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Questões
Prof. Marcelo Rabelo Henrique
2º PONTO – PERGUNTAS
1) O que é a prova?
A prova é todo elemento que pode levar o conhecimento de um fato a alguém. No processo, a prova é o meio destinado a trazer o convencimento da verdade de uma situação fática específica
2) O que é prova no campo jurídico?
A Perícia Contábil é um meio de prova juridicamente idôneo a trazer especificado esclarecimento técnico contábil ao processo, desde que obedecidos seus requisitos legais.
A Perícia Contábil tem amparo legal no Código Civil, onde se fixam as diretrizes básicas (o direito material), ou seja, quais os casos em que ela terá lugar, bem como no Código de Processo Civil, sendo que neste está previsto seu procedimento e limitações
3) O que é prova segundo seu ponto de vista, enquanto aluno cursando a disciplina Prática de Perícia Contábil?
No meu ponto de vista a investigação é uma pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias, tais provas servem tanto para empresa como para o Colaborar por exemplo. 
Na minha condição de aluno entendo que prova é o seguinte:
•. É aquilo que atesta a veracidade ou a autenticidade de alguma coisa. Ex.: um documento válido atesta o que nele está escrito.
•. É o ato que atesta ou garante uma intenção de fazer algo ou de um sentimento. Ex.: transportar
mercadorias sem Nota Fiscal induz a intenção de sonegar o fisco.
•. É também o testemunho em juízo ou fora dele. Ex.: declaração espontânea e assinada pelo Contador, na qual confirma que deixou de contabilizar receitas com a intenção de reduzir a carga tributária da empresa.
Mas pode ser uma garantia, como, por exemplo, o “certificado de garantia” do bom funcionamento de uma geladeira nova.
• Prova também pode ser um processo pelo qual se verifica a exatidão de um cálculo. Ex.: planilha de cálculo do saldo devedor e da prestação devida pelo mutuário do SFH - Sistema Financeiro da Habitação, elaborada segundo teses jurídicas defendidas pelo advogado que representa seus interesses
4) qual é a função da prova pericial contábil?
No campo da Contabilidade, em seu sentido lato, entende-se como sendo verdade o que se afirmar a respeito de um determinado assunto, desde que essa afirmação seja fundamentada em provas
contábeis (documentos, registros em livros contábeis e fiscais e cálculos). Aceita-se como verdade contábil o que se consegue provar, de forma mais convincente que outras alternativas de argumentação, aplicadas aos mesmos fatos e atos administrativos.
5) O que é a verdade contábil?
A intelecção do que seja verdade a respeito de um fato ou de um objeto depende do conhecimento que o indivíduo tem ou adquire sobre o fato ou o objeto em questão. Este conhecimento se forma dentro do indivíduo e a verdade a respeito de determinado assunto depende de seu aprendizado e experiência pessoal, de suas crenças e valores, de sua cultura geral e do ambiente em que vive. Por exemplo, saber quais são as características de um documento idôneo para ser registrado pela Contabilidade, não depende da imaginação criativa do indivíduo ou de sua cultura geral e/ou religiosa, mas de sua experiência profissional e de seu conhecimento objetivo. Entendemos ser quase impossível ter conhecimento do que seja um documento idôneo, para fins contábeis, usando apenas a reflexão pois, tal conhecimento, é adquirido através do ensino formal da Contabilidade e da prática dos atos de comércio.
6). Qual é a importância do conhecimento na busca da verdade?
. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a trazer à instância decisória os meios de prova necessários à justa solução, mediante laudo contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
7) Como se forma o conhecimento no ser humano?
O ser humano adquire conhecimentos a partir de suas sensações, percepções e imagens. Estes são os conhecimentos decorrentes do uso de seus órgãos sensoriais: visão, tato, audição, paladar e olfato. Algumas comunidades consideram que o conhecimento pode vir de práticas extra-sensoriais. Os demais conhecimentos são decorrentes do uso de sua inteligência. Portanto, o conhecimento intelectual varia de pessoa para pessoa e o que é lógico, claro e definido para alguém, pode não o ser para outrem. Daí dizer-se que a verdade e a certeza, a respeito de algo, não é definitiva para o todo e sempre, mas mutável segundo o estágio de conhecimento alcançado pela humanidade, pela classe profissional e pelo próprio indivíduo, no contexto de sua profissão.
