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TRIBUNAL DO JÚRI
1. Origem: Originou-se, em 1.215, na Magna Carta inglesa do Rei João Sem Terra.
1. Previsão Constitucional - Art. 5º, XXXVIII, CF:
Art. 5º, XXXVIII da CF – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
 É órgão do Poder Judiciário? SIM, tanto na Justiça Federal, como na Estadual.
2. Garantias Constitucionais
(a) Plenitude de Defesa: Plenitude de Defesa x Ampla Defesa. No Tribunal do Júri, o advogado não precisa se limitar a uma atuação exclusivamente técnica, podendo se valer de argumentação extrajurídica, invocando razões de ordem social, política, emocional, religiosa, etc.
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: 
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor.
É possível que haja divergência de teses entre o acusado e seu advogado, hipótese na qual o juiz presidente está obrigado a incluir no questionário também a tese pessoal do acusado.
(b) Sigilo das Votações
Ninguém pode conhecer o voto dos jurados, que se dá na sala secreta, onde estarão presentes os jurados, juiz presidente, oficial de justiça, MP, advogado de defesa e advogado assistente. 
O acusado somente estará presente quando atuar em defesa própria.
 A sala secreta é constitucional? SIM.
Art. 5º, LX, CF: LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93, IX, CF: Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
OBS: Quando a votação fosse unânime, o sigilo acabava violado. Todavia, a Lei 11.689/08 determinou que quando forem atingidos 04 votos num mesmo sentido, a votação será automaticamente encerrada.
 Do sigilo dos votos decorre a incomunicabilidade dos jurados.
Essa incomunicabilidade não tem caráter absoluto, pois diz respeito apenas a manifestações relativas ao processo.
STF (AO 1.046 e 1.047): Proibição do uso de celular entre os jurados. A eventual quebra da incomunicabilidade será causa de nulidade absoluta.
(c) Soberania dos Veredictos
Um tribunal formado por juízes togados não pode modificar no mérito a decisão dos jurados. 
 Cabe apelação no Júri? SIM, mas aqui constitui recurso de fundamentação vinculada – art. 593, CPP:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de cinco dias: 
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia [JUÍZO RESCINDENTE]; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados [JUÍZO RESCINDENTE + RESCISÓRIO, POIS NÃO ENVOLVE MÉRITO]; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança [JUÍZO RESCINDENTE + RESCISÓRIO]; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos [JUÍZO RESCINDENTE].
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no n. III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. (veja que o Tribunal Superior pode retificar apenas a pena em caso de apelação). 
§ 3º Se a apelação se fundar no n. III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. (caso, todavia, a apelação seja pela contrariedade da decisão dos jurados quanto às provas dos autos, o Tribunal devolve o processo pra julgamento. Destaca-se que não se aceita uma segunda apelação pelo mesmo fundamento).
	CABERÁ APELAÇÃO EM PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
	Ocorrer nulidade posterior à pronúncia
	Juízo Rescindente (Desconstitui a decisão de 1º grau)
	 Sentença do juiz contrária a Lei ou Decisão dos Jurados
	Juízo Rescindente (Desconstitui a decisão de 1º grau) e Rescisório (substitui a decisão de 1º grau)
	 Erro ou injustiça no que tange a aplicação da pena ou medida de segurança
	Juízo Rescindente (Desconstitui a decisão de 1º grau) e Rescisório (substitui a decisão de 1º grau)
	For a decisão dos jurados manifestamente contrária as provas dos autos
	Juízo Rescisório (substitui a decisão de 1º grau)
As nulidades relativas ocorridas após a pronúncia devem ser arguidas logo após o pregão, sob pena de preclusão. As nulidades relativas ocorridas em plenário devem ser alegadas logo depois de ocorrerem, sob pena de preclusão.
	JUÍZO RESCINDENTE (REVIDENTE)
	JUÍZO RESCISÓRIO (REVISÓRIO)
	Limita-se o órgão de 2ª instância a desconstituir a decisão anterior.
	Consiste na substituição da decisão de 1ª instância pelo juízo ad quem.
 Caso haja erro na fixação de uma agravante, como deverá proceder o tribunal? De acordo com a Lei 11.719/08, agravantes e atenuantes são matérias exclusivas do juiz-presidente, não havendo que se falar em violação à soberania dos veredictos, caso o tribunal se manifeste acerca das mesmas.
Súmula 713 do STF: O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição.
 Revisão Criminal e Soberania dos Veredictos: São garantias instituídas em prol da liberdade do acusado. Portanto, nada impede revisão criminal de decisões do júri. Nesse caso, o tribunal ad quem fará o juízo rescindente + rescisório.
(d) Competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida: Competência mínima, que não pode ser suprimida por emenda. Todavia, tal competência pode ser ampliada, até mesmo por lei ordinária, bem como na prática, por meio do julgamento de crimes conexos, à exceção dos crimes militares e eleitorais.
 Exceções. Quais crimes resultam na morte do agente, mas não é processado e julgado no tribunal do júri?
(a) Latrocínio, pois é crime contra o patrimônio (Vara Criminal Comum).
(b) Ato Infracional (Vara da Infância e da Juventude).
(c) Genocídio, pois é crime contra a existência de grupo nacional, étnico, racial ou religioso (Vara Criminal Comum). Se, todavia, o genocídio for praticado mediante morte de membros do grupo, o agente deverá responder pelos homicídios em concurso formal impróprio com o genocídio. Nesse caso, os homicídios e o genocídio serão julgados por um tribunal do júri.
(d) Militar que mata militar.
(e) Civil que mata militar das forças armadas (Justiça Militar da União – STF HC 91.003).
(f) Quando o foro por prerrogativa de função estiver estabelecido na CF, prevalece sobre a competência do tribunal do júri. OBS: O delegado-geral de polícia tem foro previsto na Constituição Estadual.
Súmula 721 do STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pelaConstituição estadual.
	NÃO SÃO SUBMETIDOS AO TRIBUNAL DO JÚRI
	CRIME
	Latrocínio
	Ato infracional
	Genocídio
	Milita c/ Militar
	Civil c/ Militar Exército
	Prerrogativa de Função da CR
	COMPETÊNCIA
	Just. Comum
	Infância e Juv.Salvo se na modalidade mediante morte dos membros (Tribunal do Júri)
	Just. Comum
	Just. Militar
	Just. Militar da União
	Tribunal Competente
4. DESAFORAMENTO
4.1. Competência Territorial: Local da consumação do delito. Art. 70, CPP:
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
 Crimes Plurilocais: local da execução. Por razões:
(a) Probatórias: as testemunhas diretas lá residirem;
(b) Política Criminal.
4.2. Conceito: Deslocamento da competência para a realização do julgamento em plenário de uma comarca para outra. No CPP, é específico para o tribunal de júri. No CPPM, é cabível para qualquer delito.
4.3. Momento para o Desaforamento: Só é possível após a preclusão da decisão de pronúncia.
4.4. Motivos para o Desaforamento
(a) Interesse de ordem pública. Ex: falta de segurança na Comarca.
(b) Falta de imparcialidade dos jurados. OBS: A notoriedade da vítima ou do agressor, por si só, não é motivo suficiente para o desaforamento.
(c) Falta de segurança pessoal do acusado.
(d) Quando o julgamento não ocorrer 06 meses após a decisão de pronúncia. OBS: Na lei antiga, o prazo era de 01 ano.
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.
§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente.
§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri.
§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.
§ 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. 
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.
§ 1º Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa.
§ 2º Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento.
OBS: Caso não fique comprovado um excesso de serviço na Comarca, o Tribunal poderá determinar a realização imediata do julgamento.
4.5. Legitimidade
(a) MP;
(b) Defesa;
(c) Acusado;
(d) Querelante;
(e) Representação do Juiz, salvo na hipótese do art. 428, CPP;
(f) Assistente (na lei antiga não havia essa legitimidade).
OBS: independentemente, de quem pediu o desaforamento, a defesa será sempre ouvida, sob pena de violação do princípio da ampla defesa.
Súmula 712 do STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa.
4.6. Natureza Jurídica da decisão que defere o Desaforamento: Decisão de caráter jurisdicional, devendo ser proferida por uma câmara ou turma. 
