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TCC AUTOMUTILAÇÃO

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46
	
		
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Curso Bacharelado em Serviço Social
FABIULA VALENTIM DOS SANTOS 
(SES0560)
 
AUTOMUTILAÇÃO: UM PEDIDO SILENCIOSO DE SOCORRO NO CONTEXTO ESCOLAR
tefé - AM
2021
CIDADE
ANO
FABIULA VALENTIM DOS SANTOS 
 
AUTOMUTILAÇÃO: UM PEDIDO SILENCIOSO DE SOCORRO NO CONTEXTO ESCOLAR
tefé
2021
CIDADE
ANO
Fabiula Valentim dos santos
AUTOMUTILAÇÃO: UM PEDIDO SILENCIOSO DE SOCORRO NO CONTEXTO ESCOLAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
 Tutora – Orientadora Ilka Alves Simão
TEFÉ - am
2021
AUTOMUTILAÇÃO: UM PEDIDO SILENCIOSO DE SOCORRO NO CONTEXTO ESCOLAR
por
FABIULA VALENTIM DOS SANTOS
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe atribuída à nota “______” (_________________________), pela banca examinadora formada por:
__________________________________________________
Presidente: Prof.: Ilka Alves Simão – Orientador Local
_______________________________________________________
Membro: Naraíza Caldas Lira - Supervisor de Campo
_______________________________________________________
Membro: Francisco Ripardo Maia - Profissional da área
Tefé - am
2021
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a DEUS, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. A minha família, por sua capacidade de acreditar e investir em mim e aos meus amigos, pelo incentivo e pelo apoio constante. Dedico a todos vocês a minha conquista, pois são por vocês e para vocês todas as minhas vitórias, a minha eterna gratidão.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, a ele toda honra e toda glória, sou grata por todos os dias ter me posto de pé com saúde para que eu possa lutar por meus sonhos.
Gratulo a toda minha família, minha base, em especial: ao meu Pai meu herói Francisco Elói, in memoriam a minha amada Mãe, Juliana, meu orgulho, aos meus Irmãos que são minhas forças Elison e Jadson, a minha amada Filha o meu bem mais precioso, Maria Júlia e ao meu querido esposo o meu porto seguro, Willison Jarbas, pois são eles que me dão forças para prosseguir na minha caminhada.
Aos meus amigos, principalmente aqueles que ganhei durante minha trajetória acadêmica. A dona Renildes de Souza Ramos, a Marlene Damascena Fernandes, a Leudina Gonçalves de Carvalho, Ralfa Gomes de Souza e Raquel Nogueira, mulheres guerreiras, talentosas, inteligentes e inspiradoras. Gratidão a todas que direta e indiretamente me impulsionaram a continuar.
As tutoras que no decorrer do curso compartilharam seus conhecimentos e experiências, as fantásticas mulheres: Betânia de Assis Reis Matta, Claudjane Maria da Encarnação Rêgo, Naraíza Caldas Lira e Ilka Alves Simão. Obrigada pelo suporte, correções e incentivos, vocês são mulheres admiráveis que merecem todo respeito e reconhecimento por seus trabalhos esplêndidos exercidos com louvor.
A Coordenadoria Regional de Ensino de Tefé – SEDUC, onde tive o privilégio de estagiar com excelentes profissionais, a Escola Estadual Santa Tereza, em especial os alunos que contribuíram para a realização deste trabalho, e a todos os funcionários do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, que deram toda assistência necessária para que esse sonho se concretizar-se, deixo aqui os meus agradecimentos.
E aqueles que não mencionei aqui, mas que de alguma forma contribuíram na minha formação, o meu muitíssimo obrigada a todos!
(...)
E Clarice está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo
Com o seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta, ela esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
 (CLARICE, DADO VILLA-LOBOS E RENATO RUSSO) 
RESUMO
A presente pesquisa é o resultado de um olhar atento dentro de um ambiente escolar de uma escola estadual que se debruçou com um cunho investigativo em compreender o problema de automutilação entre os estudantes. Embora este ato seja tratado na área da saúde, ou seja, pelos psicólogos, buscamos pesquisar este fenômeno em uma abordagem descritiva e exploratória dos casos ocorrido na referida escola. Assim tratando de uma descrição que investigou os elementos sociais na prática auto lesiva, considerando como um distúrbio ocorrido na adolescência e que pode ocorrer até a fase adulta. Verificamos que os elementos sociais, o bulliyng, abusos familiares, violência sexual, questões econômicas, falta de enquadramento social, devem se somar aos fatores psicológicos e muitas vezes podem ser compreendidos como causa dos sofrimentos psíquicos. O objetivo, portanto, é compreender de modo geral as consequências da automutilação causadas na vida dos adolescentes e jovens, e os fatores que levam a fazer uso deste ato. Para chegar a esta descrição participaram da pesquisa quarenta alunos de sexto ao nono ano do Ensino Fundamental II, no qual responderam um questionário com perguntas abertas. A pesquisa construiu uma compreensão das formas existentes de automutilação e as causas que levam jovens e adolescentes a praticarem esta ação que causa muita dor à pessoa que sofre deste distúrbio. Buscou-se através de entrevista por questionário semiestruturado a coleta de dados para analises e discussão com referenciais teóricos adquiridos através da pesquisa bibliográfica. O trabalho encerra com a discussão dos dados e mostra resultados satisfatórios em relação a situação do adolescente/aluno a sociedade e características que o levam a automutilação. 
PALAVRAS-CHAVE: Automutilação. Adolescentes. Escola. 
ABSTRACT
The present research is the result of a careful look inside the school environment of a state school that focused on an investigative approach to understanding the problem of self-mutilation among students. Although this act is dealt with in the health area, that is, by psychologists, we sought to research this phenomenon in a descriptive and exploratory approach to the cases that occurred in that school. Thus, dealing with a description that investigated the social elements in self-harm practice, considering it as a disorder that occurred in adolescence and that can occur until adulthood. We found that social elements, bulliyng, family abuse, sexual violence, economic issues, lack of social framework, must be added to psychological factors and can often be understood as the cause of psychological distress. The objective, therefore, is to understand in a general way the consequences of self-mutilation caused in the lives of adolescents and young people, and the factors that lead to using this act. To reach this description, forty students from the sixth to the ninth year of Elementary School II participated in the research, in which they answered a questionnaire with open questions. The research built an understanding of the existing forms of self-harm and the causes that lead young people and adolescents to practice this action that causes a lot of pain to the person suffering from this disorder. We sought through interviews using a semi-structured questionnaire to collect data for analysis and discussion with theoretical references acquired through bibliographical research. The work ends with a discussion of the data and shows satisfactory results in relation to the situation of the adolescent/student in society and characteristics that lead to self-mutilation.
KEYWORDS: Self-mutilation. Teenagers. School.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico1 - Diferença de porcentagem de gêneros que se automutilam..…21
Tabela1 - Motivos que levam os adolescentes a se automutilarem............12
Tabela 2 - Contextos que mais instigaram os alunos a se automutilarem...21
Tabela 3 - Matérias utilizados por adolescentes para se automutilar...........39
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	11
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA	12
2.1 DEFINIÇÃO DE AUTOMUTILAÇÃO	13
2.2.1 Fatores de Riscos	16
2.3 AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA:	18
2.4 Assistente Social e sua atuação ante a automutilação	19
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL.	22
4. JUSTIFICATIVA	24
5. OBJETIVOS	25
5.1 OBJETIVO GERAL	25
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	26
6. METODOLOGIA DE PESQUISA	26
7. ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA	27
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS	28
7.2 ANÁLISE DOS DADOS	29
7.3 RESULTADO	38
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS	40
8. CONCLUSÕES	42
REFERÊNCIAS	44
ANEXO	46
 
1 INTRODUÇÃO 
O referido trabalho tem como objeto de estudo analisar informações que são consideradas acentuadas acerca do comportamento da automutilação, principalmente no que se refere ao ato cometido por adolescente na idade escolar. O trabalho é desenvolvido na Escola Estadual Santa Tereza, situada na cidade de Tefé-AM, no bairro de Monte Castelo. O interesse sobre o tema abordado sucedeu-se durante a realização do estágio de Serviço Social feito na referida escola, onde foi diagnosticado alguns acontecimentos de automutilação entre os estudantes da referida instituição. Logo, o ocorrido despertou o interesse em realizar o estudo sobre a temática, devido à expansão de incidências de casos entre adolescentes. 
O trabalho terá como objetivo geral compreender as causas e as consequências da automutilação na vida dos alunos da Escola Estadual Santa Tereza, buscando conhecer mais sobre este comportamento intencional e autodestrutivo que tem afetado vários adolescentes e jovens em nossa sociedade. 
 	Em relação aos objetivos específicos destacamos os seguintes: Analisar os fatores que impulsionam a automutilação como suas consequências físicas, psicológicas e comportamentais a partir da escuta dos alunos por meio de um questionário com perguntas abertas e fechadas, identificar a predominância do gênero sexual relativo a comportamentos de automutilação e verificar entre os alunos quais instrumentos utilizados por eles para praticar a automutilação. 
