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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO 2 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, des- tacando-se pela oferta de cursos de gradua- ção, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimen- to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem- pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons- ciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui- ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cida- dã para o mercado de trabalho, com ele- vado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com A599p Santos, Rhaiane Maria Andrade. Princípios da administração / Rhaiane Maria Andrade Santos. - Serra : Multivix, 2017. 78f. ; 30 cm Inclui referências. 1. Administração I. Título. Cavalcante, André Murilo de Souza (rev.). II. Faculdade Multivix – NeaD. III. Título. CDD: 658.001 EDITORIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra 2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Juliana Lima Barboza Tatiana de Santana Vieira Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Felix Soares NEAD – Núcleo de Educação à Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Coordenação Geral de EAD 4 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de quali- dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprova- da pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo en- tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa- -se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, pro- cura fazer a sua parte, investindo em projetos so- ciais, ambientais e na promoção de oportunida- des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo Multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO SUMÁRIO 2UNIDADE 1UNIDADE INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO 10 2 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO 13 2.1 TEORIA CIENTÍFICA 13 2.2 TEORIA CLÁSSICA 17 2.3 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS 20 2.4 TEORIA NEOCLÁSSICA 24 2.5 TEORIA BUROCRÁTICA 28 2.5.1 CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA 30 2.5.2 DESDOBRAMENTOS NEGATIVOS DA BUROCRACIA 31 2.6 TEORIA COMPORTAMENTAL 33 2.6.1 MOTIVAÇÃO HUMANA 34 2.7 TEORIA DE SISTEMAS 40 2.8 TEORIA CONTINGENCIAL 42 3 PROCESSO ADMINISTRATIVO 47 3.1 PLANEJAMENTO 48 3.2 ORGANIZAÇÃO 55 4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 59 4.1 DIREÇÃO 59 4.2 CONTROLE 62 5 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 67 5.1 CONCEITO DE ESTRATÉGIA 67 5.2 MISSÃO 72 5.3 VISÃO 73 5.4 VALORES 73 5.5 OBJETIVOS 73 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 6 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 6 CULTURA ORGANIZACIONAL 76 6.1 CLIMA ORGANIZACIONAL 77 6.1.1 TIPOS DE CLIMA ORGANIZACIONAL 78 6.2 CLIMA X CULTURA ORGANIZACIONAL 79 REFERÊNCIAS 81 6UNIDADE 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO ICONOGRAFIA ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 8 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA A disciplina Princípios da Administração tem como objetivo proporcionar a você, nos- so aluno, a possibilidade de conhecer os fundamentos da administração, desde os mais remotos tempos até os tempos modernos. Suas teorias, seus processos organi- zacionais e as principais ferramentas utilizadas nesses processos que variam em sua utilidade, podendo ser para planejar, executar, verificar ou corrigir os rumos de uma organização. Cada etapa foi arquitetada para que tenha contato com os fundamentos teóricos concretos a respeito da ciência administrativa, suas implicações sobre a sociedade, no mundo dos negócios e consequentemente sobre cada pessoa na face do globo terrestre. Em todo o trajeto, iremos lhe oferecer informações cruciaispara o correto entendi- mento de toda fundamentação teórica da administração, discutiremos conceitos e concepções distintas sobre uma ciência que pode ser considerada a base de todo inventividade, inovação e crescimento de nossa sociedade. Esse não é um estudo contemplativo, logo você será conduzido pelo caminho das teorias organizacionais, que tem em seu complexo desenvolvimento as abordagens clássica, estruturalista, humanista, comportamental, sistêmica e contingencial. Poste- riormente, vamos adentrar no ambiente organizacional, percebendo como ele atua e interfere nas organizações. Em último ponto, pretendemos que você obtenha o conhecimento de como podemos planejar, organizar, dirigir e controlar uma organi- zação. Para nós é um privilégio contar com sua presença nessa viagem estimulante e cheia de novidades. Seja bem-vindo e acredite, você é o responsável pelo seu sucesso, bus- que-o com esforço e dedicação. Bons estudos e muitas conquistas! 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Compreender os conceitos básicos da Administração de Pessoal; > Perceber a importância da Administração na sociedade moderna; > Apreender os fundamentos da Administração e o cenário em que surge. UNIDADE 1 10 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO O conceito de administração representa uma governabilidade, gestão de uma em- presa ou organização de forma que as atividades sejam administradas com planeja- mento, organização, direção, e controle. Montana e Charnov em 2003 asseveraram que o ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras pessoas na bus- ca de realizar objetivos da organização bem como de seus membros. A administração tem uma série de características entre elas: um circuito de ativi- dades interligadas, buscar de obtenção de resultados, proporcionar a utilização dos recursos físicos e materiais disponíveis, envolver atividades de planejamento, organi- zação, direção e controle. Verifica-se que a administrar nos dias atuais é uma das mais complexas e completa ação do ser humano, pois contempla não somente a gestão de processos, ferramen- tas e organizações, mas principalmente por envolver o gerenciamento de pessoas e o alcance de resultados por meio de pessoas. Para a completa compreensão do conceito e importância da administração, faz-se necessário entender como essa ciência chegou no contexto atual. A Administração como ciência conforme Oliveira 2009, p.4, é o conjunto organizado de conhecimentos administrativos obtidos pela leitura, pela observação, pelas me- todologias e técnicas administrativas desenvolvidas, bem como pela prática nas em- presas. Mesmo sofrendo influência de importantes marcas históricas como alguns filósofos, que segundo Chiavenato (2011), desde os tempos da Antiguidade, a Filosofia sugeriu muitos dos conceitos da Administração por meio de nomes como Sócrates, Platão, Karl Marx, dentre outros. Da Igreja Católica, por ser uma importante, complexa e gran- de entidade, organizada de forma hierárquica e da organização militar que trouxe o conceito de estratégia (hoje muito utilizado e difundido no mundo dos negócios). Foi a Revolução Industrial que se tornou um divisor de águas para o conceito e relevância da Administração. 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua posterior aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou com- pletamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, no lapso de um século, foram maiores do que todas as mudanças ocorridas no milênio anterior. (CHIAVENATO, p 35. 2011) Isso quer dizer que antes o que havia de produção artesanal, limitada e sem neces- sidade de maiores investimentos e preocupações com marketing, vendas e prospec- ção de novos clientes, visto que, havia uma limitação de comercialização, deu lugar à produção em massa e às organizações cada vez maiores e com enorme carência gerencial. Surgiu então, alguns pesquisadores e teorias que juntas construíram os conceitos atuais da Administração. 