38 
Figura 8- Frases de alerta (suicídio) 41 
Figura 9- Corda (suicídio) 42 
Figura 10- Capa da Superinteressante 47 
Figura 11 - Analogia à série 13RW 48 
Figura 12 - Revista Mundo Estranho/2018 49 
Figura 13 - Mídia Social e Saúde Mental e Bem-Estar dos Jovens 51 
Figura 14 - Capa do livro 59 
Figura 15 - Marca página 60 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Ansiedade e depressão são os transtornos psicológicos mais comuns no 
planeta. Até 2020 a depressão será a causa de morte (¿) mais incapacitante em 
todo o mundo, e mesmo com os dados alarmantes, além dos números altíssimos de 
suicídio (grave consequência dos distúrbios) de alguma forma o assunto é 
banalizado por parte da população, e para outros acaba sendo um tabu, ou seja, não 
se é discutido/abordado como deveria. 
Neste trabalho vamos discutir que sociedade tem papel imprescindível na cura e 
tratamento dessas doenças. Começando pelos pais/família, a pessoa precisa ter o 
apoio para mostrar a si mesma que consegue superar seus obstáculos. 
Também questionamos o papel da mídia e apontamos que sua atuação é tão 
importante quanto os outros agentes sociais. É de extrema importância saber 
abordar bem o assunto sem causar gatilhos ou tratar o tema de forma medíocre. 
Finalizando, discutimos também o governo tem o papel de prestar um serviço 
de qualidade à população. Com bom atendimento médico, campanhas preventivas, 
entre outros. 
 
10 
 
 
 
2 TEMA 
Papel da sociedade em relação ao aumento da ansiedade e depressão no 
mundo. 
11 
 
 
 
3 PROBLEMA 
Por que ainda prevalece a minimização da importância da depressão e 
ansiedade por parte da população mesmo sendodistúrbios que crescem 
significativamente e trazem consequências para toda a sociedade? 
 
12 
 
 
 
4 OBJETIVO 
4.1 Objetivo Geral 
● Analisar o aumento da depressão e ansiedade no mundo e entender o 
papel da sociedade neste processo. 
 
4.2 Objetivos Específicos 
● Por meio do jornalismo científico identificar pessoas que já passaram ou 
estão passando pelos distúrbios, descrevendo suas histórias de vida e 
compreender qual foi o papel do entorno social no processo de 
agravamento ou cura da doença; 
● Identificar discursos que minimizem os transtornos às pessoas que com 
eles sofrem; 
● Reunir dados quantitativos sobre a ocorrência da depressão e ansiedade; 
● Discorrer com especialistas sobre a seriedade da indiferença por parte da 
população em relação aos transtornos psicológicos; 
 
● Explicar, esclarecer e informar sobre os distúrbios citados, expondo as 
causas e os sintomas de cada uma delas usando o jornalismo científico e 
literário como ferramenta de trabalho; 
 
● Produção de um livro-reportagem sobre o tema escolhido com inspiração 
no jornalismo literário. 
13 
 
 
 
5 JUSTIFICATIVA 
 
Depressão e ansiedade são os dois transtornos mais comuns no planeta. 
Afetando em torno de 322 milhões de pessoas no mundo, sendo 5,8% apenas no 
Brasil (em torno de 11,5 milhões de habitantes), a depressão teve um aumento em 
mais de 18% entre 2005 e 2015, segundo a Organização Mundial de Saúde (2017). 
A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Apesar 
de possuir tratamento, o transtorno pode acarretar ao suicídio. Atingindo cerca de 1 
pessoa a cada 4 segundos, sendo 800 milhões de pessoas ao ano, de 70 a 80% dos 
óbitos são causados pela depressão - sendo a segunda principal causa de morte 
entre pessoas com idades de 15 a 29 anos. 
"É mais um mal-estar físico, uma doença corriqueira, mas séria. Ela não tem 
sintomas físicos evidentes, não escolhe idade, ou sexo, podendo acometer 
5% da população e entre 10% a 20% hão de passar por ela em algum 
período da vida". (SOUSA, 2002, p.19). 
 
De acordo com a OMS (2017), é necessário aumentar os investimentos nos 
países para a saúde mental. Em países de primeiro mundo, 50% da população com 
depressão não tem o tratamento adequado, já nos países menos desenvolvidos, a 
incidência chega de 80 a 90%. 
A ansiedade afeta em torno de 264 milhões no mundo (3,6%), e os brasileiros 
lideram como o país 'mais ansioso' afetando 9,3% da população - 18,6 milhões de 
pessoas. Desde 2015, teve um aumento de 15%. 
Segundo SILVA (2011), a ansiedade afeta grande parte da população em 
geral. "[...] 25% das pessoas apresentam algum tipo de transtorno de ansiedade ao 
longo de suas vidas". (SILVA, 2011, p.28). 
 
Tendo em vista os dados apresentados, o objetivo do projeto é mostrar as 
consequências do descaso por parte da população e das autoridades em relação ao 
aumento significativo da ansiedade e depressão. 
 
Usando depoimento de pessoas que passaram ou estão passando pelos 
transtornos escolhidos, o projeto tem o intuito de mostrar a vida dos personagens, 
14 
 
 
 
contando os obstáculos que passaram, a reação de familiares e amigos no 
tratamento dos distúrbios, entre outros. 
 
O tema será apresentado de maneira aprofundada, usando como instrumento 
de trabalho o jornalismo literário, tendo o propósito de informar, explicar e esclarecer 
de uma maneira geral, os sintomas e causas dos transtornos. 
 
15 
 
 
 
6 METODOLOGIA 
 O propósito do projeto é tornar o tema mais simples e de fácil compreensão 
aos leitores, dessa forma, a metodologia escolhida para produzir o livro foi a 
exploratória, que “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o 
problema” (GIL, 2002, p. 41). 
 Para Triviños (1987), a pesquisa qualitativa "tem o ambiente natural como 
fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento-chave". 
 Por ser uma temática de profundos estudos, estatísticas, dados, preconceitos 
e contradições, o livro-reportagem parece ser o produto mais adequado para 
trabalhar e também nos aproveitamos do conceito de pesquisa do jornalismo 
científico para embasar os estudos mais técnicos. Porém, tendo o intuito de priorizar 
as histórias de vida – vida essas, geralmente difíceis de se expressar - o livro fará 
uso de recursos do jornalismo literário trazendo informações qualificadas com mais 
liberdade, e cruzando com a história de vida da própria autora. 
 A metodologia como histórias de vida pode aparecer como entrevista clássica 
ou depoimento direto, segundo LIMA (2004). O livro trabalhará o método suporte de 
pesquisa "em que os depoimentos se constituem na base mesma da reportagem". 
Como Lima aborda em seu livro, o objetivo é evidenciaro aspecto humanização 
durante a leitura, - que se mostra em reportagens com aprofundamento. 
. Para fomentar as pesquisas que deram base científica ao trabalho usamos 
metodologia de investigação baseados em conceitos do jornalismo científico - que 
será explicado detalhadamente adiante, porém, ao desenvolver o livro pretendemos 
trabalhar com as categorias de escritas provindas do jornalismo literário - também 
terá uma explicação aprofundada posteriormente. Com o intuito de passar uma 
história em primeira pessoa, além do histórico da escritora, o livro-reportagem trará 
"cor, vivacidade, presença". Como diz LIMA (2004), é preciso entregar-se aos 
acontecimentos e situações, vivendo na pele, as circunstâncias ao ambiente dos 
personagens. 
Com base em análises realizadas por especialistas da área, – livros, revistas e 
sites com bom aprofundamento deste, a pesquisa bibliográfica será para assimilar, 
de maneira concisa, sobre os transtornos, estudando suas causas. 
16 
 
 
 
 Quero passar um material responsável, que consiga trazer segurança e 
satisfação ao leitor sobre o conteúdo apresentado. Como define Gil (2002), a 
pesquisa documental tem semelhança com a bibliográfica, podendo incluir 
documentos como texto pessoal, fotografias, gravações e outros, assim, 
completando o projeto final. 
 O levantamento servirá para gerar dados quantitativos referentes ao aumento 
dos transtornos psicológicos, dando uma base maior e melhor ao texto. O jornalismo 
científico precisa ter precisão, além de apurar a fundo as informações. Os dados 
precisam ser confiáveis, feito em um texto claro e conciso, sem partidarismo (MELO 
e RIBEIRO, 2014). 
 Para a coleta de dados, decidi trabalhar por meio de entrevistas, seja por 
pauta ou informal. Por ser um assunto visto por muitos como um tabu, é 
imprescindível passar confiança aos entrevistados. 
 Profissionais como psiquiatras, terapeutas e psicólogos– que trabalham 
diretamente na área serão contatados, mas também poderá ter opiniões de filósofos, 
familiares e amigos dos envolvidos. 
 Reunindo o jornalismo e a literatura, o livro-reportagem "é a que mais se 
apropria do fazer literário" (LIMA, 2004). O autor afirma que o termo jornalismo 
literário surgiu para nomear a narrativa do jornal que emprega recursos da literatura. 
Ele diz que esse novo jornalismo representa uma língua viva, "sua referência a um 
palpitante mundo imaginário no primeiro, a uma realidade sensualmente palpável, no 
segundo. 
 
