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17 FACULDADE SANTO AGOSTINHO (FASA) PEDRO HENRIQUE PINHEIRO VASCONCELOS GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DO APROVEITAMENTO DOS GASES EMITIDOS PELO ATERRO SANITARIO DE MIMOSO MONTES CLAROS - MG 2019 PEDRO HENRIQUE PINHEIRO VASCONCELOS GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DO APROVEITAMENTO DOS GASES EMITIDOS PELO ATERRO SANITARIO DE MIMOSO Artigo científico apresentado à Faculdade Santo Agostinho, para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Aprovada em: ___/_____/______ Prof. Kely Fabiana de Assis. Faculdade Santo Agostinho (Orientador) Professor José Albuquerque Junior Faculdade Santo Agostinho Professor Nelson Mendes da Silva Filho Faculdade Santo Agostinho MONTES CLAROS - MG 2019 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DO APROVEITAMENTO DOS GASES EMITIDOS PELO ATERRO SANITARIO DE MIMOSO Vasconcelos, P. H. P.1; de Assis, K. F.2* 1- Acadêmico do 10° período do curso de Engenharia Elétrica, Faculdades Santo Agostinho, Montes Claros-MG, Brasil. 2- Professor Mestre do curso de Engenharia Elétrica, Faculdades Santo Agostinho. Montes Claros-MG, Brasil. Vasconcelos, P. H. P.: pinheiro.vasconcelos@gmail.com Resumo—A produção de energia elétrica através dos gases emitidos pela decomposição do lixo em aterros sanitários tem se tornado indispensável no desenvolvimento da matriz energética mundial, uma vez que possibilita diversos benefícios ambientais e econômicos. O processo de conversão do biogás em energia reduz drasticamente as emissões de gás metano oriundo do processo de decomposição dos resíduos sólidos, convertendo o mesmo em dióxido de carbono e água. Foi inaugurado em julho de 2015 o primeiro aterro sanitário do norte de Minas Gerais, localizado no município de Mimoso, o aterro foi desenvolvido para atender as necessidades da cidade de Montes Claros e região. Este estudo tem como objetivo analisar a viabilidade realizando o dimensionamento dos gases e desenvolvendo o projeto do sistema de conversão, utilizando o sistema de conversão que melhor se adeque a condições do aterro sanitário. Palavras-chave—Energia elétrica, biogás, fontes renováveis, aterro sanitário. Abstract—The production of electricity through the gases emitted by the decomposition of the garbage in landfills has become indispensable in the development of the world energy matrix, since they allow diverse environmental and economic benefits. The process of converting biogas into energy drastically reduces methane gas emissions from the solid waste decomposition process, converting it to carbon dioxide and water. It was inaugurated in July 2015 the first landfill of the north of Minas Gerais, located in the municipality of Mimoso, the landfill was developed to meet the needs of the city of Montes Claros and region. The objective of this study is to analyze the feasibility of the gas sizing and the design of the conversion system, using the conversion system that best suits the conditions of the landfill. Keywords—Electricity, biogas, renewable sources, landfill. INTRODUÇÃO Com a crescente demanda na geração de energia elétrica e as preocupações em relação ao meio ambiente, vem se buscando novas fontes sustentáveis para gerar energia elétrica limpa. Foram notadas também, as consequências das emissões de gases, lançados na atmosfera pela decomposição de resíduos sólidos descartados pela sociedade, o que vem agravando o efeito estufa e causando graves consequências ambientais (ARCADIS, 2010). Segundo Arcadis (2010), os gases lançados na atmosfera pelos aterros sanitários através da decomposição da biomassa podem ser recolhidos e utilizados como combustível na produção de energia elétrica, substituindo gases de origem mineral provenientes de fontes não renováveis, reduzindo as emissões de gases danosos ao meio ambiente. Conforme Reis (2011) atualmente a geração de energia do setor elétrico brasileiro é constituído em sua maioria por usinas hidrelétricas e termoelétricas a base de combustíveis fósseis, como o gás natural e o carvão mineral. Ainda segundo Reis (2011), durante períodos de seca, com o baixo nível das águas, as usinas hidrelétricas perdem produtividade e essas termoelétricas passam a ser mais participativas