Em relação a metodologia a ser empregada descreve-se como sendo um estudo de caso descritivo-exploratório com abordagem quanti-qualitativa, realizada na Escola Estadual Santa Teresa, trazendo à tona o tema para futuros estudos e pesquisas. E para a elaboração será aplicado um questionário estruturado e os dados desta pesquisa será usado como objeto para as análises que irão desenvolver e responder as problemáticas do tema e que irá propiciar dados imprescindíveis para a elaboração do trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Além de adotar neste trabalho uma pesquisa teórica, de materiais já produzidos que possam dá suporte para o decorrer do desenvolvimento do trabalho.
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA
A temática acerca da automutilação não deixa de ser um problema entre pessoas de várias idades e para a sociedade em geral, mas estas ocorrências são mais evidentes entre os jovens durante a passagem da adolescência para a idade adulta. Segundo (CUMINALE, 2019), trata-se de um distúrbio que ocorre na adolescência, que é caracterizado por machucados, mudanças de humor, déficit dos rendimentos escolares, isolamento. A autora relata que adolescentes que sofrem deste comportamento dizem sentir a sensação de tristeza, vazio, angústia ou raiva de si mesmo.
A autora ainda enfatiza que a automutilação não pode ser apenas um sintoma de suicídio, mas pode esconder o bullying, algum tipo de abuso (físico, emocional ou sexual) ou falta do apoio da família, mas também pode ser o início de crises de depressão. Ainda na perspectiva que a adolescência é uma fase de transição onde muitas vezes o adolescente cria um abismo entre os pais, proporcionando uma quebra na comunicação, a qual pode ser um dos fatores para a demora do diagnóstico ou a percepção dos machucados vistos pelos pais. SILVA e BOTTI (2018, p. 204), argumentam que a incidência de casos de automutilação é maior em meninas do que em meninos, “sendo 17% e 7,9%, mas respectivamente segundo dados de estudos realizados no Reino Unido, já que a falta de estudo quantitativos no Brasil ainda é baixo não permitindo uma análise mais precisa até o momento.
Com a evolução das conectividades no mundo globalizado o adolescente está sempre em contato com as diversas tecnologias, por exemplo a internet, que se tornou um meio de comunicação entre os adolescentes de várias idades, segundo a autora os adolescentes ou pessoas que instigam a prática da automutilação estão presentes nela (CUMINALE, 2019). 
A Internet possui impacto potencial no desenvolvimento de comportamento autolesivo não suicida e suicídio, neste contexto, pode se apresentar como ambiente de risco colaborando com a efetivação do comportamento, como também pode operar como estratégia contemporânea de prevenção (SILVA e BOTTI, 2018, p. 204)
Para as autoras o uso da internet por adolescentes que se auto lesionam pode ser um agravante para a iniciação do comportamento “auto lesivo” ou de automutilação que pode ser o de não suicida ou o suicídio, pois estes adolescentes estarão em contato com pessoas que instigam a pratica deste comportamento. Podemos entender que o adolescente está na fase de transição da adolescência para a vida adulta e está vivenciando seus conflitos, ao se deparar com um ambiente onde ele encontra pessoas na mesma situação e que já praticam este tipo de comportamento, o de se automutilar, o indivíduo fica mais suscetível a praticar o mesmo hábito que os outros. 
	Destacam ainda que as redes sociais podem esconder grupos que apregoam os mais diversos tipos de conteúdo nos seus ambientes virtuais, inclusive os de automutilação. Os adolescentes como são mais atraídos pela internet acabam sendo participantes destes grupos, não especificamente o de automutilação, mas há outros que também podem ser nocivos a vida destes indivíduos. 
Estudos apontam que a Internet intervém sobre indivíduos vulneráveis de duas formas principais: como espaço de apoio mútuo, com troca de experiências e suporte emocional, diminuindo sentimentos de solidão e isolamento, ou como espaço nocivo com troca de informações anônimas ou com gatilhos para comportamentos de risco (SILVA e BOTTI, 2018, p. 205).
	
O “individuo” como é retratado, acaba se deixando levar por poder encontrar nesses grupos ou em alguém o apoio que ele não obtém de seus genitores e assim acabam caindo muitas vezes nas ciladas das redes sociais. A vulnerabilidade destas pessoas na internet atualmente é muito maior, pois se alastra na internet os diversos conteúdos e sites que se tornam verdadeiros grupos de aconchego onde o adolescente pode encontrar resposta para suas insatisfações emocionais.
2.1 DEFINIÇÃO DE AUTOMUTILAÇÃO
A automutilação é definida atualmente como qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio e não socialmente aceita dentro de sua própria cultura e nem para exibição (GIUSTI, 2013, p. 29). 
Podemos entender a automutilação como uma maneira não saudável que indivíduos recorrem para suportar emoções destruidoras e não conseguem manifestar os seus sentimentos de outra forma, a não ser se automutilando. A prática geralmente inicia na pré-adolescência, entre 13 e 14 anos, e pode perdurar aproximadamente até os 30 anos. Essas ações têm como propósito reduzir a angústia emocional e ocorre geralmente em segredo.
A automutilação abrange uma ampla gama de comportamentos, incluindo: cortes superficiais; queimaduras; arranhões; mordidas; bater certas partes do corpo contra a parede ou objetos; contundir ou fraturar ossos; interferência no processo de cicatrização de ferimentos, com consequente aumento; arranhar e escavar a própria face, acompanhado de sangramento; infectar-se; inserir objetos em cavidades do corpo; puxarcabelos, além de esfregar pedaços de vidros na pele e outros, sempre realizados com a intenção explícita de causar danos ao organismo. Geralmente os indivíduos empregam mais de uma forma para se automutilar, em diferentes situações onde as áreas mais comumente atingidas são braços, pernas, peito e outras regiões na parte frontal do corpo, onde o acesso é mais fácil. Além disso, a automutilação é considerada um fenômeno heterogêneo que está associado a vários fatores precipitantes e acompanhado por experiências subjetivas (Ibid., p. 35).
Com base nas informações, a autora ainda destaca que os comportamentos de automutilação referido a “sensações descritas como intoleráveis, pois após o ato de se mutilar são seguidos por breve alívio, depois voltam a praticar tal comportamento apesar de sentirem vergonha e tentarem se esconder de consequentes lesões” (Ibid., p. 39).
Certos hábitos costumam ser repetitivos o que aumenta em questão de gravidade e apresenta graus variados como lesões leves de arranhar a pele com as próprias unhas ou se queimar com cigarros; passando por formas moderadas de cortes superficiais nos braços até chegar a mais grave como a auto nucleação e a autocastração. Outras formas graves de automutilação encontradas são a introdução de corpos estranhos no organismo, como agulhas e a amputação dos lobos da orelha (ALROE & GUNDA, 1995; BHARATH et al,1999).
A pessoa que se automutila não tem intenção de se suicidar, pois o motivo para essa prática é de amenizar as sensações de frustração do psicológico e emocional utilizando-se desse método agressivo para um alívio momentâneo do sofrimento mental por meio da dor física, comumente esses atos são praticados fora da visão de outras pessoas (Hospital Santa Monica, 2019). Por isso, nem sempre é fácil identificar os sinais de comportamento auto lesivo e das lesões provocadas, uma vez que estes são frequentemente escondidos, seja por vergonha ou por tal comportamento não ser aprovado pela sociedade ou pelo fato de entenderem que o que fazem com o seu corpo diz respeito apenas a eles.
2.2 AUTOMUTILAÇÃO – CLASSIFICAÇÃO E FATORES DE RISCO
FAVASSA E ROSENTHAL (1996) apud GIUSTI (2013), falam da automutilação que foi dividida conforme critérios clínicos e fenomenológicos, sendo em quatro categorias: estereotipado, grave, compulsivo e impulsivo. Onde destaca-se:
Automutilação do tipo estereotipado: tem-se comportamentos bastantes repetitivos, monótonos, fixos, frequentemente ritmados, causando lesões leves podendo progredir até as mais graves, pondo em risco a vida da pessoa que usa deste método. Os praticantes não sentem vergonha quando se mutilam e na frente de outras pessoas tentam disfarçar o seu comportamento. Esse tipo de automutilação está mais frequente em indivíduos que tem retardo mental e/ou autismo.
Automutilação do tipo grave: as lesões são bastante graves, colocando em risco a vida do indivíduo, os ferimentos são irreversíveis como a castração, e nucleação e amputação de extremidades. Têm ligação com temas religiosos, pensamentos de punição, delírios, tentação e salvação. Há também relação com sintomas psicóticos e/ou transtorno de personalidade.
Automutilação do tipo compulsivo: há uma sequência de comportamentos repetitivos, podendo acontecer várias vezes no mesmo dia. Um comportamento mais conhecido desse tipo de mutilação é a tricotilomania que é um distúrbio onde o indivíduo não tem controle do impulso, logo as ações são irresistíveis e recorrentes.
Automutilação do tipo impulsivo: é o ato de cortar a própria pele, se queimar e se bater. Diz a respeito de comportamentos com ações agressivo-impulsivos, geralmente decorre de vivências traumáticas, após forte emoção ou somente por lembranças.