4.7. Crime conexo e concurso de agentes: Ocorrendo o desaforamento, este também atinge os crimes conexos e os corréus.
4.8. Efeito Suspensivo: Não tinha previsão legal, sendo sugerido pela doutrina. Agora, é texto de lei (Lei 11.689/08). O art. 427, §2º, do CPP, permite que o relator conceda efeito suspensivo ao julgamento pelo tribunal do júri.
4.9. Deslocamento Da Competência: Acolhido o pedido de desaforamento, a competência será deslocada para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos.
Art. 427, parte final, determina que a comarca a ser escolhida deve, preferencialmente, ser próxima da comarca originária.
No âmbito da Justiça Estadual, não é possível o desaforamento para outro Estado; todavia, no âmbito da JF, é possível o desaforamento de um Estado para outro, pois os TRF possuem jurisdição sobre mais de 1 Estado (STF – RHC 94008).
4.10. HABEAS CORPUS
Contra a decisão que acolhe ou rejeita o pedido de desaforamento não há previsão de recurso. A jurisprudência, no entanto, admite a utilização do habeas corpus, desde que em favor do acusado.
A decisão do desaforamento é baseada na cláusula rebus sic stantibus; assim, caso surjam motivos supervenientes, novo pedido de desaforamento pode ser formulado (não há formação de coisa julgada material).
5. Reaforamento: Reaforamento é o retorno da competência à comarca de origem. O reaforamento não é admitido no sistema processual brasileiro. Vale ressaltar, que nada impede novo desaforamento para comarca diversa da primeira.
6. Organização do Júri - Composição do júri → é formada pelo juiz presidente e por 25 jurados, dos quais 7 irão compor o conselho de sentença (art. 447).
Requisitos para ser jurado:
· Deve ser cidadão brasileiro com mais de 18 anos;
· Deve ser dotado de notória idoneidade.
Pode ser um cidadão naturalizado. 
Cidadão é a pessoa em pleno gozo dos direitos políticos. 
Na lei antiga, maiores de 60 anos estavam isentos do júri; todavia, essa idade passou a ser de 70 anos (art. 437, IX).
Apesar do silêncio da lei, para ser jurado, o sujeito deve residir na mesma comarca.
De acordo com a doutrina majoritária, deficientes visuais, surdos, analfabetos não podem ser jurados.
Recusa injustificada → acarreta multa no valor de 1 a 10 salários mínimos (art. 436, §2º). Não é possível responsabilizar criminalmente esse jurado pelo delito de desobediência. De acordo com a jurisprudência, para a configuração desse crime, deve a lei ressalvar a possibilidade de cumulação da sanção de natureza civil ou administrativa com a de natureza penal (STJ – HC 22721).
Escusa de consciência → esta hipótese é de recusa justificada. A pessoa só será privada de seus direitos políticos se se recusar a cumprir prestação alternativa. Há um ano, não havia previsão legal dessa prestação, porém, com a Lei 11.689/08, passou a ser regulamentada (art. 438).
Suspeição, impedimento e incompatibilidade de jurado → as mesmas causas aplicadas aos juízes também se aplicam aos jurados, com alguns acréscimos previstos nos arts. 448 e 449.
Participação de jurados impedidos no mesmo conselho → antes da Lei 11.689/08, era causa de mera nulidade relativa, hipótese em que o prejuízo deveria ser comprovado, portanto, caso a votação terminasse 7 a 0, 6 a 1 ou 5 a 2, não se enxergava como um voto de jurado impedido pudesse alterar o resultado final. Hoje, como a votação é interrompida quando se atinge 4 votos em um sentido, a atuação de jurados impedidos no conselho será causa de nulidade absoluta.
O art. 451 determina que os jurados impedidos, suspeitos ou excluídos são considerados para a constituição do número legal exigido para a sessão (15 jurados).
Jurado profissional → art. 426, §4º – determina que o jurado que compôs conselho de sentença, pelo período de 12 meses, será excluído das listas.
Art. 439 – o significado da expressão exercício efetivo da função de jurado e discutido por 2 correntes: (1) ocorre quando o jurado integra o conselho de sentença; (2) o simples comparecimento à sessão de julgamento já configura o exercício efetivo da função de jurado (prevalece).
7. Procedimentodo Júri: Esse procedimento é conhecido como procedimento bifásico ou procedimento escalonado:
· 1ª fase → sumário da culpa ou iudicium accusationis;
· 2ª fase → julgamento da causa ou iudicium causae; 
A 1ª fase existe para impedir que o caso concreto, sem o mínimo de provas, seja levado a julgamento, pois no júri, qualquer resultado é possível.
	Sumário da culpa
	Julgamento da causa
	Atuação do juiz sumariante.
	Funcionamento do juiz presidente e dos 25 jurados, dos quais 7 comporão o conselho de sentença.
	Início → oferecimento da peça acusatória.
	Início → preparação do processo para julgamento em plenário.
	Fim → com decisão de impronúncia, desclassificação, absolvição sumária ou pronúncia.
	Fim → julgamento em plenário.
8.1. PRIMEIRA FASE DO JÚRI
Etapas do procedimento da 1ª fase:
1. Tem início com o oferecimento da denúncia ou queixa (é o caso de crimes conexos ou no caso de ação penal privada subsidiária). Essa denúncia deve constar ao final um pedido de pronúncia e não de condenação.
2. Recebimento da peça acusatória → o prazo é de 5 dias. As causas de rejeição da peça acusatória são as mesmas do procedimento comum.
3. Citação do acusado → pode ser pessoal, por hora certa ou ainda por edital.
4. Resposta à acusação → nesse caso, segundo a doutrina, trata-se de peça obrigatória, cuja ausência configura nulidade absoluta. Não é possível a absolvição sumária após o oferecimento dessa peça no procedimento do júri, o momento da absolvição sumária será ao final da audiência de instrução;
5. Designação de audiência de instrução → antes dessa designação pode ocorrer a oitiva do MP ou do querelante em caso de juntada de documentos das quais a acusação não tinha ciência. O prazo de 10 dias prevista no art. 410, para uma 1ª corrente doutrinária, é para marcar a data da audiência; para uma 2ª corrente, esse prazo é para que o juiz possa designar a audiência;
	Qual a finalidade do prazo previsto no art. 410 do Código de Processo Penal?
	1ª Corrente
	2ª Corrente
	É prazo de que o juiz dispõe para designar a audiência, estipulada a data prevista para sua realização.
	É prazo para a realização da audiência e não para sua simples designação.
6. Audiência de instrução (art. 411)→ oitiva do ofendido, oitiva das testemunhas, acusação depois defesa, esclarecimento do perito, acareações, etc. Nesse caso, diferente do procedimento comum, não há previsão de requerimento de diligências. Também não há previsão da substituição das alegações orais por memoriais. Embora não tenha ficado expresso no art. 411, também se aplica à 1ª fase do procedimento do júri o princípio da identidade física do juiz, pois o art. 399, §2º, está incluído no Título I, no qual está inserido o procedimento do júri;
7. Decisões → impronúncia, desclassificação, absolvição sumária ou pronúncia.
Juntada de documentos → em regra, a parte pode juntar documento a qualquer tempo no processo penal. Todavia, antes da Lei 11.689/08, havia duas exceções: 
(1) na fase de alegações escritas na 1ª fase do júri não era possível a juntada de documentos (art. 406, §2º - revogado); 
(2) para que ocorresse exibição de documento em plenário, a parte deveria comunicar à outra parte no prazo de até 3 dias antes da sessão (art. 475 – revogado). 
Atualmente, não existe mais essa fase de alegações escritas, desaparecendo a 1ª exceção; quanto a segunda exceção, o art. 479 determina que esse prazo é de três dias úteis.
Súmula 523 do STF – alegações orais da defesa → no procedimento comum ordinário, a ausência de alegações por parte da defesa será causa de nulidade absoluta, por violação ao princípio da ampla defesa. No procedimento do júri, todavia, continua valendo a regra de que a não apresentação de tal defesa ou sua apresentação de forma sucinta pode ser uma estratégia em benefício do acusado, que, antevendo provável pronúncia, prefira não antecipar as teses que seriam sustentadas em plenário.
