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0 URI – UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN PRÓ-REITORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL VALBERSON DANIEL DE VARGAS CHEMIN ANÁLISE EMPÍRICO-MECANICISTA DE UM TRECHO DA BR-158 ENTRE OS MUNICÍPIOS DE FREDERICO WESTPHALEN E SEBERI – RS FREDERICO WESTPHALEN - RS 2018 1 VALBERSON DANIEL DE VARGAS CHEMIN ANÁLISE EMPÍRICO-MECANICISTA DE UM TRECHO DA BR-158 ENTRE OS MUNICÍPIOS DE FREDERICO WESTPHALEN E SEBERI – RS Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil do Departamento de Engenharias e Ciência da Computação URI – Campus de Frederico Westphalen. Orientadora: Prof. Ma. Roberta Centofante Coorientador: Prof. Me. Rodrigo A. Klamt FREDERICO WESTPHALEN - RS 2018 2 VALBERSON DANIEL DE VARGAS CHEMIN ANÁLISE EMPÍRICO-MECANICISTA DE UM TRECHO DA BR-158 ENTRE OS MUNICÍPIOS DE FREDERICO WESTPHALEN E SEBERI – RS Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil do Departamento de Engenharias e Ciência da Computação URI – Campus de Frederico Westphalen. Frederico Westphalen, RS 22 de Outubro de 2018 BANCA EXAMINADORA ___________________________ Prof. Me. Roberta Centofante URI – Campus de Frederico Westphalen ___________________________ Prof. Me. Rodrigo André Klamt URI – Campus de Frederico Westphalen ___________________________ Prof. Me. Thaís Aquino dos Santos UFSM – Santa Maria 3 Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos meus pais Claudinei e Enilda, a minha namorada, companheira de todas as horas e aos meus irmãos. 4 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente a Deus pela vida e pôr em todos os momentos guiar meus passos para que meus objetivos sejam alcançados. Aos meus pais, pelo exemplo de vida, amor, carinho e apoio incondicional dado a mim. A minha namorada, pelo amor, apoio, conforto e compreensão durante a realização deste. A minha família, irmãos e avós pelo carinho, apoio e incentivo dado a mim. Em especial a minha orientadora, Roberta Centofante, pelo conhecimento, paciência, e disponibilidade dedicados durante todo o decorrer do trabalho. Ao meu coorientador Rodrigo André Klamt, pelo conhecimento, paciência e auxílio dedicados a evolução deste trabalho. A professora Thaís Aquino, pela dedicação e participação na banca examinadora. A todos os meus amigos pelo apoio e compreensão. Aos meus colegas de trabalho que me apoiaram durante a realização deste, em especial minha colega Silvia e a Dona Lurdes Gemelli que é um exemplo de humildade e humanidade. 5 “(...) se os senhores da guerra mateassem ao pé do fogo, deixando o ódio pra trás, antes de lavar a erva, o mundo estaria em paz. ” (João Chagas Leite) 6 RESUMO O presente estudo visa realizar uma análise através da metodologia mecanicista de um trecho da BR-158 entre os municípios de Frederico Westphalen e Seberi, ambos no estado do Rio Grande do Sul, com a finalidade de comparar a partir dos dados estruturais e os volumes de tráfego da via no ano de início de operação (N_2014) e o volume futuro (N_2023) os quais serão extraídos do projeto original da via realizado pela concessionária Ecoplan – Skill, e para o volume atual (N_2017), para o qual serão consideradas as contagens disponibilizadas no Programa Nacional de Contagem de Tráfego (PNCT) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Afim então de obter através do módulo AEMC do software SISPAV a deformação de tração na fibra inferior do revestimento asfáltico (ε_t) e a deformação permanente no topo do subleito (ε_v). A partir dos valores obtidos para a deformação então verificar a resposta do pavimento N_ATR e N_FADIGA os quais serão calculados a partir dos modelos do Instituto do Asfalto dos Estados Unidos e de Franco, respectivamente, e posteriormente comparados com o número de solicitações adotados. Para a estrutura existente, pode-se concluir que a mesma resiste aos esforços solicitantes de tráfego na camada do subleito em todos os períodos de operação da via avaliados, apontando que possivelmente a mesma não sofrerá deformações permanentes na camada do subleito. Ainda pode-se observar que desde o primeiro ano de operação da via o N de fadiga é menor que o N de tráfego apontando uma provável ruptura por fadiga na camada de revestimento do pavimento. Portanto a principal conclusão a que se pode chegar em vista os resultados obtidos através das análises realizadas através do AEMC é de que a estrutura existente possivelmente irá primeiro romper devido a fadiga. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Tipos de eixos de veículos de carga brasileiros. ............................................. 17 Figura 2 - Distribuição de tensões em pavimento rígido e em pavimento flexível. ........ 24 Figura 3 - Camadas do Pavimento ................................................................................... 25 Figura 4 - Fluxograma método mecanístico de dimensionamento de pavimentos asfálticos. ......................................................................................................................... 28 Figura 5 - Tela de mensagem SisPav ............................................................................... 32 Figura 6 - Detalhe Menu principal ................................................................................... 33 Figura 7 - Tela inicial SisPav ........................................................................................... 33 Figura 8 - Tela Modelagem ............................................................................................. 34 Figura 9 - Janela Carregamento ....................................................................................... 35 Figura 10 - Janela Clima ............................................................................................ 36 Figura 11 - Janela Resultados ..................................................................................... 36 Figura 12 - Tela AEMC.............................................................................................. 37 Figura 13 - Localização dos municípios de Seberi e Frederico Westphalen.............. 39 Figura 14 - Trecho de análise BR-158 ....................................................................... 40 Figura 15 - Perfil do Trecho km 39.800 (unidades em cm). ...................................... 40 Figura 16 - Pontos de análise da estrutura .................................................................. 43 Quadro 1 - Peso Máximo por Eixo ................................................................................ 18 Quadro 2 - Configuração dos veículos por categoria................................................. 19 Quadro 3 - Número de eixos considerados em cada categoria .................................. 21 Quadro 4 - Fatores de equivalência de carga ASSHTO e USACE............................ 22 Quadro 5 - Fatores de distribuição médios (Fd). ....................................................... 23 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Contagem PNCT ............................................................................................. 45 Tabela 2 - Conversão dos Eixos .......................................................................................46 Tabela 3 - Expansão dos Eixos. ....................................................................................... 46 Tabela 4 - FEC – FV AASHTO ....................................................................................... 47 Tabela 5 - Número N ........................................................................................................ 47 Tabela 6 - Pontos e Deformações extraídos do AEMC para N 2014 ............................... 48 Tabela 7 - Pontos e Deformações extraídos do AEMC para N 2017 ............................... 48 Tabela 8 - Pontos e Deformações extraídos do AEMC para N 2023 ............................... 48 Tabela 9 - Valores de deformação 𝜀𝑡 e 𝜀𝑣. ...................................................................... 49 Tabela 10 - N de deformação permanente .................................................................. 49 Tabela 11 - N de fadiga............................................................................................... 50 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11 1.1. Contexto da pesquisa ................................................................................................. 12 1.2. Justificativa ............................................................................................................. 13 1.3. Objetivos ............................................................................................................. 14 Objetivo Geral .......................................................................................................................... 14 Objetivos Específicos ..................................................................................................................... 14 2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ........................................................................... 15 2.1. Tráfego ............................................................................................................. 15 Volume de tráfego ........................................................................................................................ 15 Tipos de veículos .......................................................................................................................... 