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Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde TROL Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 1ª E di çã o Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 118 As Ciências Naturais e os Parâmetros Curriculares Nacionais 5 Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 119 Nas unidades anteriores, você estudou diversos aspectos importantes da prática docente de forma mais geral. Esses aspectos formam o alicerce do comprometimento pedagógico do professor. Nesta última unidade, estudaremos aspectos voltados para a conceituação do que seja Ciência, pensamento científico, aspectos do fazer pedagógico em relação ao ensino das Ciências Naturais e o que estabelecem os PCNs do Ensino Médio para as disciplinas de Biologia, Física e Química. Esperamos que você possa elaborar e reelaborar e apropriar-se desses novos saberes. Aproveite-os bastante para fazer uma real interação com a sua vivência prática. Objetivos da unidade: Estabelecer conceituações a respeito da Ciência; Compreender os Parâmetros Curriculares Nacionais como agente norteador da prática educativa em caráter específico à disciplina. Plano da unidade : Características do Conhecimento Científico As Ciências Naturais Competências e Habilidades dos Professores de Ciências Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Biologia (Ensino Médio) Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Física (Ensino Médio) Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Química (Ensino Médio) Bons estudos Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 120 Características do Conhecimento Científico Antes de abordarmos o tema da Unidade 5, é necessário fazer uma conceituação inicial acerca da seguinte questão: o que é Ciência e quais são suas características? O vocábulo CIÊNCIA vem do latim Scientia, que é oriundo, por sua vez, do vocábulo Scire, (corresponde à ideia de um saber que apreende o objeto no tocante ao fato que o separa, recorta e subdivide em relação ao universo das coisas). O saber científico é o resultado da investigação reflexiva, metódica e sistemática da realidade. Ele se opõe à doxa, conceito grego que se refere à opinião popular e crenças comuns, o denominado senso-comum das coisas. Ao contrário da doxa, por sua vez, tem-se a episteme, que significa, segundo o platonismo, “o conhecimento verdadeiro, racional e científico, em contrapartida à opinião infundada ou irrefletida” (Dicionário Aulete Online). Segundo Siqueira, Karlmeyer-Mertens, Fumaga e Benevento, o conhecimento científico possui várias características: a) Objetivo, fático: por apreender os fenômenos do mundo como objetos de conhecimento; visam determiná-lo tais como seriam de fato, independente de qualquer interferência externa ao interesse científico. Baseia-se em fatos dados pela experiência, conhecidos por “empíricos”; b) Analítico: pois aborda os problemas delimitados em sua alçada um a um, decompondo-os em seus elementos. Assim, a análise é a tentativa de entender a situação total de um objeto (seus mecanismos e causas de sua ocorrência) a partir de seus termos; c) Específico: Atendo-se a um tema, que determinará inclusive o modo com que metodologicamente seu objeto seria abordado; d) Claro: buscando os resultados com exatidão sem correr o risco de gerar dúvidas capazes de invalidá-lo. Nesse intuito, a ciência visa formular suas Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 121 proposições de maneira objetiva; inequívoca em seus enunciados; definindo a maioria de seus conceitos; adequando seu discurso à explicação do seu objeto; avaliando e registrando produtos de sua experiência, comunicando-os à comunidade científica para que este seja público e possa ser verificável. e) Distinto: na medida em que se seus resultados (obtidos a partir dos experimentos) podem ser distinguidos dos outros diferentes e dados por variáveis; f) Universal, comunicável, público: Não se pretendendo restrito apenas em um setor social ou região do planeta, ele é público. A linguagem científica é, portanto, comunicável a quem quer que se interesse saber; formando-se, mesmo por ela. Sua explicitação tem forma essencialmente dissertativa e função informativa e não expressiva ou prescritiva (COPI, 1981). g) Verificável: considerando que todo conhecimento científico apoia-se em um fundamento sólido capaz de sustentar firmemente sua certeza, afirmarmos que este é conhecimento certo, obtendo estas certezas por meio de uma averiguação ou exame experimental chamado verificação, ou como o próprio