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(Coaching) Coaching Vocacional - Maurício Sampaio

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Prévia do material em texto

Maurício Sampaio
COACHING 
VOCACIONAL
Uma nova estratégia para ajudar os jovens em 
suas escolhas profissionais
Sumário
© Editora DSOP, 2015
© Maurício Sampaio, 2015
Presidente
Reinaldo Domingos
Editora de texto
Renata de Sá
Capa e edição de arte
Christine Baptista
Projeto gráfico
Denise Patti Vitielo
Produção editorial
Amanda Torres
Revisão
Patrícia Dourado
Impressão
Intergraf Indústria Gráfica Eireli
Todos os direitos desta edição reservados 
à Editora DSOP.
Av. Paulista, 726 | Cj. 1210 | 12o andar
Bela Vista | CEP 01310-910 | São Paulo - SP
Tel.: 11 3177.7800
www.editoradsop.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 Sampaio, Maurício
 Coaching vocacional : uma nova estratégia para 
 ajudar os jovens em suas escolhas profissionais /
 Maurício Sampaio. -- São Paulo : Editora DSOP,
 2015.
 ISBN 978-85-8276-134-2
 1. Carreira profissional 2. Coaching 3. Escolha
 da profissão 4. Orientação vocacional I. Título.
 
15-05535 CDD-371.425
 Índices para catálogo sistemático:
 1. Coaching : Escolha profissional : Educação 
 371.425
Parte quatro
Iniciando o processo de coaching
Ferramentas & estratégias
Ganhe a confiança do seu coachee
Apresentando o processo de coaching vocacional
Formulando um contrato de trabalho
Cadastro do coachee
Organizando as sessões
Parte cinco
Levantamento de expectativas
Entendendo as necessidades do seu cliente
Ferramentas do autoconhecimento – levantamento da maturidade vocacional
Identificando valores
Descobrindo e eliminando as crenças limitantes
Estratégias para eliminar as crenças
Análise SWOT pessoal
Definição de critérios ocupacionais (motivadores e interesses)
Planejando e decidindo
Trabalhando com agenda
Tomada de decisão
Plano de voo
Parte seis
Como se tornar um coach vocacional de sucesso
Vivendo de coaching
Conclusão
Referências bibliográficas
Biografia
64
65
66
69
70
71
75
77
82
83
84
86
88
92
95
96
100
103
108
110
114
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127
128
132
133
135
Sumário
Introdução
Parte um 
Conhecendo o processo de coaching
Seja um coach de sucesso
O coach e suas formas de atuação
O poder de transformar perguntas em armas poderosas
O “que/qual”, “como”, “quando”, “onde” e “por que?”
Teste – Você está preparado para ser um coach?
Parte dois 
O método MS® para coaching vocacional
Educando o seu coachee para o coaching
Analisando seu coachee mais de perto – etapa do autoconhecimento
É preciso planejar e agir – etapa do planejamento e da ação
Encontre o Sherlok Holmes que existe dentro do seu coachee – etapa da pesquisa
Estamos indo no caminho certo? – etapa de avaliação e da autoavaliação
O método MS® e sua fundamentação teórica
Algumas teorias sobre orientação vocacional
Fases do desenvolvimento vocacional e ocupacional de Super
Identidade pessoal, vocacional e ocupacional
Parte três
Cuidados ao atuar com jovens e adolescents
O jovem e a escolha profissional
O jovem coachee na fase de escolha profissional
Utilizar ou não testes, eis a questão
Barreiras na escolha de uma profissão
6
12
13
15
18
21
23
25
28 
29
30
34
35
36
38
39
42
48
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54
55
56
58
60
62
Maurício Sampaio6 7COACHING VOCACIONAL
Cada vez mais tem crescido no Brasil e no mundo a procura 
pela formação em coaching. E isso tem um motivo, as pessoas es-
tão mais infelizes no trabalho, com a vida profissional e com a car-
reira que escolheram. Para dar a volta por cima, acabam buscando 
auxílio de profissionais especializados com métodos bem práticos. 
Segundo uma pesquisa realizada pelo ISMA (International 
Stress Management Association), a mais antiga e respeitada as-
sociação sem fins lucrativos e a única com caráter internacional 
voltada para a pesquisa e para o desenvolvimento da prevenção 
e do tratamento do estresse no mundo, apontou que, no Brasil, 
cerca de 80% dos profissionais ativos no trabalho estão insatis-
feitos. Uma outra pesquisa realizada pelo Instituto Gallup, com 
80 anos de experiência e abrangência global, apontou que ape-
nas 13% da população mundial encontra-se satisfeita com sua 
vida profissional.
Introdução
Maurício Sampaio8 9COACHING VOCACIONAL
prática as técnicas aprendidas, ela também está aplicando em 
sua vida a filosofia por trás do coaching. 
Não existe quem não tenha passado por momentos de turbu-
lência na carreira. Veja meu caso: tive problemas e inquietações tí-
picas da idade, principalmente na questão da escolha profissional. 
Fui levado pelo impulso de gostar muito de esporte e optei cursar 
Educação Física. Prestei vestibular, passei e, depois de um ano, 
desisti, foi um momento emocionalmente ruim pra mim e finan-
ceiramente ruim para os meus pais. 
Na mesma época, minha mãe tinha inaugurado uma escola 
em São Paulo. E como pais que desejam proteger seus filhos, 
principalmente pais que possuem um negócio, ela me convidou 
para trabalhar na escola. 
Aceitei o desafio, porém a contrapartida era que eu deveria 
cursar Pedagogia. E não é que eu me identifiquei com o curso. 
Foi por meio dele que consegui entender meu verdadeiro papel e 
foi durante esse período que entendi que minha vocação era, de 
fato, ajudar pessoas, ensinar e aprender.
Dali para frente, comecei a ver que, assim como eu, muitos 
jovens da escola em que eu era diretor do Ensino Médio, estavam 
passando pelo tormento que passei. Foi a partir desse momento 
que me dediquei fortemente às questões relativas à vocação e 
orientação profissional.
Boa parte dessas pessoas quer promover uma gran-
de mudança em suas vidas, mais do que tudo, elas querem 
achar um propósito de vida, querem ser felizes no trabalho e 
serem reconhecidas. 
Você pode estar se questionando: qual a relação disso 
com o coaching para jovens e adolescentes? A questão é que 
uma grande parcela desses profissionais, tanto aqui em nos-
so país como em outros, provavelmente, fizeram uma esco-
lha profissional nessa fase da vida com uma alta margem de 
erro. Ou seja, de certa forma sofreram influências externas de 
pais, amigos e professores e também, influências internas, 
tais como autoconceito negativo, falta de autoconhecimento, 
crenças limitantes e outros aspectos que impediram que rea-
lizassem uma escolha profissional mais assertiva.
Nesse sentido, o processo de coaching vocacional pode contri-
buir e muito. Essa é uma ferramenta muito pragmática, com um 
poder muito grande de promover reflexões e novas estratégias. 
As pessoas que procuram uma formação, ou mesmo inciar, nesse 
nicho de mercado, querem ajudar outras pessoas a se realizarem 
na vida pessoal, nos negócios, na empresa e na carreira. 
Costumo dizer que, quando uma pessoa realizar um curso 
de formação em coach, principalmente voltado para as questões 
de carreira e vocação, na verdade, está pagando por um serviço, 
mas recebendo dois em troca, uma vez que, além de colocar em 
Maurício Sampaio10 11COACHING VOCACIONAL
ras e dificuldades desse grupo específico de clientes, ou melhor 
dizendo, dos coachees (essa é a forma que chamamos os clientes 
em coaching).
Na quarta parte, entramos já na aplicação do método. Nessa 
etapa do livro, eu ensino a você algumas questões importantes 
sobre atendimento, que vão desde a apresentação do método 
até o contrato de trabalho.
Na quinta parte, você vai aprender as principais ferramentas 
para serem utilizadas durante seu programa de coaching vocacio-
nal com os adolescentes e os jovens. 
E, para fechar o ciclo, na última parte, eu ensino como vender 
seu projeto de coaching vocacional. Você vai entender como con-
quistar o mercado e ser reconhecido.
Ao ler essa introdução, você talvez esteja se perguntado se 
isso tudo é para você? Se é possível você se tornar um coach 
vocacional? Como o coaching tem em sua base conceitos sobre 
desenvolvimento humano, todo profissional é capaz de aprender 
as técnicas e se tornar uma coach vocacional de sucesso. O mais 
importante é ter na almaa vontade de contribuir com outras pes-
soas e gostar de aprender. 
Maurício Sampaio
Foram diversos cursos, formações, palestras, muitos livros e 
muitas horas de atendimento, realizando sessões de orientação 
vocacional e profissional. O coaching chegou um pouco depois 
para agregar valor ao meu projeto. E é isso tudo que eu quero 
ensinar a você neste livro: os conceitos, as ferramentas e tudo 
que for relativo ao processo da escolha profissional dos jovens.
Nesse sentido, eu não vou me ater a um único meio de apli-
car, mas sim a uma mistura que vem dando certo há muitos 
anos comigo, o coaching vocacional. Durante as próximas pá-
ginas, você vai entender “como” e “por que” aplicar as técnicas 
que eu desenvolvi.
Na primeira parte do livro, você vai ser apresentado ao pro-
cesso de coaching, conhecer os benefícios, descobrir quais ha-
bilidades e competências são necessárias para um profissional 
se tornar um coach vocacional e ainda descobrir os diferenciais 
dessa ferramenta.
Na segunda parte, vou apresentar a você o método MS®. Foi 
com ele que eu realizei mais de 5 mil horas de atendimentos nos 
últimos dez anos. Essa é uma parte muito importante, pois ter 
um método ajuda muito na elaboração e na aplicação de um pro-
grama de coaching.
Na terceira parte, falarei sobre os cuidados legais em lidar 
com adolescentes e jovens e também apresento algumas barrei-
Maurício Sampaio12 13COACHING VOCACIONAL
Conhecendo o processo 
de coachingParte um
Maurício Sampaio 15
Seja um coach de sucesso 
A procura por cursos e palestras voltados para a formação em 
coach vem crescendo substancialmente. São profissionais que es-
tão estudando, pesquisando e contribuindo com seu conhecimento 
em diferentes áreas, em questões ligadas ao planejamento pessoal, 
desenvolvimento de carreira, coaching financeiro e de vendas. Mais 
recentemente, o coaching invadiu o setor educacional. Isso já era de 
se esperar, pois este universo cheio de relacionamentos e interações 
foi o local em que o coaching promoveu suas primeiras inserções, por 
meio de grandes filósofos, como Sócrates e Aristóteles.
