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BASES DA PARASITOLOGIA - UFMS RGA: 202010020240 CURSO: MEDICINA Aluna: Aryane Romin de Oliveira Toxoplasmose 1. Importância em Saúde Pública ❖ Toxoplasma gondii distribuição geográfica mundial - alta prevalência sorológica. ❖ Forma mais grave em crianças recém-nascidas - encefalite, icterícia, urticária e hepatomegalia, geralmente associada a coriorretinite, hidrocefalia e microcefalia. ❖ Quadro grave de evolução em indivíduos com o sistema imune gravemente comprometido (oportunista). Causa encefalite, retinite ou doença disseminativa. ❖ Grupo de risco: receptores de órgãos, indivíduos em tratamento quimioterápico e aqueles infectados com HIV. ❖ Agente etiológico: - Protozoário Toxoplasma gondii - Filo Apicomplexa (tem o complexo apical -> invasão de células hospedeiras) - Classe Sporozoa - Ordem Eucoccidiida - Família Sarcocystidae (protozoários capazes de encistar nos tecidos) - Gênero Toxoplasma - Espécie Toxoplasma gondii 2. Hospedeiros ❖ Zoonose frequente em mamíferos - carneiro, cabra e porco - e aves. ❖ O gato e alguns outros felídeos são os hospedeiros definitivos ou completos. ❖ Homem e os outros animais são os hospedeiros intermediários ou incompletos. 3. Morfologia e Hábitat ❖ T. gondii pode ser encontrado em vários tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos. ❖ Nos felídeos não imunes podem ser encontradas as formas do ciclo sexuado e nas células do epitélio intestinal, formas do ciclo assexuado em outros locais do hospedeiro e também formas de resistência no meio exterior junto com as fezes, após completar a fase intestinal. ❖ Morfologia múltipla, dependendo do hábitat e do estágio evolutivo. ❖ Formas infectantes: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos. ❖ Essas formas apresentam características do filo apicomplexa (visíveis apenas em nível de microscopia eletrônica de transmissão) que constituem o complexo apical - coronóide, anel polar, microtúbulos subpeliculares, roptrias, micronemas e grânulos densos. ❖ A invasão dessas formas na célula hospedeira é um processo ativo que requer motilidade e a liberação controlada de proteínas e lipídeos das organelas do complexo apical do parasito. ❖ O parasito entra na célula hospedeira a princípio pela adesão de sua parte apical na membrana de célula hospedeira e na sequência, secreta proteínas de micronemas, roptrias e grânulos densos, conforme sua entrada na célula hospedeira, formando em seguida o vacúolo parasitóforo. ❖ Visível constrição em volta do parasito durante a penetração, representando um movimento de junção entre célula hospedeira e as membranas plasmáticas do parasito. ❖ O vacúolo parasitóforo é derivado da membrana celular do hospedeiro invaginado. ❖ Posteriormente, o parasito modifica o vacúolo parasitóforo, secretando proteínas dentro do espaço vacuolar, tornando esse compartilhamento metabolicamente ativo para o crescimento do parasito. ❖ Organela apicoplasto: localizada no citoplasma dos zoítos, próxima ao núcleo, 4 membranas. Origem possível: endossimbiose secundária de algas verdes. Fundamental à sobrevivência intracelular do parasito, possível função de biossíntese de aminoácidos e de ác. graxos. 4. Formas infectantes ❖ Taquizoíto BASES DA PARASITOLOGIA - UFMS RGA: 202010020240 CURSO: MEDICINA Aluna: Aryane Romin de Oliveira Toxoplasmose - Encontrada durante a fase aguda da infecção. - Forma proliferativa, forma livre ou trofozoíto. - Aspecto em forma de arco. - Apresenta-se com a forma grosseira de meia lua ou banana. - Uma das extremidades mais afilada e a outra arredondada. - Núcleo em posição mais ou menos central. - Quando corado pelo método de Giemsa apresenta o citoplasma azulado e o núcleo vermelho. - Forma móvel, multiplicação rápida, por um processo endodiogenia encontrado