termo indica em suas raízes latinas: um fixar (ficare) o verdadeiro (verum). h) Metódico: como dito, o conhecimento científico não é adquirido com a tentativa e a repetição até o acerto, mas consiste em um conhecimento planejado (sem errância). O método compara um conjunto finito de objetos não estabelecendo previamente o critério geral para reuni-los em um conjunto limitado (ao levar em conta sua estrutura), apenas registra os objetos encontrados que não são idênticos. Opera desta forma seguindo a ordem que as razões que a própria investigação lhe oferece. i) Sistemático: encontra-se ordenado de maneira que proposições científicas estejam atreladas a um princípio que as fundamente. O sistema opera privilegiando uma proposição fundamental e relaciona através dele todos os objetos; portanto, classifica e propõe relacionando um critério; neutralizando as compatibilidades ou incompatibilidades provenientes de outros pontos (podemos distinguir método do sistema afirmando que: enquanto no sistema se o critério produz as diferenças, no método as diferenças produzem o critério). j) Legal: pois, busca determinar supostas “leis naturais” capazes de explicar a ordem e a regularidade das ocorrências (efeitos) do mundo, e suas relações com Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 122 suas causas. Move-se no âmbito dessas leis inferindo novos conhecimentos por meio destas. k) Explicativo: intentando explicar os princípios, processos e as leis que regulam os fenômenos objetivados. Propõe assim uma descrição detalhada; procurando responder renovadamente como ocorrem certos fatos sujeitos à investigação. Quanto a isto, Bunge (1980, p. 30) assevera: “A história da ciência ensina que as explicações científicas se corrigem ou descartam sem cessar”. l) Previsível: não se limitando ao que já apreendido na experiência, mas projetando-se a empreendimentos e realizações de futuros conhecimentos. A previsão permitida pela ciência torna eficaz o conhecimento, o planejamento, a administração e controle da situação de um estado de coisas, permitindo sua eficiência no asseguramento de suas conclusões. Constrói-se por meio de formulação de hipóteses que prenunciam uma ocorrência provável capaz de ser validada por meio dos métodos e técnicas de que a ciência dispõe (KAHLMEYER- MERTENS, 2005). A Ciência, portanto, deve ir além das simples percepções imediatas das coisas, do senso-comum, particularizando um dado objeto de estudo (fenômeno) e buscando descobrir suas relações de forma a conhecer leis, normas ou regularidade nas suas variações. O objetivo da Ciência é formular teorias verificáveis que expliquem os fenômenos, as quais, por sua vez, devem ser, se possível, capazes de determinar leis gerais que controlam a produção desses mesmos fenômenos (previsibilidade). Existem várias subdivisões da Ciência: Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 123 As Ciências Naturais Mas, e as Ciências Naturais? Segundo o site “Significados.com.br”, temos a seguinte definição para Ciências Naturais: Ciências naturais são ciências que descrevem, ordenam e comparam os fenômenos naturais,isto é, os objetos da Natureza e os processos que nela têm lugar, e determinam as relações existentes entre eles, formulando leis e regras. Pode distinguir-se entre ciências exatas (como a física e química) e ciências predominantemente descritivas (biologia, incluindo a microbiologia e a paleontologia, geografia, geologia, cristalografia, etc). O campo de atividade das ciências naturais é constituído principalmente pela investigação sem uma aplicação concreta. Fazem parte das ciências naturais a Biologia, a Geologia ou a Medicina. Concluindo, de forma muito resumida, Ciência se constitui na observação dos fenômenos da natureza, a experimentação desses fenômenos e a consequente busca de elaboração de uma lei geral que os expliquem. Competências e Habilidades dos Professores de Ciências Após esta breve conceituação, abordaremos o tema das Ciências voltado para a formação dos professores. Segundo Carvalho e Pérez (2001:18): (...) qualquer estudo sobre metodologia e epistemologia da Ciência revela certas exigências para o trabalho científico tão amplas como as do trabalho Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 124 docente; contudo, a nenhum cientista é exigido que possua o conjunto de conhecimentos e destrezas necessários para o desenvolvimento científico: é muito claro que se trata de uma tarefa coletiva. Do mesmo modo, o trabalho docente tampouco é, ou melhor, não deveria ser uma tarefa isolada, e nenhum professor