A filosofia do coaching teve como base a herança das teorias 
de Sócrates, que tinha como propósito central a descoberta das 
respostas referentes à capacidade e ao potencial em si próprio. 
O método socrático era composto de perguntas, palavras que 
promovessem a reflexão de seus discípulos, sempre levando em 
consideração os conhecimentos prévios, que eram contestados e 
discutidos exaustivamente. 
Sócrates utilizava duas estratégias. A primeira era a ironia, que bus-
cava a parte mais humilde do pensador, em que ele se portava na figura 
de ouvinte. A partir de um dado momento, o pensador adotava uma 
postura de inserir uma série de perguntas, fazendo com que o discípu-
lo caísse em contradição. Daí entrava a segunda estratégia, intitulada 
maiêutica. Em homenagem à sua mãe parteira, o momento do “parto” 
Maurício Sampaio16 17COACHING VOCACIONAL
O coaching pode promover resultados
fantásticos, conheça alguns deles:
a Aprendizagem constante.
a Autoconhecimento e autoconsciência.
a Melhora da autoestima e da qualidade de vida.
a Promoção do equilíbrio em todas as áreas da vida.
a Organização do tempo.
a Ajuda no processo criativo.
a Melhora dos relacionamentos pessoais e organizacionais.
a Aumento da autoconfiança.
a Planejamento e foco de atuação.
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_________________________________________
intelectual, da procura da verdade no interior do homem. Sócrates le-
vava seus discípulos a conceberem uma nova ideia, uma nova opinião 
sobre o assunto. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um 
contexto determinado, a maiêutica dá luz a ideias complexas. 
Em uma concepção mais contemporânea, o coaching teve seu 
ponto de partida em 1996, com o americano Timothy Gallwey. 
Ele, simplesmente, adaptou para o mundo corporativo técnicas 
que utilizava com seus alunos, nas aulas de tênis. Segundo ele, 
“o adversário dentro da nossa própria cabeça é mais poderoso 
do que o que está do outro lado da rede”. Com isso, Gallwey de-
senvolveu uma abordagem diferenciada para ajudar as pessoas 
a aperfeiçoarem seu jogo de tênis, ao invés de berrar com os alu-
nos, como fazia a maior parte dos professores da época. 
Ele entendia que o papel do técnico era o de fazer pergun-
tas, de modo que contribuísse para que o jogador ampliasse sua 
consciência sobre como jogava e, depois, fizesse os ajustamen-
tos necessários. Para Gallwey, o jogo de tênis, como o jogo da 
vida, consiste em expressar nosso potencial e ser uma fonte de 
respostas para as nossas próprias perguntas.
Por coaching, compreende-se uma sistemática de trabalho, em 
que uma pessoa especializada e com técnicas corretas, denominado 
coach, irá cooperar para que a outra, o coachee, atinja seus objetivos 
e metas, por meio da exploração de competências, mudanças de 
hábitos e comportamentos, novas atitudes, planejamento e ação.
Maurício Sampaio18 19COACHING VOCACIONAL
Coach independente: Uma das formas de trabalho que mais 
cresce. Boa parte dos profissionais que se formam, nos diferen-
tes cursos de coaching, logo pensam em se estabelecer como tal, 
procuram um local para começar a atender e, aos poucos, vão 
criando a própria carteira de clientes.
Em todos os casos, existem os prós e os contras, e a decisão 
de como trabalhar será exclusivamente sua, dependendo do pla-
no de negócio e do projeto de cada profissional. Um erro crucial 
cometido pelos profissionais é a falta de um plano de negócios, 
tema que trabalharemos mais a frente. É claro também que ou-
tros aspectos influenciam na escolha da forma de atuação, como 
disponibilidade financeira para iniciar o próprio negócio, foco de 
trabalho, tempo disponível, entre outros. 
Após decidir a forma de atuação com a escola contratante, o 
profissional, juntamente com a equipe pedagógica, precisa avaliar 
se o mais adequado seria um atendimento individual ou coletivo. 
Vale ressaltar que, mesmo nos atendimentos coletivos, em alguns 
momentos, o coach deverá fazer um trabalho individualizado com 
cada aluno, para sanar possíveis dúvidas e questionamentos. 
O coaching vocacional é uma especialização, um setor muito 
promissor da atividade de coaching, isso porque existem muitas 
dúvidas quando o assunto é vocação. Por isso, listei uma série de 
pontos que um coach pode trabalhar com um jovem, na busca por 
uma carreira de sucesso. 
O coach e suas formas de atuação
O processo de coaching é formado basicamente por três im-
portantes agentes: coach (quem conduz o processo), coachee 
(o cliente) e coaching (o processo), considerando o processo do 
coaching como um agente efetivo, visto que ele é formado de 
ferramentas práticas e, principalmente, de reflexões que pro-
movem mudanças. 
Atualmente, existem três formas básicas de atuação para a 
abordagem de coaching: 
Coach externo: profissional sem vínculo empregatício, contra-
tado por um tempo determinado e para uma demanda específi-
ca. No caso do coaching vocacional, orientações para um aluno ou 
até mesmo um grupo de alunos que estão com dificuldades na 
escolha profissional. 
Coach interno: profissional que atua de forma rotineira e sis-
temática em uma organização. Nas escolas, geralmente, esse 
profissional assume duas ocupações – o de orientador educa-
cional, com a função de cuidar de questões ligadas ao rendimen-
to escolar do aluno e, no Ensino Médio, desenvolve um projeto 
de orientação profissional. Porém, nem todos os colégios têm 
um trabalho focado, no qual é necessário um acompanhamento 
constante, e outras nem sequer têm um projeto vocacional. 
Maurício Sampaio20 21COACHING VOCACIONAL
a Rompa crenças limitantes – quebre paradigmas que o im-
peçam de crescer.
a Instale crenças fortalecedoras – seja capaz de incentivar e 
descobrir os interesses e motivações.
a Promova autonomia e ação – faça com que o coachee este-
jamotivado para realizações.
a Aprenda constantemente – promova e fomente novas des-
cobertas para a vida e não apenas para os momentos pontuais.
O poder de transformar perguntas em 
armas poderosas
Costuma-se falar que um bom coach é um bom perguntador. E é 
verdade! Como mencionei no primeiro capítulo, perguntar, questio-
nar e debater vem desde a Antiguidade, lá com os grandes filósofos, 
sendo que o coaching se apropriou dessa técnica, a fim de buscar 
uma autoavaliação, uma autoconsciência e um aprendizado. 
As perguntas promovem desafios constantes, e qual o ser 
humano que não gosta de se sentir desafiado? Imagine um jovem, 
então? Utilize perguntas, de forma moderada e assertiva, pois, 
muitas vezes, os profissionais acabam chateando seus coachees 
por conta de tantas perguntas, transformando a sessão em um 
verdadeiro interrogatório. Quando isso ocorre com um jovem, o 
Coaching de carreira para adolescentes e jovens.
Coaching de carreira para jovens universitários.
Coaching para o primeiro emprego.
Coaching para transição de carreira.
Habilidades e competências essenciais para que o coach rea-
lize um processo de coaching de forma eficiente e que contribua, 
de fato, para o crescimento e desenvolvimento do coachee:
a Estabeleça empatia – crie sinergia com o coachee, entenda 
o seu universo, seus costumes, pensamentos, gestos e atitudes.
a Identifique reais necessidades – saia das perguntas su-
perficiais, pesquise, reflita, indague e procure por verdades.
a Planejamento – organize a agenda de trabalho, antecipan-
do possibilidades, hipóteses, entre outros.
a Detecte influências externas – seja capaz de identificar, 
com ou sem auxílio de ferramentas (testes), os níveis de influên-
cias no processo de escolha.
a Detecte valores – esteja atento às palavras, aos discur-
sos, identifique os propósitos embutidos no processo. 
a Promova o autoconhecimento – propicie uma reflexão cons-
trutiva, capaz de avaliar potenciais, talentos e habilidades.
Maurício Sampaio22 23COACHING VOCACIONAL
O “que/qual”, “como”, “quando”, “onde” 
e “por que?”
Assim como um lead jornalístico, que nada mais é do que 
elencar as informações mais importantes dos fatos no primeiro 
parágrafo da reportagem, em que o repórter responde às cinco 
questões: “que/qual”, “como”, “quando”, “onde” e “por que?”, o 
coach também precisa dessas informações do seu cliente para 
conseguir construir as ações necessárias para escrever a história 
profissional do coachee. 
Questões utilizando o “que” buscam por especificidade: o que 
aconteceu? O que você pretende fazer? O que você está espe-
rando? Questões utilizando o “qual” buscam por opções: qual 
outro caminho que você poderia escolher? Qual curso além des-
se? Qual o tempo que você precisa para escolher? Enquanto que 
perguntas com “como” buscam por estratégias: como você vai 
fazer para saber sobre o curso? Como você vai saber se isso lhe 
dará dinheiro? Como você vai saber que o curso que escolheu vai 
proporcionar um bom futuro?
Já as do “quando” buscam por tempo: quando você vai ter cer-
teza da escolha de seu curso? Quando vou ficar sabendo que você 
já fez a escolha? As questões utilizando o “onde” buscam por 
localizações: onde você poderá utilizar o que aprenderá em seu 
curso? Onde você estará daqui a quatro anos?
processo tende a ficar mais difícil, uma vez que o cliente passa a 
achar que você é mais um para cobrá-lo.
Para usar as perguntas de uma maneira mais assertiva, é 
possível fazê-las de duas maneiras: perguntas abertas e pergun-
tas interrogativas. 
Perguntas abertas: Promovem a autoconsciência 
sobre determinado assunto. Propõem uma análise 
para que o cliente reflita de uma forma diferente, 
por meio de uma nova perspectiva. 
Perguntas interrogativas: são mais eficazes ao 
reforçar a consciência e aumentar a responsabilidade 
no cliente, questionando sobre prazos de inscrições, 
quais universidades o cliente pretende prestar 
vestibular, entre outros. 
Maurício Sampaio24 25COACHING VOCACIONAL
É importante para você realizar alguma coisa significativa em sua vida? 
Você é apaixonado por ajudar os outros?
Você, frequentemente, determina e alcança seus objetivos?