17 
 
 
 
7 O PRODUTO LIVRO: ENTRE O JORNALISMO CIENTÍFICO E O LITERÁRIO 
O produto final do trabalho será um livro-reportagem, ou seja, tem o 
acontecimento e a atualidade como aspectos essenciais (ROCHA e XAVIER, 2012). 
A elaboração do livro conta com a pesquisa e o documento como fontes primordiais. 
Segundo os autores, um dos métodos geralmente abordados é a humanização, isto 
é, aproximar o leitor dos dados e informações “fazendo o movimento de 
deslocamento de algo universal para o âmbito particular ou pessoal”. 
Para LIMA (2004), o livro-reportagem possui três características essenciais 
que se distinguem das demais publicações, são elas: o conteúdo que será 
abordado, o tratamento utilizado durante o texto, além da função que será destinada. 
Para ele, o livro não apresenta periodicidade, tendo quase um “caráter monográfico, 
bem como seu conceito de atualidade deve ser compreendido sob uma ótica de 
maior elasticidade do que o que se aplica às publicações periódicas”. 
Para o autor, a maneira mais simples de entender a produção do livro-
reportagem é pensar nele como fruto da inquietude do jornalista que tem algo a 
dizer, especialmente quando não se tem a liberdade para fazê-lo no âmbito de 
trabalho ou na imprensa do dia a dia. É de procurar fazer um projeto que lhe permita 
usar toda a sua capacidade na construção de narrativa da realidade (LIMA, 2004). 
7.1 Jornalismo Científico 
O jornalismo científico (JC) é o envolvimento do Jornalismo com a ciência. 
Como diz MELO e RIBEIRO, é uma área sombria e sutil. O JC não trabalha com 
inconstância ou com imposições. 
A importância de se popularizar temas relacionados às questões da ciência, 
particularmente, no nosso caso da saúde, vem de um dos objetivos principais do JC, 
ou seja, levar a informação do mundo da ciência de maneira clara e simples ao 
homem comum. Segundo os autores acima, o segundo item seria despertar o 
interesse científico nas pessoas, ativar a indagação científica. 
Como a depressão, em especial o suicídio ainda é visto como tabu para boa 
parte da sociedade, trazer o jornalismo científico fará com que o tema não seja mais 
um monstro de sete cabeças. De maneira direta e eficaz, o objetivo é passar uma 
18 
 
 
 
compreensão de como cada transtorno funciona, a possibilidade de cura, e que 
todos possuem um papel na melhora, ou não, da pessoa que está com o distúrbio. 
Para finalizar, os autores afirmam que para se fazer um bom jornalismo 
científico a regra é a mesma válida para o geral, seja nos esportes ou policial. Ele 
deve ser honesto, novidadeiro e autêntico. O JC procura ter qualidade jornalística, 
ou mesmo o literário. 
7.2 Jornalismo Literário 
 O jornalismo literário (JL), de todas as formas de comunicação jornalística, é o 
que mais de toma do fazer literário (LIMA, 2004). Para o autor, essa proximidade da 
escrita no JL faz com que os jornalistas se sintam inspirados a encontrarem seus 
próprios caminhos narrando a realidade. 
“É possível verificar que o atual jornalismo literário transmutou o legado do 
new journalism e o aproveita, em parte que seja, como mais um exemplo 
dos processos pelos quais os sistemas reagem aos interesses ocasionais 
que despontam em sua periferia”, (LIMA, 2004). 
 Como o camaleão, o jornalismo capta os elementos do literário e transforma-
os, direcionando-os para outros fins. LIMA também comenta o fato de que este tipo 
de jornalismo tem o propósito de reportar melhor a realidade. 
As empresas de comunicação atuais não querem perder mercado, ou seja, é 
uma corrida contra o tempo para deixar os leitores informados minutos depois que a 
notícia foi descoberta. Resultado? Matérias sem aprofundamento e apuração 
devidas, isto é, um dos motivos cruciais do livro-reportagem é estender o assunto ao 
máximo, abordando todos os detalhes e pontos de vista – itens que não possíveis 
com a correria de um jornal diário, por exemplo. 
Para Fontcuberta (1999), é preciso priorizar quatro de cinco elementos no 
jornalismo tradicional, sendo: novidade, periodicidade, atualidade, veracidade e 
interesse público. 
O objetivo do livro-reportagem não só é trazer mais informações, como deixar 
o leitor mais confortável com a leitura, mais atento ao que está sendo passado. 
“A arte literária, por sua vez, encontra no jornal uma notoriedade diferente, 
uma proximidade maior com o público”, (OLIVEIRA, 2006). 
Um exemplo clássico de jornalismo e literatura é o livro-reportagem de Caco 
Barcellos, Rota 66, em que conta sobre a Polícia Militar Paulista. Caco não só 
19 
 
 
 
aborda e descreve os acontecimentos como também se torna personagem da 
história, assim, juntando sua atuação e papel no jornalismo aos relatos que apurou. 
 
“O jornalismo e a literatura são híbridos no livro-reportagem e que por isso, 
a estrutura narrativa deste veículo se aproxima bastante daquele que 
compõe o texto ficcional, para transformar esta informação factual em 
conflito literário”, (OLIVEIRA, 1999). 
 
Em seu livro, Caco mostra ser possível construir uma narrativa acrescentando 
elementos jornalísticos, sem perder a essência e responsabilidade que o jornalismo 
traz. 
20 
 
 
 
8 REFERENCIAL TEÓRICO 
No dicionário, transtorno é perturbação, alteração, mudança. Desarranjo 
mental. Já o psicológico é definido como 'mostrados e/ou enfatizados os lados 
psicológicos do comportamento e das motivações humanas'. Ou seja, o transtorno 
psicológico é adesordem do comportamento. 
“Aceita-se o uso da expressão “transtornos” ou “distúrbios mentais” para se 
referir aos problemas psicopatológicos”. (ASSIS, 2018). O autor afirma que para 
designar um transtorno, a pessoa precisa ser atingida por diversos sintomas que 
fazem seu comportamento ser considerado ‘fora do comum’. 
 
8.1 ANSIEDADE 
A ansiedade, para muitos, é apenas o pensar demais em determinado 
assunto, ou ficar nervoso demais com um evento da próxima semana, mas as 
características se mostram bem mais significativas. 
Afetando mais de 260 milhões de habitantes no mundo – segundo a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), em torno de 3,6%, a ansiedade é líder no 
Brasil. Conhecido por ser o 'país mais ansioso', 9,3% dos brasileiros carregam a 
inquietude dentro de si - quase 20 milhões de pessoas, e desde 2015, teve um 
aumento expressivo de 15%. 
 
8.1.1 Categorias 
Boa parte da população acha que ansiedade é algo singular, sem repartições, 
mas dentro desse mediano nome, têm muito subgêneros: 
 
● TAG: Transtorno de Ansiedade Generalizada 
● TAS: Transtorno de Ansiedade Social 
● Transtorno de Pânico 
● Fobias Específicas x Agorafobia 
● TOC: Transtorno Obsessivo-Compulsivo 
● Transtorno de Estresse pós-traumático 
 
8.1.1.1 TAG: Transtorno de Ansiedade Generalizada 
21 
 
 
 
 Autora do Mentes Ansiosas (2011), Ana Beatriz Souza define que o medo e a 
ansiedade são "primos-irmãos" e sempre estarão juntos. Essa definição se adéqua 
bem, afinal, a ansiedade é vista como o medo do futuro, a antecipação da dor no 
peito, pré-ocupar com compromissos que podem acontecer amanhã, ou no próximo 
mês. 
O TAG é uma doença crônica. Considerada por muitos como um transtorno 
de personalidade, pois “muitos indivíduos com esse problema não conseguem 
informar uma idade de início definitiva, dizendo que ela os tem acompanhado a vida 
toda” (BARLOW, 2013). 
O Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais(DSM 5) afirma 
que dificilmente o TAG acometerá a pessoa antes da adolescência, porém, por ser 
um problema crônico, os sintomas tendem a ter remissões e recidivas ao longo da 
vida, “flutuando entre formas sindrômicas e subsindrômicas do transtorno. As taxas 
de remissão completa são muito baixas”. 
TAG está agregado ao medo e inquietude em relação à ansiedade.Um terço 
das pessoas que apresentam o transtorno são por fatores genéticos. Superproteção 
parental também pode ser associado ao TAG. Pouco mais da metade dos 
acarretados pela ansiedade são mulheres, uma taxa que varia entre 55 e 60%. 
(DSM 5, 2013). 
Paciente portadores de TAG costumam ficar presos em uma série de 
preocupações sobre variados temas, que uma vez iniciados, dificilmente 
conseguirão parar, sendo uma das causas associadas à ansiedade pode estar 
relacionada a problemas interpessoais (BARLOW, 2013). 
Uma pesquisa documentou que pessoas portadoras de TAG relatam aumento 
da sensibilidade à ansiedade, assim, preocupam-se com a própria preocupação. 
“A ansiedade e a preocupação também podem fazer as pessoas se 
sentirem como se estivessem no piloto automático, ou que suas vidas são 
consumidas por coisas que elas têm de fazer em vez de coisas que elas 
escolhem fazer”. (BARLOW, 2013). 
Pessoas ansiosas tendem a usar estratégias como forma de afastar esses 
sentimentos e pensamento, mas esses esforços repetitivos e cansativos são falhos, 
fazendo com que o sofrimento aumente e permaneça ainda mais dentro de si. 
22 
 
 
 