deve se sentir vencido por um conjunto de saberes que, com certeza, ultrapassam as possibilidades de um ser humano. O essencial é que possa ter-se um trabalho coletivo em todo o processo de ensino-aprendizagem: da preparação das aulas até a avaliação. Neste sentido, o que deverão “saber” e “saber fazer” os professores de Ciências? Carvalho e Pérez apresentam uma proposta baseada, de um lado, na ideia de aprendizagem como construção de conhecimentos com as características de uma pesquisa científica e, de outro, na necessidade de transformar o pensamento espontâneo do professor. (Carvalho e Pérez, 2001:19) Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 125 Um aspecto importante enfocado no diagrama é o que se refere ao domínio, por parte do professor, dos conteúdos a serem ensinados aos alunos. Novamente nos apoiando em Carvalho e Pérez, apresentamos um quadro que resume essas competências: A. Conhecer os problemas que originaram a construção dos conhecimentos científicos (sem o que os referidos conhecimentos surgem como construções arbitrárias). Conhecer, em especial, quais foram as dificuldades e obstáculos epistemológicos (o que constitui uma ajuda imprescindível para compreender as dificuldades dos alunos). B. Conhecer as orientações metodológicas empregadas na construção dos conhecimentos, isto é, a forma como os cientistas abordam os problemas, as características mais notáveis de sua atividade, os critérios de validação e aceitação das teorias científicas. C. Conhecer as interações Ciência/Tecnologia/Sociedade associadas á referida construção, sem ignorar o caráter, em geral, dramático, do papel social das Ciências; a necessidade da tomada de decisões. D. Ter algum conhecimento dos desenvolvimentos científicos recentes e suas perspectivas, para poder transmitir uma visão dinâmica, não- fechada, da Ciência. Adquirir, do mesmo modo, conhecimentos de outras matérias relacionadas, para poder abordar problemas afins, as interações entre os diferentes campos e os processos de unificação. E. Saber selecionar conteúdos adequados que deem uma visão correta da Ciência e que sejam acessíveis aos alunos e suscetíveis de interesse. F. Estar preparado para aprofundar os conhecimentos e para adquirir outros novos. Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 126 A análise do quadro demonstra claramente que o professor de Ciências deve cultivar as características de um profissional ledor, pesquisador, afinado com as atuais teorias acerca da prática pedagógica e das metodologias de transmissão desses conteúdos aos seus alunos, sempre colocando em pauta o caráter de motivador do conhecimento, respeitador das diferenças e dos conhecimentos trazidos pelos discentes. Entretanto, deve o educador da área de Ciências, dadas as características do tipo de conhecimento que as constitui, com base no pensamento científico, questionar as ideias docentes de “senso comum” sobre o ensino e aprendizagem das Ciências, ao que Carvalho e Pérez denominam de “pensamento espontâneo do que é ensinar Ciências, fruto de uma impregnação ambiental” que torna difícil sua transformação e deve ser analisado criticamente. Como exemplos, citam os autores (Carvalho e Pérez, 2001, 28-29): a. Questionar a visão simplista do que é Ciência e o trabalho científico; b. Questionar a redução habitual do aprendizado das Ciências a certos conhecimentos e (se muito) a algumas destrezas, esquecendo aspectos históricos, sociais etc.; c. Questionar o caráter “natural” do fracasso generalizado dos alunos e alunas nas disciplinas científicas e as expectativas negativas que se derivam: questionar o determinismo biológico – alunos “espertos” e “medíocres” – e o sociológico – nada pode ser feito com alunos “marcados” por meios culturalmente desfavorecidos; d. Questionar a atribuição de atitudes negativas em relação à Ciência e sua aprendizagem a causas externas (sociais, etc.), ignorando o papel desempenhado pelo tipo de ensino, atitude e expectativas dos professores com relação aos alunos; e. Questionar o autoritarismo (explícito ou latente) da organização escolar e no polo oposto, o simples “laissez-faire”; Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 127 f. Questionar o clima generalizado de frustração associado á atividade docente; g. Questionar, em síntese, a ideia de que ensinar é fácil. A respeito da capacidade do professor em adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem das Ciências, Carvalho e Pérez (2001:33) citam que se deve: Reconhecer a existência de concepções espontâneas e sua origem, difíceis de ser