Você gosta de trabalhar de forma independente?
Você pensa estrategicamente?
Você é autodirecionado?
Você gosta de estar no controle do seu ambiente de trabalho?
Você assume a responsabilidade pelo seu sucesso e fracasso?
Você se encontra em excelente condição física, mental e emocional?
Você possui conhecimento básico sobre as questões de desenvolvimento de 
carreira?
O seu trabalho é muito interessante, tanto que o tempo passa e você não sente?
Você considera “falhas” oportunidades para aprender e crescer?
Você consegue sustentar suas ideias e objetivos mesmo quando outros não 
concordam ou mesmo não o incentivam?
Você está disposto a sofrer riscos moderados para alcançar suas metas?
Você pode investir dinheiro em seu próprio negócio?
Diante de uma necessidade, você está disposto a realizar tarefas que provavel-
mente não lhe interessam?
Você acredita que consegue estabelecer uma interação, comunicação apropriada, 
trabalhando via telefone ou internet?
Você constantemente se prende em uma tarefa até que ela esteja completa?
Você consegue ignorar as distrações de trabalhar em sua própria casa?
Teste
Você está preparado para ser um coach?
SIM NÃO
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
E, por fim, o “por que” busca por valores e crenças: Por que 
você acredita que esta é a melhor escolha? Por que esta opção 
de curso? 
Todos os exemplos de perguntas colocados aqui podem ser 
alterados em função de seu objetivo, sempre promovendo o des-
pertar de uma reflexão e, o mais importante, promovendo a ação 
propriamente dita.
O que/qual? 
Como?
Quando?
Onde?
Por que?
Maurício Sampaio26 27COACHING VOCACIONAL
Resultados
17 – 20 ”sim” – coaching é para você!
14 – 16 “sim” – você pode estar preparado para atuar como coach.
10 – 13 “sim” – trabalhar com equipes ou em organizações pode se 
encaixar melhor em seu perfil.
5 – 9 “sim” – examine sua escolha com calma, tenha certeza de que 
coaching é para você.
0 – 4 “sim” – coaching não é a melhor escolha.
Maurício Sampaio28 29COACHING VOCACIONAL
O Método MS® 
para coaching vocacionalParte dois
Maurício Sampaio30 31COACHING VOCACIONAL
encontros, a quantidade de sessões e outros detalhes operacionais. 
Aqui também começa a relação coach e coachee e, por conta disso, 
algumas barreiras costumam aparecer nesse momento. Não foram 
poucas as vezes em que os pais forçaram os filhos a participarem 
de um programa de orientação vocacional, causando um desâ-
nimo por parte dos jovens. Se isso ocorrer com você, será preciso 
ter bastante habilidade para prosseguir com o trabalho. Constan-
temente, você terá que ministrar situações conflitantes entre pais e 
filhos logo na primeira sessão. Essa fase pode durar, às vezes, mais 
de uma sessão. Sem problemas! Não tenha pressa!
Apresentação do Método MS®
ICEC
AUTOCONHECIMENTO
AUTONOMIA
APREN
DIZADO
Levantamento de valores -
talentos - habilidades - competências 
Capacidade de reiniciar o processo
Definição de objetivos e metas -
foco de atuação
Análise de cenário
Checagem das
conquistas realizadas
PLANEJAMENTO E AÇÃO
PESQUISA
AVALIAÇÃO E 
AUTOAVALIAÇÃO
Educando o seu coachee para o coaching
O Método MS® foi desenvolvido com base em conceitos e teo-
rias existentes, juntamente com a prática em orientação vocacio-
nal e processo de coaching. Essa metodologia segue um modelo 
sequencial, isto é, uma estrutura que permite estabelecer o pro-
grama em sessões. Porém, com o diferencial de ser também fle-
xível em suas fases, como no tempo de duração ou nas diferentes 
ferramentas a serem utilizadas no processo. Trata-se, no entanto, 
de um modelo para que o coach possa, de forma maisorganizada, 
estruturar as principais etapas do seu atendimento. 
A primeira etapa do método é uma das mais importantes, pois 
trata-se da etapa de apresentação do processo de coaching e do seu 
trabalho enquanto coach. No mundo do coaching, essa etapa é cha-
mada de coaching education, ou seja, é a fase de educar seu coachee 
para o método. É nesse momento que se dá o início de uma relação 
de confiança e esperança, tanto por parte do coachee como de seus 
familiares. Conquistar seu cliente tem papel fundamental nesse pro-
cesso. Costumo dizer aos professores e educadores que a aceitação 
corresponde a 50% do resultado final de um trabalho educativo. 
No coaching vocacional, isso não é diferente. Além disso, o primeiro 
momento pode determinar o ritmo dos próximos encontros. 
Esse é o momento em que o coach deve apresentar o seu tra-
balho ao futuro coachee, as suas estratégias e definir as datas dos 
Maurício Sampaio32 33COACHING VOCACIONAL
 
 
deve interferir e explicar novamente o processo e o papel 
de cada um. Seja claro a respeito de que ambos estão ali 
para um objetivo em comum, e não para discussões.
aAnote todas as colocações e detalhes da conver-
sa. Faça isso como um hábito e tenha sempre folhas em 
branco ou um caderno para anotações. Isso pode ajudar 
no trabalho de planejamento, como também demonstrar 
seu interesse pelas angústias alheias.
aPrepare uma apresentação do seu trabalho. Como 
o processo de coaching é algo intangível, à primeira vista, 
transparece um trabalho mais conceitual e reflexivo. De-
monstrar, por meio de uma apresentação, ferramentas, 
depoimentos e resultados, pode ajudar não só a vender, 
como a passar segurança aos novos clientes, principal-
mente aos pais, na maioria das vezes, os pagantes. 
aExponha claramente os resultados, evite tantos con-
ceitos iniciais. Muitos profissionais acham que o cliente está 
ali porque quer aprender sobre coaching. Não! Ele veio te pro-
curar porque você é a solução. Os clientes querem saber de 
resultados e, só depois, eles desejam saber como você fez.
Orientações valiosas no processo 
do coaching vocacional
aEscute bastante seu cliente. Tente descobrir 
sempre o que existe por trás dos discursos dos pais 
e dos filhos. 
aNa maioria das vezes, você atenderá um menor 
de idade, por isso uma dica muito importante é ja-
mais começar um atendimento sem o consentimento 
dos responsáveis.
aEvite tantas perguntas! Geralmente, os jovens são 
avessos aos questionamentos, levam isso como uma 
afronta. Procure se aproximar devagar e depois acelere o 
ritmo. A grande “sacada” nesse momento é a conquista 
da confiança.
aEvite discussões entre pais e filhos, o famoso “la-
var roupa suja”. Muitas vezes, você vai se deparar com al-
guns desentendimentos, porque pais e filhos esquecem 
que estão diante de um coach e não de um terapeuta. Você 
 
Maurício Sampaio34 35COACHING VOCACIONAL
que o coachee já traz como bagagem, uma vez que isso pode 
facilitar o seu trabalho e, logicamente, os resultados. Lembre-
-se de que você vai atender jovens de diferentes culturas, de 
diferentes sistemas de ensino, portanto essa bagagem precisa 
ser pesada no processo de desenvolvimento vocacional.
É preciso planejar e agir - Etapa do 
planejamento e da ação
Imagine a seguinte situação: seu filho ou alguém próximo a você 
passou horas sentado na areia da praia, construindo um lindo cas-
telo e imaginando grandes batalhas com príncipes, princesas, reis, 
rainhas e, de repente, você vem e pisa em cima ou o mar avança e 
cobre tudo. Você pode imaginar a decepção? A maioria das pessoas 
faz isso diariamente, sem perceber, tudo porque não são imparciais, 
acham que todos devem viver sua vida, sua história, seus aprendi-
zados, e pertencer à mesma cultura ou classe social sem nenhum 
tipo de dosador sobre o quanto esse jovem é ou não capaz de absor-
ver uma nova realidade ou um novo ponto de vista. 
Para que tudo aconteça no tempo certo, é preciso um pla-
nejamento, isto é, traçar ações efetivas, que tragam respostas 
tangíveis ao processo. Em muitos casos, você vai perceber que 
existe uma tendência para o desvio dos planos estabelecidos e 
isso ocorre por alguns motivos, principalmente quando o coach 
Analisando seu coachee mais de perto 
- Etapa do autoconhecimento
Passada a fase inicial, está na hora de conhecer de perto 
quem, de fato, é o seu cliente, o que ele pensa, suas crenças e 
valores, seu autoconceito, se entende quais são as suas forças, 
fraquezas, além de identificar seus talentos, suas habilidades, 
seus interesses e suas motivações. 
Trata-se, no entanto, de uma fase de exploração, porque tudo 
o que envolve o desenvolvimento humano e vocacional deve ser 
avaliado, checado e entendido. Talvez, você sinta que uma grande 
parte dos jovens com os quais você irá trabalhar pareça ser um 
pouco inibida e desconfiada frente a esses assuntos. E eles real-
mente são. Isso ocorre, principalmente, porque vivemos em uma 
cultura em que reconhecer o próprio talento parece uma afronta 
à sociedade. 
Dizer em voz alta dentro de uma sala de aula, ou mesmo no 
trabalho, que você é bom no que faz, parece ter virado um crime. No 
círculo social, não é muito diferente. As pessoas têm dificuldades 
de elogiar uns aos outros, e isso pode acarretar em consequências 
desastrosas, tais como insegurança, inibição, sentimento de 
fracasso, sensação de estar perdido profissionalmente.
Essa é uma fase muito delicada e de muitas descobertas para 
o seu cliente. Um outro ponto importante é levar em conta aquilo 
Maurício Sampaio36 37COACHING VOCACIONAL
de conhecer mais de perto a rotina dos profissionais, seu am-
biente de trabalho, retorno financeiro, entre outros, são fatores 
importantíssimos na escolha da carreira.
Em posse de um conhecimento maior do coachee sobre ele 
mesmo, está na hora de pesquisar sobre o mundo que o cerca. 
Na verdade, sempre irá existir um déficit entre aquilo que sabe-
mos e a realidade em si. Um bom processo de coaching de carreira 
deve dar conta da pesquisa da realidade, da visão que o jovem 
tem dos acontecimentos, da forma como as coisas realmente 
funcionam. Não se trata de um pré-julgamento das coisas, mas 
sim a forma como a vemos, para isso damos o nome de filtro. 