Sintomas 
Conhecida como a Bíblia Psiquiátrica, o DSM 5 mostra o Transtorno de 
Ansiedade Generalizada como ansiedade e preocupação excessiva na maioria dos 
dias – tendo dificuldade de controlar essa apreensão, por ao menos seis meses. 
Entre os seis itens de diagnósticos (sendo apenas um para crianças), temos: 
Tabela 1 - Sintomas psicológicos e físicos da TAG 
Sintomas psicológicos Sintomas físicos 
Inquietação; Sudorese 
Fadiga excessiva; Contrações 
Sensação de ter um branco na mente; Falta de ar 
Grande irritabilidade; Diarreia 
Sono irregular (sendo inquieto ou insatisfatório). Tremores 
Tensão muscular; Náusea 
 
Fonte - DSM (2015) 
Além da parte psicológica, muitas pessoas são inundadas por sintomas físicos 
como: 
Apesar de existir uma associação dos suicídios à depressão pelo senso 
comum, os dados apontam que uma grande parcela está associadas à ansiedade. 
Em pesquisa do The Epidemiology of Generalized Anxiety Disorder in Europe, 
relatado pelo artigo Risco de Suicídio e Comorbidade Psiquiátricas no Transtorno de 
Ansiedade Generalizada, de 2015, mostrou que um paciente com transtorno de 
ansiedade apresenta 33 vezes mais risco de se suicidar do que a população geral que 
apresenta apenas depressão maior. 
 Esse mesmo estudo afirma que a presença de depressão está associada à 
ansiedade, ou seja, cerca de 70% das pessoas com o transtorno terão depressão 
em algum momento da vida, o que aumenta as chances de suicídio em até seis 
vezes maior do que pessoas que não possuem essa comorbidade. 
 
23 
 
 
 
8.1.1.2 TAS: Transtorno de Ansiedade Social 
As pessoas podem confundir o transtorno de ansiedade social com grande 
timidez, ou anti socialidade, o que não é incomum, já que os portadores da fobia 
social costumam ser mais introvertidos e de pouca conversa, porém, como a pouca 
ansiedade é natural, mas em demasia traz prejuízos, o retraimento exagerado pode 
causar grandes consequências à pessoa. 
O Congresso Brasileiro de Psiquiatria mostra que a fobia social atinge em 
torno de 13% dos brasileiros, ou seja, 26 milhões de pessoas sofrendo com suas 
inibições e inseguranças. Em relação à média mundial é de 7%. 
Figura 1 - Ilustração sobre fobia social 
 
Em uma entrevista com o psiquiatra Márcio Benik, Dráuzio Varella aborda 
sobre a fronteira do acanho comum para a ansiedade social, e o psiquiatra afirma 
que dificilmente saberemos a linha divisória entre o sentimento normal para o 
transtorno, de fato. 
24 
 
 
 
Sintomas 
Um dos critérios cruciais para o diagnóstico é o medo marcante e forte que 
acontece em situações sociais. Essas situações envolvem sustentar conversas com 
pessoas pouco conhecidas, ser observado de qualquer maneira, em qualquer lugar, 
ou em uma situação em que a pessoa precise mostrar alguma forma de 
comportamento e desempenho pessoal. 
Figura 2 - Sintomas da fobia social 
 
Fonte - DSM (2015) 
25 
 
 
 
Dentre os outros itens da lista do DSM, tem demonstração de ansiedade que 
será avaliada negativamente – que o avaliarão de maneira humilhante, por exemplo 
(em crianças, os sintomas podem ser desencadeados por choros, ataques de raiva 
ou quando se agarra aos pais).Esse medo e ansiedade causa danos em ambientes 
do dia a dia, como trabalho ou escola.Ou seja, a essência da fobia/ansiedade social 
é o medo de ser avaliado de maneira negativa por outras pessoas, medo esse que é 
visto como irracional – tirando casos como bullying, por exemplo. 
Apesar de poder acometer pessoas que sofreram maus-tratos na infância, um 
dos fatores de risco real é a genética. “Parentes de primeiro grau têm uma chance 2 
a 6 vezes maior de ter o transtorno”. (DSM 5, 2013). 
"A fobia social é extremamente complexa na sua origem. No transtorno de 
pânico, por exemplo, a possibilidade de ocorrência da doença por fatores 
genéticos gira em torno de 70% e os fatores ambientais pesam pouco; na 
fobia social, ao contrário, apenas por volta de 30% dos casos podem ser 
atribuídos a causas genéticas. O restante se deve a vivências 
complexas". (BENIK, 2017). 
As principais consequências registradas pela fobia são: problemas no 
ambiente escolar, chegando ao abandono dos estudos. Produtividade baixa no 
ambiente de trabalho também é bem comum, e claro, mal-estar elevado. 
8.1.1.3 Transtorno de Pânico 
 Acompanhado de sintomas físicos e psicológicos, o 'ataque de pânico' se 
difere do temor e medo intenso que conhecemos. 
Em torno de 10% da população,o transtorno atinge duas mulheres para cada 
homem, sendo em sua maioria, os jovens - podendo ver indícios antes dos 14 anos 
e tendo seu maior pico na maioridade, mas também se manifesta em adultos e 
idosos(DSM, 2013). 
Nos Estados Unidos, segundo o DSM, a média de início é entre 20 e 24 anos, 
sendo que em algum momento da vida, 5% dos adultos terão algum episódio de 
transtorno do pânico. As causas podem estar ligadas a genética, a perda de alguém 
importante, pressões no trabalho e escola, além de fatores sociais ligados ao 
estresse. 
 
26 
 
 
 
Inesperadamente, grande parte das pessoas alegam que o primeiro 
ataque acontece sem um fator justificativo, sendo presenciado em locais fora de 
casa, como escola, trabalho, ou dirigindo, por exemplo. 
 O ataque também pode ser noturno. Entre 1 e 3 horas após o início do sono 
(BARLOW, 2016), a pessoa acorda no estado de pânico, sem motivo que 
desencadeia a crise. 
Sintomas 
Quem está sob um ataque de pânico, tem a necessidade de fugir do 
ambiente em que está sentindo-se ameaçado, a pessoa pressupõe que algo ruim 
acontecerá, seja o medo de perder o controle, alguma maneira de ser ridicularizada, 
ou até a morte. 
Para o DSM, o transtorno de pânico deve ser inesperado e recorrente, 
correspondendo ao menos quatro itens em uma lista de 13 sintomas - físicos e 
cognitivos, são eles: 
Tabela 2 - Sintomas (transtorno do pânico) 
Palpitação, coração acelerado Sensação de sufocamento 
Sudorese Sensação de Asfixia 
Tremores Sensação de Formigamento 
Medo de perder o controle Sensação de Irrealidade 
Medo de morrer Calafrios 
Náuseas Vertigem 
 
Fonte - DSM (2015) 
 8.1.1.4 Agorafobia x Fobias Específicas 
O DSM afirma que, no geral, 75% das pessoas que possuem alguma fobia 
específica, temem mais de um objeto ou situação - sendo, em sua maioria, três 
medos.Nos Estados Unidos, a taxa de prevalência em 12 meses é de 7 a 9%, sendo 
próxima à Europa e baixa em países africanos e asiáticos e latino-americano (por 
volta de 3 a 4%). 
27 
 
 
 
As dez fobias mais comuns são: 
 
Figura 3 - Fobias mais comuns 
TOP Medos Fobia 
1 Altura Acrofobia 
2 Lugares Cheios Agorafobia 
3 Aranha Aracnofobia 
4 Baratas Catsaradafobia 
5 Cachorros Cinofobia 
6 Lugares Fechados (elevador/avião) Claustrofobia 
7 Escuro que persiste após a infância Escotofobia 
8 Falar em Público Glossofobia 
9 Sangue Hematofobia 
10 Dentistas Odontofobia 
 
Fonte - DSM (2015) 
 "Os indivíduos com fobias específicas têm até 60% mais probabilidade de 
fazer uma tentativa de suicídio do que indivíduos sem o diagnóstico". (DSM 5, 2013). 
É provável que a alta taxa se deva à comorbidade com transtornos da personalidade 
e outros transtornos de ansiedade. 
 Fobias específicas de animais, ambiente natural e situacional são 
majoritariamente experimentadas por mulheres, enquanto fobias por sangue-
ferimento-injeção são experimentadas por ambos os sexos igualmente (DSM 5, 
2013). 
"A agorafobia é a evitação ou a persistente apreensão a respeito de 
situações das quais pode ser difícil escapar ou em que não há ajuda 
disponível em caso de ataque de sintomas semelhantes ao pânico [...] ou 
outros sintomas que poderiam incapacitar, como perda de controle intestinal 
ou vômito". (BARLOW, 2016). 
28 
 
 
 
Figura 4 - Sintomas da agorafobia 
 
Fonte - DSM (2015) 
8.1.1.5 TOC - TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO 
Erroneamente vemos por aí pessoas que soltam frases como "fulano tem 
certa mania", "cicrano tem uma mania estranha", ou seja, ao cair no dito popular, 
mania virou sinônimo de hábito/costume, mas como já dito anteriormente, mania é 
um estado de grande euforia causado em pessoas que possuem bipolaridade. Outro 
erro comum é achar que perfeccionismo é sinônimo de transtorno obsessivo 
compulsivo, popularmente conhecido como TOC. 
29 
 
 
 
O TOC, como o nome já diz, é o pensamento obsessivo e compulsivo que 
aflige completamente a quem acomete. Considerada parte de um dos transtornos de 
ansiedade, segundo o DSM-5, as obsessões são pensamentos repetitivos e 
persistentes que, em algum momento, serão tratados como intrusos, causando 
grande sofrimento à pessoa. 
Ao ter a mente invadida pelas obsessões, a pessoa encontrará alguma 
compulsão para aliviar a ansiedade. Essa compulsão é caracterizada por 
comportamentos repetitivos, seja acender e apagar a luz vezes seguidas, lavar as 
mãos a cada dez minutos ou checar se a porta está trancada a cada cinco minutos. 
 