8). Quais são os tipos de verdade conhecidos no campo jurídico?
No campo jurídico distinguem-se dois tipos de verdades:
• a verdade real que decorre de provas concretas, materiais; e a
• verdade formal, que decorre da convicção do que seja verdadeiro no íntimo do juiz.
9). Quais são os tipos de verdade que interessam ao perito?
Interessa-lhe mais e por dever de ofício, a verdade real.
Ou seja, interessa-lhe a verdade que, devidamente assentada em provas contábeis e documentais, necessita e requer o uso da percepção e da inteligência para se saber o que de fato é verdadeiro.
10). Em que momentos do processo pode ser feita a apresentação de provas?
A exibição de provas pode ocorrer desde a apresentação da “Inicial”, à qual são juntados documentos que o Autor usa para provar o que diz e para postular os seus direitos. Em seguida, como segunda peça fundamental, figura a “Contestação” elaborada pelo Réu com a qual defende posição total ou parcialmente adversa e, conforme o caso, junta outros documentos com a intenção de provar o contrário do que defende posição total ou parcialmente adversa e, conforme o caso, junta outros documentos com a intenção de provar o contrário do que foi apresentado pelo Autor ou, pelo menos, que a verdade não é exatamente o que foi alegado na “Inicial”. A terceira peça, via de regra, é a “Réplica” elaborada pelo Autor com o propósito de confirmar suas alegações iniciais, modificá-las complementando-as, ou alterando-as e, desta maneira, contrapor-se ao que foi alegado pelo Réu
11) quais são os passos seguidos pelo magistrado para determinar a produção de uma prova pericial?
Em seu “despacho saneador” o magistrado, via de regra, marca uma “Audiência para Conciliação e Julgamento” Quando a conciliação é frustrada, o magistrado faculta a continuação da instrução do processo e, via de regra, quando a conciliação é frustrada, o magistrado faculta a continuação da instrução do processo e, via de regra, determina, entre outras medidas, o que segue: 
a) nomeia o Perito de sua confiança e manda que o Cartório o intime para que diga se aceita o honroso encargo e para que informe (ou estime) o montante dos honorários que deseja receber para produzir a prova pericial requerida; 
b) faculta às partes a apresentação de quesitos e a indicação de “Assistente Técnico”;
c) delimita o objeto da perícia, como seja: exame, vistoria, arbitramento ou avaliação ou, simplesmente, deixa a critério das partes para que o delimitem em função dos quesitos formulados; formulados; 
d) fixa prazos a serem cumpridos pelas partes e pelo Perito Judicial no meado.
12). Como deve proceder o Perito Contador diante das provas que já constam nos autos do processo?
O Contador, ao fazer seu trabalho, não desprezará nenhuma das provas já constantes dos autos e nenhuma das possibilidades de produzi-las ele mesmo. Assim sendo, poderá: 
• juntar outros documentos público se particulares; 
• juntar outros documentos públicos e particulares; 
• obter confissões devidamente formalizadas; 
• ouvir testemunhas e formalizar seus depoimentos; 
• levar na devida conta os atos praticados em juízo (audiências, carta precatórias, anotações do Cartório, ações dos Oficiais de Justiça, publicações na imprensa oficial, e outros como previsto no CPC) e, obviamente, 
• procederá PERÍCIACONTÁBIL.
13). Qual é a amplitude de atuação do Perito Contador?
A respeitoda amplitude do campo de atuação do Perito, o Art.473 do Novo CPC o define nos seguintes termos:
§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os § 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
 
14). Quais são as provas periciais possíveis segundo o CPC?
O Exame Pericial
A Vistoria Pericial
O Arbitramento
A Avaliação
15). Quais são os procedimentos conjuntos mais comuns para produzir uma prova pericial contábil? 
Os procedimentos conjuntos mais comuns são:
o exame de livros e documentos, a indagação a respeito de operações contabilizadas ou não contabilizadas, a investigação que muito se assemelha a uma reconciliação de contas, a vistoria de coisas (estoques e bens do imobilizado), de documentos e livros, o arbitramento de valores por critérios técnicos (critérios contábeis, financeiros e econômicos), a mensuração (critérios contábeis, financeiros e econômicos), a mensuração dos fatos modificadores do patrimônio (Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício e Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica optante pelo regime de lucro real), a avaliação de bens, direitos e obrigações e a certificação de originais e de cópias (xerox) de livros e documentos que serão usadas como apensos ao Laudo Pericial Contábil e servirão para fundamentar as respostas aos quesitos e às conclusões do Perito.