Cada um tem o seu, constituído de vivências, experiências, inter-
ferências culturais, sociais e familiares. Com o jovem, ainda existe 
um agravante: a imaturidade. 
Você vai perceber que muitos jovens coachees que você aten-
derá não sabem ao certo justificar suas afirmações. Isso me faz 
lembrar o caso de um garoto que queria de qualquer forma se 
tornar um grande cantor de banda de rock. Ele sabia tudo sobre 
música, conhecia os lançamentos, os melhores músicos, as gran-
des turnês, os melhores CDs, só não sabia da rotina de trabalho, 
do ambiente, das pessoas envolvidas em todo contexto, dos pro-
blemas de estrelismo que permeiam esse segmento, de como é 
viver sob a luz da fama, o que é ficar longe de casa durante mui-
to tempo, das consequências de abdicar das grandes amizades. 
ou o coachee não conseguem estabelecer uma agenda com prio-
ridades. Planejar é um hábito, um exercício constante e obriga-
tório ao coach e ao coachee, sendo que isso não pode ser apenas 
um dever do coachee. 
Se você pretende agir dessa forma, logo a sua ausência será 
percebida. Preste atenção ao comportamento dele, pois o jovem 
tem uma grande tendência em desviar assuntos comprometedo-
res para temas sem importância. E nesse momento, podem surgir 
um mar de desculpas, justificando a falta de tempo para a reali-
zação das tarefas propostas, que podem ser desde a semana de 
provas na escola até jantares muito importantes com parentes. 
Caso você perceba isso, é preciso conversar com o jovem e, jun-
tos, chegarem a um ponto de equilíbrio, não sendo duro demais, 
mas também não se tornando um grande amigo do seu cliente. 
Encontre o Sherlok Holmes que existe 
dentro do seu coachee - Etapa da pesquisa
Assim como o famoso detetive Sherlok Holmes, que investigaos casos sem solução até mesmo para a famosa Scotland Yard, 
faça seu cliente desvendar os mistérios por trás das possíveis 
carreiras que ele pretende prestar vestibular. Pesquisar sobre o 
mercado educacional e suas possibilidades: universidades, facul-
dades, diferentes modalidades de ensino, grade curricular. Além 
Maurício Sampaio38 39COACHING VOCACIONAL
jamento. Não deixe de realizar a avaliação final, mesmo após a 
avaliação durante o processo, para validar o trabalho desenvol-
vido com o seu coachee e os resultados obtidos. Faça disso um 
hábito de trabalho.
O Método MS® e sua 
fundamentação teórica
Embasei o Método MS® a uma série de estudos específicos 
sobre desenvolvimento vocacional, conferidos por especialistas 
como Super e Pelletier. Atrelado a isso, incorporei teorias de dois 
pensadores do construtivismo, Jean Piaget, com o conceito da 
epistemologia genética, e Lev Vygotsky, com a teoria histórico-
-cultural, uma abordagem conhecida por sócio-histórica e, por 
último, adicionei ao método ferramentas e filosofias de coaching 
mundialmente utilizadas.
Piaget foi o precursor do construtivismo, desenvolveu seus 
estudos com foco nas estruturas cognitivas, hoje reconhecida 
entre educadores e pesquisadores. Segundo o autor, são essas 
estruturas que constituem nossa inteligência. Na perspectiva de 
Piaget, para que ocorra a construção de um novo conhecimen-
to, é preciso que se estabeleça um desequilíbrio nas estruturas 
mentais, isto é, os conceitos já assimilados necessitam passar 
por um processo de desorganização para que possam novamen-
Isso tudo foi colocado à prova quando realizamos um trabalho de 
pesquisa estruturado com as perguntas certas. Decepção total. 
Essa é a palavra correta, porque nunca tinha visto tão de perto 
um castelo desmoronar com tanta força. Vamos refletir quanto 
tempo e dinheiro esse jovem economizou em sua vida, o quanto 
poderia lhe custar essa decepção no futuro? Jamais continue o 
processo sem que estas questões sejam muito trabalhadas, elas 
são a alma de um excelente processo.
Estamos indo no caminho certo? - 
Etapa de avaliação e da autoavaliação
Assim como as histórias do famoso detetive e seu fiel com-
panheiro, o Dr. Watson, você, juntamente com seu coachee, preci-
sam criar métodos a fim de mensurar o resultado das sessões de 
coaching. Crie formas de evidenciar o crescimento ou o desenvol-
vimento da maturidade de seu coachee, suas conquistas e realiza-
ções. Faça isso primeiro para validar o seu trabalho e depois para 
provar a ele, e a seus familiares, que o processo, se bem realizado, 
traz retorno.
Isso deve acontecer durante o processo, geralmente, do meio 
para o final do contrato de trabalho. Não deixe de realizar uma 
avaliação. Caso, o processo não esteja ocorrendo conforme o 
planejado no início da sessão, basta fazer um ajuste de plane-
Maurício Sampaio40 41COACHING VOCACIONAL
radores, o desenvolvimento é impulsionado pela linguagem. Um 
ponto central da teoria de Vygotsky é o conceito de Zona de De-
senvolvimento Proximal (ZDP), na qual o aprendizado acon-
tece no intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento 
potencial. Em outras palavras, a ZDP é a distância existente entre 
o que o sujeito já sabe e aquilo o que ele tem potencialidade de 
aprender. O ideal seria que o coach atuasse nesse campo, esti-
mulando a aquisição do potencial, partindo do conhecimento da 
ZDP do aprendiz.
Para definir o conhecimento real, Vygotsky sugere que se 
avalie o que o sujeito é capaz de fazer sozinho e o potencial 
daquilo que ele consegue fazer com a ajuda de outro sujeito. 
Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o 
desenvolvimento. Um exemplo claro disso é avaliar o nível do co-
nhecimento sobre a realidade de uma ocupação escolhida por um 
coachee. Raramente, ele consegue, sozinho, avaliar a realidade e 
as consequências futuras.
Lembro-me de um caso em que uma das minhas coachees 
dizia, com toda a certeza, que queria fazer uma faculdade de 
gestão de eventos, ao mesmo tempo em que demonstrava 
em seu discurso um forte relacionamento e convívio familiar. 
Ao levá-la a investigar de perto o dia a dia de quem ocupa a 
posição de coordenação de eventos, ela foi confrontada com 
os seus valores e com a sua capacidade de administrar pos-
te, por meio do contato com novos conceitos, reorganizarem-
-se, estabelecendo um novo conhecimento. Esse mecanismo 
pode ser denominado de equilibração das estruturas mentais, ou 
seja, a transformação de um conhecimento prévio em um novo.
Para o processo de coaching, isso significa que o coach deve 
entender que o coachee está passando pelo período das ope-
rações formais, que se inicia, em tese, a partir dos 12 anos de 
idade. Nessa fase, o indivíduo, ampliando as capacidades con-
quistadas anteriormente, já consegue raciocinar sobre hipóteses, 
na medida em que ele é capaz de formar esquemas conceituais 
abstratos e, por meio deles, executar operações mentais dentro 
de princípios da lógica formal. De acordo com a teoria piagetia-
na, ao atingir essa fase, o indivíduo adquire a sua forma final de 
equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que 
persistirá durante a idade adulta. Isso não quer dizer que ocorra 
uma estagnação das funções cognitivas, após o ápice adquirido 
na adolescência. A partir desse momento, um jovem pode sim 
sofrer influências externas em suas escolhas. A base da sua for-
ma de pensar, suas crenças e valores pouco serão afetadas, mas 
esse pouco pode promover transformações expressivas, como 
veremos mais adiante.
Já os estudos de Lev Vygotsky postulam uma dialética das 
interações com o outro e com o meio, como desencadeador do 
desenvolvimento sócio-cognitivo. Para Vygotsky e seus colabo-
Maurício Sampaio42 43COACHING VOCACIONAL
sendo que cada uma, em sua época e cultura, deu sua impor-
tante contribuição. Farei uma breve apresentação das que eu 
considero mais importantes, mas existe ainda uma infinidade 
de outras teorias, que podem ser buscadas como referência 
para o seu trabalho. 
Vamos a elas!
O primeiro teórico na área da psicologia vocacional foi 
Frank Parson (1909), responsável pela primeira teoria no as-
sunto, que resultou no livro Choosing a vacation. Segundo o 
autor, a escolha adequada de uma vocação segue três fato-
res importantes: exame do indivíduo (inclusive o autoexame), 
exame das profissões e ocupações, e o estabelecimento da 
relação entre elas. Desde a publicação de sua teoria, vários 
outros modelos e teorias foram desenvolvidos para contribuir 
não somente para a escolha da carreira, mas no desenvolvi-
mento profissional. 
Essas teorias fornecem subsídios para estudar o desenvol-
vimento vocacional. De uma forma geral, as teorias de escolha se 
caracterizam por privilegiar apenas determinados aspectos, de-
pendendo da disciplina das quais derivam: psicologia, economia ou 
sociologia. Crites (1974) propõe uma divisão em três modalidades 
distintas de teorias de escolha: as teorias não psicológicas, as psico-
lógicas e as teorias gerais.
síveis atividades da profissão, como um evento seguido do 
outro, sem a possibilidade de descanso no fim de semana, 
por exemplo.
O coach deve assumir o papel de mediador da aprendiza-
gem, deve estimular seus coachees frente a novos desafios, 
a novas descobertas e a novos entendimentos sobre si e 
o mundo que os cercam. Segundo o estudioso Jiron Matui, 
a mediação não funciona com autoritarismo, com imposi-
ção de conhecimentos, como no diretivismo pedagógico. 
Não funciona também por omissão de quem fica “em cima 
do muro”, como no espontaneísmo pedagógico, na atitude 
laissez-faire, de quem “espera para ver como é que fica”. A 
mediação participa do processo de construção do conheci-
mento, funciona como um catalisador químico que, presen-
te em uma reação, facilita ou acelera e até mesmo possibi-
lita essa reação. Já, quando está ausente, retarda a reação 
ou mesmo pode nem ocorrer.
Algumas teorias sobre orientaçãovocacional
Para quem deseja iniciar seu trabalho como coach de carrei-
ra, é muito importante entender tais concepções. Elas foram as 
precursoras na preocupação da relação ser humano-trabalho, 
Maurício Sampaio44 45COACHING VOCACIONAL
Teorias psicodinâmicas 
As teorias chamadas psicodinâmicas priorizam os fatores de 
ordem motivacional ou de processo a serem constituídos ao lon-
go da história de vida da pessoa, enfatizando, em geral, as pri-
meiras experiências.
