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Yamaha - Rabeta

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PREFÁCIO
A Divisão de Serviços Náuticos Yamaha publicou este texto de treinamento.
Ele foi compilado e feito para as aulas de treinamento YTA Bronze e será
uma grande ferramenta quando você iniciar seu treinamento YTA ou as aulas
de certificação YTA Bronze.
Texto de Treinamento YT A
Bronze
2008 por Yamaha Motor do Brasil Ltda.
2ª Edição, Abril de 2008
Todos os direitos reservados.
É expressamente proibida qualquer
reimpressão ou uso não-autorizado
sem a permissão por escrito da
Yamaha Motor do Brasil Ltda.
Impresso no Japão
O QUE NÓSO QUE NÓSO QUE NÓSO QUE NÓSO QUE NÓS
APRENDEMOS NOAPRENDEMOS NOAPRENDEMOS NOAPRENDEMOS NOAPRENDEMOS NO
VVVVVOLOLOLOLOLUMEUMEUMEUMEUME
INTRODUÇÃO
1. Vamos entender as funções da unidade
de transmissão do motor de popa, assim
como os nomes das peças e as funções
de seus componentes.
2. Vamos aprender as diferenças de acordo
com o tamanho ou o modelo do motor de
popa.
3. Vamos entender a estrutura de cada
componente e os itens necessários para o
trabalho de serviços.
Grupo de força
Unidade de transmissão
TIPOS DE SISTEMAS DE
CÂMBIO ............................................... 3-5
FUNÇÃO DO SISTEMA DE
CÂMBIO ............................................... 3-6
TIPO DE CÂMBIO.................................... 3-7
MECANISMO SELETOR ......................... 3-8
OPERAÇÃO DO CÂMBIO .......................... 3-8
TIPO ÊMBOLO ........................................ 3-9
TIPO DESLIZANTE................................3-11
CARGA DE EMPUXO ...............................3-13
EMPUXO DA ENGRENAGEM ...............3-13
EMPUXO DO HÉLICE ...........................3-14
EMPUXO TOTAL ....................................3-15
TERMOS DE ENGRENAGENS .............3-16
DESCARGA DE GÁS DE ESCAPE
E ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO .................3-16
ESCAPE ACIMA DO HÉLICE................3-17
ESCAPE PELO CUBO DO
HÉLICE...............................................3-17
ESCAPE PELO CUBO DO HÉLICE
DURANTE A MARCHA À RÉ
(EMPUXO DUPLO) ............................3-17
MECANISMO DE REFRIGERAÇÃO
DO GÁS DE ESCAPE ...............................3-18
LUBRIFICAÇÃO DA RABETA ..................3-18
TIPOS DE INSTALAÇÃO
DO HÉLICE ...............................................3-19
TIPO PINO DE CISALHAMENTO..........3-19
TIPO ESTRIADO ...................................3-19
CAPÍTULO 4
MONTAGEM E AJUSTE
DO CÂMBIO
INTRODUÇÃO ............................................. 4-1
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI........... 4-1
PRECAUÇÕES PARA A
MONTAGEM ......................................... 4-2
MONTAGEM DE ENGRENAGENS
CÔNICAS..................................................... 4-2
DISTÂNCIA DE MONTAGEM .................. 4-3
FOLGA ENTRE ENGRENAGENS........... 4-3
CONTATO DO DENTE ............................. 4-3
FOLGA ENTRE ENGRENAGENS .............. 4-4
MÉTODO DE MEDIÇÃO .......................... 4-4
PONTOS FUNDAMENTAIS PARA A
MONTAGEM ................................................ 4-5
CAPÍTULO 1
FUNÇÃO E ESTRUTURA DA
UNIDADE DE TRANSMISSÃO
INTRODUÇÃO ............................................ 1-1
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI ......... 1-1
FUNÇÃO E ESTRUTURA .......................... 1-2
UNIDADE INTERMEDIÁRIA ................... 1-2
RABETA ................................................... 1-4
ROTA DO AR DE ESCAPE E
ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO ............... 1-5
TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA
E UNIDADE DE TRANSMISSÃO .........1-5
CAPÍTULO 2
UNIDADE INTERMEDIÁRIA
INTRODUÇÃO .............................................2-1
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI...........2-1
ROTA DA ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO...... 2-2
2 TEMPOS ...............................................2-2
4 TEMPOS ...............................................2-2
ROTA DO GÁS DE ESCAPE ...................... 2-3
MECANISMO DE REDUÇÃO DE
RUÍDO DO GÁS DE ESCAPE .................... 2-3
CAPÍTULO 3
RABETA
INTRODUÇÃO .............................................3-1
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI...........3-1
GRADES .................................................. 3-2
RABETA DO MOTOR DE POPA .............. 3-3
TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA
MOTRIZ ....................................................... 3-3
NOMES DAS PEÇAS .............................. 3-3
TRANSMISSÃO DA FORÇA DE
ACIONAMENTO ...................................3-4
RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO ............... 3-4
AMPLIFICAÇÃO DO TORQUE ................3-4
SISTEMA DE CÂMBIO ............................... 3-5
1-1
CAPÍTULO 1 - FUNÇÃO E ESTRUTURA DA UNIDADE DE TRANSMISSÃO
INTRODUÇÃO
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI
Vamos aprender o nome e a função básica
de cada componente da unidade de trans-
missão.
Unidade de transmissão
Unidade
do suporte
Unidade
intermediária
Rabeta
FUNÇÃO E ESTRUTURA
Vamos aprender o nome e a função básica
de cada componente da unidade de trans-
missão. As figuras mostram o desenho da
seção transversal de um motor de popa tipo
médio geral quando visto da borda esquerda
do barco.
A unidade de transmissão é classificada prin-
cipalmente como unidade intermediária na
porção superior, rabeta na porção inferior e
unidade do suporte, utilizada para instalar o
motor de popa no barco.
Unidade intermediária
Rabeta
Unidade do suporte
1-2
CAPÍTULO 1 - FUNÇÃO E ESTRUTURA DA UNIDADE DE TRANSMISSÃO
1. Detalhes (2 tempos)
2. Detalhes (4 tempos)
Eixo de transmissão A potência do motor é transmitida para o sistema de câmbio.
Coletor de escape Passagem do gás de escape
Silencioso Redução do ruído e refrigeração do gás de escape
Rotor da bomba de água Bomba que aspira a água de refrigeração
Eixo de transmissão A potência do motor é transmitida para o sistema de câmbio.