na geração de energia para atender a demanda do setor. Coldebella et al. (2006) afirma que, o desenvolvimento de tecnologias que fazem a utilização de fontes renováveis para gerar energia elétrica possibilita, além da redução da emissão de GEE[footnoteRef:1] a descentralização da geração de energia elétrica através de usinas de pequena escala, um fator essencial para o desenvolvimento sustentável. [1: GEE- Gases de efeito estufa.] A solução proposta para sanar parcialmente estes problemas, é o aproveitamento destes gases emitidos pelos aterros sanitários conhecidos como biogás na geração de energia elétrica através de pequenas usinas termoelétricas, descentralizando a geração de energia das grandes termoelétricas a combustíveis fosseis. Segundo Polprasert (1996) apud Silva (2015) o biogás é uma composição gasosa constituída principalmente pelo hidrocarboneto Metano (CH4) e Dióxido de Carbono (CO2). Estes gases, quando liberados na atmosfera, são grandes responsáveis por contribuir com o fenômeno do efeito estufa, fenômeno este responsável por causar o aumento das temperaturas no planeta (UNFCCC, 2007 apud Silva, 2015). Porém, segundo Arcadis (2010), o gás metano, principal constituinte do biogás, é inflamável e pode ser armazenado e empregado na geração de energia elétrica através da sua queima, reduzindo drasticamente as emissões de gases poluentes na atmosfera. A queima do gás metano proveniente de fontes renováveis na geração de energia, produz menor quantidade de poluentes atmosférico em relação a quantidade de energia gerada do que a queima de outros combustíveis fosseis. (BEUX, 2005) A qualidade do biogás para a geração de energia elétrica depende da quantidade de gás metano na sua composição, determinando o seu poder calorífico. Quanto maior a concentração de resíduos orgânicos, mais metano será produzindo durante o processo (COLDEBELLA et all, 2006). Segundo ABRELPE (2013), existem no Brasil 23 projetos para aproveitamento do biogás de aterros sanitários na geração de energia elétrica declarados no DCP[footnoteRef:2] com uma capacidade total instalada de 254 MW. [2: DCP- Documento de concepção de projeto] ABRELPE (2013) afirma que os sistemas mais comuns utilizados na conversão dos gases oriundos de aterro sanitário em energia elétrica são o motor a combustão de “ciclo-faísca”, o gerador por turbina a gás e a vapor, normalmente utilizado nas termoelétricas a gás natural e as microturbinas. Coelho et al. (2006) afirma que há uma grande diversidade de tecnologias disponíveis no mercado que podem ser empregadas na conversão de energia utilizando o biogás como fonte de combustível. Ele enfatiza ainda que é entendido como conversão energética a transformação de um tipo de energia em outra, como no caso dos gases, onde sua energia química é convertida através de um sistema de combustão em energia mecânica, na qual é convertida em energia elétrica através de um gerador. Segundo Rosa (2015), o motor a combustão de “ciclo-faísca” funciona comprimindo uma mistura de gás combustível com ar dentro de uma câmara com pistão, onde a combustão ocorre por uma centelha que é acionada no tempo programado. Outro sistema de conversão do biogás em energia elétrica é a turbina a gás, porém, estas requerem um custo de implementação mais alto do que o motor de “ciclo-faísca”, tornando-as atrativas apenas para altas capacidades de geração, onde passam a ter operação com menor custo (SILVA, 2015). Outra desvantagem na aplicação de turbinas a gás citada por MMA (2005) é a necessidade de sistemas de purificação do biogás, evitando umidade, partículas e substâncias contaminantes que podem causar danos ao sistema gerador, além da implementação de dispositivos para pressurizar o biogás na entrada das turbinas. As turbinas a vapor são geralmente os sistemasmais utilizado nas termoelétricas a gás natural, devido a sua grande capacidade de geração e confiabilidade. Porém são pouco aplicadas na geração de energia elétrica utilizando LFG[footnoteRef:3] devido a limitação de produção dos gases em aterro sanitários, já que a aplicação desse sistema de turbinas é adequada para aterros com pelo menos 15 milhões de toneladas dispostas de resíduos sólidos urbanos (ABRELPE, 2013). [3: LFG-Gás de aterro sanitário.] A