Onde pode-se elucidar que são dois corpos que sofrem as agressões auto infligidas, um real e outro imaginário segundo Forbes (2004, p. 2): 
Enquanto Körper é o corpo material, mensurável, com que lida o médico, Leib é o corpo-corpo, vida, que não se mede no espaço cartesiano e com o qual, aliás, não podemos operar através de instrumento algum. Nenhum metro se oferece entre nós e o Leib. O Leib é determinante do Körper.
Nessa busca desesperada por alívio da dor, o indivíduo causa agressões dolorosas no corpo subjetivo e imaginário gerando as cicatrizes no corpo físico e real. Estes fatores o de agressão ao próprio corpo lhe afligindo.
2.2.1 Fatores de Riscos
As experienciais traumáticas comumente precedem e aparentam favorecer para o avanço da automutilação. A maioria das pessoas que se automutilam são adolescente e adultos jovens, apesar de outras faixas etárias também se mutilarem. Geralmente inicia na pré-adolescência ou no início da adolescência, é a fase onde as emoções são mais voláteis. 
Segundo GIUSTI (2013, p. 14) são diversos os fatores de riscos associados a automutilação, vejamos:
Características pessoais
· Falta de mecanismos de adaptação
· Pessimismo
· Insegurança
· Distorção da imagem corporal
· Baixa autoestima
· Instabilidade emocional
· Impulsividade
· Auto depreciação
· Transtornos psiquiátricos
· Transtorno de Personalidade Borderline
· Ansiedade
· Depressão
· Transtornos alimentares
· Transtorno de uso de substanciais
· Outros transtornos de personalidade
· Problemas relacionados a infância
· Negligencia
· Abusos (sexual, físico e emocional)
· Dificuldade de apego
· Doenças graves ou cirurgias na infância
· Estresse emocional precoce
· Social
· “Bullying”
· Informações sobre automutilação pela mídia (tv, internet)
· Colegas que se automutilam
· Dificuldade de relacionamento
· Família
· Dependência de álcool
· Ausência de algum dos pais
· Separação precoce dos pais
· Desvalorização por parte da família
· Violência familiar
· Relação familiar disfuncional
· Depressão em algum dos pais
Esses comportamentos se não tratados podem causar danos irreversíveis ou até mesmo a morte, onde os indivíduos que usam desses meios não saudáveis de aliviar a horrível dor emocional têm provavelmente a propensão de tentar ou a cometer o suicídio, a intenção não é tirar a própria vida, embora após o ato o resultado possa ser a morte, todas essas situações contribuem para aumento de casos de comportamentos auto lesivos, por isso não devemos menosprezar essa prática bastante utilizada pelos jovens.
2.3 AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA:
A prática da automutilação é mais comumente entre adolescentes e adultos jovens que sofrem pressões psicológicas, podendo ocorrer em qualquer idade desde a infância até a velhice, no entanto os índices maiores são na adolescência, a fase de transição no desenvolvimento psicológico, físico e social, sendo a passagem da infância para a idade adulta. Além disso, alguns indivíduos que se automutilam param com esse comportamento independentemente de qualquer intervenção, provavelmente devido ao desenvolvimento de mecanismos mais eficientes para lidar com situações adversas que acontecem normalmente com o desenvolvimento neuro cognitivo (NUNES, 2012; GIUSTI, 2013; GARRETO, 2015).
 Os adolescentes que se machucam para aliviar a dor são indivíduos que têm muita intensidade emocional, e o corte funciona como um analgésico para amenizar emoções como o medo, a ansiedade, a tristeza, a culpa e a raiva. 
Usam também deste método para aumentar a sensação de prazer, pois alguns jovens se sentem desconectados, como de alguma forma tivessem isolados, anestesiados, e as autolesões servem como uma sensação de prazer, porém vale destacar que não tem a ver com masoquismo (é uma prática erótica e sexual que tem relação do prazer relacionado a dor em algum tipo de ato sexual), a autolesão o indivíduo busca algum tipo de contato prazeroso para se sentirem vivos novamente (NUNES,2012,GIUSTI, 2013;GARRETO, 2015).
Possivelmente uma das causas para a prática da autolesão é poder chamar a atenção dos pais ou parentes e assim aumentar a chance de obter uma boa relação familiar, recebendo mais atenção e afeto da pessoa que está ao seu lado, sendo uma maneira de validar seus sentimentos. Muitas pessoas se cortam para diminuir cobranças, criticismo,tanto da família como da escola e de amigos, e a automutilação serve como uma fuga.
A adolescência acaba sendo, então, o período de maior sensibilidade aos afetos, com menor capacidade de expressão e enfrentamento, colocando esse público em situação de maior vulnerabilidade para experimentar esse comportamento como forma de encarar as crises características dessa faixa etária (GARRETO, 2015).
Cada fase de construção e reconhecimento da própria identidade é fundamental para a vida em sociedade, no entanto, abrange uma etapa de forte vulnerabilidade e vale nossa atenção, logo que o adolescente é um sujeito social com direitos fundamentais garantidos por lei, que devem ser efetivados.
2.4 Assistente Social e sua atuação ante a automutilação
O Assistente Social tem sua profissão regulamentada pela Lei 8.662/1993, é o profissional que luta pela garantia e ampliação da cidadania, cuja principal função é elaborar e executar políticas públicas de bem-estar social, atuando nas diversas questões sociais que define a: 
Questão social como sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. (...) a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente social (IAMAMOTO, 1997, p14).
Conforme Iamamoto, o assistente social trabalha com as mais variadas questões sociais, logo é nesse meio de produção da desigualdade, rebeldia e da resistência que insurgem a necessidade de intervenção do assistente social, sendo que o profissional atende tanto no individual como no coletivo.
No Código de Ética profissional (1993), o Artigo 5º trata sobre os deveres do assistente social nas suas relações com os usuários em: 
a-contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões institucionais; b- garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos/as usuários/as, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos/as profissionais, resguardados os princípios deste Código; c- democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos/as usuários/as; d- devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos/às usuários/as, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses; e informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos dados obtidos; f- fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o sigilo profissional; g- contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os/as usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados; h esclarecer aos/às usuários/as, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a amplitude de sua atuação profissional.
Percebe-se que o assistente social é um profissional que procura atender a sociedade de forma dinâmica, objetiva e prática, utilizando de seus instrumentos e técnicas que devem ser pautadas sobre a realidade social, baseando se no respeito aos princípios éticos fundamentais do Código de Ética Profissional, além de defender a liberdade, a democracia e a cidadania, enrijecendo o combate as várias formas de opressão, preconceito e discriminação.
Podemos avaliar que o assistente social na prática de suas funções no serviço social será como ponte entre a situação vivenciada pelo adolescente na etapa da vida que é a construção de sua identidade na sociedade, este juntamente com o apoio das áreas da saúde psicológica é que vão dá suporte para a interação do aluno com os demais. 
O assistente social busca transformar a natureza da realidade apresentada pelo usuário, através do seu arcabouço ético-político, teórico metodológico e técnico operativo. Os instrumentais utilizados como metodologia de trabalho são: observação, escuta sensível, olhar crítico, entrevista, visita domiciliar, estudo social e diagnóstico social ... O assistente social pelo seu amplo leque de intervenções, muitas vezes, é visto em uma equipe multiprofissional como o solucionador para problemas diversos, o que acaba corroborando para que o fazer profissional fique essencialmente técnico e interventivo (OLIVEIRA, 2019, p. 32).
	Como observado pela autora o assistente social busca fazer essa transformação do contexto da realidade da pessoa, onde se utiliza das prerrogativas citadas como a observação, esta prática poderá mostrar os pontos que deixaram claro que algo não está bem e que é preciso intervir. O assistente social não só observa, mas também escuta de forma compassiva o descrever da situação, eventualmente neste contexto se enquadra a questão do diálogo. 
É preciso o uso do diálogo, pois é necessário que um conheça o outro na convivência, e assim através da escuta do assistente social ouvindo os relatos da sua vida cotidiana nas falas dos alunos entrevistados, pois como mencionado anteriormente muitos destes alunos preferem falar da situação de automutilação somente com pedagogos ou mesmo o assistente social inserido na equipe escolar e um diálogo bem estruturado é uma das maneiras de poder ajudar esses adolescentes.
O contexto escolar se torna um fator de proteção importante, pois na grande maioria dos adolescentes que praticam a violência auto infligida, seus pais e/ou responsáveis desconhecem que estes adolescentes possam estar com este tipo de comportamento (ESMANHOTTO, 2019).
	
E ainda podemos contribuir que com, “A instrumentalização parte da entrevista inicial e posteriormente a “escuta qualificada”, o profissional passa a conhecer e se aproximar da realidade vivenciada pela família e pelo adolescente, onde este irá expor, sua convivência, sua vida social, características socioeconômicas, etc. Em casos de confirmação de automutilação o adolescente é encaminhado para atendimento de saúde e seguindo o acompanhamento dos assistentes sociais os quais o introduziram em atividades (Ibid., p. 6-7).
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL. 