Coletor de escape Passagem do gás de escape
Silencioso Redução do ruído e refrigeração do gás de escape
Rotor da bomba de água Bomba que aspira a água de refrigeração
Cárter de óleo Refrigeração do óleo do motor
Rabeta
UNIDADE INTERMEDIÁRIA
A unidade intermediária é composta de um
eixo de transmissão, um rotor e um silencioso
que formam uma passagem para a transmis-
são da potência do motor para o hélice e
também para a água de refrigeração e o gás
de escape.
Grupo de força
Unidade intermediária
Unidade do suporte
1-3
CAPÍTULO 1 - FUNÇÃO E ESTRUTURA DA UNIDADE DE TRANSMISSÃO
RABETA
A rabeta é composta de um sistema de
câmbio, eixo do hélice e hélice. Adicional-
mente, também são instalados um orifício de
entrada da água de refrigeração, uma placa
para estabilizar o barco durante o cruzeiro e
uma aleta (skeg) para proteger o hélice con-
tra objetos estranhos na água. A rabeta é
uma peça importante que converte a potên-
cia do motor na força motriz para frente ou
para trás e proporcionar a força de aciona-
mento, admite a água de refrigeração para
refrigerar o motor, silencia o ruído do gás de
escape e difunde a refrigeração.
Grupo de força
Unidade intermediária
Rabeta
Unidade do suporte
Placa anti-respingos Esta placa é utilizada para impedir que a água respingue para cimadurante o cruzeiro.
Placa anti-cavitação Esta placa é projetada dessa maneira para que o hélice não sugueo ar durante o cruzeiro em alta velocidade.
Sistema de câmbio
Este sistema de câmbio funciona como uma embreagem e
converte a potência do motor na força motriz para frente ou
para trás e a transmite para o eixo do hélice.
Eixo do hélice Este eixo do hélice transmite a força do sistema de câmbiopara o hélice.
Hélice Este hélice converte a força do eixo do hélice na força de acionamento.
Aleta (skeg) Esta aleta (ou skeg) protege o hélice de danos e melhora aoperabilidade do barco.
Entrada da água de
refrigeração Orifício de entrada da água de refrigeração
ROTA DO AR DE ESCAPE E ÁGUA DE
REFRIGERAÇÃO
1. Em funcionamento em altas velocidades
Conforme mostrado na figura, o gás de esca-
pe descarregado do motor e a água de refri-
geração admitida pelo orifício de entrada de
água são forçados a circular no interior do
motor de popa e então são descarregados
na água através do orifício de escape. Uma
parte desta água de refrigeração é descarre-
gada acima da água para assegurar que a
água de refrigeração atinge com certezao
grupo de força. Esta água é chamada de
água-piloto.
Água-piloto
Gás de escape
Água de refrigeração
1-4
CAPÍTULO 1 - FUNÇÃO E ESTRUTURA DA UNIDADE DE TRANSMISSÃO
1. Função e estrutura
Uma pequena engrenagem é instalada na
parte mais baixa do eixo de transmissão. Es-
ta engrenagem é chamada de ‘pinhão’. Como
este pinhão se localiza em ângulo reto com
as engrenagens de marcha à frente e à ré, a
direção de saída é alterada em 90 graus.
O pinhão, a engrenagem de marcha à frente
e a engrenagem de marcha à ré estão sem-
pre acopladas uma com a outra e girarão
enquanto o motor estiver girando. Quando o
seletor é acoplado com a engrenagem de
movimento para frente ou para trás, uma for-
ça é aplicada ao eixo do hélice para girar o
hélice.
2. Em marcha lenta ou velocidade de
pesca
TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA E
UNIDADE DE TRANSMISSÃO
A potência produzida pelo motor é transmi-
tida para o sistema de câmbio no interior da
rabeta por meio do eixo de transmissão.
O sistema de câmbio converte esta potência
na força motriz para frente ou para trás e a
transmite para o hélice através do eixo do
hélice. O hélice converte esta força na força
de acionamento para mover o motor de popa
para frente. Como o motor de popa é fixado
ao barco pela unidade do suporte, o barco
pode ser movido para frente ou para trás.
Água-piloto
Gás de escape
Água de refrigeração
2-1
CAPÍTULO 2 - UNIDADE INTERMEDIÁRIA
Em funcionamento em altas velocidades
INTRODUÇÃO
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI
Esta seção descreve a função de cada com-
ponente e o fluxo da água de refrigeração e
do gás de escape durante o cruzeiro em alta
velocidade.
Água-
piloto
Água-
piloto
Gás de escape
Água de
refrigeração
Em marcha lenta ou velocidade de pesca
Água de refrigeração
(Depois da refrigeração)
ROTA DA ÁGUA DE
REFRIGERAÇÃO
2 TEMPOS
Conforme mostrado na figura, a água de re-
frigeração aspirada no orifício de entrada
pela bomba é utilizada para refrigerar cada
parte do motor de popa e então é descarre-
gada. A quantidade de água de refrigeração
em circulação é pequena durante o cruzeiro
em baixa velocidade, assim como em marcha
lenta ou em velocidade de pesca. A água de
refrigeração é descarregada junto com o gás
de escape através do orifício de alívio da
marcha lenta. Por outro lado, o fluxo do gás
de escape se intensifica e ocorre em grande
quantidade durante o cruzeiro em alta veloci-
dade. A água de refrigeração é forçada a cir-
cular pelo cubo do hélice e então é descarre-
gada por ali.
4 TEMPOS
Em marcha lenta ou velocidade de pesca Em funcionamento em altas velocidades
Água de
refrigeração
Linha d’água
Linha
d’água
Água de refrigeração (Antes
da refrigeração)
2-2
CAPÍTULO 2 - UNIDADE INTERMEDIÁRIA
ROTA DO GÁS DE ESCAPE
Conforme mostrado na figura, mesmo a parte
mais baixa do coletor do gás de escape per-
manece submersa na água durante o cruzei-
ro em baixa velocidade. Portanto, o gás de
escape é descarregado por meio da abertura
ao redor do coletor durante o cruzeiro em
baixa velocidade e, em seguida, é descarre-
gado pelo orifício de alívio da marcha lenta.
A pressão do gás de escape é muito alta du-
rante o cruzeiro em alta velocidade. O gás de
escape empurra a água acumulada e então é
descarregado do coletor de escape. A pres-
são negativa, produzida pelo hélice nesse
momento, também ajuda o escape do gás
que é então descarregado através do cubo
do hélice.
MECANISMO DE REDUÇÃO DE RUÍDO
DO GÁS DE ESCAPE
Como a temperatura e a pressão do gás de
escape são altas, um som de explosão é pro-
duzido quando o gás de escape é emitido
para a atmosfera. Portanto, uma idéia para
reduzir o ruído do escapamento consiste em
reduzir a energia da alta temperatura e alta
pressão do gás de escape do motor de popa,
passo a passo. Adicionalmente, paredes iso-
lantes acústicas são instaladas para a água
de refrigeração, de modo a não transmitir o
ruído para o exterior.