12 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Perceber o momento histórico da administração científica; > Apreender os fundamentos da administração científica e teoria clássica; > Perceber a colaboração dos autores para a gestão atual de empresas. UNIDADE 2 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO 2 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO 2.1 TEORIA CIENTÍFICA No início do século XX, a Administração surge como uma ciência que mudaria a for- ma de gerenciar e supervisionar uma empresa. Surge então a Escola de Administra- ção Cientifica a qual teve como percussor o engenheiro americano Frederick Wilson Taylor, que levaria ao extremo suas ideias, bem como seus valores e crenças para o “chão de fábrica”, com o intuito de aumentar a eficiência industrial, tendo como fer- ramenta primordial a observação e a mensuração dos tempos e movimentos, como forma de elevar os níveis de produtividade por meio das técnicas de engenharia in- dustrial (CHIAVENATO, 2014). Frederick Taylor explicava que há sempre um método mais fácil e rápido de execu- tar uma tarefa e isso pôde ser observado quando o autor verificou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio das observações dos companheiros vizinhos. Isso demonstrou que com observação e análise de dados à organização poderia produzir mais, para o patrão e também melhorar ao máximo a prosperidade do empregado (CHIAVENATO, 2014). De acordo com Chiavenato (2011), essa era ficou conhecida como Organização Ra- cional do Trabalho, que iria substituir métodos de trabalhos empíricos em métodos científicos. Ainda segundo o autor, tais métodos científicos foram fundamentados nos seguintes aspectos: 1. Análise do trabalho e do estudo de tempos e movimentos, onde o trabalho é metodicamente analisado em toda sua esfera. Os movimentos desnecessários são eliminados e os movimentos úteis são simplificados, surgindo assim, o tem- po médio que o operário leva para desenvolver uma tarefa. Há esse tempo mé- dio é acrescentado os tempos considerados mortos (espera da matéria prima, necessidades pessoais do operário, etc.) para que possa chegar ao tempo pa- drão, com a finalidade de padronizar o método de trabalho e também o tempo destinado a execução desse trabalho. 14 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO O método padrão de produção traz algumas vantagens como: A. Elimina o desperdício de esforço humano e movimentos inúteis. B. Racionaliza a seleção dos operários e melhora a eficiência e rendimento da produção pela especialização da atividade. C. Facilita o treinamento dos operários e melhora a eficiência e rendimento da produção pela especialização das atividades. D. Distribui uniformemente o trabalho e evita períodos de falta ou excesso de trabalho. E. Define métodos e estabelece normas para a execução do trabalho F. Estabelece uma base uniforme para salários equitativos e prêmios de pro- dução. 2. Estudoda fadiga humana baseado na anatomia e fisiologia humana, o qual possui uma tripla finalidade: evitar movimentos inúteis na execução da tarefa, executar economicamente movimentos úteis do ponto de vista fisiológico e re- duzir a fadiga para aumentar a eficiência (princípios de economia de movimen- tos). 3. Divisão do trabalho e especialização do operário, onde há uma eliminação dos movimentos desnecessários, economizando assim energia e tempo e conse- quentemente elevando a produtividade do operário. 4. Desenho de cargos e de tarefas, que tem como finalidade criar, projetar e com- binar cargos com o intuito de uma tarefa ser executada com os demais cargos existentes dentro da organização. Essa simplificação no desenho dos cargos permite algumas vantagens como: a admissão de empregados com qualifica- ções mínimas reduz os custos de produção, minimização dos custos de trei- namentos, redução de erros na execução do trabalho, minimizando os índices de refugos e retrabalhos, facilidade de supervisão, aumento da eficiência do trabalhador. 5. Incentivos salariais e prêmios de produção, onde o operário é estimulado a pro- duzir mais e também a ganhar mais pelos seus serviços, uma vez que, a remu- neração baseada no tempo (salário mensal) não estimula ninguém a trabalhar mais. 6. Conceito de homo economicus é analisado sob a ótica de que o homem procu- ra o trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO 7. Condições ambientais de trabalho, onde a eficiência depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas de um conjunto de condições de trabalho que visam garantir o bem-estar do trabalhador, como: adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e equipamentos de produção para minimizar o esforço do operador, um arranjo físico das máquinas e equipamen- tos para racionalizar o fluxo de produção, um ambiente de trabalho o qual os ruídos fossem minimizados e aumentasse o conforto do trabalhador, além de projetar instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores. 8. Padronização que tinha como finalidade reduzir a variabilidade no processo produtivo e consequentemente eliminar o desperdício e aumentar a eficiência. Observa-se então que, a organização racional do trabalho, não surgiu apenas como mais uma teoria, mas como uma forma de executar melhor as tarefas do trabalho tendo como referência a observação no chão de fábrica. De acordo com Chiavenato (2011) a preocupação de racionalizar as tarefas do traba- lho, acabou dando origem a quatro princípios básicos, segundo Taylor, a saber: 1. Princípio de planejamento – Substituir no trabalho a improvisação dos operários por métodos cientificamente comprovados, onde a improvisação dava lugar ao pla- nejamento dos métodos de trabalho. 2. Princípio de preparo – Esse princípio tinha como finalidade selecionar cientifica- mente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e treiná-los para produzir mais e melhor. 3. Princípio do controle – Controlar o trabalho para certificar de que está sendo exe- cutado de acordo com os métodos estabelecidos. 4. Princípio da execução – Distribuir atribuições e responsabilidades para que a exe- cução do trabalho seja disciplinada. Entende-se, então que esses princípios tornaram a empresa mais eficiente e também produtiva, algo que para a época era totalmente impensável. Ford adotou três princípios básicos para acelerar a produção. São eles: 16 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1. Princípio de intensificação que se baseava na diminuição do tempo de dura- ção com a utilização imediata dos equipamentos e a colocação dos produtos no mercado. 2. Princípio de economicidade que era reduzir ao mínimo o volume de estoque da matéria prima em transformação, onde a velocidade de produção deve ser rápida e eficiente. 3. Princípio de produtividade que tinha como função, aumentar a produção do homem no mesmo período por meio da especialização da linha de montagem. Nesse caso o empregado ganha mais e o empresário tem uma maior produção. 4. Ford também adotou um sistema de controle operacional, bastante simples, basea- do nos desvios padrões normais, onde tudo o que ocorre dentro dos padrões normais não deve ocupar demasiadamente a atenção do administrador, pois este deve estar preocupado com os as ocorrências que se afastam dos padrões. A esse princípio Ford denominou de exceção. O interessante da teoria científica é o despertar da necessidade da organização do processo produtivo e a busca pela eficiência. Essa busca por eficiência resulta jus- tamente em melhores condições de qualidade, preços mais acessíveis e melhoria contínua. Todavia a visão de Taylor em relação ao homem era ultrapassada e limitada, A Administração Científica baseou-se no conceito de homo economicus, isto é, do homem econômico. Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida com influenciada exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. (CHIAVENATO 2011, p. 61) O conceito de homem econômico não se limitava somente ao conceito de recom- pensas e a forma como o mesmo é influenciado. Esse conceito abrange também a ideia de que todo o trabalhador é preguiçoso e não se preocupa com a organização ou mesmo com a busca pela eficiência. Para Taylor o homem era uma extensão da máquina e a sua participação na empresa era limitada ao operacional. 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO 2.2 TEORIA CLÁSSICA Conforme Chiavenato 2011, p. 62, no início do século XX, surge a Abordagem Clássica da Administração. Duas são suas orientações, opostas entre si, mas que se comple- mentam com relativa coerência: 1. De um lado, a Administração Científica que surge nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor, cuja preocupação era aumentar eficiência no nível dos operários. A ênfase é dada na análise e na divisão do trabalho do operário, vez que as tarefas do cargo e o titular constituem a unidade fundamental da organização. Assim, a abor- dagem da Administração Científica é uma abordagem de baixo para cima (do ope- rário para o gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo (organização da fábrica). A predominância é para o método de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa e para o tempo padrão necessários para sua execução. O cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc., que constituem a chamada Orga- nização Racional do Trabalho (ORT) que é na verdade, uma engenharia industrial. A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração Científica. 