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Código de ética do advogado

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Código de ética do advogado
Art. 1º - O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os demais princípios da moral individual, social e profissional.
Art. 2º - O Advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce.
Parágrafo único – São deveres do advogado;
I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade;
II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;
...
VIII – abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
Art. 3º - O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.
CASO REAL
Supremo Tribunal Federal STF - AGRAVO DE INSTRUMENTO : AI 846354 RS
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 544 DO CPC. DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO. ADVOGADO QUE IMPUTA CONDUTA ANTIÉTICA E DESLEAL A OUTRO PATRONO QUE, JUNTAMENTE COM SUA ESPOSA, QUE É JUÍZA, TERIA SUPOSTAMENTE INFLUENCIADO A CONDUTA DE UMA DE SUAS CLIENTES. AGRESSÃO À HONRA. DEVER DE INDENIZAR RECONHECIDO PELO TRIBUNAL A QUO. VALOR. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO. QUESTÃO QUE DEMANDA REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. ANÁLISE. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS SUSCITADOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 282/STF. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO VERIFICADA NA ESPÉCIE. VIOLAÇÃO AO ART. 93, IX, DA CF. INOCORRÊNCIA.
1. A repercussão geral pressupõe recurso admissível sob o crivo dos demais requisitos constitucionais e processuais de admissibilidade (art. 323 do RISTF). Consectariamente se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (art. 102, III, § 3º, da CF).
2. A Súmula 279/STF dispõe verbis: �Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário�.
3. É que o recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional.
4. In casu, o Tribunal a quo pronunciou-se quanto questão sub examine à luz do contexto fático-probatório engendrado nos autos, consoante se infere do voto condutor do acórdão objurgado, in verbis: �[...] Os elementos de convicção foram claramente expostos pela julgadora na decisão recorrida, e são suficientes, entendo, descrevendo a conduta ilícita praticada pelo réu, suficiente para justificar o pleito indenizatório. Cabe referir textualmente (fl. 419): �(...) Verifica-se pelos documentos de fls. 16/18 que o réu não se limitou em apenas narrar os fatos à comissão de ética e disciplina da OAB sobre o que entendia caracterizar infração funcional e ética do advogado Sérgio Braibante Perez, incluiu a autora, que não é advogada e não se sujeitava a eventuais sanções disciplinares. É evidente que tal demonstra a intenção do réu em denegrir a honra da autora (...)�. No caso concreto o dolo é visível, ressalta dos fatos e das circunstâncias, denota-se do procedimento do autor da ação,do �modus operandi�. Basta que se leia os termos da manifestação do réu quando instado pela autora a dar explicações sobre suas assertivas. O texto vai reproduzido na inaugural (fl. 05). Nele afirma claramente a sua intenção de narrar e criticar o comportamento anti-ético. Portanto, sem qualquer sombra de dúvidas, afirma ser anti-ético o procedimento da autora."(fls. 355/356).
5. Sob esse enfoque, ressoa inequívoca a vocação para o insucesso do apelo extremo, por força do enunciado sumular n.º 279/STF, que interdita a esta Corte, em sede de recurso extraordinário, sindicar matéria fático-probatória. Precedentes: AI 783269 AgR, Relator: Min. Joaquim Barbosa, DJe- 02/03/2011; AI 609983 AgR, Relator: Min. Carlos Britto, DJe- 05/06/2009.
6. A admissibilidade do Recurso Extraordinário impõe que o dispositivo constitucional tido por violado tenha sido ventilado no acórdão recorrido, sob pena de padecer o apelo extremo da imposição jurisprudencial do prequestionamento, requisito essencial à admissão do mesmo. Inteligência da súmula 282/STF:"é inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada na decisão recorrida, a questão federal suscitada". Precedentes.