16 Tipos de eixos .......................................................................................................................... 17 Peso Bruto Total Combinado ......................................................................................................... 17 Número de repetição de carga do eixo-padrão (N) ........................................................................ 18 2.2. Pavimentos ............................................................................................................. 23 2.3. Análise empírico-mecanicista de pavimentos flexíveis ................................................. 26 Instituto do Asfalto dos Estados Unidos - MS-1 ............................................................................. 30 Modelo de fadiga de Franco .......................................................................................................... 30 Análise empírico-mecanicista através de software ........................................................................ 31 2.4. Aderência entre as camadas do pavimento ................................................................. 38 3. METODOLOGIA ................................................................................................. 39 3.1. Dados analisados ........................................................................................................ 39 3.2. Determinação do trecho ............................................................................................. 39 3.3. Determinação dos dados de tráfego ............................................................................ 40 3.4. Período de projeto ..................................................................................................... 41 3.5. Método de dimensionamento..................................................................................... 41 3.6. Análise empírico-mecanicista ...................................................................................... 41 3.7. Método de análise dos resultados ............................................................................... 41 3.8. Análise de Tensões e Deformações através do módulo AEMC. ..................................... 41 3.9. Verificação da estrutura em relação aos modelos de deformação permanente e de fadiga. ............................................................................................................. 43 4. RESULTADOS ..................................................................................................... 45 4.1. Determinação Número N ............................................................................................ 45 Estudo de Tráfego ......................................................................................................................... 45 10 Cálculo FEC .......................................................................................................................... 46 Número N .......................................................................................................................... 47 4.2. Deformações através do AEMC ................................................................................... 47 4.3. Análise Mecanicista .................................................................................................... 48 Instituto do Asfalto dos Estados Unidos - MS-1 ............................................................................. 49 Modelo de fadiga de Franco .......................................................................................................... 49 5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 51 5.1. Sugestões para trabalhos futuros ................................................................................ 51 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 52 11 1. INTRODUÇÃO Segundo dados da Confederação Nacional de Transportes – CNT (2017), as rodovias brasileiras constituem o principal modo de transporte, sendo o segmento rodoviário, o de maior participação na matriz de transporte de cargas (61%). O transporte rodoviário atende as demandas de deslocamento de cargas desde a produção do setor primário aos produtos finais do setor secundário do país. Ainda conforme a CNT (2017), o Brasil possui 1.720.756 km de rodovias, sendo que apenas 211.468 km das mesmas são pavimentados, um representativo de 12,3% da extensão total. Conforme Senço (2008), o transporte rodoviário tornou a ganhar destaque entre os meios de transportes terrestres após sua evolução através da pavimentação, pois em 1825 com a inauguração da primeira estrada de ferro, construída por George Stephenson, incentivou inúmeros países também interessar-se por tal feito, transformando as rodovias existentes praticamente em terminais rodoviários. No Brasil a presença da indústria automobilística influenciou fortemente os investimentos em rodovias, tornando-as o principal modal de transporte. Para Bernucci et al. (2008), o objetivo principal da pavimentação é prover a trafegabilidade ao longo de todo o ano independente da época e condição climática, proporcionando ao usuário segurança e conforto ao rolamento. De acordo com Croney (1977 apud Bernucci et al. 2008), o pavimento se torna necessário uma vez que o solo natural não oferece resistência satisfatória para suportar a repetição de carregamentos semsofrer deformações significativas. A estrutura construída sobre o subleito, o pavimento, torna-se responsável por transmitir e dissipar as solicitações através de suas diversas camadas e ao subleito. Segundo Senço (2008), a pavimentação rodoviária traz diversos benefícios à comunidade em geral, dentre eles pode-se destacar: melhoria dos sistemas educacionais, sanitários e de segurança, aumento das condições de habitabilidade da região, aumento da circulação de bens, tornando assim o mercado mais competitivo, e com maior igualdade de preços, maior amplitude de mercado, aumento e redistribuição das populações urbanas, alterações das atividades comerciais e industriais, e ainda melhoria e redistribuição do mercado de trabalho. O autor também discorre sobre os benefícios gerados aos proprietários tais como acesso facilitado e garantido as propriedades, a valorização imobiliária, o embelezamento, sob diversos aspectos, das paisagens vizinhas, e a reaplicação das terras para fins produtivos. O mesmo ainda cita os benefícios gerados 12 aos poderes públicos, como melhoramento dos serviços públicos e aumento da arrecadação de impostos devido à valorização dos imóveis e aumento da produtividade. Bernucci et al. (2008) citam que os bens produzidos no Brasil podem ser competitivos durante a fase de produção, porém acabam perdendo competitividade quando se refere a infraestrutura de transportes, em decorrência de uma matriz modal deficiente, onde estradas que são o principal meio de escoamento da produção nacional, encontram-se em estado tal que tornam-se incapazes de suprir as necessidades do transporte de carga nacional. Os autores, ainda afirmam que tal realidade torna-nos pouco competitivo no mercado exterior e gera uma situação econômica nacional insustentável. A BR-158, também conhecida por BR-386, teve sua construção iniciada na década de 60, e desde então sofreu diversas intervenções a fim de prolongar sua vida útil, porém, nos últimos anos nota-se uma redução do período de vida útil das manutenções, percebendo o início do aparecimento de defeitos asfálticos em períodos cada vez mais reduzidos após a realização de manutenção na via. Tal fato instiga a curiosidade na investigação mais aprofundada com a finalidade de buscar as reais causas dos problemas apresentados não somente na BR-158, mas também em outras rodovias brasileiras, a fim de determinar a real condição da estrutura do pavimento. Cabe ressaltar que a metodologia de dimensionamento hoje adotada no Brasil, o método CBR, sofreu algumas alterações ao longo do tempo tendo sua primeira adaptação realizada pelo engenheiro Murilo Lopes de Souza, no ano de 1966, e revisada pela última vez em 1981. 1.1. Contexto da pesquisa A estrutura do pavimento é a responsável pela dissipação dos esforços provocados pelo tráfego de veículos sobre o mesmo. As características estruturais estão conectadas ao desempenho do pavimento, com o tempo de vida útil da via, e qualidade e conforto de rodagem. O tema proposto busca investigar um trecho da rodovia BR-158, sendo que a mesma vem sofrendo diversas intervenções de recuperação através dos anos, porem cada vez mais nota-se a redução do período útil do pavimento, os quais acabam acusando defeitos com períodos cada vez mais reduzidos. Em diversas rodovias brasileiras encontram-se situações parecidas com a existente na BR-158, em que a estrutura apresenta diversos defeitos em períodos reduzidos após a 13 realização da manutenção do pavimento. Conforme pesquisa da CNT (2017), durante o ano de 2016, 58,2% das rodovias brasileiras apresentavam estado regular, ruim ou péssimo. Ainda de acordo com os dados apurados de 2015 para 2016 ocorreu um aumento no número de Pontos Críticos (trechos com buracos grandes, quedas de barreiras, pontes caídas e erosões), passando de 327 para 414 ocorrências. O presente estudo visa analisar através da metodologia de análise mecanicista um trecho da BR-158 entre os municípios de Frederico Westphalen e Seberi, ambos no estado do Rio Grande do Sul, com a finalidade de comparar a partir dos dados estruturais e os volumes de tráfego da via no ano de início de operação (𝑁2014) e o volume futuro (𝑁2023) os quais serão extraídos do projeto original da via realizado pela concessionária Ecoplan – Skill, e para o volume atual (𝑁2017), para o qual serão consideradas as contagens disponibilizadas no Programa Nacional de Contagem de Tráfego (PNCT) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Afim então de obter através do módulo AEMC do software SISPAV a deformação de tração na fibra inferior do revestimento asfáltico (𝜀𝑡) e a deformação permanente no topo do subleito (𝜀𝑣). A partir dos valores obtidos para a deformação então verificar a resposta do pavimento 𝑁𝐴𝑇𝑅 e 𝑁𝐹𝐴𝐷𝐼𝐺𝐴 os quais serão calculados a partir dos modelos do Instituto do Asfalto e de Franco, respectivamente, e posteriormente comparados com o número de solicitações adotados. 