substituídas por conhecimentos científicos se não mediante uma mudança conceitual e metodológica; saber que os alunos aprendem significativamente construindo conhecimentos, o que exige aproximar a aprendizagem das Ciências às características do trabalho científico; saber que os conhecimentos são respostas a questões, o que implica propor a aprendizagem a partir de situações problemáticas de interesse para os alunos; conhecer o caráter social da construção de conhecimentos científicos e saber organizar a aprendizagem de forma consequente; conhecer a importância que possuem, na aprendizagem das Ciências, o ambiente da sala de aula e o das escolas, as expectativas do professor, seu compromisso pessoal com o progresso dos alunos etc. Dentre outras competências do professor de Ciências, Carvalho e Pérez acrescentam que o professor deve: Saber analisar criticamente o ensino “tradicional”, buscando conhecer as limitações dos currículos enciclopédicos e reducionistas, as limitações da forma habitual de introduzir conhecimentos, as limitações dos trabalhos práticos habitualmente propostos, as limitações dos problemas habitualmente propostos, as limitações das formas de avaliação habituais, as limitações das formas de Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 128 organização escolar habitual e que não favorecem um trabalho de pesquisa efetivo; Saber preparar atividades capazes de gerar uma aprendizagem efetiva propondo situações problemáticas, estudos qualitativos das situações problemáticas, orientar o tratamento científico dos problemas propostos, colocar a manipulação reiterada dos novos conhecimentos em uma variedadede situações, favorecendo atividades de síntese, elaboração de produtos e a concepção de novos problemas; Saber dirigir o trabalho dos alunos, apresentando adequadamente as atividades a serem realizadas, dirigir de forma ordenada as atividades, realizar sínteses e reformulações que valorizem as contribuições dos alunos, facilitar de maneira oportuna as informações necessárias aos alunos, criar um bom clima de funcionamento da aula, contribuir para estabelecer formas de organização escolar que favoreçam interações frutíferas entre a aula, a escola e o meio exterior e saber agir como especialista capaz de dirigir o trabalho de várias equipes de “pesquisadores iniciantes”, transmitindo seu próprio interesse pela atarefa e pelos avanços de cada aluno. Saber avaliar, conhecendo e utilizando a avaliação como instrumento de aprendizagem que permita fornecer um feedback adequado para promover o avanço dos alunos, ampliar o conceito e a prática da avaliação ao conjunto dos saberes e atitudes que interesse contemplar na aprendizagem das Ciências, superando sua habitual limitação á rememoração repetitiva de conteúdos conceituais e introduzir formas de avaliação de sua própria tarefa docente como instrumento de melhoria do ensino. Adquirir a formação necessária para associar ensino e pesquisa didática. Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 129 As competências e habilidades em ciências da natureza Como uma introdução, destacamos que: A LDB/96, ao considerar o Ensino Médio como última e complementar etapa da Educação Básica, e a Resolução CNE/98, ao instituir as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, que organizam as áreas de conhecimento e orientam a educação à promoção de valores como a sensibilidade e a solidariedade, atributos da cidadania, apontam de que forma o aprendizado de Ciências e de Matemática, já iniciado no Ensino Fundamental, deve encontrar complementação e aprofundamento no Ensino Médio. Nessa nova etapa, em que já se pode contar com uma maior maturidade do aluno, os objetivos educacionais podem passar a ter maior ambição formativa, tanto em termos da natureza das informações tratadas, dos procedimentos e atitudes envolvidas, como em termos das habilidades, competências e dos valores desenvolvidos. Mais amplamente integrado à vida comunitária, o estudante da escola de nível médio já tem condições de compreender e desenvolver consciência mais plena de suas responsabilidades e direitos, juntamente com o aprendizado disciplinar. E mais: Os objetivos do Ensino Médio em cada área do conhecimento devem envolver, de forma combinada, o desenvolvimento de conhecimentos práticos, contextualizados, que respondam às necessidades da vida contemporânea, e o desenvolvimento de conhecimentos mais amplos e abstratos, que correspondam a uma cultura geral e a uma visão de mundo. Para a área das Ciências da Natureza, Matemática e Tecnologias, isto é particularmente