7. A exigência do prequestionamento impende salientar, não é mero rigorismo formal que pode ser afastado pelo julgador, porquanto consubstancia a necessidade de obediência aos limites impostos ao julgamento das questões submetidas a este Supremo Tribunal Federal, cuja competência fora outorgada pela Constituição Federal em seu art. 102, no qual não há previsão de apreciação originária de temas não debatidos nas instâncias recursais anteriores.
8. O artigo 93, IX, da Constituição Federal, resta incólume quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, máxime o magistrado não estar obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, quando já tiver fundamentado sua decisão de maneira suficiente e fornecido a prestação jurisdicional nos limites da lide proposta. Precedentes desta Corte: AI 688410 AgR, Relator: Min. Joaquim Barbosa, DJe- 30/03/2011;AI 748648 AgR, Relator: Min. Dias Toffoli, DJe- 19/11/2010.9. In casu o acórdão recorrido assentou:
 RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. IMPUTAÇÃO DE CONDUTA ANTI-ÉTICA E DESLEAL. AGRESSÃO À HONRA. ATO ILÍCITO CONFIGURADO. DEVER DE INDENIZAR RECONHECIDO. COMPENSAÇÃO. VALOR. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO.REDIMENSIONAMENTO. VERBA HONORÁRIA. 
Advogado que afirma ter a autora agido de forma anti-ética e desleal, por opinar em processo pelo mesmo conduzido na qualidade de patrono, induzindo, com o fato, a mandante a revogar a procuração que lhe havia sido outorgada. Ato ilícito caracterizado impondo-se o dever do réu de indenizar. Apelação provida parcialmente para o efeito de redimensionar o montante da compensação e dos honorários advocatícios. (fl. 353).
10. Agravo de Instrumento a que se nega seguimento. Decisão: Trata-se de agravo de instrumento interposto por ADÃO RODRIGUES CARPENA, com fulcro no art. 544 do Código de Processo Civil, contra a r. decisão de fls. 206/207 e versos, que não admitiu seu recurso extraordinário, sob os seguintes fundamentos: (i) aplicação das súmulas 282 e 356/STF; e (ii) a ofensa reflexa ao texto da Carta Magna não viabiliza o apelo extremo. Noticiam os autos que, em sede de apelação, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, deu parcial provimento ao recurso, em julgado que produziu a seguinte , in verbis: RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. IMPUTAÇÃO DE CONDUTA ANTI-ÉTICA E DESLEAL. AGRESSÃO À HONRA. ATO ILÍCITO CONFIGURADO. DEVER DE INDENIZAR RECONHECIDO. COMPENSAÇÃO. VALOR. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO. REDIMENSIONAMENTO. VERBA HONORÁRIA. Advogado que afirma ter a autora agido de forma anti-ética e desleal, por opinar em processo pelo mesmo conduzido na qualidade de patrono, induzindo, com o fato, a mandante a revogar a procuração que lhe havia sido outorgada. Ato ilícito caracterizado impondo-se o dever do réu de indenizar. Apelação provida parcialmente para o efeito de redimensionar o montante da compensação e dos honorários advocatícios.�. (fl. 353). Opostos embargos de declaração, restaram rejeitados. Irresignado com o teor do acórdão prolatado, o recorrente interpôs recurso extraordinário com fulcro no art. 102, inciso III, alínea a, do permissivo constitucional, apontando como violados os arts. 93, IX, e 133, da Constituição Federal. Sustenta, em síntese, que “o comando constitucional sofreu inegável desprezo por partedos órgãos jurisdicionais que apreciaram a presente demanda, os quais simplesmente desconsideraram a inviolabilidade assegurada pela Carta Magna, imputando ao recorrente a responsabilidade pela prática de um ato ilícito (com o consequente dever de indenizar) que, a toda evidência, não poderia ser atribuído ao recorrente. [...] A toda evidência que tais atos não poderiam consubstanciar atos geradores de responsabilidade civil, mormente em face da garantia constitucional outorgada ao advogado, que, como já dito, não significa impunidade, mas a segurança de um profissional que, no exercício de seu mister, tem a certeza que poderá dizer aquilo que, para outros, seria arriscado.