1.2. Justificativa Conforme Bernucci et al. (2008), o pavimento asfáltico estrutura-se em sistemas de camadas assentes sobre uma fundação, o subleito. Os mesmos autores ainda frisam que o comportamento de cada uma dessas camadas depende de suas respectivas espessuras, rigidez e ainda a interação entre cada uma delas. De acordo com Balbo (2007), o recapeamento como restauração do pavimento asfáltico é admissível até uma determinada condição do mesmo, e que com a ausência de manutenção naquele período, o pavimento acabará sofrendo com degradação tão intensa, que a sua reconstrução seja ela parcial ou total, se tornará inevitável em curto período de tempo. A BR-158 é uma das principais responsáveis pelo escoamento da produção da região do Alto Uruguai, realizando a ligação da região com outras cidades e pólos do estado. Para Zanchet (2013), a densidade de fluxo e os nós de conexões existentes na BR- 14 386 a tornam uma importante rodovia regional e nacional tornando a mesma de suma importância para o desenvolvimento regional. 1.3. Objetivos Objetivo Geral Analisar através da metodologia empírico-mecanicista um trecho da BR-158 entre os municípios de Frederico Westphalen e Seberi, ambos no estado do Rio Grande do Sul, com a finalidade de comparar a estrutura existente na mesma em relação a deformação permanente e à fadiga. Objetivos Específicos Extrair os dados existentes em relação a estrutura do pavimento do projeto original do trecho da BR-158. Definir através dos dados existentes do projeto original o volume de tráfego da via para os anos de 2014 (ano de abertura) e 2023 (ano final do projeto). Definir atráves do Plano Nacional de Contagem de Tráfego o volume da via para o ano de 2017. Analisar a estrutura existente através do programa SisPav, em relação a fadiga, para os volumes de tráfegos definidos. Analisar a estrutura existente através do programa SisPav, em relação a deformação permanente, para os volumes de tráfegos definidos. 15 2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 2.1. Tráfego De acordo com Klamt (2014) o tráfego rodoviário é composto por veículos de variadas configurações e amplitudes de cargas. De modo que o conhecimento adequado de suas propriedades se torna de suma importância para o estudo do desempenho de pavimentos, rígidos e flexíveis, assim como dos danos causados a essa estrutura. Volume de tráfego Uma das principais propriedades a ser determinada é volume de tráfego, o qual é definido como sendo o número de veículos que atravessam uma determinada seção transversal de uma via na unidade tempo, e assim, para que o volume possa ser determinado, se faz necessário conhecer a composição do tráfego, ou seja, a proporção de cada tipo de veículo no fluxo de tráfego tendo em vista as diferenças existentes entre as configurações doscaminhões e ônibus. Dessa forma para determinar o volume de tráfego faz-se necessárias as contagens volumétricas classificatórias. De acordo Fontenele (2011), o Volume Diário Médio (VDM), em geral é obtido embasado no cálculo de 365 dias, a fim de considerar todas as variações do tráfego que faz uso da via, considerando todos os veículos em ambos os sentidos desta. Tal volume então define-se como Volume Diário Médio Anual (VDMA). O melhor modo de determinar os volumes é através de contagens volumétricas classificatórias in situ, porem apenas em vias já existentes. A autora ainda afirma que as contagens in situ são em geral realizadas em períodos de sete dias, durante 24 horas, através de equipamentos automatizados instalados na pista, ou através de método visual com registro em formulário especifico. De acordo com DNIT (2006a) as contagens volumétricas para estudos em áreas rurais classificam-se em contagens globais, contagens direcionais e contagens classificatórias. As contagens globais registram o número de veículos que percorrem um trecho de via, sem considerar o seu sentido, agrupando-os uma classe geral. São utilizadas para o cálculo de volumes diários, elaboração de mapas de fluxo e determinação de tendências de tráfego. 16 Ainda segundo DNIT (2006a), as contagens direcionais registram a quantidade de veículos por sentido do fluxo e são utilizadas a fim de determinar a capacidade, os intervalos de sinais, justificar controles de trânsito, prever faixas adicionais, etc. As contagens classificatórias por sua vez são registradas o volume de veículos para seus vários tipos ou classes, esse tipo de contagem é utilizada para o dimensionamento estrutural e projeto geométrico de rodovias e interseções, determinação da capacidade, determinação de benefícios aos usuários, assim como determinar os fatores de correção para as contagens mecânicas. Tipos de veículos Devido à reduzida divergência entre os veículos – tipo nacionais e os americanos, DNIT (2005) definiu como sendo cinco os tipos básicos de veículos de projeto, conforme seguem: Veículo de passageiros (VP): representa os veículos leves, com geometria e operacionalidade similares ao automóvel, incluindo minivans, utilitários, pick-ups e similares. Veículo comercial rígido (CO): grupo que representa os veículos comerciais rígidos, ou seja, não articulados. Abrangem os caminhões e ônibus convencionais, normalmente de dois eixos e quatro a seis rodas. Ônibus de longo percurso (O): representa os veículos comerciais rígidos de maiores dimensões. Entre estes, ônibus urbanos longos, ônibus de longo percurso e de turismo, assim como caminhões longos, em geral com três eixos, e de maiores dimensões que o veículo CO básico. Seu comprimento aproxima-se do limite máximo legal admissível para veículos rígidos. Semirreboques (SR): composto pelos veículos comerciais articulados, compostos de uma unidade tratora simples (cavalo mecânico) e um semi- reboque. Seu comprimento aproxima-se do limite máximo legal para veículos dessa categoria. Reboques (RE): veículos comerciais com reboque. Compostos de um caminhão trator trucado, um semirreboque e um reboque, e que mais se aproxima do veículo conhecido como bitrem. Seu comprimento é o máximo permitido pela legislação. 17 Tipos de eixos DNIT (2006a) divide os eixos rodoviários em dois tipos: o isolado, também chamado de eixo simples, e os em conjunto, designados de eixos em tandem. Os mesmos ainda podem possuir uma roda em cada uma de suas extremidades (roda simples) ou duas rodas (rodas duplas). Os eixos acima citados são representados na Figura 1. Figura 1 - Tipos de eixos de veículos de carga brasileiros. Fonte: Adaptada de DNIT (2012). Peso Bruto Total Combinado Conforme Franco (2007) no Brasil existe variadas configurações de carga, cada vez com maior capacidade para transportar mais peso. Segundo o mesmo a legislação nacional de transito limita o peso máximo o qual cada eixo pode carregar e, também, o Peso Bruto Total (PBT) dos veículos. Conforme DNIT (2012), o PBT de um veículo é o peso máximo que o mesmo transmite ao pavimento, sendo composto pela soma da tara e da carga deste, já o Peso Bruto Total Combinado (PBTC) é o peso máximo transmitido ao pavimento obtido pela soma dos pesos brutos das unidades que compõem o mesmo. Fernandes Jr. (1994 apud Klamt 2014) afirma que a causa da deterioração dos pavimentos é a carga por eixo, não existindo uma relação direta entre PBTC e o desempenho dos pavimentos. Ainda os veículos pesados podem causar poucos danos aos pavimentos, contanto que ocorra a distribuição adequada da carga total por um número suficiente de eixos. Klamt (2014) também ressalta que além dos pavimentos, o trafego de veículos comerciais é ocasiona o maior impacto nas pontes e viadutos. O excesso de carga causa 18 graves avarias às estruturas e superfícies pavimentadas, de modo a causar significativa redução em seu ciclo de vida útil, até mesmo, em viadutos e pontes, podendo causar o colapso. As cargas máximas legais por eixo de acordo com as resoluções 210/2006 e 502/2014 do CONTRAN e pela Lei 13.103 de 2015 as cargas e os limites legais por eixo são apresentadas no Quadro 1. Ainda de acordo com a Lei 13.103 de 2015 além do limite do peso bruto por eixo deve ser respeitado o limite de peso bruto total da combinação (PBTC) o qual não deve ser superior a 5%. Quadro 1 - Peso Máximo por Eixo Eixo CARGA (kg) TOLERÂNCIA (10%) ESRS 6.000 7.700 ESRD 10.000 12.100 ETD 17.000 18.700 ETT 25.500 28.050 Fonte: Adaptado de DNIT (2012) Número de repetição de carga do eixo-padrão (N) O número “N”, é o número de repetições dos eixos dos veículos equivalentes às solicitações do eixo padrão rodoviário de 8,2 tf durante o período de vida útil do pavimento. Balbo (2007), traz a expressão geral de cálculo para determinação do número de repetições equivalentes do eixo-padrão (N) como sendo a apresentada na Equação 1. 