2. De outro lado, a corrente desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros de Fayol. A essa corrente chamaremos TEORIA CLÁSSICA. A preocupação era aumentar a eficiência da empresa através da forma e disposição dos departamentos e das suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase estrutura e no funcionamento da organização. Assim, a abordagem da Teoria Clássica é uma abordagem inversa à da Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para os seus departamentos. A atenção é dada para a estrutura organizacional e com os elementos da Administração, com os princípios gerais da Administração e com a departamentalização.A síntese e a visão global permitiam a melhor maneira de sub- dividir a empresa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma corrente teórica e administrativamente orientada. A ênfase na estrutura é a sua principal característica. As origens da Teoria Clássica veem da Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois fatos importantes, a saber: a. Os crescimentos rápidos e desorganizados das empresas, acarretando gradati- va complexidade na sua administração e exigindo uma abordagem científica 18 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até utilizadas. O tamanho das empresas leva à substituição das teorias de caráter de alcance médio e parcial. Com a grande empresa surgem as condições iniciais para a implantação do planejamento da produção, reduzindo a improvisação. b. Com a substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, inicia-se nos Esta- dos Unidos, entre 1880 e 1890, a produção em massa. No intuito de se obter o melhor rendimento dos recursos disponíveis e fazer frente à concorrência e à competição entre as empresas, surge a necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, torna-se necessário evitar o desperdício e a economia da mão-de- obra. Surge a divisão de trabalho entre os que pensam e os que executam. Os primeiros determinam os padrões de produção, definem os cargos, fixam funções, definem métodos e normas de trabalho, criando as condições econômicas e técnicas para o a reestruturação das organizações. c. Uma grande variedade de empresas, com tamanhos diferenciados, problemas de baixo rendimento da maquinaria utilizada, desperdício, insatisfação genera- lizada entre os operários, intensa concorrência, elevado volume de perdas por decisões mal formuladas etc., sugerem que os autores clássicos devam desen- volver uma Ciência da Administração, cujos princípios, em substituição às leis científicas, pudessem ser aplicados para resolver os problemas da organização. Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Cientifica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espalhando-se rapidamente pela Europa, a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração Cientifica tinha ênfase na tare- fa executada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. O objetivo de ambas as teo- rias era o mesmo: a busca da eficiência das organizações. Segundo a Administração Cientifica, essa eficiência era alcançada por meio da racionalização do trabalho do operário e na somatória das eficiências individuais. Tratava-se de uma micro aborda- gem ao nível individual de cada operário em relação à tarefa em uma visão analítica e detalhista. Na Teoria Clássica, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como seções, departa- mentos etc.) ou pessoas (os executores de tarefas). A abordagem é bastante ampliada no nível da organização como um todo em relação à sua estrutura organizacional. 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO A preocupação com a estrutura da organização como um todo constitui, sem dúvi- da, uma substancial ampliação do objeto de estudo da TGA. Fayol, um engenheiro francês, fundador da Teoria Clássica da Administração, partiu de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutura que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor. Henri Fayol (1841-1925), o fundador da Teoria Clássica, vivendo as consequências da Revolução Industrial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial, nasceu em Constanti- nopla, estabelecendo-se mais tarde na França. Graduou-se em engenharia de minas pela Escola Nacional de Saint Étienne, em 1860. Trabalhou toda a sua vida em me- talúrgicas de fundição e carbonífera onde fez sua carreira. Fayol expôs sua Teoria de Administração no livro Administration lndustrielle et Générale, publicado em 1916, que o elevou à condição de um dos maiores colaboradores da teoria administrativa. Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber: a. Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços da em- presa. b. Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação. c. Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais. d. Funções de segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas. e. Funções contábeis: relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas. f. Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. De acordo com Fayol as funções administrativas envolvem os cinco elementos da Administração: a. Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação. b. Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa. c. Comandar: dirigir e orientar o pessoal. 20 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO d. Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. e. Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas. Estes são os elementos da Administração que constituem o chamado processo ad- ministrativo. Estão presentes no trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, o diretor, o gerente, os chefes, como o supervisor - cada qual em seu nível desempenha atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais. Figura 01: Funções Administrativas. 2.3 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS A Teoria das Relações Humanas (também denominada Escola Humanística da Ad- ministração) surgiu nos Estados Unidos como consequência imediata das conclusões obtidas na Experiência de Hawthorne, desenvolvida pelo Australiano George Elton Mayo, diplomado em Lógica, Filosofia e Medicina. Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração. As principais origens da Teoria das Relações Humanas são as seguintes: a. A necessidade de humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. Nesse sentido revelou-se um movimento FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS FUNÇÕES TÉCNICAS FUNÇÕES COMERCIAIS FUNÇÕES FINANCEIRAS FUNÇÕES SEGURANÇA FUNÇÕES CONTÁBEIS Prever Organizar Comandar Coordenar Controlar 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO tipicamente americano e voltado para uma democratização dos conceitos ad- ministrativos. b. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psico- logia e a sociologia, bem como a sua crescente influência intelectual e suas primeiras tentativas de aplicação à organização industrial. As ciências humanas, gradativamente, passaram a demonstrar a inadequação dos princípios da Teo- ria Clássica. c. As conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, pondo em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da Administração. Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas iniciou uma experiência em uma fábrica da Western Eletric Company, situadaem Chicago, no bairro de Hawthorne, cuja fina- lidade também era a de determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários, medida com base na produção. Essa experiência se tornaria famosa, foi coordenada por Elton Mayo, e logo se estendeu também ao estudo da fa- diga, dos acidentes no trabalho, da rotatividade do pessoal (turnover) e do efeito das condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados. PRIMEIRA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE: Na primeira fase da experiência, dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho, em condições idênticas, fo- ram escolhidos para experiência: um grupo de observação trabalhou sob intensidade de luz variável, enquanto o grupo de controle trabalhou sob intensidade constante. Pretendia-se conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. To- davia, os observadores não encontraram uma relação direta entre ambas as variáveis. Verificaram, desapontados, a existência de outras variáveis, difíceis de ser isoladas. SEGUNDA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE: Na segunda fase foram selecio- nadas seis empregadas de nível médio – nem novatas, nem peritas – para constituírem o grupo experimental: cinco moças montavam os relés, enquanto a sexta fornecia as peças necessárias para manter o trabalho contínuo. As moças foram convidadas para participar na pesquisa e completamente esclarecidas quanto aos objetivos desta: de- terminar o efeito de certas mudanças nas condições de trabalho (períodos de des- canso, lanches, redução do horário de trabalho etc.). 