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Capítulo 7 - Celulose e papel TIPOS DE SECADORES INDUSTRIAIS - Secador de bandejas e estufas Um secador a bandejas ou uma estufa é uma armação fechada e termicamente isolada onde se colocam sólidos úmidos, em filas de bandejas, no caso de serem granulados, empilhados ou em prateleiras, no caso de serem corpos grandes. A transferência de calor pode ser direta, do gás para os sólidos mediante a circulação de grandes volumes de gás quente, ou indireta, pelo uso de prateleiras aquecidas, ou de serpentinas de radiação, ou de paredes refratárias dentro da armação. Nas unidades a aquecimento indireto, exceto no equipamento que opera a vácuo, a circulação de uma pequena quantidade de gás é indispensável para arrastar o vapor do compartimento e impedir a saturação do gás e sua condensação. São equipamentos utilizados para aquecer e secar madeira, cerâmica, materiais em folhas, objetos pintados e metálicos e todas as formas de sólidos granulados. Em virtude da elevada exigência de mão de obra que é geralmente associada a carga e descarga das estufas, o equipamento raramente é econômico. - Secador de túnel Os túneis de secagem são, em muitos casos, compartimentos de aquecimento descontínuo, com carros (vagonetes) ou bandejas operados em série. Os sólidos a serem processados são colocados nestes carros que se movem progressivamente através do túnel em contato com os gases quentes. O escoamento de ar pode ser em corrente paralela, em contracorrente ou uma combinação das duas. O secador de túnel tem a maior flexibilidade para qualquer combinação de escoamento de ar ou de programação de temperatura. Nele, os sólidos são usualmente aquecidos pelo contato direto com os gases quentes. Nas operações a alta temperatura, a radiação das paredes e do revestimento cerâmico também pode ser importante. - Secador rotatório O secador rotatório, comumente chamado de forno rotatório, é constituído por um cilindro que gira mediante suportes apropriados, em geral um pouco inclinado em relação à horizontal. O compartimento do cilindro pode ir de 4 a mais de 10 vezes o seu diâmetro. Os sólidos da alimentação entram por uma extremidade do cilindro e se deslocam – em virtude da rotação, da diferença de pressão e da inclinação do cilindro – até a outra extremidade, de onde saem como produto acabado. Os gases que passam através do secador podem retardar ou acelerar o movimento dos sólidos, conforme estejam em contracorrente com o fluxo dos sólidos ou em corrente paralela. Este equipamento é aplicável ao processamento descontínuo ou contínuo dos sólidos, que têm escoamento livre e são granulares como produtos de descarga. - Secador pulverizador O secador pulverizador consiste em uma câmara cilíndrica grande, geralmente vertical, em que o material a ser seco é pulverizado na forma de pequenas gotículas e no qual se introduz um grande volume de gás quente, suficiente para fornecer o calor necessário para completar a evaporação do líquido. As transferências de calor e de massa são realizadas pelo contato direto entre o gás quente e as gotículas dispersas. Depois de completada a secagem, o gás resfriado e os sólidos são separados. As partículas finas arrastadas pela corrente de ar seco são separadas do gás em ciclones externos. O uso principal dos secadores pulverizadores é na secagem comum de soluções e de suspensões para obtenção de pós, como na obtenção de leite em pó e sabão em pó, por exemplo. - Secador de leito fluidizado As unidades a leito fluidizado para a secagem de sólidos, particularmente do carvão, do cimento, da rocha e do calcário, são de uso geral. As considerações econômicas tornam estas unidades particularmente atrativas quando elevadas quantidades de sólidos forem manipuladas. Uma das maiores vantagens deste secador está no controle preciso das condições, de modo que se pode deixar um teor predeterminado de umidade livre nos sólidos para impedir o empoeiramento dos produtos durante as operações de manuseio subsequentes. O termo fluidização é utilizado para sistemas sólidos que apresentem algumas propriedades de líquidos e gases (fluidos). Como o gás de arraste do solvente mantém os sólidos suspensos no interior do secador, dizemos que os sólidos a serem secos estão fluidizados. A fluidização permite um maior contato superficial entre o sólido e o fluido de arraste, favorecendo a transferência de massa e calor. A eficiência na utilização de um leito fluidizado depende, em primeiro lugar, do conhecimento da velocidade mínima que o fluido de arraste deve ter para gerar a fluidização. Abaixo desta velocidade, o leito não fluidiza; e muito acima dela, os sólidos são carregados para fora do leito. - Evaporadores a vapor Os evaporadores são equipamentos utilizados para concentrar uma solução de densidade mais baixa para uma densidade mais alta, ou seja, para que uma solução diluída seja concentrada em teor de sólidos. O calor necessário para a evaporação do solvente é obtido através de vapor proveniente de caldeiras ou geradores de vapor acoplados ou não ao evaporador. Os evaporadores podem ser verticais ou horizontais, com circulação natural ou forçada e ainda contarem com múltiplos efeitos. Muitos evaporadores operam a vácuo, o que reduz a pressão exercida sobre o líquido, diminuindo assim o seu ponto de ebulição. O líquido diluído recebe calor ao circular pelos feixes tubulares de um trocador de calor presente junto ao equipamento e, ao retornar à câmara de evaporação, parte do solvente presente evapora. Ao repetir várias vezes este ciclo, teremos um líquido mais concentrado. Por se tratar de um processo envolvendo trocadores de calor, a transferência de calor nos feixes tubulares é afetada por fatores como: - a diferença de temperatura entre o vapor e a solução a ser aquecida; - a condutividade do material que envolve a superfície aquecedora; - a resistência da camada estacionária que se prende ao metal em ambos os lados do tubo (incrustações); - a velocidade e a viscosidade da solução ao passar através dos tubos, sendo que a viscosidade da solução aumenta com a concentração de matéria sólida e decresce com o aumento de temperatura. A operação de concentração de uma suspensão ou solução nos evaporadores pode ser realizada com maior eficiência utilizando-se de múltiplos efeitos, em vez de um único evaporador (simples efeito). - Evaporador de película Uma forma de aumentar a turbulência do líquido, para que ocorra maior transmissão de calor, é mediante a agitação mecânica da película do líquido dentro do evaporador. A alimentação entra pela parte superior da seção encamisada, e se dispersa na forma de uma película turbulenta mediante as placas do agitador. O concentrado sai pela parte inferior da seção encamisada, enquanto que o vapor sobe desde a zona de vaporização até um separador encamisado. A principal vantagem de um evaporador de película agitada é sua capacidade de conseguir elevadas velocidades de transmissão de calor com líquidos viscosos. É particularmente utilizado para materiais viscosos sensíveis ao calor como gelatina, látex, antibióticos e sucos de frutas. Suas desvantagens são o elevado custo, em parte devido à manutenção das partes internas, assim como a baixa capacidade de cada unidade que é muito inferior a dos evaporadores multitubulares. Referências sobre Secadores industriais COSTA, E. C. da. Secagem industrial. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2007. McCABE, W. L.; SMITH, J. C.; HARRIOTT, P. Operaciones unitarias em ingenieria quimica. 4. Ed. Espanha: McGrawHill, 1991. PERRY, R. H.; GREEN, D. W.; MALONEY, J. O. Chemical engineer’s handbook. 7. ed. Nova York: McGraw Hill, 1997.
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