verdadeiro, pois a crescente valorização do conhecimento Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 130 e da capacidade de inovar demanda cidadãos capazes de aprender continuamente, para o que é essencial uma formação geral e não apenas um treinamento específico. Observados esses aspectos, cumpre abordar, de forma mais específica, o que os PCNs estabelecem a respeito das competências e habilidades que devem ser desenvolvidas em Biologia. São elas: COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS EM BIOLOGIA (ENSINO MÉDIO) REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO Descrever processos e características do ambiente ou de seres vivos, observados em microscópio ou a olho nu. Perceber e utilizar os códigos intrínsecos da Biologia. Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 131 Apresentar suposições e hipóteses acerca dos fenômenos biológicos em estudo. Apresentar, de forma organizada, o conhecimento biológico apreendido, através de textos, desenhos, esquemas, gráficos, tabelas, maquetes, etc. Conhecer diferentes formas de obter informações (observação, experimento, leitura de texto e imagem, entrevista), selecionando aquelas pertinentes ao tema biológico em estudo. Expressar dúvidas, ideias e conclusões acerca dos fenômenos biológicos. INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 132 Relacionar fenômenos, fatos, processos e ideias em Biologia, elaborando conceitos, identificando regularidades e diferenças, construindo generalizações. Utilizar critérios científicos para realizar classificações de animais, vegetais, etc. Relacionar os diversos conteúdos conceituais de Biologia (lógica interna) na compreensão de fenômenos. Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo biológico. Selecionar e utilizar metodologias científicas adequadas para a resolução de problemas, fazendo uso, quando for o caso, de tratamento estatístico na análise de dados coletados. Formular questões, diagnósticos e propor soluções para problemas apresentados, utilizando elementos da Biologia. Utilizar noções e conceitos da Biologia em novas situações de aprendizado (existencial ou escolar). Relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento de fatos ou processos biológicos (lógica externa). CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL Reconhecer a Biologia como um fazer humano e, portanto, histórico, fruto da conjunção de fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos e tecnológicos. Identificar a interferência de aspectos místicos e culturais nos conhecimentos do senso comum relacionados a aspectos biológicos. Reconhecer o ser humano como agente e paciente de transformações intencionais por ele produzidas no seu ambiente. Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 133 Julgar ações de intervenção, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente. Identificar as relações entre o conhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico, considerando a preservação da vida, as condições de vida e as concepções de desenvolvimento sustentável. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS EM FÍSICA (ENSINO MÉDIO) REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO Compreender enunciados que envolvam códigos e símbolos físicos. Compreender manuais de instalação e utilização de aparelhos. Utilizar e compreender tabelas, gráficos e relações matemáticas gráficas para a expressão do saber físico. Ser capaz de discriminar e traduzir as linguagens matemática e discursiva entre si. Expressar-se corretamente utilizando a linguagem física adequada e elementos de sua representação simbólica. Apresentar de forma clara e objetiva o conhecimento apreendido, através de tal linguagem. Conhecer fontes de informações e formas de obter informações relevantes, sabendo interpretar notícias científicas. Elaborar sínteses ou esquemas estruturados dos temas físicos trabalhados. Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 134 INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO Desenvolver a capacidade de investigação física. Classificar, organizar, sistematizar. Identificar regularidades. Observar, estimar ordens de grandeza, compreender o conceito de medir, fazer hipóteses, testar. Conhecer e utilizar conceitos físicos. Relacionar grandezas, quantificar, identificar parâmetros relevantes. Compreender e utilizar leis e teorias físicas. Compreender a Física presente no mundo vivencial e nos equipamentos e procedimentos tecnológicos. Descobrir o “como funciona” de aparelhos. Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 135 Construir e investigar situações-problema, identificara situação física, utilizar modelos físicos, generalizar de uma a outra situação, prever, avaliar, analisar previsões. Articular o conhecimento físico com conhecimentos de outras áreas do saber científico. CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL Reconhecer a Física enquanto construção humana, aspectos de sua história e relações com o contexto cultural, social, político e econômico. Reconhecer o papel da Física no sistema produtivo, compreendendo a evolução dos meios tecnológicos e sua relação dinâmica com a evolução do conhecimento científico. Dimensionar a capacidade crescente do homem propiciada pela tecnologia. Estabelecer relações entre o conhecimento físico e outras formas de expressão da cultura humana. Ser capaz de emitir juízos de valor em relação a situações sociais que envolvam aspectos físicos e/ou tecnológicos relevantes. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS EM QUÍMICA (ENSINO MÉDIO) REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO Descrever as transformações químicas em linguagens discursivas. Compreender os códigos e símbolos próprios da Química atual. Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 136 Traduzir a linguagem discursiva em linguagem simbólica da Química e vice-versa. Utilizar a representação simbólica das transformações químicas e reconhecer suas modificações ao longo do tempo. Traduzir a linguagem discursiva em outras linguagens usadas em Química: gráficos, tabelas e relações matemáticas. Identificar fontes de informação e formas de obter informações relevantes para o conhecimento da Química (livro, computador, jornais, manuais etc.). INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO Compreender e utilizar conceitos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógicoempírica). Compreender os fatos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógico-formal). Compreender dados quantitativos, estimativa e medidas, compreender relações proporcionais presentes na Química (raciocínio proporcional). Reconhecer tendências e relações a partir de dados experimentais ou outros (classificação, seriação e correspondência em Química). Selecionar e utilizar ideias e procedimentos científicos (leis, teorias, modelos) para a resolução de problemas qualitativos e Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 137 quantitativos em Química, identificando e acompanhando as variáveis relevantes. Reconhecer ou propor a investigação de um problema relacionado à Química, selecionando procedimentos experimentais pertinentes. Desenvolver conexões hipotético-lógicas que possibilitem previsões acerca das transformações químicas. CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente. Reconhecer o papel da Química no sistema produtivo, industrial e rural. Reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da Química e aspectos sócio-político-culturais. Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no desenvolvimento da Química e da tecnologia. Chegamos ao final de das unidades de estudo, e você está finalizando mais uma etapa de sua formação. Em Vivência e Prática Docente I, procuramos lhe oferecer uma sustentação sólida para o exercício da docência, além de fornecer elementos que, com certeza, contribuirão em muito para sua inserção no mercado de trabalho. Sabemos que você está iniciando na área da licenciatura, por isso, é importante lembrar que o desenvolvimento de competências profissionais tem sua base no domínio do conhecimento. Tenha a certeza de que o trabalho de construção do conhecimento não termina aqui, ele continua através da leitura, da autoavaliação, da resolução de exercícios, da análise, da pesquisa... Vivência e Prática do Ensino em Ciências Naturais e da Saúde 138 Esperamos ter atendido às suas expectativas, desejamos que você tenha construído novos saberes e que esteja se preparando para um segundo momento de Vivência Docente. Leitura Complementar Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio1 O Ensino de Ciências no Brasil: História, Formação de Professores e Desafios Atuais. revista histedbr on-line, campinas, n.39, p. 225-249, set.2010 - issn: 1676- 25842 É HORA DE SE AVALIAR! Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! _________________________________________________ 1. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf. Acesso em: 31/03/2014. 2. Disponível em http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/39/art14_39.pdf
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