Prazo → de acordo com o art. 412, a 1ª fase do procedimento do júri deve terminar no prazo máximo de 90 dias. Nesse prazo não se computa o prazo do inquérito policial.
8. Possíveis decisões na 1ª fase:
8.1. IMPRONÚNCIA (art. 414)
O juiz deve impronunciar o acusado quando não estiver convencido da existência do crime ou de sua autoria.
Natureza jurídica → trata-se de uma decisão interlocutória (que não julga o mérito), mista (pois põe fim a uma fase procedimental) e terminativa (pois põe fim ao processo).
Essa decisão só faz coisa julgada formal, pois não aprecia o mérito. Assemelha-se ao arquivamento do inquérito por falta de provas. Logo, surgindo provas novas, é possível o oferecimento de nova peça acusatória. Essa prova nova, segundo o entendimento que prevalece, pode ser a substancialmente nova, ou seja, aquela inexistente ou oculta à época da impronúncia, bem como a formalmente nova, qual seja, a que foi produzida no processo, mas ganhou nova versão.
A decisão de impronúncia, antes da Lei 11.689/08, podia fazer coisa julgada material quando o fato narrado não constituísse crime ou quando ficasse provada a inexistência do fato. Após a lei, essa possibilidade não é mais possível, pois, essas hipóteses, hoje, são causas de absolvição sumária.
Crime conexo → como a impronúncia se refere ao crime doloso contra a vida, deve o crime conexo ser remetido ao juízo competente.
Despronúncia → ocorre quando a decisão proferida pelo juiz de pronúncia é alterada no julgamento de um recurso, transformando-se em impronúncia. Contra a decisão de pronúncia cabe RESE, o qual possui efeito regressivo, assim, a despronúncia pode ser feita pelo próprio juiz sumariante, em juízo de retratação, ou pelo tribunal.
Recurso cabível → art. 416 – caberá apelação. Antigamente, o recurso cabível era o RESE. Assim, para toda e qualquer decisão de impronúncia, proferida após 9/8/2008, caberá apelação.
Pode interpor a apelação:
· MP;
· assistente da acusação;
· acusado → pois a decisão de impronúncia não faz coisa julgada material; logo, teria interesse processual em uma decisão de absolvição sumária, a qual faria coisa julgada formal e material.
8.2. DESCLASSIFICAÇÃO:
A desclassificação é uma decisão interlocutória, cabível quando não se trata de crime doloso contra a vida (narra-me o fato e eu te darei o direito). Se a “desclassificação” se deve para o crime do Júri (ex.: homicídio – infanticídio) será caso de pronúncia, não se desclassifica crimes da competência do Júri. 
Não podemos confundir desclassificação com desqualificação. A desqualificação é a exclusão de qualificadoras. A desqualificação deve ser excepcionalíssima, ou seja, o juiz só pode retirar a qualificadora se ela realmente não tiver amparo nos autos, uma vez que o juízo natural dos crimes dolosos contra a vida é o Tribunal do Júri e não o juiz sumariante. 
O mais comum dos casos de desclassificação são os crimes de trânsito, pois muitas pessoas estão sendo denunciadas por dolo eventual. É claro que é possível crimes de trânsito dolosos, mas os MP estão exagerando, tudo agora é dolo eventual.
	DESCLASSIFICAÇÃO
	DESQUALIFICAÇÃO
	É a desclassificação de um crime contra a vida para um crime que não seja contra a vida.
	A desqualificação volta-se a retirada de qualificadoras dos crimes contra a vida pelo juiz presidente.
É possível desclassificação para delito mais grave (latrocínio, por exemplo). 
REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE APÓS A PRECLUSÃO DA VIA RECURSAL: Quando ocorre a desclassificação o juiz remete os autos ao juízo competente. 
Quando os autos dão entrada no juízo competente é preciso ouvir a defesa? É preciso ouvir a defesa quando ocorre a desclassificação? R: De acordo com a antiga redação do art. 419 do CPP a oitiva da defesa era obrigatória, em qualquer hipótese. Vejamos a nova redação do art. 419 do CPP:
Art. 419.  Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
Pela dicção do art. 419 percebemos que não há uma disposição expressanesse sentido. De acordo com alguns doutrinadores entendem que, em virtude do princípio da ampla defesa, essa oitiva continuaria obrigatória, apesar do CPP não tiver dito nada sobre o assunto. Outros doutrinadores entendem que, na verdade vai depender da espécie de desclassificação. 
Assim, nas hipóteses de emendatio libelli (art. 383 - o juiz altera só a classificação, o fato é o mesmo) não seria necessário a oitiva da defesa. Por outro lado, quando for caso de mutatio libelli (art. 384) a oitiva da defesa é obrigatória.
Na hora da desclassificação NÃO deve o juiz sumariante fixar a nova capitulação legal. Quem deve fazer essa nova capitulação é o novo juiz, o juiz sumariante deve se limitar a dizer que não houve animus necandi, pois de outra forma ele estaria antecipando seu entendimento (pré-julgamento) e ingressando numa esfera que não é sua.
O crime conexo na hora da desclassificação também será remetido ao juízo competente. O crime conexo vai seguir a mesma sorte do doloso contra a vida. 
	Em se tratando de desclassificação, quando os autos chegam ao novo juízo, ele está obrigado a recebê-lo ou pode suscitar o conflito negativo competência? 
	1ª. Corrente (Fernando Capez e Mirabete)
	2ª. Corrente (Ada Pellegrini, Noronha e Nucci)
	Operada a preclusão da decisão de desclassificação, o novo juízo estará obrigado a receber o processo, não podendo suscitar conflito de competência, sob pena de indevido retrocesso do procedimento. Essa corrente é mais tradicional e deve ser utilizada em prova objetiva.
	Entendem que o juiz pode suscitar conflito de competência, porque o conflito de competência entre magistrados estaduais deve ser decidido pela Câmara especial do TJ e não por uma Câmara qualquer (que aprecia o RESE contra a desclassificação). Essa corrente é mais moderna e só deve ser utilizada em prova subjetiva.
Dica: se esse novo juízo for um juízo militar ele pode suscitar conflito de competência. Exemplo: crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil é julgado pelo Tribunal do Júri. Se o juiz entende, e o Tribunal, confirma que o homicídio foi culposo, ele remete para o juiz militar. Nesse caso o juiz militar, por não está vinculado ao TJ, pode suscitar o conflito negativo de competência (TJ x juiz militar) que será julgado pelo STJ. 
RÉU PRESO: Em se tratando de réu está preso, a desclassificação não significa liberdade. O réu fica a disposição do novo juízo.
RECURSO CABÍVEL: O recurso continua sendo o RESE (art. 581, II do CPP):
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: II - que concluir pela incompetência do juízo; 
O réu pode recorrer da decisão de desclassificação, caso a desclassificação seja para crime mais grave, pois do contrário faltaria interesse recursal.
Em relação ao assistente, duas posições: 
	1ª. Corrente (Fernando Capez e Mirabete)
	2ª. Corrente (Ada Pellegrini, Noronha e Nucci)
	não pode recorrer contra a desclassificação, pois seu interesse é meramente patrimonial, se satisfazendo com a mera obtenção de uma condenação;
	Entende que o assistente pode recorrer contra a desclassificação, pois o assistente visa a uma condenação justa e proporcional ao fato perpetrado (prevalece essa corrente).
A maioria da doutrina entende o assistente só pode recorrer em dois casos: RESE, nos casos de impronúncia ou extinção da punibilidade e apelação. 
8.3. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA:
Antes da Lei 11.689/08 o juiz só absolvia sumariamente nas hipóteses de excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, pois se o juiz ficasse convencido pela inexistência do crime (tipicidade) ele impronunciava o réu (impronúncia absolutória – com coisa julgada material).
A absolvição sumária pode se dar no Júri e no procedimento comum.
HIPÓTESES NO JÚRI: A partir da Lei 11.689/08 as hipóteses de absolvição sumária no Júri são (art. 415):
I - quando estiver demonstrada a inexistência do fato delituoso;
II - quando estiver provado que o acusado não foi autor ou partícipe do fato delituoso;
III - quando o fato não constituir infração penal (atipicidade);
IV – quando estiver comprovada a presença de excludente da ilicitude ou da culpabilidade (causa de exclusão do crime ou isenção de pena).