Tabela 1 apresenta uma comparação com as vantagens e desvantagens das tecnologias mais utilizadas na conversão do biogás em energia elétrica. Tabela 1. Tecnologias para geração de energia através do biogás. Tecnologia Vantagens Desvantagens Motor de Combustão interna Baixo custo de manutenção Limitação da potência Pequeno tamanho de instalação Rápida instalação Modularidade do sistema Diversidade de fornecedores equipamentos Eficiência em carga total e parcial Turbina a gás Sem formação de condensadores Investimento inicial elevado Maior confiabilidade mecânica Maior sensibilidade a partículas e impurezas Combustão mais completa Fonte: Adaptado de MMA (2005) Atualmente, motores de combustão interna já estão sendo preparados para funcionar com o biogás, abrangendo diversos teores de metano (SILVA, 2015) A geração de energia elétrica se dá através da utilização de um dos meios citados para converter a energia química do biogás em energia mecânica. Essa energia mecânica despois é convertida em energia elétrica através do acoplamento a um gerador síncrono através de um eixo (KUNZ 2013) A Figura 1 apresenta um diagrama de um sistema de aproveitamento do biogás na geração de energia elétrica em aterro sanitário. Figura 1. Diagrama de funcionamento de uma Usina termoelétrica em aterro sanitário Fonte: CHP Brasil (2018) Segundo Kosow (2005), os geradores, são máquinas que transformam energia mecânica em energia elétrica alternada. A energia mecânica tem origem de uma outra máquina. O princípio de funcionamento de um gerador é baseado na conversão eletromagnética de energia, sendo empregados as Lei de Faraday e da Lei de Lenz. A Figura2 a seguir representa o esquema de funcionamento de um gerador elementar de armadura fixa com campo giratório. Nestes tipos de geradores tem o estator formado por espiras e o rotor onde se tem o campo magnético girante onde se insere a tensão de excitação da máquina. Desta forma a tensão é retirada diretamente pelos terminais da armadura. No gerador de armadura fixa e campo girante a potência de excitação é aproximadamente 5% da nominal do gerador, fazendo com que seja o mais utilizado (KOSOW, 2005). Figura 2 - Esquema de funcionamento de um gerador elementar (armadura fixa). Fonte: Adaptado de WEG (2018) Segundo Kundur (1994) em um gerador deve haver um sistema de controle de tensão, este controle ocorre através de circuito que realiza a medição do TC e TP e faz uma comparação com valores de referência gerando um sinal de erro para o regulador, que ajusta a tensão da excitatriz. O conjunto excitatriz/regulador geralmente possui limitadores para sobre e sub excitação limitando a potência reativa que é injetada ou consumida pelo gerador. A Figura 3 a seguir representa um diagrama esquemático do sistema de controle de excitação de um gerador síncrono. Figura 3. Diagrama do esquema de controle da excitatriz em um gerado síncrono Fonte: Adaptado de Kunz (2013) Kosow (2005) afirma que a frequência de um gerador é determinada em função do seu número de pólos e rotação síncrona e pode ser expressa pela Equação 1 a seguir. (1) Onde: f (frequência em Hz ou ciclos por segundo); p (número de pólos); n (rotação síncrona em rpm). Utilizando como base a fórmula afim de definir a frequência do gerador podemos definir a Tabela 2 com as respectivas velocidades síncronas de acordo com o número de pólos para a frequência de operação. Tabela 2. Velocidades síncronas em função do número de polos de um gerador. Número de polos Frequência 60 [Hz] 50 [Hz] 2 3600 rpm 3000 rpm 4 1800 rpm 1500 rpm 6 1200 rpm 1000 rpm 8 900 rpm 750 rpm 10 720 rpm 600 rpm 12 600 rpm 500 rpm Fonte: Adaptado de Kosow, 2005. Segundo Kunz (2013) uma unidade de geração distribuída, conectada a rede de distribuição da concessionária deve seguir um conjunto de normas atribuídas pela concessionaria local de forma a evitar que um mal acoplamento possibilite erros de sincronismo, atuação indevida da proteção do gerador ou da rede elétrica, instabilidade e mau funcionamento do gerador e eventos indesejáveis na rede da concessionária. Ainda segundo Kunz (2013) para que possa haver uma geração distribuída é necessário a disponibilidade de um sistema de monitoramento, controle e proteção (SMCP) a fim de atenderas necessidades