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Queixa-Crime por Difamação

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PRÁTICA JURÍDICA IV
PLANO DE AULA – DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME
PROFESSOR: FABIO EMPKE VIANNA
1. Previsão legal: artigo 41 do Código de Processo Penal
“A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”
Obs.: No caso de queixa-crime, há necessidade de procuração com poderes especiais, devendo constar o nome do querelante e a menção do fato criminoso (art. 44 CPP).
2. Elementos:
- Endereçamento
- Exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias
- Qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo (vide artigo 259 do CPP)
- Classificação jurídica do fato (vide artigo 383, do CPP).
- Rol de testemunhas
QUEIXA-CRIME (XV EXAME DA OAB)
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo.
No dia 19/03/2022, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 01 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal. Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada.
No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. 
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ
ENRICO, (nacionalidade, estado civil, engenheiro, portador do RG nº _____________, inscrito no CPF sob o nº _______________, residente e domiciliado na __________________, Praia de Icaraí, Niterói/RJ, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu(sua) advogado(a) com poderes especiais nos termos do artigo 44 do Código de Processo Penal, oferecer, conforme previsão do artigo 41 também do Código de Processo Penal, QUEIXA-CRIME contra HELENA, (nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº _____________, inscrita no CPF sob o nº _______________, residente e domiciliada na __________________, Praia de Icaraí, Niterói/RJ, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
1. EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO
No dia 19/03/2022, data de seu aniversário, o Querelante enviou um convite aos seus amigos e parentes, através de seu perfil na rede social, para festejarem em uma famosa churrascaria deste cidade.
A Querelada, que é sua ex-namorada, efetuou uma publicação no perfil pessoal do Querelante com os seguintes dizeres:
“não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 01 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”
Referida publicação foi visualizada imediatamente pelo Querelante, pois estava conectado à rede social por meio de seu tablet, o que lhe causou grande constrangimento, a ponto de cancelar a festa comemorativa.
2. CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA DO FATO
A ofensa praticada pela Querelada configura crime de difamação e injúria, previstos nos artigos 139 e 140 do Código Penal, em concurso formal.
Isso porque, ao chamar o Querelante de idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha, a Querelada ofendeu a dignidade do Querelante, o que configura crime de injúria, nos termos do artigo 140 do Código Penal.
Ao dizer que o Querelante “cambaleava bêbado nas ruas do Rio” e que “estava tão bêbado no horário de expediente que a empresa que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo”, a Querelada cometeu crime de difamação, já que imputou fato ofensivo a reputação do Querelante, conforme previsto no artigo 139 do Código Penal.
Ressalte-se que deverão ser aplicados os termos do artigo 70 do Código Penal, já que os crimes foram praticados em concurso formal.
Por fim, oportuno dizer que o caso em tela permite a aplicação do artigo 141, inciso III, do Código Penal, já que os crimes foram praticados por meio que facilita a divulgação da difamação e da injúria.
3. DO PEDIDO
Diante do exposto, postula o Querelante:
a) Seja designada audiência preliminar, nos termos do artigo 72 da Lei nº 9.099/95;
b) Seja recebida a presente Queixa-Crime, citando-se a Querelante para responder a presente ação penal;
c) A procedência da presente ação penal para condenar a Querelada nas penas dos artigos 139 e 140 do Código Penal, em concurso formal, além da indenização pelos prejuízos sofridos, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal;
d) A intimação e a oitiva das testemunhas abaixo arroladas:
- Carlos (nome completo e endereço);
- Miguel (nome completo e endereço);
- Ramirez (nome completo e endereço).
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento.
Local/data
Nome do(a) advogado(a)
Número da OAB