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Caso Concreto 16 prática

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE ____ 
 
 
 
 
 
 
DURVAL, (nacionalidade), vereador, (estado civil), portador da Cédula de 
Identidade n. __, inscrito no CPF sob n. __, residente e domiciliado 
(endereço), portador do Título de Eleitor n. __, Seção __, Zona __, cidadão 
em pleno gozo de seus direitos (doc. 2), nos termos do artigo 1º, § 3º, da Lei 
n. 4.717/65, por seu advogado inscrito na OAB/ sob n. , que esta subscreve 
(instrumento de mandato anexo), com endereço na __, local indicado para 
receber intimações (artigo 39 do Código de Processo Civil) vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no 
artigo 5º, LXXIII, da Constituição Federal impetrar 
 
AÇÃO POPULAR 
 
com pedido de liminar em face de ato do Prefeito do Município de __ e do 
Presidente da Empresa Pública “Água Para Todos”, com sede na __ 
(endereço), Moura Júnior, residente e domiciliado na __ (endereço), Correa, 
residente e domiciliado na (endereço), pelos motivos de fato e de direito a 
seguir aduzidos. 
 
I – DOS FATOS 
 
A empresa pública “Água Para Todos”, criada para a produção dos materiais 
e a prestação dos serviços pertinentes à instalação de rede hidráulica no 
município de __, é, atualmente, presidida por Moura, autoridade coatora, que 
tem estreita relação de amizade com Ferreira, prefeito e igualmente 
autoridade coatora. 
 
Em virtude de vultosa receita de ISS recolhida da empresa pública aos 
cofres do município, o presidente daquela pediu ao prefeito, como retribuição 
à exação, a nomeação de seu filho, Moura Júnior, independentemente de 
concurso público, para o cargo efetivo de analista administrativo da 
prefeitura municipal. O pedido foi prontamente acolhido, e o filho da 
autoridade coatora tomou posse, só comparecendo ao serviço ao final de 
cada mês para assinar o ponto. 
 
Em contrapartida ao gesto de amizade, Moura determinou ao departamento 
de divulgação da empresa estatal, representado por Correa, que 
promovesse uma homenagem ao prefeito, em veículo de comunicação de 
massa, parabenizando-o por seu aniversário. 
 
A empresa pública contratou uma produtora de mídia e um minuto em 
horário nobre na emissora de maior visibilidade local para a veiculação da 
propaganda. 
No dia do aniversário do prefeito, a propaganda foi veiculada, mencionando 
as realizações da prefeitura municipal na gestão de Ferreira, tendo sido 
divulgada, por derradeiro, a seguinte mensagem: “a „Água Para Todos‟ 
parabeniza o prefeito Ferreira pelo seu aniversário”. 
 
II – DO DIREITO 
 
A) Da legitimidade ativa 
 
Em primeiro lugar, convém ratificar a legitimidade ativa do autor da presente 
ação, com base no título de eleitor (doc. 1) e certidão atestando sua 
cidadania (doc. 2), estando, portanto, satisfeitas as regras exigidas pelo art. 
5º, LXXIII, da CF/88 c/c o art. 1º, § 3º, da Lei n. 4.717/65. 
 
B) Da nulidade do ato administrativo de nomeação do servidor 
público Moura Júnior 
 
Consoante já relatado, Moura Júnior, filho do presidente da empresa pública 
“Água Para Todos”, foi nomeado, sem concurso público, para o cargo efetivo 
de analista administrativo da prefeitura municipal. 
 
Esta meio de ingresso na carreira de servidor público incompatibiliza-se com 
o preceituado na Lei Fundamental. De acordo com o texto constitucional, “a 
investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em 
concurso público de provas ou provas e títulos” (art. 37, I). 
 
A violação a esta regra fere reiterados princípios regentes da Administração 
Pública, podendo-se listar: da legalidade, pois o administrador, no ato da 
nomeação, descumpriu os ditames legais; da impessoalidade, eis que foram 
concedidos privilégios inadmissíveis ao filho da autoridade coatora; da 
moralidade, por contrariar a ética e a moral administrativa; do concurso 
público, visto que se desconsiderou o critério meritocrático de ingresso no 
serviço público; e da eficiência, autoexplicativo (art. 37, “caput”, e inciso II, 
da CF/88). 
 
Destarte, patente a lesividade aos cofres públicos e a violação aos preceitos 
constitucionais, o ato padece de vício de validade, merecendo o mesmo ser 
nulificado, bem como Moura Júnior afastado do cargo. 
 
C) Da nulidade do processo administrativo de contratação de 
propaganda 
 
Este ato também padece de nulidade, pois a propaganda veiculada, 
destituída de qualquer informação de interesse público, serviu, tão somente, 
à promoção pessoal do prefeito, eis que lhe foram atribuídas, e não ao órgão 
de Chefia do Poder Executivo Municipal, a conclusão de diversas obras, 
restando violado o art. 39, § 1º, da CF/88. 
Noutro viés, o princípio da impessoalidade também foi ignorado, devendo 
ser ressarcidos aos cofres públicos os valores indevidamente empregados. 
 
D) Conclusão 
 
A prática destes atos administrativos está marcada por sério desvio de 
finalidade, isto é, não foram realizados à vista do interesse público, mas 
apenas do particular. Assim, além do rol de princípios anteriormente listado, 
contrariou-se, outrossim, lembrando das palavras do eminente Celso Antônio 
Bandeira de Mello, uma das pedras de toque do Direito Administrativo, qual 
seja, o princípio da indisponibilidade do interesse público, limitador da 
atividade administrativa, que exalta a probidade na gestão da maquia 
pública, sempre à luz do interesse de seu titular, o povo. 
 
III – DA LIMINAR 
 
Demonstrada a existência do “fumus boni iuris”, consubstanciado na 
nulidade dos referidos atos administrativos, e do “periculum in mora”, qual 
seja, o perigo de se onerar ainda mais os cofres públicos caso as medidas 
ilegais perdurem, é cabível a concessão da liminar para suspender a 
nomeação do servidor público Moura Júnior e, por conseguinte, afastá-lo do 
cargo. 
 
IV – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer o Impetrante: 
a) a concessão da liminar para suspender o ato de nomeação do servidor 
Moura Júnior junto à Prefeitura Municipal, bem como afastá-lo do cargo; 
b) seja determinada a citação dos impetrados para contestar, sob pena de 
revelia (art. 7º, I, “a”, da Lei n. 4.717/65); 
c) seja determinada a intimação do membro do Ministério Público do Estado 
de __ (arts. 6º, § 4º, e 7º, I, “a”, da Lei n. 4.717/65); 
d) seja determinada a juntada das seguintes documentações: cópia do ato 
de nomeação do servidor público Moura Júnior e do processo administrativo 
de contratação de propaganda; 
e) ao final, seja julgado procedente o pedido, confirmando a liminar e 
determinando a nulidade dos atos administrativos; 
f) sejam condenados os impetrados ao pagamento das custas e honorários 
advocatícios (art. 12 da Lei n. 4.717/65), bem como ao ressarcimento das 
perdas e danos (art. 11 da Lei n. 4.717/65); 
Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ __ 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local e data 
 
__________________ 
(Assinatura do Advogado)

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