22 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Conclusões sobre a experiência: a. As moças alegavam gostar de trabalhar na sala de provas, porque era divertido e a supervisão branda lhes permitia trabalhar com mais liberdade em menor ansiedade; b. Havia um ambiente amistoso e sem pressões, no qual a conversa era permitida, aumentando a satisfação no trabalho; c. Não havia temor ao supervisor apesar de terem maior supervisão na sala de pro- vas do que no departamento; d. ouve um desenvolvimento social experimental, tornaram-se uma equipe; e. O grupo desenvolveu liderança e objetivos comuns. TERCEIRA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE: Preocupados com a diferen- ça de atitudes entre as moças do grupo experimental e as do grupo de controle, os pesquisadores aos poucos foram afastando-se do interesse inicial de verificar as me- lhores condições físicas de trabalho e passaram a fixar definitivamente ao estudo das relações humanas no trabalho. Assim iniciou-se o Programa de Entrevistas. Esse programa compreendia entrevistar os empregados para obtenção de maiores conhecimentos sobre suas atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao seu trabalho e quanto ao tratamento que recebiam, bem como ouvir sugestões que pu- dessem ser aproveitadas no treinamento dos supervisores. O programa de entrevistas revelou a existência de uma organização informal dos operários, a fim de estes se protegerem contra aquilo que consideravam ameaças da administração contra se bem-estar. QUARTA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE: Escolheu-se um grupo experi- mental para montagem de terminais para estações telefônicas, que passou a traba- lhar em uma sala especial com idênticas condições de trabalho do departamento. O sistema de pagamento era baseado na produção do grupo, havendo um salário- -hora com base em inúmeros fatores e um salário-mínimo horário, para o caso de interrupções na produção. Os salários somente podiam ser elevados se a produção total aumentasse. 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO Assim que se familiarizou com o grupo experimental, o observador pôde constatar que os operários dentro da sala usavam de uma porção de artimanhas: logo que os operários montavam o que julgavam ser a sua produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Relatavam a sua produção de tal forma que a produção em excesso de um dia pudesse ser somente acusada num dia deficitário, como também solicitavam pagamento por excesso de produção. Conclusões da Experiência de Hawthorne: Dentre as principais conclusões temos as seguintes: a. Nível de produção é resultante da integração social – verificou-se que o nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empre- gado, mas por normas sociais e expectativas que o envolvem. b. Comportamento social dos empregados – permitiu verificar que o comporta- mento do indivíduo se apoia totalmente no grupo. c. As recompensas e sanções sociais: o Homem Social – constatou-se que os ope- rários que produziam muito acima ou muito abaixo da norma socialmente de- terminada perderam a afeição e o respeito dos colegas. O comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões sociais. d. Grupos informais – a empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de diversos grupos sociais informais, cuja estrutura nem sem- pre coincide com a organização formal da empresa. e. As relações humanas – cada indivíduo é uma personalidade altamente diferen- ciada que influi no comportamento e atitudes dos outros com quem mantém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciado pelos outros. f. A importância do conteúdo do cargo – a maior especialização (e, portanto a maior fragmentação) do trabalho não é uma forma mais eficiente de divisão do trabalho. A Teoria das Relações Humanas preocupou-se intensamente com o esmagamen- to do homem pelo impetuoso desenvolvimento da civilização industrializada. Elton Mayo dedicou-se a estudar os problemas humanos, sociais e políticos decorrentes de uma civilização baseada quase exclusivamente na industrialização e na tecnologia. Mayo salienta que, enquanto a eficiência material aumentou poderosamente nos úl- timos duzentos anos, a capacidade humana para o trabalho coletivo não manteve o 24 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO mesmo ritmo de desenvolvimento. Observações nas comunidades mais simples de- monstraram que o progresso industrial foi acompanhado por um profundo desgaste do sentimento espontâneo de cooperação. A organização industrial é composta de uma organização técnica (prédios, máqui- nas, equipamentos, produtos ou serviços produzidos, matérias-primas etc.) e de uma organização humana (ou organização social). A organização humana da fábrica tem por base os indivíduos, porém, é mais do que simplesmente a soma dos indivíduos, pois a integração diária e constante desses indivíduos no trabalho origina em ele- mento comum que é a organização social da fábrica. A organização técnica e a organização humana, a organização formal e a organiza- ção informal são subsistemas interligados e interdependentes. Qualquer modifica- ção em algum deles provoca modificações nos demais. Esses subsistemas são con- cebidos como permanecendo num estado de equilíbrio, no qual uma modificação em alguma parte provoca reação das demais a fim de restabelecer uma condição de equilíbrio preexistente, anterior aquela modificação. 2.4 TEORIA NEOCLÁSSICA O termo Teoria Neoclássica é, na verdade, um tanto quanto exagerado. Os autores aqui abordados (Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, William Newman, Ral- ph C. Davis, Louis Allen), muito embora não apresentem pontos de vista divergentes, também não se preocupam em se alinhar dentro de uma orientação comum. Segundo Chiavenato 2014, as principais características básicas da Teoria Neoclássica são as seguintes: 1. Ênfase na prática da administração – os autores neoclássicos procuram desen- volver os conceitos de forma práticae utilizável, visando principalmente à ação administrativa. A teoria somente tem valor quando operacionalizada na prática, enfatizando os aspectos instrumentais da Administração. 2. Reafirmação dos postulados clássicos – a estrutura de organização do tipo line- ar, funcional e linha-staff, as relações de linha e assessoria, o problema da autori- dade e responsabilidade, a departamentalização, e todos os conceitos clássicos 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO são realinhados dentro da nova abordagem neoclássica. 3. Ênfase nos princípios gerais de administração – os neoclássicos preocupam- -se em estabelecer normas de comportamento administrativo. Os princípios da Administração que os clássicos utilizavam como “leis” científicas são retomadas pelos neoclássicos como critérios mais ou menos elásticos para a busca de solu- ções administrativas práticas. 4. Ênfase nos objetivos e nos resultados – toda organização existe não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados. É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada, estruturada e orientada. 5. O Ecletismo da Teoria Neoclássica – embora se baseiem profundamente na Teoria Clássica, os autores neoclássicos são amplamente ecléticos, absorvendo conteúdo de quase todas as outras teorias administrativas. Os autores neoclássicos dão algumas pinceladas adicionais no conceito de organiza- ção formal. Sob este ponto de vista, a organização consiste em um conjunto de posi- ções funcionais e hierárquicas, conjunto este orientado para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. A Teoria Neoclássica é também denominada escola operacional devido à ênfase nas funções do administrador, isto é, no processo administrativo. Basicamente, a escola operacional visualiza a administração como a aplicação de princípios e de funções para alcançar objetivos. Essa abordagem é sistematicamente defendida por todos os autores neoclássicos: cada uma das funções deve atender a determinados princípios de aplicação e utilização. Para a Teoria Neoclássica, as funções do administrador correspondem aos elementos da Administração que Fayol definiu no seu tempo, mas com uma roupagem atualiza- da. De um modo geral, aceita-se hoje o planejamento, organização, direção e contro- le como as funções básicas do Administrador. O desempenho dessas quatro funções básicas constitui o chamado processo administrativo (CHIAVENATO, 2014). • Planejamento – Definir a missão; Formular os objetivos; Definir