Porque os adolescentes da atualidade praticam a automutilação? Esse é um recorrente questionamento feito, e podemos presumir porque a automutilação tem sido problema que vem crescendo entre a população adolescente do Brasil. Isso fez com que surgissem estudos interessados em compreender o impacto deste tipo de comportamento na vida da pessoa que se automutila, bem como entender os fatores internos e externos que podem explicar esta prática. Contudo, ainda não é possível encontrar um consenso entre os autores no que diz respeito às causas da automutilação. Mas, de acordo com Cedaro e Nascimento (2013):
A automutilação é o ato de se machucar intencionalmente, de forma superficial, moderada ou profunda, sem que haja intenção suicida consciente. Caracteriza-se por serem atos lesivos contra o próprio corpo, como cortes, perfurações, mordidas, beliscões e espancamentos, feitos a mão ou com o uso de objetos, alegando-se a intenção de aliviar tensões ou outros sentimentos egodistônicos.
Conforme os autores as agressões praticadas ao próprio corpo não têm intenção consciente de suicídio sendo um comportamento intencional e premeditado, suas formas variam de superficial, moderada ou profunda de acordo com a dor psíquica que os atormenta ou tensão psicológica levando-os a ter esses comportamentos autodestrutivos. 
A Constituição Brasileira de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), apresentam uma nova abordagem sobre políticas de proteçãointegral a infância e a juventude, pois procuram assegurar que às crianças e os adolescentes tenham acesso a políticas básicas, como a saúde, a educação e a assistência social. Essas respectivas legislações buscam proteger os adolescentes que se encontram em risco e vulnerabilidade social e pessoal, proporcionando-lhes garantias para as situações de ameaça ou violação de direitos (ESMANHOTTO, 2019, p. 4).
A violência auto infligida praticada por muitos adolescentes seja no âmbito escolar ou familiar, acaba por envolver as políticas de educação, saúde e assistência social. Partindo do raciocínio que este mesmo adolescente que está se automutilando no contexto escolar é o que vai necessitar de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), e será encaminhado para um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para inserção em atividades, consequentemente, o trabalho interdisciplinar e Inter setorial se faz essencial para a efetivação de medidas protetivas para o adolescente e sua família.
Por se tornar um problema de saúde pública, o tema em questão tem sido discutido entre as autoridades estatais, e especialista da saúde e da sociedade civil estão se unindo no enfrentamento da automutilação. A Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio foi instituída por meio da Lei Federal n° 13.819 de 26 de abril de 2019, representa a adoção de estratégias de prevenção ao suicídio e a automutilação implementadas pela União em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, como também a participação da sociedade civil e instituições privadas.
Mais tarde entrou em vigor no dia 27 de dezembro de 2019 a nova Lei n° 13.968/19 alterando o art. 122 do Código Penal que modifica o crime de incitação ao suicídio para incluir a conduta de induzir ou instigar a automutilação ou prestar auxílio material a quem a pratique (PEREIRA, 2019).
“Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
§1º Se dá automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§2º Se o suicídio se consuma ou se dá automutilação resulta morte:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
§3º A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
§4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
§5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
§6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
§7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. ”
Antes da sua alteração o crime tinha sua tipicidade atrelado ao resultado, ou seja, só haveria crime se na tentativa de suicídio o indivíduo tivesse no mínimo lesão corporal de natureza grave, esse foi um dos fundamentos que fez alterar a redação. Atualmente, a nova redação do crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio e a automutilação não estar mais vinculado a um determinado resultado, basta induzir, instigar ou prestar auxílio material que o crime já estará consumado.
4. JUSTIFICATIVA
Este trabalho será de grande relevância para auxiliar os profissionais de Serviço Social, bem como educadores e pais de alunos que se deparam com essa problemática. Sua importância justifica-se também pelo fato de se fazer um estudo para que se possa identificar as causas da automutilação, bem como, os impactos que isso traz para a vida da pessoa que se automutila. A pesquisa auxiliará como um suporte para a referida Escola conduzir determinada situação, além de apresentar sugestões preventivas de maneira que contribuam para a redução de casos de adolescentes que se automutilam.
É imprescindível a discussão do tema nas escolas, pois ainda existem adolescentes, jovens que praticam este tipo de comportamento, que tentam se desfazer de sentimentos ruins e buscam extravasar, tirar para fora esses sentimentos através do ato de se automutilar, pois na sua concepção a prática de se machucar lhe traz um alivio tanto físico como emocional.
Lembrando que durante as pesquisas e estágio na referida escola constatou-se que quando havia alguma ocorrência de caso de automutilação a direção mandava uma notificação aos pais ou responsáveis pedindo para comparecerem na escola. Notou-se que quando a notificação chegava até os pais sobre essa questão eles eram surpreendidos, pois desconheciam esse ato cometido por seus filhos. O trabalho poderá servir de base para possíveis observações dos pais com o comportamento de seus filhos.
 Na mídia vemos a movimentação e as propagandas e enunciados contra o suicídio, mas deixam de trazer totalmente para a realidade as causas desses suicídios. Temos que mostrar de forma firme que esses eventos acontecem verdadeiramente na vida dos adolescentes, jovens e principalmente os alunos. Devemos de forma explicita mostrar e cobrar que as políticas públicas de saúde sejam de fato exercidas, por isso o presente trabalho vem trazer a discussão desta temática nas escolas, fazendo agir e não apenas comemorar uma data instituída a prevenção de suicídio.
5. OBJETIVOS 
Em seguida enunciam-se os objetivos geral e específicos da pesquisa estes que norteiam o pensamento e a escrita deste trabalho.
5.1 OBJETIVO GERAL
Compreender os motivos que levam um adolescente a desenvolver o comportamento de automutilação, visando com isso, aumentar o conhecimento sobre os fatores correspondentes ao ato realizado.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Apontar os fatores que impulsionam o ato de mutilar-se e suas consequências físicas, psicológicas e comportamentais mediante a automutilação.
· Identificar a predominância do gênero sexual relativo a comportamentos auto lesivos.
· Listar quais os tipos de instrumentos utilizados para a prática da automutilação.
6. METODOLOGIA DE PESQUISA
O trabalho se iniciou através da escolha da escola piloto na qual seria desenvolvida a pesquisa com a entrega de questionários auto responsivos. No início do estágio foi visionado duas escolas piloto a e Escola Estadual Armando Mendes (GM3) e a Escola Estadual Santa Tereza, mas apenas em uma escola foi desenvolvida a pesquisa. Na escola Santa Tereza foi constatado um índice de ocorrências de automutilação entre os alunos da referida escola. Alguns destes casos só vieram à tona devido a interferência da pedagoga da escola e denúncias de colegas ou professores.
Antes da aplicação do questionário (apêndices) para os alunos tive um encontro com a pedagoga da escola anterior à paralisação devido a pandemia do Covid-19, no qual ela me relatou a respeito destes alunos, onde também expus minha ideia do projeto de TCC. Que após esta conversa ela selecionou alguns alunos inclusive aqueles que estavam entre os que se auto lesionam, então foram distribuídos entre estes alunos os questionários por parte da pedagoga para que os alunos mantivessem sua integridade preservada. 
Após a seleção dos alunos os mesmos levaram o questionário para casa, onde cada um respondia conforme seu próprio diagnóstico a respeito da automutilação e onde poderia contar sua experiência com a prática deste comportamento. No questionárioos alunos poderiam colocar nomes fictícios para garantir a preservação dos mesmos. O aluno poderia dizer quando conheceu o contexto de automutilação, se já praticou, ou se ainda pratica, e entre outras questões que serão apresentadas mais adiante.
Além do questionário o trabalho também contou com a pesquisa bibliográfica com produções anteriores para que pudesse dá suporte as afirmativas e discussões as quais o trabalho vai apresentando no decorrer de seu processo de andamento, ou seja, conforme for sendo desenvolvido.
7. ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA
Durante a pesquisa realizada através dos questionários que foram repassados para os alunos separadamente, a intenção era captar de forma geral a quantidade de alunos que possivelmente haviam na escola e que praticavam o comportamento de automutilação além daqueles que a direção e o apoio pedagógico já tinham relatado. 
Buscou-se trazer à tona os demais contextos de vida dos adolescentes (alunos) e o comportamento deles para que assim pudesse ser analisado os detalhes dos dados coletados através dos questionários. Conseguiu-se juntar e traçar um caminho que desse todo o apoio e que mostrasse aos alunos que aquela forma de conversar pelo meio das perguntas era a forma mais segura e confortável possível, pois além de estarem respondendo às perguntas da maneira que eles entendessem o contexto da automutilação, mas que se encaixasse no contexto da pesquisa e que assim pudesse gerar a parceria e que rendesse bons resultados para o trabalho e consequentemente para a produção do trabalho de conclusão de curso e também um alerta para a escola em geral.
A seguir será mostrado os dados e resultados qualitativo/quantitativos que foram gerados nesta pesquisa e debateremos de forma mais aberta possível mostrando a realidade e confrontando-a com a teoria e até possivelmente com dados estatísticos aqui já mencionados no decorrer do trabalho. 
A análise dos dados é importante para que se tenha a dimensão da problemática na sociedade verificando assim conforme as teorias o quanto mais próximo o pesquisador chegou da realidade fora do contexto teórico. Veremos a apresentação dos dados obtidos na pesquisa, seguido dos resultados e a discussão dos mesmos.
