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AO JUÍZO DA _ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE Tibúrcio, já qualificado nos autos de ação penal que lhe move o Ministério Público, vem, por intermédio de seu advogado que infra subscreve, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, irresignada com a sentença condenatória de 4 meses de reclusão, interpor, tempestivamente RECURSO DE APELAÇÃO com fundamento no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o presente recurso. Termos em que, pede e aguarda deferimento. Uberlândia, 19/03/2020. Advogado OAB EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE BELO HORIZONTE APELANTE: TIBURCIO APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO. N°: RAZÕES DE APELAÇÃO Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Douto Procurador de Justiça. DOS FATOS O apelante foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime de furto, incurso na pena do art. 155, caput, c/c p art. 14, II, ambos do CP, e foi condenado a cumprir pelo douto juiz de 1° instancia a 4 meses de reclusão, em regime inicial fechado, com o fundamento de o apelante ser reincidente, a condenação, se baseia em fatos, onde, que o apelante enfia a mão no bolso de um individuo e tenta subtrair uma carteira, onde que o fato não se consuma, sendo que não existia a tal carteira, caro, interprete da lei, percebemos um equivoco deste respeitoso magistrado de primeira instancia, ao analisar o caso em si. PRELIMINARMENTE Nulidade: Reformatio in pejus indireta Da ocorrência de circunstância privilegiadora Consoante as teses anteriores, verifica-se que milita em favor da apelante a circunstância privilegiadora do art. 155, § 2o, do CP. Isso porque, consoante a redação do referido dispositivo, se a coisa furtada for de pequeno valor, este fará jus à diminuição de um a dois terços ou substituição pela pena de detenção ou de multa. Conforme já demonstrado, o valor em tese subtraído é inexpressivo, e, em atenção ao princípio do in dubio pro reo. Dessa forma, como milita em favor do apelante a privilegiadora do art. 155, § 2o, do CP, deve a sentença ser reformada de modo a favorecer ainda mais a pena aplicada, seja com sua maior diminuição ou substituição, na forma que entenderem pertinente Vossas Excelências. Do cumprimento da pena restritiva de direitos O Código Penal prevê, em seu art. 46, § 3o, que o cumprimento da pena restritiva de direitos na modalidade prestação de serviços à comunidade se dá na proporção de uma hora diária, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho do reeducando. Dessa forma, deve a sentença ser reformada de modo a adequar a aplicação da pena restritiva de direitos com a disposição legal, para que a apelante cumpra no máximo uma hora diária de prestação de serviços à comunidade. DOS PEDIDOS Ante a todo o exposto, requer seja a sentença ora impugnada reformada de modo: Reconhecer a nulidade decorrente da reformatio in pejus indireta, decorrente da violação do disposto no art. 617 do CPP, com a consequente diminuição da pena para o quantum anteriormente imposto; Subsidiariamente, requer seja o apelante absolvido, ante a evidente atipicidade da conduta pela insignificância, nos termos do art. 386, inc. III, do CPP; Requer, ainda, seja aplicada em favor do apelante a privilegiadora prevista no art. 155, § 2o, do CP, uma vez que resta configurado; Por fim, requer seja a pena restritiva de direitos aplicada de maneira adequada aos termos da lei, conforme art. 46, § 3o, do CP. Nesses termos, Pede e aguarda deferimento. Uberlândia, 19/03/2020. Advogado OAB
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