HIPÓTESES NO PROCEDIMENTO COMUM: As hipóteses de absolvição sumária no procedimento comum são (art. 397):
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;  
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;  
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente. (no Júri não existe essa hipótese, o juiz simplesmente extingue a punibilidade com base no art. 61 do CPP).	Comment by Glaiseade: Art. 61.  Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Para que o juiz possa absolver sumariamente faz-se necessário um juízo de certeza, por isso é muito raro caso de absolvição sumária.
A prova pode produzir três estados de convencimento na cabeça do juiz:
a) certeza da materialidade → pronúncia
b) dúvida quanto à materialidade → impronúncia
c) certeza quanto à inexistência do fato → absolvição sumária
	CASOS DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO JÚRI
	CAUSAS DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA COMUM
	Demonstrada a inexistência do fato delituoso.
	
	Provado que o acusado não foi autor ou partícipe.
	
	O fato não constituir infração penal
	O fato não constituir crime.
	Estiver comprovada causa excludente de ilicitude
	Houver manifesta excludente de ilicitude.
	Estiver comprovada causa excludente de culpabilidade (mesmo inimputabilidade, desde que seja única tese)
	Houver manifesta excludente de culpabilidade, salvo inimputabilidade.
	Sem correspondente (simples extinção pelo juiz)
	Extinta a punibilidade do agente.
DECISÃO DEFINITIVA: A impronúncia só faz coisa julgada formal, já a absolvição sumária faz coisa julgada formal e material, pois o juiz decide sobre o mérito da causa.
INIMPUTABILIDADE: O inimputável do art. 26, caput pode ser absolvido sumariamente ou não? R: (i) A absolvição sumária no procedimento comum não é aplicável ao inimputável (art. 397, II). 	Comment by Glaiseade: Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:  II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
(ii) A absolvição sumária no Júri aplica-se ao inimputável, desde que essa seja sua única tese de defesa. Uma vez absolvido sumariante, o juiz aplica a medida de segurança (absolvição imprópria)- art. 415, único. Se o inimputável tiver outra tese defensiva (ex.: negativa de autoria) ele deve ser pronunciado para tentar a sua absolvição própria. 	Comment by Glaiseade: Art. 415, Parágrafo único.  Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.
E o semi-imputável (art. 26,§ único pode ser absolvido sumariamente ou não? R: A semi-imputabilidade é uma simples causa de diminuição de pena, por isso o semi-imputável deve ser pronunciado normalmente. E só ao final do julgamento incidirá a causa de diminuição da pena.
	
	INIMPUTÁVEL
	
	TRIBUNAL DO JÚRI
	PROCEDIMENTO COMUM
	EFEITO JURÍDICO
	Gera absolvição sumária, se for única tese.
	Não gera absolvição sumária.
	 
POR QUÊ?
	O juiz sumariante já instruiu o feito nos ditames legais, sendo que a defesa já exerceu o contraditório. Na falta de outra tese, por medida de celeridade, ele mesmo pode absolver o acusado impropriamente.
	 O juiz deve respeitar o devido processo legal para aplicação da absolvição imprópria.
CRIMES CONEXOS: Os crimes conexos não devem ser objeto de apreciação no momento da absolvição sumária, devendo o juiz aguardar o julgamento de eventual apelaçãointerposta contra a absolvição sumária. 
No TJ a Apelação pode ter duas possibilidades:
(i) O Tribunal pode dar provimento à Apelação contra a absolvição sumária e entender que é causa de pronúncia, então o crime doloso contra a vida e o conexo serão julgados pelo Júri OU 
(ii) O Tribunal pode negar a apelação e manter a absolvição sumária, então o crime doloso contra a vida e o conexo serão remetidos ao juízo competente, tal qual no caso de desclassificação
RECURSO CABÍVEL: Contra a absolvição sumária, cabe o recurso de APELAÇÃO (artigo 416).
O réu não tem interesse recursal. Quanto ao assistente de acusação este pode recorrer, pois repercute no seu interesse patrimonial.
Um ponto interessante é o RECURSO DE OFÍCIO. Esse recurso de ofício estava previsto no revogado art. 411, in verbis:
Art. 411.  O juiz absolverá desde logo o réu, quando se convencer da existência de circunstância que exclua o crime ou isente de pena o réu (arts. 17, 18, 19, 22 e 24, § 1o, do Código Penal), recorrendo, de ofício, da sua decisão. Este recurso terá efeito suspensivo e será sempre para o Tribunal de Apelação.
No novo procedimento do Júri a lei foi silente (art.415), mas o recurso de ofício continua previsto no art. 574, II do CPP, in verbis:
Art. 574.  Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: 
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Pergunta-se: Há ou não recurso de ofício no procedimento do Júri? R: Apesar da disposição contida no art. 574, II não há mais recurso de ofício do Júri.
8.4. PRONÚNCIA
Eloquência acusatória: quando o juiz se excede na fundamentação da sentença de pronúncia.
NATUREZA JURÍDICA: A decisão de pronúncia é uma DECISÃO INTERLOCUTÓRIA MISTA NÃO TERMINATIVA, que encerra a primeira fase do procedimento do júri. Natureza processual.
CABIMENTO (art. 413)
O juiz sumariante pronuncia o acusado, de maneira fundamentada, quando estiver convencido acerca da existência do crime e de indícios de autoria. É um juízo de probabilidade (“fumus comissi delicti”). 
A doutrina aduz que no dia da pronúncia vige o princípio do “in dubio pro societate”. Mas, cuidado, o princípio do in dúbio pro societate vale tão somente em relação à autoria (HC 81.646 do STF), pois em relação a materialidade do delito deve haver um juízo de certeza, havendo dúvida acerca da materialidade do crime, deve o juiz sumariante impronunciar o acusado. 
NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO
Como toda decisão judicial a pronúncia deve ser fundamentada, porém com moderação de linguagem e em termos sóbrios e comedidos, sob pena de representar pré-julgamento capaz de influir no convencimento dos jurados. O excesso de linguagem é chamado na doutrina de “eloquência acusatória”, que é causa de nulidade da pronúncia (STF, HC 85.260 e HC 89.833).
Informativo 534 do STF: Sobre o excesso de linguagem na decisão de pronúncia o STF, no HC 96.123, entendeu que há falta de interesse de agir na impetração do referido HC, pois diante da nova lei do Júri não existe possibilidade de leitura da sentença de pronúncia no plenário do Tribunal do Júri. Em breves palavras, esse julgado sinaliza a ideia de que não haveria mais nulidade da pronúncia por excesso de linguagem (eloquência acusatória). Renato discorda, pois apesar da pronúncia já não mais poder ser usada como argumento de autoridade, aos jurados será entregue cópia da pronúncia. Ora, dá na mesma!!! Vide art. 472, § único:
Art. 472, Parágrafo único.  O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.
Apesar desse julgado continuemos dizendo que excesso de linguagem gera eloquência acusatória, que é causa de nulidade da decisão de pronúncia. 
POSSIBILIDADE DE “EMENDATIO LIBELI” e “MUTATIO LIBELI”: Tanto a mutatio libelli (art. 411, §3º do CPP) quanto a emendatio libelli (art. 418) poderão ocorrer nesse momento. O exemplo mais comum de mutatio libelli é o acréscimo de uma qualificadora. 
CONTEÚDO DA PRONÚNCIA (art. 413, §1º)
Art. 413, § 1o  A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
Deve constar na decisão de pronúncia
a) Classificação do delito, incluindo qualificadoras e causas de aumento de pena e
b) Tentativa, a omissão penalmente relevante e o concurso de pessoas.
Em síntese, tudo que disser respeito ao tipo penal (inclusive por extensão) deve constar da pronúncia. 
Não deve constar da pronúncia
a) Agravantes e atenuantes;
b) Causas de diminuição de pena, salvo a tentativa (tipo por extensão) e
c) Concurso de crimes (questão relativa a aplicação da pena)
CRIMES CONEXOS: Os crimes conexos são automaticamente remetidos ao Júri, mesmo que em relação a estes não haja nenhuma prova.