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS
	Foram repassados a pedagoga aproximadamente 40 questionários, a mesma distribuiu aos alunos, entre eles os que já tinham ocorrência de automutilação reconhecido pela escola. Nem todos os questionários foram respondidos devidamente conforme o esperado, mas na maioria teve-se êxito quanto aos dados adquiridos. 
É possível que alguns dos alunos não responderam o questionário devidamente para tentar não ser identificado, coisa que não aconteceria, pois, todos os questionários deveriam ser preenchidos com nomes fictícios, sendo deixado de modo verídico a idade para que pudessem ser usados nos dados quantitativos.
Dentre os questionários respondidos estão adolescentes (alunos) na faixa etária escolar entre 12 a 15 anos de idade, todos responderam o mesmo questionário sem distinção de raça, cor ou etnia, apenas de gênero, pois é ponto importante na pesquisa. Como mencionado os alunos fizeram a identificação com nome fictício, mas ainda assim alguns colocaram os nomes reais. Porém, quando mencionados nos dados deste trabalho serão tratados como alunos a, b ou c e os outros que se identificaram com o nome fictício serão identificados pelo mesmo.
Foi constatado pelo item 1 que a maioria dos questionários foram respondidos por alunas e a menor parte por alunos, adiante estaremos comentando mais sobre este percentual. O item 1 do questionário trata-se da identificação, contendo o nome, idade, série e o gênero. Destes dados serão tirados o quantitativo que como mencionado serão expostos e comentados posteriormente. 
No item 2 foi perguntado aos alunos como era a convivência com os pais, alguns mencionaram que era boa, mais a maior parte menciona que tinha discussões ou não se dava bem com padrastos, com os pais ou com algum responsável com quem morava e o cuidava.
No item 3 do questionário onde está o foco de perguntas principais foi perguntado aos alunos sobre a questão social que é a temática do trabalho a automutilação, á eles foram questionados como conheceram a respeito da automutilação, alguns disseram que foi pela internet, outros através de amigos, outros não souberam dizer como conheceram a prática de se auto lesionar.
Ainda no item 3 houve o interesse de saber se ao praticarem a automutilação eles haviam ingerido algum tipo de bebida ou entorpecentes, a maior parte disse que não ingerem bebidas alcoólicas e nem utilizam produtos torpes, mas uma pequena parte diz ter usado bebidas alcoólicas. 
Aos alunos foi perguntado se além deles quem mais sabia da pratica de automutilação que ele praticava, alguns responderam que seus amigos os “melhores amigos” seriam os únicos a saber, alguns disseram que a mãe havia descoberto, outros disseram que a escola descobriu por acaso através da representante de classe, outros disseram que não haviam contado a ninguém. Foi perguntado se ainda praticavam a automutilação e como haviam parado, alguns responderam que não praticavam mais, outros que ainda recorriam a este tipo de comportamento, alguns disseram ter parado por si só sem ter ajuda de ninguém. 
E ainda no questionamento foi perguntado se a escola dava algum tipo de suporte aos alunos a respeito do tema de automutilação, alguns disseram que a escola ajuda, outros disseram que ainda não tinham visto ou ouvido falarem sobre o tema, e outros disseram que a escola só dá ênfase devido ao mês amarelo que tem por interesse falar contra o suicídio. 
Na perspectiva de fazer a coleta de dados especificamente a respeito do que poderia ser o gatilho para uma serie de autoflagelo, foi destacado a seguir através de interpretação gráfica, de tabelas e interpretação teórica para que pudéssemos termos embasamento conceitual propicio a cada situação e características das falas dos alunos entrevistados.
7.2 ANÁLISE DOS DADOS
	Ao ter sido identificado o problema da automutilação na Escola Estadual Santa Tereza foi perceptível o quanto este problema social está bem próximo dos adolescentes na idade escolar, e principalmente mostrou que este problema é pouco conhecido pelos pais dos alunos que foram notificados. Nos dados coletados a partir dos questionários ficou evidente o quanto de adolescentes do sexo feminino tem o habito de provocar as lesões em si próprio. As porcentagens levando em conta que o total de questionários eram vinte e cinco e esse total é 100% vejamos a seguir o gráfico que mostra em porcentagem essa diferença. 
Gráfico 1.
O gráfico mostra que do total 73% dos que responderam o questionário eram meninas, e 27% eram meninos. Podemos levar e conta que o diagnostico pelos dados coletados na pesquisa e demostrado no gráfico evidencia que é certo quando afirma que o percentual de praticantes do habito de se automutilar está entre as adolescentes.
Na análise dos dados coletados destaca-se também os motivos pelos quais levaram esses adolescentes (alunos) a cometerem o ato da automutilação, é possível destacarmos algumas situações no cotidiano, na rua o em casa as quais não conseguiram lidar de forma madura e acabaram se deixar levar pelas sensações e emoções e a vontade de se desfazerem delas. 
Vejamos uma tabela com alguns determinantes extraídos dos dados da pesquisa através dos questionários semiestruturados.
Tabela 1
	Motivos que levaram os adolescentes a se automutilarem
	Categoria
	Subcategoria
	Percentagem
	Motivos que instigaram o adolescente a se automutilarem
	Problemas familiares/violência no lar
Problemas com transtornos/ depressão
Perda de pessoas queridas
Outras situações
	46%
23%
16%
15%
A tabela mostra a categoria a qual teve como contexto o título “Motivos que levaram os adolescentes a se automutilarem” destinada à análise e apresenta também a subcategoria descrevendo os motivos os quais levam os jovens a se automutilarem. Destaca-se entre as porcentagens que 46% do percentualé sobre “Problemas familiares”, seguido da subcategoria problemas psicológicos/depressão assume o segundo de maior percentual levando 23%. Podemos destacar também as subcategorias com menor percentual, mas não menos importante. A subcategoria “perda de pessoas queridas” aparece com 16% e “outras preocupações” aparece com 15%. 
Ressalta-se que na subcategoria está incluso, separação, discussões (xingamentos), não ter boa convivência, brigas no lar, atritos entre parentes e agressão física. Um dos adolescentes (aluno) responde a pergunta: “... qual motivo o (a) levou a se machucar? E o mesmo respondeu: “Foi quando meu pai bateu minha mãe” (aluno A, 16 anos). O entrevistado em questão só se auto lesionou devido ter ficado exposto a uma situação de medo e pavor ao ver o pai machucar a mãe. 
Segundo Mesquita Ribeiro; Mendonça; Maia, (2011), citado por Santos; Barros; Lima; Brasileiro (2018, p. 129), diz que aquele adolescente o qual não tem uma boa relação em família estar sempre propicio a este tipo de comportamento, pois o mesmo não encontra acolhimento, e está sempre envolvido em discussões e brigas em casa. Muitas vezes estes casos são irreversíveis sem que o afeto e a confiança no parente e familiar seja novamente conquistado. 
A segunda subcategoria que toma destaque é “Problemas com transtornos”, entre estes aprece a raiva, a tristeza, sentimento de culpa e patologias como a depressão. Podemos perceber que estas situações comumente em adolescentes que por alguma situação ou estado emocional causa-lhes reações como a raiva. A resposta de uma aluna foi referente a este sentimento junto a outros fatores; “...qual motivo o(a) levou a sentir essa vontade de se machucar?” e logo ela responde dizendo que “tristeza, solidão e raiva, muitas pessoas “mim” faz senti isso”. (Aluna B, 14 anos). Outra adolescente responde a mesma questão dizendo: “a solidão que eu sentia, sempre me sentia muito sozinha” (Sakura, 13 anos). Podemos perceber que entre os depoimentos aparece destacada a razão da solidão como um dos fatores para desencadear a intenção de se automutilar. 
[...] o suporte da família é o que permite ao jovem passar por essa etapa de forma saudável e equilibrada”. Por isso, os conflitos familiares e o sentimento de não pertencimento a esse núcleo são gatilhos que potencializam os ricos de automutilação. A família disfuncional é um conceito que abrange tanto a ausência física como o distanciamento emocional dos pais, o que gera a falta de interação entre os membros da família e o sentimento de solidão do jovem. Isso faz com que a pessoa também se isole das pessoas ao seu redor. Já que não têm com quem falar sobre seus sentimentos, os jovens optam pela autoflagelação. (Hospital Santa Mônica, 2018) in. Online.
Leva-se em conta que a família é o suporte base para o adolescente durante sua transição para a vida adulta, conforme o texto citado os conflitos que assolam a harmonia e a cumplicidade entre os familiares dentro do lar vai causando no adolescente o sentimento de solidão e levando-o a se isolar deixando de interagir com os demais causando-lhe assim o sentimento de solidão que segundo os relatos da pesquisa o adolescente irá se automutilar para que a dor interna ou aquele choro ou uma expressão não feita seja desfeita através da dor externa com os ferimentos ocasionados por si. 
Outro fator que foi percebido na pesquisa é que um dos alunos respondeu que só se automutilou devido ter “Depressão e Pânico do medo” (é síndrome do Pânico, mas esta forma foi a que a adolescente respondeu). É possível perceber que a adolescente se auto lesionava devido sentir os sintomas da depressão ou os sintomas de crises da síndrome do Pânico. Vejamos o conceito de síndrome do pânico e seus atributos para assim entender como se enquadra em um agente que impulsiona a automutilação. 