𝑁 = 365 𝑥 𝑉𝐷𝑀 𝑥 ( (1+𝑃.𝑡)2−1 2.𝑡 ) 𝑥 𝐹𝑣 𝑥 𝐹𝑓 𝑥 𝐹𝑠 𝑥 𝐹𝑑 𝑥 𝐹𝑐 (1) Onde, conforme Balbo (2007): N (número de repetições do eixo-padrão) = número total de repetições equivalentes do eixo padrão com 8,2 tf. VDM (volume diário médio) = volume total de veículos que passa por uma seção completa da via. 19 FV (fator de veículo) = como sendo o somatório de todas as equivalências de operações dos eixos previstos em projeto dividido por 100; Ff (fator de frota) = a fração de veículos comerciais do volume diário médio; Fs (fator de sentido) = a fração numérica que reduz o volume total para a pista de projeto; Fd (fator de distribuição) = a fração numérica que reduz o volume para a faixa de projeto. Fc (Fator de Clima) = Fator regional O volume diário médio conforme apresentado anteriormente, é o volume de veículos solicitantes de uma seção transversal da rodovia, de acordo com Klamt (2014) na determinação do VDM são considerados veículos comerciais das categorias 2, 4, 6, 8, 10, 11, 12 e 15, de acordo com o Quadro 2, sendo os demais veículos considerados de passeio. Quadro 2 - Configuração dos veículos por categoria. CATEGORIA TIPO EIXOS RODAGEM MODELO 1 Automóvel; Camionete; Furgão. 2 2 Caminhão leve; Furgão; Caminhão-trator. 2 3 Automóvel com semirreboque; Caminhonete c/ semirreboque. 3 4 Caminhão; Caminhão- trator; Caminhão-trator c/ semirreboque; Ônibus; 3 5 Automóvel com reboque; Caminhonete com reboque; 4 20 CATEGORIA TIPO EIXOS RODAGEM MODELO 6 Caminhão c/ reboque; Caminhão-trator com semirreboque 4 7 Caminhão c/ reboque; Caminhão-trator com semirreboque 5 8 Caminhão c/ reboque; Caminhão-trator com semirreboque 6 10 Caminhão c/ reboque; Caminhão-trator comsemirreboque 7 11 Caminhão c/ reboque; Caminhão-trator com semirreboque 8 12 Caminhão c/ reboque; Caminhão-trator com semirreboque 9 15 Caminhão c/ reboque; Caminhão-trator com semirreboque 10 Fonte: adaptado de KLAMT, 2014. Outro fator importante é o Fator de Veículo (FV), o qual decompõe uma configuração de eixo qualquer, em uma quantidade de solicitações de eixo padrão de 8,2tf que causaria o mesmo efeito destrutivo no pavimento, para que tal fato ocorra faz-se 21 necessário o cálculo do fator de equivalência de carga (FEC). A Equação (2) é empregada para a determinação do fator de veículos. 𝐹𝑉 = ∑ (𝑝𝑖(%)×𝐹𝐸𝐶𝑖,𝑝) 𝑛 𝑖=0 100 (2) Onde pi(%) representa a porcentagem de veículos comercias com a configuração de eixo da amostra. Klamt (2014) ainda afirma que para a determinação do FEC, deve ser realizada a divisão de cada conjunto de eixo, onde é possível separar cada eixo em: ESRS, ESRD, ETD e ETT. O Quadro 3, com base nas categorias comercias do Quadro 2, apresenta a quantidade de eixos considerada em cada uma. Quadro 3 - Número de eixos considerados em cada categoria Categoria Número de Eixos Eixos de Veículos ESRS ESRD ETD ETT 2 2 1 1 0 0 4 3 1 0 1 0 6 4 1 1 1 0 7 5 1 1 0 1 8 6 1 0 1 1 10 7 1 2 2 0 11 8 1 2 1 1 12 9 1/ 1 2 1 15 10 1 3 3 0 Fonte: Adaptado de DNIT, 2006a. Para a determinação do FEC, deve ser adotada uma projeção de crescimento de tráfego a mais utilizada no Brasil é a Equação 3 de projeção geométrica, obtida no manual de estudos de tráfego do DNIT. 𝑉𝑛 = 𝑉𝑜(1 + 𝑎) 𝑛 (3) Onde: 22 Vn= volume de tráfego no ano “n” Vo= Volume de tráfego no ano base a= taxa de crescimento anual n= número de anos decorridos após o ano base Ainda para a determinação do FEC, conforme DNIT 2006a, são empregadas as equações da USACE, e as equações da ASSHTO variando conforme a finalidade do dimensionamento, o Quadro 4 apresenta essas equações. Quadro 4 - Fatores de equivalência de carga ASSHTO e USACE. Tipos de Eixo Faixas de Carga (t) Equações USACE (P em tf) Equações ASSHTO (P em KN) ESRS 0-8 𝐹𝐶 = 2,0782𝑥10−4𝑥𝑃^4,0175 𝐹𝐶 = ( 𝑃 76,20 ) 4,32 ≥8 𝐹𝐶 = 1,8320𝑥10−6𝑥𝑃^6,2542 ESRD - 𝐹𝐶 = ( 𝑃 80,12 ) 4,32 ETD 0-11 𝐹𝐶 = 1,5920x10−4xP3,472 𝐹𝐶 = ( 𝑃 147,88 ) 4,14 ≥11 𝐹𝐶 = 1,5280x10−5xP5,484 ETT 0-18 𝐹𝐶 = 8,0359𝑥10^ − 5𝑥𝑃43,3549 𝐹𝐶 = ( 𝑃 225,06 ) 4,22 ≥18 𝐹𝐶 = 1,3229𝑥10−7𝑥𝑃5,5789 Fonte: Adaptado de DNER PRO 159/85 (1985) e DNIT (2006a) Onde P é o peso bruto total sobre o eixo. O fator de frota (Ff) de acordo com Fernandes (2016), é a relação entre o VDM e o VDM de veículos comercias. Outro fator que tem como finalidade definir a porcentagem de veículos que trafegam em um sentido, é Fs. O qual para rodovias unidirecionais adota-se o valor de 1,0. Já para vias bidirecionais considera-se a metade do volume dos veículos que trafegam em um sentido, adotando-se o valor de 0,5. Afim de definir a percentagem de veículos comercias que trafegam pela faixa mais carregada adota-se o fator de distribuição (Fd), de acordo com Klamt (2014), geralmente esta faixa é a da direita. Ainda segundo o mesmo, para definição deste fator são obtidos os números de faixas por sentido de cada rodovia. No Quadro 5 são apresentados os fatores médios definidos pelo DNIT (2006). 23 Quadro 5 - Fatores de distribuição médios (Fd). N. Faixas/Sentido Fd (DNIT) 1 1,0 2 0,7 – 0,96 3 ou mais 0,5 – 0,96 Fonte: Adaptado de Klamt (2014) Por fim, se tem o fator climático ou regional (Fc), Conforme Souza (1966 apud Coutinho 2011) o fator climático regional é empregado a fim de considerar as variações de umidade dos materiais empregados na estrutura do pavimento. O seu valor pondera o número N e varia entre 0,2 (para baixos teores de umidade) a 5,0 (momento em que os materiais se encontram praticamente saturados). No Brasil, de acordo com DNIT (2006a), em face a pesquisas desenvolvidas pelo IPR/DNER, se tem sido adotado FR= 1,0. 2.2. Pavimentos Segundo Oliveira (2003), o pavimento é uma estrutura, composta por um sistema de camadas de espessuras finitas (layered system) com a função de distribuir satisfatoriamente os esforços verticais provenientes do tráfego ao terreno sobre o qual se assenta (subleito), e resistir aos esforços horizontais atuantes na sua camada superficial oferecendo aos usuários condições de segurança e trafegabilidade. O autor ainda afirma, que tal estrutura deverá ser idealizada com a melhor qualidade e o menor custo e ainda suas qualidades deverão manter-se inalteradas sob qualquer condição climática. De acordo com Bernucci et al. (2008), o comportamento estrutural depende da espessura de cada uma das camadas, da rigidez destas e do subleito, bem como a interação entre as diferentes camadas do pavimento. A engenharia rodoviária subdivide as estruturas de pavimentos segundo a rigidez do conjunto: em um extremo, têm-se as estruturas rígidas e, no outro, as flexíveis. A diferença entre os pavimentos está na resposta estrutural apresentada pelos mesmos. Conforme Francisco (2012) os pavimentos flexíveis conduzem uma maior concentração de tensões no solo de fundação, em decorrência da flexibilidade das camadas superiores, em geral constituídas por material betuminoso. Já os pavimentos rígidos, de acordo com a mesma, possuem uma maior distribuição de tensões no solo de 24 fundação, sendo a tensão máxima menor quando comparada com a tensão máxima dos pavimentos flexíveis, como pode ser verificado na Figura 2. Figura 2 - Distribuição de tensões em pavimento rígido e em pavimento flexível. Fonte: Adaptada de Balbo (2007). Conforme Balbo (2007), dimensionar o pavimento consiste em determinar espessuras de camadas e os tipos de materiais a serem empregados em sua construção, concebendo assim uma estrutura capaz de oferecer suporte a um volume de tráfego pré- estabelecido, considerando as condições climáticas locais, e ofertando desempenho desejável para as suas funções. Mattos (2014), também destaca que o dimensionamento de um pavimento consiste em determinar as espessuras de camadas e quais materiais deverão ser empregados em sua construção, de modo com que a estrutura seja capaz de atender aspectos estruturais e funcionais. O dimensionamento adequado, segundo Franco (2007), visa garantir que a repetição da passagem dos eixos dos veículos não causem o trincamento demasiado da camada de revestimento por fadiga durante o período de vida do projeto e, ainda, assegurar que as espessuras das camadas de sua estrutura, bem como suas propriedades, sejam adequados a fim de tornar mínimo as implicações do afundamento da trilha de roda (acúmulo excessivo de deformação permanente), considerando a compatibilidade entre as deformabilidades dos materiais. Conforme Balbo (2007) existem diversos métodos de dimensionamento que foram desenvolvidos ao longo do tempo, os mesmos são divididos em empíricos, semi-empíricos e empíricos-mecanistas. A existência de distintos métodos de dimensionamento pode ser atribuída às diversas condições ambientais, geológicas, pedológicas e de tráfego, além de diferentes opiniões entre técnicos. O principal método em utilização no Brasil é o Método antigo DNER, atual DNIT, também conhecido por método CBR, devido a utilização do índice CBR como um dos 25 parâmetros para o dimensionamento da estrutura do pavimento. O método CBR é atribuído segundo Balbo (2007), ao engenheiro americano O. J. Porter, do California Division of Highways (CDH), o qual se tornou o primeiro método de dimensionamento de pavimentos flexíveis criado sobre bases estritamente empíricas, com grande escala de avaliações experimentais e laboratoriais. A segunda guerra mundial tornou-se o estopim para a consolidaçãodo critério CBR, o contato de engenheiros brasileiros, com o corpo de engenheiros do exército americano, de acordo com Bernucci et