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CADEIA PRODUTIVA DA CARNE
Gumercindo Loriano Franco
, Ricardo Carneiro Brimatti1 
1 Introdução
Fazendo um breve histórico da bovinocultura de corte no Brasil, a entrada dos primeiros bovinos no território nacional, ocorreu no ano de 1532 e foram trazidos por Martin Afonso de Souza e demais colonizadores portugueses. Foram bovinos taurinos, oriundos da Península Ibérica e que posteriormente viriam a dar origem as nossas raças autóctones (Caracu, Pé-Duro, Curraleiro, Pantaneiro, Mocho Nacional, etc.). Naquela época a introdução dos bovinos teve o objetivo de possuir animais para produzir trabalho (tração animal), couro, carne (charque) e leite.
Até um passado “recente” (final da década de 70) a pecuária era usada por grandes latifundiários para caracterizar a posse da terra. Historicamente, o sistema de produção predominante era extrativista, sobre pastagens nativas, sem preocupação com investimentos e adoção de tecnologia.
A partir da década de 60 aconteceram alguns fatos que modificaram a concepção da pecuária de corte do país. No início da década de 60 houve a última, porém a mais importante, importação do gado zebu e a introdução das gramíneas do gênero “Brachiaria”. Também nas décadas de 60 e 70, com a expansão da produção de grãos e das culturas de cana-de-açúcar e laranja nas regiões Sul e Sudeste, ocorreu à criação de programas de incentivo a pecuária para as regiões Norte e Centro-Oeste, com juros subsidiados, época em que houve um pequeno aumento na produtividade.
Nos dias atuais o Brasil desfruta de uma condição muito diferente daquela de 40 anos atrás. O agronegócio sustenta 30,4% da balança comercial brasileira, com a carne bovina alcançando uma significativa participação. Em 2003 o Brasil passou a ser o maior exportador mundial em volume de carne comercializada e se consolidou em 2004 como o maior exportador de carne bovina do mundo. 
2 Estatísticas da Produção
Segundo dados do IBGE, o Brasil possuía em 2005 um rebanho bovino estimado em aproximadamente 200 milhões de cabeças (Tabela 1). Baseado na finalidade da criação, se estratificar o rebanho, arriscamos dizer que desse total teríamos 85% de gado de corte e 15% de gado de leite. Da população de bovinos de corte aproximadamente 80% são azebuados, sendo a maioria anelorados.
Aproximadamente 35% do rebanho brasileiro localizam-se na região Centro-Oeste. Na década de 70 essa região era responsável por 22% do efetivo, posicionando-se atrás do Sudeste e do Sul. Atualmente os estados com os maiores rebanhos são: o Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Minas Gerais (MG), Goiás (GO) e o Pará (PA). A região Norte teve seu rebanho estimado em aproximadamente 40 milhões de animais, significando 20% do rebanho nacional, e é onde o rebanho mais cresce anualmente (17,26%). 
TABELA 1 - Rebanho bovino por regiões e estados do Brasil (milhões de cabeças).
	 
	2005
	2004
	Variação (%)
	REGIÃO NORTE
	41.489.002
	39.787.138
	4,28
	Rondônia
	 11.349.452
	 10.671.440
	
	Acre
	 2.313.185
	 2.062.690
	
	Amazonas
	 1.197.171
	 1.156.723
	
	Roraima
	 507.000
	 459.000
	
	Pará
	 18.063.669
	 17.430.496
	
	Amapá
	 96.599
	 82.243
	
	Tocantins
	 7.961.926
	 7.924.546
	
	REGIÃO NORDESTE
	 26.969.286
	 25.966.460
	3,86
	Maranhão
	 6.448.948
	 5.928.131
	
	Piauí
	 1.826.833
	 1.830.613
	
	Ceará
	 2.299.233
	 2.269.567
	
	Rio Grande do Norte
	 978.494
	 942.670
	
	Paraíba
	 1.052.613
	 1.000.199
	
	Pernambuco
	 1.909.468
	 1.705.401
	
	Alagoas
	 985.422
	 893.922
	
	Sergipe
	 1.005.177
	 929.794
	
	Bahia
	 10.463.098
	 10.466.163
	
	REGIÃO SUDESTE
	 38.943.898
	 39.379.011
	 - 1,10
	Minas Gerais
	 21.403.680
	 21.622.779
	
