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Controle de Constitucionalidade

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• TIPOLOGIAS •
QUANTO À NORMA CONSTITUCIONAL VIOLADA, A INCONSTITUCIONALIDADE PODE SER:
Inconstitucionalidade formal – também chamada de nomodinâmica, se apresenta quando o vício que afeta o ato inconstitucional decorre da inobservância de algum rito do processo legislativo constitucionalmente fixado ou da incompetência do órgão que o editou.
No primeiro caso, tem-se a inconstitucionalidade formal propriamente dita, na qual há um defeito na formação do ato, por desobediência às prescrições constitucionais referentes ao trâmite legislativo adequado para sua feitura. Ela pode ser subjetiva, quando o defeito deriva de desobediência à iniciativa estipulada ou objetiva, nas hipóteses em que o vício está na desarmonia com regras atinentes aos outros atos do processo legislativo de gestação da norma. 
Noutro giro, temos a inconstitucionalidade formal orgânica quando há desobediência a regra de competência para produção do ato, como, por exemplo, quando um Estado-membro edita norma exercendo competência que, pela previsão do art. 22, I, CF/88, está destinada a ser regulamentada pela União, de modo privativo.
Inconstitucionalidade Material – também chamada de nomoestática, o conteúdo da norma é contrário ao conteúdo constitucional, seu trâmite legislativo seja perfeitamente hígido, e a discrepância com a Constituição só se apresente na matéria. Deriva daquelas situações em que há incongruência entre o previsto na lei e aquilo que dispõe o texto constitucional.
QUANTO AO TIPO DE CONDUTA OFENSIVA, A INCONSTITUCIONALIDADE PODE DERIVAR DE UMA:
Inconstitucionalidade por ação – pressupõe a realização, por parte do Estado, de uma conduta positiva (um facere) que não se compatibiliza com os preceitos constitucionais. Assim, os Poderes Públicos agem ou editam normas em descompasso com o texto constitucional, o que fulmina o comportamento ou as normas editadas com o vício da inconstitucionalidade.
Inconstitucionalidade por omissão – se apresenta quando a nefasta letargia dos Poderes Públicos impede a efetivação de uma norma constitucional que, para produzir com plenitude seus efeitos, depende de uma atuação estatal. Destarte, se não são adotadas, ou são adotadas de modo insuficiente, medidas legislativas ou executivas imprescindíveis à regulamentação da Lei Maior, estaremos diante do descumprimento da obrigação constitucional de agir.
QUANTO AO MOMENTO, A INCONSTITUCIONALIDADE PODE SER INTITULADA
Inconstitucionalidade Originária – o parâmetro será sempre anterior ao objeto. Se compararmos com a Constituição (promulgada e publicada no dia 05/10/1988) uma lei editada em 2007, por exemplo, e detectarmos sua incompatibilidade, é possível concluir pela sua inconstitucionalidade e esta é originária. Afinal, desde quando referida lei foi editada a Constituição (norma parâmetro) já existia no mundo normativo, de forma que a norma já nasceu inquinada com o vício. Assim, é inconstitucional desde a sua origem, desde o seu ato de criação.
Inconstitucionalidade Superveniente – não é reconhecida no Brasil, é tratada como um problema de Direito Intertemporal, acontece quando o objeto (lei) é anterior ao parâmetro (norma constitucional, na hipótese derivada, pois fruto de uma emenda constitucional). Nela o parâmetro (norma constitucional) é sempre posterior ao objeto (lei). Imaginemos que uma lei, editada em 2007, originalmente constitucional – nascida na vigência da atual Constituição e editada em total e completa observância desta. Digamos que posteriormente à edição dessa lei seja promulgada uma Emenda Constitucional (suponhamos, a EC nº 69, de 2012) que torne o texto da lei de 2007 incompatível com a Constituição. Essa lei, até então tida por constitucional, eis que material e formalmente compatível com o Texto Maior, frente ao novo parâmetro, passa ao estado de incompatibilidade.
Em sumo, em entendimento corroborado pelo STF, ela não gera inconstitucionalidade, mas sim a ocorrência do fenômeno da não recepção (ou revogação) do direito anterior.
QUANTO AO ALCANCE (OU EXTENSÃO) DO VÍCIO, A INCONSTITUCIONALIDADE PODE SER:
Inconstitucionalidade Total – será quando o diploma analisado for inconstitucional na sua totalidade, não sendo possível aproveitar nenhum trecho da norma, vez que o vício a contaminou na sua inteireza. Em regra, o vício formal enseja a inconstitucionalidade total, afinal se o procedimento legislativo foi desrespeitado, toda a norma (e não somente um ou outro artigo) estará comprometida. Isso porque o ato é considerado formalmente como uma unidade.