dos diversos agentes do setor elétrico: concessionárias, consumidores e agências reguladoras. O SMCP garante que a unidade geradora atenda os requisitos apresentados na Tabela 3. Tabela 3. Requisitos que devem ser atendidos pelo SMCP Requisitos Descrição Sincronismo A tensão gerada deve possuir o mesmo módulo e frequência, e deve estar em fase com a da rede. Monitoramento Acompanhar a situação operacional do sistema, possibilitando a atuação do controle. Controle Mantem a geração em sincronismo com a rede; protege a unidade geradora e a rede de distribuição contra distúrbios; garante a segurança dos operadores. Proteção Deve atender às exigências da concessionária local e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para a interconexão da unidade de geração à rede elétrica. Fonte: Adaptado de Kunz (2013) A Figura 4 a segui apresenta o esquema de representação do SMCP em uma geração distribuída. Figura 4– Representação esquemática do SMCP em geração distribuída. Fonte: Adaptado de Kunz (2013) Onde: 1 - Controle sobre a admissão e qualidade do biogás injetado no motor; 2 - Medição da velocidade de rotação da máquina primária; 3 - Controle de excitação do gerador; 4 - Medição da frequência, corrente e tensão nas três fases do gerador; 5 - Atuação e estado do contator da rede (MCB) e do gerador local (GCB); 6 - Medição da frequência, corrente e tensão nas três fases da rede; 7 - Condição de óleo e temperatura do motor a combustão ABRELPE (2013) afirma que o calor emitido pelo grupo gerador durante o processo de conversão de energia pode ser utilizado na evaporação do chorume, minimizando custos com tratamento de efluentes. No caso do município de Montes Claros localizado no norte do estado de Minas Gerais foi inaugurado no dia 24 de setembro de 2015 o primeiro aterro sanitário do norte de Minas Gerais, localizado na região da comunidade de Mimoso, para atender a demanda dos municípios de Montes Claros, cidades e povoados próximos, o mesmo possui uma capacidade de receber até 370 toneladas de lixo diariamente e tem uma vida útil estimada de 35 anos (SUPRAM-NM, 2012) Este estudo de caso tem como objetivo o planejamento e desenvolvimento do projeto de uma UTE[footnoteRef:4] que possibilite o aproveitamento do gás metano liberado no processo de decomposição do lixo descartado no aterro sanitário de Mimoso para geração de energia elétrica, reduzindo a quantidade de gases nocivos ao meio ambiente emitidos e contribuindo com a descentralização do sistema elétrico brasileiro de energia elétrica. [4: UTE- Unidade termoelétrica] MATERIAIS E METODOS O aterro sanitário de Mimoso foi selecionado como estudo de caso para este trabalho por sua grande importância para a região norte do estado de Minas Gerais, marcando um novo caminho no que diz respeito a tratamento de resíduos urbanos. Para o desenvolvimento do projeto, foi realizada a analises de dados técnicos afim de estudar alternativas para o sistema de conversão termoelétrica a partir do biogás, estudos de viabilidade técnico e econômica através de cálculos de prospecção do potencial de biogás a ser produzido pelo aterro e seu potencial energético para dimensionamento dos sistemasde conversão. Para isso, foi utilizado o modelo de primeira ordem desenvolvido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA) e recomendado por ABRELPE (2013) através do software “LandfillGasEmissionsModel (LandGEM) Version 3.02”. O software define a produção de metano em um aterro sanitário através da expressão apresentada pela Equação 2 a seguir: (2) Onde se insere a quantidade de resíduos dispostos anualmente e adotasse os parâmetros de degradação (k) e potencial de Metano (L0) de acordo com as condições do local onde o aterro se encontra. O software LandGEM fornece uma prospecção anual da produção de biogás no aterro sanitário através da introdução dos dados e parâmetros solicitados. A Figura 5 apresenta um gráfico com a prospecção de emissão de biogás anual para o aterro sanitário de Mimoso fornecida pelos resultados do software LangGEM com um percentual de 50% de gás Metano. Será considerado um percentual padrão baixo para aterros sanitários de 50% de gás metano na composição do biogás já que os dados se baseiam em uma prospecção futura das emissões