Teorias desenvolvimentistas
As teorias desenvolvimentistas surgiram para contestar ou-
tras teorias que têm como pressuposto que a escolha profissio-
nal ocorre pontualmente ou em um curto espaço de tempo. Dois 
autores tiveram suma importância e fizeram suas contribuições. 
Para Super (1980), o desenvolvimento vocacional não se encer-
ra ao final da adolescência, mas ao longo da vida da pessoa, 
chegando até a aposentadoria. Ele propõe as seguintes fases 
para o desenvolvimento vocacional: crescimento, exploração, es-
tabelecimento, manutenção e declínio.
Teoria das tomadas de decisão
As teorias das tomadas de decisão são compostas por mo-
delos com origem na economia, que entendem o processo de 
escolha profissional como uma ação cognitiva. O processo par-
te da coleta, organização e análise das informações sobre si 
próprio e sobre a realidade externa, a partir daí, avaliam-se as 
oportunidade disponíveis e opta-se por aquela que garantir um 
melhor retorno.
Teorias não psicológicas
De acordo com Crites, existe uma série de teorias que trata 
da escolha profissional sem se preocupar com o indivíduo, consi-
derando apenas as determinações externas, o ambiente e o con-
texto social. Ainda segundo o pesquisador, podemos classificar 
as teorias não psicológicas em três tipos distintos: teoria aciden-
tal, teoria econômica e teoria sociológica.
Teorias psicológicas
Estabelecem os fatores sociais e ambientais como acessórios, 
isto é, o que estaria em jogo seria a forma como a pessoa se desen-
volve e como ela se organiza em função dos fatores externos. De 
acordo com Crites, estão divididas em quatro grupos: traço e fator, 
psicodinâmicas, desenvolvimentistas, tomadas de decisão.
Teoria traço e fator
A mais tradicional teoria dentro da orientação profissional 
remonta ao início do século XX, quando as transformações na 
esfera produtiva foram acompanhadas da necessidade de mão 
de obra adequada para suprir a crescente industrialização. Essa 
teoria parte do princípio de que as pessoas diferem em suas ha-
bilidades, interesses e traços de personalidade. Sendo assim, 
isolando e quantificando as características pessoais e as caracte-
rísticas das ocupações, seria possível adequar a pessoa ao posto 
de trabalho.
Maurício Sampaio46 47COACHING VOCACIONAL
Teorias sobre carreira
O conceito de carreira é praticamente sinônimo de vida pro-
fissional, uma trajetória ocupacional ao longo da vida. Nela, 
tenta-se deslocar o foco de uma profissão para uma perspecti-
va mais abrangente, na extensão do tempo e na abertura para 
um possível leque de ocupações.
No enfoque de uma carreira, o principal passa a ser a trajetó-
ria ocupacional, o movimento evolutivo e progressivo para a rea-
lização de um projeto de vida. Deve-se lembrar que o desenvolvi-
mento pessoal permeia a evolução-maturação resultante de um 
processo interno da dinâmica da personalidade ou puramente 
orgânico, de crescimento e envelhecimento gradual.
A estruturação da carreira depende de certas tendências: 
personalidade, aptidões, interesses, motivações, valores, entre 
outros, e sofre a influência de pressões e demandas externas, 
culturais e familiares. A constituição da carreira é, portanto, re-
sultante da interação dos fatores internos da pessoa com fato-
res externos a ela. 
Carreira = fatores internos + fatores externos
A maior virtude do conceito de carreira, atualmente, dá-se 
por conta do seu deslocamento de foco temporal, ganhando 
assim uma perspectiva de projeto de vida, com um horizonte 
mais amplo e mais distante no tempo e no espaço.
 
Teorias tipológicas
Essas teorias ainda são muito utilizadas em todo mundo, a 
mais conhecida é a de Holland, que deu origem aos tipos huma-
nos. Holland (1997) propôs um modelo tipológico de personali-
dades vocacionais que tem dominado as pesquisas nos últimos 
20 anos. Para o autor, os interesses vocacionais são uma expres-
são da personalidade, e indivíduos de uma mesma profissão pos-
suem personalidades e histórias de desenvolvimento similares. 
As personalidades vocacionais podem ser de seis tipos: Realista 
(R), Investigativo (I), Artístico (A), Social (S), Empreendedor (E) e 
Convencional (C), mais conhecido pela sigla RIASEC. É importante 
esclarecer que cada indivíduo possui, em maior ou menor grau, 
características de todos os seis tipos, embora os atributos de um 
dado tipo sejam predominantes.
Maurício Sampaio48 49COACHING VOCACIONAL
Crescimento: vai do nascimento até os 14 anos, e se desen-
volve por meio das identificações com figuras importantes, prin-
cipalmente da família e da escola. Predominam as necessidades 
orgânicas e afetivas, sendo que interesses e habilidades surgem 
de acordo com os estímulos e as oportunidades que lhe são pro-
porcionados. Esta fase está subdividida da seguinte maneira: fan-
tasia (4 a 10 anos) – imitação e desejo de ser adulto, realização 
por meio de jogos; interesse (11 a 12 anos) – mudança contínua 
de área, interesses diversos; capacidade (13 a 15 anos) – leva em 
conta o desempenho na escola e o relaciona com seus interesses.
Exploração: caracteriza-se pela exploração de si mesmo e das 
ocupações e está subdividida da seguinte forma: tentativa (15 aos 17 
anos) – a realidade começa a intervir na escolha, inseguranças da ado-
lescência, transição (18 aos 21 anos) – algumas decisões são tomadas 
e as experiências vocacionais são mais pessoais; ensaio (22 aos 24 
anos) – escolha feita, concretizando o ingresso no primeiro trabalho.
Estabelecimento: tendo encontrado uma área de atuação no 
período anterior, faz esforços para se estabilizar. Esta fase está 
subdividida da seguinte maneira: ensaio e estabilização (25 aos 30 
anos) – localização estável no mercado de trabalho, experiências 
profissionais realizadas e promoções almejadas; consolidação (31 
a 40 anos) – período criativo em que as promoções e experiências 
profissionais se consolidam, a pessoa pode definir o ponto máxi-
mo de sua carreira e metas.
Fases do desenvolvimento vocacional 
de Super
A teoria de Super assim como a abordagem de Pelletier de-
ram a maior contribuição para o trabalho apresentado, sendo as-
sim, vamos analisar o cérebro dessas teorias que podem ajudá-
-lo a realizar um projeto de coaching vocacional mais eficiente.
Donald Super foi um dos principais autores da corrente de-
senvolvimentista. Um conceito fundamental na teoria de Super 
(1985) é o da maturidade vocacional, que está relacionada com a 
localização da pessoa dentro das situações de desenvolvimen-
to vocacional. Ao relacionar a idade da pessoa ao momento do 
desenvolvimento vocacional em que ela se encontra, chega-se 
ao quociente de maturidade. Segundo ele, o desenvolvimento 
pode ser guiado pela facilitação da maturação, habilidades e in-
teresses, pelo teste da realidade e pela ajuda do autoconceito. 
O autoconceito é fundamental em sua teoria e se relaciona 
à imagem que a pessoa constrói de si próprio, baseado no con-
tato com os seus valores, competências, aptidões e na relação 
com as pessoas que se encontram em seu entorno. Para o au-
tor, as decisões vocacionais se iniciam na infância, perdurando 
até a idade adulta, com ênfase no aspecto sequencial do com-
portamento vocacional. Super apresenta cinco fases do desen-
volvimento vocacional.
Maurício Sampaio50 51COACHING VOCACIONAL
aExperimentar papéis profissionais na imaginação.
Cristalização
aConstatar a necessidade de fazer escolhas.
aDar-se conta da multiplicidade dos pontos de vista com 
base nos quais se podem associar asocupações.
aInferir as significações que podem ter resultados, rendi-
mentos, performances, situando-os em uma grade de habilida-
de e talentos.
aEncontrar para si atributos essenciais que têm o poder de 
incluir um grande número de experiências.
aIdentificar, entre muitas atividades, aquelas para as quais 
se mostram interesses duradouros.
Especificação
aIdentificar os valores e as necessidade subjacentes aos 
comportamentos.
aOrdenar, segundo importância, as necessidades e os valores.
aEncontrar possibilidades que são consequentes às ne-
cessidades e aos valores identificados.
aDecidir integrando todos os elementos já considerados.
Manutenção (45 aos 65 anos): a pessoa chegou ao auge da 
carreira, suas aspirações profissionais foram alcançadas, atin-
giu-se o ponto máximo, mantém-se nessa posição.
Declínio (a partir dos 65 anos): a pessoa diminui seu ritmo 
de trabalho até a chegada da aposentadoria.
O enfoque operatório é introduzido por Pelletier, Noiseux e 
Bujold (1977) e propõe a operacionalização do estágio de explo-
ração descrito por Super. Esses autores propõem as seguintes 
tarefas como evolutivas desse estágio: exploração, cristaliza-
ção, especialização e realização.
Exploração
aDescobrir que existem problemas no meio imediato e na 
sociedade, em geral, e tarefas para realizar.
aAcumular em abundância informações sobre o ambiente.
aDispor de um repertório diversificado de informações.
aObter informações dificilmente acessíveis e incomuns com 
relação ao meio sociocultural imediato do indivíduo.
aReconhecer que a questão de orientação se coloca e que 
tem importância.
aAceitar que a questão de orientação seja complexa e não 
ofereça respostas únicas e definitivas.
Maurício Sampaio52 53COACHING VOCACIONAL
IDENTIDADE OCUPACIONAL
Onde?
IDENTIDADE VOCACIONAL
IDENTIDADE PESSOAL
Por quê?
 Para quê?
Quem somos?
 Como somos?
 Quem queremos ser?
 Como pretendemos ser?
Realização
aRever as etapas da decisão e rever sua estabilidade e certeza.
aOperacionalizar e planejar as etapas da decisão.
aAntecipar as dificuldades.
aProteger sua decisão.
aFormular escolhas substitutivas.
Identidade pessoal, vocacional e 
ocupacional
Os processos de desenvolvimento vocacional e ocupacional 
incluem o conceito de identidade pessoal, vocacional e ocupa-
cional. Para qualquer um, adolescente ou não, diante de uma 
escolha ou de uma nova escolha profissional, diante de uma 
problemática vocacional ou ocupacional, definir um futuro não 
é só definir o que fazer (profissão ou ocupação). 