Inconstitucionalidade Parcial – é quando o vício atingir apenas trechos específicos do diploma. Aplica-se, neste caso, o princípio da parcelaridade ou divisibilidade das leis, que autoriza o fracionamento das normas em partes válidas e inválidas.
QUANTO AO PRISMA DE APURAÇÃO, A INCONSTITUCIONALIDADE PODE SER: 
Inconstitucionalidade Direta – (imediata ou antecedente), quando a ofensa da norma ao texto constitucional é frontal, isto é, entre a norma constitucional e o diploma avaliado não há que ser interposta nenhuma outra norma. Imaginemos uma lei ordinária que ofende uma determinada norma da Constituição e para a comprovação da incompatibilidade não é preciso trazer à baila nenhum outro diploma normativo. Com a simples comparação entre uma norma e outra já se conclui que a inferior é ofensiva ao texto constitucional, não havendo, entre a lei e a Constituição, qualquer ato normativo intermediário.
Inconstitucionalidade Indireta – (ou mediata), que subdivide em:
Inconstitucionalidade reflexa – (ou oblíqua) é aquela na qual o vício é decorrente do desrespeito direto à uma norma infraconstitucional – e não à Constituição propriamente. Quando estivermos diante de uma lei constitucional, mas regulamentada por um decreto que a desrespeita. Este último será, primariamente, ilegal e, reflexamente, inconstitucional. O decreto, por extrapolar o conteúdo da lei, é ilegal e, ao mesmo tempo, por desobedecer ao art. 84, IV, CF/88, viola também a Constituição. Tal violação à Constituição, ressalte-se, é indireta, afinal, entre o decreto e o texto constitucional existe a lei (o que significa que antes de o decreto violar a Constituição ele afronta a lei). Este decreto não se submete ao controle de constitucionalidade, pois a sua violação à Constituição Federal acontece de forma indireta. Todavia, poderá sofrer controle de legalidade.
Inconstitucionalidade consequencial – (ou por arrastamento, por atração ou por reverberação normativa) ocorre quando há entre duas normas uma relação de dependência – uma principal e outra acessória – sendo que a declaração de inconstitucionalidade da principal enseja a declaração de inconstitucionalidade da acessória, ainda que o pedido tenha se limitado à norma principal. Isso porque não faz sentido retirar do ordenamento a norma principal, deixando a norma secundária (dependente da primeira) que, sozinha, não tem sentido normativo. Como a norma secundária dependente absolutamente de outra (a principal), deve ser arrastada ou atraída para a inconstitucionalidade a fim de evitar que tenhamos no ordenamento uma norma sem efeitos e sem sentido, pois isso feriria a coerência sistêmica, a lógica e a segurança jurídica.
• TIPOLOGIAS •
• CLASSIFICAÇÃO DAS FÓRMULAS ADOTADAS PARA A REALIZAÇÃO DO CONTROLE
QUANTO À NATUREZA DO ÓRGÃO QUE REALIZA O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Existem diferentes formas de tutelar a supremacia formal da Constituição rígida e a higidez do ordenamento. Cumpre destacar que existem três modelos de controle relativos ao órgão julgador: o político, o jurídico e o modelo misto.
Controle Político – feito por órgãos públicos que não integram o Poder Judiciário. Pode ser realizado no Legislativo, no Executivo ou, ainda, por um órgão especial constituído para esse fim e que não integra a estrutura de nenhum dos três poderes clássicos.
Controle Jurídico (ou jurisdicional) – realizado com nítida primazia (nem sempre exclusividade) por órgãos que integram o Judiciário e são detentores de poderes jurisdicionais. É o modelo adotado noBrasil.
Controle Misto – se apresenta quando certos atos se sujeitam ao controle político e outros ao jurídico. Na Suíça, as leis federais sofrem controle político, enquanto as estaduais se submetem ao jurídico. Nesse modelo, não há predominância de uma forma em detrimento de outra (tanto o controle político quanto o jurídico são manejados com a mesma desenvoltura e o mesmo grau de importância, sem que haja preponderância de um sob outro).
QUANTO AO MOMENTO DO CONTROLE
Adotamos tanto o controle preventivo quanto o repressivo:
Controle Preventivo – quando alcançar a norma durante o processo legislativo, em fase de confecção (atingindo projetos de lei e propostas de emenda). Seu objetivo é o de impedir ofensas à Constituição.
Controle Repressivo – quando atingir as espécies normativas que já estejam produzindo (ou ao menos aptas a produzir) seus efeitos. Seu objetivo é o de higienizar o ordenamento, reparando eventuais ofensas à Constituição.
