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ICT - questões de plenário

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MÓDULO: INCIDÊNCIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO
SEMINÁRIO I - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E A REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
Karoline Braga da Silva - FLN
QUESTÕES DE PLENÁRIO
1. A partir da lei (fictícia) abaixo responda:
Município de São José dos Cedros, Lei nº 1.002, de 09 de maio de 2015. (D.O.M. 11/05/2015)
Art. 1º Constitui fato gerador do Imposto Predial e Territorial Urbano a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, localizado na zona urbana do Município, em 1º de janeiro de cada ano.
Art. 2º O contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.
Art. 3º O imposto calcula-se à razão de 1,5% sobre o valor venal do imóvel.
Art. 4º Fica concedida isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano incidente sobre imóveis cedidos em comodato, por escritura pública ou documento particular devidamente registrado, a entidades culturais sem fins lucrativos, à União, aos Estados, aos Municípios, a autarquias e fundações públicas, desde que sejam efetiva e comprovadamente na consecução de atividades culturais, durante o prazo de comodato.
Art. 5º Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação.
a) Que é isenção? Em quais dos critérios da RMIT a isenção pode atuar? No caso concreto da lei acima, aponte qual o critério da regra-matriz de incidência tributária que foi mutilado.
R : Isenção é dispensa legal do pagamento do tributo instituída por força de lei, seja essa federal, estadual ou municipal. A isenção atua sobre a regra-matriz de incidência tributária, investindo contra um ou mais critérios de sua estrutura, mutilando-os, parcialmente. No caso em questão a referida dispensa não exime o contribuinte de realizar a entrega de ajuste anual, apenas afasta a obrigatoriedade do recolhimento do tributo sobre a diferença gerada pela variação da renda do mesmo. Neste instituto ocorre a concretização do fato gerador, porém a lei dispensa o pagamento do imposto, ocorrendo assim à exclusão do crédito tributário.
b) Analisar a tese de que isenção consiste na “dispensa legal do pagamento” e explique qual sua diferença se comparada ao fenômeno da remissão.
R: No caso da isenção ocorre a renúnicia do crédito de tributário por força de lei antes da ocorrencia do fato. Já no caso de remissão trata-se da extinção do crédito tributário referente aos deveres não cumpridos pelo sujeito passivo, quando o lançamento destes já houver ocorrido.
c) Pode o Município de São José dos Cedros a qualquer momento suspender a isenção? Em que condições?
Não, pois trata-se de isenção condicionada, como o sujeito passivo teve gastos e investimentos para gozar da isenção, não seria justo, após tais gastos simplesmente se retirar tal benefício.
2. Tratando-se de isenção com prazo certo, ou de isenção por prazo indeterminado, responda:
a) A revogação da isenção reinstitui a norma tributária no sistema, apenas restabelece sua eficácia ou requer a publicação de nova regra tributária no ordenamento? Neste último caso, deverá ser respeitado o princípio da anterioridade? E o princípio da anterioridade nonagesimal?
Se tratando de revogação da isenção cabe segregar as isenções condicionais e incondicionais ainda que para ambas seja cabível a revogação. As isenções condicionadas não poderão ser revogadas enquanto não houver a implementação do tempo ou enquanto se observar a condição imposta para que a mesma ocorra.
No que diz respeito a isenção incondicionada, esta pode ser revogada a qualquer momento. Porém frente a isso nos cabe observar o princípio da anterioridade , pois em alusão a teoria de que a isenção é uma mera dispensa do pagamento de tributos, ou seja que mesma origina a obrigação tributária ou e que é apenas um favor legal a cobrança não poderá ocorrer no mesmo exercício financeiro da lei que revogou o benefício.
Se entendermos portanto que a isenção é uma não-incidência, assim como a imunidade, a revogação da isenção implica na criação de novo tributo, eis que amplia a hipótese de incidência. Sendo, deve atender ao princípio da anterioridade.
No entanto para o STF o entendimento não é esse.
Após inúmeros julgados, o STF, adotando a doutrina de Rubens Gomes de Sousa, consolidou o entendimento que a cobrança do tributo outrora isenta pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro, de acordo com o princípio da anualidade. Essa pacificação restou na edição da Súmula 615, de 1984: "o princípio da anualidade não se aplica à revogação de isenção do ICM."
Sendo assim entende-se que o STF não entende a revogação de isenção como a majoração ou criação de tributo, e sim apenas como assim como o retorno de uma obrigação legal já existente.
Este entendimento alcançou foros de universalidade, tendo inclusive o STJ adotando-o incontinenti até os dias atuais.
b) Município que concedeu, em julho de 2015, isenção de ISS por um prazo de 60 meses para empresa farmacêutica que se instalou em seu território sob a condição de geração de 100 empregos, o que foi plenamente cumprido pelo contribuinte, poderá passar a cobrar ISS sobre essa atividade a partir de janeiro de 2018, tendo em vista a previsão do art. 6º da Lei Complementar n.º 157/2016?
R: Não, pois mesmo que essa lei municipal seja revogada para evitar a concessão desse benefício a novos contribuintes, aqueles benefícios já concedidos aos que arcaram com o ônus necessário para a sua obtenção devem ser mantidos em respeito à sua segurança jurídica. Devem ser observadas, nesse caso, as disposições do art. 104, inciso III e do art. 178, ambos do Código Tributário Nacional, reforçadas pelo enunciado da Súmula 544 do STF: "isenções tributárias concedidas sob condição onerosa não podem ser livremente suprimidas".
3. Considerando o art. 155, §2º, II, alíneas “a” e “b” da CF, pergunta-se:
a) Existe isenção parcial? Redução de base de cálculo pode ser considerada hipótese de isenção parcial?
R: Sim, onde há o nascimento da obrigação tributária sobre determinada situação, ocorrendo tão somente uma diminuição do valor do débito a ser pago pelo contribuinte, decorrente do tributo devido. E ainda conforme o RE 635688 - A redução da base de cálculo de ICMS equivale à isenção parcial, o que acarreta a anulação proporcional de crédito relativo às operações anteriores, salvo disposição em lei estadual em sentido contrário.
b) É possível lei estadual que determine a exigência do estorno do crédito do ICMS, relativo à entrada de insumos, proporcional à parcela correspondente à redução da base de cálculo do imposto incidente na operação de saída da mercadoria, com fundamento no art. 155, § 2º, II, da CF/88?
Não. Fundamentamentando –se no argumento do recurso especial abaixo, onde defende-se a ideia de favor fiscal, seguindo-se a linha de que a imposição de estorno do crédito é proviniente da CF/88, conforme abaixo.
O Tribunal, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que entendera ser legal a exigência do estorno do crédito do ICMS, relativo à entrada de insumos, proporcional à parcela correspondente à redução da base de cálculo do imposto incidente na operação de saída do produto industrializado. Entendeu-se se tratar, na espécie, de um favor fiscal que, mutilando o aspecto quantitativo da base de cálculo, corresponderia à figura da isenção parcial, sendo aplicável, dessa forma, o art. 155, § 2º, II, b, da CF/88, que determina a anulação do crédito relativo às operações anteriores na hipótese de isenção ou não-incidência nas subseqüentes. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que, considerando ser regedora do conflito em questão a CF/69 - que não previa a referida hipótese da atual, dava provimento ao recurso e declarava a inconstitucionalidade do art. 32, II, do Convênio 66/88 e do art. 41, IV, da Lei 6.374/89, do Estado de São Paulo, que tratam da matéria.
RE 174478/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, rel. p/ acórdão Min. Cezar Peluso, 17.3.2005. (RE-174478)
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