os planos para alcançá-los; Programar as atividades; • Organização – Dividir o trabalho; Designar as atividades; Agrupar as atividades em órgãos e cargos; Alocar os recursos; Definir autoridade e responsabilidade; 26 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO • Direção – Designar as pessoas; Coordenar os esforços; Comunicar; Motivar; Liderar; Orientar; Controle – Definir padrões; Monitorar o desempenho; Avaliar o desempenho; Ação corretiva. Campos (1992, p.29) realiza a seguinte abordagem sobre os termos PDCA: Planejamento (P) – Consiste em; a. Estabelecer metas sobre itens de controle; b. Estabelecer as maneiras (o caminho, o método) para se atingir as metas propos- tas. • Execução (D) – Execução das tarefas exatamente como prevista no plano e coleta de dados para verificação do processo. Nesta etapa é essencial o treina- mento no trabalho decorrente da fase de planejamento. • Verificação (C) – A partir dos dados coletados na execução, compara-se o resul- tado alcançado com a meta planejada. • Atuação Corretiva (A) – Esta é a etapa onde o usuário detectou desvios e atua- rá no sentido de fazer correções definitivas, de tal modo que o problema nun- ca volte a ocorrer 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO DEFINIR OS MÉTODOS ATINGIR AS METASVERIFICAR OS RESULTADOS ATUAR CORRETIVAMENTE A (ACTION) C (CHECK) D (DO) P (PLAN) DEFINIR AS METAS EDUCAR E TREINAR Figura 02: Controle do Processo - Fonte: CAMPOS, Vicente Falconi. TQC – Controle da qualidade total (no estilo japonês). Fundação Christiano Otonni - Escola de Engenharia da UFMG - Belo Horizonte, MG. 6ª edição. Rio de Janeiro: Bloch, 1992. p. 30 A Administração por Objetivos ou administração por resultados, constitui um modelo administrativo bastante difundido e plenamente identificado com espírito pragmáti- co e democrático da Teoria Neoclássica. Seu aparecimento é recente: em 1954, Peter F. Drucker publicou o livro The Pratice of Management (Prática da Administração nas Empresas), no qual caracterizou pela primeira vez a Administração por Objetivos, sen- do considerado o criados da APO. Drucker nasceu na Áustria, em 1909. Embora ele tenha uma forte contribuição para a Administração, ele era formado em Direito. Um dos seus grandes méritos foi incentivar o planejamento nas organizações para reduzir as incertezas. APO surgiu, quando a empresa privada norte-americana estava sofrendo pressões acentuadas, como método de avaliação e controle sobre o desempenho de áreas e organizações em crescimento rápido. Inicialmente constituiu-se um critério financei- ro de avaliação e controle. Como critério financeiro foi válido, mas na abordagem glo- bal da empresa resultou em uma deformação profissional, pois os critérios de lucro ou de custo não são suficientes para explicar a organização social e humana. 28 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO APO é uma técnica de direção de esforços por meio do planejamento e controle administrativo, fundamentada no princípio de que, para atingir resultados, a organi- zação precisa antes definir em que negócio está atuando e aonde pretende chegar. O objetivo da Administração é proporcionar eficiência e eficácia às empresas. A efi- ciência refere-se aos meios: métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa, a fim de que os recursos sejam adequadamen- te utilizados. A eficácia refere-se aos fins: objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa. OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO EFICIÊNCIA EFICÁCIA -Preocupação com os meios; -Capacidade de fazer certo as coisas; - Preocupação com os métodos, pro- cessos, regras e regulamentos; - Preocupação com os problemas; - Jogar um belíssimo futebol; - Escolher o melhor roteiro; - Não faltar às aulas; - Rezar. - Preocupação com os fins; - Capacidade de fazer a coisa certa; - Preocupação com os resultados, me- tas, objetivos e fins; - Preocupação com as soluções; - Marcar um gol e ganhar a partida; - Chegar ao destino da viagem; - Aprender a ser bem sucedido; - Chegar ao céu. 2.5 TEORIA BUROCRÁTICA Burocracia vem do francês bureaucratie, termo inventado por Gournay, na primeira metade do século XVIII. É o tipo ideal de uma organização formal da sociedade, ca- racterizada pela legitimação hierárquica da autoridade, com poderes e responsabili- dades atribuídas a funcionários que ocupam posições numa determinada hierarquia marcada pelo direito à carreira. Cada posição tem objetivos previamente fixados e há uma codificação de todas as regras de conduta que tratam da organização como um todo, onde há ordens comunicadas por escrito. 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO Para Weber trata-se de uma das características do Estado Moderno, um conjunto de pessoas marcadas pela competência e não pela fidelidade. O Estado Moderno seria,acima de tudo, um Estado Racional marcado pelo surgimento de uma administra- ção burocrática. E isto porque em todos os domínios (Estado, Igreja, exército, parti- do, empresa econômica, grupo de interesses, associação, fundação, etc.), o desenvol- vimento das formas modernas de agrupamento identifica-se muito simplesmente com o desenvolvimento e com a progressão constante da administração burocrática: o nascimento desta é, por assim dizer, o esporo do Estado ocidental moderno. A burocracia racional é, pois, uma ditadura do funcionário. Apoia-se na crença na legalidade de ordens estatuídas e dos direitos de mando dos chamados por essas ordenações a exercer a autoridade. Tem uma impessoalidade formalista, consistindo numa dominação graças ao saber que destrói os antigos sistemas de legitimação. Assim, o saber e a ideologia passam a ser os principais pontos de apoio do Estado. Uma burocracia também se tornou possível pelo aparecimento de uma economia monetarista que permitiu ao Estado passar a pagar com regularidade aos seus fun- cionários, abandonando-se o anterior pagamento em espécie, por exemplo, através do aluguer da função de cobrador de impostos. Max Weber foi o estudioso que cuidou de se aprofundar sobre a organização buro- crática e teorizar o estudo da burocracia. Ele analisa o Estado como uma instituição burocrática, pois o Estado é uma parte da sociedade que está acima dos demais fun- damentado numa relação de direito. A criação do Estado é necessária, segundo ele, a partir do conflito de classes, e que o Estado veio para assegurar à classe dominante economicamente, uma dominação política, a fim de garantir a apropriação do ex- cedente econômico. Para garantir a sua dominação, o Estado dispõe de instituições para transmitir a sua ideologia, de instituições de repressão para garantir que as leis que são criadas, sejam cumpridas, e de instituições econômicas para poder intervir na economia. Para se entender melhor a forma de dominação no Estado, é preciso analisar a teoria da dominação de Weber. Segundo ele, existem três tipos de dominação: tradicional, carismática e legal. A dominação tradicional se caracteriza por uma legitimação que se baseia na crença na justiça e qualidade do dominador. O governante tem liberda- de para emitir ordens, ficando restrito apenas aos costumes e hábitos da sua socie- dade. 30 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A dominação carismática consiste na crença em qualidades excepcionais de um in- divíduo para governar outros. Quando atinge uma complexidade maior, ele é asses- sorado pelos seus discípulos mais próximos. Trata - se de uma dominação instável e inconstante. Já a dominação legal se baseia num aparato de regras que legitimam o seu poder. Os assessores administrativos são chamados burocratas e também tem seu poder regulamentado legalmente, não podendo vendê-lo ou transferi-lo. Max Weber não tentou definir as organizações, nem estabelecer padrões de adminis- tração que elas devessem seguir. Weber descreveu as organizações como máquinas totalmente impessoais, que funcionam de acordo com regras que ele chamou de racionais – regras que dependem de lógica e não de interesses pessoais. Weber estudou e procurou descrever o alicerce formal-legal em que as organizações reais se assentam. Sua atenção estava dirigida para o processo de autoridade-obe- diência que, no caso das organizações modernas, depende de leis. 2.5.1 CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA Segundo Weber, a burocracia tem as seguintes características principais: • Regulamentação e normatização. A estrutura e o funcionamento da organi- zação são definidas em regras e regulamentos formais escritos. As regras são rígidas e buscam cobrir pormenorizadamente todos os processos existentes na organização. A regulamentação é estável, sofrendo poucas modificações ao longo do tempo. • Formalidade das ordens e comunicações. Todas as comunicações devem ser escritas e documentadas, possuindo caráter oficial. Elas devem detalhadas, para serem interpretadas univocamente por todos os membros da organização. • Divisão e especialização do trabalho. As atribuições de cada membro da or- ganização são prévia e rigidamente definidas. Cada membro deve ser um es- pecialista na sua esfera de competência, sem ultrapassar os limites de conhe- cimento e poder afetos a seu cargo. • Profissionalização ou separação entre propriedade e administração. Os membros da burocracia administram a organização profissionalmente, isto é, eles não são os donos dos meios de produção, e sim gestores especializados. 