16). Pode o magistrado negar a produção de prova pericial contábil?
Sim!
Quando a seu critério, o fato não depender de prova técnica elaborada por especialista (perito); 
• quando desnecessária à vista dos fatos relatados e dos documentos e outras provas já colocadas nos autos do processo, como é o caso de Pareceres Técnicos juntados pelas partes; Pareceres Técnicos juntados pelas partes; considerados suficientes para alcançar a convicção que lhe permita emitir a sentença; e, por fim, 
• quando, face à transitoriedade dos fatos objeto da ação, a verificação pericial seja impossível ou inócua para o julgamento da lide
17). Considerado o sujeito da prova pericial contábil, indicar quais os elementos que a caracterizam como tal.
O sujeito da prova é a pessoa (física ou jurídica) ou a coisa de quem ou de que se busca ou a coisa de quem ou de que se busca conhecer a verdade dos fatos. É a pessoa ou a coisa que afirma ou atesta a existência ou inexistência do fato objeto de investigação pericial.
18). Considerado as fontes da prova pericial contábil, indicar quais os elementos que a caracterizam como tal.
Fonte da prova é tudo que possa fornecer conhecimentos úteis para se chegar à verdade conhecimentos úteis para se chegar à verdade que se quer conhecer. (Vide Art. 473 do CPC supracitado).
19). Considerado os elementos da prova pericial contábil, indicar quais que a caracterizam como tal.
Elementos de prova são os fatos, as circunstâncias, os documentos, os livros, os depoimentos, os Pareceres Técnicos já juntados aos autos do processo, e tudo o mais que servir para formar a convicção técnica do Perito Contador, em base à qual responderá aos quesitos e Contador, em base à qual responderá aos quesitos e fornecerá suas conclusões técnicas.
 
20). Consideradas as formas da prova pericial contábil, indicar quais os elementos que a caracterizam como tal.
A prova pode ser obtida pelas seguintes formas ou meios: pela exibição de livros e documentos, públicos e particulares = prova documental; pela confissão = prova testemunhal; pelos depoimentos pessoais = inquirição de pessoas ou prova testemunhal; pelas presunções = prova indireta, ou seja, aquela prova que só o juiz pode produzir e usar em sua sentença. A presunção não é uma prova pericial. Pela inspeção judicial, pela vistoria de pessoas e de coisas, feita pelo magistrado, acompanhado de perito, sobre o assunto objeto de inspeção. Neste caso o trabalho pericial serve para completar o trabalho feito pelo magistrado pela perícia (exames, vistorias, arbitramentos e avaliação), prova pericial.
Todas as formas de prova supra, de a) a e), são de interesse da prova pericial pois, todas elas trazem informações que podem ser úteis ao trabalho do perito contador.
21). Consideradas as polaridades da prova pericial contábil, indicar quais os elementos que a caracterizam como tal.
A prova pode ser positiva quando confirma os fatos alegados, ou negativa quando os nega.
2) O que acontece com o processo diante da ausência ou insuficiência de provas?
Para a Justiça, a ausência ou a insuficiência de provas que dê em a conhecer a verdade dos fatos, impede o julgamento do feito. Quando as provas existem, o magistrado tem condições de proferir um julgamento; todavia, quanto mais imperfeitas forem, menor é a certeza a respeito da verdade e isto lhe dificulta o trabalho. Para que o magistrado possa dar uma sentença justa, deve estar convencido do que seja a verdade e do que seja justo a respeito do caso e está convicção só as provas podem lhe dar. A ausência de verdade comprovada nos autos do processo pode levar o Juiz, diante da incerteza a respeito da culpabilidade ou do valor monetário reclamado, a extinguir o processo sem julgamento.
23). Quais são as fontes de prova em Contabilidade?