	Espírito Santo
	 2.026.690
	 1.925.596
	
	Rio de Janeiro
	 2.092.748
	 2.064.793
	
	São Paulo
	 13.420.780
	 13.765.873
	
	REGIÃO SUL
	 27.770.006
	 28.211.275
	 - 1,59
	Paraná
	 10.153.375
	 10.278.148
	
	Santa Catarina
	 3.376.725
	 3.263.414
	
	Rio Grande do Sul
	 14.239.906
	 14.669.713
	
	REGIÃO CENTRO-OESTE
	 71.984.504
	 71.168.853
	 1,15
	Mato Grosso do Sul
	 24.504.098
	 24.715.372
	
	Mato Grosso
	 26.651.500
	 25.918.998
	
	Goiás
	 20.726.586
	 20.419.803
	
	Distrito Federal
	 102.320
	 114.680
	
	BRASIL
	207.156.696
	204.512.737
	 1,3
Fonte: FUNDAÇÃO IBGE (2007).
A expansão da pecuária na região amazônica tem sido com freqüência tema de discussão sobre o papel da pecuária na região. A estimativa de desmatamento na Amazônia ficou em 25000 km2 para o período 2004-2005. Com isso a região amazônica já perdeu 17% da área de floresta desde 1970 (CONSTANTINO, 2004). Recentemente, um estudo publicado por KAIMOWITZ et al. (2004) “Conexão hambúrguer alimenta a destruição da Amazônia”, reporta um assunto de extrema importância com desdobramentos sobre a biodiversidade e o futuro da vida no nosso planeta. Porém, tenta macular a imagem da bovinocultura de corte, um segmento que gera mais de 7 milhões de empregos em toda sua cadeia e tem uma expressiva participação no produto interno bruto (PIB) daquela região e do país.
Historicamente, a bovinocultura migrou para a Amazônia Legal devido à expansão da cana-de-açúcar, laranja e grãos na região Sudeste e, principalmente, por meio de incentivos governamentais nas décadas de 60 e 70, como o CONDEP e o PRONAP. A Amazônia Legal abrange nove estados e representa mais de 50% do território nacional!
Assim, o Brasil dificilmente alcançaria o status de grande exportador de produtos agropecuários sem lançar mão de algumas áreas agricultáveis desta região. Como não há nenhum zoneamento agro-ecológico, que possibilitaria a preservação de algumas áreas e a utilização sustentável dos recursos naturais, o ritmo de desmatamento tem sido acelerado, motivado principalmente pelas ótimas condições edafoclimáticas para a agropecuária, com um significativo retorno sobe o capital investido.
Ações governamentais pró-ativas, como a citada acima, evitará que num futuro muito próximo algumas organizações ecológicas digam “para preservar a Amazônia, não consuma carne bovina”.
Segundo o último censo pecuário (Fundação IBGE, 1998) o Brasil possuía 258 milhões de hectares de pastagens, sendo 56% nativas e 44% cultivadas e das pastagens cultivadas 80% eram gramíneas do gênero braquiária. O censo revelou que 38,7 e 27,2% do rebanho ocupavam uma área de 100 a 999 hectares e mais de 1000 hectares, respectivamente.
Já na região dos cerrados temos 207 milhões de hectares, sendo 139 milhões disponíveis para a produção, onde destes, 67,5 milhões estão ocupados, sendo 50 milhões com pastagens (60% degradadas ou em degradação), 14 milhões com culturas anuais (soja, trigo e feijão) e 3,5 milhões com fruticultura.