considerando que o gás será tratado a fim de obter o seu melhor aproveitamento. É previsto para 2050 o pico de geração de biogás, ano no qual é previsto o ultimo deposito de resíduos obtendo maior disposição de resíduos em decomposição. Figura 5. Gráfico de representação da prospecção de vazão de biogás em m³/ano no aterro sanitário de mimoso. Fonte: Elaboração autoral Os resultados dos programas são obtidos pela unidade de medida metros cúbicos (m³) em função do tempo, porém se tratando de um substância gasosa com a capacidade de se adequar ao espaço onde está sendo armazenado, essa medida pode variar a disponibilidade de CH4 em função da pressão e temperatura influenciando os resultados. Para que isso não ocorra os resultados deve ser convertido para a unidade de medida de vasão padrão Normal Metro Cúbico por Hora (Nm³/h), que define condições de temperatura e pressão padrão. Essa conversão pode ser expressa pela Equação 3 (3) Tp: Temperatura padrão em kelvin (273,15 K = 0 °C) Tr: Temperatura real do ar em kelvin Pp: Pressão padrão em bar absoluto (1,013 bar) Pr: Pressão real do ar em bar absoluto Pv: Pressão parcial de vapor em bar absoluto Rh: Umidade relativa local (%) Utilizando a Eq. 2 para parametrizar a vasão de gás metano temos o resultado representado pela Figura 6 a seguir Figura 6. Gráfico de representação da prospecção de vazão de gás metano em Nm³/h a cada ano no aterro sanitário de mimoso Fonte: Elaboração do autor Após a realização da prospecção da emissão de biogás e análise definindo o potencial estimado de emissão de gás metano foi realizado uma pesquisa de mercado, definindo o grupo gerador que melhor atende as condições do aterro sanitário de Mimoso. A fim de obter um melhor aproveitamento foi definido o projeto com início de geração para o ano de 2020 onde as emissões de metano já ultrapassam 480 Nm³CH4/h. Considerando os valores de emissão estimado de metano foi definido para este projeto o grupo motor gerador GSCA420 da empresa ER-BR com potência nominal de 250kW e eficiências de 30% trabalhando com biometano, resultando em um consumo aproximado de 76 Nm³/h. O grupo gerador é constituído por um motor estacionário de ciclo otto – “Long block” original Scania a gás OC 13 de 4 tempos com 6 cilindros e 24 válvulas acoplado a um gerador WEG AG10250MI10AI – Síncrono de 4 polos, atuando uma velocidade síncrona de 1800 rpm (60 Hz). A Tabela 4 a seguir apresenta as características técnicas básicas do gerador utilizado. Tabela 4. Características técnicas básicas do gerador Modelo WEG AG10250MI10AI Fabricante WEG Equipamentos Elétricos S.A. Norma Técnica ABNT NBR 6148 / 5432 / 6375 Excitação Eletrônico – Brushless com bobina auxiliar Sistema de ligação Trifásico Potência de saída Potência nominal de 268 kW Contínuo (Base Load) Tensão de saída 380V ou 440V Frequência 60 Hz Fator de Potência 0,8 Rendimento 94,1% com 100% de carga Velocidade Síncrona 1800 rpm Sobrevelocidade 2250 RPM (25%) Ligação do Estator Estrela com Neutro acessível * Grau de proteção IP-23 Fonte: Elaboração autoral a partir de dados fornecido pela ER-BR O sistema de controle a ser utilizada fornecida ela empresa é montado em um painel fechado fabricado em aço carbono, constituindo por: · 01 Módulo Controlador; · Bornes P/ Interfaces; · Reles P/ Lógicas Adicionais; · Sinaleiros P/ Indicação de Status dos GMGs, Seccionadoras e Qta's; · Botão de Emergência; · Fonte de Alimentação Chaveada; · Circuito Auxiliar (Luminária e Tomada para Manutenção); · Contator. Para atender as normas da geração distribuída é dimensionado um painel de segurança utilizando o conceito de SMCP, será utilizado um sistema de proteção em paralelismo permanente com hardware, software, aplicação, interface do usuário e comunicação afim de atender a resolução normativa 482/2012. O sistema de proteção é baseado em relé SEG/Woodward Highprotec-2 MCA4 / MRA4 que incorpora os conceitos de ANSI e IEC para cumprir os requisitos de interconexão. O sistema de proteção de geração distribuída será montado em painel com pintura epóxi e disjuntor de conexão ABB motorizado com bobina de abertura e fechamento, carregador de bateria, NO-BREAK, “DPS-classe1”, “TP’s” e “TC’s” para isolamento galvânico e proteções das entradas de tensão e corrente. Por fim, foi