"Todo mundo tende a pensar coisas desagradáveis. Todos temos também a 
tendência de tentar corrigir erros e evitá-los. Sem isso seríamos incapazes 
de cuidar minimamente de nosso bem-estar. Portanto é importante termos 
esta característica funcionando de maneira adequada, na intensidade e na 
frequência corretas. Quando esse circuito degringola, passando a funcionar 
muito intensa e repetidamente, abre-se o caminho para o desenvolvimento 
do TOC". (SILVA, 2011). 
 
Em estudo do DSM foi constatado que 90% das pessoas que possuem TOC 
afirmaram que o objetivo das compulsões seria para impedir ou reduzir a aflição 
causada pela obsessão.Dificilmente o TOC ocorrerá isoladamente. Em estudo foi 
concluído que 49% das pessoas também sofriam de um transtorno de ansiedade 
comórbido e quase 30% de depressão. (BARLOW, 2016). 
30 
 
 
 
Figura 5 - Sintomas (TOC)
 
Fonte- DSM (2015) 
 Apesar de existir diversos tipos de TOC, alguns entram na lista como mais 
comuns. Segundo uma entrevista do site Cuidados pela Vida com o psiquiatra 
Eduardo Wagner Aratangy, da USP, transtorno ligados a contaminação, limpeza, 
checagens e insegurança estão entre os mais populares. 
 DSM afirma que até 30% das pessoas com TOC têm algum transtorno de 
tique ao longo da vida - sendo mais comum no sexo masculino. 
 Cerca de 3% da população possui algum transtorno obsessivo compulsivo, segundo 
a OMS. Ela também diz que até o ano 2020 o TOC estará entre as dez causas mais 
31 
 
 
 
importantes de comprometimento por doença. No Brasil, o distúrbio afeta em torno 
de oito milhões de pessoas. 
 O site Tela Vita fez um infográfico com dados do TOC mostrando que 68% 
das pessoas com o transtorno também possuem depressão e 35% apresentam fobia 
social. Cerca de 35% já pensaram em suicídio e 11% já tentaram se matar. 
 "Entre parentes de primeiro grau de indivíduos com início de TOC na infância ou 
adolescência, a taxa é aumentada em 10 vezes". (DSM, 2013). 
 Em Mentes e Manias, a autora traz um exemplo a fim de entendermos o que 
se passa na cabeça de alguém com TOC: A pessoa pode ter pensamentos ou 
medos que nós consideraríamos estranhamente bizarros, como "ter engolido uma 
agulha quando estava pregando um botão". 
 No mundo do TOC é possível encontrar outras maneiras de obsessões, são elas:
 
● Transtorno Disfórico Corporal: preocupação excessiva com falhas ou defeitos 
na aparência física. 
● Transtorno de Acumulação: Dificuldade de descartar e se desfazer de 
pertences, independente do seu real valor. 
● Tricotilomania: Comportamento recorrente de arrancar os próprios cabelos. 
Outro transtorno semelhante é chamado de transtorno de escoriação, em que 
a pessoa belisca a si mesma constantemente, causando escoriações na pele. 
 Sintomas 
 Segundo o DSM, dentre os sintomas mais comuns causados por quem tem 
transtorno obsessivo compulsivo, estão: 
 
8.1.1.6 Transtorno de Estresse Pós-Traumático 
 O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) tem como característica 
principal a exposição da pessoa a algum evento traumatizante. Segundo o DSM, 
esses eventos costumam ser (sem limitações) a abusos físicos, agressões, violência 
doméstica, morte natural, acidentes, guerras, entre outros. 
 "Nos Estados Unidos, o risco ao longo da vida para TEPT usando os critérios 
do DSM-IV aos 75 anos de idade é de 8,7%". (DSM, 2013). De acordo com dados do 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministérioda Saúde, 
32 
 
 
 
dentre as vítimas de estupro, cerca de 23% delas desenvolvem estresse pós-
traumático. 
 Cerca de 60% dos homens e 50% das mulheres passarão por algum 
acontecimento traumático em suas vidas, segundo o Departamento Americano de 
Questões dos Veteranos de Guerra. Nesse mesmo estudo é mostrado que por volta 
dos 8 milhões de americanos sofrem do transtorno em algum momento de suas 
vidas. 
 Dados de estudo da OMS feito em 21 países revelou que cerca de 21% das 
pessoas sofreram algum tipo de violência. Mais de 15% deles tiveram experiências 
com guerras e mais de 10% sofreram com a perda de um ente querido. 
 
Figura 6 - Sintomas (TEPT) 
 
Fonte - DSM (2015) 
33 
 
 
 
 
8.2 Depressão 
 A depressão é comumente conhecida por muitos apenas como tristeza, mas 
uma busca rápida na internet é capaz de mostrar termos como melancolia (nome 
usual para Freud), exaustão e definhamento. 
 O Manual Clínico dos Transtornos Psicológicos nos traz uma prevalência 
durante a vida do americano de quase 30% para depressão maior.Países comrenda 
maior tendem a ter mais depressivos do que os de renda média/baixa, sendo 14,6% 
contra 11,1%. Um estudo de 2012 feito pelo BMC Medicine, jornal médico britânico 
mostrou os países mais depressivos do mundo – contendo a porcentagem em linhas 
gerais: 
Tabela 10 - Países com maiores índices de Depressão 
Tabela 3 - BMC Medicine 
TOP Países % 
1 França 21 
2 Estados Unidos 19,2 
3 Brasil 18,4 
4 Holanda 17,9 
5 Nova Zelândia 17,8 
6 Ucrânia 14,6 
7 Bélgica 14,1 
8 Colômbia 13,3 
9 Líbano 10,9 
10 Espanha 10,6 
 
Fonte - DSM (2015) 
34 
 
 
 
 Estudos da OMS de 2004 mostram que até o ano de 2030, a depressão 
estará entre as três principais causas no número total de vidas perdidas para 
doença, deficiência e morte prematura. 
 “A depressão aumenta o risco de ataques cardíacos e é mais comum em 
pessoas com problemas crônicos, como obesidade, diabetes, doença 
cardiovascular, câncer, asma e artrite”, (NIMH, 2006)”. 
 Ao menos 50% das pessoas que já tiveram algum episódio de depressão, 
terão outro dentro de dez anos. Para quem teve dois episódios, as chances sobem 
para 90% de ter uma terceira crise, segundo estudos da US National Library of 
Medicine, de 1996. 
Durante o 1° Seminário Depressão na Adolescência Não é Drama. É Doença 
– as influências das drogas, a evolução ao suicídio e o papel essencial da família 
feita em São José dos Campos em abril de 2017, o psiquiatra Wander Filho trouxe 
dados sobre a prevalência da depressão nas escolas, que varia em menos de 1% na 
pré-escola americana e 3,7% entre os adolescentes.No Brasil, crianças até 6 anos 
possuem uma prevalência de 1,3% e até os 18 anos em 4%. 
Ao decorrer do seminário, a vereadora e psicóloga Patrícia Bezerra aponta os 
dados da Unicef: No Brasil, jovens entre 14 e 25 anos (21%) têm sintomas que 
indicam depressão. Entre as mulheres a proporção passa dos 25%. 
8.2.1 Categorias 
Dentre os subgêneros da depressão, algumas costumam ser mais frequentes, 
são eles: 
● Depressão Clássica 
● Bipolaridade 
 
8.2.1.1 Depressão Clássica 
Também conhecida como unipolar, clínica ou depressão maior, a depressão é 
vista com um estado sofrido para tudo virar um dilema, seja tomar um banho ou sair 
para comprar um pão na padaria. Pessoas entre 25 e 44 anos são os mais 
acometidos pela depressão clássica, segundo o Clínica Mayo, 2004. 
 