� (fl. 438). Ausente a indicação de repercussão geral da matéria, visto que à época o referido instituto não era condição de admissibilidade do apelo extremo. Contrarrazões às fls. 445/449. Brevemente relatados. DECIDO. Ab initio, a repercussão geral pressupõe recurso admissível sob o crivo dos demais requisitos constitucionais e processuais de admissibilidade (art. 323 do RISTF). Consectariamente se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (art. 102, III, § 3º, da CF). Ainda preliminarmente, insta asseverar, não merecem acolhida as pretensões do recorrente, posto que não restou configurada na espécie a violação ao artigo 93, IX, da Constituição Federal, conforme apontado pela recorrente. Com efeito, o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciou-se de forma satisfatória sobre a questão posta nos autos. Deveras, houve suficiente fundamentação das razões consignadas no acórdão, ainda que tenham sido contrárias aos pedidos da recorrente. Saliente-se, ainda,que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido bastante para embasar a decisão e fornecer a prestação jurisdicional nos limites da lide proposta, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 
Confiram-se, à guisa de exemplo, os seguintes precedentes desta Corte: EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DOS VALORES TRANSFERIDOS AOS TRABALHADORES. VINCULAÇÃO À PROVA DA AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO DO ÔNUS FISCAL. ISENÇÃO CONCEDIDA PELO PODER JUDICIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO QUE NÃO REÚNE CONDIÇÕES DE PROSSEGUIR. ARTS. 93, IX E 150, § 6º DA CONSTITUIÇÃO. ART. 166 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. SÚMULA 546/STF. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 
1. O acórdão recorrido prestou jurisdição, de modo fundamentado, ainda que com o resultado não tenha concordado a parte. Descabe confundir a pretensão frustada com negativa de jurisdição (art. 93, IX da Constituição). 2. Omissis. 3. Omissis. 4. Omissis. Agravo regimental ao qual se nega provimento.(AI 688410 AgR, Relator (a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 15/02/2011, DJe-060 DIVULG 29-03-2011 PUBLIC 30-03-2011 EMENT VOL-02492-01 PP-00184) EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Prequestionamento. Ausência. Negativa de prestação jurisdicional. Não ocorrência. Precedentes. 1. Omissis. 2. A jurisdição foi prestada mediante decisão suficientemente fundamentada. O artigo 93,inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os argumentos da defesa, mas, sim, que ele apresente as razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento. 3. Agravo regimental não provido,com aplicação da multa prevista no artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil. (AI 748648 AgR, Relator (a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 24/08/2010, DJe-222 DIVULG 18-11-2010 PUBLIC 19-11-2010 EMENT VOL-02434-03 PP-00534) Quanto ao mérito, melhor sorte não socorre ao recorrente. Isso porque não se revela cognoscível em sede de Recurso Extraordinário a insurgência que tem como real escopo o incursionamento no contexto fático-probatório engendrado nos autos, porquanto, referida pretensão não se adéqua à estreita via do apelo extremo, cujo conteúdo restringe-se a fundamentação vinculada, de discussão eminentemente de direito, e, portanto, não servil ao exame de questões que demandam o revolvimento do arcabouço fático-probatório dos autos, face ao óbice erigido pela Súmula 279/STF: �Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário�. In casu, o Tribunal a quo pronunciou-se quanto questão sub examine à luz do contexto fático-probatório engendrado nos autos, consoante se infere do voto condutor do acórdão objurgado, in verbis: �[...] Os elementos de convicção foram claramente expostos pela julgadora na decisão recorrida, e são suficientes, entendo, descrevendo a conduta ilícita praticada pelo réu, suficiente para justificar o pleito indenizatório. Cabe referir textualmente (fl. 419): �(...) Verifica-se pelos documentos de fls. 16/18 que o réu não se limitou em apenas narrar os fatos à comissão de ética e disciplina da OAB sobre o que entendia caracterizar infração funcional e ética do advogado Sérgio Braibante Perez, incluiu a autora, que não é advogada e não se sujeitava a eventuais sanções disciplinares. É evidente que tal demonstra a intenção do réu em denegrir a honra da autora (...)