dentro do vacúolo parasitóforo de várias células, como nos líquidos orgânicos, excreção, células do SMF, células hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas e musculares. - Pouco resistentes à ação do suco gástrico no qual são destruídos em pouco tempo. ❖ Bradizoíto - Vários tecidos - musculares esqueléticos e cardíacos, nervoso, retina. Geralmente durante a fase crônica da infecção, sendo também denominada cistozoíto. - Encontrados dentro do vacúolo parasitóforo de uma célula,cuja membrana forma a cápsula do cisto tecidual. - Multiplicam-se lentamente, por endodiogenia ou endopoligenia. - Parede do cisto é resistente e elástica, que isola os bradizoítos da ação dos mecanismos imunológicos do hospedeiro. - Mais resistentes à tripsina e à pepsina do que os taquizoítos. - Podem ser encontrados na fase aguda - com menor frequência. ❖ Oocistos - Possui uma parede dupla bastante resistente às condições dos meio ambiente. - Produzidos nas células intestinais de felídeos não-imunes e eliminados imaturos junto com as fezes. - Esféricos. - Após a esporulação no meio ambiente contêm dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada. 5. Ciclo Biológico ❖ Duas fases distintas: - Fase Assexuada: nos linfonodos e nos tecidos de vários hospedeiros - inclusive gatos e outros felídeos. - Fase Coccidiana ou Sexuada: nas células do epitélio intestinal de gatos jovens (e outros felídeos) não-imunes. ❖ Ciclo heteroxeno. ❖ Gatos são hospedeiros completos ou definitivos por possuírem um ciclo coccidiano, apresentando uma fase sexuada dentro do vacúolo parasitóforo do citoplasma, nas células epiteliais do intestino e um ciclo assexuado ocorrendo em outros tecidos. ❖ O homem e outros mamíferos, como as as aves, hosp. incompletos ou intermediários, possuem apenas o ciclo assexuado. ❖ Fase Assexuada - Hospedeiro suscetível ingere oocistos maduros contendo esporozoítos, encontrados em alimentos ou água contaminada. - Cistos contendo bradizoítos encontrados na carne crua. Mais raramente - taquizoítos eliminados no leite. - As formas de taquizoíto que chegam ao estômago serão destruídas, mas as que penetram na mucosa oral ou inaladas poderão evoluir do mesmo modo que cistos e oocistos. - Esporozoíto, bradizoíto ou taquizoíto, liberado no tubo digestivo - intensa multiplicação intracelular, como taquizoítos, após rápida passagem pelo epitélio intestinal. - Invadirá vários tipos de célula do organismo, formando um vacúolo parasitóforo - divisões sucessivas por endodiogenia. - Formação de novos taquizoítos - fase proliferativa - que invadirão novas células. FASE AGUDA - A disseminação do parasito no organismo ocorre através de taquizoítos livres na linfa ou no sangue circulante que pode provocar um quadro polissintomático. - Com o aparecimento da imunidade, os parasitos extracelulares desaparecem do sangue, da linfa e dos órgãos viscerais. - FASE CRÔNICA - quando alguns parasitos evoluem para a formação de cistos. Diminuição da sintomatologia. ❖ Processos da reprodução assexuada: - Endodiogenia: duas células-filhas são formadas dentro da célula-mãe. - Endopoligenia: mesmo que a endodiogenia, mais rápido e com maior formação de taquizoítos. Endodiogenia múltipla. BASES DA PARASITOLOGIA - UFMS RGA: 202010020240 CURSO: MEDICINA Aluna: Aryane Romin de Oliveira Toxoplasmose ❖ Fase Coccidiana - Ocorre somente nas células epiteliais, intestino de gato e de outros felídeos jovens. - Fase assexuada (merogonia). - Fase sexuada (gamogonia). - Um gato jovem e não-imune, infectando-se oralmente por oocistos,cistos ou taquizoítos, desenvolverá o ciclo sexuado. - Os esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos ao penetrarem nas células do epitélio intestinal do epitélio sofrerão multiplicação por endodiogenia e merogonia (esquizogonia), dando origem