Em marcha lenta ou velocidade de pesca Em funcionamento em altas velocidades
Gás de escape
Linha d’água
Linha d’água
Câmara de
expansão do
gás de escape
Água
Água
Fluxo de
gás de
escape
Em marcha lenta ou velocidade de pesca Em funcionamento em altas velocidades
3-1
CAPÍTULO 3 - RABETA
INTRODUÇÃO
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI
Este componente da unidade de transmissão
é uma peça importante para transmitir a
potência do motor e acionar corretamente o
motor de popa. Adicionalmente, vários tipos
de unidades de transmissão são fornecidos
de acordo com o tipo ou tamanho do motor
de popa. Esta seção descreve o nome e a
função de cada mecanismo em detalhe.
GRADES
A classificação dos motores de popa Yamaha
de acordo com o tipo da unidade de trans-
missão é mostrada na figura ao lado. A fun-
ção e o trabalho de manutenção da rabeta
podem variar dependendo do modelo da uni-
dade de transmissão. Portanto, você deverá
entender completamente as diferenças para
efetuar o trabalho de manutenção apropriado.
Grade de modelos 2
tempos
Modelo Posição da marcha Tipo de câmbio Sistema deescape
Sistema de
acionamento
do hélice
(Pivô Total)
Came do câmbio
deslizante / Êmbolo
do câmbio
Escape acima
do hélice
Pino de
cisalhamento
(Pivô Total)
Estriado
(Pivô Total)
Cubo do hélice
(Pivô Total) Escape acima
do hélice
Pino de
cisalhamento
Cubo do hélice Estriado
Escape acima
do hélice
Pino de
cisalhamento
Cubo do hélice Estriado
Tipo came rotativo /
Êmbolo o câmbio
Came do câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
Tipo came rotativo/
Êmbolo do câmbio
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (4 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (4 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
Grade de modelos 4 tempos
Modelo Posição da marcha Tipo de câmbio Sistema deescape
Sistema de
acionamento
do hélice
 (Pivô Total) Came do câmbiodeslizante
 Êmbolo do câmbio
Escape acima
do hélice Estriado
 (Pivô Total)
Escape pelo
cubo do hélice
Tipo came rotativo / Câmbio
Came do câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
Tipo came rotativo / Câmbio
Came do câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (4 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (4 esferas)
Haste de câmbio / Câmbio
deslizante (2 esferas)
3-2
CAPÍTULO 3 - RABETA
TRANSMISSÃO DA FORÇA DE
ACIONAMENTO
Conforme mostrado na figura, a potência do
motor é transmitida através de cada compo-
nente.
Engrenagem de
marcha à frente
Árvore de manivelas
Eixo de transmissão
Pinhão
Engrenagem de
marcha à ré
Seletor
Eixo do hélice
Hélice
RABETA DO MOTOR DE POPA
O desenho representa uma vista explodida
da rabeta. A rabeta é um componente impor-
tante para transmitir a potência do motor. Ela
também é fabricada em vários tipos, depen-
dendo do tipo e tamanho do motor de popa.
Esta seção fornece uma explicação detalha-
da do nome de cada mecanismo.
TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA
MOTRIZ
NOMES DAS PEÇAS
A figura mostra a vista explodida do sistema
de câmbio da rabeta. Apesar de o formato
poder variar dependendo do tipo de motor de
popa, este sistema de câmbio é o compo-
nente mais importante da unidade de trans-
missão, convertendo a potência do motor na
força de acionamento.
Bomba de água Eixo de transmissão
Chaveta meia-lua
Eixo do hélice
Seletor
Engrenagem de marcha
à frente
Rolamento (tipo rolos cônicos)
Retentor de óleo
Rolamento (tipo agulhas)
Anel de vedação
Rolamento (tipo esferas)
Engrenagem de marcha à ré
Eixo de transmissão
Pinhão
Engrenagem de
marcha à frente
Seletor
Engrenagem de
marcha à ré
Eixo do hélice
3-3
CAPÍTULO 3 - RABETA
Exemplo:
Quando a R.P.M. do motor (Ne)
é igual a 5000 (rpm)
o torque do motor (Te) é 3 (kg.m);
a potência em hp se torna igual a
0,0014 x 3 x 5000 = 21(PS)
Assumindo que a relação de transmissão deste
motor seja igual a 2, a R.P.M. se torna uma metade
da R.P.M. acima (2500 (rpm)).
RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO
Geralmente, a mudança de velocidade por
meio das engrenagens é utilizada para alte-rar a R.P.M. e o torque da transmissão. O tor-
que do grupo de força do motor de popa é
insuficiente para girar o hélice. Portanto, o
torque do grupo de força é amplificado pelo
sistema de câmbio e é transmitido para o ei-
xo do hélice. A relação de transmissão mos-
tra esta amplificação.
AMPLIFICAÇÃO DO TORQUE
Conforme descrito no exemplo, quando a
relação de transmissão do motor de popa é
igual a ‘2’, o torque para girar o eixo do hélice
é duas vezes maior do que o torque do motor.
Por sinal, a relação de transmissão dos mo-
tores de popa Yamaha está entre 1,77 a 2,92.
Relação de transmissão
Número de dentes da engrenagem de
marcha à frente e à ré
Número de dentes do pinhão (ZP)
Exemplo:
Relação de transmissão = Amplificação da relação
de torque do motor para o hélice
Nesse momento, o torque (Tp) é:
21(PS)
0,0014
Isto representa um torque duas vezes maior do que
o torque do motor acima.
SISTEMA DE CÂMBIO
TIPOS DE SISTEMAS DE CÂMBIO
1. F
A classificação dos motores de popa de acor-
do com o sistema de câmbio é mostrada na
figura ao lado. Basicamente, o câmbio apre-
senta as posições de ‘marcha à frente’, ‘pon-
to morto’ e ‘ marcha à ré’. Entretanto, alguns
modelos pequenos omitem a ‘ré’ e/ou o ‘pon-
to morto’. Nesse momento, o pivô da direção
é utilizado para a marcha à ré.
2. F-N
Modelos Posição da marcha
Outros modelos além dos mostrados
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Outros modelos além dos mostrados
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Modelos Posição da marcha
Modelos Posição da marchaModelos Posição da marcha
3-4
CAPÍTULO 3 - RABETA
FUNÇÃO DO SISTEMA DE CÂMBIO
1. Posição da marcha
O sistema de câmbio F-N-R da Yamaha pro-
porciona quatro funções.