�. No caso concreto o dolo é visível, ressalta dos fatos e das circunstâncias, denota-se do procedimento do autor da ação, do �modus operandi�. Basta que se leia os termos da manifestação do réu quando instado pela autora a dar explicações sobre suas assertivas. O texto vai reproduzido na inaugural (fl. 05). Nele afirma claramente a sua intenção de narrar e criticar o comportamento anti-ético. Portanto, sem qualquer sombra de dúvidas, afirma ser anti-ético o procedimento da autora."(fls. 355/356). Sob esse enfoque, ressoa inequívoca a vocação para o insucesso do apelo extremo, por força do óbice intransponível do verbete sumular n.º 279/STF, que interdita a esta Corte, em sede de recurso extraordinário, sindicar matéria fática. Confiram-se à guisa de exemplo os seguintes precedentes, verbis: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA/STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o acórdão recorrido seria necessário reexaminar os fatos da causa, o que é vedado na esfera do recurso extraordinário, de acordo com o enunciado 279 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 783269 AgR, Relator (a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 01/02/2011, DJe-041 DIVULG 01-03-2011 PUBLIC 02-03-2011 EMENT VOL-02474-03 PP-00576) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. 1. APOSENTADORIA DE TRABALHADOR RURAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. 2. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. 
1. Caso em que entendimento diverso do adotado pelo aresto impugnado demandaria o reexame da legislação ordinária aplicada à espécie e a análise do acervo fático-probatório dos autos. Providências vedadas na instância extraordinária. 2. Incide, de mais a mais, no caso, a Súmula 282 STF. Agravo regimental desprovido. (AI 609983 AgR,Relator (a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 05/05/2009, DJe-104 DIVULG 04-06-2009 PUBLIC 05-06-2009 EMENT VOL-02363-11 PP-02348) Ademais, é cediço que a admissibilidade do recurso extraordinário impõe que o dispositivo constitucional tido por violado, como meio de se aferir a admissão da impugnação, tenha sido efetivamente debatido pelo Tribunal de origem, sob pena de padecer o recurso da imposição jurisprudencial do prequestionamento, requisito essencial à admissão do mesmo. Com efeito, para configurar-se a existência do prequestionamento não basta que o recorrente devolva a questão controvertida para o Tribunal, ou ainda que a matéria tenha sido ventilada por ocasião dos embargos de declaração, sendo necessária a efetiva emissão de juízo de valor pelo Tribunal a quo sobre os dispositivos legais apontados como violados, in casu, art. 133, da ConstituiçãoFederal. Deveras, a exigência do prequestionamento, não é mero rigorismo formal que pode ser afastado pelo julgador, porquanto consubstancia a necessidade de obediência aos limites impostos ao julgamento das questões submetidas a este Supremo Tribunal Federal, cuja competência fora outorgada pela Constituição Federal em seu art. 102, pelo qual não há previsão de apreciação originária de temas não debatidos nas instâncias recursais anteriores. A competência originária do C. STF vem prevista exaustivamente no antecitado dispositivo constitucional, não podendo sofrer ampliação na via do recurso extraordinário. Desta feita, a simples oposição dos embargos de declaração, sem o efetivo debate, no Tribunal de origem, acerca da matéria versada pelo dispositivo constitucional apontado como violado, não supre a falta do requisito do prequestionamento, viabilizador da abertura da instância extraordinária. Incidência da súmula 282/STF: é inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada na decisão recorrida, a questão federal suscitada. Confiram-se, à guisa de exemplo, os seguintes precedentes deste Sodalício, in verbis: EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. DANOS MORAIS. DIVULGAÇÃO DE IMAGEM DA AUTORA AO LADO DE NOTÓRIO CRIMINOSO NA CONDIÇÃO DE SUA NAMORADA. REDUÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME PROBATÓRIO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA N. 279/STF. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 5º, X, DA C.F. INOCORRÊNCIA. 1. O requisito do prequestionamento é indispensável, por isso que inviável a apreciação, em sede de recurso extraordinário, de matéria sobre a qual não se pronunciou o Tribunal de origem, incidindo o óbice das Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal federal. 2. Omissis. 3. Omissis. 4. Agravo regimental desprovido. (AI 797313 AgR, desta relatoria, Primeira Turma, julgado em 13/04/2011, DJe-088 DIVULG 11-05-2011 PUBLIC 12-05-2011 EMENT VOL-02520-03 PP-00451) EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (LEI Nº 12.322/2010)� ALEGADA VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA � AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL � REEXAME DE FATOS E PROVAS � IMPOSSIBILIDADE �SÚMULA 279/STF � RECURSO IMPROVIDO. - A ausência de efetiva apreciação do litígio constitucional, por parte do Tribunal de que emanou o acórdão impugnado, não autoriza � ante a falta de prequestionamento explícito da controvérsia jurídica � a utilização do recurso extraordinário. � Omissis. (ARE 638573 AgR, Relator (a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 31/05/2011, DJe-125 DIVULG 30-06-2011 PUBLIC 01-07-2011 EMENT VOL-02555-04 PP-00585) EMENTA: PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO CRIMINAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. ACÓRDÃO QUE SE BASEOU EM FUNDAMENTOS INFRACONSTITUCIONAIS. OFENSA REFLEXA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL E ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. EXAME. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I � Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. O fato de o agravante ter suscitado os temas nos embargos de declaração opostos contra a decisão que denegou a ordem, por si só, não conduz ao prequestionamento das matérias constitucionais, se o Tribunal a quo não se manifestou expressamente sobre elas. II � Omissis. III Omissis. IV � Omissis. V � Agravo regimental improvido. (RE 628059 AgR, Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 13/04/2011, DJe-083 DIVULG 04-05-2011 PUBLIC 05-05-2011 EMENT VOL-02515-01 PP-00176) Ex positis, NEGO SEGUIMENTO ao agravo de instrumento. Publique-se. Int.. Brasília, 23 de fevereiro de 2012.Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente
(STF - AI: 846354 RS, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 23/02/2012, Data de Publicação: DJe-045 DIVULG 02/03/2012 PUBLIC 05/03/2012)
	COMENTÁRIO
O caso acima apresentado mostra o desrespeito ao cliente que contratou os serviços jurídicos e o advogado usando de má fé, logrou o intuito de defesa do mesmo.
Muitas vezes reclama-se que o acesso a justiça é difícil e por isso os processos arrastam por anos a fio, devido ao descaso dos operadores do direito e uso de alguns advogados.
Assim como no processo civil, também no foro trabalhista também se exige a intenção de prejudicar a parte contrária quando do descumprimento das obrigações de agir com lealdade, embora nem sempre o escopo principal seja esse. Na verdade, discordamos de tal, pois a parte que age com má fé, procura, em primeiro lugar, beneficiar-se; o prejuízo da outra parte é, necessariamente, corolário da sua ação, pelo menos é o que ocorre em regra (SALES, 2019).
Mas como a conseqüência disso tudo é: prejuízo à parte honesta e descrédito da Justiça, atentando contra o interesse social. A litigância de má fé é a mais nítida contribuição para denegrir a imagem do Judiciário e dar maior firmeza a todas as chacotas já tão habituais na sociedade a respeito dos advogados (SALES, 2019).
REFERÊNCIAS 
SALES. Tacilene Dias Gouveia de. Ética profissional e litigância de má fé. Disponível em http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=862> acesso em 24. Set 2019.

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