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO • Hierarquização e impessoalidade. A organização estrutura-se em cargos com atribuições e poder definidos. A subordinação é devida àquele que ocupa um cargo hierarquicamente superior, independendo do respeito e consideração que o subordinado tem pelo seu chefe como pessoa. Inexiste a figura do líder natural. O sistema está organizado em pirâmide, sendo as funções subalternas controladas pelas funções de chefia, de forma a permitir a coesão do funcio- namento do sistema. • Meritocracia e Competência técnica. É o princípio que assegura a racionalida- de da escolha das pessoas para ocuparem determinados cargos. A admissão e a promoção dos funcionários é baseada em sua competência técnica e em seu mérito. A avaliação de capacidade é realizada por meio de processos objetivos. • Completa previsibilidade do funcionamento: todos os funcionários deverão comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização a fim de que esta atinja a máxima eficiência possível. • Impessoalidade. As pessoas, enquanto elementos da organização, limitam- se a cumprir as suas tarefas, podendo sempre serem substituídas por outras - o sistema, como está formalizado, funcionará tanto com uma pessoa como com outra. 2.5.2 DESDOBRAMENTOS NEGATIVOS DA BUROCRACIA Fatalmente a Teoria Burocrática não levou em conta o principal ator das organiza- ções sociais, seja como colaborador (funcionário, empregado, servidor), seja como cliente o fornecedor: o ser humano que é tratado como máquina previsível destituída de necessidades imediatas, de criatividade e outros ativos emocionais. Vários desdo- bramentos negativos e muito presentes ainda nos dias atuais fizeram com que as propostas de eficiência e previsibilidade não se cumprissem, dando origem a orga- nizações caras, lentas e de difícil relacionamento com outros sistemas de gestão que buscam resultados em suas ações. Há nítidas vantagens na Teoria Burocrática que são muito bem aproveitadas por vá- rias empresas com as instruções formais de serviços, a sua interpretação inequívoca, 32 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO os cumprimento dos procedimentos padronizados, a comunicação eficiente. Mas a prática em muitos casos acaba por desvirtuar certas características dessa teoria: os procedimentos transformam-se em desculpa para a inoperância, para a incompe- tência; a meritocracia, face a inclinações políticas e pessoais, acaba sendo aviltada e a eficiência do todo fica comprometida. Para Maximiano (2000) a burocracia de Weber apresenta as seguintes disfunções: VALORIZAÇÃO EXCESSIVA DOS REGULAMENTOS Procurando prever e controlar tudo, as organizações formais criam regras em excesso e funcionários em excesso para fiscalizar o cumprimento dessas regras. Muitas vezes, a exigência de cumprir regulamentos passa por cima dos interesses do contribuinte ou cliente e permite que funcionários criem dificuldades para vender facilidades. VALORIZAÇÃODA HIERARQUIA Nessas organizações subir na hierarquia não depende de talento e o culto aos chefes torna-se objetivo importante. DEFESA DE GRUPOS EXTERNOS Decisões são tomadas em função da associação com grupos externos. Por exemplo, um funcionário contrata ou favorece a contratação dos serviços de uma empresa por- que o proprietário e ele estudaram na mesma universidade. DEFESA DE INTERESSES PESSOAIS Decisões são tomadas em função de interesses pessoais, ou seja, o funcionário usa a organização para o atendimento de seus interesses pessoais, o que provoca males como nepotismo e corrupção. Patrimonialismo é uma palavra usada para designar essa disfunção, indicando o costume de políticos e dirigentes de usar a máquina do Estado como se fosse propriedade deles. MECANICISMO Pessoas desempenham papéis limitados e como consequência os talentos são su- baproveitados pois cada pessoa ocupa um cargo, que tem competências bem de- finidas. Dessa disfunção: “esse assunto ou problema não é da minha competência”. 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO INDIVIDUALISMO A burocracia estimula a competição por vantagens. As organizações oferecem mui- tas vantagens para as pessoas que são alçadas às posições de chefia tais como sím- bolos diferenciadores e vantagens materiais. 2.6 TEORIA COMPORTAMENTAL A partir dos trabalhos de dinâmica de grupo desenvolvidos por Kurt Lewin, ainda na sua fase de impulsionador da Teoria das Relações Humanas, com a divulgação do livro de Chester Barnard (The Functions of the Executive) e, posteriormente, dos es- tudos de George Homans sobre sociologia funcional de grupo (The Human Group), culminado com a publicação do livro de Herbert Simon (Administrative Behavior), sobre o comportamento administrativo, uma nova configuração passa a dominar a teoria administrativa. As raízes profundas dessa nova abordagem podem ser localizadas muito mais adian- te, como veremos a seguir. Todavia, é a partir da década de 1950 que se desenvolve inicialmente, nos Estados Unidos, uma nova concepção de administração, trazendo novos conceitos, novas variáveis e, sobretudo, uma nova visão da teoria administrativa baseada no comportamento humano nas organizações. A abordagem comportamental marca a mais forte ênfase das ciências do compor- tamento na teoria administrativa e a busca de soluções democráticas e flexíveis para aos problemas organizacionais. Esta abordagem originou-se das ciências comportamentais e, mais especificamente, da psicologia organizacional. É com a abordagem comportamental que a preocu- pação com a estrutura se desloca para a preocupação com os processos e com a dinâmica organizacional, isto é, com o comportamento organizacional. Aqui ainda predomina a ênfase nas pessoas, inaugurada com a Teoria das Relações Humanas, mas dentro de um contexto organizacional. A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administração veio significar 34 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO uma nova direção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do comportamento, o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores e a adoção de posições explicativas e descritivas. A ênfase per- manece nas pessoas, mas dentro de um contexto organizacional. Principais vultos da teoria: Kurt Lewin (1890-1947), Douglas McGregor, Herbert Simon, Rensis Likert, Chris Argyris, J.G.March. Origem: O movimento behaviorista surgiu como evolução de uma dissidência da Escola das Relações Humanas, que recusava a concepção de que a satisfação do trabalhador gerava de forma intrínseca a eficiência do trabalho. A percepção de que nem sempre os funcionários seguem comportamentos exclusivamente racionais ou essencialmente baseados em sua satisfação exigia a elaboração de uma nova teoria administrativa. A Teoria Comportamental defendia a valorização do trabalhador em qualquer em- preendimento baseado na cooperação, buscando um novo padrão de teoria e pes- quisa administrativas. Foi bastante influenciado pelo desenvolvimento de estudos comportamentais em vários campos da ciência, como a antropologia, a psicologia e a sociologia. Adotando e adaptando para a administração conceitos originalmente elaborados dentro dessas ciências, propunha-se fornecer uma visão mais ampla do que motiva as pessoas para agirem ou se comportarem do modo que o fazem, parti- cularizando as situações específicas do indivíduo no trabalho. Dentre os trabalhos fundamentais para a eclosão do Behaviorismo destacam-se os de Barnard, acerca da cooperação na organização formal e os de Simon, relativos à participação dos grupos no processo decisório da organização. Eles oferecem os principais pontos de referência para a formulação das propostas inicias dessa abor- dagem. Posteriormente, essas ideias e propostas foram complementadas pela Teoria X e Y de 2 McGrecor, pelo Sistema 4 de Rensis Likert, pelas teorias motivacionais de Herzog e de McClelland, assim como pelos estudos de Chris Argyris. 