al. (2008), fez-se difundir para o Brasil o método CBR, método esse utilizado em larga escala durante a segunda guerra para a construção de pistas de aeroportos, devido ser considerado um método simples, rápido e eficiente de avaliação da capacidade portante dos solos. O método CBR atualmente utilizado no Brasil foi adaptado pelo engenheiro e professor Murilo Lopes de Souza do Instituto Militar de Engenharia (IME) no Rio de Janeiro, em meados de 1960, sendo sua última edição lançada em 1981 e vigente até os dias atuais. O mesmo utiliza a resolução de uma sequência de inequações a fim de definir as espessuras das camadas do pavimento conforme Figura 3. Figura 3 - Camadas do Pavimento Fonte: Adaptada Balbo (2007). Onde: R: espessura da camada de revestimento; B: espessura da camada de base; H20: espessura de pavimento necessária para proteger a camada de sub- base; h20 espessura da camada de sub-base; 26 Hn: espessura de pavimento necessária para proteger a camada de reforço do subleito; hn: espessura da camada de reforço do subleito; Hm: espessura total de pavimento necessária para proteger o subleito. De modo a agilizar e facilitar o processo de dimensionamento de um pavimento, Bezerra Neto (2004) define em três etapas a serem seguidas para o projeto de pavimentos flexíveis através do método de dimensionamento do DNER, sendo as mesmas: a definição dos materiais a serem empregados na execução do pavimento, a determinação do volume de tráfego da via ao decorrer de sua vida útil, e o dimensionamento em si. 2.3. Análise empírico-mecanicista de pavimentos flexíveis De acordo com Franco (2007) a precisão da modelagem mecanística-empírica provém da constante busca de desenvolver projetos de pavimentação melhores, em termos de eficácia estrutural, empregando materiais, sobre os quais o desempenho em campo não se tem conhecimento satisfatório, e ainda analisar, os resultados das condições ambientais e de tráfego, díspares daquelas as quais os Métodos Empíricos, empregados no Brasil, foram desenvolvidos. Segundo Coutinho (2011) a metodologia mecanística-empírica (ME) dispõe da habilidade de definir e avaliar os pavimentos conforme as suas diferentes particularidades, assim, potencializando a performance funcional e estrutural do pavimento. Essa caraterística da metodologia ME tornasse extrema relevância atualmente, pois, hoje, a composição do tráfego rodoviário é mais diversificada do que décadas atrás, entre outros aspectos. Bezerra Neto (2004), discorre que um método é determinado mecanístico, quando utiliza uma teoria a fim de antever as tensões e deformações advindas do tráfego e do clima, e busca compatibiliza-las com as tensões resistentes dos materiais. Para Franco (2007), o correto dimensionamento de um pavimento asfáltico busca garantir que a repetição da passagem dos eixos dos veículos, não causarão o trincamento excessivo da camada de revestimento em decorrência de fadiga, durante o período de vida do projeto. Ainda afirma que o correto dimensionamento visa garantir que as espessuras e propriedades das camadas que o compõem sejam capazes de reduzir os efeitos provocados pelo afundamento de trilha de roda, o qual também pode ser definido como acumulo excessivo de deformação permanente. 27 Klamt (2014), discorre que atualmente dois métodos de dimensionamento de pavimentos são utilizados, sendo eles, o método semi-empírico, e o método empírico- mecanicista, demonstrando que o dimensionamento dos pavimentos vem assumindo novos rumos com o decorrer do tempo. De acordo com DNIT (2006), o método de dimensionamento do DNER, baseado no método original do USACE (United States Army Corps of Engineers), e o da AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials), dimensionam a estrutura do pavimento de modo a proteger o subleito contra a geração de deformações plásticas excessivas durante o período de projeto. Porém, o mesmo deve ser complementado através de análises que admitam considerar, no dimensionamento, o problema de trincamento por fadiga das camadas asfálticas. DNIT (2006b) ainda discorre que para tal finalidade, o processo mais eficaz é a utilização de modelos de previsão de desempenho do tipo mecanístico-empírico, em decorrência do seu amplo campo de aplicação, e devido estar embasados em propriedades mecânicas fundamentais dos solos e materiais de pavimentação. Klamt (2014), também cita que a análise empírico-mecanística visa encontrar uma solução mais apropriada aos projetos rodoviários, buscando disponibilizar uma análise o mais fidedigno possível da solicitação do trafego in loco, ou seja, para cada rodovia a qual se pretende executar um novo pavimento ou inclusive uma restauração. Medina e Motta (2005 apud Klamt 2014) descrevem um roteiro afim de realizar o dimensionamento empírico-mecanístico, o qual é apresenta a seguir: a) Definir o número N de projeto baseado em estudos de tráfego previsto para a via; b) Ensaiar os materiais que serão usados no subleito, a fim de obter os módulos de resiliência e as leis de deformação permanente, considerando nos ensaios as variações de umidade; c) Definir o módulo de resiliência a ser usado na mistura asfáltica em função da temperatura média esperada na região do projeto; d) Depois de estabelecidos os materiais, adotar uma estrutura inicial e estipular espessuras para cada camada de pavimento; e) Calcular, através de programas de cálculo empírico-mecanístico, o estado de tensões e deformações atuantes na estrutura, considerando como carga o eixo padrão; 28 f) Comparar os valores de tensões e deformações obtidos no cálculo com os critérios de ruptura estabelecidos em função do número N de projeto, usando, entre outros, curvas de fadiga; g) Verificar o afundamento de trilha de roda, previsto para o número N, considerando as contribuições de todas as camadas constituintes, comparando com valores admissíveis; h) Por fim, se os dois itens anteriores, (f) e (g), forem atendidos, considera-se o pavimento dimensionado. Caso um dos critérios não for atingido, alteram-se as espessuras e refazem-se todos os cálculos. Klamt (2014), afirma que a previsão da evolução do tráfego é uma das dificuldades encontradas durante o dimensionamento assim como a sua respectiva capacidade de destruição, aliada com a carência de metodologias apropriadas de dimensionamento fazem com que o Brasil, apresente problemas em suas rodovias, cada vez mais, causando desconforto e insegurança aos usuários A Figura 4 apresenta um fluxograma simplificado elaborado por Motta (1991), o qual é aplicável a diversos métodos ditos empíricos-mecanicistas. Figura 4 - Fluxograma método mecanístico de dimensionamento de pavimentos asfálticos. Fonte: adaptado de Motta (1991). Segundo Moura (2010) os principais defeitos estruturais comumente encontrados nos pavimentos com revestimentos asfálticos nas rodovias brasileiras são: o trincamento 29 por fadiga e a deformação permanente em trilha de roda. De acordo com Bordim (2010) os defeitos estruturais decorrem principalmente em função da aplicação de cargas elevadas e às ações do tráfego. Tais defeitos devem ser evitados, segundo Moura (2010), realizando-se um projeto estrutural adequado e um projeto de mistura asfáltica condizente com o projeto estrutural. De acordo com Bordim (2010) o afundamento do trilho de roda (ATR) é caracterizado pela depressão existente no revestimento, formadas ao longo da trajetória das rodas dos veículos, tal deformação acaba afetando não apenas o conforto e segurança dos usuários, assim como a dirigibilidade qualquer condição, podendo ocasionar a perda de aderência entre pneus – pavimentoem períodos chuvosos. Moura (2010) ainda afirma que o ATR trata-se de um problema de desempenho em pavimentos asfálticos, podendo ser definido como o acumulo de pequenas quantidades de deformação não recuperável resultante da aplicação de cargas dos veículos. De acordo com Klamt (2014) o ATR, é uma consequência da deformação permanente, sendo caracterizado afundamentos existentes no decorrer da trilha de roda e existência de irregularidades na face do pavimento as quais, dificultam a drenagem e concomitantemente aumentam a probabilidade de ocorrer uma aquaplanagem, trazendo consequências diretas na diminuição dos níveis de segurança e conforto de rolamento as rodovias. O autor ainda citada que diversos autores definem o ATR, como sendo um dos principias meio de ruptura do pavimento, devendo o mesmo ser considerado para o dimensionamento. De acordo com Bezerra Neto (2004) a recorrência das deformações elásticas ocasionadas pelos veículos em movimento é motivadora da ocorrência da fadiga das camadas betuminosas e cimentadas. Segundo o mesmo, a fadiga é o fenômeno de degradação estrutural, progressivo e localizado, o qual um material submetido a tensões ou deformações recorrentes, inferiores a sua resistência última, podendo resultar na fissuração ou ruptura completa do material após um número dito suficiente de repetições. Franco (2007) define que a ocorrência de fadiga nos materiais asfálticos e cimentados, decorre da repetição da aplicação das cargas procedentes do tráfego de veículos sobre os pavimentos. O autor ainda afirma que a fadiga é um importante fator a ser considerado para o bom dimensionamento de estruturas de pavimentos, o seu comportamento, portanto, além de ser bem conhecido deve ser devidamente caracterizado. 