2. Retenção da posição da marcha
3. Otimização da velocidade da operação
de mudança de marcha
Função Descrição
Mudança de marcha A marcha é mudada movendo-se o seletor. Confirmação
A posição da marcha é mantida Confirmação
Otimização da velocidade da
operação de mudança de marcha
(modelos médios e grandes)
Independente da velocidade da operação de
mudança de marcha; a marcha é mudada dentro
do tempo ideal.
Confirmação
Inserção e remoção
confiável da marcha
Um ressalto é fornecido no seletor e engrenagens
F/R. Este ressalto assegura a inserção e a
remoção corretas das marchas.
Confirmação
Função Descrição
Função Descrição
Mudança de marcha A marcha é mudada movendo-se o seletor. Confirmação
A posição da marcha é mantida
A posição da marcha é mantida ao mesmo tempo
em que a operação de mudança de marcha é
finalizada.
Confirmação
Otimização da velocidade da
operação de mudança de marcha
(modelos médios e grandes)
Independente da velocidade da operação de
mudança de marcha; a marcha é mudada dentro
do tempo ideal.
Confirmação
Inserção e remoção
confiável da marcha
Um ressalto é fornecido no seletor e engrenagens
F/R. Este ressalto assegura a inserção e a
remoção corretas das marchas.
Confirmação
Função Descrição
A posição da marcha é mantida ao mesmo tempo
em que a operação de mudança de marcha é
finalizada.
Função Descrição
Mudança de marcha A marcha é mudada movendo-se o seletor. Confirmação
A posição da marcha é mantida Confirmação
Otimização da velocidade da
operação de mudança de marcha
(modelos médios e grandes)
Independente da velocidade da operação de
mudança de marcha; a marcha é mudada dentro
do tempo ideal.
Confirmação
Inserção e remoção
confiável da marcha
Um ressalto é fornecido no seletor e engrenagens
F/R. Este ressalto assegura a inserção e a
remoção corretas das marchas.
Confirmação
Função Descrição
A posição da marcha é mantida ao mesmo tempo
em que a operação de mudança de marcha é
finalizada.
3. F-N-R
4. Pivô total
Quando se move de marcha à ré, o hélice é
virado em direção à proa operando-se a di-
reção. Como o braço de comando pode ser
disposto 180 graus na direção inversa, o
desempenho da operação da direção não é
prejudicado mesmo durante o movimento à
ré.
Outros modelos além dos mostrados
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Modelos Posição da marchaModelos Posição da marcha
3-5
CAPÍTULO 3 - RABETA
4. Inserção e remoção confiável das
marchas
Função Descrição
Mudança de marcha A marcha é mudada movendo-se o seletor. Confirmação
A posição da marcha é mantida Confirmação
Otimização da velocidade da
operação de mudança de marcha
(modelos médios e grandes)
Independente da velocidade da operação de
mudança de marcha; a marcha é mudada dentro
do tempo ideal.
Confirmação
Inserção e remoção
confiável da marcha
Um ressalto é fornecido no seletor e engrenagens
F/R. Este ressalto assegura a inserção e a
remoção corretas das engrenagens das marchas.
Confirmação
Função Descrição
A posição da marcha é mantida ao mesmo tempo
em que a operação de mudança de marcha é
finalizada.
TIPO DE CÂMBIO
1. Tipo came do câmbio deslizante
O sistema de câmbio F-N-R da Yamaha pro-
porciona quatro tipos de métodos de mudan-
ça de marchas. Um motor de popa típico é
mostrado na figura ao lado.
2. Tipo came do câmbio rotativo
3. Tipo deslizante (2 esferas)
4. Tipo deslizante (4 esferas)
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Tipo came do câmbio deslizante
Nome
Tipo came do câmbio rotativo
Tipo deslizante (2 esferas)
Tipo deslizante (4 esferas)
Nome
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Tipo came do câmbio deslizante
Nome
Tipo came do câmbio rotativo
Tipo deslizante (2 esferas)
Tipo deslizante (4 esferas)
Nome
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Tipo came do câmbio deslizante
Nome
Tipo came do câmbio rotativo
Tipo deslizante (2 esferas)
Tipo deslizante (4 esferas)
Nome
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Confirmação
Tipo came do câmbio deslizante
Nome
Tipo came do câmbio rotativo
Tipo deslizante (2 esferas)
Tipo deslizante (4 esferas)
Nome
3-6
CAPÍTULO 3 - RABETA
MECANISMO SELETOR
No sistema de câmbio F-N-R da Yamaha, o
mecanismo seletor dos modelos pequenos e
médios é ligeiramente diferente daquele exis-
tente nos modelos grandes.
OPERAÇÃO DO CÂMBIO
O método de mudança de marcha dos moto-
res de popa Yamaha é classificado principal-
mente em dois tipos, tipo êmbolo e tipo desli-
zante. Esta seção descreve cada operação
de mudança de marcha em detalhe.
Tipo deslizante
(4 esferas)
Tipo êmbolo
Tipo came do
câmbio deslizante
Tipo came do
câmbio rotativo
Tipo deslizante
Tipo deslizante
(2 esferas)
3-7
CAPÍTULO 3 - RABETA
TIPO ÊMBOLO
1. Tipo came do câmbio deslizante
Este tipo apresenta o êmbolo do câmbio e
possui o came para movimento. São propor-
cionados três estágios para determinar F, N
ou R na extremidade traseira do came.
Conforme a haste do câmbio é movida para
cima ou para baixo, o êmbolo do câmbio é
movido para frente ou para trás de acordo
com a posição deste estágio. Isso determina
uma combinação do seletor e engrenagens
de marcha à frente/marcha à ré.
Êmbolo
Came
Engrenagem de marcha à frente Engrenagem de marcha à ré
Eixo do hélice
Mola
Seletor
Êmbolo
Came
Engrenagem de marcha à frente Engrenagem de marcha à ré
Eixo do hélice
Mola
Seletor
Êmbolo
Came
Engrenagem de marcha à frente Engrenagem de marcha à ré
Eixo do hélice
Mola
Seletor
3-8
CAPÍTULO 3 - RABETA
2. Tipo came do câmbio rotativo
O tipo rotativo determina a posição da mar-
cha de acordo com a rotação independente
do came para cima/para baixo.Came
Engrenagem de marcha à frente
Mola
Came
Engrenagem de marcha à frente
Mola
Came
Engrenagem de marcha à frente
Mola
Êmbolo Seletor
Êmbolo Seletor
Êmbolo Seletor
3-9
CAPÍTULO 3 - RABETA
TIPO DESLIZANTE
1. Tipo deslizante (2 esferas)
Duas esferas instaladas no interior do câm-
bio deslizante são colocadas na parte do en-
talhe para manter a posição do ponto morto.
Se a força aplicada exceder a força de reten-
ção da esfera, a marcha será mudada rapida-
mente.