Afirmações desconexas a respeito da síndrome do pânico e má informação geram malefícios ao entendimento e compreensão pelos pacientes em relação à síndrome. Isso faz com que a pessoa, também designada paciente, fuja do diagnóstico e assim atrasando o seu tratamento. 
	Segundo o Hospital Psiquiátrico Santa Mônica (2018), esta síndrome trata-se de uma doença mental, também sendo destacada como uma das síndromes psiquiátricas de grande relevância atualmente. Essa síndrome caracteriza-se por crises de desespero e medo. No círculo médico essa síndrome ganha outra denominação e é chamada de “transtorno do pânico”. Este transtorno causa muita angustia e pânico, isso porque as pessoas não conseguem se controlar durante os momentos de crise. Pelo fato de não terem o comando durante ocorrências de crises, elas podem ocorrer enquanto a pessoa dorme. Este fato torna as pessoas mais inseguras atrasando sua qualidade de vida.
O transtorno do pânico (TP) é caracterizado por crises de ansiedade repentina e intensa com forte sensação de medo ou mal-estar, acompanhadas de sintomas físicos. As crises podem ocorrer em qualquer lugar, contexto ou momento, durando em média de 15 a 30 minutos.
Os ataques de pânico acarretam intenso sofrimento psíquico com modificações importantes de comportamento devido ao medo da ocorrência de novos ataques. Isso faz com que os pacientes procurem as emergências médicas em busca de causas orgânicas que expliquem seus sintomas (BIBLIOTECA, 2019).
	Seguindo nas subcategorias apresentadas na tabela, destaca-se em terceiro lugar com 16% dos dados “perda de pessoas queridas”, nesta subcategoria pode ser incluso a morte de membros da família como pai, mãe, avós ou tios, ou pessoas próximas como amigos. Muitos destes adolescentes não conseguem dissipar a dor interna e não conseguem aceitar a perda e acabam cometendo o ato de se automutilar, um dos alunos responde da seguinte forma quando é questionado acerca do motivo que o levou a se ferir; “Falta do meu tio, problemas de autoestima” (Milly. 15 anos), o outro responde “por causa que eu não tenho mais meu avô do meu lado” (aluno B, 15 anos). Vemos que a perda do ente querido na percepção do adolescente é algo ainda mais agravada com os sentimentos de solidão como mencionado anteriormente.
	Por último na amostra das subcategorias está “outras situações”, mas nessas está incluso preconceitos, bullyng, preconceitos sexuais por causa das preferências de gêneros. Destaca-se entre os questionários a resposta de um dos alunos, quando perguntado que motivos o levaram a se automutilar, o mesmo responde, “morte do meu amigo, ser homossexual, bullyng, baixa autoestima. ” (Billie Eillish, 14 anos). Percebemos que além da questão do bullyng que é comum entre os adolescentes e jovens na idade escolar, o mesmo pode ser prejudicial na construção da personalidade ou na autoestima de uma pessoa. 
O bullying é hoje uma moléstia que atinge a qualquer pessoa ou sociedade, seja ela rica ou pobre, onde os mais “fortes” prevalecem sobre os mais “fracos”. São atos de caráter maldosos e insanos, aplicados repetidamente a um indivíduo ou um grupo de indivíduos com diferentes características (LIMA, 2013, p. 11).
	Percebe-se segunda a autora que o bullying é uma ação onde é caracterizado várias formas de humilhação verbal e através de ações contra uma certa pessoa em particular ou um grupo especifico por uma pessoa mais “forte ou uma “pessoa rica ou até mesmo pobre. A questão é que o bullying pode ser praticado tanto uma pessoa quanto outra independente de classe social ou sexo com o intuito de causar dor e constrangimento moral através da exposição. 
A ação do bullying pode ser através de diversificadas formas, como, “colocar apelidos, ofender, zoar, sacanear, humilhar, excluir, discriminar, perseguir, assediar, bater, chutar, etc. A pessoa que pratica o bullying ela procurar ofender as pessoas procurando desmoralizar a vítima através das suas características seja socioeconômica, aparência ou até mesmo cultural.
São situações constantes com pessoas que apresentam características diferentes e individuais, típicos de cada pessoa, com o meio em que a mesma vive e com maneiras e hábitos que fogem do “padrãode normalidade”, sendo assim, o indivíduo que apresenta tal diferença é o principal alvo para ser vítima do bullying (LIMA. 2013, p. 13).
	Estas situações é que muitas vezes causam nas vítimas os sentimentos de inferioridade e para os que praticam ação sempre serão os autoritários e mais agressivos. Nestes casos os pais devem ter bastante atenção nas ações dos filhos e os professores no comportamento dos alunos dentro da sala e na escola. Nunca deixar de verificar uma possível ação de bullying contra algum aluno, sempre dando atenção ao diálogo e fala dos alunos. 
No contexto em relação a conversa a respeito do problema de automutilação, constatou-se que maioria dos adolescentes (alunos) da escola, muitos deles nunca contaram para alguém, que só um amigo ou colega sabia. Quando perguntando, “Você já contou para alguém que se automutilou? ” responderam, “Sim, uma prima.” (Aluna C, 13 anos); “Sim, meu namorado Andrey Nicolas. ” (Billie Eilish, 14 anos); “Não, ninguém. ” (Sally face, 14 anos); “Sim, meu ex melhor amigo, e uma amiga. ” (Aluna D, 14 anos); “Sim, meu amigo, ele sempre me ajuda. ” (Aluna E, 14 anos); “Sim, minha mãe”. (Aluna F, 15 anos). Percebe-se que dentre todos os entrevistados apenas um afirmou que a mãe soube que ele havia cometido ferimento em si. A busca e o aconselhamento sobre o assunto muitas vezes não são efetivados devidamente com os pais.
Na questão do sentimento que sentiam quando se cortavam, qual era a sensação ao fazer os cortes em seu corpo, foi perguntado, “Qual sensação você sentiu ao se automutilar? ” E os alunos responderam; “Sentia alívio” (aluna A); “Sentia raiva” (Aluna B, 14 anos); “Sentia Alivio” (Sakura, 13 anos); “Bem as dores passaram” (Ealy, 15 anos); “Aliviava a tristeza” (Aluna E, 14 anos). Percebe-se que dentre as respostas a prevalência da palavra “alivio” foi a que mais teve destaque, em outra resposta diz “que as dores passaram”, ou seja, tiveram alívio. 
Outras respostas dizem que ao se cortar sentia “raiva” e outra dizia “aliviava a tristeza”. Cada resposta vem com um cunho similar mais não idêntico, mas com algo em comum, que é o de aliviar a tensão, fazer sumir as dores da alma através da dor externa apregoado aos ferimentos na pele.
Tabela 2
	CONTEXTOS QUE MAIS INSTIGARAM OS ALUNOS A SE AUTOMUTILAREM
	1
	PROBLEMAS FAMILIARES
	31%
	2
	PERDA DE ENTES QUERIDOS
	19%
	3
	DEPRESSÃO
	12%
	4
	BULLYNG/PRECONCEITOS
	17%
	5
	SOLIDÃO
	11%
	6
	RAIVA
	10%
Vejamos a análise das principais causas que levaram os alunos a se automutilarem. Como vemos o primeiro em destaque foi a questão dos “Problemas familiares”, esse contexto rendeu 31% dos dados coletados com os questionários. É evidente que os conflitos familiares tiveram um destaque elevado, mas levemos em consideração que dentro deste contexto estão inseridos a violência doméstica, brigas, separação de casais, desentendimentos entre membros da família. Na segunda colocação com 19% evidenciou a questão da “perda de entes queridos”, nesta colocação enquadra-se a morte de pais, avós, tios e até amigos.
No contexto que envolvem patologias que foi designado como “depressão” com 12%, foi incluso também a síndrome do pânico ou transtorno do pânico por conter dados de caso na coleta das informações. Destaca-se também na categoria “bullying/preconceitos” com 17% das informações, o qual mostra que os preconceitos de diversas formas somam para o agravante do status de comportamento, nesta divisão foi incluído, na questão do bullying, as brincadeiras de cunho desmoralizante, agressões etc., e preconceitos raciais, socioeconômicos, sexuais.
A “solidão” neste contexto fica como quinto com 11%, pode ser incluso a solidão em si, como por exemplo que não tem amigos ou que se reservam sós sem que haja interação com os demais colegas. E por último está a “raiva”, essa soma 10% do contexto de causas que instigam a automutilação. Pode ser perceptível que todos esses conflitos e situações podem influenciar de forma direta, e as autoras (SANTOS; LIMA; SANTOS, 2019, p. 4) que destacam outras formas que podem instigar a automutilação e reafirma alguns dos fatores que aparecem destacados na pesquisa.
A automutilação está associada a transtornos mentais: como depressão, distúrbios de personalidade, bipolaridade, confusão mental, entre outros. Como também pode não estar associada a esses transtornos, podendo estar relacionada à tristeza, conflitos familiares como: separação dos pais, angústia, ansiedade, frustração, bullying e sensação de culpa. 