As fontes de prova em Contabilidade são:
1) os lançamentos: - neste caso os lançamentos contábeis, para servirem de prova, devem estar suportados por documentos corretos em seus cálculos, fidedignos, originais, legais, idôneos e apresentarem-se legítimos em todos seus aspectos formais e intencionais;
2) os livros: - os livros da escrituração contábil e fiscal, desde que devidamente atendidos aos requisitos legais (formalidades intrínsecas e extrínsecas) são merecedores de fé pública e servem de prova por si mesmos. As operações mercantis, industriais e financeiras são fatos da vida das empresas que têm sua história registrada no Livro Diário. A não existência deste Livro significa não ter, a empresa, história de suas atividades. De acordo com o Código Comercial, os atos jurídicos ou contratos para os quais a lei não impõe forma especial e compulsória, podem ser provados pelos livros de escrituração mercantil hoje conhecidos como livros contábeis e livros fiscais. Todavia, para que os livros contábeis e fiscais possam ser admitidos como meio de prova e possam ser bem utilizados pelo Perito Contador, é necessário que se achem revestidos das formalidades legais extrínsecas e se apresentem escriturados com observância às regras discriminadas no Código Comercial, nas Normas Brasileiras de Contabilidade e na Legislação Fiscal a que se vincula a empresa.
3) os documentos: - a força probante dos livros contábeis e fiscais está no fato de que os registros neles assentados o foram com base em documentos corretos em seus cálculos, fidedignos, originais, legais, idôneos e apresentarem-se legítimos em todos seus aspectos formais e intencionais. Caso não se possa provar que os registros lançados têm suporte documental adequado, a própria escrituração (contábil e fiscal) como um todo, será considerada imprestável para fins de prova no judiciário. Portanto, a credibilidade do Laudo Pericial Contábil e sua força probante estarão na mesma proporção da credibilidade e força probante atribuída à escrituração contábil e fiscal, face à qualidade do suporte documental que lhe deu origem.
Quando os três elementos de prova contábil supracitados não forem encontrados pelo Perito Contador, após usar seu bom senso, poderá desconsiderar (desclassificar ou desqualificar) a escrita contábil como meio de prova em juízo.
24). Quais são os erros em Contabilidade?
Os erros em Contabilidade podem ser:
de algarismos; de contas no sentido aritmético (+ - / *), de intitulação contábil ou classificação de contas; de transcrição de saldos; de posição (ativo x passivoe receita x despesa); de repetição de registros; de omissão de registros; de inversão de números e etc.
25). Quais são as evidências em Contabilidade?
São evidências contábeis:
a) as demonstrações contábeis,
b) as demonstrações extra contábeis, paralelas e correlatas,
c) os livros contábeis, societários, fiscais e correlatos,
d) os documentos que serviram de suporte aos lançamentos escriturados,
e) as declarações do profissional envolvido com a escrituração contábil e com os dados publicados,
f) as ações de comércio praticadas pelos representantes da empresa ou seus prepostos.
26). Quais são as três abordagens ou interpretações que podem ser feitas a respeito do ônus da prova? 
1. A categoria geral do ônus
O ônus consiste na atribuição de determinada incumbência a um sujeito no interesse desse próprio sujeito. Ou seja, prescreve-se ao onerado uma conduta a adotar, pela qual ele poderá obter uma vantagem ou impedir uma situação que lhe seja desfavorável. Ônus e dever são figuras jurídicas distintas em pelo menos dois aspectos: (i) o dever implica um correlato direito de outro sujeito, ou seja, é uma conduta que a lei prescreve no interesse de outrem, enquanto que o ônus é estabelecido no interesse do próprio onerado; (ii) o descumprimento do dever pode implicar a incidência de uma sanção, ao passo que a inobservância do ônus apenas faz com que o onerado eventualmente perca a chance de desfrutar de uma situação melhor.
2. O conceito de ônus da prova
Essas noções gerais aplicam-se ao ônus da prova, que pode ser conceituado como a atribuição, à parte, da incumbência de comprovar fatos que lhe são favoráveis no processo.
3. As funções do ônus da prova
O ônus da prova é de fundamental importância quando não há prova de determinado fato no processo. Se a prova vem aos autos, independentemente de quem a produziu, compete ao juiz reconhecer os efeitos que ela produz – independentemente de quem a trouxe. Se há prova nos autos (ou seja, se ela foi produzida, não importando por quem), as regras do ônus da prova são totalmente desnecessárias. Provados os fatos, o juiz tão somente os adequará à norma jurídica pertinente.

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