a vários merozoítos. - Meronte ou esquizonte maduro: conjunto de merozoítos formados dentro do vacúolo parasitóforo. - O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que penetraram em novas células epiteliais e se transformarão. - Transformação em gametófitos ou gamontes que formaram os gametas masculinos móveis - microgametas (com dois flagelos) e femininos imóveis (macrogametas). - Macrogameta dentro da célula epitelial. - Microgametas móveis sairão de sua célula e irão fecundar o macrogameta, formando formando o ovo ou zigoto. - Evolução dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla, dando origem ao oocisto. - A célula epitelial sofrerá rompimento em alguns dias, liberando o oocisto ainda imaturo. - Esta forma alcançará o meio exterior com as fezes. - Maturação no meio exterior por esporogonia. - Após cerca de 4 dias apresentará dois esporocistos contendo quatro esporozoítos cada. - O oocisto é capaz de se manter infectante por cerca de 12 a 18 meses. 6. Transmissão ❖ Oocistos em fezes de gato jovem infectado. ❖ Cistos presentes em carnes e taquizoítos no sangue atingindo a placenta. ❖ Ingestão de oocistos presentes em alimentos ou água contaminadas, jardins, caixas de areia, latas de lixo ou disseminados mecanicamente por moscas, baratas e minhocas. ❖ Ingestão de cistos encontrados em carne crua ou mal cozida, especialmente do porco e do carneiro. ❖ Congênita ou transplacentária. ❖ Raramente - ingestão de taquizoítos em leite contaminado ou saliva, acidente de laboratório, transmissão por transplante de órgãos infectados. ❖ Vias de infecção mais prováveis para o feto: - Transplacentária: quando a gestante adquire a toxoplasmose durante a gravidez apresentando a fase aguda da doença, poderá transmitir T. gondii ao feto, tendo os taquizoítos como forma responsável. - Rompimento de cistos no endométrio: apesar da gestante apresentar a doença na fase crônica, alguns cistos localizados no endométrio poderiam, em raras situações, se romper (distensão mecânica ou ação lítica das vilosidades coriônicas da placenta), liberando os bradizoítos que penetrariam no feto. 7. Interação parasito-hospedeiro e Imunidade ❖ Complexas. Envolvem mecanismos humoral e celular. ❖ Hospedeiro ao se infectar com o parasito, ocorre a multiplicação na porta de entrada. ❖ Logo em seguida, disseminação por todo o organismo por meio das vias linfática e sanguínea. ❖ Formação de anticorpos específicos, desenvolvimento de mecanismos imunes celulares que são responsáveis pela destruição dos taquizoítos extracelulares. ❖ Durante a fase crônica, somente os bradizoítos persistem e são responsáveis pela manutenção de títulos sorológicos que podem durar toda a vida do hospedeiro. ❖ Imunidade Humoral - Após a infecção do hospedeiro, produção de imunoglobulinas IgM aparece inicialmente seguida de IgG. - Imunoglobulinas da classe IgG podem ser detectadas pelas reações sorológicas dentro de 8 a 12 dias após a infecção pelo T. gondii. - Geralmente, a produção de IgM é de curta duração. - Diagnóstico de toxoplasmose congênita: pesquisa de IgM no recém-nascidos. - A infecção, via oral, em alguns hospedeiros pode induzir a formação de anticorpos IgA. - Nem sempre os anticorpos conferem imunidade protetora ao hospedeiro, apesar dos seus altos títulos. ❖ Imunidade Celular - Os taquizoítos estimulam os macrófagos a produzir interleucina (IL- 12) que por sua vez ativa as células natural killer (NK) e células T para a produção do interferon - y (IFN-y) que são essenciais para a resistência. - IFN-y e fator de necrose tumoral (TNF) agem sinergisticamente para mediar a morte dos taquizoítos pelos macrófagos. - A combinação dessas duas citocinas resulta numa grande produção de óxido nítrico (NO) - morte dos parasitos. - Entre as populações de células T, CD8+ são consideradas as células efetoras maiores - proteção contra Z gondii, com as células CD4+ atuando em sinergismo. BASES DA PARASITOLOGIA - UFMS RGA: 202010020240 CURSO: MEDICINA Aluna: Aryane Romin de Oliveira Toxoplasmose - Macrófagos e IFN-y são componentes importantes na imunidade contra T. gondii. 