Came do câmbio
Seletor
Esferas de açoPosicionador
Came do câmbio
Seletor
Esferas de açoPosicionador
Came do câmbio
Seletor
Esferas de açoPosicionador
3-10
CAPÍTULO 3- RABETA
2. Tipo deslizante (4 esferas)
Duas de quatro esferas atuam na mudança
de marcha. As duas esferas restantes são
utilizadas para manter a posição da marcha.
Posicionador
Came do câmbio
Engrenagem de marcha à frente
Engrenagem de
marcha à ré
Esferas de aço Seletor Esferas de aço
Posicionador
Came do câmbio
Engrenagem de marcha à frente
Engrenagem de
marcha à ré
Esferas de aço Seletor Esferas de aço
Posicionador
Came do câmbio
Engrenagem de marcha
à frente
Engrenagem de
marcha à ré
Esferas de aço Seletor Esferas de aço
3-11
CAPÍTULO 3 - RABETA
Direção do empuxo
CARGA DE EMPUXO
Geralmente, conforme um objeto gira, são
produzidas forças na direção perpendicular a
90 graus da linha de centro da rotação e na
mesma direção que a linha de centro. Estas
forças são a carga radial e a carga de empu-
xo. (A carga de empuxo pode não ser produ-
zida todas as vezes.) Há dois tipos de cargas
de empuxo produzidas pela rabeta do motor
de popa, uma é produzida pela engrenagem
e a outra é produzida conforme o hélice
empurra a água.
EMPUXO DA ENGRENAGEM
No engrenamento das engrenagens cônicas
espirais, as engrenagens podem se afastar
ou se aproximar uma da outra dependendo
da direção do passo da engrenagem.
O apoio na direção da carga de empuxo
pode variar dependendo da orientação do
passo do pinhão. Como as cargas podem
afetar o ajuste da folga entre engrenagens,
vamos entender bem estas cargas.
1. Torção à esquerda
Nas engrenagens de torção à esquerda, a
carga de empuxo faz com que elas se afas-
tem uma da outra. A carga de empuxo do pi-
nhão é direcionada para longe do eixo do hé-
lice e o rolamento é posicionado na direção
que apóia a carga. As engrenagens de mar-
cha à frente e de marcha à ré também estão
sujeitas à força na direção oposta ao eixo de
transmissão e o rolamento é posicionado na
direção que apóia essa força.
Direção do
empuxo
Direção do
empuxo
2. Torção à direita
Para as engrenagens acopladas com torção
à direita, a carga de empuxo as aproxima
uma da outra. A carga de empuxo do pinhão
é direcionada para a aproximação na direção
do eixo do hélice, assim o rolamento é posi-
cionado na direção que apóia a carga. Por
outro lado, as engrenagens de marcha à
frente e de marcha à ré estão sujeitas à força
na direção que faz com que se aproximem do
eixo de transmissão, mas elas não são cons-
truídas para suportar tal força.
Direção do empuxo
3-12
CAPÍTULO 3 - RABETA
EMPUXO TOTAL
Enquanto em operação, ambas as cargas da
engrenagem e do hélice são aplicadas ao
sistema de câmbio simultaneamente.
Direção do empuxo
EMPUXO DO HÉLICE
A potência produzida pelo grupo de força é
finalmente convertida na força de acionamento
pelo hélice. A força de acionamento é trans-
mitida do hélice para o eixo do hélice, o corpo
principal do motor de popa e o barco nessa
seqüência para mover o barco. A carga de
empuxo aplicada ao eixo do hélice é recebida
por cada um dos rolamentos que apóiam o
eixo do hélice e então pela rabeta. Portanto, as
peças que recebem a carga de empuxo do
hélice devem possuir resistência mecânica e
durabilidade suficientes.
1. Movimento para frente
A carga de empuxo do hélice é transmitida
para a rabeta através do eixo do hélice.
A carga de empuxo no movimento para fren-
te empurra o eixo do hélice contra a engrena-
gem de marcha à frente, transmitindo a força
adicionalmente para o rolamento da engre-
nagem de marcha à frente e a rabeta.
2. Movimento à ré
A carga de empuxo do hélice é transmitida
para a rabeta através do eixo do hélice.
A carga de empuxo no movimento à ré em-
purra o eixo do hélice contra a engrenagem
de marcha à ré, transmitindo a força adicio-
nalmente para o rolamento da engrenagem
de marcha à ré, o alojamento do retentor de
óleo e a rabeta.
Direção do empuxo
3-13
CAPÍTULO 3 - RABETA
Direção do empuxo
1. Torção à esquerda
Nas engrenagens de marcha à frente e à ré
com torção à esquerda, é produzida a carga
de empuxo agregada de ambas as cargas da
engrenagem e do hélice.
2. Torção à direita
Nas engrenagens de marcha à frente e à ré
com torção à direita, a carga na direção do
empuxo da engrenagem é oposta à direção
do empuxo do hélice. Ambas estas cargas de
empuxo são compensadas, o que permite a
produção de uma maior carga de empuxo no
lado do hélice.
Direção do empuxo
TERMOS DE ENGRENAGENS
1. Termos de engrenagens (1)
Consulte o desenho para o nome de cada
parte.
2. Termos de engrenagens (2)
Consulte o desenho para o nome de cada
parte.
À esquerda
Lado de avanço
(Lado inferior)
Topo do
dente
Lado da ré
(Lado superior)
Engrenagens de torção à esquerda
À direita
Topo do dente
Lado da ré
(Lado superior)
Lado de avanço
(Lado inferior)
Engrenagens de torção à direita
Pé
Lado côncavo do dente
Flanco
Talão
Extremidade
externa do dente
Extremidade
interna do dente Topo do dente
Face ou topo
Face ou topo
Pé
Flanco
Talão
Lado convexo do dente
3-14
CAPÍTULO 3 - RABETA
Cubo do hélice
DESCARGA DE GÁS DE
ESCAPE E ÁGUA DE
REFRIGERAÇÃO
Na rabeta, o gás de escape misturado com a
água de refrigeração é recebido da unidade
intermediária e então ambos são descarrega-
dos na água. Até recentemente, era utilizado o
orifício de escape fornecido na porção inferior
da placa anti-cavitação (escape acima hélice).
Atualmente, a maioria dos motores de popa
usa o orifício de escape de ar no cubo do
hélice (escape pelo cubo do hélice).
Escape acima
do hélice
Linha d’água
ESCAPE ACIMA DO HÉLICE
O orifício de escape se localiza em uma po-
sição ligeiramente mais baixa do que a placa
anti-cavitação.