Com base nessa visão de quem somos e de quem queremos 
ser, clarificamos nossos valores, necessidades básicas, objeti-
vos de vida, interesses predominantes, nosso projeto de reali-
zação humana, e criamos a ponte para a definição ocupacional.
Sendo assim, um processo de coaching vocacional não pode 
se limitar apenas a escolher uma profissão, mas também iden-
tificar, prever, preparar e alimentar o futuro ocupacional.
Maurício Sampaio54 55COACHING VOCACIONAL
Cuidados ao atuar com 
jovens e adolescentesParte três
Maurício Sampaio56 57COACHING VOCACIONAL
aO momento da escolha de uma profissão, que coincide com 
a fase do desenvolvimento, no qual o jovem está se descobrindo.
aDefinição da sua identidade, ao mesmo tempo em que 
está construindo sua identidade vocacional, por meio de percep-
ções da realidade sócio-cultural que o cerca de interferências.
aBusca por conhecer-se melhor, seus gostos, interesses 
e motivações. Muitos adultos ou supostos adultos ainda estão 
procurando sentido para sua existência e não conseguem reco-
nhecer suas ferramentas, possibilidades e potenciais.
aNessa fase, começam a aparecer os primeiros confrontos 
com os familiares, principalmente nesse novo cenário que trouxe 
de carona a tecnologia.
aOs valores vivenciados surgem como fundamentais e o 
jovem faz escolhas precipitadas, em que também pode ser facil-
mente influenciado.
aProcura, inconscientemente, por um sentido de vida, por 
mais que isso não fique evidente.
aMuitos jovens têm dificuldades de iniciar um projeto e 
seguir com ele até o fim, sabendo que existem etapas a serem 
alcançadas, o que acaba exigindo muito da inspiração do coach.
aPassagem para a vida adulta. Aqui, entra um dos proble-
mas mais graves e que pode levar o jovem a um processo de-
O jovem e a escolha profissional
Para quem decidir trabalhar com o coaching vocacional, deve-se 
ter em mente que a grande maioria dos clientes é constituída de jo-
vens e adolescentes, um ser em desenvolvimento social, biológico 
e cognitivo, sem estruturas prontas e acabadas. Esse jovem possui 
uma história de vida, experiências e crenças próprias, em um momen-
to que passa por uma das fases mais delicadas de sua vida. Trata-se, 
portanto, de uma máquina em pleno vapor, mas ainda incompleta!
Os nossos neurônios são constituídos de um tipo particular de 
células denominadas gliais, que significa “cola”. Essas células isolam 
os neurônios para acelerar a transmissão de mensagens dentro das 
redes neurais. Esse isolamento é chamado de mielina, um lipídio que 
está distribuído por todo o cérebro. No nascimento, a mielina já se 
desenvolveu em algumas áreas cerebrais, como aquelas pertencen-
tes à audição. A última área do cérebro a ser mielinizada é o cortax 
pré-frontal, área do lombo frontal, atrás da testa. 
Depois de concluída, essa área facilita nos processos de to-
mada de decisão e planejamento a longo prazo, por exemplo. Po-
rém, essa área só está completamente mielenizada entre os 20 
e 30 anos de idade. Perceba que muitas coisas ainda não estão 
prontas para um jovem, isto é, ele ainda não é maduro suficiente 
para tomar algumas decisões tão importantes, principalmente 
para definir hoje seu futuro. Veja, a seguir, algumas delas.
Maurício Sampaio58 59COACHING VOCACIONAL
Lembre-se de que, na maioria das vezes, você estará atuando 
com menores de idade e que, por força da lei, ainda não podem 
responder por si próprio. Sendo assim, a contratação do seu ser-
viço deverá ser efetuada com o consentimento dos pais ou res-
ponsáveis. Por isso, inicie o processo apenas com a autorização 
por escrito deles. Demonstre profissionalismo e seriedade. Pro-
cure conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Antes de iniciar no processo de coaching, analise os quatro as-
pectos que podem determinar o quanto você está sendo ético em 
sua atuação.
Congruência
Estou fazendo coaching, utilizando métodos e ferramentas 
consagradas? Quais os exemplos que estou passando ao meu 
coachee? Estou feliz com minha carreira para poder orientar o su-
cesso dos outros?
Acreditar no coachee
Cuidado com o preconceito, julgamento de aparências, credo, 
gênero, entre outros. Todos são seres humanos e possuem po-
tencial para crescer, basta que sejam estimulados para tal.
Confiança
O coachee está confiando a você seu futuro profissional. Você 
sabe o que isso significa? Os pais ou as instituições para as quais 
pressivo, chamado de “luto”. Amizades do colégio são deixadas 
para trás, cada qual toma o seu próprio rumo. Cobrança dos pais 
e familiares por resultados mais tangíveis, como passar no vesti-
bular, tirar boas notas. Emancipação do mercado de trabalho, que 
emprega cada vez mais pessoas com idade menor.
O jovem coachee na fase de escolha 
profissional
Por mais distraído, desinteressado ou desanimado que um 
jovem pareça, ele está sim à procura de uma luz no final do túnel. 
Todos eles buscam um sentido na vida e isso vai perdurar e se 
fortalecer com o tempo. Algumas características ainda são co-
muns entre os jovens, apesar de a juventude ter-se estendido, 
não somente em termos de idade e comportamento, mas tam-
bém pela falta de maturidade. No boxe abaixo, exemplifico alguns 
pontos a serem observados nos seus futuros clientes. 
aBuscar um sentido de vida, mas não sabe com quem.
aPassar por uma turbulência hormonal, mas não reconhece.
aTer dificuldades em enxergar as consequências de suas 
escolhas, mas mesmo assim acabafazendo.
aSer, ao mesmo tempo, sociável e introspectivo.
aQuerer ajudar, mas não sabe como.
aNão ter constância em suas atividades.
Maurício Sampaio60 61COACHING VOCACIONAL
tes prognósticos vocacionais, dando ao orientador o recurso 
para, como perito, aconselhar o orientando quanto à escolha 
ideal, em um balanço de possibilidades, probabilidades e priori-
dades, as alternativas cogitáveis.
Nesse sentido, os coaches devem tomar as devidas precau-
ções ao utilizarem os testes, não que seja inviável, porém utili-
zá-los como fim em si próprio pode não ser satisfatório para o 
processo. É preciso entender que os testes são apenas um com-
ponente de um processo maior de investigação e descobertas, 
como é o caso do coaching vocacional.
Existem testes que podem ser aplicados somente por psi-
cólogos e testes que podem ser aplicados por não psicólogos. 
Conheça alguns desses testes: Teste de Avaliação dos Interes-
ses Profissionais (AIP); Escala de Aconselhamento Profissional 
(EAP); Escala da Maturidade Profissional (EMEP); Berufsbilder 
Test (BBT): Teste de Fotos; Teste de Frases Incompletas e Crité-
rios para Escolha Profissional. 
Geralmente, eles vêm acompanhados de livros explicativos 
sobre a aplicação e o método de validação. O ideal é ler esses 
livros para entender por completo o teste. Assim, conhecendo 
bem o material e sua fundamentação teórica, o trabalho tende a 
ser bem mais aproveitado. 
você for trabalhar estão lhe passando o que há de mais precioso 
para eles.
Conhecimento
Realmente eu sei o que eu estou fazendo? Estou preparado? Sei 
o que significa trabalhar com jovens? Entendo sobre esse universo?
Utilizar ou não testes, eis a questão
Os testes são as mais antigas e tradicionais ferramentas uti-
lizadas no processo de orientação vocacional. Historicamente, 
apoiam-se nas concepções iniciais do educador norte-americano 
Frank Parsons (1909). Segundo ele, a escolha adequada de uma 
vocação envolve três amplos fatores: exame do indivíduo, exame 
das profissões e ocupações e estabelecimento de uma relação 
entre A e B. 
Segundo o educador Fernando Mello, um grande estudio-
so e pesquisador do tema, existe um modo científico de fazer 
orientação vocacional, que consiste em correlacionar, em uma 
espécie de casamento ou combinação ideal, uma pessoa a uma 
profissão. Há também o pressuposto de que as informações 
factuais, os dados levantados sobre a pessoa e as profissões 
ensinam e explicam a composição vocacional das pessoas e das 
profissões. Além disso, permitem um diagnóstico e consequen-
Maurício Sampaio62 63COACHING VOCACIONAL
Pouca maturidade – A juventude é uma passagem para a vida 
adulta, isso significa que muito terá que ser vivenciado para que 
atinja a maturidade. Cabe ao coach contribuir nessa estratégia.
Crenças limitantes – Mesmo com poucos anos de vida, uma 
pessoa já começa a criar sua visão do mundo e, quando atinge a 
maturidade, tende a confrontar o mundo, incluindo os pais. Algu-
mas crenças fazem sentido e poderão contribuir, outras podem 
estar sem fundamento, podendo limitar as ações do coachee e de 
todo o processo.
Desconhecimento da realidade – A expressão popular “falar 
da boca para fora”. Discursar sem, ao menos, conhecer a realida-
de ou validar a fonte da informação.
Barreiras na escolha de uma profissão
Podemos classificar como barreiras todos os aspectos que 
podem, de certa forma, influenciar de forma negativa a esco-
lha de uma profissão. Você, enquanto coach, deverá ficar atento 
a eles durante suas sessões. No capítulo seguinte, irei abordar 
mais sobre esse assunto. 
Geralmente, os discursos dos jovens carregam junto algum 
ou alguns dos aspectos/barreiras abaixo.
Dinheiro – O coachee se sente preso na sua escolha profis-
sional porque acredita que apenas um ótimo salário vai trazer 
sucesso e felicidade na carreira. 
Influências externas – Em maior ou menor grau, a maioria 
dos jovens carrega uma grande carga de influência. O importante 
é identificar a sua percepção sobre isso e o quanto ele está in-
fluenciando, a ponto de ir contra seus interesses próprios.
Esperar pelo sucesso – Isso não é só característico dos jo-
vens, muitos adultos também sofrem desse mal e esperam o su-
cesso por conta do acaso.
Incertezas futuras – O jovem ainda é imaturo para projetar 
seu futuro e isso, de acordo com alguns autores, faz parte do ser 
biológico, da sua capacidade cognitiva. Discussões à parte, a incer-
teza ou a certeza absoluta podem dificultar o processo de escolha.