8. Patogenia ❖ Na espécie humana, a patogenia parece estar ligada a cepa do parasito, resistência da pessoa e o modo pelo qual ela se infecta. ❖ Transmissão congênita é frequentemente a mais grave. ❖ A toxoplasmose adquirida após o nascimento pode apresentar uma evolução variável. ❖ A patogenicidade depende da virulência da cepa. ❖ Uso de quimioterapia para transplante de órgãos e medula óssea e, com o surgimento de síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) - aumento da incidência de infecção oportunística por T. gondii. ❖ Apresentando quadros muito graves, especialmente no sistema nervoso central. 9. Toxoplasmose Congênita ou Pré-Natal ❖ É necessário que a mãe esteja na fase aguda da doença ou tenha uma reagudização. ❖ Consequências para o feto dependem do grau de exposição do feto aos toxoplasmas, da virulência da cepa, da capacidade dos anticorpos maternos protegerem o feto e do período da gestação. ❖ Pode ocorrer abortos, partos precoces. ❖ Dando origem a crianças sadias ou apresentando anomalias graves e até mesmo levar à morte. ❖ 10% de infecção pré-natal resulta em aborto ou morte. ❖ 10% a 23% de fetos infectados durante a gravidez podem mostrar sinais de toxoplasmose clínica ao nascimento. ❖ 1º trimestre da gestação: aborto. ❖ 2° trimestre da gestação: aborto ou nascimento prematuro, podendo a criança apresentar-se normal ou com anomalias graves. ❖ 3° trimestre da gestação: pode nascer normal e apresentar evidências da doença alguns dias, semanas ou meses após o parto. - Em geral - comprometimento ganglionar generalizado, hepatoesplenomegalia, edema, miocardite,anemia, trombocitopenia e lesões oculares. - Taquizoítos atingem a coróide e a retina (uni ou bilateralmente), provocam inflamação e degeneração em graus variáveis. Exame oftalmológico ‘’foco em roseta’’. - A infecção congênita na retina as vezes não provoca alterações no recém-nascido. Na idade adulta, pode haver a reagudização das formas latentes, levando uma toxoplasmose ocular - origem intra-uterina. - Outras alterações oculares - microftalmia, nistagmo, estrabismo, catarata e irite. ❖ Síndrome ou tétrade de Sabin: coriorretinite, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas (retardamento psicomotor) e alterações do volume craniano (micro ou macrocefalia). 10.Toxoplasmose Pós-Natal ❖ Pode apresentar desde casos benignos ou assintomáticos até casos de morte. ❖ Ganglionar ou Febril Aguda - Mais frequente. - Encontrada em crianças e adultos. - Comprometimento ganglionar, generalizado ou não, com febre alta. - Curso crônico e benigno, podendo levar a complicações de outros órgãos, inclusive a ocular (uveíte, coriorretinite). ❖ Ocular - Retinocoroidite lesão mais frequentemente. Infecção aguda com a presença de taquizoítos ou crônica com a presença de cistos contendo bradizoítos localizados na retina. - A toxoplasmose ocular ativa - foco coagulativo e necrótico bem definido na retina. - Pode ter inflamação difusa da retina e da coróide. - As lesões podem evoluir para uma cegueira parcial ou total ou podem se curar por cicatrização. ❖ Cutânea ou Exantemática - Lesões generalizadas na pele. - Raramente encontrada. - Casos conhecidos foram de evolução rápida e fatal. ❖ Cerebroespinhal ou Meningoencefálica - Pouco frequente emindivíduos imunocompetentes. - Com o surgimento da AIDS, a frequência aumentou consideravelmente, em decorrência da reativação de formas císticas encontradas em indivíduos com infecções latentes. - Atacando as células nervosas - lesões focais