Na Tabela 2 são mostrados os principais produtores mundiais de carne bovina. No cenário internacional o Brasil ocupa o segundo lugar em número de cabeças, porém, tem o maior rebanho comercial do mundo, seguido pela China e pelos EUA, este último, o maior produtor de carne do mundo.
Observa-se que apesar dos EUA ter um rebanho que é significativamente inferior ao brasileiro (comparação com base no ano de 2000), produz aproximadamente 34% a mais de carne. Isto pode ser explicado pelo sistema de produção, em que os animais são confinados na recria e terminação, além disso, possuem alto potencial genético.
TABELA 2 - Principais produtores mundiais de carne bovina (mil t, equivalente-carcaça).
	Países
	2007
	2006
	2005
	Consumo/06
	Estados Unidos
	12,26
	11,90
	11,32
	12,72
	Brasil
	 9,10
	 8,75
	 8,37
	7,07
	União Européia
	 8,00
	 7,95
	 7,83
	8,27
	China
	 7,91
	 7,50
	 7,11
	7,43
	Índia
	 3,47
	 3,30
	 3,13
	2,83
	Argentina 
	 2,85
	 2,80
	 3,15
	2,37
	Austrália
	 2,37
	 2,23
	 2,17
	0,97
	México
	 1,64
	 1,61
	 1,56
	1,93
	Federação Russa
	 1,62
	 1,70
	 1,80
	2,44
	Canadá 
	 1,33
	 1,37
	 1,52
	1,07
	Total mundial
	 67,54
	 65,70
	 64,45
	65,66
	Total mundial de carnes
	284,33
	275,65
	269,14
	275,56
Fonte: DBO (2007).
NasTabelas 3 e 4 são mostrados os principais exportadores e importadores mundiais de carne bovina. A cadeia da carne bovina brasileira, apesar dos contratempos que surgiram em setembro de 2005, digo os focos de febre aftosa no estado de Mato Grosso do Sul, fechou o ano na liderança do comércio mundial do setor em volume, mantendo a liderança a frente de Austrália e outros países. 
TABELA 3 - Principais exportadores mundiais de carne bovina (mil t, equivalente carcaça).
	Países
	2007
	2006
	2005
	Brasil
	1.850
	1.700
	1.660
	Austrália
	1.350
	1.270
	1.250
	Estados Unidos
	 660
	 500
	 300
	Nova Zelândia
	 510
	 480
	 530
	Índia
	 500
	 460
	 390
	Uruguai
	 460
	 450
	 400
	Canadá
	 430
	 450
	 550
	Argentina
	 530
	 430
	 660
	União Européia
	 180
	 180
	 240
	China
	 70
	 80
	 80
	Total mundial 
	7.150
	6.550
	6.630
Fonte: (DBO, 2007).
TABELA 4 - Principais importadores mundiais de carne bovina (mil t, equivalente-carcaça).
	Países
	2007
	2006
	2005
	Estados Unidos
	1.420
	1.340
	1.520
	Federação Russa
	 820
	 750
	 800
	Japão
	 670
	 600
	 630
	União Européia
	 520
	 500
	 530
	México
	 360
	 350
	 310
	Coréia do Sul
	 280
	 230
	 220
	Egito
	 250
	 240
	 190
	Malásia
	 190
	 180
	 170
	Chile
	 170
	 150
	 180
	Canadá
	 160
	 150
	 130
	Total mundial
	7.130
	6.520
	6.540
Fonte: DBO (2007).
No Brasil, com exceção de alguns sistemas de produção, a maioria dos animais são confinados apenas na fase de terminação, que geralmente coincide com a época seca do ano. Segundo estimativas não oficiais, no corrente ano o confinamento terá atingido de 1,8 a 2,5 milhões de animais e o semi-confinamento superado os 3,0 milhões de cabeças.
Na Tabela 5 são mostrados os principais números da pecuária bovina no Brasil. Os abates de 2006 foram estimados pelas entidades do setor em 44,4 milhões de cabeças, com crescimento de 3% sobre 2005. No mercado externo as exportações consolidaram a posição de maior exportador mundial de carne bovina.
TABELA 5 - Pecuária bovina do Brasil em números.
	
