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Aula dia 16/04/2020 Direito Internacional Público Nos sistemas de proteção aos direitos humanos temos o sistema global, da onu. Mas temos sistemas que se desenvolveram regionalmente: o Sistema Europeu, Interamericano e Africano. Europeu se desenvolveu praticamente simultâneo ao da onu, sendo o mais antigo e robusto Interamericano começou a se desenvolver na década de 60, mas se desenvolveu em 70, com pacto de San José O africano foi o terceiro sistema, o mais recente a ser desenvolvido A base para atuação do sistema africano são: ▪ Organização da Unidade Africana (OUA), atual UNIÃO AFRICANA (2002), de 1963; ▪ Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (vigor em 1986), que criou a COMISSÃO AFRICANA DE DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS; ▪ Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (vigor em 2004), que criou o TRIBUNAL AFRICANO DE DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS. No momento de criação desse sistema não havia sido destituído a corte do sistema africano, inicialmente não se tinha um tribunal ou corte. Quando se observa o processo de descolonização tardia de países africanos, principalmente da década de 60, discutir qualquer tipo de subordinação a alguma corte supranacional de certa forma deixava os países com um pé atrás por conta de sua história de dependência, por isso não existia uma corte. Função da comissão: A ideia de comissão é a promoção dos direitos humanos, mas, por não ter poder coercitivo, sua atuação é praticamente simbólica. No sistema interamericano e Europeu o indivíduo pode fazer denúncia à corte, porém, na carta do sistema africano, não há nada especificado sobre a participação do indivíduo. A ideia de proteção dos Sistemas interamericano e Europeu focam na proteção do indivíduo, enquanto o sistema Africano não se limita ao indivíduo, focando, também, na proteção de direitos civis, sociais, econômicos etc. ❖ No sistema Europeu o direito de petição individual à corte é válido em virtude do protocolo 11/1998. ❖ No sistema interamericano o direito de petição é enviado à comissão e posteriormente levado à corte. ❖ No sistema Africano somente 7 países reconhecem a petição individual à corte, de resto, não há reconhecimento. Tratados de Direitos Humanos no Brasil ▪ EC 45/2004; ▪ Art. 5º, §3º da CRFB; ▪ Recurso Extraordinário nº 466.343/SP. Parte 2 da aula - Direito Internacional Humanitário e Direito Internacional dos Refugiados O Direito Internacional Humanitário é um conjunto de normas internacionais para a proteção da pessoa humana que procura limitar as consequências dos conflitos armados, incidindo na hipótese de conflitos armados internacionais e internos. Principais Objetivos do direito internacional humanitário: a) Proteger as pessoas que não participaram ou que deixaram de participar do conflito; Se refere a população civil, que nunca participaram ou aqueles que deixaram de participar, como soldados feridos, por exemplo. b) Restrição dos meios e dos métodos de combate (ideia de guerra justa de Hugo Grotius). Desenvolve a noção de direito de guerra e direito na guerra. Numa guerra quais seriam os limites de atuação das forças armadas? Direito DE guerra poderia existir para o direito internacional, porém, numa hipótese muito específica pois para o d.i é praticamente inviável o uso da força. Direito NA guerra fala sobre os direitos humanos durante a guerra para a não violação. “Você não deveria estar em guerra, mas, já que está, não ultrapasse tais limites.” Todos são símbolos da Cruz Vermelha. Principais Documentos a) Convenção de Genebra sobre a proteção dos soldados feridos e enfermos durante a guerra terrestre de 1949; b) Convenção de Genebra sobre a proteção dos militares feridos, enfermos e náufragos durante a guerra marítima de 1949; c) Convenção de Genebra sobre os prisioneiros de guerra de 1949; d) Convenção de Genebra sobre a proteção aos civis, inclusive em território ocupado de 1949. e) Protocolo Adicional sobre conflitos internacionais de 1977; f) Protocolo Adicional sobre conflitos não internacionais de 1977; g) Protocolo Adicional sobre emblema distintivo adicional de 2005. Outros documentos que compõem o Direito Humanitário: a) A Convenção das Armas Bacteriológicas de 1972; b) A Convenção das Armas Convencionais de 1980; c) A Convenção das Armas Químicas de 1993; d) A Convenção de Haia de 1954 que protege o patrimônio cultural em tempo de conflito armado. De onde surge a ideia de proteção ao indivíduo? Ideia surge, assim como os direitos humanos, no pós segunda guerra mundial. Declaração universal dos direitos humanos de 1948 • Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”. Artigo 14 da declaração universal dos D. Humanos. Convenção das nações unidas relativa ao estatuto dos refugiados de 1951 (convenção de Genebra de 1951) Objetivo era a proteção dos indivíduos ocorridos na Europa, antes de 1951. O que se entende pelo termo refugiado: Para os fins da presente Convenção, o termo "refugiado" se aplicará a qualquer pessoa: (...) 2) Que, em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele. (Artigo 1º da Convenção de Genebra de 1951) Se só um indivíduo é perseguido, de acordo com as leis do brasil, se consegue a condição de asilo; caso seja perseguição a um grupo, há possibilidade de refúgio. PROTOCOLO DE 1967 RELATIVO AO ESTATUTO DOS REFUGIADOS Acaba com a limitação temporal (antes de 1951) e geográfica (território Europeu) da convenção de 1951, embora as razões tenham sido mantidas. O Estado pode ampliar o hall de proteção aos refugiados. Algumas garantias dos refugiados e solicitantes: Non-refoulement: Garantia que se mostra presente na convenção de 1951 (art 33), garantia de não rechaçar o indivíduo para o país de origem Nenhum dos Estados Contratantes expulsará ou rechaçará, de maneira alguma, um refugiado para as fronteiras dos territórios em que a sua vida ou a sua liberdade seja ameaçada em virtude da sua raça, da sua religião, da sua nacionalidade, do grupo social a que pertence ou das suas opiniões políticas. (Art 33 da convenção de Genebra de 1951). Não perseguição criminal: Não deveria ter nenhum tipo de punição por parte dos Estados por conta da sua condição de refugiado. Entende-se que o refugiado não está saindo do seu país de origem por vontade própria. Os Estados Contratantes não aplicarão sanções penais em virtude da sua entrada ou permanência irregulares, aos refugiados que, chegando diretamente do território no qual sua vida ou sua liberdade estava ameaçada no sentido previsto pelo art. 1º, cheguem ou se encontrem no seu território sem autorização, contanto que se apresentem sem demora às autoridades e lhes exponham razões aceitáveis para a sua entrada ou presença irregulares. (art 31 da Convenção de Genebra sobre D. Humanos)
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