ESCAPE PELO CUBO DO HÉLICE
O orifício de gás de escape é instalado no
cubo do hélice. Como a pressão negativa
produzida pelo hélice é utilizada, a eficiência
do escape é alta. Adicionalmente, como o gás
é descarregado na água, o ruído do es-
capamento também é reduzido.
ESCAPE PELO CUBO DO HÉLICE
DURANTE A MARCHA À RÉ (EMPUXO
DUPLO)
Este tipo é utilizado para o modelo de 4 tem-
pos e 9,9 HP de hélice de empuxo duplo.
Conforme mostrado na figura, o gás de esca-
pe e a água de refrigeração são descarrega-
dos para frente durante a marcha à ré para
obter uma grande força de acionamento. Co-
mo este orifício é coberto pela água durante o
movimento para frente, o gás de escape é
descarregado à ré.
Orifício de escape
Placa anti-cavitação
3-15
CAPÍTULO 3 - RABETA
Óleo da transmissão
MECANISMO DE
REFRIGERAÇÃO DO GÁS DE
ESCAPE
Alguns modelos médios e grandes admitem
água pela aleta de inclinação para refrigerar o
gás de escape de modo a impedir que a
borracha amortecedora do hélice seja aque-
cida pelo gás de escape que passa através
do cubo do hélice.
LUBRIFICAÇÃO DA RABETA
Várias peças rotativas são instaladas na
rabeta. Estas peças são fixadas por rolamen-
tos e buchas. As peças são lubrificadas com
óleo especial para engrenagens (óleo para
engrenagens hipóides 90). As peças são
lubrificadas com o óleo conforme mostrado na
figura ao lado.
Água
Aleta de inclinação
Entrada de água
TIPOS DE INSTALAÇÃO DO
HÉLICE
Como o hélice gira em alta velocidade na
água, um grande impacto é aplicado ao héli-
ce em caso de contato com objetos estra-
nhos. A borracha amortecedora absorve uma
determinada quantidade do choque mecâni-co
aplicado ao hélice. Entretanto, caso seja
aplicado um choque mecânico que exceda
este nível determinado, há recursos no méto-
do de montagem do hélice para impedir que
este choque mecânico seja transmitido para o
eixo do hélice. Há dois tipos de métodos de
montagem do hélice.
3-16
CAPÍTULO 3 - RABETA
TIPO PINO DE CISALHAMENTO
Neste método, o hélice é instalado por meio
de um pino de aço. Se um choque mecânico
for aplicado ao hélice, o pino se quebrará pa-
ra desacoplar o hélice do eixo, de modo a
evitar quaisquer danos ao sistema de câm-
bio.
Hélice
Pino
Eixo do hélice
Hélice
TIPO ESTRIADO
Um conjunto de ranhuras chamado de estria-
do é entalhado no hélice e no eixo. Estas ra-
nhuras são acopladas para transmitir a força
de acionamento. Em caso de um choque me-
cânico que não possa ser absorvido pela
borrachaamortecedora, aplicada por um
objeto estranho, o hélice poderá patinar so-bre
a borracha amortecedora para impedir a
transmissão deste choque mecânico. A bor-
racha amortecedora danificada deverá ser
substituída para impedir que ela cause pati-
nagem durante o cruzeiro normal.
Eixo
Estriado
Borracha amortecedora
4-1
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
PRECAUÇÕES PARA A MONTAGEM
Ao realizar a montagem das engrenagens, os
dentes das engrenagens deverão apresentar
a folga apropriada. Esta folga é chamada de
“folga entre engrenagens”. Se as posições
dos dentes não forem corretas, apesar da fol-
ga entre engrenagens ser correta, a engre-
nagem poderá ser danificada ou o engrena-
mento poderá ocorrer com ruído.
MONTAGEM DE ENGRENAGENS
CÔNICAS
Como os dois eixos das engrenagens cilín-
dricas de dentes retos são paralelos um ao
outro, a folga entre engrenagens pode ser
ajustada por meio do ajuste desta distância.
Por outro lado, como os dois eixos das en-
grenagens cônicas se cruzam em ângulo reto
e elas podem se mover ao longo do eixo, é
muito importante ajustar a distância de mon-
tagem. Os seguintes ajustes são importantes
para transmitir suavemente a potência e
montar corretamente as engrenagens.
• Ajuste da distância de montagem
• Ajuste da folga entre engrenagens
Folga entre
engrenagens apropriada
Muito grande
Círculo
primitivo
Transmissão de potência irregular
Muito pequena
Círculo
primitivo
Movimento forçado
Movimento suave
Engrenagens cilíndricas de
dentes retos
A folga entre engrenagens é
ajustada por meio do ajuste da
distância dos eixos.
 Engrenagens cônicas
Como os eixos se cruzam, a
potência não poderá ser
transmitida suavemente se a
distância de montagem não for
ajustada
Tipo dentes retos
Tipo espiral
Calço da engrenagem de marcha à ré
INTRODUÇÃO
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI
O fundamental do trabalho de manutenção
do sistema de câmbio é que a posição de
montagem das engrenagens seja apropriada
e que a folga livre entre engrenagens (folga
entre engrenagens) seja mantida no nível
apropriado. Se a posição de montagem das
engrenagens e a folga entre engrenagens
forem insatisfatórias, o ruído de engrenamen-
to das engrenagens aumentará e a durabili-
dade do câmbio diminuirá. Vamos aprender o
método de ajuste apropriado neste capítulo.
Calço do pinhão
Calço da engrenagem
de marcha à frente
4-2
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
Folga entre engrenagens na circunferência do círculo
primitivo no talão da engrenagem
DISTÂNCIA DE MONTAGEM
Faça o ajuste de modo que os centros do
eixo do pinhão e das engrenagens de mar-
cha à frente e à ré fiquem centralizados em
um ponto. Em particular, é importante determi-
nar a posição do pinhão.
FOLGA ENTRE ENGRENAGENS
Se a folga entre engrenagens não tiver o
valor apropriado, a engrenagem produzirá
um ruído incomum, a durabilidade diminuirá
e a potência não será transmitida suavemen-
te. O ajuste é feito utilizando-se os calços de
modo que as engrenagens de marcha à fren-
te e à ré possuam a folga entre engrenagens
especificada em relação ao pinhão.
Eixo do pinhão
Distância de
montagem
do pinhão
Ponto de intersecção
Eixo da engrenagem
Distância de
montagem das
engrenagens
Folga entre engrenagens perpendicular à
superfície do dente no talão da engrenagem
Ponto de contato
Tipo espiral
1. Engrenagem cônica de dentes retos
Esta engrenagem cônica é utilizada para o
pinhão e/ou engrenagens de marcha à frente
e à ré. A direção do corte dos dentes desta
engrenagem é radial a partir do centro do
eixo em direção ao exterior. A engrenagem
cônica com formato de dentes retos é cha-
mada de “engrenagem cônica de dentes re-
tos”, enquanto a engrenagem cônica com for-
mato de dentes curvos é chamada de “engre-
nagem cônica espiral”.