múltiplas, principalmente no hemisfério cerebral (área frontopariental) ou no gânglio basal e cerebelo. - Cefaléia, febre, anomalias focais manifestando hemiparesia (paralisia) leve até perda da capacidade de coordenação muscular, confusão mental, convulsões, letargia, que pode progredir para estupor, coma, até a morte do paciente. ❖ Generalizada - Forma rara. - Evolução mortal em indivíduos com resposta imune normal. - Toxoplasmose sistêmica - comprometimento meningoencefálico, miocárdico, pulmonar, ocular, digestivo e até testicular. BASES DA PARASITOLOGIA - UFMS RGA: 202010020240 CURSO: MEDICINA Aluna: Aryane Romin de Oliveira Toxoplasmose 11. Diagnóstico ➢ Clínico - Não é fácil de realizar, pois os casos agudos podem levar à morte ou evoluir para a forma crônica. - A suspeita clínica deverá ser confirmada por meio de diagnóstico laboratorial. ➢ Laboratorial ❖ Demonstração do Parasito - Em geral, obtida durante a fase aguda, em líquido amniótico, sangue. - Forma encontrada: taquizoíto, mais bem evidenciado após a centrifugação. Esfregaço do material centrifugado e cora-se pelo método de Giemsa. - Pode ser realizada a inoculação intraperitoneal da amostra obtida em camundongos albinos jovens ou pesquisa de DNA do parasito pela reação em cadeia da polimerase (PCR). ❖ Testes Sorológicos ou Imunológicos - O diagnóstico rotineiro tem como base testes imunológicos que indicam o título (diluição do soro sanguíneo) de anticorpos circulantes correspondentes à fase da doença. - Teste do corante ou reação de Sabin Feldman (RSF): excelente método para diagnóstico individual na fase aguda ou crônica da doença. É espécie-específica e não cruza com outras doenças. Atualmente em desuso - devido a necessidade de se manter o toxoplasma vivo (em camundongo) para a preparação dos antígenos, grande consumo de tempo. - Reação de imunofluorescência indireta (RIF):,melhores métodos, sensível e seguro, podendo ser usado tanto na fase aguda (pesquisa IgM) como na fase crônica (pesquisa IgG). Esfregaços de toxoplasmas formalizados são usados como antígeno, em lâmina. - Hemaglutinação indireta (HA): alta sensibilidade e simplicidade de execução. Inadequado para o diagnóstico precoce e frequentemente não detecta toxoplasmose congênita em recém-nascidos. Método adequado para levantamento epidemiológico. - Imunoensaio enzimático ou teste ELISA: um dos testes mais usados atualmente, principalmente para o screening inicial de toxoplasmose em seres humanos. Vantagem sobre RIF pela objetividade, automação e quantificação. Maior sensibilidade que o RIF e RSF. Pode apresentar falso-positivo. Detecta anticorpos IgM, IgA, além de IgG de baixa avidez. O uso do ELISA com antígenos recombinantes tem se mostrado útil para detecção de fase aguda na infecção. - Imunoblot: eletroforese dos antígenos, em gel de poliacrilamida, para separação dos componentes protéicos - transferidos p/ papel de nitrocelulose e posteriormente processados contra o soro a ser testado e visualizado através de uma reação específica. Útil para detectar antígenos de baixo peso molecular, indicando uma reativação da toxoplasmose como resultado da liberação de bradizoítos após a ruptura dos cistos teciduais. - Os mais utilizados atualmente são o RIF e ELISA. 12.Toxoplasmose Congênita ❖ Pesquisa dos anticorpos do tipo IgM no soro do recém-nascido - incapaz de atravessar a placenta materna. ❖ Os anticorpos IgG são capazes de atravessar passivamente a placenta de uma mãe com sorologia positiva. ❖ Para comprovar a infecção no recém nascido utilizando a pesquisa de IgG pelas reações de RSF, RIF ou ELISA: - Título do recém-nascido ser maior que o título da mãe em duas diluições. - Elevação dos títulos do recém-nascido em testes sucessivos. - Persistência da reação positiva no lactente, até cinco meses após o nascimento. 