Estes dados são todos de suma importância para o trabalho, como por exemplo, o contexto dentro da temática em relação aos objetos utilizados para ferirem a pele. Devido à escassez de repostas dos alunos participantes da entrevista que pudessem arredondar mais as complementações para o trabalho. Mas este contexto será explanado de forma panorâmica. 
Muito falamos sobre as motivações que levam os jovens a se automutilarem, comentamos também as características que envolvem o comportamento que estes adolescentes na fase escolar demostram quando algo não vai bem em seu psicológico, mas não deixemos passar observações acerca do modo que estes jovens alunos utilizam objetos e quais são estes. Os autores não desenvolvem muito acerca do contexto, e ainda nos dados coletados não foi possível distinguir a tipologia desses objetos, recorremos então a busca bibliográfica de pontos em artigos publicados em anais e online que possam dá o suporte.
Segundo Goncalves (2019, p. 19) relata usando dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) que existem categorias que distinguem o grau da lesão auto infligida, vejamos:
A OMS trouxe, ainda, no Relatório Mundial sobre Violência e Saúde a definição de automutilação, que se caracteriza por tratar-se da destruição direta e deliberada de partes do corpo sem a intenção suicida consciente. Destaca-se no texto três categorias principais dessa violência, são elas: automutilação grave – inclusive cegarse e autoamputar dedos, mãos, braços, membros, pés ou genitália. Automutilação estereotipada – tal como bater a cabeça, morder-se, bater no próprio braço, cortar os olhos ou a garganta, ou arrancar o cabelo. Automutilação superficial a moderada - como cortar-se, arranhar-se ou queimar a pele, enfiar agulhas na pele ou arrancar os cabelos compulsivamente.
	A autora destaca os graus da automutilação como sendo “automutilação grave”, “automutilação estereotipada” e “automutilação. Em relação a automutilação grave foi relacionado ações como, prover em si a cegueira, possivelmente perfurando os olhos, amputando membros do corpo como dedo, mãos ou genitália. Refere-se também a automutilação estereotipada, relacionando como esta ação é feita com o uso e o não uso de objetos cortantes, bater-se, morder-se e arrancar os cabelos sem o uso de objetos cortante, e corta a garganta e outras formas com o uso de tais objetos. E ainda caracteriza a automutilação superficial-moderada, com a ação de promover arranhões, queimando a pele e ou enfiando agulhas na pele. 
	É possível interpretar através da análise da autora que as ações de cortar, amputar, perfurar a pele só podem ser feitos através de objetos cortantes como facas, giletes, agulhas e outros. Por exemplo como cita SEMIS (2016): “Lâminas de apontador, compassos, estiletes. Esses simples objetos que fazem parte do material escolar têm sido usados por adolescentes para automutilação, também conhecido por cutting.” 
Uma jovem de 15 anos contava, enquanto se encontrava em processo psicoterápico com uma das autoras do presente artigo, que cortava o braço com cacos de vidro e nele escrevia a palavra “Viva”. Narrava a que a mutilação de si mesma era uma forma de “se” sentir, uma forma de sair da sensação permanente de anestesiamento (FORTES E KOTHER, 2017, p. 360).
	As autoras evidenciam através da análise de relato de uma adolescente que se automutilava usando cacos de vidro. Podemos com o auxílio destes dados assim propor uma tabela com os tipos de materiais os quais os adolescentes utilizam comais frequência para fazercorte ou furos na pele. Vejamos?
Tabela 3.
	Matérias utilizados por adolescentes para se automutilar
	Materiais perfuro corantes
	Materiais não cortantes e ações de autoflagelo
	Facas
	Cigarro
	Giletes
	Plástico
	Lâminas de apontador
	Bater-se
	Compassos
	Arranhar-se
	Estiletes
	Arrancar cabelos
	Vidros
	
7.3 RESULTADO
Diante do tema estudado, percebeu-se que através dos dados os pais na maioria das vezes não sabiam que seu filho (a) estava se automutilando e que na maior parte das ocorrências se automutilavam para sentir alívio às tensões.
As principais causas que levam estes jovens e adolescentes a terem comportamentos automutilantes são os fatores sociais como os conflitos familiares, conflitos da adolescência, problemas de depressão, perda de algum ente querido, entre outras formas como a rejeição de si mesmo, a prática do bullying na escola, primeiras decepções amorosas, baixa autoestima, cobrança por perfeccionismo, questão econômica, falta de enquadramento social, fuga da realidade.
	Na análise dos dados coletados na pesquisa, pôde-se distinguir partes as quais possibilitou construir as argumentativas até aqui, pôde-se evidenciar de forma satisfatória o cenário no qual se enquadrava a temática, foi preciso buscar na escola as respostas para obter os resultados, pois como se sabe, este é um local propenso para o adolescente começar a se automutilar. Visto que, a automutilação se dar de ações que envolvem o bullyng, a agressão física e a moral, e com isso o tema em questão vem ganhando papel de destaque como assunto corrente nas mídias de notícias, estudos e produções científicas.
Como mencionado anteriormente não foi possível identificar nas pesquisas os tipos de materiais que os alunos usam na prática da automutilação, mas através do estudo bibliográfico conseguiu-se distinguir alguns destes instrumentos e também tais comportamentos que podem causar lesões. Segundo os dados obtidos a automutilação foi definida como o ato de lesionar-se com ferimentos auto infligidos com objetos cortantes e atos como, bater-se, arranhar-se, morder-se ou arrancar os cabelos compulsivamente afim de causar dor externa trazendo para si alivio interior. 
	Ao analisar as bibliografias pôde-se articular uma tabela com os materiais usados pelos jovens, entre estes materiais estão: a faca, as lâminas que segundo as pesquisas bibliográficas é o material mais usado para praticar este ato; também podemos verificar materiais incomuns, como plástico, este material é usado queimado e colocado sobre a pele para proporcionar queimaduras e dor. Outro item que emergiu nas pesquisas foi o vidro, mais precisamente o caco de vidro que foi usado para causar ferimentos na pele.
	No decorrer da construção dos argumentos através do acompanhamento dos referenciais teóricos foi possível distinguir as causas deste problema social. O adolescente que no caso é o aluno, neste trabalho aparece mencionado de duas maneiras, sendo rodeado por pressões psicológicas em casa e ainda enfrenta as mazelas da sociedade, que são as convivências sociais malsucedidas, seja pelo fato de si isolar ou porque muitos destes alunos são expostos a circunstâncias desagradáveis na escola. Segundo os dados da pesquisa é possível apresentar melhorias para este impasse nas escolas e em família, por exemplo:
· A família deve estar atenta ao comportamento do adolescente:
· Verificar porque o adolescente passa muito tempo usado roupas como, camisas de manga longa e calça comprida;
· A família deve proporcionar aos adolescentes o carinho, a atenção, o cuidado ao desferir palavras contra os adolescentes, que possam trazer sentimentos de inutilidade, de incapacidade.
· A escola deve promover campanhas de conscientização contra o suicídio e automutilação periodicamente;
· Na escola deve haver equipes de pedagogos e psicólogos que poderão servir de ajuda a qualquer caso notificado pela escola; 
· Ao ser diagnosticado casos de automutilação a coordenação da escola deve encaminhar este adolescente para a junta medica, para possíveis curativos caso haja ferimentos do ato, ou pelo fato deste aluno ter que fazer o acompanhamento psicológico;
· O aluno deve ser inserido em contextos de atividades extracurriculares e em grupo, para que os mesmos possam manter-se ocupado.
· Alguns destes pontos que chamaram a atenção foi a respeito de proporcionar ao aluno a ideia de poder destruir os objetos que lhe ferem a pele.
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os dados da pesquisa foram importantes, pois com a análise feita nos questionários foi possível montar os tópicos estipulados para preenchimento das questões norteadoras e formação diante das argumentações plausíveis acerca da temática. Observando as relações sociais apresentadas pela pesquisa, verificou-se que algumas sobressaíram.
 Diante disto foi exposto este resultado no tópico 2, “apresentação do tema” o qual explana os conceitos relacionados ao tema sobre a automutilação buscando em teóricos como, GUISTI (2013). Foi possível demostrar argumentativas sobre as faixas etárias e a predominância do sexo que mais se destaca como aquele que pratica mais a automutilação, sendo referenciado por teóricos como SILVA e BOTTI (2018). 
O tópico se estende mostrando as causas deste fenômeno e um deles é o conflito familiar, como por exemplo a separação dos pais, que consequentemente leva o adolescente a se sentir desamparado, abandonado, indefeso, causando assim transtornos na vida do jovem. Outra causa provável pode ser na transição do aluno na fase da adolescência para a idade adulta, momento esse em que é preciso a emancipação de aspectos da adolescência para ser agregados as particularidades da vida adulta, onde o indivíduo projeta e faça emergir sua personalidade e buscando em teóricos como FORBES (2004), NUNES (2012) e GARRETO (2015) as bases para a argumentativa. O tópico acrescenta ainda mais relevando a atuação do assistente social no impasse da problemática em relação ao aluno na escola, cujas teorias mais exequíveis buscou em IAMAMOTO (1997), OLIVEIRA (2019) as bases para argumentar o papel deste profissional na questão social.