Sintomas 
35 
 
 
 
Autora do Mentes Depressivas, psiquiatra Ana Beatriz Souza conta que uma 
das palavras mais utilizadas por seus pacientes deprimidos é a exaustão. 
A psiquiatra traz em seu livro alguns dos sintomas psicológicos que a pessoa 
costuma sentir, são eles: Sentimento de impotência e sensação de perder o controle 
da vida; choro frequente e sem motivo em várias ocasiões durante o dia; sentimento 
de desesperança e menos-valia; mágoas constantes e autoestima reduzida; 
dificuldade em tomar decisões; redução na capacidade de atenção e leitura; 
esgotamento físico e mental; entre outros. 
Para um diagnóstico familiar/ de amigos, alguns sintomas costumam aparecer 
(segundo itens que Wander Filho traz) na Depressão Clássica: 
36 
 
 
 
Figura 7 - Sintomas depressão clássica
 
Fonte - DSM (2015) 
8.2.1.2 Bipolaridade 
Na astrologia é usada elementos da natureza para classificar temperamentos, 
como ar, água, terra e fogo. Alguns filósofos também classificam sentimentos em 
quatro tipos. Para entender a bipolaridade, é necessário pensar que, como nos 
signos, a pessoa também terá seus diversos humores. 
As pessoas costumam usar o termo bipolaridade para qualquer mudança de 
humor que presenciam, mas diferente do que pensam, o transtorno do espectro 
bipolar, termo que foi atualizado para o antigo psico maníaco-depressivo, é uma 
37 
 
 
 
doença grave e que atinge cerca de 4% da população mundial, ou seja, por volta de 
27 milhões de pessoas, segundo a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). 
Iniciando por volta dos vinte anos, a bipolaridade tem caráter fortemente 
genético. 
Conhecidos pelo temperamento forte, pessoas do espectro bipolar possuem 
padrões de humor, sendo, segundo o Temperamento Forte e Bipolaridade, 2009: 
● Hipertímicos: Costumam ser otimistas e aventureiros. Possuem boa 
liderança, mas podem se adaptar pouco a sistemas previsíveis, 
fazendo com que se tornem inquietos e irritados. 
● Depressivos: Frequentemente pessimistas e tímidos. Possuem cautela 
em seus planejamentos, além de serem reservados, porém, a cautela 
em excesso pode gerar grande ansiedade. 
● Ciclotímico: Característica essencial desse pessoal é a oscilação entre 
a autoconfiança baixa e alta. Costumam ser irônicos e extrovertidos, 
mas com seus momentos quietos e sonolentos. 
● Irritáveis: A irritabilidade é constante. Costumam ser desconfiados e 
destrutivos. 
Para saber quando este humor está 'normal', procure perceber se ele é 
adequado para o momento. Apesar de os brasileiros usarem o termo mania como 
um hábito estranho ou incomum, o uso é completamente equivocado. 
Do grego μανία, a mania se caracteriza como um período de humor eufórico 
e acelerado ou irritável. A pessoa pode ter um nível mais brando, conhecido como 
hipomania, ou a mania (mais elevado e perigoso), segundo dados do Temperamento 
Forte e Bipolaridade, 2009. 
A bipolaridade possui tipo l, ll, lll e lV, quanto maior o número, menos grave o 
transtorno. 
A Bipolaridade l toda a variação de humor, porém com um nível bem mais 
alto, considerado a mania plena. A pessoa pode numa psicopatia a ponto de ter 
delírios e ouvir vozes, por exemplo. 
Na Bipolaridade ll a fase maníaca é mais serena, tendo também o nome de 
hipomania. Como no tipo l, a pessoa não é prejudicada significativamente, porém, a 
fase da depressão é mais profunda. 
38 
 
 
 
A Bipolaridade lll tem essa classificação pelo motivo de a pessoa chegar à 
fase hipomaníaca ou maníaca submetida por meio de algum medicamento, ou seja, 
o polo positivo só é exposto a partir do uso dessas drogas. 
Já na Bipolaridade IV, a pessoa não atinge os picos da mania e hipomania, 
mas sim, tem um histórico de humor mais irritável e extasiado. 
A Ciclotimia tem padrão de oscilação, mas sem chegar aos extremos 
(depressão e mania), podendo, mais tarde, manifestar episódios mistos ou de 
ansiedade. 
Alguns sintomas gerais (dados presentes no site da Associação de Apoio 
aos Doentes e Depressivos e Bipolares) podem ser observados por amigos e 
parentes: 
Figura 8 - Sintomas bipolaridade (depressão e mania) 
 
Fonte - DSM (2015) 
39 
 
 
 
 
Segundo Diogo Lara, algumas características que pessoas bipolares 
possuem podem ser consideradas parte de um 'armamento' psicológico de ataque, 
como: criatividade, entusiasmo, liderança e inovação, além da vocação para a 
conquista. 
"Muitas pessoas do perfil bipolar têm baixa tolerância à frustração e usam 
predominantemente os mecanismos dedefesa menos maduros" 
(LARA,2009). 
 
Bipolares são conhecidos por quererem 'tudo para ontem', como diz o 
ditado brasileiro. Diogo traz um exemplo didático para explicar o sentimento da 
pessoa que possui bipolaridade: "Se o peso ideal é 51 quilos, 49 não é um pouco 
mais magra, é um palito! E 54 é uma baleia!". 
Alguns artistas com espectro bipolar tiveram fama e exuberância, porém, 
tiveram fins trágicos, são eles: Elvis e Marilyn Monroe (americanos), Elis Regina, 
Cazuza e Renato Russo (brasileiros). 
Apesar de a bipolaridade não ser um transtorno exclusivamente dos 
artistas, estudos mostram que ele é bem mais frequente entre os 'famosos' do que 
na população geral. (LARA, 20309). 
 
8.3 Suicídio 
Um levantamento da OMS de 2015 mostra que mais de 1,2 milhão de 
adolescentes morrem por causas evitáveis a cada ano, sendo o suicídio em segundo 
lugar entre jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para acidentes de trânsito. 
Em Seminário feito em São José dos Campos1, deputado e médico, Carlos 
Bezerra cita um estudo sobre como o suicídio é tratado nas redes sociais. Em cerca 
de um milhão de postagens sobre o assunto que pegaram para o estudo, mais de 
30% deles correspondiam a brincadeiras e gozações sobre o tema. 
A ONU nos traz um estudo de 2012 em que mostra mais de 800 mil óbitos 
causados por suicídio, ou seja, média de uma morte a cada 40 segundos, sendo de 
7 a 8% menores de 19 anos. Setenta e cinco por cento delas ocorre em países de 
baixa e média renda. 
 
11° Seminário: Depressão na adolescência não é drama. É doença! A influência das drogas, a 
evolução ao suicídio e o papel essencial da família. Seminário feito na Câmara de São José dos 
Campos em 16 de abril de 2018 (das 19h às 22h). 
40 
 
 
 
Carlos nos traz dados sobre o Brasil, em que alguns estados da região sul 
chegam a ter o suicídio como principal morte. Em 2014 foram quase 11 mil mortes. 
No mesmo seminário, ao iniciar a palestra sobre as mudanças físicas e 
comportamentais, o psiquiatra Wander Filho diz que 'cão que late, não morde' é um 
erro, e que as pessoas podem nos enganar ao apresentar uma felicidade e calma, 
quando na verdade ela está passando por vários problemas. 
Seguindo a palestra, ele nos traz alguns fatores sociodemográficos para o 
suicídio, são eles: ser do sexo masculino, adultos jovens (entre 19 e 49 anos) ou 
idosos, ser viúvo, divorciado ou solteiro. Ser homossexual, ateu, ou estar em grupos 
étnicos minoritários. 
 
Tabela 4- Fatores psicossociais e individuais (suicídio) 
Fatores psicossociais Fatores individuais 
Abuso físico ou sexual, - além de violência 
doméstica 
Histórico familiar com o suicídio 
Perda ou separação dos pais durante a infância Abuso de álcool e drogas 
Instabilidade na família Agressividade 
Desemprego ou aposentadoria Doença Mental: Cerca de 90% 
Bullying Tentativas de suicídio no passado 
Fonte - DSM (2015) 
Tabela 5 - Sintomas na crise suicida 
Em crises suicidas, sintomas: 
Transtornos psiquiátricos 
Tentativas prévias 
Suicídio na família 
Abuso na infância 
Impulsividade ou agressividade 
Fonte - DSM (2015) 
41 
 
 
 
Tabela 6 - Fatores precipitantes (suicídio) 
Fatores Precipitantes: 
Desilusão amorosa 
Separação conjugal 
Derrocada financeira 
Perda de emprego 
Vergonha de alguma situação 
Embriaguez 
Acessos aos meios - como armas e afins 
Fonte - DSM (2015) 
Algumas frases de alerta podem ajudar amigos e familiares a notarem o 
perigo: 
42 
 
 
 
Figura 9- Frases de alerta (suicídio) 
 
Fonte - DSM (2015) 
 Patrícia Bezerra, psicóloga, na mesma palestra, apresenta dados 
fazendo um comparativo entre os anos 80 e 2014: A taxa de suicídio entre brasileiro 
de 14 a 29 anos aumentou 27,2%, segundo dados do SIM (Sistema de Informação 
de Mortalidade). Com o tratamento correto, 90% dos suicídios podem ser evitados. 
Ainda segundo Patrícia, para cada suicídio cometido, cerca de seis a dez 
pessoas próximas irão sofrer de adoecimento emocional pela falta de quem morreu. 
Ela mostra que o Brasil é o oitavo país no mundo em número de suicídios, 
porém é o segundo em 'suicídio adolescente'. O primeiro país é a Nova Zelândia, 
segundo a OMS, sendo quase 16 suicídios para cada 100 mil pessoas. Apesar de 
ser um país de primeiro mundo, essa elevada taxa de mortes por suicídio vem da 
pobreza na infância e gravidez na adolescência. 
43 
 
 
 
Figura 10 - Laço forca (suicídio) 
 
Conhecido como um dos países com piores índices de bullying, de acordo 
com a própria fundação de saúde mental da nova Zelândia.Entre os neozelandeses 
existe uma alta taxa de abuso infantil, violência familiar e pobreza, fazendo com que 
o índice de tirar a própria vida aumente ainda mais. 
Uma das causas possíveis pelo alto índice - segundo Patrícia, pode ser que 
no país existe o estereótipo de 'homem durão que bebe cerveja', ou seja, demonstrar 
fraqueza não é bem visto. Outra causa pode ser que entre os habitantes existe a 
cultura de 'resolver tudo sem ajuda', isso pode fazer com que jovens e adultos 
acumulem seus sentimentos, até chegar em seu último limite. 
Como o CVV brasileiro, lá possui um sistema (bem sobrecarregado, por sinal) 
que atende pessoas que querem abordar seus problemas pessoais. Nos últimos dez 
anos, o serviço aumentou 70%, enquanto os casos de suicídio aumentaram 30% em 
apenas quatro anos. 
Com o aumento espantoso nos números, o país decidiu colocar a questão no 
topo da agenda política, fazendo com o tema seja pauta dos debates por todo o 
país, a fim de reduzir essa quantidade absurda de depressão e suicídio. 
 