realizado uma análise comparativa de custos estimados de investimento para atender as necessidades do aterro sanitário de Mimoso, custos de manutenção e operação do sistema termoelétrico e a possibilidade de lucro estimada, baseando-se na prospecção de potencial energético disponível e utilizando como referência o valor médio do MW nos últimos leilões de geração de energia realizados pela ANEEL. O excedente do gás metano não utilizado para geração será queimado para auxiliar no processo de evaporação do chorume, assim como o calor gerado pelos grupos moto geradores em funcionamento, a fim de reduzir a emissão do mesmo na atmosfera, assim como é realizado enquanto não há um projeto de aproveitamento de geração termoelétrica em funcionamento. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os custos de aquisição, implementação dos sistemas, assim como custos de operação e manutenção foram fornecidos pela empresa ER-BR via contato eletrônico. Estes custos podem ser observados na Tabela 5 a seguir. Tabela 5. Custos de aquisição operação e manutenção do grupo gerador GSCA420 Sistema Quantidade Valor (R$) Sistema grupo gerador Grupo gerador modelo GSCA420 01 537.700,00 Start up 01 12.700,00 Sistema de Filtragem do biogás Master 200 01 27.700,00 Sistema para geração distribuída Painel automático e painel de proteção para geração distribuída. 88.700,00 Total 666.800,00 Operação e manutenção Valor (R$/h) Manutenção e operação 9,29 Fonte: Elaboração do autor com base em dados fornecidos pela ER-BR Os valores acima são referentes ao custo dos equipamentos e instalação dos mesmos. A ER-BR fornece para o comprador todo o treinamento operacional do sistema, podendo ocorrer nas dependências da ER-BR ou no próprio local de instalação da termoelétrica incluso nos custos citados. Segundo ANEEL (2018) no último leilão realizado no ano de 2018 o valor médio da venda de energia ficou em R$137,33 reais/MW. Considerando um grupo gerador da empresa ER-BR com uma potência de 0,25MW/h e o valor médio do último leilão, deduzindo os custos de operação e manutenção, obtém-se uma arrecadação de R$25,04 reais por hora de funcionamento através da Equação 4. (4) Onde: L = Lucro por hora; VMW = Valor do MW; Pn = Potência nominal do grupo gerador; Cm = Custo de manutenção; e Co = Custo de operação. A ER-BR especifica um funcionamento de 22h/dia em base load[footnoteRef:5], considerando 2 horas diárias para manutenção preventiva e corretiva, considerando os valores calculados prevê-se uma arrecadação de R$ 201.091,27 reais/ano. Observa-se que o investimento inicial para um grupogerador é de R$ 666.800,00 e o lucro anual, será necessário um payback[footnoteRef:6] aproximado de 3 anos e 4 meses para pagar o investimento realizado por grupo gerador como apresenta a Tabela 6. [5: Base load – Funcionamento continuo sem interrupções.] [6: Payback – Tempo de retorno do investimento realizado.] Tabela 6. Payback por grupo gerador Ano Fluxo Saldo 0 -R$ 666.800,00 -R$ 666.800,00 1 R$ 201.091,27 -R$ 465.708,73 2 R$ 201.091,27 -R$ 264.617,46 3 R$ 201.091,27 -R$ 63.526,19 4 R$ 201.091,27 R$ 137.565,08 5 R$ 201.091,27 R$ 338.656,35 6 R$ 201.091,27 R$ 539.747,62 7 R$ 201.091,27 R$ 740.838,89 8 R$ 201.091,27 R$ 941.930,16 9 R$ 201.091,27 R$ 1.143.021,43 10 R$ 201.091,27 R$ 1.344.112,70 Payback 2,32 anos Fonte: Elaboração do autor com base em dados fornecidos pela ER-BR Para o grupo gerador GSCA420 é estimada uma vida útil de 80.000 horas de funcionamento, considerando um funcionamento de 22 h/dia estima-se uma vida útil de 10 anos com um lucro estimado de R$1.344.112,70 reais por gerador em um prazo de 10 anos, já deduzido todos os gastos de investimento, operação e manutenção do sistema, resultando em um lucro líquido superior a 200% por gerador instalado. O presente projeto baseia na geração de energia elétrica a partir do ano de 2020 com fim previsto para o ano de 2080 quando a produção de gás passará a ser insatisfatória para implementação de novos grupos geradores. Para o ano de 2020 é previsto uma produção de aproximadamente 488 Nm³/h de gás metano, o que viabiliza a instalação de 6 grupo geradores em base load com uma potência instalada de 1,5MW/h. Após início do projeto é previsto a ampliação gradativa com a instalação de