30 Instituto do Asfalto dos Estados Unidos - MS-1 De acordo com Klamt (2014), o afundamento do trilho de roda (ATR), é uma consequência da deformação permanente, sendo caracterizado afundamentos existentes no decorrer da trilha de roda e existência de irregularidades na face do pavimento as quais, dificultam a drenagem e concomitantemente aumentam a probabilidade de ocorrer uma aquaplanagem, trazendo consequências diretas na diminuição dos níveis de segurança e conforto de rolamento as rodovias. O autor ainda citada que diversos autores definem o ATR, como sendo um dos principias meio de ruptura do pavimento, devendo o mesmo ser considerado para o dimensionamento. O modelo de análise de deformações permanentes desenvolvido pelo Asphalt Institute dos Estados Unidos - MS-1 e reeditado em 1991, é utilizado para definir o número de solicitações que o pavimento irá resistir até possivelmente apresentar deformações permanentes em sua superfície. A equação do modelo obtida no manual de dimensionamento de pavimento de rodovias e ruas do Asphalt Institute dos Estados Unidos - MS-1 é apresentado na Equação 4: 𝑁𝑓 = 1,365. 10 −9. ( 1 𝜀𝑉 ) 4,47 (4) Onde: 𝑁𝑓 = é definido como o número de ciclos necessários até a ruptura devido a deformações permanentes nas trilhas de roda, calculado pela metodologia FEC/AASHTO; 𝜀𝑉 = deformação vertical no topo do subleito Modelo de fadiga de Franco Franco (2007) define que a ocorrência de fadiga nos materiais asfálticos e cimentados, decorre da repetição da aplicação das cargas procedentes do tráfego de veículos sobre os pavimentos, causando assim microfissuras na estrutura, as quais resultam na perda de rigidez do material. O acumulo das microfissuras ao longo do tempo ocorre até o rompimento do material. O autor ainda afirma que a fadiga é um importante fator a ser considerado para o bom dimensionamento de estruturas de pavimentos, o seu 31 comportamento, portanto, além de ser bem conhecido deve ser devidamente caracterizado. O modelo proposto por Franco (2007) para definir o número N de repetições as quais o pavimento irá resistir ao trincamento em decorrência da fadiga, foi desenvolvido com base no levantamento de dados dos ensaios de carga repetida da COPPE e outros publicados em diversos trabalhos técnicos e científicos a fim de obter os modelos de previsão de fadiga das misturas asfálticas. O modelo obtido para misturas asfálticas com ligantes convencionais é apresentado na Equação 5: 𝑁 = 𝑓𝑐𝑙. 1,904.10−6. ( 1 𝜀𝑡 ) 2,821 . ( 1 𝑀𝑅 ) 0,74 (5) Onde: 𝑁 = A vida de fadiga. 𝑓𝑐𝑙 = Fator Campo Laboratório. 𝜀𝑡 = É a deformação especifica de tração. 𝑀𝑅 = Módulo de resiliência da mistura asfáltica. Já o modelo proposto por Franco (2007) para misturas asfálticas com ligantes modificados por polímeros SBS ou EVA o modelo é representado conforme a Equação 6. 𝑁 = 𝑓𝑐𝑙. 4,455.10−7. ( 1 𝜀𝑡 ) 3,798 . ( 1 𝑀𝑅 ) 1,493 (6) Análise empírico-mecanicista através de software Conforme Senço (2008), desde que a informática apresentou seu emprego na resolução de problemas, em todas as áreas do conhecimento humano em que, de algum modo, fosse necessário o desenvolvimento de cálculo, desenho, organização, apresentação e outros aplicativos, a utilização de softwares para o dimensionamento de pavimentos tornou-se, a princípio, um objeto de pesquisa e, posteriormente, um caso de rotina. Segundo Balbo (2007), os critérios de dimensionamento fundamentados no método CBR e na perda de serventia, sendo o primeiro de natureza semiempírica e o segundo de natureza empírica, desconsideram, explicitamente, o fato das camadas de 32 revestimentos asfálticos e de bases e sub-bases, asfálticas ou cimentadas, trabalharem em flexão e ficarem assim sujeitas a esforços de tração na flexão e, assim, à fadiga. Um dos softwares mais difundidos e de fácil manuseio no Brasil de acordo com Klamt (2014) é o SisPav, criado por Franco (2007), na COPPE, no Rio de Janeiro. De acordo com Franco (2007), o desenvolvimento do software SisPav pretende aprimorar os projetos de pavimentação em relação a eficácia estrutural, adotando variados materiais cujo comportamento in situ não se tenha experiência suficiente, e avaliar, do mesmo modo, as condições ambientais e de tráfego distintas das implícitas no Método Empírico do DNER, o qual ainda adotado no país. De acordo com Klamt (2014), o objetivo do software SisPav é o de arranjar análises e dimensionamentos de estruturas de pavimentos de acordo com os conceitos relativos ao estado da arte da mecânica dos pavimentos. O autor ainda cita que uma das condições adotadas foi a de idealizar uma interface de simples emprego, com inserção de dados facilitada e com dados sugeridos para fins de anteprojeto. De acordo com Franco (2007), o SisPav foi concebi de modo que o mesmo “permita dimensionar mecanisticamente as espessuras das camadas com base nas informações detalhadas do tráfego, condições ambientais e das características dos materiais”. Ainda segundo o autor, para melhor visualização e controle das informações o Sispav foi dividido em cinco abas ou janelas principais, de modo com que os dados podem ser inseridos, editados ou removidos de modo simples e prático. O software ao ser iniciado apresenta uma tela de mensagem conforme apresentado na Figura 5, informando que deve ser utilizado apenas acadêmicos. Figura 5 - Tela de mensagem SisPav Fonte: Autor (2018). 33 De acordo com Franco (2007), para melhor visualização e controle das informações o Sispav foi dividido em cinco abas ou janelas principais, de modo com que os dados podem ser inseridos, editados ou removidos de modo simples e prático. A Figura 6 apresenta em detalhe as opções do menu principal, sendo elas, Projeto; Editar; Resultados e Ajuda. Figura6 - Detalhe Menu principal Fonte: Autor (2018). A tela Estrutura apresentada na Figura 7, tela inicial do software, apresenta como padrão uma estrutura inicial de quatro camadas, incluindo o subleito. Tal estrutura pode ser completamente alterada, sendo necessárias no mínimo três e, no máximo, oito camadas. Figura 7 - Tela inicial SisPav Fonte: Autor (2018) A tabela exibida na tela Estrutura, apresenta as informações resumidas das propriedades das camadas da estrutura do pavimento, sendo: Material, tipo, espessura, módulo e coeficiente de Poisson. Ainda o subleito é representado na última camada pela sigla SL, sendo sua espessura representada com um valor nulo. 34 O software SisPav, admite a entrada de até 8 camadas, limitando suas espessuras ao decorrer do dimensionamento entre 10 cm e 60 cm, com exceção da camada pavimento que varia entre 5 cm a 20 cm. Duas hipóteses podem ocorrer durante o dimensionamento, a estrutura selecionada atingir a espessura do limite inferior, ou atingir o limite superior. No primeiro caso significa que a estrutura suporta as condições de carregamento impostas, porém, ao atingir o limite de espessura superior é devido a estrutura não atender as condições de projeto. De acordo com Franco (2007), ao ocorrer qualquer uma das hipóteses acima citadas, sugere-se rever manualmente a estrutura, modificando as propriedades dos materiais, adicionando ou removendo camadas de modo a ajustar a nova estrutura aos requisitos de projeto. Na Figura 8 é apresentada a tela Modelagem, onde é possível alterar parâmetros a fim de otimizar os cálculos de dimensionamento dos pavimentos. De acordo com Franco (2007), o dimensionamento é dado como concluído quando o consumo do dano crítico, atingir o valor de 1 mais ou menos um valor de tolerância. Como padrão de tolerância o SisPav adota o valor de 2%. Figura 8 - Tela Modelagem Fonte: Autor (2018). Outro parâmetro editável, é o nível de confiabilidade do dimensionamento, o qual o software adota como valor padrão 50%. O projetista pode optar entre os valores de 50% 35 (parâmetros médios), 75%, 85%, 90% e 95%. Outro fator importante é o período de projeto o qual é definido pelo projetista, entre outras opções disponíveis. Na tela carregamento, Figura 9, o projetista tem a opção de inserir o valor de solicitações convertidas no eixo padrão rodoviário, ou inserir o número de solicitações de cada eixo, o qual o software irá avaliar cada configuração de eixo isoladamente. De acordo com Franco (2007), o software tem campos suficientes para inserção de até 50 configurações de eixos. O autor ainda ressalta que os tipos de eixos pré- definidos podem ser repetidos, permitindo assim variar o volume, a taxa de crescimento, o peso ou a pressão dos pneus. Ainda segundo o autor, ao decorrer da inserção dos eixos no sistema, o software calcula automaticamente o Número N equivalente de solicitações do eixo padrão, de acordo com o método do DNIT (2006a). Tal valor é atualizado sempre que houver alteração de informações como, peso, volume de tráfego, taxa de crescimento, período de projeto etc. pelo projetista. Figura 9 - Janela Carregamento Fonte: Autor (2018) Na versão a ser utilizada, 2.1.5.0 do Sispav, o software desconsidera os efeitos do clima no pavimento, devido ao nível de projeto estar configurado de modo padrão para “A”, e não permitir a alteração, conforme Figura 10. 