9 PAPEL DA SOCIEDADE NA ABORDAGEM DA DEPRESSÃO E ANSIEDADE 
44 
 
 
 
 Todos possuem algum papel quando relacionado às pessoas com algum 
transtorno psicológico, seja na cura ou piora do distúrbio. Começando pela família, 
geralmente em que o ansioso/depressivo recorrerá primeiro, até a mídia como um 
todo: redes sociais ou na televisão, por exemplo. 
9.1 Papel da Família 
 A família tem um papel imprescindível no transtorno do ente. O apoio faz toda 
a diferença no debate e tratamento da pessoa em questão. A pesquisa qualitativa 
feita para o livro - entre 2017 e 2018, obteve 100% das respostas negativas sobre a 
reação da família ao distúrbio. Todas - com idades entre 16 e 25, disseram a mesma 
frase: "falta de Deus". Isso mostra o quanto pais precisam rever seus conceitos em 
relação a ansiedade e depressão. 
 Para Bueno (2007), as experiências vividas entre família podem ter grande 
influência na geração de conflitos emocionais. Em sua pesquisa feita com quase 60 
jovens com idade média de 24 anos, indicou correlação negativa em relação à 
depressão e à percepção de suporte familiar. 
 "Quando o grupo familiar cumpre suas funções básicas como comunicação e 
integração, potencializam a promoção de saúde de seus membros". (BUENO, 2007). 
É necessário ter uma reciprocidade de ambos, assim, gerando efeitos positivos tanto 
na pessoa com depressão/ansiedade quanto sua família. 
 
9.2 Papel da Mídia 
 Segundo Julio Ribeiro, "a palavra mídia, quando pronunciada para pessoas 
que não convivem com marketing e comunicação, normalmente causa perplexidade 
(...) para os profissionais de marketing e comunicação não causa perplexidade, mas 
distanciamento. Para estes, quase sempre a palavra, o profissional e a atividade de 
mídia significam coisa que não dá para entender." 
A mídia tem o objetivo principal de passar um determinado conteúdo, muitas 
vezes, sem filtro, nunca sabemos com o que iremos nos deparar.Ela tem grande 
influência na capacidade psicológica da pessoa, ou seja, ela pode trazer diversos 
benefícios e conhecimentos, mas também pode causar graves consequências 
mentais, chegando ao óbito. 
45 
 
 
 
 Para a psicanalista Jam, a 'publicidade' é um dos maiores motivos do 
aumento expressivo dos transtornos mentais: "Com os graus extremos de riqueza e 
pobrezano mundo, que são acentuados pela mídia, o bem-estar da mente humana 
é afetado negativamente". Ela diz que somos bombardeados com publicidade e isso 
nos afeta de maneira óbvia, mas também subliminar. Para ela, as pessoas 
vulneráveis são as mais atingidas. 
9.2.1 Papel do Jornalismo 
 Apesar de jornalismo estar atrelado às mídias como um todo, formar-se curso 
requer, no mínimo, um capítulo à parte sobre o assunto, especialmente porque toda 
forma de veiculação de informação tem um traço jornalístico em seu meio. 
 Segundo o folheto para jornalistas, disponível no site do Ministério da Saúde, 
o jornalista precisa ter responsabilidade, sensibilidade e ética ao abordar o suicídio 
nas mídias. A cartilha é dividida entre ‘o que não fazer’ e ‘o que fazer’ ao relatar o 
assunto: 
● Não se deve dar destaque à notícia e sempre tentar evitar repetições e 
atualizações (principalmente com figuras públicas). O intuito é sempre passar 
o acontecimento. Em casos de suicídio, dar enfoque a ele pode causar 
constrangimentos. Não usar o termo suicídio em títulos de matérias é 
essencial. A palavra suicídio é rodeada de termos pejorativos. 
● Não divulgar o método realizado, publicar fotos, e divulgar cartas suicidas, 
são de longe, os termos mais importantes da cartilha. As três opções podem 
causar graves gatilhos em quem está com a autoestima baixa ou já com 
idealização do suicídio. 
● Não divulgar o local do acontecimento, não descrever o ato como inexplicável 
e não apresentar causas. Divulgar o local é um desnecessário, visto que a 
morte em si da pessoa é o assunto principal. Descrever o ato como 
inexplicável e apresentar as causas são outros exemplos que podem causar 
gatilhos em quem estiver lendo. 
● Não mostrar o suicídio como única saída, não tratar o suicídio como crime, 
não falar de epidemia e estar sempre atento à linguagem utilizada.O suicídio 
nunca será a única saída (mesmo que a pessoa tenha escrito isso em uma 
46 
 
 
 
carta de suicídio, por exemplo). Essa frase é uma das mais perigosas, e quem 
já estiver com ideais, pode achar que aquilo é um empurrão a mais. Suicídio 
não é crime e nem uma forma de epidemia. Falar dessa maneira, além de ser 
antiética, é quase desumano. 
● Para abordar o tema, é preciso sensibilizar o público sobre o assunto, afinam, 
depressão e suicídio são termos que geram desconfiança, tabu, além da falta 
de informação. O leitor precisa compreender o que está lendo, ainda mais se 
tem uma ideia errada sobre o assunto. 
● Informar com descrição é o mínimo, já que, como dito nos tópicos anteriores, 
uma palavra errada já pode causar o gatilho.Mostrar telefones úteis e como 
buscar ajuda é de grande-valia. Muitas pessoas estão passando por 
momentos ruins e não sabem a quem recorrer, e ao ler uma matéria sobre o 
assunto, irá se deparar com o que pode ser sua salvação. 
● Alertar os sinais e consultar especialistas em prevenção são de extrema 
importância, já que, quem estiver lendo, poderá ter um novo olhar sobre as 
pessoas que a rodeia, além disso, conversar com um especialista fará com 
que a matéria passe mais segurança aos leitores. E claro, sempre mantendo 
respeito à pessoa que morreu. 
9.2.2 Revistas Nacionais 
 Algumas revistas nacionais já abordaram os transtornos psicológicos de 
maneira eficaz. Considerado tabu para muitas pessoas, reportagens sobre o tema 
podem ser de extrema ajuda para quem não está habituado a ler na internet, e claro, 
procurar o assunto específico, já que em caso das revistas - especialmente para 
quem é assinante, a chance de a pessoa compreender o assunto é bem provável. 
Começando pela Superinteressante, na edição 368 – novembro de 2016, eles 
fizeram quase toda a revista voltada aos transtornos psicológicos - a mente, como 
um todo, uma das matérias traz um glossário dos termos mais utilizados na 
psicologia - que as pessoas costumam ter uma ideia errada sobre, sendo: 
47 
 
 
 
 
 
Tabela 7 - Glossário Superinteressante 
Glossário 
Ansiedade Autismo Consciência Depressão Esquizofrenia 
Felicidade Freud Inconsciente Intuição Medo 
Psiquiatria Psicanálise Psicologia TDAH Tentação 
Tédio Timidez TOC Transtorno de personalidade 
 
Fonte - Dados da revista Superinteressante 
Seguindo as páginas da revista, você se depara com um texto sobre como 
'nós viramos nós'. Apesar de ser uma breve reportagem, o texto consegue abordar 
alguns transtornos que podem mudar o nosso inconsciente, como: Anosognosia, 
Blindsight, Múltipla Personalidade, Síndrome da Mão Alien, Síndrome de Cotard. 
48 
 
 
 
 
Figura 11 - Capa da Superinteressante 
 
A próxima grande reportagem da revista aborda a Psicopatia. Tema de 
importante relevância no mundo psiquiátrico e que as pessoas costumam ter a visão 
errada do transtorno. Mesclando histórias, com dados e explicações do distúrbio, o 
texto é bem embasado e consegue transparecer o assunto de maneira eficaz. 
As próximas matérias são sobre Dé-Jávu; Memória e Felicidade; Falsos 
Loucos – que aborda pessoas que usaram da loucura para conseguir coisas; 
Possibilidade de mudas a própria personalidade e finaliza com a Epidemia do Mal-
Estar. Famosa, essa última página costuma pegar um assunto e dilui-lo em dados e 
gráficos, excelente para quem gosta de algo mais direto para entender de um 
determino conteúdo. 
Dentre os dados interessantes apresentados nesta última página, temos: 
49 
 
 
 
● Caso existisse, a república dos depressivos seria o quarto país mais 
populoso do mundo. 
● A cada dez pessoas com depressão, apenas três procuram ajuda, e destas, 
75% decidem após a recomendação de parentes ou amigos. 
● Em 2012, os brasileiros gastaram mais de R$42 milhões com 
antidepressivos no geral. 
● Dentre os sofrimentos mais relatados nos depressivos são: insônia, 
ansiedade e dores. 
 Outra revista que costuma abordar bastante o tema é a Mundo Estranho. Na 
edição 197 - julho 2017 expõe um tema polêmico e sensível: é verdade que divulgar 
suicídios causa mais suicídios? O texto ressalta que há várias maneiras de se 
abordar o tema, então, obviamente pode causar mais suicídios, sim. Como 
comentando anteriormente, a reportagem também comenta da série 13 Reasons 
Why, que apesar de ter levantado um debate importante, pode servir de gatilho para 
milhares de pessoas. 
Figura 12 - Analogia à série 13RW 
 