novos grupos geradores em função do aumento de produção de biogás ao longo do tempo como demonstra a Figura 7. Para que haja um melhor aproveitamento e que não tenha a necessidade de implementação de um novo gerador a cada ano, foi definido a inserção de dois novos grupos geradores para determinados anos até 2044 onde adequando da melhor forma a disponibilidade de geração à vida útil do gerador. Figura 7. Grupo geradores em atividade em função do ano. Fonte: Elaboração autoral Considerando a vida útil dos grupos geradores e estimando a troca do equipamento após 10 anos de funcionamento será necessário a compra de 88 grupo geradores para atender o período de funcionamento da usina termoelétrica, com um investimento total de aproximadamente R$ 58.678.400,00 de reais que será realizado gradativamente até a última troca de geradores no ano de 2070. A Figura 8 apresenta a curva com o fluxo de caixa da planta termo elétrica que começa com um investimento inicial de R$ 4.000.800,00 de reais no ano de 2020 e mais um de R$ 1.312.574,00 no ano de 2022, a partir do ano de 2023 o projeto passa a ser autossuficiente pagando os investimentos realizados inicialmente e possuindo saldo em caixa suficiente para aquisição dos novos equipamentos e investimentos futuros. Figura 8. Representação do fluxo de caixa do empreendimento Fonte: Autoral Observa-se saldo negativo nos primeiros nos referentes ao investimento realizado, após o terceiro ano de funcionamento o saldo de caixa se torna positivo e crescente. Pode ser observado no decorrer da curva variações no saldo referente aos investimentos realizados na aquisição de novos grupos geradores e troca dos que atingiram o prazo da vida útil. A vida útil do grupo gerador é estima em 80 mil horas de funcionamento, podendo apresentar uma variação considerável. A ER-BR relata a existência de grupo geradores com mais de 120 mil horas de funcionamento apresentando desempenho dentro dos padrões. Os grupos geradores só serão substituídos caso não possam mais atuar e não havendo a possibilidade de restauração, neste caso será vendido como sucata a fim de reduzir custos de investimentos. É estimado uma geração de energia elétrica de aproximadamente 1.760.000 MW até o ano de 2080 quando será encerrado o funcionamento da planta com uma renda bruta total estimada de R$ 241.700.800,00 reais. Deduzindo custos de investimento, manutenção e operação é estimado um lucro total liquido de R$ 117.603.200,00 reais. CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS Como pode ser observado no estudo de caso, o aterro sanitário de Mimoso apresentou um potencial de geração considerável com uma capacidade de lucros estimada 200% do investimento total no prazo de 60 anos. Sendo necessário um investimento inicial de R$ 5.334.400,00 reais com payback de 3 anos, após este período o projeto se torna autossustentável, possuindo saldo em caixa suficiente para manter todos os investimentos futuros e obter lucros. Considera-se ainda que não foram deduzidos valores referentes a licenciamentos e impostos. Deve-se considerar também que a projeção da emissão de gases é estimada baseada um uma média mínima nacional para aterros sanitários, podendo varia ao longo do processo de acordo com a composição dos resíduos sólidos dispostos no aterro, assim como a vida útil dos grupos geradores é uma estimativa mínima, com grandes chances de redução nos custos com aquisição de grupo geradores. O projeto foi realizado com base na venda da energia gerada, sem considerar a venda dos créditos carbono junto ao MDL, que poderá gerar um valor significativo para as receitas do projeto. Outro fator importante a se considerar é que a análise foi realizada em comparação somente ao sistema de vendas da energia gerada por meio de leilão junto a ANEEL considerando os valores contemplados no ano de 2018, que podem variar. Existem também outras formas de aproveitamento da energia gerada, como a geração compartilhada que é regulamentado pela resolução normativa 482/2012 da ANEEL, onde o sistema alimenta o consumo da planta e injeta o excedente na rede, gerando créditos que podem abater nos valores de consumo de outras plantas da empresa e outras empresas dentro de um sistema de consórcio previamente registrados junto a