2.6.1 MOTIVAÇÃO HUMANA Para explicar o comportamento organizacional, a Teoria Comportamental se funda- menta no comportamento individual das pessoas. Para poder explicar como as pes- soas se comportam, torna-se necessário o estudo da motivação humana. Os autores 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO behavioristas verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades hu- manas para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das orga- nizações. NECESSIDADES DE MASLOW Martins (2004, p. 7) faz o seguinte comentário sobre as necessidades de Maslow: “é uma das teorias mais populares e utilizada no estudo do comportamento organiza- cional”. E é mostrada nas seguintes escalas: • Auto realização (desenvolvimento, conhecimento, criatividade, estética) • Estima (respeito de si mesmo e dos outros, status, ego) • Sociais (fazer parte de grupos, dar e receber amor, amizade, afeição) • Segurança (proteção contra o perigo, ameaças, privação) • Fisiológicas (fome, sede, sexo) NECESSIDADES SECUNDÁRIAS NECESSIDADES PRIMÁRIAS AUTO REALIZAÇÃO ESTIMA (EGO) SOCIAIS ( AMOR) NECESSIDADES DE SEGURANÇA NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Fonte: Disponível em: http://www.professorcezar.adm.br/Textos/AbordagemComportamental.pdf Acesso em: 09/03/2016 36 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Davis e Newstrom (2002, p. 51), comenta sobre cinco níveis das necessidades de Mas- low, sendo: A hierarquia das necessidades de Maslow estabelece cinco níveis, [...]. Esta teoria recebeu ampla atenção e suscitou consideráveis controvérsias. As ne- cessidades dos níveis 1 (física) e 2 (segurança) são tipicamente chamadas de necessidades de ordem mais baixa e os níveis 3 (sociais), 4 (estima) e 5 (auto realização) são chamadas de necessidades de ordem mais alta. De acordo com a teoria de Maslow, pode-se comentar que as pessoas estão em pro- cesso de desenvolvimento contínuo. As pessoas tendem a crescer ao longo das suas necessidades, buscando suprir as suas necessidades uma após a outra. Davis e Newstrom (2002, p. 51, 52), abordam as necessidades de nível mais baixo e alto nível: • Necessidades de nível mais baixo: O primeiro nível de necessidades envolve a sobrevivência básica. Na situação típica de trabalho, raramente dominam, uma vez que já se encontram razoavelmente satisfeitas. • Necessidades de nível alto:Uma vez que as pessoas passam uma grande par- te de suas horas do dia no trabalho e no ambiente social, algumas das suas necessidades sociais podem (ou deveriam) estar atendidas em tais circunstân- cias. [...] os empregados tem necessidades de sentir que tem valor e acreditar que os outros pensem que eles valem alguma coisa (o que lhes dá status). [...] o que significa vir a ser tudo aquilo de que a pessoa é capaz, servindo-se das próprias habilidades com plenitude e ampliando talentos ao máximo possível. Pelo exposto, entende-se que as necessidades dos seres humanos foram colocadas em uma linha de hierarquia, onde consta à busca de fatores pessoais ao seu bem estar. Pode-se também comentar que outro ponto importante na hierarquia da ne- cessidade é que existe uma necessidade maior de uma sobre a outra, que pode ser movida por fatores de idade, meio social ou personalidade. TEORIA X E TEORIA Y Verifica-se no trabalho de Douglas McGregor, que ele define duas linhas de pesquisa, definindo as terias X e Y, sendo totalmente diferentes, onde a teoria X demonstra um 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO empregado que não se interessa com o serviço e não demonstra responsabilidade com o serviço e a teoria Y, evidenciando empregados que demonstram interesses com as suas tarefas. Entende-se que McGregor aborda em sua teoria que o ser hu- mano busca as suas necessidades, e que elas devem ser realizadas e satisfeitas, e que, ao realizá-las, ele estará buscando novos objetivos para si (BERGAMINI 1982, p. 118). Maslow (2003, p.74) faz os seguintes comentários sobre as teorias X e Y de McGre- gor. Sobre a teoria X apresenta a seguinte abordagem. “O trabalhador comum deve forçosamente ser conduzido com punições para executar um bom dia de trabalho”. E comenta que na teoria Y “O trabalhador comum aprecia e exercitará a autodeter- minação e autocontrole a serviços de metas escolhidas por ele, com as quais encon- tra-se comprometido sob determinadas condições”. Martins (2004, p. 8) realiza as seguintes observações sobre as teorias X e Y: PRINCIPAIS CRENÇAS DA TEORIA X: • As pessoas são indolentes por natureza, ou seja, trabalham o menos que podem. • Falta ambição às pessoas, de maneira geral a responsabilidade desagrada, e eles preferem ser conduzidas. • As pessoas centralizam-se em si mesmas, indiferente às necessidades da or- ganização. • As pessoas por natureza se opõem às mudanças. • As pessoas de maneira geral são ingênuas e não muito brilhantes. PRINCIPAIS CRENÇAS DA TEORIA Y: • As pessoas por sua própria natureza gostam do trabalho e se realizam nele tanto quanto em outras atividades prazerosas. • As pessoas querem cada vez mais responsabilidades no trabalho, quanto que- rem, por exemplo, na vida social e comunitária, onde se casam, constituem família, prestam assistência aos vizinhos, comunidades, etc. • As pessoas se interessam pelas necessidades das organizações, tanto que as- sumem com boa vontade posições em grupos, etc. • As pessoas gostam de mudar, pois querem evoluir, e desde que saibam as ra- zões das propostas de mudanças. 38 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO • As pessoas têm bom senso e sabem muito bem quando estão sendo engana- das. Bergamini (1982, p. 119) faz as seguintes observações sobre as teorias de McGregor; [...] parte de posição de crítica à filosofia administrativa manipuladora dos indivíduos pela empresa, propondo que cada um por si mesmo é capaz de comprometer-se com seu autodesenvolvimento no trabalho sem que haja necessidade de coação externa. Se isso não ocorrer, muito provavelmente o problema esteja na própria organização e não no indivíduo. Vê-se que tal pensamento citado por Bergamini, é baseado no pensamento de Mc- Gregor, pois ele realizava o seu trabalho baseado em descobrir o que motivara o em- pregado dentro da organização. Marras (2002, p. 35) faz o seguinte comentário sobre a teoria X e Y: “Essa teoria, extremamente interessante, mostra duas formas distintas de ‘ser’ do trabalhador ou duas formas distintas de ‘ver’ o trabalhador”. A Teoria Y desenvolve um estilo de administração muito aberto e dinâmico, extrema- mente democrático, através do qual administrar é um processo de criar oportunida- des, liberar potencialidades, remover obstáculos, encorajar o crescimento individual e proporcionar orientação quanto a objetivos. Está totalmente oposta a teoria X. TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para ele existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas: Fatores higiênicos - ou fatores extrínsecos, pois estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Como essas condições são administradas e decididas pela empresa, os fatores higiênicos estão fora do controle das pessoas. Os principais fatores higiênicos são: salário, benefícios sociais, tipo de chefia ou supervisão que as pessoas recebem de seus superiores, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, clima de relacionamento entre a empresa e os funcionários, regulamentos internos etc. São fatores de contexto e se situam no ambiente externo que circunda o indivíduo. 