Fonte - Dados da revista Mundo Estranho 
Finalizando, em janeiro de 2018, a edição 204 trouxe uma grande reportagem 
sobre domar o cérebro. Dentre os inúmeros exemplos dados, o texto apresenta 
dicas de como lidar com uma crise de ansiedade/pânico, em como gerar uma 
50 
 
 
 
depressão, além de elevar a autoestima, vencer a insônia/sono durante o dia - 
sintomas comuns em muitos transtornos. 
Figura 13 - Revista Mundo Estranho/2018 
 
9.2.3 Internet e Juventude 
A Baleia Azul, originalmente chamado de Blue Whale começou em 2015 em uma 
rede social russa - semelhante ao Facebook. O jogo se baseava na relação entre os 
desafiantes e os curadores. Envolvendo 50 etapas, era feito por meio de fotos com 
hashtag em resposta ao desafio do dia. Esses desafios iam desde assistir a filmes 
de terror até o 50° que o jogador deveria tirar a própria vida. O desafio se espalhou 
pelo mundo e fez dezenas de vítimas. 
O perfil desses jogadores variava entre 12 e 14 anos - e geralmente já havia 
uma tendência à depressão. Acredita-se que o criador do jogo tenha sido o russo 
51 
 
 
 
Filipp Budeykin, que ao ser preso, contou que tinha a intenção de fazer uma 
"limpeza na sociedade2". 
9.2.4 Redes Sociais 
 O Instagram é considerado a pior rede social para saúde mental dos jovens, 
segundo pesquisa feita pela Sociedade Real para Saúde Pública, na Grã-Bretanha. 
O estudo envolveu 1.479 pessoas, com idades entre 14 e 24 anos, eles avaliaram 
aplicativos famosos em quesitos como ansiedade, depressão, solidão, bullying e 
imagem corporal. 
 O estudo mostra que jovens usuáriosconstantes de internet - superior a duas 
horas por dia, tendem a ter uma maior tendência aos transtornos psicológicos, em 
especial ansiedade e depressão. O instagram, por ser uma rede social de fotos e 
momentos pode fazer com o adolescente compare sua vida com as pessoas em que 
segue na rede social, geralmente assim melancolia, angústia, inveja e raiva. 
Segundo o relatório, outro problema recorrente é o sono, e dormir bem está ligado 
diretamente em distúrbios mentais. Gráfico disponível no artigo: 
 
2Entrevista com a delegada Fernanda Fernandes, feita pelo jornal O Globo 
52 
 
 
 
Figura 14 - Mídia social e saúde mental e bem-estar dos jovens 
 
Fonte - Figura disponível pela Sociedade Real para Saúde Pública 
 O terceiro fator mais comum nas redes sociais é a Imagem Corporal, 
problema esse que pode causar transtorno alimentar, como anorexia e bulimia. o 
quarto item é o cyberbullying. Mais de 90% dos jovens que relataram cyberbullying 
não tiveram nenhuma ação em resposta. E a última seria o FoMO - Fear of Missing 
Out, que são os jovens constantemente conectados por medo de perder algo 
importante. 
 Conduzido por uma instituição de caridade britânica chamada Scope, um 
estudo feito com 1.500 adultos britânicos mostrou que entre os usuários do 
Facebook e Twitter, mais de 60% afirmaram se sentir inadequados em comparação 
com outros usuários, e 60% sentiam inveja. Destes, metade dos entrevistados com 
idades entre 18 e 34 anos disseram que se sentem pouco atraentes por causa das 
mídias, e 30% que isso os faz sentirem-se sozinhos. 
Já outra pesquisa feita com 1.000 mulheres britânicas mostrou que mais de 
80% delas faziam edições nas fotos durante feriados antes de publicá-las, a fim de 
garantir que elas seriam mostradas com a maior vantagem. Quase 80% delas 
53 
 
 
 
manifestaram vergonha ao se deparar com fotos postadas por amigos ou familiares 
que os incluíram. 
 Em 2016, mais de um milhão de jovens britânicos passaram por alguma 
experiência envolvendo o bullying, sendo que metade deles não chegaram a 
contatar ninguém, seja por constrangimento, medo ou até por receio de não terem 
nenhum suporte. Os impactos relatados pelas vítimas incluem depressão, sendo que 
um a cada quatro achavam formas de se auto flagelar como um mecanismo de 
enfrentamento. 
“Os jovens que têm alguma dificuldade de aprendizagem ou física ou que se 
identificam como LGBT + são os mais propensos a sofrerem bullying. A raça 
e a religião também estavam ligadas às taxas de bullying, feito por alunos 
identificados como "brancos/europeus", um dos mais prováveis de fazerem 
o bullying ". (Tradução: The-Annual-Bullying-Survey, 2017). 
 
 The Annual Bullying Survey é feito anualmente em parceria com escolas e 
faculdades em todo o Reino Unido. O estudo capta dados como religião, etinia, 
gênero e idade. Na pesquisa, 21% já haviam excluído alguém socialmente do grupo, 
mais de 30% falaram algo desagradável a fim de ofender na internet e 13% 
começaram algum boato sobre alguma pessoa que não gostavam. 
 
9.2.5 Youtube 
Muitos famosos têm feito relatos por meio do YouTube. Os youtubers 
confessam suas angústias e dão seus conselhos pessoais. Entre eles, o PC Siqueira 
fala abertamente sobre sua saúde mental. Dando conselhos e contando como o 
transtorno funciona, ele tenta passar clareza e a quebra de preconceitos que as 
pessoas possuem sobre a doença. 
Dentre seus inúmeros vídeos, um dos mais marcantes é sobre seu relato com 
a síndrome do pânico e o suicídio. Ele aborda sobre essa no canal em conjunto com 
o Cauê Moura e Rafinha Bastos, onde declaram suas opiniões acerca do tabu. 
 
9.2.6 Filmes 
Sucesso do início dos anos 2000, Geração Prozac foi um dos primeiros 
passos da mídia ao abordar como transtornos psicológicos funcionam, incluindo os 
fármacos. Um dos remédios mais utilizados no mundo, faz parte da família de ISRS 
54 
 
 
 
– Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina, o Prozac é comumente 
conhecido como a pílula da felicidade. 
 No Brasil, cerca de 45% dos brasileiros já usaram algum antidepressivo – 
sendo Prozac, Rivotril, e afins, sendo um dos maiores consumidores desses 
remédios. 
 
9.2.7 Documentários 
TheMask You Live In, documentário feito por uma mulher, aborda como a 
ideia do homem dominante afeta psicologicamente crianças, jovens e, no futuro, 
adultos. A Diretora Jennifer Siebel Newsom, por meio de dezenas de entrevistas, 
mostra como a criação com expressões "seja homem!”, “não chore” e “controle suas 
emoções” podem afetar completamente a estrutura psicológica na vida adulta dos 
meninos, fazendo-os com que desenvolvam transtornos psicológicos no futuro. 
O documentário foi feito com adultos e crianças americanas. Mostrando o dia 
a dia, os segredos dos meninos, e como diz o título, essa máscara que eles utilizam 
como forma de encobrir todos os sentimentos e já no início do vídeo, é passado 
dezenas de manchetes da TV, mostrando menino que roubaram a arma dos pais e 
se mataram, que levaram a arma para a escola e machucaram várias crianças, entre 
outros. 
Sensível e forte ao mesmo tempo, meninos de várias idades revelam 
sentimentos que, se fosse no dia a dia não falariam. O primeiro especialista, 
educador e sociólogo, Michael Kimmel afirma que já nos primeiros anos da 
juventude é possível perceber pequenos traços de 'menino machinho' entre um 
grupo de crianças brincando num parque, por exemplo. 
Desde cedo, os meninos já são ensinados a não serem mulherzinhas, a não 
chorar e ser sempre o melhor. São ensinados a terem raiva e reprimir qualquer 
nuance de tristeza. Isso, conforme o crescimento, vai se acumulando e 
transformando um menino doce, num adolescente com problemas na escola, e 
futuramente, um adulto que tira a própria vida em meio a uma crise, por exemplo. 
Em pesquisa feita no documentário mostrou que um a cada quatro meninos 
dizem sofrer bullying na escola, e apenas 30% deles conseguem conversar com 
algum adulto. 
55 
 
 
 
 Por volta dos 12 anos, 34% dos meninos americanos já começou a beber. 
Aos 13, um menino normal já experimentou algum tipo de droga. Exatamente pela 
criação que tiveram em não expressar sentimento, boa parte dos meninos acabam 
descontando na bebida e drogas. Um a cada quatro meninos consome bebida 
alcoólica compulsivamente. 
"A exposição a mídias violentas pode deixar a criança menos sensível à dor 
e ao sofrimento dos outros. Pode deixá-los mais temerosos em relação ao 
mundo, e pode levá-lo a ter comportamentos mais agressivos em relação a 
outros e a si mesmo." (The Mask You Live In, 2015). 
 