36 Figura 10 - Janela Clima Fonte: Autor (2018) A Figura 11 apresenta então a última janela, resultados, a qual informa os valores obtidos para a estrutura calculada, sendo estes, de acordo com Franco (2007), os danos acumulados referentes aos modelos de deterioração internos mais os selecionados pelo projetista, distribuídos ao decorrer dos meses de análise e por tipo de configuração de eixo. Figura 11 - Janela Resultados Fonte: Autor (2018) 37 O software SisPav é constituído de uma ferramenta a qual permite realizar diferentes análises do pavimento, a ferramenta de Análise Elástica de Múltiplas Camadas (AEMC), é responsável pelo cálculo de tensões, deformações e deslocamentos existentes no pavimento. De acordo com Franco (2007), o AEMC processa os dados com base no programa JULEA, alterado para atender o formato de entrada de dados gerado pelo AEMC. Ainda conforme o autor, o software divide as camadas de desempenho elástico não linear em três subcamadas definindo os pontos de tensão na origem das coordenadas do carregamento (x=y=0,00m) e, verticalmente, no meio das subcamadas. De acordo com Franco (2007) o AEMC é um programa especifico para o cálculo de tensões, deformações e deslocamentos. O módulo AEMC foi desenvolvido por Franco (2007), durante sua tese de doutorado, como um componente do SisPav responsável pela análise elástica de múltiplas camadas (AEMC). O software AEMC possui uma única tela, Figura 12, onde são apresentados os dados da estrutura, a qual é previamente carregada do SisPav, sendo ainda necessário para cada camada informar o módulo de resiliência e o coeficiente de Poisson do material que a constitui. Ainda, deve-se selecionar o tipo de carregamento que se almeja analisar, sendo admitido a definição de valores como pressão de inflação de pneus, carga do eixo, ou ainda a carga de roda, coordenadas das rodas, ou a distância entre elas e entre eixos. Ainda podem ser definidos os locais os quais devem ser realizadas as análises de tensões, deformações e deslocamento do pavimento. A Figura 12 apresenta o AEMC. Figura 12 - Tela AEMC Fonte: Autor (2018) 38 2.4. Aderência entre as camadas do pavimento De acordo com Guimarães (2013), no dimensionamento de pavimentos asfálticos, as camadas são consideradas com propriedades elásticas constantes (módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson), carregamento uniformemente distribuído e, ainda, uma interface entre camadas aderidas completamente. A autora ainda afirma que a total aderência entre as camadas é um elemento que nem sempre ocorre no campo. Franco (2007) adotou para o SisPav com base na teoria da elasticidade algumas condições de aderência. De acordo com Scherer (2015) o SisPav considera a aderência entre as camadas da estrutura, variando entre totalmente aderida, correspondente ao valor “0”, para lisa ou sem aderência com valor (deslizamento) ao valor “100000”. Guimarães (2013) afirmar que a aderência entre as camadas do pavimento, e seu emprego em projeto e obra, está fortemente condicionada à durabilidade das soluções adotadas para recapeamentos, ou para estruturas de pavimentos novos. Segundo Shahin et. al. 1986; Uzan et al. (1978 apud Guimarães 2013) pesquisas apontam que a ausência de aderência entre camadas, seja devido ao excesso ou em decorrência da falta de pintura de ligação, que causa aumento de tensões na fibra inferior do nível superficial do revestimento. 39 3. METODOLOGIA 3.1. Dados analisados Para a realização deste trabalho foram utilizados os dados do tráfego disponíveis referente a BR-158. Os dados, e seus respectivos métodos de obtenção serão elencados a seguir. 3.2. Determinação do trecho O trecho de análise da estrutura do pavimento está localizado entre os municípios de Frederico Westphalen e Seberi ambos situados na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. As Figuras 13 e 14 apresentam a localização do trecho, e a Figura 15 apresenta o perfil estrutural existente no mesmo extraído do projeto da empresa Ecoplan- skill. Figura 13 - Localização dos municípios de Seberi e Frederico Westphalen. Fonte: Adaptada Google Earth (2018). 40 Figura 14 - Trecho de análise BR-158 Fonte: Adaptada Google Earth (2018). Figura 15 - Perfil do Trecho km 39.800 (unidades em cm). Fonte: Adaptado de Consórcio EcoPlan – Skill (2012). 3.3. Determinaçãodos dados de tráfego Para realizar a determinação do volume de tráfego da via foram consultados os dados de tráfego do ano de 2017 disponibilizados pelo Plano Nacional de Contagem de 41 Tráfego do DNIT. Posteriormente foi determinado o número de solicitações N através do método geométrico. 3.4. Período de projeto O período de projeto adotado considerou a abertura da via no ano 2018 e duração de 10 anos. 3.5. Método de dimensionamento O dimensionamento realizado pela concessionária Ecoplan-Skill, foi realizado a partir do método de projeto de pavimentos flexíveis DNER 667/22, também conhecido por método CBR, atualmente utilizado no Brasil. 3.6. Análise empírico-mecanicista Para esta etapa foi utilizado o auxílio da ferramenta AEMC do software SisPav, para realizar a análise da 𝜀𝑡 (deformação de tração na fibra inferior do revestimento) e da 𝜀𝑉 (deformação vertical no topo do subleito). Para realizar a estimativa do número N, foram utilizados os modelos de acordo com os principais dois fatores de degradação dos pavimentos flexíveis. 3.7. Método de análise dos resultados Após a determinação do perfil do trecho foram comparados o N Atual e o N extraído do projeto de execução da BR-158 desenvolvido pelo Consórcio Ecoplan-Skill no ano de 2010 e com última revisão no ano de 2012, e o N futuro para o ano de 2023 também extraído do projeto, através do software SisPav e do módulo AEMC. 3.8. Análise de Tensões e Deformações através do módulo AEMC. De acordo com Franco (2007) o AEMC é um programa especifico para o cálculo de tensões, deformações e deslocamentos. O módulo AEMC foi desenvolvido por Franco 42 (2007), durante sua tese de doutorado, como um componente do SisPav responsável pela análise elástica de múltiplas camadas (AEMC). Para determinar a resistência do pavimento em relação à fadiga e à deformação permanente foi realizada a análise da estrutura existente utilizando a ferramenta AEMC. Para a análise da estrutura foi considerada as camadas do pavimento aderidas entre si, carga de eixo igual a 8,2 ton, eixo padrão rodoviário, e pressão de inflação dos pneus igual 0,56 MPa. Para os coeficientes de Poisson utilizou-se os valores sugeridos por Balbo (2007), sendo: 0,35 para CA; 0,40 para camada de base e sub-base (BGS); 0,42 para a camada de reforço do subleito (laterita), e 0,45 para o subleito. Para o módulo de resiliência (MR) da camada de revestimento foram adotados os valores obtidos por Lehnen (2015), onde a mesma obteve um MR de 4540 MPa, para uma mistura de CAP 55/75. Para a camada de Base e sub-base, foram adotados os valores médios sugeridos por Balbo (2007), segundo o autor, para a camada de base de pavimentos flexíveis em brita graduada simples (BGS), é usual a utilização de valores entre 100 MPa a 250 MPa, e para camadas de BGS em sub-bases são considerados valores reduzidos, entre 60 MPa e 150 MPa. Para a camada de reforço do subleito constituída por laterita, foram adotados os valores obtidos através de pesquisas in situ realizadas Alvarez Neto (1998 apud Balbo 2007), onde o valor médio dos módulos de resiliência obtidos é de 130 MPa. Para a camada de subleito foi utilizada a Equação 7 definida por Preusler (1983 apud Balbo 2007) como sendo uma correlação entre CBR e MR. 𝑀𝑟 = 32,6 + 6,7 × 𝐶𝐵𝑅 [𝑀𝑃𝑎] (7) Portanto para a entrada de dados do Módulo de resiliência foram considerados MR revestimento igual a 4540 MPa, MR base igual a 200 MPa, MR sub-base igual a 150 MPa, MR reforço do subleito igual a 130 MPa e MR subleito igual a 146 MPa Para realizar a análise no software AEMC foram definidos os seguintes pontos verticais, na fibra inferior da camada de revestimento, a uma profundidade de 0,0799 m, ou seja, a 0,0001 m antes do termino desta camada, e na fibra superior da camada do subleito, a uma profundidade de 0,4999 m, ou seja, a 0,0001 m do início da camada. Os pontos horizontais, foram definidos a partir da configuração do eixo-padrão, sendo analisados os pontos no centro entre as rodas do eixo, na face interna de uma das rodas e no centro de uma das rodas do eixo conforme apresentado na Figura 16. 43 Figura 16 - Pontos de análise da estrutura Fonte: Autor (2018). Para a determinação do dano por fadiga como apresentado anteriormente, foram analisados os resultados obtidos nas colunas “Ex (m/m)” e “Ey (m/m)” do AEMC, sendo selecionado o maior valor em meio aos obtidos para os múltiplos pontos estudados da base asfáltica. O valor obtido então foi inserido no modelo para avaliação da deformação por fadiga proposto por Franco (2007) em sua tese de doutorado, o mesmo é apresentado na Equação 6. Já para a verificação da deformação permanente foram analisados os resultados obtidos na coluna “Ez (m/m)” do AEMC, sendo empregado o maior valor dentre os determinados para os pontos analisados do topo do subleito. O valor obtido foi então inserido no modelo para avaliação da deformação permanente do manual de dimensionamento de pavimento de rodovias e ruas do Asphalt Institute dos Estados Unidos - MS-1, reeditado em 1991, apresentado na Equação 4. 