13. Toxoplasmose no Adulto ❖ Testes sorológicos. Intervalos de 2 a 3 semanas, verificando-se as alterações dos títulos das reações. ❖ Recomendado o uso de 2 métodos, de preferência RIF e ELISA ou HA. ❖ Quando a elevação for 4 vezes maior que a dosagem anterior, haverá indicação de toxoplasmose ativa. ❖ Anticorpos IgM, IgA ou IgG de baixa avidez também podem indicar infecção aguda. 14. Epidemiologia ❖ A toxoplasmose é encontrada em quase todos os países, variados climas e condições sociais com positividade variável de acordo com a população pesquisada. ❖ Na década de 90, prevalência sorológica nos países da Europa Central - Áustria, Bélgica, França, Alemanha e Suíça. ❖ Recentes estudos por PCR-RFLP têm evidenciado que existem duas linhagens clonais do T.gondii - uma com cepas virulentas para camundongos (tipo I) e outras com cepas pouco virulentas para camundongos (tipos II e III). ❖ Quase todos os mamíferos e aves são suscetíveis. ❖ Brasil - níveis de infecção: 19% em gatos, 23% em suínos, 32% em bovinos, 35% em ovinos, 20% em equinos e 40% a 56% em caprinos. ❖ Importância fundamental em gatos. Quando ocorre em jovens não-imunes (primoinfecção), pode haver a produção de cerca de 100 milhões de oocistos eliminados nas fezes. BASES DA PARASITOLOGIA - UFMS RGA: 202010020240 CURSO: MEDICINA Aluna: Aryane Romin de Oliveira Toxoplasmose ❖ Sem conhecimento de artrópode transmissor, mas moscas e baratas podem, eventualmente, veicular alguns oocistos nas patas. ❖ Soropositividade em animais silvestres - 75% em felídeos, 64% em marsupiais, 63% em primatas, 61% em roedores (Manaus, AM, 1980), 5% em marsupiais (Botucatu, SP). ❖ Transmissão por 3 vias (principalmente) - Ingestão de oocistos presentes na água, alimentos, solo, areia, jardins, latas de lixo ou qualquer lugar contaminado com fezes de gato ou cujos oocistos foram disseminados por artrópodes. Oocistos maduros podem permanecer viáveis no solo úmido sombreado de 12 a 18 meses. - Ingestão de cistos presentes em carnes de aves, suínos, ovinos, caprinos ou bovinos, quando servidas cruas ou malcozidas. ❖ Transplacentária por taquizoítos durante a fase aguda ou, mais raramente, pela reativação nas mulheres grávidas. 15. Profilaxia ❖ Não se alimentar de carne crua ou malcozida de qualquer animal animal ou leite cru. ❖ Controlar a população de gatos nas cidades e em fazendas. ❖ Os criadores de gatos devem manter os animais dentro de casa e alimentá-los com carne cozida ou seca, ou com ração de boa qualidade. ❖ Incinerar todas as fezes dos gatos. ❖ Proteger as caixas de areia para evitar que os gatos defequem nesse local. ❖ Exame pré-natal para toxoplasmose. ❖ Tratamento com espiramicina das grávidas em fase aguda (IgM ou IgA positivas). ❖ Desenvolvimento de vacinas - nenhum resultado preventivo concreto até agora. 16. Tratamento ❖ Não existe um medicamento eficaz contra a toxoplasmose, na fase crônica. ❖ As drogas usadas atuam contra taquizoítos, mas não contra os cistos. ❖ O tratamento é recomendado nos casos agudos, da toxoplasmose ocular e nos indivíduos que também possuam imunodeficiência. ❖ Pirimetamina (Daraprim) + Sulfadiazina ou a sulfadoxina (Fansidar) - mais usada. ❖ Pirimetamina em dosagens prolongadas torna-se tóxica. Recomenda-se adicionar ácido fólico ou levedo de cerveja à dieta do paciente. ❖ Toxoplasmose ocular - antiinflamatório Meticorten e antiparasitários.- Cloridrato de clindamicina + sulfadiazina + meticorten. - Pirimetamina (Daraprim) + Sulfadiazina + meticorten. - Espiramicina + sulfadiazina + meticorten. - Azitromicina. ❖ Encefalite em aidéticos: pirimetamina + sulfadiazina ou pirimetamina + clindamicina. ❖ A reativação de infecções latentes pode ser prevenida com o uso profilático de Trimetoprim e suldametoxazol.
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