Maurício Sampaio64 65COACHING VOCACIONAL
Iniciando o processo 
de coachingParte quatro
Maurício Sampaio66 67COACHING VOCACIONAL
APRESENTAÇÃO DO MÉTODO MS® - 1 A 2 SESSÕES
O primeiro encontro
Contrato de trabalho
Cadastro do coachee
Cronograma de sessões
Levantamento de expectativas
AUTONOMIA
Capacidade de reiniciar o processo
AUTOCONHECIMENTO - 4 A 6 SESSÕES
Levantamento da maturidade vocacional
Valores
Crenças
Talentos
Critérios ocupacionais
PLANEJAMENTO & AÇÃO - 2 A 3 SESSÕES
Metas e objetivos
Trabalhando com agenda
Agenda / administração do tempo
Tomada de decisão
Mudança de hábitos
PESQUISA - 2 A 3 SESSÕES
Pesquisa do mercado educacional
Pesquisa do mercado de trabalho
AVALIAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO - 1 SESSÃO
Avaliações do processo de coaching 
Avaliações do coach
Avaliações do coachee
A
P
R
E
N
D
I
Z
A
D
O
C
O
N
S
T
A
N
T
E
Ferramentas & estratégias
Nas próximas páginas, apresentarei algumas ferramentas e 
estratégias para que você inicie seu trabalho com mais segurança. 
Vamos começar pelo cronograma de sessões. A seguir, você en-
contrará uma tabela com sugestões para se organizar em relação 
ao número de sessões, atividades e tempo de aplicação. Lembran-
do que é apenas uma sugestão, você pode segui-la ou montar seu 
próprio cronograma conforme as demandas dos seus coachees. 
O importante é que você mantenha a estrutura do Método 
MS© apresentado anteriormente. Porém, você pode inserir mais 
atividades e exercícios, que poderão ser desenvolvidos ao longo 
de sua experiência. Isso é normal e deve acontecer. Eu sempre 
incentivo os meus alunos a criarem mais estratégias e, com você, 
não será diferente.
Maurício Sampaio68 69COACHING VOCACIONAL
Perguntas a serem feitas
Você pretende ser um bom profissional?
Quais profissões você admira?
Você quer ganhar muito dinheiro?
Perguntas a serem evitadas
Você está indo bem na escola?
É comportado?
Já foi expulso de alguma escola?
É repetente?
Ganhe a confiança do seu coachee
O jovem, nessa fase, é muito fechado para uma infinidade de 
assuntos e, quando o foco da conversa for a escolha profissional, 
esse jovem tende a se fechar, ainda mais quando ele já vem com 
pré-conceitos, imaginando que uma sessão de coaching se asse-
melha a uma sessão de terapia. Durante alguns anos, essa temá-
tica foi tratada como uma atribuição de um profissional de saúde, 
o que gerou uma conotação de resolver um problema, quando, na 
verdade, estamos falando da promoção de soluções. 
Por isso, vá com calma nas perguntas! As armas de um coach 
são suas perguntas bem estruturadas. Abusar delas pode colocar 
o coachee em uma situação desconfortável e fazê-lo tomar deci-
sões equivocadas por pressão.
Esse primeiro contato serve para conhecer seu cliente e tro-
car informações relevantes para o bom funcionamento do traba-
lho, por isso, ele deve ser bem dirigido, a ponto de não virar uma 
conversa sem propósito. É lógico que algumas conversas para-
lelas podem surgir, principalmente, no início, porém, não devem 
durar muito tempo. 
O processo de coaching vocacional para jovens, na fase da es-
colha profissional, pode ser realizado em grupo, porém vai exigir 
de você mais habilidade e atenção. Sendo assim, realize muitas 
sessões individuais, caso seja sua primeira experiência como 
coach, para depois atuar em grupo. Caso forme grupos, limite o 
número de participantes. Para uma boa condução das sessões, 
faça grupos de, no máximo, oito pessoas. Procure juntá-los em 
pares porque muitas atividades poderão serdesenvolvidas dessa 
forma, também chamado de peer coaching.
Os temas e as práticas apresentadas, nos próximos capítulos, 
não seguem uma sequência lógica. E isso, óbvio, seria contra a 
filosofia inerente a este trabalho e a realidade mutante dos fatos 
e da juventude. Além disso, você pode escolher o tema e a solu-
ção que interessa no momento, que for oportuno. Cada sessão 
é única, proveniente do estado de espírito e da situação do seu 
coachee, dos mapas e cenários, conforme os preceitos da PNL 
(Programação Neurolinguística).
Maurício Sampaio70 71COACHING VOCACIONAL
um método de trabalho, com conquista de metas, objetivos, mu-
danças comportamentais. Mostre como isso é realizado, quais 
são as ferramentas e as dinâmicas.
 Evite no primeiro momento dar uma aula de teoria sobre 
coaching, e é isso que acontece com a grande maioria dos coaches 
que não convertem seus interessados em clientes!
 Monte uma pasta com alguns modelos de ferramentas que 
costuma utilizar. O jovem gosta de ver como as coisas acontecem, 
caso contrário, ainda permanece na desconfiança. Mostre 
exemplos de cases que você já conduziu, caso seja o primeiro, 
abra o jogo, nem que tenha que oferecer algo mais: um desconto, 
uma sessão a mais.
 Demonstre que você está atento e preocupado em ajudar e 
não somente em ser mais uma pessoa que cobra e exige. Dei-
xe claro que agora o seu coachee tem um grande parceiro com 
quem pode contar.
Formulando um contrato de trabalho
Após a conversa inicial com seu futuro coachee, relate, em voz 
alta, os principais pontos acordados, expondo as necessidades 
e expectativas dele. Chamo isso de espelhamento, quando você 
repete o que você entendeu e o seu coachee concorda, é como se 
Se você pretende resolver os conflitos de um jovem usando a 
sua cabeça, provavelmente, isso não dará certo. É preciso entrar 
no universo desse jovem como fator primordial para entender a 
forma como pensam e agem, o sistema de raciocínio, os links, a 
comunicação e a cultura momentânea. Não se trata de fazer um 
processo de regressão, até porque sua juventude deve ter sido 
um pouco diferente, e sim de pesquisa, busca de informações e 
muita atenção ao universo jovem.
Apresentando o processo de coaching 
vocacional
Essa é uma parte muito importante para o sucesso de um 
programa de coaching vocacional. Como você leu nos capítulos 
anteriores, um programa de coaching é realizado em cinco etapas 
e essa é a primeira delas. E, talvez, uma das mais importantes.
 É nesse primeiro encontro que o seu serviço será avaliado, 
desde sua aparência, estilo de comunicação até os resultados 
que você já obteve. Para que você conquiste seu jovem coachee e 
seus pais, logo nessa primeira etapa, algumas estratégias e cui-
dados são muito importantes.
 Apresente o processo de coaching, demonstre o maior pro-
pósito que é contribuir para reduzir a margem de erro na escolha 
profissional e, para que isso aconteça, mostre que você possui 
Maurício Sampaio72 73COACHING VOCACIONAL
Prezado amigo, 
Chegou um dos momentos mais difíceis e importantes de sua vida, 
escolher uma profissão, iniciar a carreira, trilhar um caminho de su-
cesso. Lembre-se daquele velho e sábio ditado: “a vida é uma caixinha 
de surpresas”. 
Assim, este programa de coaching vocacional para jovens passa a ser 
somente um instrumento balizador para tomada de decisões sobre 
suas ações. Passaremos por algumas etapas importantes, nas quais 
você terá a oportunidade de desenvolver o autoconhecimento e 
habilidades e competências de organização, pesquisa e planejamento. 
Além disso, elas lhe demandarão muita seriedade, dedicação e 
compromisso. Lembre-se de que este é só o primeiro passo para que 
você mesmo possa comandar seu destino. Pesquise, converse, tire 
dúvidas e esteja disposto a aprender, sempre!
Alguns itens que envolvem o sucesso do programa e da sua esco-
lha profissional: (leia com muita atenção e, depois, peça para o seu 
responsável assinar).
1. Envolvimento com o processo de coaching, ou seja, mergulhar de 
cabeça realizando todos os desafios em casa ou nos encontros.
2. Pontualidade nos encontros e nas datas marcadas, para que o 
ritmo de trabalho não seja quebrado.
ele ou ela estivesse se vendo em sua frente, é quase como um 
acordo de cavalheiros.
 Se as duas partes estiverem de acordo, formule o contrato de 
prestação de serviço. Solicite ao coachee e seu responsável que 
leiam atentamente e, depois, peça para que o responsável assine o 
documento. Jamais inicie um processo de coaching vocacional com 
um menor de idade sem o consentimento dos pais ou responsáveis. 
Se você estiver com um grupo de alunos de escola, peça que levem 
para casa e tragam assinado. Mostre ao responsável que o contrato 
existe e é essencial.
 O texto a seguir é somente um modelo para ser utilizado, e você 
pode alterá-lo, conforme sua necessidade e realidade. O contrato é 
individual, por isso não deve ser assinado por um grupo de alunos.
Maurício Sampaio74 75COACHING VOCACIONAL
Cadastro do coachee
Na ansiedade de começar logo um trabalho, muitos profissio-
nais se esquecem de alguns itens básicos, como anotar os dados 
do coachee, por exemplo. Cansei de assistir situações em que o 
profissional não conseguiu entrar em contato, para desmarcar 
uma sessão, ou mesmo enviar um convite de algo importante ao 
cliente, pois esqueceu de anotar o seu telefone. Além disso, você 
deve começar a se preocupar em trabalhar como uma empresa, 
formar a base de dados dos seus clientes para uma ação de pós-
-venda. Por isso, aqui vai um modelo de cadastro.
3. Pesquisar, recolher materiais em revistas e sites, ficar atento 
às propagandas e matérias em jornais. Enfim, nesse momento, qual-
quer informação é muito válida e o ajudará na sua decisão final.
4. Disposição para realizar pesquisa de campo e coletar informa-
ções elementares para a tomada de decisão e composição de seu 
projeto de vida.
5. Estar seguro de que este trabalho pode não determinar sua 
futura ocupação e profissão, mas contribuir no desenvolvimento 
dos aspectos organizacionais e metodológicos para uma futura 
escolha profissional ou mesmo para uma mudança de rumo ao longo 
de sua vida profissional.