ELEMENTOS PROBATÓRIOS EM RELAÇÃO A TERCEIROS: Se há elementos probatórios em relação a terceiros o juiz abre vista ao MP para aditamento (art. 417).
Art. 417.  Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.
Esse ponto foi acrescentado pelo CPP por excesso de zelo. 
EFEITOS DA PRONÚNCIA: 
(a) Significa que o réu vai a Júri; É nada....
(b) A pronúncia limita a acusação em Plenário; Exemplo: Se uma pessoa foi denunciada por homicídio simples o juiz não pode quesitar uma qualificadora. 
Isso é novidade porque antigamente a pronúncia bitolava o libelo, que era a fonte dos quesitos. Com a extinção do libelo pela 11.689/08, torna-se essencial que a pronúncia seja detalhada o suficiente para funcionar como limitação dos quesitos (princípio da correlação entre a pronúncia e a quesitação).
(c) Após a decisão de pronúncia ficam sanadas as nulidades relativas não arguidas (art. 571, I);
(d) Princípio da imodificabilidade da pronúncia: Após a preclusão pro judicato da decisão de pronúncia (cláusula “rebus sic stantibus”), esta somente poderá ser alterada pela verificação de circunstância superveniente que altere a classificação do delito (art. 421)
Exemplo: o acusado foi pronunciado por homicídio tentado e a vítima falece. O julgamento ocorrerá por homicídio consumado. Mas, se a vítima morre depois do julgamento (sentença penal condenatória transitado em julgado) não há mais nada a ser feito, pois não existe revisão criminal pro societate. 
(d) Interrupção da prescrição: Se o réu for desclassificado por decisão dos jurados, continuará a ocorrer a interrupção. Damásio de Jesus tem um posicionamento diferente, mas o STJ entende assim.
Súmula 191 do STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime. 
(e) Decretação da prisão. Antes da lei 11.689/08: A pronúncia funcionava como uma decretação de prisão, salvo se o réu fosse primário ou tivesse bons antecedentes (art. 408, §§1º, 2º). A doutrina sempre criticou esse dispositivo, pois não se coadunava com o princípio da presunção de inocência ou de não-culpabilidade (art. 5º, LVII, CF), assim, a jurisprudência passou a interpretar o dispositivo da seguinte forma: se o acusado estava preso quando da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, deve permanecer preso, salvo se desaparecer a hipótese que autorizava sua prisão preventiva. Por outro lado, se o acusado estava em liberdade quando da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, deverá permanecer em liberdade, salvo se surgir algo hipótese que autorize sua prisão preventiva. 	Comment by Glaiseade: Art. 408, § 1o  Na sentença de pronúncia o juiz declarará o dispositivo legal em cuja sançãojulgar incurso o réu, recomendá-lo-á na prisão em que se achar, ou expedirá as ordens necessárias para sua captura. § 2o  Se o réu for primário e de bons antecedentes, poderá o juiz deixar de decretar-lhe a prisão ou revogá-la, caso já se encontre preso.	Comment by Glaiseade: LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Depois da lei 11.689/08 todo esse raciocínio que era feito pela jurisprudência agora é texto expresso de lei. A prisão deixa de ser um efeito automático da pronúncia, ficando condicionada a demonstração dos pressupostos que autorizam a prisão preventiva (art. 413, §3º)
Art. 413, § 3o  O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.
A parte final do art. 413, §3º do CPP se refere as medidas do Título IX do Livro I do CPP. Essa parte do CPP a que esse dispositivo se refere ainda não foi modificada que são as medidas cautelares alternativas à prisão prevista no PL 4.208/01 (agora já foram modificadas).
A impossibilidade de prisão automática decorrente de pronúncia é mais benéfica para acusado. Assim, é uma norma processual de caráter material, pois interfere no status libertatis do acusado e deve retroagir. Exemplo: Em 2007 o acusado foi pronunciado e, por ter maus antecedentes, teve a sua prisão decretada. Em 2009 sobreveio a nova lei do procedimento do Júri e o acusado ainda se encontra preso. Assim, o acusado deve ser posto em liberdade, salvo se presente alguma hipótese de prisão preventiva.
RECURSO CABÍVEL: Continua sendo o RESE. A legitimidade é do acusado. Quanto ao assistente não haveria interesse recursal.
	Recurso cabível
	Pronúncia
	Impronúncia
	RESE (não põe fim ao procedimento, mas sim a uma fase)
	Apelação (põe fim ao procedimento)
INTIMAÇÃO DA DECISÃO DE PRONÚNCIA: Antes da lei 11.689/08: O revogado art. 413 dizia que o processo não prosseguiria até que o acusado fosse intimado da pronúncia. De acordo com o art. 414, se o crime fosse inafiançável a intimação da sentença de pronúncia deveria ser sempre feita ao réu pessoalmente. 
O problema era quando o acusado não era encontrado. Nesse caso o processo ficava paralisado (crise de instância), pois o CPP exigia a intimação pessoal. Maior problema era que o processo ficava parado, mas a prescrição corria. 
Aliás, o julgamento dos crimes inafiançáveis só ocorria na presença do acusado. Isso feria o direito ao silêncio. 
Depois da lei 11.689/08: O art. 457 diz que o julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado.
Mesmo em se tratando de crime inafiançável a presença do acusado no dia do julgamento já não é mais obrigatória (preservação do direito ao silêncio). 
A intimação da decisão de pronúncia continua sendo pessoal, mas se o réu não for encontrado, mesmo em se tratando de crime inafiançável, a intimação poderá ser por edital com prazo de 15 dias – art. 420, in verbis:
Art. 420.  A intimação da decisão de pronúncia será feita: 
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; 
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1o do art. 370 deste Código. 
Parágrafo único.  Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.
O art. 420 terá aplicação imediata, mesmo em relação aos processos paralisados.
9. Preparação do processo para julgamento em plenário – art. 422 
Não há mais o libelo acusatório, por isso a 2ª fase tem início com a preparação do processo para o julgamento em plenário.
Guilherme Nucci entende que o novo procedimento do júri seria trifásico e, essa fase do processo seria a intermediária. A maioria da doutrina continua entendendo que o Júri é bifásico.
O prazo é de 5 dias para: arrolar testemunhas (até 5); juntada de documentos e requerer diligências. 
Art. 422.  Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.
O CPP, no art. 422, não cita a figura do assistente da acusação. Fica a pergunta: pode o assistente apresentar rol de testemunhas? R: Quanto ao tema, é mais ou menos a mesma discussão quanto a apresentação de testemunhas no procedimento comum. Teoricamente o momento de se apresentar o rol de testemunhas é no oferecimento da denúncia. Ocorre que o assistente de acusação, no procedimento comum, é admitido no processo, depois do recebimento, por isso tem quem entenda que o assistente não pode arrolar testemunha no procedimento comum. No procedimento do Júri essa discussão não faz muito sentido, pois o assistente de acusação é admitido antes do momento processual oportuno de apresentar o rol de testemunhas. Por todo o exposto é que o assistente pode arrolar testemunhas, mas desde que dentro do número legal. Ademais, o assistente de acusação também pode requerer ao juiz presidente que ouça suas testemunhas como testemunhas do juízo.
10. Ordenamento do processo – art. 
        Art. 423.  Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente: 
I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; 
II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri. 
Esse relatório é um resumo imparcial das principais peças do processo em julgamento. Esse relatório será entregue aos jurados, daí a importância da imparcialidade. O juiz não deve fazer qualquer valoração da prova, para não influenciar a decisão dos jurados.
Art. 472.  Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: 
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
Assim o prometo.
Parágrafo único.  O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.
	RELATÓRIO
	ANTES da lei 11.689/08
	DEPOIS da lei 11.689/08
	Relatório oral
	Relatório escrito
	Destinatários: partes, jurados e público.
	Destinatários: só os jurados.* Por isso, jurado não pode ser analfabeto.
 OBS.: A intenção dos autores do anteprojeto era de que esse relatório fosse entregue aos jurados antes da sessão de julgamento, mas isso não foi aprovado, os jurados recebem o relatório em plenário, logo após o juramento (art. 472, §único).