3.9. Verificação da estrutura em relação aos modelos de deformação permanente e de fadiga. Após realizado a análise da estrutura em relação ao modelo de deformação permanente do Asphalte Institute e do modelo de fadiga de Franco através dos resultados 44 obtidos no AEMC. Foi realizado então uma análise dos resultados obtidos do modelo de fadiga de Franco e do modelo de análise de deformação permanente do manual de dimensionamento de pavimento de rodovias e ruas do Asphalt Institute dos Estados Unidos - MS-1, reeditado em 1991, e comparado então os N’s obtidos com os N’s relativos aos períodos de análise, onde foi possível definir então se a estrutura sofrerá uma possível ruptura por fadiga ou então uma possível deformação permanente no decorrer de sua vida útil. 45 4. RESULTADOS 4.1. Determinação Número N Estudo de Tráfego Conforme apresentado anteriormente para a determinação do volume de tráfego da via foram utilizados os dados extraídos do PNCT do DNIT. A Tabela 1 apresenta os dados levantados através de um equipamento fixo automático de contagem continua, instalado no km 42 da BR 158, entre os dias 16 a 22 de agosto de 2017. Para fins de cálculo são considerados os veículos de cargas e ônibus sendo, portanto, o valor de VMD adotado de 1847. Tabela 1 - Contagem PNCT VEÍCULO Dia da Semana Q u ar ta 1 6 /0 8 /2 0 1 7 Q u in ta 1 7 /0 8 /2 0 1 7 S ex ta 1 8 /0 8 /2 0 1 7 S áb ad o 1 9 /0 8 /2 0 1 7 D o m in g o 2 0 /0 8 /2 0 1 7 S eg u n d a 2 1 /0 8 /2 0 1 7 T er ça 2 2 /0 8 /2 0 1 7 Automóvel 4939 5228 5831 4586 4283 5210 5059 Motocicleta 441 476 453 388 191 381 356 OUTROS 254 255 251 152 107 234 231 Cam. 9 eixos 48 49 49 65 73 52 34 Cam. 8 eixos 0 1 0 0 1 2 0 Cam. 7 eixos 235 198 232 172 196 147 200 Cam. 6 eixos 425 383 367 346 317 310 365 Cam. 5 eixos 99 90 98 88 62 91 88 Cam. 4 eixos 212 204 200 124 92 204 198 Onib. / Cam. 3 eixos 510 483 513 269 210 456 478 Onib. / Cam. 2 eixos 707 682 708 314 160 621 703 Total 7870 8049 8702 6504 5692 7708 7712 Fonte: Autor (2018). 46 Cálculo FEC Para a determinação do FEC, foi utilizado a relação do número de eixos dos veículos e o tipo de eixo, conforme extraído de Klamt (2014). A Tabela 2, apresenta a conversão da Tabela 1 aos tipos de eixos necessários para a determinação do FEC. Tabela 2 - Conversão dos Eixos Categoria Eixos de Veículos ESRS ESRD ETD ETT 1 0 0 0 0 2 3895 3895 0 0 3 0 0 0 0 4 2919 0 2919 0 5 0 0 0 0 6 1234 1234 1234 0 7 616 616 0 616 8 2513 0 2513 2513 10 1380 2760 2760 0 11 4 8 4 4 12 370 370 740 370 Total 12931 8883 10170 3503 Fonte: Autor (2018).Ainda para a determinação do FEC, foi realizada uma projeção de crescimento de tráfego geométrico, apresentada na Equação 3, obtida no manual de estudos de tráfego do DNIT e ajustada para o período em dias. A Tabela 3, apresenta os resultados obtidos. Tabela 3 - Expansão dos Eixos. Categoria Eixos de Veículos ESRS ESRD ETD ETT Projeção Geométrica 13325 9154 10480 3610 Fonte: Autor (2018). Por fim, os dados apresentados na Tabela 3 foram inseridos nas Equações da ASSHTO, Quadro 4, para a determinação do FEC e na Equação 2 para a determinação do FV, os resultados obtidos são apresentados na Tabela 4. 47 Tabela 4 - FEC – FV AASHTO N° de veiculos amostrados 13325 EIXOS Carga (KN) Quant pi(%) FC pi(%).fec ESRS 60,00 13325 100 0,36 35,61 ESRD 100,00 9154 68,70 2,61 178,97 ETD 170,00 10480 78,65 1,78 140,06 ETT 255,00 3610 27,90 1,69 45,89 FV 4,01 Fonte: Autor (2018). Número N Para determinação do número N, foi adotada a fórmula de crescimento linear do tráfego, apresentada na Equação 1. A Tabela 5 apresenta os valores para o N atual e o N de dimensionamento da estrutura existente considerando os valores do primeiro ano de projeto, e o N de projeto ao décimo ano de funcionamento da via, extraído do projeto da Ecoplan-Skill. Tabela 5 - Número N Ano Número N 2014 2,40E+06 2017 2,83E+06 2023 3,13E+06 Fonte: Autor (2018). 4.2. Deformações através do AEMC Para determinar a resistência do pavimento em relação à fadiga e à deformação permanente foi realizada a análise da estrutura existente utilizando a ferramenta AEMC. Para tal foi realizada a verificação das deformações da estrutura em Ex, Ey e Ez, considerando as camadas aderidas entre si. Os valores obtidos de deformações para o volume de tráfego no início da operação da via após restauração no ano de 2014, para o 48 volume de tráfego atual e para o décimo ano de funcionamento da via são apresentados nas Tabelas 6, 7 e 8, respectivamente. Tabela 6 - Pontos e Deformações extraídos do AEMC para N 2014 Eixo Ponto X(cm) Y(cm) Z(cm) Ex (m/m) Ey (m/m) Ez (m/m) 1 32,4 0 7,99 0,000047 -0,000138 0,000059 2 16,2 0 7,99 -0,000179 -0,000267 0,000265 3 0 0 7,99 0,000038 -0,000249 0,000132 4 32,4 0 49,99 -0,000049 -0,000105 0,000204 5 16,2 0 49,99 -0,000095 -0,000128 0,000284 6 0 0 49,99 -0,000112 -0,000136 0,000314 Fonte: Autor (2018). Tabela 7 - Pontos e Deformações extraídos do AEMC para N 2017 Eixo Ponto X(cm) Y(cm) Z(cm) Ex (m/m) Ey (m/m) Ez (m/m) 1 32,4 0 7,99 0,000047 -0,000138 0,000059 2 16,2 0 7,99 -0,000179 -0,000267 0,000265 3 0 0 7,99 0,000038 -0,000249 0,000132 4 32,4 0 49,99 -0,000049 -0,000105 0,000204 5 16,2 0 49,99 -0,000095 -0,000128 0,000284 6 0 0 49,99 -0,000112 -0,000136 0,000314 Fonte: Autor (2018). Tabela 8 - Pontos e Deformações extraídos do AEMC para N 2023 Eixo Ponto X(cm) Y(cm) Z(cm) Ex (m/m) Ey (m/m) Ez (m/m) 1 32,4 0 7,99 0,000047 -0,000138 0,000059 2 16,2 0 7,99 -0,000179 -0,000267 0,000265 3 0 0 7,99 0,000038 -0,000249 0,000132 4 32,4 0 49,99 -0,000049 -0,000105 0,000204 5 16,2 0 49,99 -0,000095 -0,000128 0,000284 6 0 0 49,99 -0,000112 -0,000136 0,000314 Fonte: Autor (2018). 4.3. Análise Mecanicista Os valores de 𝜀𝑡 e 𝜀𝑣, são obtidos nas Tabelas 6, 7 e 8. Para 𝜀𝑡, análise da deformação de tração na fibra inferior do revestimento asfáltico, é selecionado o maior 49 dos valores das colunas Ex e Ey, para os pontos da camada . Já para 𝜀𝑣, deformação permanente no topo do subleito, seleciona-se o maior valor da coluna Ez entre os pontos na camada. A Tabela 9 apresenta os valores de 𝜀𝑡 e 𝜀𝑣. Tabela 9 - Valores de deformação 𝜀𝑡 e 𝜀𝑣. N de tráfego 𝜀𝑡 𝜀𝑣 2,40𝐸 + 06 [-0,000267] 0,000314 2,83𝐸 + 06 [-0,000267] 0,000314 3,13𝐸 + 06 [-0,000267] 0,000314 Fonte: Autor (2018). Instituto do Asfalto dos Estados Unidos - MS-1 Para realizar a análise de deformação permanente da estrutura do pavimento, foi adotado o modelo do Asphalt Institute dos Estados Unidos - MS-1, Equação 4, os resultados obtidos são apresentados na Tabela 10. Tabela 10 - N de deformação permanente N de tráfego 𝜀𝑣 (m/m) 𝑁𝑓 2,40𝐸 + 06 0,000314 6,22𝐸 + 06 2,83𝐸 + 06 0,000314 6,22𝐸 + 06 3,13𝐸 + 06 0,000314 6,22𝐸 + 06 Fonte: Autor (2018). Através dos resultados obtidos apresentados na Tabela 13, pode ser observado que desde o primeiro ano de operação da via o 𝑁𝑓 é maior que o N de tráfego, apontando que a estrutura resiste às solicitações do período, não apontando uma provável ruptura por deformação permanente na camada do subleito. Modelo de fadiga de Franco Para realizar a análise de ocorrência de fadiga na estrutura do pavimento, foi adotado o modelo proposto por Franco (2007) em sua tese, Equação 6, os resultados obtidos são apresentados na Tabela 11. Para determinar os valores foi considerado o fator 50 campo laboratório igual a 104 de acordo com Rossato (2015), e adotado módulo de resiliência igual a 4540 MPa, valor padrão utilizado no SisPav. De acordo com os dados de projeto da empresa responsável pela execução da restauração pista foi utilizado CAP 55/75 SBS. Tabela 11 - N de fadiga N de tráfego 𝜀𝑡 (m/m) 𝑁 2,40𝐸 + 06 [-0,000267] 4,51𝐸 + 05 2,83𝐸 + 06 [-0,000267] 4,51𝐸 + 05 3,13𝐸 + 06 [-0,000267] 4,51𝐸 + 05 Fonte: Autor (2018). Através dos resultados obtidos apresentados na Tabela 14, pode-se observar que desde o primeiro ano de operação da via o N de fadiga é menor que o N de tráfego apontando que a estrutura existente está suscetível a uma provável ruptura por fadiga na camada de revestimento do pavimento. Jacques (2015) afirma que a deformação no topo do revestimento decresce à medida que sua espessura aumenta, ocorrendo ganho na rigidez do mesmo. 51 5. CONCLUSÕES O presente estudo realizou uma análise através da metodologia mecanicista de um trecho da BR-158 entre os municípios de Frederico Westphalen e Seberi, ambos no estado do Rio Grande do Sul. A rodovia BR 158 é de suma importância para o desenvolvimento regional, como frisado por Zanchet (2013), a pavimentação asfáltica traz diversos benefícios para a sociedade, facilitando o acesso e escoamento de mercadorias, a valorização de imóveis lindeiros, entre outros. Para a estrutura existente, avaliada no trecho da BR 158, pode-se concluir que a mesma resiste aos esforços solicitantes de tráfego na camada do subleito em todos os períodos de operação da via avaliados, apontando que possivelmente a mesma não sofrerá deformações permanentes na camada do subleito. Ainda pode-se observar que desde o primeiro ano de operação da via o N de fadiga é menor que o N de tráfego apontando que a estrutura existente será suscetível a uma provável ruptura por fadiga na camada de revestimento do pavimento. Portanto a principal conclusão a que se pode chegar em vista os resultados obtidos através das análises realizadas através do AEMC é de que a estrutura existente possivelmente irá primeiro romper devido a fadiga. 5.1. Sugestões para trabalhos futuros As perspectivas para a continuidade da pesquisa são: Considerar o efeito da temperatura; Estudar uma estrutura dimensionada através do método atual do DNIT para o volume de tráfego da via. Estudar uma estrutura dimensionada através do software SisPav para o volume de tráfego da via. Alterar os tipos de carregamentos para verificar a influência. Verificar a estrutura ante as condições de aderência e não aderência entre as camadas. 52 REFERÊNCIAS BALBO, Jose Tadeu. Pavimentação asfáltica: materiais, projetos e restauração. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. BERNUCCI, Liedi Bariani, MOTTA, Laura Maria Goretti da, CERATTI, Jorge Augusto Pereira, SOARES, Jorge
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