	2007
	2006
	2005
	2004
	2003
	Rebanho total (milhões cab.)
	207,2
	204,7
	202,7
	197,8
	189,1
	Abate 1 (milhões cabeças)
	45,0
	44,4
	43,1
	41,4
	37,6
	Desfrute (abate/rebanho%)
	21,72
	21,67
	21,25
	20,94
	19,91
	Produção anual carne (mil t-peso carcaça)
	9.200
	8.950
	8.750
	8.350
	7.700
	Consumo interno (mil t-peso carcaça)
	6.880
	6.780
	6.601
	6.548
	6.462
	Consumo per capita (kg/ha/ano-peso carcaça)
	36,7
	36,6
	36,2
	36,4
	36,4
	Importações (mil t-peso carcaça)
	100
	30
	49,2
	53,3
	63,7
	Exportações (mil t-peso carcaça)
	2.420
	2.200
	2.197
	1.854
	1.300
1 Inclui abate sonegado.
Fonte: MAPA; SRF/MF; Secex/MIDIC; Embrapa e secretarias estaduais de agricultura.
Elaboração: Forum Permanente da Pecuária de Corte (CNA Brasil). (DBO, 2007).
3 Problemas a Serem Solucionados no Segmento da Produção da Pecuária de Corte
Analisando os problemas do segmento da produção, apesar da incontestável evolução e profissionalização da pecuária de corte no país, que possibilitou a massificação de inúmeras tecnologias que nossos órgãos de pesquisa produziram nas últimas décadas, ainda temos um bom caminho a percorrer. 
Como principais metas têm que melhorar ainda mais o potencial genético do nosso gado zebu, base da pecuária do país, principalmente no que diz respeito a sua precocidade sexual. Melhorar o desempenho dos animais na época seca e buscar novas alternativas de suplementação como, por exemplo, a utilização de leguminosas, são desafios que pecuaristas e pesquisadores devem alcançar.
Por último e talvez o ponto mais importante seja a erradicação imediata de algumas doenças infecto-contagiosas como a febre aftosa, brucelose e tuberculose, entre outras, dos nossos rebanhos. O reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa é decisivo na ampliação dos mercados importadores da carne bovina brasileira.
4 Comercialização de Animais de Reposição
De forma geral a comercialização de animais de reposição se dá, em dois formatos básicos. Um é o formato mais voltado para a venda de grande número de animais de raças um pouco mais especializadas, em sistemas tradicionais de produção, em regiões de terras pouco valorizadas, baixas densidades demográficas e com pastagens naturais em abundância. Nesses casos, também o mais comum é o predomínio da produção extensiva na forma de cria-recria-engorda, cada uma separadamente (BLISKA, 1996).
Outro formato é a comercialização voltada para a venda de pequeno número de animais, em regiões menos especializadas, de gado misto, em que a cria-recria-engorda pode dar-se, ou não, em uma mesma propriedade, porém sem confinamento.
Nas Figuras 1, 2, 3 e 4 são mostrados os canais de comercialização de animais e carne e os agentes envolvidos na comercialização.
.
Canais de comercialização de animais de reposição
Fonte: IEL, CNA, SEBRAE (2000).
Fonte: IEL, CNA, SEBRAE (2000).
Cadeia de couro e derivados
Fonte: IEL, CNA, SEBRAE (2000).
5 Os Ciclos de Preços
A pecuária é caracterizada por dois ciclos de preços: o anual e o plurianual. O anual é também conhecido por sazonal, pois se refere às oscilações definidas no ano pelos períodos de safra e entressafra. O plurianual se evidencia pelas variações dos preços no decorrer dos anos.
O ciclo plurianual ocorre pelas oscilações de mercado dentro da atividade. Um fator importante na determinação de tais oscilações refere-se às variações no estoque de matrizes nos rebanhos (Figura 5). Considerando inicialmente uma fase com uma quantidade elevada de matrizes, haverá assim um crescimento na produção de bezerros. O excesso dessa oferta acarretará redução de seus preços, fazendo com que os mesmos se desvalorizem em relação aos preços do boi gordo, tornando a engorda mais interessante que a cria.
A elevação na relação de troca do boi gordo pelo bezerro estimula o abate de matrizes, o que se reflete em uma produção menos intensificada de bezerros e conseqüente valorização da cria. Desta forma, haverá um número menor de bezerros, valorizando o preço dos mesmos em relação ao boi gordo tornando melhor a relação de troca. Ao final desse processo, o preço do boi gordo será menor.
Portanto, na primeira fase do ciclo, tem-se produção ascendente e preços em queda; e na segunda, tem-se o reverso, ou seja, produção em queda e preço em ascensão. Não se consegue medir com exatidão o tempo de duração desses ciclos, já que podem ter seus efeitos superdimensionados devido a variações climáticas, como seca e geada, que afetam as pastagens. Tradicionalmente, o ciclo pecuário brasileiro levava em torno de sete anos. A partir de 1986, essa movimentação passou a ter uma duração média de quatro anos.
Já o ciclo anual refere-se à movimentação de preços ao longo do ano, determinada pelos períodos de safra e entressafra. No caso do boi, na primavera e no verão há melhoria das pastagens. Nesse período, os animais são mantidos nas pastagens e ganham peso. Durante o outono e o inverno, devido à deterioração das pastagens em função da seca ou da geada, há dificuldade de mantê-los no pasto. Na região Centro-Sul do país, a oferta de animais para abate é maior no primeiro semestre, quando os animais já ganharam peso na primavera e verão atingindo o peso ideal para abate. Pode-se definir de dezembro a maio como a safra e de junho a novembro como a entressafra.