Eu , 
estou de acordo com o texto acima.
 , de de 20 . 
Assinatura do aluno
Assinatura do responsável
Maurício Sampaio76 77COACHING VOCACIONAL
Dados do programa de coaching vocacional
Data de início: 
Periodicidade:
Dias da semana: 
Horário:
Valor da sessão: 
Valor do pacote:
Organizando as sessões
Você deve iniciar sempre cada sessão antes mesmo que ela 
aconteça. Como diz o ditado: “um bom lutador se faz fora dos rin-
gues”, por isso estabeleça uma rotina de trabalho fora das sessões. 
Costume chamar essa rotina de backoffice, ou seja, o momento 
de preparação, a rotina realizada para que o processo aconteça. 
É a famosa burocracia, tais como atender novas solicitações, 
guardar fichas de atendimento, preencher dados que faltam no 
cadastro, organizar papéis, entre outros. Você deve se preocupar 
com o planejamento de suas ações, escolher as melhores ferra-
mentas, estudar, buscar conhecimento, ler cases de sucesso. Ao 
longo dos meus atendimentos, estabeleci uma rotina de trabalho 
semanal, com períodos determinados e estruturados, conforme 
segue no quadro a seguir.
Cadastro de coachee 
Data: 
Nome: 
Idade:
Telefone: 
E-mail:
Data de aniversário: 
Nome do pai: 
Telefone do pai:
Estado civil do pai: 
Data de aniversário do pai:
Escolaridade do pai: 
Local de trabalho do pai:
E-mail do pai:
Endereço do pai:
Nome da mãe: 
Telefone da mãe:
Estado civil da mãe: 
Data de aniversário da mãe:
Escolaridade da mãe: 
Local de trabalho da mãe:
E-mail da mãe:
Endereço da mãe:
Maurício Sampaio78 79COACHING VOCACIONAL
para a sessão - aplicação de ferramentas/pesquisas/leituras/refle-
xões. Por último, a Etapa de tarefas, que são as tarefas normalmenteexigidas para serem realizada entre as sessões.
Pós-sessão – ao longo da minha carreira, aprendi que deixar 
para depois o que pode ser feito agora, pode se tornar um fator 
complicador. Se você tiver um tempo, após o atendimento, reor-
ganize suas ideias, reveja o que aconteceu em sua sessão, faça 
as anotações necessárias. Caso você faça um atendimento após 
o outro, deixe para realizar isso no final do dia.
Pesquisa – você deve separar, ao menos uma vez por semana, 
um período para pesquisar novas ferramentas, livros, teses, cases 
sobre o assunto em questão, isso vai contribuir muito no seu cresci-
mento profissional e ajudar no desenvolvimento das suas sessões.
Desenvolvimento – é o espaço de tempo em que você analisa 
os seus atendimentos e desenvolve novas estratégias basea-
das nos conhecimentos adquiridos com as pesquisas e o próprio 
atendimento. Cada coachee é único, sendo assim, para cada um, 
você, provavelmente, vai desenvolver uma estratégia. Determine 
um período para realizar essas análises, não entre no “ringue” 
sem passar por essas fases.
Ao fim de cada sessão, monitore seu atendimento com um cro-
nograma, que servirá para ajudá-lo no planejamento do trabalho. 
Ele pode ser utilizado individualmente ou para um grupo.
PERÍODO
PRÉ-SESSÃO
DESENVOLVI-
MENTO
PESQUISA PÓS-SESSÃO
SESSÃO
Pré-sessão – essa é a fase da organização, por isso procure 
deixar pronta as ferramentas que você irá utilizar, os materiais de 
apoio, tais como textos, vídeos, sites e testes. Deixe a estrutura de 
atendimento em ordem, como a sala limpa, água e alguns biscoi-
tos. Prime pela limpeza. Esse é o momento de preparar o ambiente 
para seu cliente se sentir confortável.
Sessão – aqui é só colocar em prática tudo o que você pesqui-
sou, desenvolveu e preparou. Essa etapa é subdividida em 3 partes, 
da seguinte forma. Revisão, ou seja verificar o que foi realizado na 
sessão anterior, no caso de ser um segundo encontro. Estratégias 
programadas, esse é o momento de trabalhar o que foi programado 
Maurício Sampaio80 81COACHING VOCACIONAL
Cronograma de sessões
Cliente: Paulo
Sessão: 1 Previsto Executado
Início: 9h
Fim: 10h
Data: 01/02/2015
Levantamento de 
expectativas
Apresentação 
e levantamento de 
expectativas
Início:
Fim: 
Data: __/__/__
Início:
Fim: 
Data: __/__/__
Início:
Fim: 
Data: __/__/__
Início:
Fim: 
Data: __/__/__
Início:
Fim: 
Data: __/__/__
Início:
Fim: 
Data: __/__/__
Início:
Fim: 
Data: __/__/__
Modelo
Maurício Sampaio82 83COACHING VOCACIONAL
Levantamento de 
expectativasParte cinco
Maurício Sampaio84 85COACHING VOCACIONAL
Dados pessoais: 
Escolaridade: 
Cursos extras:
Experiência profissional:
Profissão (profissões) de interesse:
Um sonho profissional (permita-se sonhar):
Quais seriam as possíveis barreiras para realizar o seu sonho?
Expectativa (o que você espera desses encontros?)
 
Autoavaliação (mensure de 0% a 100% o grau de sua decisão profissional, sendo 
0% - você está totalmente indeciso e 100% você está totalmente decidido).
Obs.: Esse levantamento deve ser realizado na primeira sessão, depois na me-
tade e ao final do programa. Esses dados vão ajudar a identificar se o programa 
está indo bem!
Cliente:
Data Grau de decisão 
10/5 80%
Modelo
Entendendo as necessidades do 
seu cliente
Essa é uma das etapas mais importantes de um programa de 
coaching vocacional, pois é nesse momento que você vai entender 
a real necessidade de seu coachee. Após esse levantamento, você 
conseguirá, de forma mais assertiva, desenhar uma estratégia 
para as próximas sessões. 
Jovens coachees podem chegar com várias interrogações. Para 
facilitar o seu trabalho, segue um modelo para que utilize em sua 
primeira sessão, outros poderão ser criados, quando adquirir mais 
experiência. Lembre-se de que o coachee aceitou sua proposta, 
está motivado, se colocou como responsável no processo e, o mais 
importante, seus pais também estão de acordo.
Maurício Sampaio86 87COACHING VOCACIONAL
Segue uma lista de perguntas que você pode fazer para detectar 
tais variantes. Utilize a escala de 0 a 10, sendo 0 = nunca e 10 = sempre.
1 - Com qual frequência você pensa sobre sua futura pro-
fissão? (consciência da necessidade de escolher e decidir). 
2 - Dedica parte de seu tempo pesquisando sobre pro-
fissões existentes e novas profissões? (consciência da 
necessidade de escolher e decidir).
3 - Sente-se seguro em relação à sua escolha? (conheci-
mento de si próprio).
4 - Consegue descrever as atividades da profissão a ser 
escolhida? (conhecimento da realidade educacional).
5 - Acredita que a profissão escolhida lhe proporcionará 
grandes oportunidades? (conhecimento realista do siste-
ma econômico e da macrotendência).
6 - Acredita que suas habilidades possam te ajudar na 
futura profissão? (conhecimento de si próprio).
7 - Sente-se influenciado por amigos ou familiares em sua 
escolha? (conhecimento realista das influências).
8 - Você realmente conhece as modalidades e os 
cursos oferecidos pelas universidades? (conhecimento da 
realidade educacional).
9 - Você considera a opinião de seus amigos e familiares 
muito importante? (conhecimento realista das influências).
10 - Você se considera um grande conhecedor de si mes-
mo? (conhecimento de si próprio).
Ferramentas do autoconhecimento – 
levantamento da maturidade vocacional
Um dos aspectos mais importantes ao iniciar o processo de 
coaching vocacional é fazer um levantamento do nível de maturi-
dade de seu coachee em relação à escolha profissional. Boa parte 
dos jovens escolhe suas futuras profissões por impulso ou inter-
ferências externas, isso é próprio da idade. Ao fazer esse levanta-
mento, você vai ter uma baliza de quais aspectos ainda não estão 
maduros, ou seja, você vai perceber que, em muitos casos, o coa-
chee discursa sem fundamentos.
Os 7C’s da maturidade para escolha
1º conhecimento de si próprio (autoconhecimento/autoconsciência); 
2º conhecimento realista das influências;
3º consciência da necessidade de escolher e decidir;
4º consistência das preferências vocacionais;
5º composição de uma carreira (começo, meio e fim);
6º conhecimento da realidade educacional;
7º conhecimento realista do sistema econômico e da macroten-
dência.
Maurício Sampaio88 89COACHING VOCACIONAL
- os fins que procura -, por isso, manter uma família é muito im-
portante para a maioria das pessoas.
O mesmo acontece com o dinheiro. Eu poderia perguntar o que 
o dinheiro realmente significa para você? O que lhe proporciona? 
Você poderia responder: liberdade, status, segurança. Como você 
pode perceber, o dinheiro é apenas um meio para alcançar um 
conjunto de valores muito mais profundos. A escolha da profissão 
apenas pelo retorno financeiro é o caso mais comum entre os jo-
vens e adultos. Ninguém, obviamente, pretende trabalhar de graça 
e nem deve, todo serviço ou produto tem o seu valor. 
É muito bom poder acumular bens materiais, aproveitar os 
prazeres da vida, mas isso deve ser consequência de uma escolha 
consciente, de algo que você procura realizar com vontade, amor 
e paixão. Quem não tem orgulho de dizer que faz o que gosta e 
ainda ganha dinheiro. O maior desafio na vida é mais que entender 
o significado dos valores, mas viver por eles, planejar o sucesso 
contando com eles. 
A maioria das pessoas não compreende muito bem a diferença 
entre “valores meios” e “valores fins” e acabam sofrendo por isso, 
e se empenhando na busca dos “valores meios” e não alcançam 
seus verdadeiros “valores fins”. Querem tanto o dinheiro e quando 
o conseguem acham que a vida é vazia, sem sentido, não sabem 
fazer outra coisa a não ser comprar prazeres momentâneos. 
Identificando valores
Os valores fazem parte de um juízo adquirido na formação 
da pessoa. Rokeach destacou que valores são crenças hierarqui-
zadas sobre estilos de vida e formas de existência que

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