	
	
11. Ordem do julgamento em plenário – art. 429 
a) Réus presos;
b) Réu preso há mais tempo;
c) Réu pronunciado primeiro.
OBS.: Essa ordem não é absoluta, ela pode ser alterada em virtude motivo relevante, como por exemplo, a prescrição.
Art. 429.  Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão preferência: 
I – os acusados presos; 
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; 
III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. 
§ 1o  Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo. 
§ 2o  O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo que tiver o julgamento adiado. 
12. Habilitaçãodo assistente – art. 430
Cinco dias antes da data do julgamento deve ser requerida a habilitação do assistente. Esse prazo antes era de 3 dias. 
Art. 430.  O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.
13. Abertura da sessão de julgamento:
1. Verificação da presença de, pelo menos, 15 jurados dos 25 sorteados; (jurados excluídos por impedimento, incompatibilidade ou suspeição são levados em consideração para o cômputo dos 15)
Art. 462.  Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivão proceda à chamada deles.
Art. 463.  Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.
§ 1o  O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.
§ 2o  Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal.
* Empréstimo de jurado: Empréstimo de jurados é o chamamento de jurados incluídos na lista convocados para outros julgamentos previstos para a mesma data em diferentes plenário do mesmo Tribunal do Júri.
Se no dia do julgamento não estiverem presente os 15 jurados o juiz pode solicitar a outro juiz o empréstimo de um jurado?
	1ª. Corrente (STF)
	2ª. Corrente (Nucci)
	Em virtude da relevância para as partes do conhecimento prévio dos jurados convocados, NÃO é possível o empréstimo de jurados. Essa é a posição que prevalece. STF, HC. 88.801. Está dentro do direito de defesa do réu conhecer os jurados, para saber quais serão recusados. Eventual empréstimo de jurados é causa de nulidade absoluta, por violação ao princípio da ampla defesa.
	
É perfeitamente possível, basta que as partes consultem a relação dos jurados abrangendo todos os plenários para determinado dia.
Imaginem uma grande comarca como SP com 5 plenários de Júri: Uma coisa é você conhecer 25 jurados, outra coisa é a pessoa ser obrigada a conhecer 125 jurados. É um verdadeiro absurdo.
Dicas para segunda fase de concurso:
Habeas corpus: Devo me perguntar se há risco concreto a liberdade de locomoção. Devo lembrar que não se admite uma fase de dilação probatória no HC. Havendo pedido de prisão esse HC tem que ter pedido de liminar.
14. Ausências injustificadas e consequências: 
a) Ausência do MP (art. 455): antes da nova lei do júri, o CPP previa a nomeação de um promotor ad hoc (para o ato). Mesmo antes da lei, a doutrina já não admitia o promotor ad hoc. O promotor ad hoc não foi recepcionado pela CF/88, pois as funções de MP só podem ser exercidas pelos integrantes da carreira. 
De acordo com a nova lei a consequência é o adiamento do julgamento, comunicando-se ao PGJ. 
Art. 455.  Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas.
Parágrafo único.  Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão.
b) Ausência do advogado de defesa (art. 456 c/c art. 265): Comunica-se ao presidente da seccional da OAB, pois a depender do caso concreto, poderá ficar caracterizado um abandono do processo. Segundo o art. 34, XI do Estatuto da OAB essa conduta é uma infração disciplinar. 
Ademais, o juiz pode impor uma multa de 10 a 100 salários mínimos. Nesse caso o julgamento também será adiado. Intimação do acusado para constituir novo advogado, “sob pena” de nomeação da Defensoria Pública.
Art. 456.  Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão. 
§ 1o  Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente.
§ 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
Art. 265.  O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
Esse parágrafo conecta-se com o caput. É constitucional, pois a Defensoria Pública só será nomeada se o acusado intimado não constituir novo advogado.
c) Ausência do advogado do assistente de acusação (art. 457): O julgamento será realizado normalmente, sem problema algum.
Art. 457.  O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente (advogado do assistente) ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. 
§ 1o  Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo comprovado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente do Tribunal do Júri. 
Esse artigo foi redigido de maneira incorreta. Onde se diz “assistente”, leia-se: “advogado do assistente”.
d) Ausência do acusado solto (art. 457, caput)
Art. 457.  O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. 
Ausência injustificada (CPP): O julgamento não será adiado, pouco importa se o crime é afiançável ou inafiançável. Isso porque se entende que se o acusado não compareceu ao seu julgamento em Plenário é porque ele quis fazer uso do seu direito ao silêncio. É melhor deixar de ir ao julgamento do que ir e ficar calado.
Ausência justificada (doutrina): O CPP não falou nada sofre a ausência justificada. Apesar do silêncio do CPP, a doutrina vem entendendo que o julgamento será adiado. A doutrina entende isso por conta do direito de presença e de audiência. 
e) Ausência do acusado preso (CPP): De acordo com o CPP o acusado deve ser conduzido, mas não de maneira coercitiva, pois está dentro do âmbito do seu direito ao silêncio. Caso ele não queira ir ao julgamento, deve haver pedido de dispensa subscrito pelo acusado e seu defensor.
Art. 457. § 2o  Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor.
f) Ausência do advogado do querelante: Hipóteses de queixa crime no Júri:
1. Ação penal privada subsidiária da pública: o MP reassume o pólo ativo, pois a ação é pública. Alguns doutrinadores estão dizendo, que diante de um acaso extremamente complexo o julgamento pode ser adiado, basta o promotor fazer um pedido. 
2. Litisconsórcio ativo entre o MP e o querelante: diante da ausência do pedido de condenação, a consequência será a perempção em relação ao crime de ação penal privada. 
g) Ausência da testemunha (art. 461): Verificando a ausência da testemunha, o primeiro passo do juiz é ordenar a condução coercitiva. Se, por acaso não for possível a condução coercitiva, desde que arrolada com a cláusula de imprescindibilidade, e tendo a parte requerido sua intimação por mandado, o julgamento será adiado uma única vez. 
Art. 461.  O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.
§ 1o  Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução. 
§ 2o  O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.
15. Escolha do Conselho de Sentença:
Recusas:a) Motivadas: terão por base as causas de impedimento, suspeição e incompatibilidade. Não há mínimo de recusas. 
b) Imotivadas (recusas peremptórias): Cada parte terá direito a 3 recusas peremptórias. E se for mais de um acusado? 1ª possibilidade: Mais de um acusado, cujas defesas sejam patrocinadas por um mesmo advogado, este continua tendo direito a 3 recusas. 2ª possibilidade: Mais de um acusado, com advogados diferentes: se houver acordo entre os advogados, um único advogado ficará responsável pelas recusas. Caso não haja acordo entre os advogados cada um terá direito a 3 recusas (LFG, Andreucci, Renato Brasileiro, Fernando da Costa Tourinho Filho, Guilherme de Souza Nucci, Noberto Avena). 
Corrente minoritária. Fernando Capez, com alguns precedentes do STJ entendem que não há possibilidade de cada advogado recusarem três jurados.
Processo das recusas:
Art. 468.  À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa (recusa peremptória).
Novidade da lei: Parágrafo único.  O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.
Esse parágrafo único altera totalmente o processo de recusa de jurados, pois a partir do momento que uma parte recusa um jurado ele será automaticamente excluído e o sorteio prossegue com os jurados remanescentes. 
O legislador mudou essa regra para tentar evitar a separação de julgamento, pois assim se evita decisões contraditórias. Além do mais há uma economia.