O diferencial entre os preços máximo e mínimo tem diminuído nos últimos anos devido à utilização de técnicas de suplementação e confinamento dos animais e manejo da pastagem.
Ciclo Plurianual
FIGURA 5. Ciclo plurianual de preços (1) (PEROBELLI & SCHOUCHANA, 2000)
6 O Comércio Internacional
Quando se trata de comércio internacional de carne bovina podem-se dividir os produtores mundiais em dois grupos, em função da incidência ou não de febre aftosa. O primeiro grupo, formado pelos países do Pacífico incluindo os EUA, a Austrália, a Nova Zelândia e a Ásia é livre de doença.Além da ausência de febre aftosa uma outra característica é o preço relativamente mais alto em função da falta de subsídios para as exportações.
O segundo grupo engloba a União Européia, a Europa Central, o Oriente Médio, a África e a América do Sul. O comércio dessas regiões é predominado por grandes volumes oriundos da União Européia, onde as exportações são subsidiadas e com preço relativamente mais baixo.
Os países da União Européia são os principais países de destino das exportações do Brasil (cerca de 70%), sendo que o principal país importador em 2003 foi o Reino Unido, seguido do Chile. Outro importante mercado, porém de carne industrializada são os países da América do Norte (EUA e Canadá). Outros mercados de exportação têm sido abertos, como países de Oriente Médio e Ásia. 
No mercado Europeu existe a chamada cota Hilton, que funciona como uma “compensação” dada pela União Européia aos países exportadores de carne bovina, pelos prejuízos causados por suas políticas agrícolas protecionistas. A cota Hilton envolve cortes selecionados com altos preços e de maneira geral, uma tonelada dessas carnes eqüivalem a várias toneladas das partes de qualidade inferior. A cota atual do Brasil é ao redor de 5 mil toneladas, enquanto aquela da Argentina é de 28 mil toneladas de equivalente carcaça. 
Quanto às importações brasileiras, ela é quase toda de carne “in natura” sendo mínimas as de carne industrializada. A quase totalidade das importações vem dos parceiros comerciais do Mercosul.
7 Conclusões 
Apesar de alguns criadores apresentarem índices e tecnologias compatíveis com países desenvolvidos, à média dos índices zootécnicos da pecuária de corte no Brasil mostra sérias limitações técnicas que temos que superar.
O principal desafio para a cadeia de carne bovina é atender as demandas do mercado com um produto de qualidade, que ofereça segurança alimentar para a população, que os sistemas de produção sejam ecologicamente corretos, não degradando os recursos naturais e por último, que sejam economicamente viáveis e socialmente justos, trazendo prosperidade às famílias envolvidas com a pecuária de corte.
8 Bibliografia
ANUÁRIO DBO 2007. Revista DBO, São Paulo, n.315, p.7-29, 2007.
BLISKA, F.M. de M. ; MARQUES, P.V.; RIBEIRO, B.A.M. et al. Cadeia agroindustrial de carne bovina no Brasil: a desossa como agente de reorganização. 1996. p.1252-1254.
CONSTANTINO, L. Desmatamento na Amazônia cresce 2%. São Paulo: Folha de São Paulo, 08 abril 2004. FolhaCiência, p.A16.
ESTUDO sobre a eficiência econômica e competitividade da cadeia agro-industrial da pecuária de corte no Brasil. Brasília: IEL, CNA, SEBRAE, 2000. 398p.
FUNDAÇÃO IBGE. Censo Agropecuário 1995-1996, Brasil. Rio de janeiro. 1998. 366p.
FUNDAÇÃO IBGE. Pesquisa pecuária municipal. http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&o=20&i=P&c=73 (10/05/2007).
KAIMOWITZ, D.; MERTENS, B.; WUNDER, S. et al. A conexão hambúrguer alimenta a destruição da Amazônia.(2004), www.cifor.cgiar.org (08/04/2004).
PEROBELLI, F.S.; SCHOUCHANA, F. Formação do preço do boi gordo na BM&F. São Paulo: Bolsa de Mercadorias & Futuros, 2000. 53p. (Digitado)
Produtor de Boi Gordo
Corretor
Leiloeiro
Corretor
Recriador / Invernista
Leiloeiro
Criador
Agentes envolvidos na comercialização de animais para abate e processamento
Produtor de Boi Gordo
Corretor Exclusivo
Corretor Não-Exclusivo
Consumidor Externo
Fonte: IEL, CNA, SEBRAE (2000).
Distribuidores
Subproduto
Ind. Frigor. Entreposto
Trading
Subproduto
Frigorífico
Matadouro
Marchant
Boutique de Carne
Feira Livre
Supermercado
Açougue
Distribuidor
Instituições
Canais de comercialização de carne bovina
Consumidor Interno
Couro 
Wet Blue, semi-acabado e acabado
Mercado Interno
Mercado Externo
Indústria de Calçados
Indústria de Artefatos de Couro
Couro salgado
Curtumes
Indústria Frigorífica
Estoque elevado de fêmeas
Primeira fase
Valorização dos preços do boi gordo
Aumenta a relação de troca entre bezerro e boi gordo
Preços dos bezerros diminuem
Número de bezerros aumenta
Diminuição da relação de troca entre bezerro e boi gordo
Preços do bezerro aumentam 
Diminuição do número de bezerros 
Diminuição das matrizes
Aumento do abate de fêmeas
Segunda fase
� Professor Adjunto da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
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