No tópico 3 que teve por título “Problematização do tema e a relação com a questão social”, foi possível argumentar sobre o impacto desta problemática na relação à questão social e o porquê tem se tornado um problema de saúde pública, devido a cada dia crescer o número de jovens que estão machucando o próprio corpo, esse hábito não saudável é também oriundo de problemas psicológicos, depressão ou psicopatias buscando em CEDARO E NASCIMENTO (2013) bases para esta argumentativa. 
Também foi possível discutir acerca dos instrumentos das leis que asseguram a segurança destes adolescentes que muitas vezes são vítimas de influencias em meios tecnológicos e em redes de comunicação virtual. Buscou-se nas Leis Federal n° 13.819 de 26 de abril de 2019 e Lei n° 13.968/19 alterando o art. 122 do Código Penal embasamento para firmar os argumentos. 
A análise das pesquisas se estendem e é possível distinguir os tipos de materiais usados pelos adolescentes para se automutilarem, mas vale ressaltar que a busca foi feita através de pesquisa bibliográfica para que pudesse ter dados relevantes e satisfatórios, pois nas entrevistas não foi constatado respostas que remetem a esta questão, para isso buscou-se teóricos como SEMIS (2016), GONÇALVES (2019).
8. CONCLUSÕES 
A pesquisa foi de grande relevância para o aprofundamento de conhecimentos relacionados a esse fenômeno de automutilação nos jovens e adolescentes de nossa sociedade. Contribuiu de forma significativa para minha formação como acadêmica do Curso de Serviço Social. Bem como para a instituição que trouxe produção cientifica de grande importância, sendo possível ser usado como bases de pesquisas futuras para os próximos universitários.
O trabalho seguiu todos os passos necessários para alcançar os objetivos traçados e chegando assim no resultado final, considerando que algumas ações podem não ter sido efetivas, mas muito do fenômeno de automutilação foi revelado,indicando que sua influência transcende os muros da escola. O estágio poderia abordar de forma mais significativa propondo de fato intervenções e práticas, mas este caso posteriormente poderá ser avaliado.
Deste modo, é possível dizer que os sentimentos não brotam de maneira espontânea no sujeito, pois são respostas a estímulos e com resultados de fatos sociais. A pesquisa mostrou que esses fatores sociais não podem ser desprezados, e é exatamente aí que podemos exigir políticas públicas condizentes a essa realidade. Sendo assim, espera-se que de algum modo, esta investigação contribua para discussões e debates, trazendo luz para um tema tão relevante.
	Pode-se ainda argumentar que o Estado der de fato a importância devida a esta temática, trazendo para a realidade os debates na esfera de saúde, assistência social e vincular o tema ao cotidiano de ações que consigam ser feitas nas escolas e assim poder levar as observações para dentro dos lares, tendo o potencial de causar uma maior movimentação na sociedade a respeito do assunto, fazendo conhecedores aqueles que ainda são laicos a respeito da automutilação.
	Conclui-se que as pesquisas em relação ao que leva os adolescentes a pratica da automutilação foram sanados, pois é possível constatar os tipos de fatores responsáveis e que estimulam os alunos a começarem a se automutilar. Foi gratificante sair na busca de dados e assim mostram que este tipo de fenômeno acontece no nosso cotidiano e os assistentes sociais podem está atuando como agentes de melhoria direta ou indiretamente. Pode-se dizer também que a questão da predominância da automutilação entre os gêneros foi identificada nas pesquisas. Sendo o destaque para o gênero feminino que toma a maior parte das respostas nos questionários, assim entrando em concordância com os referenciais. Também em relação aos materiais usados pelos adolescentes para se auto mutilarem, foi contatado o uso de objetos cortantes e não cortantes, mas levando sempre ao investimento a dor física para tentar desfazer a dor emocional.
Portanto, é conclusivo que tudo correu no mais previsto possível, foi satisfatório obter os dados precisos para a elaboração, o andamento e a conclusão do trabalho e tudo que foi adquirido será como um aporte onde poderemos retornar e usá-lo, pois o conhecimento compartilhado é rico e se torna melhor que aquele que um dia foi arquivado e se tornou esquecido. 
REFERÊNCIAS
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ARAÚJO, Juliana Falcão Barbosa; CHATELARD, Daniela Scheinkman; CARVALHO, Isalena Santos; VIANA, Terezinha de Camargo.O corpo na dor: automutilação, masoquismo e pulsão. Estilos Clin, São Paulo, v. 21, n. 2, 497-515, 2016. Acesso em 14/04/2021.
CUMINALE, Natalia. Aumenta os casos de automutilação entre os jovens. Publicado em 2 ago 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/aumentam-os-os-casos-de-automutilacao-entre-os-jovens/amp/. Acesso em:15/05/2021
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ESMANHOTTO, Marialda. A Sistematização Da Prática Do Assistente Social Abrangendo A Violência Auto Infligida No Contexto Da Adolescência. Anais do º Cogresso PARAENSE DE Assistentes sociais: “OTrabalho do/a Assitente Social em Tempo de Retrocessos: Defesa de Direitos e Lutas Emacipatórias”. Ponta Grossa, Parana – 2019 – ISBN: 978-63119-03-2.
FORBES, Jorge. As exposições clínicas: além das teorias e dos protocolos, a diferença clínica é dada por quem trata. Seminário de Jorge Forbes, 2004. Acesso 30/04/2021.
FORTES, I. & KOTHER, M. (2017). Automutilação na adolescência - rasuras na experiência de alteridade. Psicogente, 20(38), 353-367. http://doi.org/10.17081/psico.20.38.255.
GIUSTI, Jackeline Suzie. Automutilação: características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo compulsivo. Tese (Doutorado em Psiquiatria) – Faculdade de Medicina e São Paulo, 2013. Acesso em 13/04/2021.
GARRETO, A. K. P. O Desempenho executivo em pacientes que apresentam automutilação. 2015. 223 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Acesso em 28/04/2021.
GIUSTI, J. S. Automutilação: características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo compulsivo. 2013. 184 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: www.teses.usp.br/>Teses/disponíveis? Acesso em 28/04/2021.
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Hospital Santa Monica. Automutilação na adolescência: o que está por trás do ato? Out/2019. Disponível em: https://hospitalsantamonica.com.br/automutilacao-na-adolescencia-o-que-esta-por-tras-do-ato/. Acesso em: 10/06/2021
SANT'ANA, Izabella Mendes. Autolesão não Suicida na Adolescência e a Atuação do Psicólogo Escolar: Uma Revisão Narrativa. Revista de Psicologia da IMED, Passo Fundo, v. 11, n. 1, p. 120-138, abr. 2019. ISSN 2175-5027. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/3066/2164. Acesso em: 23 jun. 2021. doi:https://doi.org/10.18256/2175-5027.2019.v11i1.3066.
SILVA, Aline Conceição e BOTTI, Nadja Cristine Lappan. Uma investigação sobre automutilação em um grupo da rede social virtual Facebook. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. Port.) [online]. 2018 vol. 14, n.4, pp. 203-210. ISSN 1806-6976. http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2018.000355. 
ANEXO	
QUESTIONÁRIO PARA O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM SERVIÇO SOCIAL PELA UNIASSELVI POLO DE TEFÉ
UNIVERSITÁRIA: Fabíula Valentim dos Santos
________________________________________________________________________
1.	IDENTIFICAÇÃO:
1.1	Nome Fictício: _______________________________________idade: __________
1.2	End.: ______________________________________________________________
1.3	Sexo: _____________________________________________________________
1.4	Série/ano: _________________Turno: _________________ Turma:____________
2.	GRUPO FAMILIAR:
2.1	você mora com quem? _______________________________________________
2.2	você mora com quem? _______________________________________________
2.3	qual sua relação com sua família? () Ótima ( )Boa ( )Ruim
	Se é ruim, porque?
3.	EM RELAÇÃO A AUTOMUTILAÇÃO:
3.1	você sabe o que é automutilação?	( ) Sim 		( ) Não
3.2	como descobriu a automutilação?	( )Amigos 	( )Internet
	( ) Outros: Qual?____________________________________________________
3.3	você já sentiu alguma vez vontade de se automutilar? ( )SIM 		( )Não
	Se sim, qual motivo o(a) levou a sentir vontade de se machucar?
	_________________________________________________________________
3.4	qual parte do corpo você costuma machucar? ____________________________
3.5	você já usou alguma substância para praticar as lesões?
	( )Álcool		( )Drogas		
( )Outros? __________________________
3.6	qual a sensação que você sentiu ao se automutilar? _______________________
3.7	com quantos anos você se mutilou pela primeira vez? ______ anos
	E hoje ainda se machuca? _____________________________________________
3.8	você já contou a alguém que se automutilou? ( )Sim		( )Não
	Em caso afirmativo, quem? __________________________________________________
(Não precisa escrever o nome, somente dizer a relação que você tem com essa pessoa)
3.9	quando você se machucou, alguém da escola soube?	 ( )Sim 	( )Não
	Se sim, quem?_____________________________________________________

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