	Depois da Lei 11.689/08
	Advogado A
	Advogado B
	MP
	 Jurado 1: Aceito
	Jurado 1: Recusado (O jurado está automaticamente excluído e o sorteio prossegue com os jurados remanescentes)
	 Jurado 1: -------
	Jurado 2: Recusado (O jurado está automaticamente excluído e o sorteio prossegue com os jurados remanescentes)
	 Jurado 2: ------
	 Jurado 2: -----
	 Jurado 3: Aceito
	Jurado 3: Recusado (O jurado está automaticamente excluído e o sorteio prossegue com os jurados remanescentes)
	Jurado 3: -----
	Jurado 4: Recusado (O jurado está automaticamente excluído e o sorteio prossegue com os jurados remanescentes)
	 Jurado 4: ------
	 Jurado 4: ------
	 Jurado 5: Aceito
	Jurado 5: Recusado (O jurado está automaticamente excluído e o sorteio prossegue com os jurados remanescentes)
	Jurado 5: -----
	Jurado 6: Recusado (O jurado está automaticamente excluído e o sorteio prossegue com os jurados remanescentes)
	Jurado 6: -----
	 Jurado 6: ------
Observações: 
1. Quando não há o número mínimo de 7 jurados para a composição do Conselho de Sentença ocorre o chamado estouro de urna. 
2. Com a Lei 11.689/08 a própria lei estabelece quem será julgado antes, que será o acusado a quem for atribuída a autoria do fato delituoso. No caso de coautoria observa-se a ordem do art. 429:
Art. 429.  Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão preferência: 
I – os acusados presos; 
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; 
III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados.
3. O assistente NÃO tem a possibilidade de recusar jurados.
16. Falso testemunho em plenário
Acareação: as partes e os jurados poderão requerer acareações. Eventual falso testemunho ocorrido em plenário deve ser objeto de quesito específico aos jurados. O juiz não deve mandar prender no plenário, pois esta atitude pode influenciar os jurados.
De modo a não exercer influência nos jurados e também para que não seja violado o sigilo das votações, esse quesito de falso testemunho só poderá ser formulado mediante iniciativa das partes.
17. Instrução em plenário:
17.1. Leitura de peças – art. 473, §3º:
Art. 473, § 3o  As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.
Só se pode ler: 
a) As provas colhidas por carta precatória;
b) As provas cautelares (ex.: intercepção telefônica), não repetíveis (ex.: exame pericial) e provas antecipadas (ex.: depoimento de testemunha doente art. 225);	Comment by Glaiseade: Art. 225.  Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
A grande relevância do art. 473, § 3º é que antes da Lei 11.689/08 era possível a leitura de qualquer peças dos autos, chegando ao absurdo de lerem o processo todo. Exemplo: foram 11 dias de leitura de peça no julgamento do Cel. Ubiratan.
Interpretando-se a contrario sensu o dispositivo não poderão ser lidos:
a) As peças constantes do inquérito policial, pois que está contido no inquérito não é prova (produção com contraditório), mas sim meros elementos informativos. 
b) As provas produzidas na primeira fase do procedimento (ex.: depoimento de testemunha), pois não foram produzidas perante os jurados, que são o juiz natural para o julgamento da causa;
17.2. Ordem dos atos processuais – art. 473, caput:
Art. 473.  Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação.
a) Oitiva do ofendido*;
b) Oitiva das testemunhas de acusação e defesa*;
c) Acareação/Reconhecimento de pessoas ou coisas;
d) Oitiva dos peritos, desde que com pedido anterior;
e) Interrogatório do acusado;
Oitiva do ofendido e das testemunhas de acusação e defesa: No plenário do Júri, de acordo com o CPP, quem pergunta primeiro é o juiz presidente, depois as partes: MP, assistente, querelante e defensor.
OBS: No procedimento comum, com as alterações trazidas pela lei 11.690/08, quem faz as perguntas primeiro são as partes e depois o juiz complementa a inquirição (art.212). Só a título de informação, o Pacelli entende que a regra do art.212 deve ser estendida para o Tribunal do Júri.	Comment by Glaiseade: Art. 212.  As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
	QUAL A ORDEM DE INQUIRIÇÃO ADOTADO NO TRIBUNAL DO JÚRI?
	1ª CORRENTE (MAJORITÁRIA)
	2ª CORRENTE (PACCELI)
	No Tribunal do Júri quem primeiro pergunta é o juiz e depois as partes o fazem. 
	Entende que a alteração trazida pela Lei 11.690/08 deve ser estendida ao tribunal popular.
17.3. Argumento de autoridade – art. 478.
Antigamente muitos argumentos eram utilizados como argumentos de autoridades. Novidade: de acordo com o art. 478 durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.
Esserol é meramente exemplificativo. Leitura de decreto de prisão preventiva ou da folha de antecedentes como argumento de autoridade também será causa de nulidade. 
17.4. Uso de algemas – art. 474, §3º
De acordo com o art. 474, § 3o NÃO se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, SALVO se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.
O uso de algema é medida de natureza excepcional que só será utilizada:
a) quando houver risco de fuga do acusado;
b) para evitar a agressão do preso contra os próprios policiais, contra terceiros ou contra si mesmo.
Caso o uso de algema não se encaixe em uma dessas hipóteses e não haja fundamentação expressa haverá a nulidade do julgamento.
Súmula Vinculante nº11 do STF: Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
17.5. Debates no Júri - art. 476:
	
	Tempo normal
	Réplica
	Tréplica
	Acusação
	1h30min
	1h (+1 acusado dobro)
	1h (+1 acusado dobro)
	Defesa
	1h30min (+ 1h por acusado)
	1h (+1 acusado dobro)
	1h (+1 acusado dobro)
Tempo para os debates:
Acusação → 1h 30 min;
Defesa → 1 h 30 min. Se houver mais de um acusado será acrescido 1h. A lei não diz, mas entende-se que é 1 h por acusado. 
Réplica → 1 hora. Se houver mais de um acusado esse prazo será dobrado.
Tréplica → 1 hora. Se houver mais de um acusado esse prazo será dobrado.
Observações:
1. Mesmo que o MP não vá a réplica, o assistente da acusação poderá fazê-lo. 
2. Indo o MP à réplica a tréplica É obrigatória, sob pena do réu ser considerado indefeso por violação a ampla defesa. 
3. Prevalece a ideia de que, em virtude da garantia da plenitude da defesa, É POSSÍVEL a apresentação de tese nova na tréplica. De modo a se observar a garantia do contraditório a acusação deve ser ouvida novamente. (STJ, HC. 61.615)
Art. 476.  Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. 
§ 1o  O assistente falará depois do Ministério Público.
§ 2o  Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código. 
§ 3o  Finda a acusação, terá a palavra a defesa. 
§ 4o  A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário.
Art. 477.  O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica. 
§ 1o  Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder o determinado neste artigo.
§ 2o  Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1o deste artigo.
17.6. Direito ao “aparte” – art.497, XII
Art. 497.  São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código:
(...)
XII– regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
O aparte foi regulamentado pela Lei 11.689/08. Quem concede o “aparte” é o juiz presidente e não mais a parte contrária. Esse prazo concedido para o aparte implicará em prorrogação do prazo para a parte contrária
18. Exibição e leitura de documentos em plenário
A regra no CPP, quanto a juntada de documentos, é que os documentos possam ser juntados em qualquer fase do processo - art. 231, in verbis:
Art. 231.  Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo.
Já no Júri, o art. 479 dispõe que: “durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte”.
Exemplo: Pode ser utilizado o programa linha direta durante do julgamento, desde que juntado no prazo legal.
No júri, não basta somente juntar o documentos com 3 dias úteis de antecedência, tem que dar ciência à outra parte.
Exemplo: o julgamento está marcado para o dia 10 (quarta). Qual é o último dia para a juntada de documento? R: o último dia seria o dia 05 (sexta), pois o artigo exige dias úteis. 
O parágrafo único adverte que: “compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados”. 
Mas, nesse artigo, não está compreendida a leitura de livros técnicos, jurídicos, ou seja, a parte pode ler um livro durante o julgamento em plenário sem que se tenha requerido previamente. 
Qualquer objeto, inclusive a arma do crime, que tenha sido apreendido pode ser exibido ao jurados sem a comunicação à parte contrária com três dias úteis de antecedência (HC 92.958).
19. Posição ocupada pelo MP em plenário
O MP toma assento à direita do juiz presidente. É que o art. 41, XI da Lei 8.625/93 (Lei orgânica do MP), in verbis:
Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do MP, nos exercício de suas funções, além de outras previstas na lei orgânica: (...) XI – tomar assento à direita dos Juízes de primeira instância ou do Presidente do Tribunal, Câmara ou Turma. 