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO Tradicionalmente apenas os fatores higiênicos eram utilizados na motivação dos em- pregados: o trabalho era considerado uma atividade desagradável e, para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário o apelo para prêmios e in- centivos salariais, supervisão, políticas empresariais abertas e estimuladoras, isto é, incentivos situados externamente ao indivíduo em troca do seu trabalho. As pesquisas de Herzberg revelaram que quando os fatores higiênicos são ótimos, eles apenas evitam a insatisfação dos empregados; se elevam a satisfação não conse- guem sustentá-la por muito tempo. Quando os fatores higiênicos são precários, eles provocam a insatisfação dos empregados. Por causa dessa influência mais voltada para a insatisfação, Herzberg chama-os de fatores higiênicos, pois são essencialmen- te profiláticos e preventivos: eles apenas evitam a insatisfação, mas não provocam a satisfação. Seu efeito é similar ao de certos remédios higiênicos: evitam a infecção ou combatem a dor de cabeça, mas não melhoram a saúde. Por estarem mais relacionados com a insatisfação, Herzberg também os chama de fatores insatisfacientes. Fatores motivacionais, ou fatores intrínsecos, pois estão relacionados com o conteú- do do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Os fatores motivacio- nais estão sob o controle do indivíduo, pois estão relacionados com aquilo que ele faz e desempenha. Envolvem sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e auto realização, e dependem das tarefas que o indivíduo realiza no seu trabalho. Tradicionalmente, as tarefas e os cargos eram arranjados e definidos com a preocu- pação de atender aos princípios de eficiência e economia, eliminando o desafio e a criatividade individual. Com isso, perdiam o significado psicológico para o indivíduo que os executava e criavam um efeito de “desmotivação”, provocando apatia, desin- teresse e falta de sentido psicológico. O efeito dos fatores motivacionais sobre as pessoas é profundo e estável. Quando os fatores motivacionais são ótimos, eles provocam a satisfação nas pessoas. Porém, quando são precários, eles evitam a satisfação. Por estarem relacionados com asatis- fação dos indivíduos, Herzberg também os chama de fatores satisfacientes. Os fatores higiênicos e motivacionais são independentes e não se vinculam entre si. Os fatores responsáveis pela satisfação profissional das pessoas são totalmente desli- 40 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO gados e distintos dos fatores responsáveis pela insatisfação profissional. O oposto da satisfação profissional não é a insatisfação, mas ausência de satisfação profissional. Também o oposto da insatisfação profissional é a ausência dela e não a satisfação. 2.7 TEORIA DE SISTEMAS O aparecimento da Teoria geral dos sistemas forneceu uma base para a unificação dos conhecimentos científicos nas últimas décadas. Ludwig von Bertalanffy (1901- 1972) concebeu esse nome no início da década de 1920, criando em 1954 a So- cietyfor General Systems Research. Bertalanffy introduziu esse nome para descrever as características principais das organizações como sistemas, pouco antes da Segun- da Guerra Mundial. A Teoria Geral dos Sistemas, segundo o próprio Bertalanffy, tem por finalidade iden- tificar as propriedades, princípios e leis característicos dos sistemas em geral, inde- pendentemente do tipo de cada um, da natureza de seus elementos componentes e das relações entre eles. De acordo com o autor, existem certos modelos ou sistemas que, independentemente de sua especificidade, são aplicáveis a qualquer área de conhecimento. Tais modelos impulsionariam uma tendência em direção a teorias generalizadas. Assim, como princípios gerais que na verdade, são ideias vinculadas ao desenvol- vimento e ao surgimento da automação e da cibernética, Bertalanffy propõe uma nova teoria cientifica, a Teoria Geral de Sistemas, que tem leis semelhantes às que governam sistemas biológicos. Nessa formulação teórica, o autor incorpora os concei- tos fundamentais dos postulados anteriores do sistema biológico e das matemáticas correlatas. Um sistema se define como um complexo de elementos em interação de natureza ordenada e não fortuita. A Teoria Geral dos Sistema é interdisciplinar, isto é, pode ser utilizada para fenômenos investigados nos diversos ramos tradicionais da pesquisa cientifica. Ela não se limita aos sistemas materiais, mas aplica-se a todo e qualquer sistema constituído por componentes em interação. Além disso, a Teoria Geral dos Sistemas pode ser desenvolvida em várias linguagens matemáticas, em linguagem escrita ou ainda computadorizada. 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO A aplicação do pensamento sistêmico, segundo Kast & Rosenzweig, tem uma parti- cular importância para as ciências sociais, além de apresentar um estreito relaciona- mento entre a teoria e sua aplicação a diversas áreas do conhecimento humano. A teoria de sistemas possibilitou, por exemplo, a unificação de diversas áreas do conhe- cimento, pois “sistema é um conjunto de elementos em interação e intercâmbio com o meio ambiente (environment). Ou ainda, conforme define Littlejohn”, um 4 sistema pode ser definido como um conjunto de objetos ou entidades que se inter-relacio- nam mutuamente para formar um todo único. Além disso, para entendermos a teoria de sistemas e sua difusão, devemos levar em conta duas características obrigatórias aos sistemas sociais: 1. Funcionalismo: embora esta palavra apresente várias conotações, fundamen- talmente o termo dá ênfase a sistemas de relacionamento e à unificação das partes e dos subsistemas em um todo funcional. O funcionalismo procura ver nos sistemas suas partes componentes, realçando que cada elemento tem uma função a desempenhar no sistema mais amplo. Isto significa que cada elemen- to de um subsistema tem um papel a desempenhar um sistema mais amplo. 2. Holismo: um conceito estreitamente relacionado ao do funcionalismo, é a con- cepção de que todos os sistemas se compõem de subsistemas e seus elemen- tos estão inter-relacionados. Isto significa que o todo não é uma simples soma das partes, e que o próprio sistema só pode ser explicado como uma globalida- de. O holismo representa o oposto do elementarismo, que encara o total como soma das partes individuais. Assim, o conceito de organização como um sistema complexo de variáveis torna-se cada vez mais importante na sua análise e compreensão. Tipos de sistemas: fechado e aberto. Uma distinção importante para a teoria da or- ganização é a classificação das organizações em sistemas fechados ou abertos. Um sistema fechado é aquele que não realiza intercâmbio com o seu meio externo, ten- dendo necessariamente para um progressivo caos interno, desintegração e morte. Nas teorias anteriores da Administração, a organização era considerada suficiente- mente independente para que seus problemas fossem analisados em torno de estru- tura, tarefas e relações internas formais, sem referência alguma ao ambiente externo, pois as atenções estavam concentradas apenas nas operações internas da organiza- ção, adotando-se, para isso, enfoques racionalistas. 42 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Um sistema aberto é aquele que troca matéria e energia com o seu meio externo. E, como diz Bertalanffy, a organização é um sistema aberto, isto é, um sistema mantido em importação e exportação, em construção e destruição de componentes mate- riais, em contraste com os sistemas fechados de física convencional, sem intercâmbio de matéria com o meio. Considerando a perspectiva de sistema aberto, podemos dizer que um sistema con- siste em quatro elemento básicos: a. Objetivos: são partes ou elementos do conjunto. Dependendo da natureza do sistema, os objetivos podem ser físicos ou abstratos. b. Atributos: são qualidades ou propriedades do sistema e de seus objetos. c. Relações de interdependência: um sistema deve possuir relações internas com seus objetos. Essa é uma qualidade definidora crucial dos sistemas. Uma rela- ção entre objetos implica um efeito mútuo ou interdependência. d. Meio ambiente: os sistemas não existem no vácuo; são afetados pelo seu meio circundante. 2.8 TEORIA CONTINGENCIAL Em oposição ao pensamento propagado por Frederick Taylor e outros teóricos da administração clássica que consideravam a preocupação organizacional apenas em termos técnicos dentro de um sistema fechado, surgiram as ideias da teoria contin- gencial com foco no sistema aberto. Na perspectiva de visão da organização como um sistema aberto que interage com o ambiente que lhe abriga, há forte atenção à “atividade ambiental” imediata, ou seja, às relações estabelecidas entre organização, clientes, concorrentes, fornecedores, sindicatos e governo. A partir da sensibilidade ao ambiente no qual está inserida, a organização passa a ser capaz de responder de maneira mais apropriada às mudanças ocorridas (MORGAN, 2007). Conforme Morgan (2007), os pesquisadores Tom Burns e G. M. Stalker conduziram um estudo nos anos 1950 que permitiu demonstrar as diferenças entre o enfoque mecanicista e o enfoque orgânico da administração. No trabalho realizado em em- presas industriais pertencentes a diferentes ramos, os pesquisadores verificaram que quando ocorrem mudanças no ambiente, nas condições de mercado ou na tecnolo- 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO gia, são necessários estilos abertos e flexíveis de organizações, no sentido de melhor se adaptar a essas mudanças. Burns e Stalker (1961) afirmaram que um sistema de gestão mecanicista é apropria- do para condições estáveis,
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