Um menino normal passa em torno de 40 horas por semana vendo televisão, 
esportes ou filmes, 15 horas jogando videogame - cerca de 30% deles se dizem 
viciados, e duas horas assistindo pornô. Em todos esses meios, o homem é 
mostrado como forte, superior, inalcançável. É o cara quieto, centrado, que não 
divide emoções e está sempre no controle de tudo, e tudo isso tenderá a levá-lo 
para os piores transtornos psicológicos possíveis. 
Nos Estados Unidos, o suicídio é a terceira causa de morte mais comum entre 
os meninos. A cada dia, três ou mais meninos cometem suicídio. Entre 15 e 19 
anos, a taxa de suicídio entre eles é cinco vezes maior que entre meninas. E entre 
20 e 24 anos, esse número aumenta para sete vezes. Menos de 50% dos jovens e 
adultos masculinos recorrem a algum tipo de ajuda. 
 
9.2.8 Séries 
Famosa e polêmica, 13 Reasons Why ‘revolucionou’ a mídia expondo um dos 
maiores tabus: suicídio. A série aborda vários outros temas proibidos e 
constantemente censurados como estupro, depressão e homossexualidade. A ideia 
inicial da série é admirável: Tentar mostrar o quanto esses pontos que dificilmente 
vemos são importantes e precisam de atenção do mundo. 
 Em matéria feita pelo UOL em abril de 2017, um porta-voz do CVV (Centro de 
Valorização da Vida)afirmou que após a série, os números de chamadas à ONG 
duplicaram. Muitas dessas pessoas alegaram ter encontrado o número de telefone 
na página brasileira da série. Apesar da defesa dos atores em relação às cenas 
delicadas e ao incentivo dos voluntários do CVV às pessoas que ligavam para eles, 
a Netflix não contou com o gatilho que os episódios poderiam vir causar às dezenas 
de adolescentes pelo mundo. 
56 
 
 
 
 Em estudo publicado em 2017 pelo Journal of the American Medical 
Association, mostrou que o fim da série aumentou em 26% a busca no Google de 
‘como se suicidar’. ‘Como se matar’ aumentou quase 10%. 
Após toda a polêmica envolta da série, a segunda temporada foi lançada. Pelo 
alto índice de críticas sobre a última temporada, a trama fez algumas mudanças no 
decorrer da história. A cada novo episódio, os atores se apresentam e reforçam que 
a série é uma ficção, apesar de abordar assunto delicados, e caso a pessoa não 
esteja se sentindo bem, talvez não seja o momento ideal de assistir. 
Uma das críticas à série foi o fato de a personagem principal não recorrer à 
família quando estava mal, e como resposta, eles passaram a recomendar que a 
pessoa conversasse com quem lhe trouxesse confiança, seja pais, amigos ou 
alguém da área. Apesar da mudança positiva, a série ainda conseguiu assombrar os 
fãs com cenas profundas e aterrorizantes. 
 
9.3 Governo 
No Brasil temos o Sistema Único de Saúde, mais conhecido como o SUS, 
programa público disponível para todos os brasileiros. 
Como para os vários outros tratamentos disponíveis pelo sistema, como câncer, 
por exemplo, eles também disponibilizam recursos para tratar os mais variados 
transtornos mentais, seja por meio da medicação ou terapia (geralmente feita em 
grupo). 
O País disponibiliza alguns serviços gratuitos como os Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de 
Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral. "O Programa de Volta para 
Casa que oferece bolsas para egressos de longas internações em hospitais 
psiquiátricos, também faz parte desta Política". 
 Algumas pessoas entrevistadas para o livro disseram que conseguem usufruir 
apenas da parte medicamentosa disponibilizada pelo SUS, pois terapia havia 
apenas em grupo (muitos não se adaptaram) ou nem havia outro meio. 
Porém, de acordo com o site oficial da Saúde, a rede CAPS poderá ter 
investimentos no futuro, já "que vêm se mostrando efetivos na substituição do 
modelo hospitalocêntrico, como componente estratégico de uma política destinada a 
57 
 
 
 
diminuir a ainda significativa lacuna assistencial no atendimento a pacientes com 
transtornos mentais mais graves". 
Ainda segundo o site, o Governo tem alguns objetivos como: 
● Reduzir os leitos psiquiátricos de baixa qualidade; 
● Incluir as ações da saúde mental na atenção básica; 
● Implementar política de atenção voltada a usuários de álcool e drogas; 
● Implantar o programa "De Volta Para Casa"; 
Manter um programa permanente de formação de recursos humanos para 
reforma psiquiátrica; 
● Promover direitos de usuários e familiares incentivando a participação no 
cuidado; 
● Avaliar hospitais psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação 
dos Serviços Hospitalares. 
O Ministério da Saúde lançou a Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio, 
lançada no Setembro Amarelo (feito em comemoração ao dia 10: Dia Mundial de 
Prevenção do Suicídio) e nela, alguns pontos são bem importantes em como o 
governo se manifesta/manifestará em relação aos aumentos desses transtornos, em 
especial o suicídio: 
● A redução da taxa de mortalidade faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) até 2030. 
● O Brasil está entre os países que assinou o Plano de Ação em Saúde Mental 
2015-2020 lançado pela OPAS com objetivo de acompanhar o número anual de 
mortes e o desenvolvimento de programas de prevenção. 
● A existência de CAPS no município reduz em 14% o risco de suicídio. 
● Materiais direcionados aos profissionais de saúde, população e jornalistas. 
● Discussão permanente de Grupo de Trabalho envolvendo as Secretarias de 
Vigilância, de Atenção à Saúde e de Saúde Indígena. 
O governo pretende reforçar a entrega de material à população mostrando sinais 
de alerta além de locais que podem procurar ajuda. 
Apesar de vermos que o governo possui várias metodologias de lidar com o 
aumento dos transtornos e suicídios, boa parte da população simplesmente não 
consegue aproveitar os benefícios que possuem, ou seja, o sistema é falho. 
 
58 
 
 
 
11 PAPEL SOCIAL E PROCESSOS DE CONTRAPONTO À BANALIZAÇÃO DOS 
TRANSTORNOS 
 A evolução aqui, nada mais é, que a parte em resposta a todo o resto: família, 
amigos, a mídia. Formas criadas para tentar ajudar pessoas que estão se sentindo 
para baixo, ou mesmo em casos emergentes como o suicídio. Apesar de todas 
também serem formas de comunicação, elas foram idealizadas a socorrer os mais 
necessitados. 
11.1 Baleia Rosa 
 Em resposta ao Blue Whale (Baleia Azul), jogo que surgiu na Rússia e que 
correspondia a jogos perigosos, chegando a morte – foi registrado mais de100 
suicídios supostamente ligados aos desafios (segundo o site do Canal Tech), um 
designer e uma publicitária paulistana criaram a Baleia Rosa. 
 No site oficial você já se depara com os seguintes dizeres: “Com o intuito de 
provar que a internet pode ser usada para viralizar o bem, nasceu a Baleia Rosa. 
Espalhe o amor nesse desafio do bem! ”, ou seja, sendo o oposto dos desafios 
arriscados da Baleia Azul, nessa nova brincadeira a pessoa é motivada a fazer o 
que é bom. 
 Dentre as dezenas de frases postadas nas redes sociais, é possível encontrar 
um desafio novo a cada dia: “28. Doe o que você não usa mais”, “30. Conte uma 
piada para você mesmo” ou “34. Desenhe um animal imaginário”. 
11.2 Centro de Valorização da Vida 
 Criado em 1962, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação 
sem fins lucrativos que tem o objetivo maior de ajudar na prevenção do suicídio. 
Com a ajuda de voluntários treinados, a instituição está de prontidão 24 horas. 
 Atendendo anualmente por volta de dois milhões de pessoas, o CVV possui 
mais de dois mil voluntários espalhados por 19 estados, além do Distrito Federal 
(segundo a página oficial). 
 Recebendo ligações pelo número 188 ou 141 (se for nos estados do Paraná, 
Bahia, Maranhão e Pará), a instituição possui quase 90 postos de atendimento, 
como também o chat/email. 
59 
 
 
 
11.3 Janeiro Branco 
 Janeiro Branco é conhecido por ser o mês da saúde mental. Criado com o 
intuito de fazer as pessoas refletirem sobre suas vidas e o quanto elas conhecem de 
si mesmas, a campanha também tem o objetivo de sensibilizar a tv e as mídias 
sobre os cuidados com a saúde mental. Criada sem fins lucrativos, a ação maior da 
campanha é promover a psicoeducação das pessoas e instituições. 
11.4 Setembro Amarelo 
 As primeiras atividades do projeto foram iniciadas em 2015, pelo Centro de 
Valorização da Vida. Em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a 
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Setembro Amarelo foi feito em 
comemoração ao dia 10: Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. 
 Com o lema Falar é a melhor solução, a campanha busca conscientizar sobre 
a prevenção do suicídio, mostrando os números alarmantes da realidade do Brasil e 
no mundo. 
12 PRODUTO 
12.1 Livro 
 O item escolhido para o projeto foi o livro. Como foram abordados sete 
transtornos, além do suicídio, o livro foi a melhor escolha já que me permitiu ter 
liberdade de apresentar o assunto de maneira aprofundada, dando ênfase a cada 
detalhe preciso. 
12.1.1 Capa 
Com o nome Serotonina, a escolha foi por ser abordado o tema em boa parte dos 
transtornos. A serotonina é o neurotransmissor responsável pelo humor da pessoa, 
ou seja, atuará na regulagem do humor, sono, apetite,

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