2. Engrenagem cônica espiral
Características da engrenagem cônica espi-
ral em comparação com a engrenagem côni-
ca de dentes retos:
1. O engrenamento das engrenagens é
suave.
2. O choque mecânico aplicado aos dentes
da engrenagem é pequeno.
3. O ruído mecânico é baixo.
Tipo dentes retos
4-3
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
CONTATO DO DENTE
Depois que as diversas distâncias tiverem
sido ajustadas e os valores da folga entre
engrenagens tiverem sido ajustados, o pa-
drão de contato dos dentes deverá ser verifi-
cado.
A diminuição da folga
entre engrenagens
causa grandes danos
ao sistema de câmbio.
FOLGA ENTRE ENGRENAGENS
A folga entre engrenagens é uma folga livre
importante necessária para o giro suave das
engrenagens. Se a engrenagem possuir uma
folga entre engrenagens insuficiente, ocorre-
rá ruído incomum e o sistema de câmbio se-
rá danificado excessivamente. Como a folga
entre engrenagens e a posição de engrena-
mento das engrenagens imediatamente de-
pois de as engrenagens terem sido instala-
das podem diferir daquelas que ocorrem
durante o funcionamento real, é necessário
antecipar os resultados do funcionamento
durante a montagem das engrenagens. Em
particular, para a engrenagem cônica espiral,
é necessário efetuar o trabalho consideran-
do a influência da carga de empuxo.
MÉTODO DE MEDIÇÃO
Como a folga entre engrenagens e a posição
de engrenamento das engrenagens imedia-
tamente depois de as engrenagens terem
sido instaladas pode diferir daquela que
ocorre durante o funcionamento real, é ne-
cessário antecipar os resultados do funciona-
mento durante a montagem das engrenagens.
Em particular, para a engrenagem cônica es-
piral, é necessário efetuar o trabalho consi-
derando a influência da carga de empuxo.
A folga entre
engrenagens varia entre
carga leve e pesada.
A direção espiral faz
com que as engrenagens
se aproximem ou
se afastem.
Na engrenagem cônica
espiral, a carga de
empuxo é ativada.
4-4
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
Depois do ajuste do calço
PONTOS FUNDAMENTAIS PARA
A MONTAGEM
FUNDAMENTOS DA INSTALAÇÃO DE
CALÇOS
O ajuste fino da posição da engrenagem
(distância de montagem) para fazer o engre-
namento apropriado das engrenagens é
chamado de “instalação de calços” (pois são
utilizados calços para este ajuste fino). Como
diversas cargas são aplicadas às engrena-
gens durante o funcionamento, é necessário
montar as engrenagens considerando esta
distorção. Portanto, a rabeta é um compo-
nente importante no qual o trabalho de ma-
nutenção deve ser efetuado levando-se em
consideração vários fatores.
1. Distância de montagem
Para fazer um engrenamento apropriado das
engrenagens, é necessário ajustar as engre-
nagens nas posições especificadas nos de-
senhos. O posicionamento do pinhão é o tra-
balho mais importante.
2. Fórmula para cálculo do calço
3. Folga entre engrenagens
Para fazer um engrenamento apropriado das
engrenagens, também é necessário ajustar a
folga entre engrenagens para o nível apro-
priado. Apesar de a posição da engrenagem
(Distância de Montagem, ou MD) poder estar
ajustada corretamente, a folga entre engrena-
gens nem sempre será apropriada. Depois que
a MD tiver sido ajustada, a folga entre engre-
nagens também deverá ser ajustada sempre.
Calço da engrenagem
de marcha à frente
Calço da engrenagem de
marcha à ré
Calço do pinhão
Engrenagem cônica
de dentes retos
Engrenagem
cônica espiral
Localização do calço
Calço
Antes do ajuste do
calço
4-5
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
Fixação das
engrenagens F e R
PONTOS DE INSTALAÇÃO DE
CALÇOS
Para encontrar corretamente cada MD, é im-
portante medir corretamente cada tamanho
B. O rolamento pode produzir distorções, de-
pendendo da carga aplicada. Portanto, a fol-
ga entre engrenagens é medida considerando-
se o empuxo durante o cruzeiro.
1. Distância de montagem do pinhão
Para determinar a MD do pinhão, é muito im-
portante medir corretamente B3. Para mode-
los que mantém o empuxo na porção supe-
rior da rabeta, como a medição de B3 é difí-
cil, é utilizada uma ferramenta especial (SST).
2. Carga de empuxo
A folga entre engrenagens é medida por meio
da predição do empuxo que será aplicado
realmente às engrenagens. O empuxo a ser
aplicado a cada engrenagemdurante os mo-
vimentos à frente e à ré é preso firmemente,
e então as engrenagens são fixadas durante
a medição.
Torção à direita
Torção à esquerda
Fixação do pinhão
Engrenagem de marcha à
frente
Engrenagem de marcha à ré
POSIÇÃO DO CALÇO
A posição de instalação do calço e a direção
de movimento da engrenagem podem variar
dependendo do motor de popa. Vamos apren-
der a posição de inserção do calço e a dire-
ção do movimento corretas.
4-6
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
ROTAÇÃO PADRÃO
Em um tipo de rotação padrão, instale o cal-
ço e ajuste-o conforme mostrado. A instalação
do calço faz com que o pinhão se mova na
direção do eixo do hélice (para baixo), a en-
grenagem de marcha à frente na direção do
eixo de transmissão e a engrenagem de mar-
cha à ré na direção do hélice.
1. Engrenagem de marcha à frente
2. Pinhão
3. Engrenagem de marcha à ré
Direção do movimento
Calço
Direção do movimento
Calço
Direção do movimento
Calço
Direção do movimento
4-7
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
CONTRA-ROTAÇÃO
Em um tipo contra-rotação, observe que as
engrenagens de marcha à frente e à ré apli-
cam esforços à carcaça opostos aos do tipo
de rotação padrão.
1. Engrenagem de marcha à frente
2. Pinhão
3. Engrenagem de marcha à ré
Calço
Direção do movimento
Direção do movimento
Calço
Direção do movimento
Calço
Direção do movimento
4-8
CAPÍTULO 4 - MONTAGEM E AJUSTE DO CÂMBIO
HÉLICES DUPLOS CONTRA-
ROTATIVOS
Em um tipo de hélices duplos contra-rotativos,
a instalação do calço faz com que a engrena-
gem se mova na direção do hélice (para trás)
porque o calço da engrenagem traseira se
localiza entre os batentes da rabeta e do
alojamento do rolamento.