concessionária local ou através da venda direta a terceiros por meio do livre mercado. Através de parcerias entre grupos detentores de aterros e empresas especializadas na produção de grupo geradores específicos para trabalhar com biogás os custos de implementação do sistema podem ser reduzidos além do surgimento de novas tecnologias com maior aproveitamento e menor custo, possibilitando lucros mais atrativos para os investidores. Contudo, levando-se em conta as questões ambientais que o projeto possibilita, através de incentivos do governo para geração de energias renováveis e a possibilidade da venda dos créditos de carbono junto ao MDL o projeto pode se tornar mais atrativo financeiramente, uma vez que oferece a possibilidade de geração de lucros, reduzir impactos ambientais provocados pela emissão de CH4 e sanar parcialmente o problema da centralização da geração de energia elétrica no Brasil. REFERÊNCIAS ABRELPE –Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Atlas Brasileiro de Emissões de GEE e Potencial Energético na destinação de Resíduos Sólidos, São Paulo – SP, 2013. ABRELPE –Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - Panorama dos resíduos sólidos no Brasil, São Paulo – SP, 2016. 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316200 300800 286100 272200 258900 246300 234300 222800 212000 Dioxido de Carbono (CO2) m³/ano 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047 2048 2049 2050 2051 2052 2053 2054 2055 2056 2057 2058 2059 2060 2061 2062 2063 2064 2065 2066 2067 2068 2069 2070 2071 2072 2073 2074 2075 2076 2077 2078 2079 2080 2081 2082 2083 2084 2085 2086 2087 2088 2089 2090 2091 2092 2093 2094 2095 2096 2097 2098 2099 2100 2101 2102 2103 2104 2105 2106 2107 2108 2109 2110 2111 2112 2113 2114 2115 2116 2117 2118 2119 2120 2121 2122 2123 2124 2125 2126 2127 2128 212 9 2130 2131 2132 2133 2134 2135 2136 2137 2138 2139 2140 2141 2142 2143 2144 2145 2146 2147 2148 2149 2150 2151 2152 2153 2154 2155 0 1123000 2190000 3206000 4172000 5091000 5965000 6797000 7588000 8340000 9056000 9737000 10380000 11000000 11 590000 12140000 12670000 13180000 13660000 14110000 14550000 14960000 15350000 15730000 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2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047 2048 2049 2050 2051 2052 2053 2054 2055 2056 2057 2058 2059 2060 2061 2062 2063 2064 2065 2066 2067 2068 2069 2070 2071 2072 2073 2074 2075 2076 2077 2078 2079 2080 2081 2082 2083 2084 2085 2086 2087 2088 2089 2090 2091 2092 2093 2094 2095 2096 2097 2098 2099 2100 2101 2102 2103 2104 2105 2106 2107 2108 2109 2110 2111 2112 2113 2114 2115 2116 2117 2118 2119 2120 2121 2122 2123 2124 2125 2126 2127 2128 2129 2130 2131 2132 2133 2134 2135 2136 2137 2138 2139 2140 2141 2142 2143 2144 2145 2146 2147 2148 2149 2150 2151 2152 2153 2154 2155 0 1123000 2190000 3206000 4172000 5091000 5965000 6797000 7588000 8340000 9056000 9737000 10380000 11000000 11590000 12140000 12670000 13180000 13660000 14110000 14550000 14960000 15350000 15730000 16080000 16420000 16740000 17050000 17340000 17620000 17880000 18130000 18370000 18600000 18810000 19020000 19210000 18270000 17380000 16540000 15730000 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2050 2051 2052 2053 2054 2055 2056 2057 2058 2059 2060 2061 2062 2063 2064 2065 2066 2067 2068 2069 2070 2071 2072 2073 2074 2075 2076 2077 2078 2079 2080 2081 2082 2083 2084 2085 2086 2087 2088 2089 2090 2091 2092 2093 2094 2095 2096 2097 2098 20992100 2101 2102 2103 2104 2105 2106 2107 2108 2109 2110 2111 2112 2113 2114 2115 2116 2117 2118 2119 2120 2121 2122 2123 2124 2125 2126 2127 2128 2129 2130 2131 2132 2133 2134 2135 2136 2137 2138 2139 2140 2141 2142 2143 2144 2145 2146 2147 2148 2149 2150 2151 2152 2153 2154 2155 0 107.65594284840695 209.94346824399938 307.34189917363562 399.9471002346873 488.04666521926976 571.83232332212617 651.59166833537142 727.42056485637772 799.51074207988813 868.14979379801753 933.43358460813795 995.07452071813384 1054.5105710885814 1111.0706835378778 1163.7962120923069 1214.6044486993021 1263.4953933588638 1309.5104000972747 1352 .6494689145343 1394.829891758078 1434.1343766804705 1471.5215696554296 1507.9501166566711 1541.5027257367628 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