RELAÇÃO ENTRE ÓRGÃO E MOMENTO
Controle Judicial-repressivo – o Poder Judiciário é o protagonista da jurisdição constitucional e, via de regra, atua de modo repressivo.
Controle Judicial-preventivo – a regra é o Poder Judiciário somente atuar de forma repressiva. No entanto, teremos uma exceção, na qual o Poder será acionado de forma preventiva. Ela se apresentará quando um parlamentar, possuidor de um direito líquido e certo de somente participar de um processo legislativo saudável, perfeitamente ajustado com as regras da Constituição, impetrar um MS diante de qualquer desobediência às regras de cunho procedimental/formal que ele detectar no curso do processo legislativo. Assim, estará permitida a interferência do Judiciário, se provocado, para resguardar o direito líquido e certo do parlamentar ao devido processo legislativo. De se notar que eventuais vícios materiais não serão discutidos no MS, nem mesmo violações ao Regimento Interno.
Sua legitimidade para a interpelação é exclusiva do parlamentar. O mesmo deve ainda, integrar a Casa Legislativa na qual a proposição tramita, nota-se assim, que a perda superveniente da condição de parlamentar ocasiona a extinção (prejudicialidade) da ação mandamental, segundo o STF, à aprovação parlamentar do projeto de lei ou da proposta de EC também é hipótese que caracteriza a extinção da ação sem análise de mérito.
A violação tem que ser do processo legislativo constitucional, se for violação de Regimento Interno, por exemplo, não cabe impetração de mandado de segurança – até porque, não seria um controle de constitucionalidade, mas sim, um controle de regimentalidade. Então é necessário que haja uma violação do devido processo legislativo constitucional (desrespeito de normas constitucionais procedimentais), não apenas uma violação de regimento interno.
No mais, o STF também admite o controle judicial prévio por meio de MS impetrado por parlamentar para impugnar PEC que seja manifestamente ofensiva a cláusula pétrea.
Controle Político-preventivo – no Brasil se realiza no Legislativo e no Executivo. Nesta modalidade o controle é político porque é exercido por órgão não integrante do Poder Judiciário, isto é, desprovido de poderes jurisdicionais; e preventivo porque alcança as proposições em fase de tramitação legislativa.
No Poder Legislativo – há a atuação das CCJs (Comissão de Constituição e Justiça – CD e SF), que atuam na deliberação, em fase inicial dos projetos, determinando a constitucionalidade dos mesmos; Nas votações realizadas em plenário, onde os parlamentares podem rejeitar o projeto de lei por entenderem que ele possui alguma inconstitucionalidade, e nas leis delegadas, onde o Congresso pode rejeitas o projeto, considerando-o inconstitucional.
No Poder Executivo – depois que o projeto de lei é discutido/votado e aprovado nas duas Casas Legislativas, ele é encaminhado para o Chefe do Poder Executivo, que terá o prazo de quinze dias úteis para deliberar. Ele poderá sancionar (expressa ou tacitamente) ou vetar o projeto de lei. Quando o veto tiver como motivo a inconstitucionalidade do projeto de lei (veto jurídico), teremos o controle político preventivo de constitucionalidade.
Controle Político-repressivo – apesar de em regra o judiciário se mostrar como protagonista no controle repressivo, excepcionalmente, poderá ser desenvolvido tanto no Poder Legislativo quanto no Poder Executivo:
No Poder Legislativo – Quando o Congresso Nacional suspende ato normativo do Poder Executivo que extrapole limites em duas situações: em decreto regulamentar (neste caso, o controle será de legalidade: o decreto regulamentar é ilegal e só indiretamente inconstitucional) e na sustação de Lei Delegada que extrapolar os limites da delegação legislativa fixados na resolução congressual. Quando rejeita uma medida provisória ao argumento de que ela é inconstitucional. Por meio do TCU, que apesar de não integrar o Legislativo, o auxilia na realização do controle externo das contas pode se recusar a validar uma determinada conta ao argumento de que ela se baseia numa lei que afronta a Constituição.
No Poder Executivo – A jurisprudência do STF edificou uma prerrogativa não escrita em favor dos Chefes do Poder Executivo de determinarem aos seus subordinados, no âmbito da Administração Pública, o descumprimento de uma lei ao argumento de que ela é inconstitucional. O chefe do Poder Executivo deve motivar e dar publicidade ao seu ato de descumprimento. Tal prerrogativa só existe enquanto a norma não foi judicialmente, e em caráter definitivo, apreciada.
QUANTO AO NÚMERO DE ÓRGÃOS COMPETENTES PARA A REALIZAÇÃO DO CONTROLE
p.1145

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