1. Engrenagem dianteira
2. Pinhão
3. Engrenagem traseira
Calço
Direção do movimento
Direção do movimento
Calço
Direção do movimento
Calço
Direção do movimento
5-1
CAPÍTULO 5 - RABETA ESPECIAL
INTRODUÇÃO
O QUE SERÁ APRENDIDO AQUI
Este capítulo descreve a rabeta que possui
uma estrutura alterada, como a unidade de
transmissão de contra-rotação e a unidade
de transmissão de hélices duplos contra-
rotativos.
Unidade de
transmissão de hélices
duplos contra-rotativos
Unidade de
transmissão de
contra-rotação
CONTRA-ROTAÇÃO
A unidade de transmissão de rotação normal
(unidade de transmissão de rotação padrão)
utiliza a engrenagem na frente do sistema de
câmbio para o movimento à frente e a engre-
nagem na parte posterior para o movimento
à ré. Portanto, quando visto por trás, o hélice
gira no sentido horário durante o movimento
à frente. Na unidade de transmissão de
rotação inversa (unidade de transmissão de
contra-rotação), as funções das engrenagens
se tornam opostas àquelas da unidade de
trans-missão de rotação normal. Portanto,
quando visto por trás, o hélice gira no sentido
anti-horário durante o movimento à frente.
Este tipo de motor de popa pode ser utilizado
para um barco no qual dois motores de popa
podem ser instalados.
Modelo de rotação
padrão
Engrenagem de
marcha à frente
Engrenagem de
marcha à ré
Modelo de contra-
rotação
Engrenagem de
marcha à frente
Engrenagem de
marcha à ré
5-2
CAPÍTULO 5 - RABETA ESPECIAL
TIPO UMA PEÇA, TIPO DUAS PEÇAS
Dois tipos de eixos do hélice são fornecidos
na unidade de transmissão de contra-rotação.
Rotação padrão
Contra-rotação
Tipo duas peças
Tipo uma peça
SISTEMA DE CÂMBIO
Na unidade de transmissão de contra-rotação,
a direção de rotação é alterada pelo sistema
de câmbio. O sistema de câmbio da unidade
de acionamento de contra-rotação gira o ca-
me do câmbio 180° na direção axial, quando
comparado à unidade de transmissão de ro-
tação normal, para tornar a direção do posi-
cionador oposta àquela da unidade de trans-
missão de rotação normal.
Rotação padrão
Contra-rotação
Rotação padrão
Contra-rotação
5-3
CAPÍTULO 5 - RABETA ESPECIAL
SISTEMA DE ENCOSTO
O rolamento de rolos cônicos suporta a car-
ga de empuxo durante o movimento à frente.
Adicionalmente, o rolamento de encosto su-
porta a carga de empuxo durante o movi-
mento à ré.
Direção do empuxo
Rotação padrão
Contra-rotação
Direção do empuxo
Rotação padrão
Contra-rotação
HÉLICES DUPLOS
CONTRA-ROTATIVOS
ESTRUTURA DA UNIDADE DE HÉLICES
DUPLOS CONTRA-ROTATIVOS
Esta unidade de transmissão de hélices du-
plos contra-rotativos foi desenvolvida na 2ª
Guerra Mundial para mover os torpedos em
linha reta. Como o torpedo não utiliza um le-
me, a carga radial causada pela força de rea-
ção do hélice é um dos fatores que prejudi-
cam o movimento em linha reta. A unidade
de transmissão de hélices duplos contra-
rotativos possui uma estrutura na qual os hé-
lices que giram no sentido horário e no senti-
do anti-horário se localizam em um mesmo
eixo para compensar a força de reação do
hélice e melhorar a capacidade de movimento
em linha reta.
1. Movimento à frente
Durante o movimento à frente, o hélice dian-
teiro e o hélice traseiro giram nos sentidos
anti-horário e horário, respectivamente.
5-4
CAPÍTULO 5 - RABETA ESPECIAL
2. Marcha à ré
Somente o hélice dianteiro gira no sentido
horário durante o movimento à ré.
1) Acionamento do eixo do hélice dianteiro
2) Acionamento do eixo do hélice traseiro
Eixo de transmissão
Pinhão
Engrenagem dianteira
Seletor traseiro
Eixo do hélice
dianteiro
Acionamento do eixo do hélice dianteiro
Eixo de transmissão
Pinhão
Engrenagem dianteira
(Não transmite)
Acionamento do eixo do hélice traseiro
1) Acionamento do eixo do hélice dianteiro
2) Acionamento do eixo do hélice traseiro
Eixo de transmissão
Pinhão
Engrenagem traseira
Seletor traseiro
Eixo do hélice
dianteiro
Acionamento do eixo do hélice dianteiro
Eixo de transmissão
Pinhão
Engrenagem dianteira
Seletor dianteiro
Acionamento do eixo
do hélice traseiro
Acionamento do eixo do hélice traseiro
5-5
CAPÍTULO 5 - RABETA ESPECIAL
5-6
Carga de empuxo do eixo do hélice
CARGA DE EMPUXO
Uma carga de empuxo complexa é produzida
por duas engrenagens e dois hélices. Vamos
entender que parte suporta qual empuxo.
1. Movimento à frente
Quatro cargas de empuxo são produzidas
durante o movimento à frente. Cada carga de
empuxo é transmitida à rabeta por meio dos
rolamentos.
Engrenagem
dianteira
Engrenagem traseira
Seletor dianteiro
Este mecanismo transmite a
potência motriz para o eixo do
hélice traseiro.
Seletor traseiro
Este mecanismo transmite a
potência motriz para o eixo do
hélice dianteiro.
Acionamento do eixo do hélice traseiro
Eixo do hélice dianteiro
Direção do empuxo
Carga de empuxo do eixo do hélice
Carga de empuxo da engrenagem traseira
Carga de empuxo do eixo do hélice traseiro
Carga de empuxo da engrenagem dianteira
Direção do empuxo
5-6
CAPÍTULO 5 - RABETA ESPECIAL
Carga de empuxo da engrenagem traseira
Direção do empuxo
Carga de empuxo do eixo do hélice traseiro
Direção do empuxo
Carga de empuxo da engrenagem dianteira
Direção do empuxo
5-7
CAPÍTULO 5 - RABETA ESPECIAL
2. Marcha à ré
Duas cargas de empuxo são produzidas du-
rante o movimento à ré. Cada carga de em-
puxo é transmitida à rabeta por meios dos
rolamentos.
Direção do empuxo
Carga de empuxo do eixo do hélice
Carga de empuxo da engrenagem dianteira
Carga de empuxo do eixo do hélice
Direção do empuxo
Carga de empuxo da engrenagem dianteira
Direção do empuxo

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