Defensoria Pública: O fato do MP permanecer ao lado direito do juiz ofende a dialética processual e faz com que o jurado seja influenciado em seu voto. O advogado não fica ao lado do juiz, mas sim em uma mesa à esquerda distante do juiz.
20. Dissolução do conselho de sentença:
1ª hipótese: necessidade de realização de diligência que não pode ser realizada imediatamente:
Caso haja pedido de diligência pelas partes, cabe ao juiz decidir a respeito – art. 497, XI:
Art. 497.  São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: 
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade.
Possibilidades:
a) se for possível a realização imediata da diligência, deve o juiz suspender a sessão. 
b) caso não seja possível a realização imediata da diligência, deve o juiz dissolver o conselho de sentença, formulando quesitos e designando nova data para julgamento. 
Quanto a diligência requerida por um jurado há duas correntes:
a) cabe ao juiz determinar a realização da diligência, pois se não o fizesse, o jurado não estaria apto para o julgamento. Essa corrente não é melhor, dando inclusive margem a manobras fraudulentas. 
b) compete ao juiz analisar a pertinência ou não da realização da diligência. Essa é a melhor corrente. 
Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, noprazo de 5 (cinco) dias. 
2ª hipótese: quando o acusado estiver indefeso.
3ª hipótese: quando houver quebra da incomunicabilidade dos jurados.
21. Sociedade indefesa
Prova do MP: não é possível a dissolução do conselho em virtude de uma atuação deficiente do órgão do MP (princípio da independência funcional).
Prova da Magistratura: a ação penal pública é obrigatória e não deve depender da discricionariedade do MP. Diante de uma atuação deficiente do MP, e de modo a se preservar a soberania do Tribunal do Júri, cabe ao juiz dissolver o Conselho de Sentença, oficiando-se ao PGJ. 
22. Quesitação
Sistema francês: o veredicto é obtido pela formulação de vários quesitos.
Sistema anglo-americano: há uma única indagação aos jurados: se o réu é ou não culpado. Esse sistema só é interessante quando os jurados podem conversar entre si. O Brasil veda a comunicabilidade dos jurados.
Qual o sistema adotado pelo legislador brasileiro? De modo tranquilo, antes da Lei 11.689, o sistema adotado pelo Brasil sempre foi o sistema francês. O problema é que depois da reforma do CPP tivemos a criação de um novo quesito, quesito esse que ai reformular todo sistema de quesitação, qual seja: “o jurado absolve o acusado?”. Se fosse só esse quesito o sistema teria passado a ser anglo-americano, mas esse quesito não é o único, antes dele é indagado aos jurados sobre a materialidade e autoria do delito (sistema francês).
Para muitos doutrinadores, o Brasil passou a adotar um sistema misto. 
Os quesitos devem ser redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas.
Os quesitos devem levar em conta os termos da pronúncia ou de decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, além do interrogatório e das alegações das partes. 
	SISTEMAS DE QUESITAÇÃO
	Sistema Francês
	Sistema anglo-americano
	Sistema misto
	 Chega-se a uma decisão dos jurados por meio da formulação de uma séria de quesitos.
	 Chega-se a uma decisão dos jurados por meio da formulação de apenas um quesito a respeito da absolvição.
	É o que alguns defendem ser adotado pelo Brasil após a reforma do júri, em que se inclui o requisito específico a respeito da possibilidade de se absolver ou não o acusado.
Os jurados devem ser quesitados sobre matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido.
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata, sob pena de preclusão.
Parágrafo único.  Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada quesito.
Lidos os quesitos o juiz indaga às partes se tem algum requerimento ou reclamação. Esse é o momento processual oportuno para que se formule alguma impugnação aos quesitos, sendo que eventual silêncio acarretará a preclusão (STF, HC. 87358). 
23. Ordem dos quesitos – art. 483
23.1. Ordem dos quesitos:
Art. 483.  Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: 
I – a materialidade do fato; 
Quantos quesitos serão formulados à materialidade do fato? Deve o juiz presidente dividir a indagação em dois quesitos:
a) “No dia ..., no local ..., a vítima foi atingida (ou alvo) por disparo de arma de fogo sofrendo as lesões descritas no exame de folhas ...?”
* A resposta negativa de quatro jurados encerra a votação, implicando em absolvição do acusado porque reconhecida a inexistência do fato delituoso.
b) “Essas lesões foram a causa eficiente da morte vítima?”
* A negativa de quatro jurados a esse segundo quesito implica em desclassificação própria, passando a competência para as mãos do juiz presidente.
II – a autoria ou participação; 
“O acusado ... foi o autor dos disparos referidos no primeiro quesito?’
* A tentativa deve ser quesitada AQUI e de maneira individualizada. “O acusado tentou matar a vítima que não se consumou por...?”
III – se o acusado deve ser absolvido?
Será que esse quesito deve ser formulado de maneira genérica ou será que o juiz deve especificar esse quesito? 1ª corrente (LFG e Rogério Sanches): o quesito deve ser formulado esmiuçadamente, sobretudo na hipótese em que a defesa traz duas teses defensivas. Justificativas: i) de modo a auxiliar na apreciação do recurso contra a decisão; ii) de modo a auxiliar na análise dos reflexos da sentença absolutória no cível. 
“Com relação a legítima defesa, o jurado absolve o acusado? Com relação a coação moral irresistível, o jurado absolve o acusado?”. Problema: essas perguntas não são de fato, mas sim de direito. Os jurados não têm a obrigação de saber conceito e requisitos da legítima defesa. 
2ª corrente: o quesito deve ser formulado genericamente. “O jurado absolve o acusado?” Essa é a corrente que vai acabar prevalecendo, pois a maioria dos doutrinadores tem opinado nesse sentido. Em virtude desse quesito genérico, a decisão absolutória não mais fará coisa julgada no cível. 
	Será que esse quesito deve ser formulado de maneira genérica ou será que o juiz deve especificar esse quesito?
	1ª corrente (LFG e Rogério Sanches)
	2ª Corrente
	O quesito deve ser formulado esmiuçadamente, sobretudo na hipótese em que a defesa traz duas teses defensivas. Justificativas: i) de modo a auxiliar na apreciação do recurso contra a decisão; ii) de modo a auxiliar na análise dos reflexos da sentença absolutória no cível.
	O quesito deve ser formulado genericamente. “O jurado absolve o acusado?” Essa é a corrente que vai acabar prevalecendo, pois a maioria dos doutrinadores tem opinado nesse sentido. Em virtude desse quesito genérico, a decisão absolutória não mais fará coisa julgada no cível. 
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; 
Esse quesito deve ser detalhado ou individualizado: “O acusado agiu por relevante valor moral ou social ou violenta emoção, caracterizado pela ...?”
Exemplo de relevante valor social: matar um traficante que vende drogas na porta da escola.
Relembrando... É possível um homicídio qualificado-privilegiado, desde que a qualificadora tenha natureza objetiva. 
Obs.: Se por acaso os jurados reconhecerem a presença de uma das hipóteses do homicídio privilegiado, estarão prejudicados os quesitos relativos as qualificadoras de natureza subjetiva. Isso porque o privilégio é quesitado antes da qualificadora. 
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. 
Esse quesito também deve ser individualizado. Exemplo: “o acusado assim agiu por motivo fútil ou torpe, caracterizado por...?”
OBS.: Agravantes e atenuantes: Antes da reforma agravantes e atenuantes eram quesitadas aos jurados. Após a Lei 11.689/08, as agravantes e atenuantes são da competência do juiz presidente. 
Registro minoritário: Guilherme de Souza Nucci tem sustentado que, mesmo diante da reforma, caso as partes peçam a inclusão de alguma agravante ou atenuante, esse quesito deve ser formulado.
	Agravantes e atenuantes devem ser quesitadas?
	1ª corrente (Majoritária)
	2ª Corrente
	 Não, são atribuições exclusivas do juiz presidente.
	Na possibilidade de inclusão de agravante ou atenuante a hipótese deve ser quesitada aos jurados para que eles possam deliberar a seu respeito. 
§ 1o  A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados (ou seja, 4), a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.
§ 2º  Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados (ou seja, 4) os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação: O jurado absolve o acusado?
§ 3º Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre: 
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;

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